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DIRETORIA DE ENSINO - REGIÃO SÃO VICENTE

RECUPERAÇÃO PARALELA 2009

SUGESTÃO 1- Atividade conto “Um Apólogo” (Machado de Assis)

APOLÓGO

O apólogo é composto de duas partes, das quais uma pode chamar-se o corpo, a outra a
alma. O corpo é a fábula; a alma é a moralidade. Aristóteles só admite na fábula os
animais; ele excluiu o homem e as plantas. Esta regra é menos de necessidade que de
conveniência, porque nem Esopo, nem Fedro, e nenhum dos fabulistas a cumpriu. Quando à
moralidade, ao contrário, nenhum deles a dispensou. Existem fábulas que colocam como
personagens, objetos, pessoas e plantas.

(Marly Aparecida Garcia Souto, diretora do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Araçatuba,
professora de Português, membro da Academia Araçatubense de Letras).

1ª ETAPA

Peça que os alunos citem nomes de escritores que eles conhecem, ou porque já leram livros
ou porque ouviram falar deles. Ajude-os nesta lembrança, dizendo títulos de obras que você
sabe já terem sido lidas por eles. Vá escrevendo os nomes dos escritores no quadro-negro.
Se não forem citados, não se esqueça de acrescentar à lista importantes nomes como: Ruth
Rocha, Ana Maria Machado, Ricardo Azevedo, Ângela Lago, Eva Furnari, Tatiana Belinky e,
principalmente, Monteiro Lobato. Continue a investigação. Pergunte se eles sabem quem
são os dois famosos escritores brasileiros que estão sendo homenageados em 2008. Dê as
dicas: um é mineiro e nasceu em 1908. É conhecido internacionalmente pela obra Grande
Sertão: Veredas. O outro é carioca e morreu em 1908. É mais conhecido pelo livro Dom
Casmurro, em que conta a polêmica história de amor entre Capitu e Bentinho. Mostre
imagens do escritor Guimarães Rosa (1908-1967), nascido em Cordisburgo, a 124
quilômetros de Belo Horizonte, e de Machado de Assis (1839-1908), nascido no Rio de
Janeiro. Observe as informações que a garotada já tem para equilibrá-las com os novos
conhecimentos. Em seguida, conte que a turma conhecerá o principal escritor brasileiro,
Machado de Assis, a vida e as obras dele e a época em que viveu.

2ª ETAPA

O ambiente retratado nas obras de Machado de Assis está muito distante da realidade dos
estudantes. Para aproximá-los daquele tempo, transforme a sala de aula num espaço
oitocentista. Reúna as obras de Machado e elementos visuais representativos do século 19:
revistas, documentários, filmes, imagens, objetos etc. Crie com a garotada um ambiente
literário. Todos os dias, enquanto durar o projeto, coloque-as no chão sobre um bonito
tecido colorido (uma cortina, uma colcha, uma canga etc.). Também monte um painel. Para
isso, divida a classe em grupos, cada um responsável por pesquisar um tema: o Brasil do
século 19; cenários, pessoas, transporte (carros puxados a burro e bondes com tração
animal) do Rio de Janeiro mostrados em gravuras e pinturas; biografia do escritor e a
relação das obras.

3ª ETAPA

Com a classe familiarizada com a época, é o momento de iniciar a leitura do texto Um


Apólogo. Esclareça, antes, que apólogo é uma narrativa curta e, como a fábula, tem uma
moral. Elas se distinguem pelas personagens: no apólogo são objetos inanimados (plantas,
pedras, rios, relógios, moedas, estátuas etc.) e na fábula, geralmente, são animais. Depois,
abra a caixa de costura e deixe à vista o pedaço de tecido, a agulha, o carretel de linha e o
alfinete. Inicie perguntando para os alunos se eles sabem quem serão as personagens da
história. Depois, de frente para a classe, enfie a linha na agulha. Pegue o tecido, dobre-o ao
meio e vá costurando, juntando as duas partes. Interrompa a costura, espete o alfinete no
tecido e devolva-o à caixa. Em seguida, questione a função da agulha, da linha e do alfinete
na costura de uma roupa. Pergunte também se eles conhecem um sinônimo para o verbo
costurar e se já ouviram a palavra coser. Escreva essas duas palavras no quadro-negro,
explicando que são sinônimas. Em seguida, compare o significado e a escrita de coser e
cozer. Sintetize: o verbo coser é escrito com s e significa costurar; o verbo cozer é escrito
com z e significa cozinhar. Termine essa etapa perguntando aos alunos quem eles
prefeririam ser: a agulha ou a linha na costura de um vestido de baile. Peça que justifiquem
a escolha com bons argumentos. Faça duas colunas no quadro-negro: Prefiro ser agulha
porque / Prefiro ser linha porque. Vá listando os argumentos na coluna correspondente.
Essas atividades preparam a classe para a recepção do texto.

4ª ETAPA

Avise os estudantes que o texto a ser lido é muito antigo. Por esse motivo, algumas
palavras, expressões e costumes não são conhecidos por eles. Dê atenção às palavras e
expressões desconhecidas. Ajude-os a descobrir os significados pelo contexto, sem usar o
dicionário. Um Apólogo conta a discussão entre a agulha e um novelo de linha para saber
quem é mais importante e faz um trabalho melhor, enquanto a costureira (modista) costura
o vestido de baile da dona da casa (ama), uma baronesa. Pergunte que impressão eles têm
de um texto que inicia com “Era uma vez ...”. Será que se trata de um conto de fadas? Se
não for, que outra idéia o leitor faz de um texto que tem tal começo? Encaminhe-os a
pensar que esse início prenuncia uma história em que tudo é possível. Objetos e animais
podem falar e apresentar características humanas. No final do estudo, a classe deve
responder novamente, comparando com o que tinha pensado antes da leitura.
Leia o texto para a classe até o início da argumentação:

“– Mas você é orgulhosa.


– Decerto que sou.
– Mas por quê?”

A partir desse ponto, peça que a turma observe os argumentos da linha e da agulha e como
cada um deles, apesar de válido, é derrubado. Conclua a leitura, releia o texto e explique os
trechos que apresentam alguma dificuldade quanto ao vocabulário.

5ª ETAPA

Inicie a análise do texto. Auxilie os estudantes a perceber os elementos da narrativa. Quem


são os personagens, principais e secundários? Em que lugar a história se desenvolve?
Quanto tempo se passa entre o momento em que a agulha começa a implicar com o novelo
de linha até a finalização da costura do vestido? Por que a agulha e a linha interromperam a
discussão? Quando a discussão recomeça? No texto, quem é, afinal, a mais importante no
trabalho de costurar: a agulha ou a linha? Por quê? Explique a relação entre a vitória da
linha e a moral. Quem é o narrador da história? Ele diz ao leitor que contou essa história a
uma pessoa. Quem é ela? De que época é a história? Peça que os alunos justifiquem as
respostas com elementos do texto.
6ª ETAPA

Ajude os alunos a refletir sobre o que leram. Nos apólogos, os objetos são personificações
de valores e comportamentos humanos. A moral é expressa como conclusão. No texto, o
alfinete é o porta-voz da moral da história. Discuta com a classe essa moral: existem
pessoas que facilitam a vida de outras, ajudando, abrindo caminhos, e, na hora da
conquista, quem recebe os benefícios é aquela que foi ajudada. Pergunte o que pensam
sobre isso. Peça que cada um defenda sua opinião garantindo um espaço democrático, em
que todos tenham vez para expor seu ponto de vista.

7ª ETAPA

O texto Um apólogo permite uma reflexão sobre os papéis de cada um em uma situação de
trabalho. Questione a classe. Quando o trabalho é em equipe, um é melhor do que o outro?
Qual é o papel de cada um no esporte de grupo, no teatro, na dança?

8ª ETAPA

Trabalhe os conceitos de arrogância e o de humilhação. Peça que a garotada observe no


texto a arrogância da agulha e depois a humilhação pela qual teve de passar, retornando à
caixinha. Solicite outros exemplos de arrogância e humilhação.
9ª ETAPA

O texto tem pontuação riquíssima. Examine com a classe essa pontuação dedicando atenção
às reticências.

Avaliação
Como o objetivo é a formação do leitor literário, são a compreensão e a visão crítica do
texto que devem ser avaliadas. Para isso, apresentamos algumas sugestões de atividades:

• Leitura dramatizada do texto, em que um aluno é o narrador e outros três fazem a fala da
agulha, da linha e do alfinete.
• Dramatização da cena da costureira ajudando a baronesa a vestir-se e fazendo os últimos
acertos no vestido, antes de ela sair para o baile. Nesse momento, a costureira tem a
agulha espetada na parte de cima de sua vestimenta.
• Transformar o texto em peça de teatro (desde que antes eles tenham contato com textos
do gênero).
• Fazer um debate sobre a moral de “Um Apólogo”.
• Contar a história sem ler, para um público que não seja formado pelos colegas.
• Escrever um apólogo.
Um Apólogo

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:


- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale
alguma cousa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável?
Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha . Agulha não tem cabeça. Que
lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e
deixe a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose,
senão eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e
muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem
atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,
ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás
dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha
na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que
era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana –
para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta
costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles,
furando abaixo e acima...
A linha não respondia nada ; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por
ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo
silencio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no
outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava
a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o
vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando,
abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do
vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto
você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos,
diga lá.
- Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.
- Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça:
- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

(Machado de Assis)

SUGESTÃO 2 - Produção textual:

1. Observe e leia com atenção a propaganda abaixo;


2. Escreva individualmente a sua interpretação, uma síntese das ideias contidas na
propaganda;
3. Apresente ao grupo seu texto;
4. Discuta com o grupo as possibilidades de interpretação surgidas. Relacione-as com o
texto “Um Apólogo”;
5. Elabore, a partir das ideias discutidas, um texto dissertativo. NÃO ESQUEÇA DO
TÍTULO!
OFICINA PEDAGÓGICA – Língua Portuguesa PCOPs João e Patrick

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