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FILOSOFIA

3
Módulo

capítulo 1

A MORTE
FILOSOFIA Módulo 3
A morte
capítulo 1

A morte: do assombro ao tabu


n A morte é um enigma que sempre assombrou a humanidade. Registros de
civilizações pré-históricas mostram que elas cultuavam seus mortos.

n É recorrente, entre os mais diversos grupos humanos, que se procure a fé


religiosa diante do mistério da morte.

n As sociedades tradicionais, marcadas por modos de vida majoritariamente


comunitários, recorrem a cerimônias para marcar acontecimentos como
o nascimento, o casamento e também a morte. Isso faz com que ela seja
tratada de forma mais natural.

n No mundo urbanizado contemporâneo, porém, há um afastamento cada


vez maior da morte. Não se vela mais o morto em casa e, muitas vezes, as
crianças não são levadas a velórios e cemitérios.

n O antropólogo Geoffrey Gorer aponta que, se nas sociedades tradicionais o


sexo era a maior proibição, na sociedade contemporânea o tabu é a morte.
FILOSOFIA Módulo 3
A morte
capítulo 1

A negação da morte e as mortes precoces


n Com o avanço da ciência, há indivíduos que querem vencer a morte
recorrendo a técnicas como a criogenia, que consiste no congelamento do
corpo a baixas temperaturas, na esperança de reviver quando a ciência se
desenvolver o suficiente.

n Por mais que existam essas tentativas de superar a morte, ela continua
atingindo a todos.

n Há, entretanto, mortes não naturais: acidentes, assassinatos, suicídios,


desastres decorrentes da imprudência ou da penúria.

n Quanto à morte por penúria, é muito comum em países pobres e com má


distribuição de renda, com problemas de saneamento básico, precariedade do
sistema de saúde, má alimentação, violência, entre outros fatores que diminuem
a expectativa de vida de suas populações.
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A morte
capítulo 1

Morte e velhice
n A morte passa a ser percebida com maior nitidez na velhice.
n Mesmo que haja idosos ativos apesar da idade avançada, existem aqueles

que necessitam de cuidados especiais mais cedo, o que nem todas as


famílias têm condições de oferecer, visto as extensas jornadas de trabalho
fora de casa.
n Muitas vezes marginalizados, pois não se enquadram mais na rotina de

produtividade, alguns idosos ficam reclusos em asilos e hospitais, vitimados


pela solidão.

JOÃO PRUDENTE/PULSAR IMAGENS


n Existem ainda aqueles idosos que, em

razão das condições socioeconômicas,


não têm acesso a tratamentos de saúde.

Idosos exercitam-se em parque de Curitiba (PR).


Foto de 2014. Aprovado em 2003, o Estatuto do Idoso
prevê uma série de direitos para os idosos e determina
punição para quem os abandona em hospitais, casas
de saúde e entidades de longa permanência.
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A morte
capítulo 1

Legitimidade da morte
n Em determinadas situações, a tecnologia consegue preservar a vida de
indivíduos que não sobreviveriam. O procedimento que mantém por vários
anos a sobrevida em estado vegetativo com auxílio de máquinas é chamado
de distanásia ou obstinação terapêutica. Para alguns, esse procedimento
é alvo de crítica por acharem que o prolongamento artificial da vida em
condições extremas aumenta o sofrimento dos doentes.

n Existem também os cuidados paliativos ou ortotanásia, que consistem


na suspensão dos medicamentos e de métodos terapêuticos invasivos,
mantendo apenas a alimentação e o controle da dor quando a cura
é inviável.
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A morte
capítulo 1

Eutanásia
n A eutanásia consiste em provocar a morte deliberadamente, seja em
decorrência de doença terminal, seja pela vontade do paciente vitimado
por doença crônica, que tornou a vida insuportável.
n A eutanásia ativa ocorre quando uma ação provoca a morte. A passiva,

quando se desligam os aparelhos que mantinham o paciente vivo.


n Nos países em que é permitida, a eutanásia só é realizada após rigorosa

avaliação médica e, em alguns casos, jurídica.


n Entre os argumentos contrários à eutanásia, estão os de caráter religioso;

os que afirmam que a vida é um bem e a morte, um mal; que provocar


a morte é sempre um homicídio; que existe a possibilidade de a doença
se reverter.
n Os argumentos favoráveis costumam seguir critérios laicos, dizendo que a

morte deixa de ser um mal se a vida se tornou insuportável; que a eutanásia


se diferencia do homicídio porque se realiza diante da compaixão pelo outro;
que o procedimento requer rigorosas avaliações médicas; que cada um tem
o direito de decidir sobre a própria morte.
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A morte
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As mortes simbólicas
n A morte é precedida por diversos tipos de mortes simbólicas que permeiam
a vida humana e indicam rupturas ou perdas.
n O crescimento, o relacionamento com os pais e as relações amorosas são

processos constantemente transformados.


n As relações amorosas estão especialmente permeadas pelo risco da perda.

Ao fim de um relacionamento, é possível haver um período de luto até que


o sujeito se reestruture.
n Talvez por medo dessa situação, alguns

FOCUS FEATURES/REX/SHUTTERSTOCK
indivíduos optem por não se aprofundar
nos relacionamentos amorosos.

Cena de Brilho eterno de uma mente sem


lembranças (2004). No filme, Clementine,
o verdadeiro amor de Joel, teve sua memória
apagada, o que vai levá-lo a dilemas.
O afastamento do ser amado, provocado pelo fim
da relação, pode provocar o sentimento de luto.
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A morte
capítulo 1

Os filósofos e a morte
n Nos diálogos platônicos, Sócrates afirmou que filosofar seria preparar-se
para a morte. O filósofo se preparou para a morte rejeitando excessos,
desprezando honras e riquezas e procurando a sabedoria.

n O grego Epicuro defendia que a morte nada seria, pois não existe para os
vivos e os mortos não voltam para explicá-la. Reiterava a importância de se
levar uma boa vida, moderada, desfrutando dos verdadeiros prazeres, como
os espirituais e a amizade.

n Para o filósofo francês Montaigne, para morrer bem seria preciso viver bem.
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A morte
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Heidegger e Sartre
n O filósofo alemão Martin Heidegger argumentava que o ser humano viveria
a angústia diante da morte, um sentimento do ser que sabe existir para
o seu fim. A aceitação dessa angústia, a aceitação da finitude nos levaria
para a vida autêntica, com um olhar crítico e capacidade de construir a
própria existência.

n Jean-Paul Sartre, filósofo francês, defendia que a morte seria a certeza


de que nada nos espera – uma nadificação de nossos projetos –, portanto
seria, assim como a vida, um absurdo. Essa constatação de que o real é
absurdo é chamada por ele de náusea. Para o filósofo, no entanto, esse
pensamento não impede a liberdade de criar projetos de vida, até porque
estes independem da morte.

n De algum modo, esses filósofos mostram que refletir sobre a morte, desfazer
o tabu que a rodeia, significa reavaliar comportamentos e escolhas.
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Módulo

capítulo 2

A FELICIDADE
FILOSOFIA Módulo 3
A felicidade
capítulo 2

O que significa ser feliz?


n Muito desejada, a felicidade e a sua possibilidade admitem diversos
posicionamentos.
• Alguns, mais pessimistas, argumentam que a felicidade é um sonho
impossível.
• Outros, entretanto, a associam a bens materiais.
n É frequente que na contemporaneidade a felicidade seja buscada pelo
seu avesso: ausência de dor, de problemas e de sofrimento, o que talvez
explique o aumento no consumo de psicofármacos, as chamadas “pílulas
da felicidade”.
n Porém, a felicidade se encontra mais no que o ser humano faz de si próprio
e menos em seus bens. Aristóteles afirma que as posses não nos tornam
felizes porque elas não são um bem em si mesmo, mas um meio para nos
propiciar outras coisas.
n A felicidade é o bem supremo, o bem em si mesmo para o qual tendem
as ações humanas na ética aristotélica, denominada eudemonismo.
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A felicidade
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A “experiência de ser”
n O filósofo Robert Misrahi argumenta que a felicidade se constrói
na chamada experiência de ser. É um caminho, um processo, e não
simplesmente um objeto que se possa ter ou comprar.
• De acordo com o pensador, algumas características da felicidade seriam
o sentimento de satisfação, que deriva do prazer e da alegria, o que
não exclui a vivência de frustrações; a autonomia da decisão, como
a capacidade de agir de acordo com nossos próprios projetos de vida; e a
disponibilidade para a reflexão, porque o uso da liberdade pressupõe
a ponderação sobre os projetos que dão sentido à própria vida.

n A busca da felicidade tem em vista o bem viver e o saber viver. Como isso
envolve os nossos semelhantes, que podem ser afetados por nossas escolhas
de felicidade, entramos no campo da ética e das escolhas morais. Por dizer
respeito ao outro, a felicidade vem acompanhada das ideias de amizade,
amor e erotismo.
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A felicidade
capítulo 2

Tipos de amor
n A definição de amor é bastante complexa, assim como a pluralidade de
formas com que esse sentimento pode ser expressado. Destacamos três
tipos de amor: philía, ágape e eros.

ALEX SEGRE/REX/SHUTTERSTOCK
• Philía é o termo grego para “amizade”; essa
forma de amor é generosidade, desprendimento
e reciprocidade. Ela pode considerar relações
assimétricas, como as que se davam no interior
da família grega.
• Ágape é o amor fraterno, a benevolência
universal; esse tipo de amor não envolve
a reciprocidade ou a retribuição.
• Eros é o amor desejante, a paixão amorosa, que
envolve exclusividade e reciprocidade.

Estátua de Eros, representado como


o cupido, armado de arco e flecha para acertar
os corações. Londres, Grã-Bretanha, foto de 2015.
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A felicidade
capítulo 2

O amor platônico
n No diálogo O banquete, Platão apresenta dois mitos sobre a origem do
amor: o personagem Aristófanes explora a ideia de amor como fusão,
completude (representado pelo encontro de nossa “cara-metade”);
enquanto Sócrates expressa a ideia de amor como carência, desejo
do que não temos.

n Platão tende a concordar com o seu mestre Sócrates, afirmando que o


amor não é fusão, mas busca constante. Eros seria a ânsia de ajudar
o eu a se aperfeiçoar.

n Como a vontade humana tende para o Bem e o Belo, o que se dá de maneira


gradual, primeiro o indivíduo se atrairia pelos belos corpos. Posteriormente,
por meio da filosofia, seria capaz de contemplar a própria ideia de beleza.

Portanto, o amor platônico é o prazer intelectual, em que deixam de predominar


a sensibilidade e as paixões.
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A felicidade
capítulo 2

O vínculo amoroso
n O relacionamento amoroso pode trazer algumas contradições.
• Como construir um vínculo em que as pessoas não se dissolvam, perdendo
a sua identidade na união?
• Como amar alguém sem perder a autonomia e a individualidade?

n O poder de atração gerado pelo fascínio amoroso pode comprometer a


liberdade em caso de ciúme excessivo, quando um dos indivíduos procura
exercer domínio integral sobre o outro.

n Do mesmo modo, é preciso conciliar o vínculo com a alteridade. Na união


amorosa, cada um deve preservar a própria integridade, para evitar a fusão
e respeitar o outro como ele é, e não como queremos que ele seja.
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A felicidade
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Corpo e alma: diferentes concepções


n A tradição filosófica, durante séculos, explicou o ser humano como
composto de duas partes diferentes: o corpo (material) e a alma
(espiritual e consciente).
n Para Platão, o corpo seria a prisão da alma.

n Na Idade Média, o cristianismo fortaleceu a ideia de que o corpo traz o risco

das paixões descontroladas e do pecado.


n Na filosofia moderna continua a separação entre alma e corpo: o dualismo

cartesiano. A exceção foi Espinosa, que não via hierarquia entre corpo e alma.
n No século XIX, com Freud e Nietzsche, inicia-se um novo processo pelo qual

é recusada a noção de superioridade da consciência sobre o corpo.


n A concepção fenomenológica passou a não mais identificar o corpo

simplesmente como um objeto da fisiologia.


• Merleau-Ponty entende que “eu sou o meu corpo”. Nesse sentido, a
sexualidade humana diz respeito às dimensões eróticas e psicológicas
de um ser inteiro.
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A felicidade
capítulo 2

Mutações contemporâneas
n O modo como as pessoas se relacionam e a própria ideia de felicidade
mudaram ao longo da história, especialmente no século XX, em função
da entrada na era da informática e da comunicação.
n Essas mudanças, que ocorrem em um embate entre o tradicional e o novo,

alteraram a configuração das relações amorosas e das expectativas em torno


do que é ser feliz.

JAG IMAGES/CULTURA/GETTY IMAGES


n Podem trazer obstáculos à felicidade: o

individualismo, o hedonismo, o narcisismo,


a corpolatria e o consumismo.
n Há os que encaram as mudanças com

pessimismo, enquanto outros com bons


olhos. Cabe a nós identificar quando há
riscos de massificação em prejuízo de
Jovens tirando uma selfie em Copacabana,
nossa autonomia ou de individualismo Rio de Janeiro (RJ). Foto de 2016.
exacerbado que impeça a individualidade O fenômeno das selfies é uma das
responsável. novidades vividas na sociedade
contemporânea.

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