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1 PRODUÇÃO DE BIOETANOL POR KLUYVEROMYCES MARXIANUS A PARTIR DE

2 SORO DE LEITE
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4 PRODUCTION OF BIOETHANOL BY KLUYVEROMYCES MARXIANUS FROM WHEY
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6 Joice Correia dos Santos2, André Oliveira de Góis1, Camila Santos Silva1, Afram Domingos
7 Silva de Meneses1, Tânia Maria Brito Ferreira de Oliveira1
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101 Graduando do Curso Tecnólogo em Alimentos, Instituto Federal de Sergipe, São Cristóvão,
11Brasil.
122 Técnica em Alimentos e Laticínios, Instituto Federal de Sergipe, São Cristóvão, Brasil.
133 Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, Instituto Federal de Sergipe, São
14Cristóvão, Brasil.
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17Resumo
18Um dos presentes desafios da biotecnologia é o desenvolvimento de novos processos para
19a utilização de resíduos agroindustriais como o soro leite, tornando-se assim necessária a
20elaboração de estudos que visem minimizar o seu impacto que as indústrias lácteas podem
21causar ao ecossistema. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi estudar a influência da
22agitação durante a produção do bioetanol a partir do soro de leite. A levedura
23Kluyveromyces marxianus ATCC 46537, foi utilizada, para a fermentação do soro de leite,
24obtido após a produção do queijo coalho. Os resultados obtidos mostraram que a variável
25agitação teve influência significativa na concentração do etanol.
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27Palavras-chave fermentação, resíduo agroindustrial, bioetanol
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30Introdução
31Os resíduos agroindustriais são gerados no processamento de alimentos, fibras, couro,
32madeira, produção de açúcar e álcool, etc., sendo sua produção, geralmente, sazonal,
33condicionada pela maturidade da cultura ou oferta da matéria-prima (MATOS, 2005). Um
34dos mais importantes resíduos agroindustriais é o soro de leite e, atualmente, novas formas
35de utilização deste produto vêm sendo desenvolvidas pela indústria em geral, entretanto,
36ainda é na indústria de alimentos que ele é mais empregado (CALDEIRA et al., 2010). O
37soro de leite constitui um grande problema para a indústria de laticínios pelos elevados
38volumes excedentes no processamento do queijo e pela alta demanda bioquímica de
39oxigênio dada pela presença principalmente de lactose e proteínas. Segundo Panesar et al.
40(2007) e Chaves et al. (2010), cerca de 90 a 95% do volume do leite usado para a
41fabricação de queijos resultam em soro. Além do volume produzido, o soro de leite também
42é considerado um efluente residual que pode acarretar graves problemas ambientais
43associados ao seu alto teor de matéria orgânica (BIEGER e RINALDI, 2009). Sendo assim o
44soro de leite apresenta características favoráveis para uso em processos fermentativos, pois
45retém 55% dos nutrientes do leite. Destes os mais abundantes são lactose – 45 a 50g/L,
46proteínas solúveis – 6 a 8g/L, lipídios – 4 a 5g/L e sais minerais – 8 a 10% extrato seco
47(KOSSEVA et al., 2009). Entre os vários constituintes do soro a lactose (em concentrações
48de 5-6% peso/volume) é o principal responsável pela alta demanda bioquímica,
49apresentando potencial como substrato para uma variedade de microrganismos tais como
50Candida pseudotropicalis, Kluyveromyces marxianus, Kluyveromyces lactis e outros
51(GHALY; KAMAL, 2004). Por ser uma fonte de carboidratos e minerais com grande potencial
52para a produção de diferentes bioprodutos através de meios biotecnológicos o soro de
53queijo tem sido explorado como meio de cultivo para diversos-microrganismos, visando a
54obtenção de produtos biotecnológicos como etanol (DRAGONE et al., 2011; KOUSHKI;
55JAFARI; AZIZI, 2011), biopolimero poli (3- hidroxibutirano) (NIKEL et al., 2005),
56biossurfactantes (RODRIGUES; TEIXEIRA; OLIVEIRA, 2006), goma xantana (SILVA et al.,
572009), acido lático (GHASEMI et al., 2009), acido cítrico (EL-SAMRAGY et al., 1996), acido
58glucônico (CHATURVEDI; SUBRAMANI; MADAMWAR, 1999), e beta-galactosidade
59(MANERA et al., 2011).Tendo em vista que a produção do bioetanol ocorre pela ação de
60microrganismos através da fermentação alcoólica pela ação de leveduras como
61Saccharomyces cerevisae e Kluyveromyces marxianus, a proposta deste trabalho foi
62estudar a influência da agitação, durante a produção do bioetanol a partir do soro de leite.
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64Material e Métodos
65A matéria prima utilizada no presente trabalho foi o soro de leite resultante da fabricação de
66queijo “Tipo coalho” cedido pelo setor de Agroindústria do Instituto Federal de Sergipe (IFS –
67Campus São Cristóvão). Após obtenção, o soro de leite foi aquecido e filtrado. O
68microrganismo utilizado no presente trabalho foi Kluyveromyces marxianus ATCC 46537,
69proveniente da Coleção de Culturas Tropicais da Fundação André Tosello de Campinas
70(SP), na forma liofilizada. O inóculo inicial foi realizado em frascos de erlenmeyer de 250
71mL, contendo 100 mL do meio de cultivo YM composto por: glicose (1,0 g/L); extrato de
72levedura (3,0g/ L); extrato de malte (3,0g/ L); peptona (5,0g/l). Sendo a levedura inoculada a
73partir de 2 mL da cultura estoque, em seguida estes frascos foram incubado a 35ºC por 48
74horas. A fermentação consistiu em adicionar 20% do inoculo padronizado no meio de cultivo
75acrescido de sacarose (60g/L). As fermentações foram conduzidas em incubador rotativo
76com agitação de 150rpm, e sem agitação, ambos com pH inicial de 5,8, com a temperatura
77mantida a 35°C. O tempo de acompanhamento das fermentações foi de 48h, neste período
78foram retiradas amostras para determinação do pH, acidez e etanol. A determinação do pH,
79acidez ºDornic e etanol foram realizadas segundo o Instituto Adolfo Lutz (2008).
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82Resultados e Discussão
83O comportamento obtido durante a fermentação alcoólica para o valor de pH, acidez °D e
84etanol, das duas fermentações, encontram-se apresentadas nas figuras 1 e 2 e 3,
85respectivamente. Na Figura 1 observa-se que durante o processo fermentativo alcoólico
86todos os experimentos apresentaram comportamentos semelhantes para os valores de pH,
87verificando-se a redução continua dos mesmos até o tempo de aproximadamente 24 h de
88fermentação. Devido ao termino da fase exponencial, aproximadamente 24h, o experimento
89com agitação apresentou menor intensidade de redução do pH fato não observado no
90experimento sem agitação o qual apresentou redução acentuada após esta fase.

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92 Figura 1 Comportamento do pH do meio fermentativo alcoólico
93Com 48 h de fermentação, o pH, quantificado nos dois experimentos, apresentava valores
94entre 4,08 e 4,27. Valores similares aos encontrados por BATCH et al. (2014) ao estudarem
95a influência de algumas variáveis: agitação, temperatura, concentração de enzima e glicose,
96durante a produção de bioetanol a partir do soro de leite e utilizando a levedura
97Saccharomyces cerevisae, estes observaram que após 59 horas de fermentação, o pH dos
98experimentos encontravam-se entre 3,28 e 4,63 e que o ensaio submetido a maior
99temperatura (36°C), que não sofreu agitação, acrescido de glicose (45g/L) apresentou-se
100mais ácido que os demais.

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102 Figura 2 Comportamento da acidez °D do meio fermentativo alcoólico.
103Com 48 h de fermentação, a acidez ºD, quantificada nos dois experimentos, apresentava
104valores entre 40,00 e 46,67 ºD (Figura 2). O experimento sem agitação permaneceu
105apresentando maior acidez (46,67°D) e consequentemente o menor pH (4,08).

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107 Figura 3 Comportamento da produção de etanol do meio fermentativo
108Verificou-se que durante o período que antecede às 24 horas de fermentação, houve
109diferença significativa entre os experimentos conforme mostrado nas Figuras 1 e 2. Estas
110diferenças resultaram em teores alcoólicos diferenciados, onde a fermentação com agitação
111atingiu teor alcoólico de 2°GL no tempo de 4 horas, permanecendo até 28h, enquanto que o
112experimento sem agitação só foi possível observar após 24h de processo. Observa-se
113também que os teores alcoólicos das fermentações são iguais nos intervalos de 24 - 28
114horas e que logo após esse período há o decréscimo destes. Murari et al. (2013) avaliaram
115a produção de etanol a partir da fermentação do soro de leite in natura pela levedura
116Kluyveromyces marxianus 229, e observaram que o microrganismo atingiu seu crescimento
117máximo entre 10 e 12 horas e uma maior produção de etanol (18,70g/L), com 10 horas de
118fermentação. Este valor encontra-se dentro do intervalo de valores da concentração de
119álcool que é de aproximadamente 20g/L (2°GL) para o tempo de 24h em ambos os
120experimentos.
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123Conclusão
124Os resultados obtidos mostraram que para todos os experimentos realizados, houve
125produção de etanol e que a variável agitação teve influência significativa na concentração do
126etanol durante a fase exponencial, após este período ambas apresentaram decreccimo do
127teor alcoólico.
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130Referências Bibliográficas
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204
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206Autor(a) a ser contactado: Joice Correia dos Santos, Instituto Federal de Sergipe, Rodovia
207BR-101, Km 96 Povoado Quissamã - São Cristovão/Sergipe, joice.correia@ifs.edu.br.
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