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Ética traduz a ideia de um comportamento ideal.

Aqui interessa a ética


voltada para a denominada deontologia jurídica, que é uma das teorias
normativas segundo as quais as escolhas são moralmente necessárias,
proibidas ou permitidas.

A deontologia se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta inerentes


a determinada profissão. No caso da carreira jurídica, a atuação profissional do
advogado está sujeita ao Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do
Brasil (L. 8.906/1994), que, ainda que leve o nome de “estatuto” tem status de
lei ordinária.

Etimologicamente, a denominação advogado deriva do latim advocatus, que


significa basicamente “interceder a favor de”. Assim, advogado é o profissional
do direito que tem por escopo interceder em favor de alguém a fim de garantir a
defesa de seus direitos.

Tem-se como princípios reitores da atividade advocatícia:

 Indispensabilidade: o art. 133, CF, determina o advogado como


personagem indispensável à administração da justiça;
 Inviolabilidade: o art. 133, CF, garante a inviolabilidade do advogado por
seus atos e manifestações no exercício da profissão;
 Função social
 Independência: ainda que o advogada preste um “serviço público”, isso
não o vincula ao Estado (lato sensu).

De acordo com o art. 1º, EAOAB, consideram-se atividades privativas de


advocacia:

 Postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados


especiais;
 Atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas;
 Visar atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas.

A – Postulação em Juízo
A postulação em juízo trata-se do ato de pedir o exigir a prestação jurisdicional
do Estado, de forma que apenas o advogado pode representar alguém em
juízo, não cabendo a postulação direta das partes.Entende-se como órgão do
Poder Judiciário os órgãos enunciados no art. 92, CF.

Há, contudo, algumas exceções a seguir:

 Postulação perante os juizados especiais


o Nos JECíveis, no âmbito estadual, nas causas até vinte salários
mínimos, é desnecessária a assistência de advogado na 1ª
instância.
o Nos JECíveiss, no âmbito federal, até sessenta salários mínimo,
não é necessária a presença do advogada somente na 1ª
instâncias.
o Nos Juizados especiais criminais, a presença do advogado é
obrigatória. (ADIn 3.168).
 Impetração de habeas corpus
o Qualquer um pode ajuizar habeas corpus, sem a necessidade de
intervenção de advogado.
 Postulação perante a Justiça do Trabalho
o Art. 791, CLT.
o Somente 1ª instância e 2ª instância.
 Postulação perante a Justiça de Paz
o A Justiça de Paz não integra a função jurisdicional do Estado
o Incumbência principal é celebrar casamentos.
 Propositura de ação de alimentos
o Art. 2º, Lei 5.478/68.
o O credor pode dirigir-se pessoalmente ao juiz competente.
 Revisão criminal e medidas protetivas da Lei Maria da Penha
o Revisão criminal se equipara a ação rescisória, com o fim de
reestabelecer a dignidade do indevidamente condenado. (Art. 621
CPP).
o Medidas protetivas: art. 19, Lei 11.340/2006. A própria ofendida
pode pleitear.
B – Assessoria e Consultoria

Serviço prestado num tipo de atividade que pode ser definida como advocacia
preventiva, objetivando prevenir futuros litígios.

O bacharel em direito não pode prestar sozinho qualquer tipo de atividade


privativa da advocacia, sob pena de responder disciplinarmente ou até
criminalmente por exercício ilegal da profissão.

C – Vistos em atos e contratos

Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas somente serão admitidos


a registro se visados por advogados. Em se tratando de microempresas e
empresas de pequeno porte, ficará dispensada a obrigatoriedade de os atos
constitutivos serem visados por advogados.

É terminantemente proibida a divulgação da advocacia vinculada a quaisquer


outras atividades, ainda que sem fins lucrativos (art. 1º, §3º, EAOAB).

O advogado é inviolável por seus atos e manifestações no exercício da


profissão (art. 2º, §3º), possuindo uma imunidade penal.

Exercem a advocacia e, portanto, sujeitam-se ao EAOAB, além dos


advogados, os integrantes da (art. 3º, §1º):

 Advocacia Geral da União.


 Procuradoria da Fazenda Nacional.
 Defensoria Pública.
 Procuradorias e Consultorias Jurídicas.

A aprovação em concurso público de provas e de provas e títulos para cargo


de advogado público não elimina a necessidade de aprovação em exame de
ordem.

O estrangeiro profissional em direito somente poderá prestar tais serviços no


Brasil após autorizado pela Ordem dos Advogados do Brasil. A única atividade
que poderá ser desenvolvida pelo advogado estrangeiro é a prática de
consultoria no direito estrangeiro correspondente

A advocacia pro bono é a prestação gratuita e voluntária de serviços jurídicos


em favor de instituições sócias sem fins econômicos e aos seus assistidos. Não
pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar
instituições.

São critérios para a admissão como advogado junto à OAB (art. 8º, EAOAB):

 Capacidade civil
o Através de prova documental
 Graduação em Direito
o Conclusão em curso de ciências jurídicas;
o Certidão de colação de grau ou diploma.
 Quitação eleitoral e militar
o Parte da doutrina diz que não cabe à OAB fiscalizar a quitação
militar.
o Quanto à regularidade eleitoral, um advogado deve, de fato,
poder participar da vida política e social do país.
o É exigido somente do advogado brasileiro.
 Aprovação em Exame de Ordem
 Não exercer atividade incompatível com a advocacia
o Regulamentado pelo art. 28, EAOAB.
 Idoneidade moral
o A idoneidade é presumida.
 Prestar compromisso
o Juramento perante o Conselho.

A inscrição deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende


estabelecer seu domicílio profissional. A inscrição principal proporciona o livre
exercício de suas atividades no território do Conselho Seccional. Poderá
advogar nos demais estados de forma limitada (5 causas por ano). Se exceder
esse número, deverá fazer a inscrição suplementar, sob pena de responder por
exercício ilegal da profissão.

A inscrição pode ser cancelada nas seguintes hipóteses (art. 11 EAOAB):

 Requerimento;
o Ato de vontade própria que independe de qualquer justificação,
não admitindo indeferimento.
o Ato personalíssimo, não podendo ser realizado por procurador.
 Penalidade de exclusão;
o Após regular processo disciplinas, caso o infrator incorra em uma
das hipóteses legais (art. 34, XXVI e XXVIII, EAOAB).
o Somente após o trânsito em julgado da decisão.
 Falecimento;
 Exercício de atividade incompatível com a advocacia;
o Enumeradas no art. 28, EAOAB.
 Perda de requisitos necessários para a inscrição.
 Suspensão por inadimplência
o Advogado três vezes suspenso por inadimplemento de anuidades
distintas.

O licenciamento do advogado (art. 12, EAOAB) é a autorização para que se


afaste do exercício profissional por um período de tempo determinado,
isentando-o de suas obrigações, dentre elas o pagamento de anuidade. Ocorre
nas seguintes hipóteses:

 Requerimento por motivo justificado


o Se não aceito, pode ser pedido o cancelamento.
 Exercício temporário de atividade incompatível com a advocacia
o Cessada a incompatibilidade, a inscrição retornará ao status quo
ante.
 Doença mental considerada curável.
o Atestada por laudo médico.
o Considerada incurável, afetará sua capacidade civil, considerada
requisito necessário à inscrição.

Estagiário é o aprendiz, tanto o estudante de direito quanto o bacharel em


direito. O estágio profissional confere ao estagiário a indispensável
aprendizagem prático-profissional. São requisitos para a inscrição como
estagiário (art. 9º, EAOAB):

 Preencher os requisitos do art. 8º, com exceção do inciso II.


 Ser admitido em estágio profissional de advocacia.

O estágio tem duração de dois anos e a admissão se dá nos últimos anos do


curso jurídico (assim entendidos o quarto e quinto anos). Nem todo escritório
de advocacia estará apto a receber estagiários, sendo necessário que
preencha os requisitos do Conselho Seccional.

A inscrição deve ser feita no território de seu curso jurídico.

O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em direito que queira
se inscrever na Ordem.

Os alunos de cursos jurídicos que exerçam atividade incompatível com a


advocacia não serão admitidos como estagiários de direito pela OAB.

Os atos praticados pelos estagiários deverão ser supervisionados e elaborados


em conjunto com um advogado. Assim, a atuação do estagiário pressupõe
como regra a atuação principal de um advogado. A realização de atos
isoladamente pelo estagiário configura exercício ilegal da profissão e infração
ética.

Mandato é uma espécie de contrato consensual, pessoal e, via de regra,


gratuito. O mandante outorga poderes ao mandatário para que este o
represente em juízo.
A prova desse pacto é a procuração, comumente denominada como
instrumento de mandato, que pode ser instrumento público ou particular, não
havendo exigência do reconhecimento de firma.

 Procuração ad juditia (para o foro em geral)


o Habilita o advogado a postular judicialmente em nome do cliente.
 Procuração com poderes especiais
o Garante ao profissional-mandatário a prática de atos que exigem
a outorga de poderes específicos (art. 105, CPC/15)
 Procuração apud acta
o Procuração outorgada pelo cliente ao advogado nos próprios
autos da demanda judicial.
o Apenas para a prática de atos judiciais.

É possível a postulação momentânea sem a procuração apenas em caso de


urgência, quando o advogado deverá apresenta-la no prazo de 15 dias. Caso
contrário, a apresentação se dá na postulação.

Há quatro formas de extinção do mandato:

 Renúncia
o Ato de vontade do próprio advogado.
o O advogado dele procede à comunicação ao cliente, por algum
instrumento hábil à comprovação de que o mandante foi
cientificado.
 Ato seguinte, deve o advogado proceder à comunicação do
juízo.
o A partir da comunicação, é dever do advogado representar o
mandante pelo prazo de dez dias, salvo se for substituído antes
do término do prazo.
 Revogação
o Ato de vontade do cliente.
o Analogamente à renúncia, deve o cliente proceder à notificação.
 Substabelecimento sem reserva de poderes
o Pelo substabelecimento, o advogado transfere a outro os poderes
que lhe foram outorgados.
o O substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e
inequívoco conhecimento pelo cliente.
 Conclusão da causa

O mero decurso do tempo não é capaz de extinguir o mandato. Enquanto


existir confiança recíproca, a procuração inicialmente outorgada será válida.

Caso sobrevenha à outorga conflito de interesses, caberá ao advogado optar


por um dos mandatos, renunciando aos outros.

São características fundamentais da advocacia a independência e a


inviolabilidade. Para que se transformem em realidade prática, o Estatuto
relaciona no art. 7º, EAOAB, as prerrogativas profissionais, garantias deferidas
para o bom desempenho das atividades advocatícias.

 Liberdade no exercício da profissão: o advogado pode exercer


livremente sua atividade em território nacional, mas há a necessidade de
inscrição.
 Inviolabilidade do escritório de advocacia: garante o sigilo profissional.
o Violação somente mediante ordem judicial visando apurar
infrações penais praticadas pelo advogado, resguardando-se
documentos/informações que possam prejudicar seus clientes.
o Necessidade de acompanhamento por representante da OAB.
o Requisitos:
 Indícios de autoria e materialidade de infração por parte do
advogado.
 Medida motivada e decretada pela autoridade competente.
 Mandado específico e pormenorizado.
 Vedada a utilização de documentos pertencentes a clientes
do advogado.
 Comunicação reservada com o cliente
o Ainda que os clientes estejam presos ou recolhidos, o advogado
terá o direito de entrevistar-se reservadamente com eles.
o Trata-se da materialização do direito de ampla defesa.
 Prisão em flagrante do advogado no exercício da advocacia
o Somente caberá prisão em flagrante de crime inafiançável.
o Exige-se a presença de um representante da OAB.
 Prisão antes do trânsito em julgado
o Em caso de prisões cautelares, o advogado terá o direito de
permanecer recolhido em Sala de Estado-Maior, ou, à falta dela,
em prisão domiciliar.
o Não se confunde com a prisão especial.
 Liberdade de acesso
o Direito de ingressas livremente nos locais expressos nos incisos.
 Sustentação oral
o STF declarou inconstitucional o em “qualquer recurso ou
processo”.
o Somente em recursos cuja a lei admita.
 Uso da expressão “pela ordem”
o Para o esclarecimento de circunstâncias equivocadas ou em
dúvida.
 Reclamação verbal ou escrita
 Permanência
o Não se pode compeli o profissional dessa ou daquela forma em
audiência.
 Análise de autos
o É direito do advogado examinar autos de processos findos ou em
andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam
sujeitos a sigilo.
o No caso de processos sigilosos, necessária a apresentação de
procuração.
 Desagravo público
o Sempre que o advogado for ofendido em razão de suas
atividades profissionais, será desagravado publicamente pelo
Conselho Seccional.
 Uso de símbolos privativos: só os advogados podem utilizar os símbolos
privativos da profissão.
 Recusa em depor como testemunha
o Garante a permanência e manutenção do sigilo profissional, que
não poderá ser rompido pelo advogado.
 Direito de retirada do recinto de audiência
o Decorrido 30 minutos do horário designado à realização do ato
judicial, poderá o advogado abandonar o recinto, mediante
petição.
o O atraso de pauta não justifica o exercício do direito de retirada.
 Imunidade profissional
o O advogado é inviolável por seus atos e manifestações.
o Trata-se de prerrogativa que materializa a liberdade de expressão
no exercício profissional.
o Imunidade no que toca aos crimes de injúria e difamação.
o Não cabe para o desacato, nem para a calúnia.
 Salas especiais: o Judiciário e o Executivo devem instalar salas
especiais para os advogados.
 Atuação em investigação de infrações
o Nas fases extrajudiciais de apuração de infrações, confere-se o
direito de assistência jurídica por profissional legalmente
habilitado.
o Não é obrigatória. Apenas se o investigado quiser.

O art. 7º-A, EAOAB, traz os direitos das advogadas em situações específicas,


quais sejam, gestante, lactante, adotante ou que tiver dado à luz.

 Gestante
o Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais.
o Reserva de vaga em garagens.
 Lactante, adotante ou que der à luz
o Acesso a creche ou a local adequado ao atendimento das
necessidades do bebê.
 Gestante, lactante, adotante ou que der à luz
o Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências.
 Adotante ou que der à luz
o Suspensão dos prazos quando for a única patrona da causa.

Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto


perdurar o estado. Os direitos assegurados nos incisos II e III à adotante ou
que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no CLT (120 dias),
enquanto o assegurado no inciso IV, pelo prazo fixado no art. 313, §6º, CPC,
30 dias.

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