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“VER O CONHECIMENTO DE DENTRO DE

UMA FÁBRICA QUÍMICA”

Monografia de conclusão do curso


“GESTÃO EMPRESARIAL E
TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA
QUÍMICA” GETIQ-2006 -
coordenação da Escola de Química da
UFRJ

Marcelo Alves dos Reis

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VER O CONHECIMENTO DE DENTRO DE
UMA FÁBRICA QUÍMICA”

Marcelo Alves dos Reis

Agradecimento:

Dedico Agradecimentos a todo o grupo de pessoas com as quais


convivi ao longo da edição do GETIQ 2006, e também dedico
agradecimento especial aquelas pessoas que amo e que convivem
comigo no lar em harmonia proporcionando tranqüilidade e maior
dedicação para concluir a esse trabalho.
Das pessoas que compõem a ABIQUIM e que ajudaram a construir
o GETIQ 2006, minhas principais lembranças são: a professora
Adelaide, o professor Dutra, o prof. Domenico, a professora Marta,
e a prof. Regina, como representantes de todos os demais.
Aos meus familiares, especial agradecimento a minha esposa
Andrea, e meus filhos Sara e Samuel, que me deram muita alegria
e bom humor para me esforçar e conseguir reunir tudo de
aprendizado e discernimento sobre o programa que é oferecido
pelo GETIQ. E agradeço a Deus por mais esta oportunidade.
Obrigado aos leitores.

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ÍNDICE
CAP 1 - INTRODUÇÃO 4
1.1 EXPLICAÇÃO DO MUNDO DAS EMPRESAS 8

CAP 2 - A FÁBRICA QUÍMICA NO MUNDO


2.1 A química como ciência 12
2.2 A indústria Química no mundo das empresas comerciais 14
2.3 A indústria química no Brasil 17
2.4 A indústria e a virada do século 22

CAP 3 - ECONOMIA DE EMPRESAS, INVESTIMENTO E LUCRO


3.1 O nascimento da economia 28
3.2 O Mercantilismo 31
3.3 A Economia Moderna e o Capitalismo 34
3.4 A Economia Clássica 34
3.5 A Economia do 3o Milênio 39
3.5 Análise de Investimento e Estratégia Competitiva 40
3.6 Uma fábrica fictícia de ácido sulfúrico 44

CAP 4 - PERCEPÇÃO PERSISTÊNCIA E RELACIONAMENTO HUMANO


4.1 Visão de si próprio e inteligência Emocional e Comunicação 47
4.2 O processo de Comunicação 51
4.3 Hemerotecas 55
4.4 Paradigmas 56
4.5 Conhecer a Cultura para ver o Conhecimento 58

CAP 5 - CULTURA ORGANIZACIONAL E CULTURA BRASILEIRA


5.1 Estilos Administrativos e Culturas Nacionais 59
5.2 Cultura e Organizações no Brasil 61
* os sub-itens abaixo tratam de expressões de linguagem popular
5.3 As raizes Lusitanas 62
5.4 Santo de casa Não faz Milagres 63
5.5 A roupa Surrada do Pai 63
5.6 Ensaio sobre a torcida Gaviões da Fiel 63
5.7 A Cultura Brasileira relevada no Barracão de uma Escola de Samba 64
5.8 O Estilo Brasileiro de administrar 65

CAP 6 - GESTÃO DO CONHECIMENTO, INOVAÇÃO E SUCESSO EMPRESARIAL


6.1 A sociedade e a Ciência da Gestão Empresarial 68
6.2 Qualidade nas Ações 72
6.3 Visão do Conhecimento 76
CAP 7 - RELATO DE CASO E ESTÓRIAS DE APLICÇAÃO DO COMHECIMENTO
7.1 A pureza do Nitrogênio
6.2 Qualidade nas Ações
6.3 Visão do Conhecimento
BIBLIOGRAFIA 86

CAP. 1 - INTRODUÇÃO

“Ver o Conhecimento de Uma fábrica química” descreve como desvendar a


relação entre todas coisas materiais e de comportamentos humanos, e a
Ciência que esta envolvida no ambiente de uma fábrica química. Apresenta
todo o contexto que envolve a fabricação e a comercialização de produtos

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químicos no mundo, desde as origens. E se baseia na experiência vivida dentro
de uma fábrica considerada como de classe mundial de funcionamento, e
portanto representante legítimo desse universo no mundo atual. A Definição
de classe mundial de empresa considera: (y) a característica do nível de
padronização e velocidade nas atividades internas dos processos de trabalho,
e (x) a característica de interação com o meio externo em que esta inserida, e
a competitividade, a partir dos riscos que assume com o mercado, sendo a
classe mundial o conjunto das melhores práticas dentro das duas vertentes,
excelência nos processos internos e competitividade. O mundo empresarial
vem aprendendo e se desenvolvendo e com os conceitos e com os padrões
que vão sendo criados para funcionamento e o controle das empresas, que
acima de tudo tem que estar alinhadas com os movimentos e o
desenvolvimento da economia. As empresas precisam buscar serem empresas
de classe mundial. E um dos principais alicerces que sustentam se manter
como classe mundial é dominar o Conhecimento.
O conhecimento é aquele ato ou efeito de conhecer, de saber a informação ou
possuir as habilidades verdadeiras para se desempenhar uma performance
numa determinada atividade. O conhecimento significa tanto as habilidades
do cientista, do músico ou do jogador de futebol, e até mesmo a habilidade
dos políticos caracterizam como um tipo de conhecimento. O conhecimento
ainda pode ser dividido entre: (a) aquele conhecimento que é desvendado,
público, que esta disponível no mundo na forma de imagens tipo figuras,
textos e palavras, ou técnicas e táticas, na Internet, nos livros, na biblioteca,
etc., e (b) o outro tipo de conhecimento que não conseguimos medir, e que é
chamado de conhecimento tácito, ou intangível, e é aquele que esta
assimilado dentro das pessoas ou grupo de pessoas, e aparece na velocidade
de fazer as coisas certas, com menor custo e maior satisfação pelo resultado,
e estar preparado para os possíveis desdobramentos de acontecimento que
devem ser evitados. O conhecimento principalmente esta baseado na cultura
dos povos ou organizações, e no talento que as pessoas são dotadas.

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Pensar o que ninguém ainda pensou ou tentar fazer o que ninguém ainda fez e
realmente atingir o sucesso é o que buscam todo o mundo empresarial. A
pergunta é como incorporar esse conhecimento as pessoas que estão na
organização ou como encontrar as pessoas que tem esse conhecimento e
contratá-las. E isso se tornou uma das últimas ondas na evolução e
aperfeiçoamento de padrões do mundo empresarial. A busca das empresas
passou a ser obter o sucesso e a sustentabilidade do negócio, e é preciso
dispor das pessoas e das informações certas, as que levam ao objetivo de
forma mais rápida, maior eficiência e menos custo, e com sustentabilidade
almejada e para isso é preciso incorporar a tão falada TI (Tecnologia da
Informação) que é uma das bases do conhecimento, e fazer a tão famosa
“Gestão do Conhecimento”. A existência de sistemas organizados e ágeis
para gerir a informação, ou seja a existência de TI nas empresas é condição
pré requerida para estar no nível de classe mundial
O conhecimento também não é algo assim tão difícil de ser explicado. Existem
sinônimos e tradução na literatura:
Uma frase perfeita que sintetiza a disciplina do conhecimento inserida no
mundo empresarial é:
“A informação deriva dos dados assim como o conhecimento deriva da
informação, só que para conjugar tudo isso e fazer com velocidade, são as
pessoas os mentores do processo”
Vale lembrar que todo esse conhecimento que esta sendo abordado
proporciona ao homem não só o tipo de enriquecimento financeiro perseguido
pela economia e o mais conhecido, mas existem outros tipos de
enriquecimento, como o enriquecimento espiritual, e ou a obtenção de poder
ou fama. Pois a busca do conhecimento por si só já proporciona muita
satisfação a quem o persegue e encontra . As dificuldade que precisam ser
superadas são para encontrar a receita e o roteiro de como sair em busca do
conhecimento, e mais especificamente ainda que tipo de conhecimento buscar

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e com que propósito, e quais os canais mais rápidos que alcançam o
conhecimento.
O conhecimento científico se busca com esforço de pesquisa e dedicação a
leitura, e muitos exercícios teóricos de casos precisam ser praticados, dessa
forma vai se adquirindo o conhecimento tácito, conquistado com o
amadurecimento, e a evolução da cultura própria e da cultura organizacional.
A cultura própria das pessoas será revelada no “talento” individual de cada
um. A habilidade e especificidade das funções dentro da organização também
precisam ser de classe mundial. E então dominar a cultura organizacional
também passa a ser um dos principais alicerces no processo de fazer gestão
do conhecimento e buscar o sucesso, para perpetuar a organização sólida e
rentável.
Uma fábrica química qualquer que seja no mundo de hoje antes de qualquer
outra deve ser vista como uma empresa ou entidade jurídica com número de
CGC e inscrição estadual. Certamente que atrelado a empresa existirá um
conjunto de produtos e processos, um grupo de colaboradores, acionistas, os
clientes, a legislação, o Governo e a tributação, etc.
Se for olhar apenas pensando em química, já que se trata de uma fábrica
química, o conjunto de conhecimento que envolve a empresa poderia ser
descrito como as tecnologias que estão envolvidas, os ingredientes que utiliza
e os produtos que fornece ao mercado e todo o contexto das ciências
químicas, físicas, mecânicas, matemáticas, e disciplinas acadêmicas
relacionadas.
O objetivo desta obra foi construir uma visão e mostrar os caminhos de
conhecimento englobando desde todo o contexto mundial em que estão
inseridas as fábricas químicas e depois imergindo na empresa para entender
como ocorre o relacionamento e o aprendizado entre as pessoas no interior da
organização, e como se propaga e é guardado o conhecimento
Ver o conhecimento foi a tradução encontrada para representar a técnica e a
tática que foram base deste trabalho:

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“Buscar Conformidade em tudo que se faz”
É claro que muitas vezes a emoção ou a razão prevalecem nas atitudes das
pessoas que concluir os assuntos abreviam a tal busca da Conformidade. E
mesmo para fazer isso com eficácia deve-se ter de fato boa parcela de
conhecimento nos assuntos e desdobramentos dos possíveis acontecimentos.
E por outro lado nas coisas em que o contexto realmente credita muito valor,
a busca da Conformidade atingirá os limites do conhecimento. Um bom
exemplo disso são os processos jurídicos de alto impacto na vida da sociedade
que ocupam dias nos noticiários e uma grande quantidade de recursos. Todo
esse gasto se justifica pela busca da Conformidade, ou mais apropriadamente
no caso a busca da verdade e da justiça durante a execução do processo. Para
os processos de pouco ou nenhum impacto na sociedade, ficam a mercê da
burocracia do poder Judiciário, e sequer se houve notícia.
O primeiro capítulo de “Ver o Conhecimento” de uma fábrica química aborda
como foi desenvolvida a existência das fábricas químicas no mundo, e como o
Brasil entrou nessa história. E como esta sendo enxergado o futuro.
Completa-se o contexto da fábrica química como empresa no Brasil com uma
abordagem ampla sobre história e economia e depois com a abordagem de
como é visto o povo e a cultura brasileira, e o relacionamento dentro da
organização.
Uma característica na economia do mundo globalizado de hoje é que dentro do
sistema capitalista acontecem os ciclos de crescimento seguido de ciclos de
recessão, e essa constante aparece em menor escala nas próprias oscilações
de preços dos produtos. As leis da oferta e procura é que regem a economia,
mas as empresas aprendem a se adaptar ao ambiente. As empresas
inovadoras conseguem se adaptar aos ciclos de preço dos produtos desde o
seu lançamento e durante toda a vida útil. O ciclo de vida de um produto
geralmente passa por um primeiro bum de preço enquanto o produto é uma
exclusividade no período que se segue ao lançamento dos produto, depois por
um período de corrida dos concorrente para oferecer o produtos semelhantes

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com menores preços e conquistar novos mercados, e como conseqüências
ocorrem as reduções do preço e também uma ampliação em escala no
mercado, proporcionando bons lucros de investimento por longo período.
Também pode ocorrer uma tendência do produto virar comódite e continuar ou
deixar de fazer parte do portfólio e interesses da empresa, talvez sendo cedido
a outra empresa parceira, e assim sucessivamente.

1.1 EXPLICAÇÃO DO MUNDO DAS EMPRESAS


No decorrer de toda a história do Mercantilismo e surgimento da burguesia
crescendo e enriquecendo e se impondo sobre a nobreza nasceram as
empresas transformadoras e comercializadoras (11). E tanto uma como outra
tiveram origem em estruturas familiares ou patriarcais onde o dono do capital
também era o próprio gestor do negócio
Alinhadas com o desenvolvimento da economia, as empresas foram
abandonando a estrutura familiar e migrando para as Sociedades Anônimas,
onde o dono do capital não era mais uma única pessoa e nem sequer um
grupo específico de pessoas da mesma família ou amigos sócios, e assim o
capital acionário das empresas passa a pertencer a um grupo multi-composto
de origens e nacionalidade desconhecidas, os quais se importam apenas em
receber os dividendos do negócio ou a valorização das ações. E por outro lado
são os gestores profissionais diretores, superintendentes e gerentes que tem
que trabalhar e articular com os conselhos deliberativos para promover o
crescimento da empresa, a geração de lucros e dividendos e principalmente e
se manter em seus cargos.
Isso significa “a estruturação da sociedade capitalista como mercado de
capitais” . E aí? Quem administra o negócio? São os gestores é claro. Mas
qual o perfil de pessoa ideal para ocupar as posições de gestão? Que saiba
extrair dos seus colaboradores o máximo de produtividade e
comprometimento e faça a empresa atingir sucesso. os acionistas
principalmente também querem ver o crescimento do negócio.

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As empresas também tem que ficar atentas as necessidades da sociedade,
pois é na sociedade onde estão os alicerces da empresa: em primeiro lugar o
mercado, na seqüência deve-se importância para a posição geográfica em
relação aos clientes, as leis predominantes e a imagem perante ao público, os
fornecedores e concorrentes, a tecnologia disponível, as entidades de classe
com que a empresa se relaciona, etc.
Foi também apoiado na mudança de caraterística da empresa familiar para a
empresa profissional que no final do século XX começaram as ondas de
mudanças culturais em busca do modelo ideal de empresa, voltada para os
lucros e crescimento e comprometida com o bem estar da sociedade, como
seus principais alicerces. Foram sendo criadas e aperfeiçoadas Normas
internacionais de Modelo de Gestão, cujo objetivo fundamental era a criação
de valor para a sociedade e a natureza.
No Brasil (16), a partir de 1980 as empresas aperfeiçoaram o controle de
qualidade, abordaram o que se chamou de “REENGENHARIA” do processos
internos, depois passaram a se ocupar para as certificações, a ISO9000, a
ISO14000 que trata de meio ambiente, o Código de Atuação Responsável da
Indústria Química, as normas de BPF - Boas Práticas de Fabricação. Foram e
ainda tem sido vários os períodos de enxugamentos dos quadro de
funcionários para readequação da estrutura, com demissões em larga escala,
as junções de empresas, mesmo no Brasil conhecidas como “joint-venture” . e
para fortalecer ainda mais o capitalismo no mundo cai o muro de Berlim, a
União Soviética se rende ao mundo, e até a China entra em cena, inclusive
causando espanto pelo seu desempenho econômico baseado em mão-de-obra
barata. Enfim, em meio a todas essa turbulências o mundo empresarial
capitalista reconhece o valor do Capital humano, como “algo intangível”. E a
ultima onda que as empresas mergulham para aprender mais e se aperfeiçoar
é a gestão dos recursos intelectuais e é o reconhecimentos das pessoas como
capital intangível

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O contexto agora é que o dono do capital não esta mais na empresa para
dirigir pessoalmente o seu negócio, coordenar o estabelecimento das práticas,
monitorar o desempenho, reter as pessoas chaves que detinham o
conhecimento, motivar as pessoas para quererem progredir e ser detentoras
de conhecimento, serem promovidas e ganhar um salário mais alto, mais
importância, mais responsabilidade e mais segurança ao conquistar a
confiança do patrão., etc.

O patrão não esta mais na empresa. Como fazer para extrair dos seus
colaboradores o máximo de produtividade e comprometimento com a
perpetuação e crescimento do empresa.

É fundamental dispor de um Gestor “profissional” e competente, não mais


aquele que conquistava a confiança do patrão mas podia estar cheio de falhas
e aí comprometia a missão da empresa. Para as posições de Líderes nas
empresas torna-se necessário não mais aqueles que conseguem reter o
conhecimento, e sim aqueles que conseguem ser multiplicador de
conhecimento, multiplicador de motivação, em resumo fazedor de novos
colaboradores ávidos por atingir o máximo de produtividade e crescimento
profissional e com isso promover o crescimento da empresa. Afinal os
colabores de uma empresa precisam fazer parte da torcida da empresa.
A Torcida para o Sucesso e a perpetuação. Desfrutar a glória de ser campeão
todos os anos. Ter sucesso é uma coisa do Bem.
Para completar essa abordagem inicial sobre a gestão de empresas no mundo
atual não se poderia deixar de citar o mais importante guru da administração
e maior autoridade mundial em estratégia competitiva Michael Porter (16). Em
recente estudo mundial realizado pela firma de consultoria “Accenture - U.S.”
(2007), que gerou um ranking internacional dos principais consultores e
pensadores do “management mundial”, Michael Porter foi classificado em
primeiro lugar. Porter é professor da Escola de Negócios de Harvard, onde

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lidera o programa para novos presidentes de empresas que tenham um
faturamento superior a US$ 1 bilhão e também o “Institute for Strategy and
Competitiveness”. É quase que uma lenda viva, seja no meio acadêmico, seja
no meio empresarial.
E no mundo empresarial de uma forma simplificada basta seguir a cartilha de
Michael Porter, que acabou por transformar a administração de empresas
como se fosse um jogo, onde pesam as habilidades técnicas individuais e o
conhecimento profundo do “campo de batalha” que são o mercado e os
competidores.
A cartilha de Michael será apropriadamente abordada dentro do capítulo sobre
economia de empresas. E para iniciar a construção da visão de conhecimento
escolheu-se primeiro entender a existência da fábrica Química, sendo esse o
assunto do próximo capítulo

- CAP 2, A FÁBRICA QUÍMICA NO MUNDO

2.1 A química como ciência

A história da química (5) também tem sua relação com a história do


desenvolvimento do homem e dos povos, e em maior profundidade se

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relaciona com a vida dos grandes e célebres cientistas que marcaram a
história.
No passado, o filósofo grego Aristóteles (5) pensava que as substâncias
estavam formadas por quatro elementos: terra, vento, água e fogo. E então
essa teoria perdurou entre os séculos III a.C. e o século XVI d.C com o
contexto da química dominado pela alquimia. O principal objetivo de
investigação mais conhecido da alquimia era a procura da tal pedra filosofal,
um método hipotético que fosse capaz de transformar os metais em ouro. E
dessa forma de pensar e nas investigações de laboratório se desenvolveram-
se os novos produtos químicos e métodos para a separação de elementos
químicos. Deste modo foram-se assentando os pilares básicos para o
desenvolvimento de uma futura química experimental.

Paralelamente, discorria outra teoria, o atomismo, que postulava que a


matéria estava formada por átomos, partículas indivisíveis que se podiam
considerar a unidade mínima da matéria. Esta teoria, proposta pelo filósofo
grego Demócrito de Abdera não foi popular na cultura ocidental dado o peso
das obras de Aristóteles na Europa. No entanto, tinha seguidores (entre eles
Lucrécio) e a idéia ficou presente até o princípio da Idade Moderna.

A primeira grande obra literária de química foi ser escrita somente em 1661
pelo cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist. E um século
depois a Química já estava sendo explorada como ciência e a partir de então
passa a acompanhar o desenvolvimento da indústria
A química, como é concebida atualmente, começa a desenvolver-se entre os
séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o comportamento e propriedades
dos gases estabelecendo-se técnicas de medição. Pouco a pouco foi-se
desenvolvendo e refinando o conceito de elemento químico como unidade que
não podia ser decomposto em elementos. Também nesta época desenvolveu-
se a teoria do fogismo para explicar os processos de combustão.

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Por volta do século XVIII a química adquire definitivamente as características
de uma ciência experimental. Desenvolvem-se métodos de medição
cuidadosos que permitem um melhor conhecimento de alguns fenômenos,
como o da combustão da matéria, e a descoberta do oxigênio por Antoine
Lavoisier, assentando finalmente os pilares fundamentais da química moderna.
Antoine Lavoisier é considerado o pai da química moderna

Tão cedo se compreenderam os princípios da combustão, outro debate de


grande importância apoderou-se da química: o vitalismo e a distinção
essencial entre a matéria orgânica e inorgânica. Esta teoria assumia que a
matéria orgânica só podia ser produzida pelos seres vivos atribuindo este fato
a uma vis vitalis (força ou energia vital) inerente na própria vida. A base desta
teoria era a dificuldade de obter matéria orgânica a partir de precursores
inorgânicos. Este debate foi revolucionado quando Friedrich Wöhler descobriu
acidentalmente como se podia sintetizar a uréia a partir do cianato de amônio,
em 1828, mostrando que a matéria orgânica podia criar-se de maneira
química. No entanto, ainda hoje se mantém a classificação em química
orgânica e inorgânica, ocupando-se a primeira essencialmente dos compostos
do carbono e a segunda dos compostos dos demais elementos.
Os motores para o desenvolvimento da química orgânica eram, no princípio, a
curiosidade sobre os produtos presentes nos seres vivos (provavelmente com
a esperança de encontrar novos fármacos) e a síntese dos corantes ou
tinturas. A última surgiu depois da descoberta da anilina por Runge e a
primeira síntese de um corante artificial por Perkin.

A tabela Periódica dos elementos químicos


Em 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos químicos
diferentes e tinham determinado sua massa atômica. Notaram que alguns
elementos tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a
cada grupo de elementos parecidos

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Alguns anos mais tarde, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleyev
desenvolveu a tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das
suas massas atômicas. Em pouco tempo Mendeleyev aperfeiçoou a sua tabela
acomodando os elementos em filas horizontais. E dessa forma a tabela
permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as propriedades de elementos
que até então não tinham sido descobertos. A grande semelhança do germânio
com o elemento previsto por Mendeleyev conseguiu finalmente a aceitação
geral deste sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando.

2.2 A Indústria corrigir tdas as inístria Quimica no mundo das empresas


comerciais

Ao se classificar as indústrias quanto a sua idade de existência no mundo tem-


se no grupo das mais jovens a indústria aeronáutica, a indústria de
telecomunicações a indústria automotiva, a indústria de informática como a
mais jovem de todas, e outras. No grupo das mais antigas aparecem a
indústria têxtil, a agropecuária, a indústria bélica, a indústria naval, a indústria
de edificações, etc. E no grupo intermediário aparece entre outras a Indústria
Química, sendo ainda considerada como uma indústria jovem e que teve
apreciável crescimento dos negócios os últimos 100 anos e contando com uma
característica impar por estar presente em praticamente 90% de todos os
segmentos da economia e em quase todos os produtos comercializados no
mundo (4). Pode-se mesmo afirmar que a química esta presente em tudo, na
telecomunicações, na construção civil, na eletrônica, na medicina, etc. E para
explicar essa afirmação basta lembrar de qualquer produto comercializado no
mundo, e pensar na relação com a química: pois esta presente nas cores e nas
fibras que compõem as roupas, nos produtos de limpeza e higiene pessoal,
nos agricultura que utiliza fertilizantes e agrotóxicos, na obtenção do papel ou
plásticos e nas tintas de impressão das embalagens, nas placas dos circuitos

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eletrônicos impressos de cobre e níquel ou ouro, nos utensílios de vidro e
porcelana, nos ships de computador, nos pneus e os outros polímeros de
praticamente todo o interior dos automóveis, no cimento e no aço usados na
construção civil, nos alimentos industrializados com aromatizantes corantes e
conservantes, o ar que respiramos também tem uma composição química
específica e é nocivo se estiver contaminado com outros gases; e aí fica difícil
pensar em alguma coisa que não tenha química

Abordando a história, tem-se registros do século XVII (4) que já mencionavam


o processamento de conchas marinhas para obtenção do calcário que era
utilizado principalmente nas edificações coloniais como igrejas, fortes e casas
de autoridades, mas é somente dois séculos mais tarde, em 1881 que o fluxo
de negócios das indústrias que tinham alguma relação com a ciência química
podia se apresentar como uma classe de atividade econômica específica (1).
Já existia um fluxo de negócios comerciais representado a partir das seguintes
matérias-primas: carvão mineral, rocha fosfórica, Pirita (FeS), Salitre
(NaNO3), sal, melaço de cana e óleos graxos, e que eram empregados para
obtenção dos produtos: benzeno e derivados, corantes, fertilizantes,
clorofôrmio, explosivos, alvejantes, tintas e vernizes, sabões.
E foi em 4 de abril de 1881 que aconteceu na Inglaterra oficialmente o
primeiro encontro da Sociedade de Química Industrial “Society of Chemical
Industry” (SCI), sendo esse Encontro formado por cerca de 60 pessoas e que
tinha como objetivos discutir melhores processos para alcali, a gaseificação de
bebidas, o uso do gás como combustível, os problemas das patentes, e outros.
E 100 anos depois em 1991 a “Society of Chemical Industry” (SCI) celebrou
seu primeiro centenário de existência promovendo uma semana de debates
na Universidade de Cambridge para discutir não somente química e ciência,
mas principalmente para avaliar toda a gama de modificações técnicas e
comerciais que irão influenciar o progresso da indústria química nos próximos
anos.

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Em uma abordagem do presidente da SCI, foi lembrado que a indústria
Química começou a aparecer no início do século IXX para atender a demanda
das outras indústrias que surgiam, principalmente a indústria Têxtil, que
demandava a Soda Caustica para a mercerização das fibras de algodão e os
corantes para tingimento devido a grande demanda de vestuário que ocorria
com a explosão demográfica das cidades. E nos dias de hoje a Química tem a
importância de representar 7% de todo produto mundial bruto GNP, e também
ter participação em mais de 90% de todos os bens comercializados no mundo.
Nos últimos 80 anos o volume de produtos químicos produzidos no mundo
cresceu 100 vezes, atingindo a marca de 700 bilhões de dólares por ano, e um
montante de negócios internacionais na ordem de 100 bilhões de dólares. O
crescimento atingido superou em dez vezes ao crescimento de qualquer outro
segmento da indústria (a indústria de informática não esta nesta comparação)
Do ponto de vista de inovações tecnológicas os períodos mais concentrados
estão associados com a 1a e 2a guerra mundial.
Mas por outro lado as guerras também foram responsáveis pelos picos de
baixos volumes de negócios internacionais, acarretando ociosidade das
plantas, demissões, dificuldades de obter capital de investimento e
reestruturação.

Com relação a distribuição dos negócios entre as nações, a produção de


químicos chegou a ter os Estados Unidos em 1927 responsável por 42% do
total produzido no mundo, e aí alguns fatores como o protecionismo, as
guerras, os problemas de supercapacidades dificultaram os negócios dos
grandes produtores migrando para uma redistribuição dos negócios em 1979
da seguinte maneira:
Estados Unidos(22%), Alemanha(8%)Inglaterra(6%), França(5%), Oeste
Europeu(22%), Outros(26%)
De forma geral sempre critica-se o protecionismo das nações com a tentativa
de propagar a idéia do desenvolvimento livre para as indústrias, mas isso não

16
passa de utopia uma vez que o desenvolvimento somente ocorre quando é
promovido ou patrocinado pela sociedade e governos.

2.3 A Indústria Química no Brasil

Como o desenvolvimento do Brasil vinha de um modelo de colonização, o


desenvolvimento da indústria química no país seguiu sempre na retaguarda,
atrelado aos interesses das empresas estrangeiras. A primeira faculdade
instalada no pais foi o curso superior de Química Industrial do Mackenzie em
1916 no Rio de Janeiro. Algumas indústrias de origem estrangeira já tinham se
instalado no pais desde o final do século passado, mas foi sem dúvida com a
1a guerra mundial e as dificuldades de importação é que o pais começou a ter
alguma política para promover o desenvolvimento da indústria química local
(4).
Após o fim da 1a Guerra mundial novos grandes grupos estrangeiros
começaram a estabelecer suas atividades no pais, como exemplos, cita-se a
pioneira Fiat LUX em 1904 , a Cia Rhodia em 1918, a White Martins e a
refinações de Milho Brasil em 1920, etc. É curioso mas praticamente em quase
100% das vezes que a empresa inclui a palavra “Brasil” no nome é porque não
é genuinamente brasileira, ou seja se tem “Brasil” no nome pode saber que é
empresa estrangeira. Também nesta época algumas empresas privadas
nacionais se associaram com empresas estrangeiras (exemplo: indústrias
Rhodia Matarazzo) e ou iniciaram alguma atividade na indústria química
concentrada nos produtos finais da cadeia produtiva e com alguma fragilidade
tecnológica.
Já durante a 2a Guerra a escassez de algumas matérias-primas e a sobra de
outras por dificuldades de transporte fez o Governo aplicar foco no
desenvolvimento voltado para a substituição dos produtos importados.

17
Com relação a cadeia produtiva dos insumos para a indústria, na década de
1950 a indústria de produtos orgânicos no Brasil era baseada
fundamentalmente no etanol e acetileno, com tecnologias sendo ultrapassadas
pela cadeia produtiva dos derivados de petróleo, pois já estava crescida no
mundo a indústria Petroquímica. E foi em 1955 com a montagem da refinaria
de Cubatão quando se deu o início da era petroquímica no país.
Numa outra abordagem tem-se que a história da indústria química no Brasil
esta relacionada com a própria história da Petrobrás. É interessante observar
na tabela a seguir os grandes fatos que marcaram a história da Petrobrás e
relacionar com a história da indústria química no Brasil (6).

Tabela 1 – Cronologia da história da Petrobrás:


1919 Primeira perfuração realizada pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB)
no município de Mallet (PR); o poço chegou a 84 metros, mas foi abandonado no ano
seguinte
1939 Primeira descoberta de petróleo no Brasil, realizada pela Divisão de Fomento da
Produção Mineral, órgão do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), no
poço número 163, localizado em Lobato, no Recôncavo Baiano. A descoberta foi
considerada sub-comercial.
1941 Decreto-lei 3.236 resguarda à União a propriedade de todas as jazidas de petróleo e
gases naturais encontradas em território nacional; descoberto em Candeias (BA) o
primeiro campo comercial de petróleo do país.
1953 Getúlio Vargas assina a Lei 2004, que cria a Petrobrás (3 de outubro).
1954 Petrobras inicia atividades (10 de maio).
1955 Entra em operação a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP).
1961 Entra em operação a Refinaria Duque de Caxias (RJ).
1962 Monopólio estatal é estendido à importação e exportação de petróleo e derivados
1967 Constituída a primeira subsidiária, Petrobras Química S.A. - Petroquisa.
1968 Perfurado o primeiro poço submarino na Bacia de Campos (RJ).
1971 Criada a subsidiária Petrobras Distribuidora S.A
1972 Criada a Petrobras Internacional - Braspetro S.A.
1974 Progressos até atingir a marca de 500 mil barris dia
-
1984
1993 Assinado o acordo Brasil Bolívia
1997 - Fim do monopólio do petróleo: Petrobras passa a atuar no novo cenário de
competição, instituído pela Lei 9.478; superada a marca de produção de 1 milhão de
barris diários de petróleo; iniciada construção do gasoduto Bolívia-Brasil
2006 Anunciado volume de reservas provadas do país, que somaram 13,232 bilhões de
barris de óleo equivalente em dezembro de 2005. A produção de óleo e gás natural da
Petrobras, no Brasil e no exterior, atingiu em 2005 a média diária de 2.216.596 barris
de óleo equivalente; plataforma P-50, conhecida como a plataforma da auto-
suficiência, segue para o campo de Albacora Leste, na bacia de Campos (março). É a

18
maior plataforma em capacidade de processamento e produção da Petrobras

Uma outra visão divide a história da indústria química brasileira em 3


períodos, sendo o primeiro deles abrangendo até a década de 50 e seguindo
modelo predominante nos países ao redor (América Latina) através das
empresas estrangeiras se instalando no pais e atraídas pelo mercado local
emergente e focando na substituição de produtos finais importados.
Tem-se o primeiro grande impulso na Indústria Química Brasileira
decorrente do Plano de Desenvolvimento promovido pelo Governo Jucelino
Kubistcheck. Instalam-se no país nesta época algumas das grandes empresas
químicas mundiais: Union Carbide, Rhone Poulenc, Dow Chemical, Exxon,
Hoescht. E o aumento da oferta de novos produtos no mercado local teve
como conseqüência um aumento significativo na demanda desses produtos
finais, o que constituiu ainda mais estímulo para as multinacionais que viviam
um momento de intensa internacionalização e busca de novos mercados.
Mas por outro lado a instalação dessas empresas multinacionais não serviram
para promover nem despertar o desenvolvimento da indústria química local,
pois a importação dos produtos finais de consumo era substituída por
importação de outras substâncias que essas empresas passavam a importar e
que servia de canal de escoamento de divisas para a Matriz, e assim fazer
perdurar a situação de dependência tecnológica. Até 1967 a promoção do
desenvolvimento industrial praticamente não tinha acontecido, pois o Governo
esperava que o setor privado tomasse a frente na criação das indústrias
petroquímicas, sendo este setor quase inexistente e restringindo-se a algumas
unidades da Petrobrás de fertilizantes e filiais multinacionais de produção de
resinas termoplásticas. Esta situação significava um atraso tecnológico de 20
anos, e foi com a criação da PETROQUISA em 1967 que a situação começou a
mudar. Inicia-se o segundo período do desenvolvimento da indústria química
no Brasil ocorrendo uma rápida expansão do setor. Foi a Petroquisa que atraiu
os grupos privados nacionais e juntou com as empresas internacionais

19
estabelecendo-se assim as primeiras empresas sob o modelo tripártite. A
intervenção direta do Governo foi a única maneira de diminuir o atraso
tecnológico. O Governo através da Petroquisa coordenava a estruturação de
novas empresas sob o entitulado “Modelo Tripartite” com divisão acionária
praticamente 1/3 BR, 1/3 empresa estrangeira, 1/3 grupo nacional privado.
Essas empresas iam sendo instaladas nos locais que se constituiriam nos Pólos
Petroquímicos do país. Citam-se abaixo algumas empresas criadas e a
participação acionária da Petroquisa:
ACRINOR (1979) camaçari (Ba) 33% da Petroquisa
CIQUINE(1973) camaçari (Ba) 33% da Petroquisa
OXITENO (1979) Mauá (SP) 23% da Petroquisa
PQU (1979) Cubatão (SP) 68% da Petroquisa

Esta forma de empresa foi muito criticada politicamente pois assegurava lucro
ao grupo estrangeiro e alto custo de investimento ao país por empréstimos aos
bancos internacionais. A empresa estrangeira praticamente entrava na
associação sem nenhum custo de capital e apenas com o aporte da tecnologia.
Essa estratégia do Governo serviu para cobrir a implantação dos setores
primários e secundários da indústria Petroquímica, e aí a partir da década de

80 a química passa ser vista como importante peça na estratégia industrial do


país, e a partir do sucesso que se obtinha com a política de reserva de
mercado o governo passa-se investir nos setores de 3a geração e química fina,
o que se constitui através da criação da CEME, Central de Medicamentos do
Governo e da empresa NORQUISA, que chegou a ter a extraordinário índice de
investimento em P&D atingindo 50% do faturamento, com o aporte do
governo é claro. Mas todas essa estrutura não conseguiria resistir além das
fronteiras de um Brasil fechado as importações, e quando chegou o Plano do
Governo Color a indústria química como todas as outras foram arrasadas pela

20
concorrência desigual com os produtos de tecnologia mais avançada e com a
projeção da China no mundo.

Figura 1 – Diagrama dos produtos petroquímicos de 1a a 4a geração

Refino de móleculas de produção de itens


Petróleo Produção de aplicação (ex. de consumo final
extração de (produção de hirocarbonetos produção de solventes, (ex. tecidos,
Petróleo Nafta) (ex. ETENO) óxido de Eteno tensoativos) cosméticos)

Industria Petroquímica
Industria do Petróleo de 1a Geração de 2a Geração de 3a Geração de 4a Geração

A partir da abertura do mercado e as quedas substanciais dos investimentos


do governo as empresas estrangeiras que passavam por um momento de
reestruturação mundial fizeram cortar custos, fechar fábricas e passaram a
importar vários produtos das matrizes, onde se dispunha de processos com
maior escala e mais eficientes. Isso além de causar boa destruição do parque
industrial nacional faz acelerar o rombo da balança comercial provocado pelos
produtos químicos, fazendo saltar de U$ 850 milhões em 1990 para U$ 7,6
bilhões em 2005. A partir de então o Brasil fica definitivamente alinhado ao
contexto mundial e da mesma forma que as empresas precisam se redescobrir
e definir a sua competência chave para enfrentar o mundo globalizado ou ser
engolida por ele, o país também precisa se reavaliar por completo e encontrar
suas competências chave, e apesar da indústria química mundial ainda viver o
momento de reestruturação dos negócios continuará sendo parte importante
da estratégia de desenvolvimento qualquer país. O Brasil já ocupou o quinto
lugar em volume de produtos químicos produzidos e hoje esta em sétimo lugar
tendo sido superado pela Índia e China nos últimos anos, mas é um país
grande e muito promissor para o futuro. As expectativas e provisões para o
desenvolvimento indústria química de um modo geral passam a ser aplicáveis
igualmente em qualquer lugar do mundo. Tudo dependerá da forma como
estiverem associados aos interesses financeiros e estratégicos dentro do país.

2.4 - a Indústria Química e a virada do século

21
Hoje no mundo globalizado já é adotado por todas as nações uma mesma
classificação internacional estabelecida pela ONU para produtos e para setores
da economia.
Exemplos de setores da Economia: 01 – Agropecuária ; 05 – Siderurgia ; 12 –
Automóveis caminhões e ônibus, etc.
Exemplos de classificação de produtos: 201 – Minério de Ferro ; 301 –
Petróleo e Gás ; 1001 – Material Elétrico, etc.
A importância da indústria química é vista por ser o setor que mais interage
dentro da economia, tendo relação direta com 43 outros setores produtivos,
num total de 46 setores que são classificadas pela ONU.
São cerca de 4500 empresas químicas em todo o mundo, e que dão emprego
direto para mais de 300 mil trabalhadores (dados IBGE 2005)
Outro fato interessante é que 90% da indústria química são derivada de
apenas sete produtos básicos, ditos petroquímicos de primeira geração:
etileno, propeno, buteno e butadieno, benzeno, tolueno, metanol e etanol.

No Brasil, devido ao aquecimento do consumo provocado pela estabilização da


economia e a deterioração quase que completa do parque industrial com a
retração severa dos investimentos em unidades de processos em geral devido
a abertura de mercado as importações nos últimos anos fez com que
disparasse o déficit da balança comercial de produtos químicos. As
multinacionais fecharam fábrica e passaram a importar direto da Matriz
impulsionando o desequilíbrio da balança. Esta situação persistiu pois era
prioridade o equilíbrio da economia e foi a forma adotada para se fazer a
transição para o mundo globalizado. Somente agora depois de alguns anos
com a inflação sobre controle é que o Governo começa a dar sinal de uma
revisão nas políticas para promover o setor (17).

Gráfico 1 – Evolução da Balança comercial de produtos químicos no Brasil

22
Balança Comercial de produtos Químicos no
Brasil (U$ bilhões)
20

15

10

0
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006

EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES

Como é reconhecido para as nações do mundo inteiro a importância estratégia


em dominar a química, é de se esperar que com a priorização pelo Governo
Brasileiro direcionando ações, recursos e políticas, o quadro realmente se
reverta o que torna atrativa a carreira na área química para os profissionais da
ativa ou que estão se formando.
No mundo de uma forma geral, (2) importantes abordagens como a
reestruturação , o amadurecimento e a Globalização tiveram nos últimos 30
anos forte influência nas diretrizes das organizações. E agora no início do
século XXI dois novos temas despontam como as principais bases de gestão,
sendo o ”O Desenvolvimento Sustentável” e a “Inovação”.
A corrida pelo desenvolvimento acelerado promovido pelas guerras do século
passado fizeram com que a indústria química ao lado de um acelerado
desenvolvimento e ampliação de escala se tornasse uma das principais
responsáveis pela degradação do meio ambiente, o que fez denegrir a imagem
perante a opinião pública e rotular a indústria química como indústria
poluidora.
Por outro lado as guerras também foram responsáveis pelos picos de baixa
taxa de negócios entre as nações, resultando um parque industrial com alta
capacidade ociosa, e aliado ao cada vez maior custo do capital disponível para
investimento estabeleceu no final do século XX praticamente uma estagnação

23
da indústria química e uma reformulação global dos negócios baseadas em
fusões, aquisições, “joint-venture” e falências, para se fazer uso das
capacidades instaladas. Essas aquisições e junções ainda continuam ocorrendo
agora já no século XXI e tem como objetivos principais a verticalização e a
integração da cadeia para enfrentar o que se chama de comoditização dos
produtos e a redução dos preços advinda.
Para exemplificar alguns desses movimentos, em 1990 a Monsanto e depois a
Hoeschst e a Rhône Poulenc se viraram dos seus negócios em atividade para
se concentrar em novos negócios que eram chamados de “life-science” . A
Hoeschst e a Rhône Poulenc se juntaram para formar a Aventis; A Sandoz e a
Ciba Geigy da mesma forma juntaram os negócios de “life-science” formando
a Novartis e dividiram as outras operações químicas em Clariant e Ciba
Specialities. Era fácil enxergar porque os “life-science” eram mais atrativos
que os “commodities” e várias outras especialidades químicas, sendo as
diferenças de rentabilidade entre os negócios explicadas pela possibilidade de
moléculas com altíssimo valor agregado. Como exemplo cita-se no ano de
1994 a rentabilidade das indústrias farmacêuticas e de princípios ativos para a
Agropecuária batia a casa dos 30%, enquanto as indústrias petroquímicas
conservavam um desempenho entorno dos 5%.
Também a Bayer a Basf e a Du Pont acreditaram que poderiam se manter
como “players” nos seus negócios químicos tradicionais e também se voltar
para os life-science, reestruturando as operações com os farmacos e os “crop
science” (agro-negócios). Entretanto logo ficou claro que não existia qualquer
sinergia entre o mercado farmacêutico e o Agro-negócios, independente que
ambos tenham a característica comum das sínteses de moléculas complexas.
Pesticidas e Herbicidas tem caracter sazonal, dependem do clima e dos preços
da safra, e também são direcionados para um mercado que não precisa dos
apelos de marketing focados no bem estar e na saúde do ser humano em que
se apega o marketing farmacêutico.

24
Como foi dito essas grandes empresas químicas ainda continuam seus
processos de restruturação e consolidação dos negócios de atuação. Uma nova
ciência e oportunidades de negócios que esta despontando é a Nanotecnologia
e as empresas de porte já estão direcionando recursos para pesquisa e
desenvolvimento, vislumbrando grandes negócios a medida que for se
tornando inovações tecnológicas, como foi com os polímeros no final do
século.
O futuro dos “commodities” petroquímicas estarão em sua maioria nas mãos
das Grandes Companhias de Petróleo e nos setores químicos das Grandes
Nações Petrolíferas. No mundo industrializado, ainda que os países não
estejam em recessão econômica, a demanda pela maioria dos químicos teve
uma desaceleração fazendo com que o desenvolvimento e a comercialização
de tecnologias revolucionárias de processo tivessem uma retração.
O amadurecimento das indústrias de produtos finais manufaturados como a
indústria do aço e as outras indústrias de refino vem forçando a comoditização
daqueles insumos que eram chamados de especialidades químicas e assim
fazendo reduzir as margens dessas famílias de produtos e tornando os
investimentos nesses negócios menos atrativos.
Em contraste nos países emergentes o consumo percápita de fibras sintéticas,
plásticos e outros polímeros vem crescendo rapidamente e tornando atrativo
para as empresas locais e multinacionais fazerem investimentos de enorme
escala para converter a disponibilidade de hidrocarbonetos em produtos
petroquímicos de maior valor agregado. Por causa disso o Oeste Asiático vem
deixando de importar para se tornar exportador desses chamados novos
comódites. As grandes multinacionais do Ocidente também deixam de lado o
nacionalismo da balança comercial e passam a investir em gigantes
petroquímicas com produção na casa de bilhões de toneladas anual por site.
A Ásia vem se tornando o maior centro petroquímico do mundo, com as
plantas de maior escala em operação a plena capacidade. Após anos de forte
balanço comercial positivo de produtos químicos, os Estados Unidos assim

25
como alguns países da Europa vem experimentando um balanço comercial de
produtos químicos negativos.
Outro fato que contribui para as grandes empresas químicas migrarem suas
fábricas para outros países foram as própria legislações locais.
Motivado pela preservação do meio ambiente, nos últimos 30 anos os Estados
e as Federações mais desenvolvidas foram tornando as leis cada vez mais
rígidas para proteção do público quanto ao uso de químicos, transportes de
produtos tóxicos e perigosos, emissões de efluentes, saúde e segurança do
trabalhador e Segurança das instalações. O que motivou primeiramente os
grandes líderes a aderirem aos programas de “Atuação Responsável” e em
paralelo administrarem uma imensa carteira de problemas e ações de
melhorias gradativas para se adequar as legislações.
O diagrama abaixo ilustra como deverão ser geridas as fábricas químicas no
século XXI.

Figura 2 – diagrama do desempenho e sustentabilidade

LUCRATIVIDADE

DESENPENHO
COMPETITIVIDADE
IMAGEM

SUSTENTABILIDADE

No século XXI a indústria química estará no grupo das indústrias maduras e


passará, e ao mesmo tempo em que estará sendo puxada por um monte de

26
outras indústrias por causa da demanda de fibras, polímeros, alimentos etc.,
passará a ter um ritmo de crescimento vegetativo, e constantemente
monitorado. Será rigidamente cobrada pela excelência e respeito ao ser
humano e meio ambiente, o que também pode ser traduzido como ter que
estar na era da conformidade total.
As inovações na indústria química estarão centradas na automatização, na
solução dos problemas com o meio ambiente e na sustentabilidade da cadeia,
com grandes perspectivas no reino vegetal, sendo projetado forte expansão na
indústria alcooleira e de oleaginosas.

27
CAP 3, ECONOMIA DE EMPRESAS, INVESTIMENTO E LUCRO

“ECONOMIA
é a ciência ou faculdade em que se baseiam os acontecimentos e relações
comerciais entre as nações, estados, companhias e até mesmo entre as
pessoas individualmente, enfim é o contexto em que esta a riqueza material
do homem. Se não existir comércio a economia se torna primitiva.

3.1 – o nascimento da economia


Desde os tempos primitivos na época das cavernas de alguma forma o
pensamento econômico devia ocupar uma parte do pensamento dos seres
humanos, pois era necessário prover abrigo, suprimentos e ordenação para as
famílias, sendo que o homem devia se ocupar da caça e da pesca, e a mulher
cuidava da casa e dos filhos. Nesse contexto já se vê a aplicação de conceitos
que hoje são chamados de “suprimentos”, “ativos”, “bens duráveis” e “não
duráveis”, “concorrência”, etc (11).
E muito tempo depois quando o homem já se organizava em sociedades, como
por exemplo na Grécia antiga, a economia representava para os gregos
apenas uma parte da vida das cidades. Os filósofos pregavam que o objetivo
do homem devia ser desfrutar o convívio em sociedade com os outros
cidadãos e praticar a filosofia, deixando o enriquecimento como um objetivo
bastante secundário na vida dos seres humanos. É também na Grécia antiga,
no período de expansão econômica entre os séculos VIII e VII a.C., que
surgem as primeiras moedas “cunhadas”, que mais tarde, iriam dar origem ao
sistema monetário (11).
Porém no pensamento do filósofo grego Platão, o comércio e o crescimento
econômico eram associados com o mal e com a infelicidade. E o trabalho era
indigno porque tirava do cidadão o tempo que ele precisava para se dedicar ao
lazer e a prática da política e da filosofia. No livro “A República” escrito por

28
Platão, os cidadãos que exerciam altos cargos públicos não deveriam trabalhar
para não poluir sua própria alma. Eles precisavam ignorar o dinheiro e
desvencilhar-se da propriedade material. O trabalho necessário para fazer
girar a economia ficava reservado para os escravos. Pois os gregos também
acreditavam que a raça humana era dividida em castas e que as castas
inferiores é que deveriam se ocupar da atividade do trabalho. Alguns autores
pregam que a esses escravos trabalhadores na Grécia antiga tinham um
tratamento diferente do conceito de escravos que se conhece do mundo
moderno, pois a eles era dado o direito de acumular riqueza e com isso
conseguir até mesmo comprar a sua própria liberdade e se transformar em
cidadãos (11).
Já em uma outra parte do mundo, na Roma antiga, e que também foi um
grande centro cultural daquela época, o espirito de conquistas do povo romano
fazia crescer a importância do pensamento econômico pois estava diretamente
ligado com o domínio das novas terras adquiridas pela guerra. Era necessário
dispor um mecanismo para distribuição dos recursos para a guerra e os
recursos para sobrevivência da população e os soldados em territórios tão
distantes, e a maneira eficiente de se fazer isso era ter os meios de transporte
funcionando em perfeitas condições e controlar os fluxos de mercadorias e
moedas entre o centro do império e as novas colônias. O Império de Roma
construiu muitas estradas e aquedutos na Europa e partes da África com o fim
de facilitar o transporte e o abastecimento das tropas. E assim era possível
explorar os ganhos das conquistas de guerra fazendo enriquecer ainda mais o
império Romano. As nações conquistadas eram obrigadas a produzir os bens
que os romanos necessitavam e adquirir bens de subsistência pelos preços que
estavam sob o controle de Roma.
As cidades se organizavam em torno de um centro político , o fórum, e envolta
do fórum ficavam os mercados , os templos, os locais de banhos públicos e os
teatros. As cidades eram protegidas por muros e isso representava para a
população como uma proteção em caso de ataque inimigo, e para o camponês

29
a cidade era o local de troca, onde se tentava vender os produtos agrícolas e
onde se adquiria os bens manufaturados.

A história de Roma se estende desde o ano 750 a.C. e entre os séculos I e II


d.C. foi que Roma teve a sua maior expansão territorial ao vencer seu arqui-
rival “Cartago (reino da África do Norte)” e também nesse período a Grécia foi
invadida e dominada se transformando numa província Romana.
Atraídos pela riqueza cultural da Grécia os Romanos fundaram nas terras do
Oriente a cidade de Constantinopla no ano de 330 d.C. e transferiram a corte
para lá, juntamente com algumas atividades econômicas que eram controladas
pelo Império. A partir de então na cidade de Roma ocorreu uma expressiva
redução dos gastos públicos e da massa salarial dos cidadãos, e aí foi
enfraquecendo o comércio e empobrecendo as pessoas da velha capital. O
Império do Oriente se transformava em uma potência industrial enquanto que
o Império do Ocidente se afundava em termos econômicos.
As rotas comerciais que levavam a Roma foram sendo abandonadas e as
estradas construídas pelos Romanos acabaram por facilitar a Invasão dos
Bárbaros fazendo afundar o Império do Ocidente. Por causa da história de
muitas conquistas Roma também era almejada por muitos exércitos inimigos.
E no ano de 476 d.C. Constantinopla é tomada pelos Turcos fazendo acabar de
vez o império romano. O período que se segue caracteriza-se por uma multi-
divisão dos territórios e uma população trabalhadora basicamente agrícola, e
uma nobreza que era a dona das terras e que se mantinha no poder. Esse
período da história foi classificado de “idade média”. E foi na idade média o
estabelecimento do Sistema Feudal.
Na visão do pensamento econômico ocorreu um retrocesso de
desenvolvimento no mundo entre os séculos V e XV d.C., com a distribuição
das riquezas feita somente através do sistema de trocas e pior do que isso
ainda ficando restritas entre as áreas agrícolas e as cidades da mesma região,
e reduzindo-se o fluxo de mercadorias entre nações distantes. Na base do

30
sistema Feudal estava o servo, que trabalhava nas terras de um senhor, sendo
que este senhor por sua vez devia lealdade a um senhor mais poderoso, e este
a outro mais poderoso ainda, até chegar ao Rei. Os senhores davam as terras
a seus vassalos em troca de pagamentos em dinheiro, alimentos, trabalho e
lealdade militar. E como retribuição o Senhor concedia proteção militar a seus
vassalos.
A filosofia e a Teologia católica exerceram forte influência no pensamento
econômico na idade média. Tenta-se estabelecer nessa época o conceito de
valor das coisas, fixando-se preços para as mercadorias e o justo salário para
as atividades de trabalho na terra ou na confecção de bens manufaturados.
Nenhum vendedor de produtos ou artesão ou agricultor poderiam tirar
proveito de situações de barganhas para ganhar acima do valor que era
considerado normal. A prática de barganha era considerada pecado, passível
de punição pela Igreja. E Também o empréstimo a juros era considerado
pecado. O resultado disso foi a estagnação da economia mundial durante todo
o período da idade média.

3.2 – o Mercantilismo

O termo “Mercantilismo” é aplicado ao conjunto de idéias e práticas


econômicas vivenciadas na Europa, entre os anos de 1450 a 1750 e que
representam a ruptura da tutela doutrinária imposta pela igreja (11).
A partir de 1450, o final da idade média é marcado pelo Renascimento Cultural
e Científico, e pelo Mercantilismo que abriram novamente os horizontes da
Europa. A Reforma de João Calvino (1509 – 1564) exaltando o individualismo,
a atividade econômica e o êxito material, deu grande impulso na Economia.
Enriquecer não se constituía mais um pecado, desde que a riqueza tivesse sido
obtida honestamente e pelo trabalho. A cobrança de juros e a obtenção de
lucros passaram então a ser permitidas.

31
No início da era Mercantilista ocorreu uma grande transformação política na
Europa, com enfraquecimento dos Feudos e a centralização da política
Nacional. Aos poucos foi se formando uma economia nacional forte e
integrada, com o estado organizando os meios de produção e a lavoura,
criando universidades e grandes empreendimentos como as explorações dos
mares em busca de novos mercados.
No plano internacional a descoberta da América e o fluxo de metais preciosos
para a Europa deslocaram o eixo econômico do Mediterrâneo para os novos
centros como Londres, Amsterdã, Bordeus e Lisboa. A idéia dominante na
época era que a riqueza de um país se media pelo fluxo de metais preciosos
(metalismo). E com a idéia de garantir as reservas e o fluxo de ouro e prata
para seus países, os pensadores mercantilista sugeriam que se aumentassem
as exportações e que se controlassem as importações.
Assim como foi a história da indústria química contada no capitulo anterior,
também a história da economia teve seu desenvolvimento associado a história
dos grandes pensadores.
Começava a se intensificar os estudos sobre economia e se estabeleciam
varias correntes de pensamento cada qual defendida por seus autores e dessa
forma começavam a desenhar o desenvolvimento da econômica.
Cita-se alguns nomes famosos do Mercantilismo e suas obras e suas correntes
de pensamento:
- Malestroit (obra: Paradoxos sobre a Moeda, 1566) “o aumento do acumulo
de metais preciosos trazia riqueza e não era responsável pela inflação”
- Jean Bodim (obra: Respostas aos paradoxos de Malestroit, 1568) “quanto
maior a quantidade de moeda em circulação, maior ficava o nível geral de
preços”
- Ortiz (obra: Relatório ao Rei para impedir a saída de ouro, 1588) “quanto
mais ouro o país acumulasse, tanto mais rico ele seria”

32
- Montchrétien (título: Tratado de Economia Política, 1615) “o ouro e a prata
suprem a necessidade do homem, sendo ouro muito mais poderoso que o
ferro”
- Locke (obra: Conseqüências da elevação da taxa de juros e da elevação do
valor da moeda, Londres 1692) “os metais preciosos precisavam
permanecer no país”
- Thomas Mum (obra: Discurso sobre o Comércio da Inglaterra com as Índias
Orientais, 1621)

A Inglaterra não teve acesso as minas de ouro e prata das Américas que
desfrutaram os países Ibéricos, Portugal e Espanha, mas era a Inglaterra que
mostrava a melhor estrutura de desenvolvimento comercial da época e fazia
prosperar a indústria e a agricultura acumulando grande poder econômico na
Europa. Era conhecido o triângulo Inglês da Economia, composto pela captura
de escravos e alocação desses nos países com terras produtivas e com isso a
garantia de suprimentos agrícolas para as indústrias da Inglaterra. Os barcos
que transportavam a produção industrial da Inglaterra, traziam escravos da
África para a região da União Soviética nos campos agrícolas e de lá traziam
algodão retornando para a Inglaterra.
Figura 3 - Triângulo inglês da economia
Produçao textil na U.K
Produçao de algodão na União
Soviética
Captura de escravos na África

Na frança, que foi outra grande potência econômica da Europa no


Mercantilismo, predominavam as idéias do Colbertismo. Jean Baptiste Colbert
(1619 – 1683) foi o Ministro das Finanças do Governo de Louis XIV e chegou a
controlar toda a administração pública. Protegeu a Indústria e o Comércio,
trouxe para a França importantes artesãos estrangeiros, criou fábricas

33
estatais, reorganizou as finanças públicas e a justiça, criou empresas de
navegação para atuar no comércio mercantilista, e fundou a Academia de
Ciências e o Observatório Nacional da França. O Colbertismo caracterizava-se
pelo “protecionismo”, com a adoção de medidas pelo governo para proteger a
indústria local contra a concorrência estrangeira.
Outro importante autor Francês foi Richard Cantillon com a obra “Ensaio sobre
a Natureza do comércio em geral”, em 1730. Porém Cantillon começava a se
afastar do pensamento Mercantilista pois via o trabalho e a terra como os
principais fatores de riqueza de um pais. O acumulo de moeda se dava pelo
saldo positivo entre os fluxos de exportações e importações, contudo o
excesso de moeda podia induzir o aumento dos preços das importações e a
redução das exportações, gerando déficit no balanço comercial e a saída de
ouro e prata do país. Parece um círculo vicioso, o país acumula moeda e em
seguida sofre com a perda de moeda.

3.3 – A Economia Moderna e o Capitalismo

O principal defeito do Mercantilismo foi ter atribuído valor excessivo aos


metais preciosos na concepção de riqueza. Contudo a contribuição do
Mercantilismo foi decisiva para restabelecer as relações internacionais de
comércio e dessa forma servir como uma fase de transição entre o feudalismo
e o Capitalismo moderno. Pois foi com o comércio mercantilista é que se
formaram os grandes capitais financeiros que alavancaram a revolução
tecnológica precursora do capitalismo industrial.
O surgimento do sistema bancário e o acumulo do capital mercantilista
também tornaram comuns os financiamentos de grandes empreendimentos
como o próprio comércio internacional e o saneamento das finanças
provocadas pelos gastos excessivos dos reis e nações menos desenvolvidas.
Com a invenção da Máquina a vapor e o aperfeiçoamento das máquinas de fiar
e tecer e o surgimento das ferrovias, caracterizava-se na Inglaterra entre os

34
anos de 1750 e 1830 o que se chamou de Revolução Industrial, e que
consolidou de vez a Economia Capitalista no mundo.
O sistema bancário também já funcionava a pleno vapor e já se tinha nessa
época o entendimento sobre as diferentes formas de cobrança de juros sobre
os empréstimos, podendo ser adotado o sistema de juros simples ou o sistema
de juros compostos. Os juros simples são aqueles aplicados com uma taxa
especifica que incide sobre o capital inicial que foi tomado por empréstimo,
enquanto que os juros compostos são aqueles que além dos juros simples,
também sofrem uma taxação adicional sobre o próprio juro das alíquotas que
ainda não foram pagas pelo devedor. Um capital emprestado a juros
compostos irá render uma quantidade muito maior de juros sobre o mesmo
capital inicial.
O pensamento econômico nesta época continuava a evoluir e também se
consolidava o desenvolvimento da economia com caracter científico, surgindo
as diferentes vertentes de pensamento econômico e que se aplicam até os dias
de hoje.
Na frança surgiram pensadores como Turgot (1727 – 1781) que defendeu a
livre circulação de grãos entre as regiões francesas, assim como a liberdade
para o comércio internacional e o saneamento das finanças públicas. Turgot
morreu degolado após propor: 1) a cobrança pelo Rei de um imposto único ;
2) e que pagassem os impostos apenas os proprietários de terra. E foi na
França que surgiu a primeira grande escola do pensamento econômico com
caracter científico, sendo a Fisiocracia. A Fisiocracia foi liderada pelo médico
francês François Quesnay (1694 – 1774), autor da obra “O Quadro
Econômico”. Os economistas fisiocratas, como passaram a ser conhecidos,
pregavam a analogia da geração e distribuição de riqueza com o
funcionamento do corpo humano. O fluxo de mercadorias deveriam estar livres
para obedecer leis naturais como se fosse o fluxo de sangue no organismo
humano. O alimento e os outros suprimentos dos seres humanos assim como
a riqueza das nações só podiam advir do cultivo da terra, não sendo entendida

35
nenhuma outra fonte de riqueza. E dessa forma o acumulo de moedas de
ouro e prata não deveriam significar riqueza e sim deveriam servir apenas
para promover a “distribuição” da riqueza gerada. Segundo os Fisiocratas, o
aumento da riqueza advinha do aumento da produtividade na terra. O
comércio internacional não deveria ser encarado como batalhas de guerra e
sim como a única forma de escoar o excedente de produção e usufruir a
riqueza gerada, e sendo a pior coisa para uma economia as tributações que
eram impostas pelos governos. Essa idéia de ausência de obstáculos para a
melhor circulação de bens e serviços, assim como os fluxos de renda
praticamente constituem a base das teorias econômicas modernas.

3.4 – A Economia Clássica

Também nessa mesma época surgiram os pensadores da Economia Clássica.


Os pensadores Clássicos associavam o liberalismo e o individualismo ao bem
estar comum. Cada indivíduo ou grupo de pessoas ao maximizarem a própria
satisfação pessoal com o mínimo de esforço despendido estariam contribuindo
para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Essa harmonização seria
feita segundo Adam Smith (1723 – 1790) por um espécie de “mão invisível”.
O Livre funcionamento do mercado, com o sistema de preços determinando
naturalmente a quantidade das coisas que precisavam ser produzidas e
vendidas iria gerar automaticamente o equilíbrio econômico. Tendo como
experiência a Revolução Industrial Inglesa em curso desde as primeiras
décadas do século XVIII, Adam Smith publicou sua obra “A Riqueza das
Nações em 1776 e estabeleceu as bases científicas da Economia moderna.
Segundo o pensamento econômico clássico o valor das coisas correspondia a
quantidade de trabalho requerida para a sua elaboração. E quanto maior fosse
a escala de produção, melhor seriam as possibilidades de divisão do trabalho e
como resultado a produtividade. E a multiplicação das unidades produzidas
decorrente do aumento da produtividade impulsionariam a redução dos

36
custos. Dessa forma chega-se ao elemento central do sistema capitalista,
sendo a economia de escala o principal elemento propulsor do crescimento da
produção agrícola e industrial dos séculos IXX e XX.
O pensamento de Adam Smith foi aperfeiçoado por seu principal discípulo,
David Ricardo (1772 – 1823), autor da obra “Princípio de Economia Política e
Tributação” Para Ricardo, o crescimento demográfico exercia um efeito nocivo
sobre a economia. Pois a medida que a população crescia, se ocupavam terras
cada vez piores para o plantio. Isso fazia com que aumentassem os custos da
produção agrícola enquanto valorizava o aluguel das terras mais férteis
gerando o desequilíbrio na distribuição da riqueza. As soluções apontadas por
Ricardo eram o controle da natalidade e a livre importação de alimentos para
consumo dos trabalhadores.
Outros nomes importantes da economia clássica que devem ser citados são
Jean Baptiste Say (1767 – 1832), Thomas Robert Malthus (1766 – 1834) e
Stuart Mill (1806 – 1873). Esses autores estudaram e desenvolveram a idéia
de um “estado estacionário”, sendo uma situação de longo prazo em que
cessa toda a acumulação de capital. E isso ocorre porque a taxa de lucro de
mercado (r) iguala-se a taxa de lucro mínima (r*) definida como o juro pago
pelo capital emprestado (i), mais um pequeno diferencial correspondente ao
risco (i*). Desse modo, o produto da economia não mais iria crescer, assim
como o nível de emprego e a população total. No pensamento de Stuart Mill
tanto a concorrência entre os capitalistas por melhores oportunidades de
negócio, como o crescimento demográfico, que leva ao cultivo de terras piores
aproximam o estado estacionário, enquanto a livre importação de alimentos e
as inovações tecnológicas (recuperação de terras alagadas ou áridas, dispõem
novos métodos de cultivo, sementes selecionadas, uso de fertilizantes)
afastam o fantasma do estado estacionário para épocas futuras. O desejável
era que o estado estacionário fosse alcançado em um futuro remoto, quando o
progresso técnico estivesse esgotado e toda a população porém apresentasse
um nível de vida tão elevado que o objetivo social não seria mais o consumo e

37
o enriquecimento, mas o lazer e a busca do aperfeiçoamento cultural e
espiritual.
Outro grande nome da economia clássica e o mais controvertido de todos foi
Karl Max, que extrapolou a teoria do valor trabalho e fundamentou a luta de
classe como a batalha constante entre capital e trabalho para obterem as suas
respectivas fatias do excedente econômico.
Segundo a economia clássica tem-se:
Y = produto social líquido gerado pela economia
V = salários ou capital variável
M = Mais valia = ganho resultante da produtividade
C = maquinaria e materiais produtivos
Assim era estabelecida a fórmula do produto bruto da economia:
Y=V+M+C
Os conflitos sociais que geravam as lutas de classe, segundo Marx ocorriam
entre capitalista e trabalhadores para obterem as suas respectivas fatias V e M
do bolo. Também segundo Marx essas lutas de classe e as contradições do
sistema produtivo capitalista que levavam as crises periódicas acabariam por
destruir o próprio capitalismo, emergindo o socialismo como uma etapa
posterior do desenvolvimento econômico.
Como reação ao pensamento Marxista, surge o modelo neoclássico ou
marginalista de economia. É concebida uma nova teoria do valor dos bens,
dividida em duas parcelas sendo o valor de utilidade e o valor de raridade. E
também o avanço da matemática permitem a definição de novos métodos
para se medir as variáveis econômicas e desenvolver a microeconomia.
A microeconomia estuda as variações infinitesimais de preço e os seus efeitos
infinitesimais medidos na variação do consumo.
Outros grandes nomes do pensamento neoclássico conservador que devem ser
conhecidos foram John Maynard Keynes (1883-1946) com o pressuposto de
que a procura exerce o papel primordial de agente motor do sistema
econômico, e algumas vezes era necessário a intervenção do estado; e Joseph

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Alois Schumpeter (1883 – 1950) pregava a existência de ciclos longos (de
vários decênios), médios (de dez anos) e curtos (de quarenta meses),
atribuindo diferentes causas a cada período. E no caso as depressões
econômicas resultariam da superposição desses três tipos de ciclo num ponto
baixo, como ocorreu na Grande Depressão de 1929-1933.

3.4 – A Economia do 3o milênio


No período de 1900 a 1929, os Estados Unidos da América viveram um
período de forte crescimento econômico. O PIB saltou de 86 milhões de
dólares em 1900 para 361 bilhões em 1929, levando os Estados Unidos a
condição de primeira potência industrial no mundo. Em 1929 apenas 3,2% da
força de trabalho estava desempregada e os consumidores gastavam dezenas
de milhares de dólares na compra de rádios, geladeiras e aparelhos elétricos,
cuja produção e comercialização em massa era fato recente.
No final de 1929 uma “onda” de venda de Ações sem motivo aparente atingiu
a Bolsa de Valores de Nova Iorque. E no final do ano de 1932, a média das
Ações industriais era de um sexto do que valiam em outubro de 1929.
O colapso na Bolsa de Valores teve como conseqüência econômica o declínio
do produto nacional e o desemprego em massa. Foram 85 mil falências de
empresas e o fechamento de mais de 5.000 agências bancárias. Foi o colapso
da bolsa de Nova York que certamente afetaria a economia de todo o planeta.
Com essa grande crise econômica dos anos 1930, os economistas liberais
passaram a dividir-se em neoclássicos conservadores e em neoclássicos
liberais, e esses últimos novamente começaram a aceitar alguma participação
do estado na economia. Para os liberais a livre concorrência não existia em
sua forma pura, e por isso a liberdade irrestrita de mercado gerava muita
instabilidade e aí o Governo deveria agir como agente regulador. E para os
economistas Neoclássicos Conservadores, os motivo de mau funcionamento da
economia sempre estariam relacionados com as falhas de estratégia dos

39
governos e que praticamente não existiria o que outros queriam chamar de
falha de mercado.
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, o avanço do socialismo
russo sobre o leste europeu, e a social democracia na Europa provocaram uma
enorme expansão do gerenciamento do Estado na economia. E durante quase
quatro décadas a produção teórica neoliberal ficou engavetada sob a vigilância
constante do sucesso obtido pelo “welfare state” keynesiano.
As crises econômicas desencadeadas a partir do final da primeira metade da
década de 1970, ressuscitaram as idéias de Mises e Hayek, até então
adormecidas. Nos anos 80 Margareth Thatcher, na Inglaterra e Ronald Regan,
nos Estados Unidos se alinham ao evangelho hayekiano, e dão inicio a
expansão, em escala mundial, ao ideário Neoliberal.
Com a crise no sistema capitalista os defensores do neoliberalismo propõem a
reestruturação econômica dos países ricos, incluindo países em
desenvolvimento. A tese defendida pelas grandes empresas e referendadas
pelos governos dos países ricos, pela ONU, FMI e Banco Mundial é a da
integração da economia em escala mundial, a era da “Globalização”. A
integração econômica deveria contemplar a liberalização dos mercados e
implantar o Estado mínimo. A globalização é colocada, no pensamento
neoliberal, como um imperativo na solução de crise estrutural do sistema
capitalista.

3.5 – Análise de Investimentos e Estratégia Competitiva

Seguem alguns conceitos de economia moderna:


Conceito de produto:
Produto homogêneo: exemplo sal, petróleo, ouro
Produto diferenciado: aquele que se consegue associar uma marca, gilete,
coca cola, xerox.
Concorrência perfeita: feira livre, mercado varejista, mercado globalizado

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Concorrência imperfeita: Monopólio e Oligopólios, economia fechada a
importações
Inovação: criar novos mercados ou gerar expansões de impacto nos negócios
Diversificação: entrar em outros mercados, ou apresentar novos produtos ao
mercado.
Conceitos de Contabilidade e Finanças:
 ENTIDADE
 CONTINUIDADE
 OPORTUNIDADE
 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
 VALOR, sendo este princípio básico dividido entre o valor original e o valor
associado a capacidade de gerar benefícios futuros.
Registros exigidos pelo Governo das empresas de capital: são os relatórios
Contábeis e o balanço Patrimonial anual ao final de cada exercício, sendo este
o relatório mais importante para avaliar a saúde financeira da organização.
(10) Os aspectos relevantes para o aperfeiçoamento das operações no mundo
de capitais são o advento da informática e a disponibilidade de calculadoras
mais velozes para calcular juros compostos; a migração das empresas de
estrutura familiar para a estrutura de empresa de capital aberto; a
globalização, e a economia de todo o mundo passa a ser negociada em bolsas
de valores. O mercado de ações é a mola mestra que move o mundo
empresarial e com a Internet ganha velocidade e atualização em tempo real.
As organizações empresariais passam a ser encaradas como sistemas abertos
que necessitam adaptar-se continuamente ao seu ambiente externo, no
sentido de aumentar a sua longevidade e gerar riquezas. A integração das
funções direcionadas para a realização dos objetivos é esquematizada no
Fluxograma abaixo, cabendo a Administração Financeira Empresarial o
gerenciamento do capital ai utilizado.

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Figura 4 – diagrama de fluxo financeiro das empresas

CREDORES

CLIENTES
EMPRESA
Sócios ou
Acionistas

O conhecimento na área de finanças ganhou importância a medida que se


tornou explicita a separação entre propriedade e a gestão das empresas,
criando duas vertentes de especialização em finanças privadas: a
Administração de Carteiras de Investimento (ou Administração de
propriedade) que visa a valorização do capital diversificado na Economia
através do Sistema Financeiro, e a Administração Financeira de Empresas,
focada no gerenciamento da unidade produtiva e visando a maximização da
riqueza dos seus proprietários.
Um recente conceito estabelecido no mundo foi a medida da geração de valor
financeiro nas operações empresariais. Significa se a empresa ou novo projeto
de expansão que tem custos de investimento associados, seja capaz de gerar
retornos financeiros superiores aos custos de capitais de todos os recursos
utilizados pela empresa. A preocupação básica da Administração das
organizações empresariais passa a ser a criação de valor financeiro e a
perpetuação para continuar gerando valor. O termo clássico é o EVA (evolution
value agregated) E nas empresas privadas este objetivo consiste na
maximização da riqueza dos seus proprietários (sócios ou acionistas). Nas
empresas públicas, tal preocupação esta voltada para a melhoria e a expansão
dos serviços oferecidos a sociedade.
A Administração Financeira de Empresas tem de se ocupar da Estratégia
Empresarial e a busca pela Geração de Valor Agregado.

42
Peter Drucker com a obra The process of Management (1954) foi o primeiro
autor a levantar a problemática da Estratégia Empresarial. Para Drucker tudo
se resumia em conseguir responder as duas perguntas: Qual é o nosso
negócio ? e Qual deveria ser o nosso negócio ?
E o Modelo de SWOT desenvolvido essencialmente pela Escola de Harvard foi a
base da formulação da estratégica das décadas seguintes. O modelo de Swot
divide o ambiente da empresa em ambiente interno onde devem ser
entendidas as forças e fraquezas internas da organização, e o ambiente
externo da empresa onde se encontrarão as oportunidade e ameaças.
Os consultores do Boston Consultin Group (BCG) são os primeiros a propor
uma matriz de apoio a decisão empresarial, cujo conceito central é o efeito de
experiência
Michael Porter vem sendo o grande nome da estratégica empresarial do século
XXI pelas contribuições amplamente divulgadas e utilizadas no planejamento
estratégico como o modelo de análise das “forças” que medem a atratividade
de mercado. As empresas devem ficar atentas as ameaça de novos entrantes,
poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha dos clientes, ameaça
de produtos substitutos e intensidade da rivalidade entre concorrentes),
estratégias genéricas (custos, diferenciação e foco) e cadeia de valor com as
atividades primárias (logística de entrada, operações, logística de saída,
marketing e vendas, pós-venda) e as secundárias (suprimentos,
desenvolvimento tecnológico, gerenciamento de pessoas e infra-estrutura);
mostrando que as estratégias e estrutura organizacional são mutuamente
dependentes e alinhadas.
Em resumo a regra do jogo de Porter é mapear a relação da organização ou
empresa com o meio em que esta inserida, e destacar os pontos fortes e
pontos fracos da organização e as oportunidades e ameaças que o meio
oferece.
(9) Deve-se então traçar os Planos de Ação voltados a suprir as deficiências
ou pontos fracos, buscar oportunidades que possam se valer dos pontos

43
fortes, se preparar para enfrentar as ameaças do ambiente externo e
aproveitar as oportunidades que forma enxergadas.
A organização deve estabelecer a sua visão e missão empresarial, deve
construir um mapa de objetivos estratégicos suportados em quatro
perspectivas que a empresa deve se enxergar inserida, sendo:
- a perspectiva de valor ou real objetivo que a empresa persegue e deseja
alcançar
- a perspectiva do meio em que a empresa esta inserida, também reportado
como perspectiva de mercado
- a perspectiva de processos internos de gestão dos negócios que são
determinantes do nível de eficiência na utilização dos recursos disponíveis
- e a perspectiva de aprendizado e crescimento visando suportar os desafios
crescentes
Com base no mapa estratégico, são desenhados os planos de ação e a
definição dos dados que representarão os indicadores de desempenho
Para ilustrar como devem ser elaborados os itens do Planejamento Estratégico,
será abordado o exemplo aplicado para uma fábrica de ácido sulfúrico fictícia.
Estabelecimento da Missão: é a descrição da interação das atividades da
Empresa ou organização com o meio em que esta inserida.

3.6 – Uma Fábrica fictícia de Ácido Sulfúrico


Missão da Fábrica de Ácido Sulfúrico: produzir e fornecer ácido sulfúrico ao
mercado regional com preço com preço competitivo, preservar a saúde e
segurança de seus colaboradores e vizinhança e remunerar o capital financeiro
aplicado nas instalações.

Estabelecimento da Visão: é a como a empresa deseja ser vista pelo mercado


a curto, médio e longo prazo.
Visão da Fábrica de Ácido Sulfúrico: ser uma empresa limpa e segura para se
trabalhar e orgulho da cidade onde esta instalada.

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Estabelecimento de Valores: são as questões que precisam ser priorizadas
para se alcançar a visão e cumprir a missão.
Valores da Fábrica de Ácido Sulfúrico:
eficiência de processo;
tratamento adequados dos resíduos e nenhuma ameaça ao meio ambiente;
excelência em procedimentos operacionais e de manutenção com risco zero de
acidente.

Estabelecimento de Estratégia: são os pontos destacados por Porter e a


composição do Mapa Estratégico.
Construção da Estratégia da Fábrica de Ácido Sulfúrico:
Mapear os processos
Definir o Público interessado / envolvido
Identificar Pontos Fortes e Pontos fracos (Porter)
Fazer “bench-marketing” com outras referências mundiais e/ou regionais para
se enxergar como competidor
E Por fim construir o Mapa Estratégico e definir os indicadores de
desempenho, sendo o mapa divido em quatro perspectivas, cada qual
representado por um ou mais objetivos estratégicos:
a) A base do mapa é a perspectiva de aprendizado e crescimento
b) O segundo nível é a perspectiva dos processos internos
c) o terceiro nível é a perspectiva de Valor ou perspectiva financeira
d) e o topo do mapa é a perspectiva das partes interessadas: acionistas,
colaboradores e clientes.

Por mais que apareçam regras e fórmulas e estudos aprofundados sobre


estratégia empresarial, nenhuma técnica se desvencilhará do conhecimento, e
o conhecimento é aquilo que é classificado de intangível, ou seja não tem
como medir, não tem como implantar. Precisa ser feito um trabalho de

45
educação e construção. Nessa ótica também se caracteriza um jogo, pois
passa a ser preciso apostar não somente nas negociações , mas sim apostar
nas pessoas que ficam encarregadas da estratégia.

46
CAP 4, PERCEPÇÃO PERSISTÊNCIA E RELACIONAMENTO
HUMANO

4.1 – VISÃO DE SI PRÓPRIO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E


COMUNICAÇÃO

No se humano a medida que aprende a experiência da vida já vai se


caracterizando na personalidade do indivíduo a característica de estar mais
voltado para perceber e ser percebido pelos outros indivíduos do meio em que
vive ou então estar mais voltado para as reflexões que faz no seu
pensamento, sobre sua história, as pessoas que se relaciona, como são os
seus sentimentos, etc. A essas características antagônicas do ser humano e
mais pronunciadamente nos cidadãos ou aqueles que vivem em sociedade, de
ter a característica de ser “introvertido”, ou de ser “extrovertido”. Aqueles que
são introvertido é por que valorizam e sentem mais satisfação nas descobertas
individuais que faz do que nos relacionamentos que cultiva com as outras
pessoas. Também tem aqueles que valorizam na medida certa os
relacionamentos, numa demonstração constante de respeito ao próximo. Já
dizia um velho ditado “ a primeira impressão é a que fica”. E existem aqueles
que extrapolam e valorizam em demasia os relacionamentos, inclusive
deixando de enxergar os limites de respeito aos sentimentos dos outros ou
criando expectativas sobre os sentimentos do próximo. O fato é que ser
introvertido ou ser extrovertido pode continuar sendo cultivado como
característica individual, porém no mundo real e principalmente no mundo
empresarial e profissional cada um deve respeito aos demais e isso significa
que cada um tem de se esforçar para vencer pré-conceitos ou limitações
psicológicas e primar pela boa comunicação com o mundo em geral. Tem de

47
se comunicar Muito bem!. É uma premissa. As vezes naturalmente o indivíduo
se surpreende falando em pensamento ensaiando uma situação de
comunicação futura, tentando encontrar a melhor maneira de falar daquilo que
representa muito impacto na sua vida. Porém não se considera essa prática ou
melhor dizendo este tipo de comportamento como alguma técnica de
preparação para a comunicação. Até porque a preparação não significa
somente escolher o discurso. O discurso é sim importante porque quanto mais
preciso e enxutas de palavras for a mensagem, mais objetivo ser torna e se
não estiver completo e abrangente , também será fácil identificar as dúvidas
ou informações complementares. Mas acima de tudo o discurso tem que ser
fluente e as palavras ensaiadas podem não facilitar a comunicação. A
preparação logicamente é muito mais do que compor o discurso, é sim
analisar todo o contexto que envolve a questão. Toda a abordagem técnica
que puder ser aplicada deve ser feita com antecedência a comunicação, todas
as informações que puderem ser conseguidas também devem ser buscadas.
Se a pessoa dispõe de uma boa preparação, o discurso pode inclusive ser de
improviso, com as palavras que mais facilmente e fluentemente compuserem
o pensamento. Se esta muito bem preparado e seguro da questão é porque já
se avaliou diversas visões de diversos ângulos e se o evento de comunicação é
por exemplo uma reunião aí é que não da para ensaiar o discurso, pois tem
que ser a medida da expectativa e dúvidas dos outros participantes, e muitas
vezes somente se enxerga a visão da outra parte já durante o processo de
comunicação. Se não houver preparação de nenhuma das partes no processo
de comunicação, este sendo uma conversa ou qualquer outro tipo de contato
que se elege para transmitir a mensagem poderá se tornar numa mera
conversa de passa tempo e aí terá sido adiado o planejamento realizado, ou
seja a comunicação terá sido ineficiente.
Também dentro do processo de comunicação, esta inserido uma outra
disciplina das Ciências humanas da atualidade que é chamada de “Inteligência
Emocional”. Esta disciplina por um lado favorece para as pessoas que se

48
caracterizam extrovertidas, pois é o exercício de aprender com os outros que é
o centro da Inteligência Emocional. Da mesma forma que se consegue
concentrar a atenção durante o exercício de estudo da literatura sobre um
assunto desejado, e aí com atenção dedicada e focada permite visualizar no
material pesquisado as coisas que forem de maior interesse e proveito,
durante o processo de comunicação deve-se ter foco no interlocutor tanto na
transmissão quanto na recepção de mensagens. Durante uma pesquisa
literária, se o leitor não estiver focado e interessado, a leitura provocará sono
e mal estar. E é justamente isso o que ocorre com as pessoas quando a
comunicação não evidencia interesse e respeito por ambas partes. Quando a
questão esta repleta de pré-conceitos, deve-se rever a preparação sobre o
assunto, sob o risco de qualquer processo de comunicação se tornar uma
batalha. E pode estar certo que se a comunicação evoluir para um processo de
negociação sem que as partes tenham se preparado para enfrentar uma
negociação o resultado só pode ser impasse, ou coisa pior se ultrapassar os
limites do respeito Deve-se ficar atento para poder filtrar e armazenar na
memória todas as mensagens recebidas, sendo as mensagens faladas ou as
mensagens corporais. A importância do relacionamento esta associada com o
processo de aprendizagem na medida que dentro das organizações da
atualidade a maior parte do conhecimento é conhecimento público, E o
conhecimento intangível que complementa o conhecimento da empresa ocorre
dentro do processo de comunicação entre as pessoas.
A inteligência do homem de alguma forma pode ser medida como a
capacidade de armazenar informações na memória e compreender os
fenômenos químico e físicos servindo de terreno fértil para a criatividade e
para escolher a maneiras mais eficazes de fazer as coisas. Como a quantidade
de informações e conhecimentos específicos que se processa dentro de uma
organização tem dimensões infinitas, fica praticamente impossível conseguir
saber de tudo. Imaginem se um Diretor de empresa terá tempo para estudar
sobre os software de apontamento de dados que são usados pelos operadores;

49
imaginem se terá tempo para estudar os métodos de análise de laboratório
que são usados pelos analistas, mas terá oportunidade fazendo uso da
inteligência emocional aprender muitas em poucos minutos se souber ouvir os
seus subordinados.
O desenvolvimento da “Inteligência Emocional é um processo de dentro para
fora, se inicia com a auto consciência através do reconhecimento das próprias
emoções quando elas se manifestam. Esse exercício permitirá aprender como
conseguir observar as emoções dos outros. Dessa forma, ao se procurar
perceber as próprias emoções se estará naturalmente encontrando uma
maneira de controla-las e utiliza-las da melhor forma em favor dos seus
interesses. No dia a dia e no trabalho passa-se por diversas situações,
algumas boas e outras ruins. Não se pode escolher a todo instante as coisas
em que se envolve, mas é preciso saber dar as repostas mais adequadas a
cada situação e aproveitar para ouvir de tudo que puder agregar informações
e conhecimento sobre as coisas de interesse.
Outro aspecto importante da Inteligência Emocional é a capacidade de se auto
motivar, ou seja por as emoções a serviço de uma meta a ser alcançada e em
contrapartida saber se recuperar diante de frustrações do dia a dia. Um fator
importante nesse aspecto é a auto estima. Pessoas com auto estima elevada
estão sempre motivadas e se recuperam mais facilmente diante de alguma
frustração.
Então o primeiro passo da Inteligência Emocional é aprender a reconhecer as
suas reações de emoção frente as situações diversas, segundo deve-se
procurar os ingredientes para se construir a própria motivação e em terceiro
deve-se aperfeiçoar a observação sobre comportamento e as emoções das
outras pessoas com quem se comunica.
Reconhecer as emoções dos outros e compreender seus sentimentos é agir
proativamente para aperfeiçoar a comunicação e extrair tudo a seu favor é a
excelência em Inteligência Emocional.

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4.2 – O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

A Comunicação - Destaca-se que a Comunicação é algo que não precisa de


mensagem falada ou escrita para acontecer, ela acontece simplesmente entre
emissor e receptor, e de várias maneiras: imagens, gestos, expressões
corporais, atitudes, tendências, etc. nem sempre estão direcionadas para o
receptor mas o receptor capta as mensagens. Um exemplo disso é que se
algum dia se deparar com um sujeito em trajes suspeitos e com aparência
suspeita se tomará uma atitude de evitar o contato com esse sujeito, pois os
seus trajes passam uma mensagem o quanto de perigo o sujeito suspeito
representa, pode ser um simples mendigo, pode estar drogado, pode ser um
doido, é melhor ficar longe para não ter problema, e possivelmente o tal
sujeito jamais tenha pensado em transmitir qualquer mensagens para a
primeira pessoa.
Cada indivíduo pode escolher suas técnicas preferidas de obter o
conhecimento de que precisa e as técnicas preferidas de se relacionar com as
outras pessoas, mas em qualquer escolha se reconhece a dedicação e a
disciplina e a pontualidade como as características de maior valor em todo o
processo.
Na interação no dia a dia entre as pessoas, cada fala ou cada conversa
deveriam ser precedidas de aprendizado individual intenso sobre os assuntos
para tornar a comunicação de alto nível e banir as respostas duvidosas ou com
segundos interesses, ou mesmo com desinteresse e que destruem valor e vão
na contramão do sucesso da organização.
Porém como as pessoas sentem fortemente a necessidade de se comunicar e
as vezes são até mesmo pressionadas pelo contexto para se comunicar logo,
acabam priorizando diretamente as ações de comunicação em vez de executar
as ações de preparação sobre o assunto, e aí é a palavra velocidade que fez
confundir tudo.

51
Se a conversa for de alto nível, cada um poderá exercitar aquilo que essa obra
destaca como a palavra de ordem na busca do conhecimento: “é a busca de
conformidade em tudo, é Ver o Conhecimento”. Tem que ter certeza de
entendimento sobre o que foi ensinado tanto para emissor quanto para o
receptor da mensagem ou ensinamento. E é, e sempre foi dessa forma que o
homem galgou a evolução da humanidade, obstinação pelo desconhecido e
coerência com os valores antes estabelecidos.
Desde o operário até o cientista, e desde o fornecedor até o cliente, as
informações trocadas devem manter conformidade com as ações de cada
pessoa dentro do processo, e tudo que fazem precisa estar em conformidade
com o contexto em que se atua. O cliente irá adquirir os produtos em
conformidade com os valores da sociedade e povo a que pertence, as
empresas farão negociações comerciais em conformidade com seus interesses
e com os interesses da outra parte. E deverão estar em conformidade com a
Legislação. O operário deve realizar as atividades em conformidade com as
orientações que recebe dos seus superiores e em conformidade com os
procedimentos e normas escritas. Nas atividades de um grupo de operários as
ações de cada um devem estar em conformidade com as ações dos outros. As
informações que passam entre si devem estar em conformidade com as
informações originais. Todos devem seguir os mesmos padrões escritos para
realizar as atividades dentro da organização. Os gerente devem agir em
conformidade com as políticas da empresa, os diretores devem agir em
conformidade com os interesses dos acionistas e com a legislação, os
engenheiros e pesquisadores devem agir em conformidade com as Normas
Internacionais e com a ciência. Deve existir conformidade em tudo que se
traduz pela comunicação. A comunicação é como se fosse uma rede de
transmissão de pulsos dentro de um sistema eletrônico complexo ou mesmo a
comunicação interior dentro do corpo humano. Dentro dessa visão se puder
aceitar que um circuito eletrônico ou um “chip” tem algum tipo de vida
associado, pode-se concluir que tudo que tem vida somente funciona porque

52
existe a comunicação. E para funcionar bem a comunicação não pode ter
desvios, tem que ser precisa, objetiva, na dose certa e tanto emissor quanto
receptor precisam esta preparados.
Uma organização portanto como é dita ser um organismo vivo, só existe
porque existe a comunicação.
De uma forma geral dentro do contexto da ciência e na busca pelo
desconhecido, sempre resulta ter que agir incisivamente na cultura, mudar a
verdade baseado em uma teoria nova e mais consistente significa mudar a
verdade, e com isso galgar a evolução. E em um grupo de pessoas ou dentro
de uma organização tanto a comunicação e as mudanças para se tornar
melhor somente são facilitadas quando se tem ambientes de confiança, pois
sem confiança as mudanças ou aprendizados só ocorrem por imposição, e aí
continua diferente dentro da cabeças das pessoas, com o risco de a qualquer
momento, algum processo se reverter sozinho e todo o esforço empreendido
ter sido em vão. Em resumo não adianta educar ou ensinar sem ter a
comprovação que a matéria foi realmente assimilada pelos alunos. Os alunos
na escola precisam acertar na prova para passar de ano.
Essa coisa de transmitir a mensagem e ter de receber o também tão falado
“feed-back” pode ser encontrado em uma das bases da ciência do “Direito” :
as coisas sempre precisam estar bem escritas e igualmente entendida por
todos que são as partes interessadas. Dentro de uma organização ou
associação, e dentro das empresas comerciais quanto maior for o grau de
credibilidade e acessibilidade dos padrões escritos, mais ágil fica a empresa, e
é como se a empresa possuísse um trilho muito bem alinhado e lubrificado.
Normas e Procedimentos não podem ser confundidos com burocracia, e
também as comunicações escritas ou faladas não podem acontecer sem que
tenha havido boa preparação e também precisa ocorrer o feed-back.
As Normas e Procedimentos devem sim serem simplificadas ao máximo e
principalmente sempre devem ser checadas e rechecadas com os envolvidos

53
se todos concordam ou tem algo a acrescentar que vá enriquecer o processo
do conhecimento.
Em Direito também o contrato só vale se estiver assinado, e faz-se analogia
com os procedimentos e Normas que se não tiverem validados de alguma
forma com todos os colaboradores, aí sim passa a ser somente burocracia.

Em toda conversa, por exemplo em uma reunião, ao longo da realização de


um projeto, em equipes diversas, cada pessoa tem um ângulo de visão
específico próprio das suas impressões e da sua experiência e visão da
questão que esta sendo tratada, e quando uma decisão tem que ser tomada
em conjunto surgem dois obstáculos, primeiro alinhar as visões sobre o
assunto, e saber a forma que cada um envolvido pensa a respeito, pois se faz
necessário enxergar e entender as mesmas opções e depois em conjunto por
consenso ou democracia se chegar a melhor escolha.

Com visão desalinhada cada uma das pessoas vê uma maneira correta
diferente e ou pertinente a outros interesses para que outras coisas aconteçam
também de uma certa maneira. Chama-se a isso de “desalinhamento e
desarticulação” Cada um pensa uma coisa diferente e não tem entendimento,
só aceitação da decisão do chefe.
Não há como saber se o desalinhamento é uma característica nata ou uma
escolha individual. A pessoa que estiver desalinhada so precisa tentar ver da
maneira que o outro esta vendo, aí será possível alinhar as visões. É por isso
que fala-se da confiança que precisa existir entre as pessoas. Um ambiente de
alto nível de comunicação também é um ambiente de alto nível de confiança.
Se as pessoas se articularem e valorizarem os relacionamentos, o aprendizado
aparecerá por diversos canais. Poderão ser montados grupos de trabalho para
debater e dividir as tarefas visando obter a máxima eficiência e velocidade, e
conseguir se classificar como equipe de alto desempenho. Mas seja em grupo

54
ou individualmente, a todo instante e a cada nova questão as pessoas
precisam ir estudar o assunto.

4.3- TÉCNICA DE HEMEROTECA

A palavra hemeroteca vem do grego hemeros = dia , teca = conjunto, coleção,


depósito. A hemeroteca é o espaço de uma biblioteca que reune um acervo de
revistas, jornais e recortes de artigos para disponibilização a consulta pelos
usuários.
A palavra hemeroteca também foi o nome de uma metodologia adotada em
Cursos de Especialização (Empresa Inter & Ação – SP 2005), sendo a atividade
individual de cada pessoa selecionar e ler artigos publicados em sites da Web,
livros, revistas, etc., sobre um determinado tema e buscando diferentes
autores e depois escrever com suas próprias palavras e pensamentos, um
resumo dos artigos, e uma análise crítica sobre a ótica do momento global em
que esta vivendo. Ou seja a pessoa tem que ler e absorver informações que
fazem parte do conhecimento disponível e necessariamente aprender coisas
novas ou simplesmente rememorar conhecimentos antigos, e assim
transformar o aprendizado em conhecimento tácito.

Complementando a atividade de hemeroteca , cada pessoa pode apresentar


para as outras de um grupo, em forma de palestras ou simples conversas
sobre o tema pesquisado, usando os recursos dos mais variados possíveis
desde slides power-point, palestra sobre um púlpito, um texto com ou sem
ilustrações, representações corporais e artísticas ou cartazes, etc. Ou seja
devem ser experimentadas todas as formas de Comunicação que acontecem
no dia a dia para o exercício de transmitir o conhecimento. E Dessa forma é
muito eficiente o aprendizado.
Uma característica interessante na técnica das hemerotecas e a associação do
estudo aprofundado em leituras individuais com a interação interpessoal, e

55
com o compromisso de oferecer aos outros o conhecimento adquirido, faz
parte da técnica a interação entre as pessoas. O conhecimento é como um
tesouro que se estiver guardado não brilhará aos olhos de ninguém e nem
proporcionar alegria. Assim como um tesouro o conhecimento precisa ser
gasto, tem de ser difundido entre as pessoas e passar a fazer parte da cultura.
De posse do conhecimento, todos passarão a fazer sempre as coisas certas.
Onde existir dúvida, deverá ir em busca da conformidade.
Quanto mais artigos e autores e abordagens diferentes for lendo sobre
determinado assunto mais vai se exercitando o pensamento e a imaginação
sobre o tema e aí passa a ficar natural raciocinar com essa nova base de
dados. Quanto mais exercitar a pratica do ensinamento mais se aprenderá
sobre o assunto. Uma característica dos aprendizes de hoje é naturalmente
instigar o professor a também querer continuar aprendendo. E essa é
motivação que ajuda a transformar tudo o que se leu e viu e ouviu e raciocinar
com essa base de dados ampliada e enxergar o que não se enxergava antes,
adquirir conhecimento intangível
Um presente das ciências de informática e telecomunicações e eletrônica foi a
disposição da Internet para o mundo. Não porque ficar sem o conhecimento
que precisa, e quando tiver dúvida pode recorrer a outros autores muito
facilmente, a informação literária ficou a disposição do mundo todo. É
realmente a Internet uma grande alavanca para a evolução do pensamento
intelectual do ser humano

4.4- PARADIGMAS

No meio de todas as disciplinas das ciências humanas que tentam estudar e


desvendar o comportamento humano e interagem com as ciências exatas ,
aparece uma característica que age na mente como se fosse um droga
poderosa e é capaz de preponderar sobre qualquer sentimento ou visão do
mundo ao redor. A essa força tão poderosa e que tem origem no próprio meio

56
ou ambiente ao redor chama-se “Paradigma” que são os limites que se
constróem para o raciocínio baseado nas impressões que o meio oferece.
Vencer um paradigma é como quebrar um recorde ou mais simplesmente é
como extrapolar os limites. Quando se estudam os paradigmas primeiramente
se associam com o desenvolvimento da ciência que pode ser resumida em um
sucessão de quebras de paradigmas, ou seja aquilo que se pensava ser
impossível agora é possível, e simplesmente isso.
No mundo das organizações e com semelhança para o mundo das civilizações,
nações, estados, municípios, e até mesmo bairros ou vilas, e/ ou famílias
temos que o convívio entre as pessoas gradativamente faz construir um código
comum de crenças e valores que tem limites finitos dentro do qual pode existir
a verdade ou a lógica. O paradigma da maneira mais popular possível pode ser
entendido até como uma “escrita”. No futebol e outros esporte isso é muito
comum e chega a influenciar fortemente o equilíbrio emocional dos
competidores e daí para afetar o desempenho é um jogo de estratégia,
habilidades e dificuldades . A Palavra paradigma por si só é auto explicativa e
significa que se existe paradigma é por que existe limite. E quebrar paradigma
é quebrar limite.
Encontra-se algumas pessoas que por vocação ou simplesmente satisfação se
transformam em verdadeiros quebradores de paradigmas, saem mudando
tudo que vem pela frente, acreditam que a evolução somente se conquista
pelas mudanças. Aí a armadilha é acreditar que o sucesso sempre tem de
passar por quebras de paradigma. A prova contrária disso é que se o sucesso
se torna comum e corriqueiro, o paradigma passa a ser o medo do insucesso.
Não adianta achar que o universo move em uma única direção, tem de se
reinventar a cada dia e como já mencionado antes as vezes é preciso até
mesmo perder uma batalha para conquistar a perpetuação.
A grande importância em se compreender o que é paradigma é para conseguir
ignorar tal coisa e dar o primeiro passo no processo de criação: é preciso
enxergar além dos limites, é preciso querer enxergar mais e cada vez mais e

57
assim fazer crescer a criatividade. É preciso focar, pensar, pensar, imaginar, e
exercer o dom que Deus deu ao homem para transformar o mundo. É preciso
pensar que no meio de bilhões de seres humanos que habitam a terra, a
qualquer um pode ser concedido essa dádiva, e por isso deve-se tentar,
experimentar, e exercer a criatividade. O artista não tem limites, e os técnicos
e gestores dividem o tempo entre trabalhar com os limites e imaginar sem
limites.

4.4- CONHECER A CULTURA PARA VER O CONHECIMENTO

Foi indicado no capítulo anterior que o conhecimento se solidifica quando é


disseminado para todos e passa a fazer parte da Cultura.
Apresenta-se como exemplo um projeto de gestão voltado para reverter
índices relacionados com saúde e segurança do trabalho dentro da
organização. As ações de tal projeto seja por disponibilização de novos
materiais de proteção individual ou coletiva, seja por ensinamento sobre
perigos potenciais das atividades, somente surtirão resultado se for
disseminado todo o conhecimento necessário para que as pessoas saibam
prevenir e se proteger. O conhecimento dessa forma não bastará estar
estabelecido por escrito, o novo conhecimento precisará estar dentro das
mentes das pessoas, ou seja na Cultura das pessoas.
Essa coisa que esta enraizada na mente das pessoas e causa forte influência
na maneira de ver e fazer as coisas é o que se chama de “Cultura”, e aí a
Cultura tem varias abrangências, temos a Cultura dos povos, a Cultura das
famílias, a Cultura das Organizações, das entidades de classe, a cultura dos
intelectuais, dos aristocratas, etc.
As culturas predominantes no ambiente de uma fábrica química são a cultura
organizacional da empresa, e a cultura dos povos, nações, estados ou
municípios em que esta instalada.

58
CAP. 5, CULTURA ORGANIZACIONAL E CULTURA
BRASILEIRA

Cultura é uma conceito antropológico e sociológico que comporta múltiplas


definições, sendo o conjunto das regras implícitas que rege o
comportamento das pessoas de uma mesma população ou comunidade na
busca de suas necessidades materiais e emocionais. É a maneira de
cumprimentar os outros, as comidas típicas, os conceitos de divisão do
tempo entre trabalho e Lazer, o nível de escolaridade, etc.
E Cultura Organizacional é a mesma abordagem restrita ao ambiente de
uma organização ou empresa, seja ela com ou sem fins lucrativos, estatal
ou privada(3).

A Cultura esta estritamente ligada a história, pois é ao longo do tempo e de


forma gradativa que vamos mudando os nossos hábitos e pensamentos, e o
conceito que temos do ambiente que nos cerca.

Os Estudos focados em Cultura Organizacional começaram a chegar no


Brasil na década de 80, e por serem de autores estrangeiros, pouco se
relacionava com a Cultura Brasileira (3).

5.1 ESTILOS ADMINISTRATIVOS E CULTURAS NACIONAIS

Os comportamentos de executivos e trabalhadores são baseados nas


crenças, atitudes e valores comum dentro das organizações. Quando

59
alguém por qualquer motivo demonstra fugir a regra é mais provável de ser
discriminado do que disseminar uma nova conduta.
Sobre o comportamento dos executivos, um autor clássico chamado
Douglas McGregor (1960) formulou a teoria “X” e “Y” :
Sendo os executivos que se enquadram na teoria X aqueles que pensam
que o trabalhador precisa ser constantemente vigiados para desempenhar
um bom trabalho, e já na teoria Y, os executivos apostam na liberdade de
ação dos trabalhadores e na “Motivação”.
Geert Hofstede (1984) avaliou que tanto administradores quanto operários
podem ser situados ao longo de quatro dimensões básicas:
 Individualismo e coletivismo
 Distância de poder
 Pouca ou muita procura de evitar a incerteza
 Masculinidade e feminilidade.
Para compreender essas dimensões, cita que a Cultura japonesa é
tipicamente coletivista, onde acredita-se que as crenças e valores do grupo
devem sobrepor os pensamentos dos indivíduos, ao contrário dos Estados
Unidos onde cada indivíduo é estimulado a ter suas próprias crenças.
Em países como Venezuela, Índia e Filipinas, encontramos distância social
muito acentuada entre os níveis hierárquicos, e nesses países pular um
nível hierárquico mesmo na comunicação informal significa uma
insubordinação (3).
Países com elevado nível de busca de se evitar a incerteza são
caracterizados por sistemas de gestão muito complexos e em alguns casos
como Japão, Portugal e na Grécia veremos exemplos de empregos
vitalícios. Já os países com baixa busca de se evitar a incerteza, como
Cingapura, Hong Kong e Dinamarca temos alta mobilidade de empregos.
A Dinamarca juntamente com Áustria e Israel são países onde observamos
proximidade social entre os diferentes níveis de hierarquia, com ressalva de

60
que nos dois últimos ao contrário da Dinamarca é forte a busca em se
evitar a incerteza.
E para exemplificar a quarta dimensão podemos citar os Estados Unidos
como um país femininista onde as mulheres são encorajadas a trabalhar, ao
contrário do Japão masculinista onde se espera que as mulheres fiquem em
casa.

O Brasil até mesmo por causa da sua dimensão continental é um pais


ambíguo, porém é marcado pela elevada distância de poder e onde é forte
a busca de se evitar a incerteza. Dependendo das regiões e organizações e
até do contexto dentro de uma mesma organização, observamos a cultura
do coletivismo e do individualismo, e também vão se alternar a feminilidade
e masculinidade. Essas duas ultimas dimensões são traduzidas no famoso
“jeitinho” Brasileiro (3).

5.2 CULTURA E ORGANIZAÇÕES NO BRASIL

Nas empresas genuinamente brasileiras vamos encontrar uma sistemática


de administração perfeitamente enraizada com a Cultura, e que mais
parece ter evoluído do passado colonial a partir dos sistemas de
administração dos engenhos, onde se misturavam num mesmo ambiente, a
organização produtiva e a família do patriarca, onde a mulher tinha um
papel nitidamente menos importante, onde os escravos eram obrigados a
cultuar a imagem do santo da família, mas conseguiam adorar
legitimamente a seus santos queridos, onde os filhos dos escravos eram
desde criança obrigados a servir ao seu senhor. E para temperar tudo isso,
herdamos dos portugueses a característica da não preservação da raça
pura e sim a miscigenação (3) .

61
A história da Cultura das Organizações no Brasil esta atrelada nas
dimensões de:
- elevada distância de poder
- alta busca de se evitar a incerteza
- a pratica do coletivismo
- e uma cultura masculinista, porém que foi a primeira a cair por terra ao
longo das ultimas décadas

5.3 AS RAÍZES LUSITANAS

Muitas vezes culpa-se o colonizador por vários insucessos e crises atuais.


Já se falou varias vezes: “ porque não foram os holandeses os
colonizadores?
Independente de serem os portugueses culpados ou não pelos problemas
nacionais , existem muitas virtudes e traços tipicamente brasileiros que
tiveram seu embrião no povo português.
Devido sua posição geográfica e o elevado transito mercantilista entre a
África e a Europa, Portugal permaneceu a mercê da guerra, sendo
constantes as invasões de mouros, normandos, romanos e celtas. E essa
onda de conquistas e reconquistas, fluxo e refluxo de diferentes raças não
deixou Portugal estabelecer nenhuma hegemonia de raça. Como
conseqüência as classes sociais nunca conseguiram permanecer separadas
ou estratificadas, e era grande a alternância entre ficar pobre e ficar rico.
E foi com essa cultura que o português chegou no Brasil, formou famílias
misturando às raças do negro e do índio, estabeleceu as regras de convívio
e a cultura organizacional, recebeu de braços abertos novos imigrantes,
entrou na era da industrialização e agora esta na era da informação.

62
5.4 SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRE

Ao longo da história do Brasil foram vários períodos com o paradigma do


estrangeiro. O espirito dominador e manipulativo do português, que se
traduziram na dizimação de tudo que era popular e da cultura do índio ou
do negro, deixaram uma população órfã de um imaginário cultural e aí se
fortalecendo a figura do estrangeiro. Estes foram em seus períodos
específicos o próprio português da corte, o francês e o inglês, passando
pelo período de forte imigração européia e por ultimo com a figura do
estrangeiro americano.

5.5 A ROUPA SURRADA DO PAI

Retrata-se a experiência do autor (Motta, 1997) fazendo um estágio de


aprendiz dentro de uma oficina de marcenaria, típica micro-empresa com
dois sócios e mais alguns empregados e onde a roupa vestida e até alguns
hábitos de higiene pessoal são símbolos de posição hierarquia. Apenas
nesse pequeno universo de uma oficina é possível analisar algumas
características dos sistemas de liderança no Brasil como a elevada distância
de poder, alta busca de se evitar a incerteza, o paternalismo e o jeitinho
brasileiro

5.6 ENSAIO SOBRE A TORCIDA GAVIÕES DA FIEL

63
No brasil, uma afirmação é feita quando se quer evitar briga não se deve
falar de mulher, futebol e religião. O futebol assim como a mulher é uma
paixão.
As torcidas organizada são um fenômeno recente a partir das décadas de
60 e 70 e constituem formas impessoalizadas e burocráticas de
organização, de modo bizarro estruturadas em moldes de empresas, com
presidente, conselho deliberativo, sócios e clientes, estabelecendo-se como
instituição privada sem fins lucrativos.
Particularmente a história da gaviões da Fiel foi inicialmente do tipo
reinvidicatória, evoluindo para um espaço de convívio para seus associados
e com isso propiciou a incursão no carnaval. Esta outra parte com mais
ares de empresa e até por isso vinculada a antecessora por estatuto e não
administração.
Com poucos recursos administrativos, baixo formalismo nas relações, o
Grêmio Gaviões da Fiel se consolidou como um aglutinador de um
movimento que já é cultural e capaz de significativas doses de mobilizar a
população.

5.7 A CULTURA BRASILEIRA REVELADA NO BARRACÃO DA ESCOLA


DE SAMBA.

o que o barracão esconde em seu maltratado espaço de quadra, sob uma


lógica toda particular, são soluções naturais de organização do trabalho que
parecem situar-se em consonância com os tempo modernos. O
compromisso de atender o cliente dissemina em todos os níveis da
organização, o prazo é inegociável, pois não há como adiar o carnaval, se
não estiver pronto no dia e hora marcado perde-se o cliente, já era. Com
recursos financeiro em sua maioria escassos, o controle dos custos também
é muito rigoroso. No barracão temos poucos níveis de hierarquia, mas da

64
mesma forma como nas grandes empresas a comunicação é através dos
lideres, e pasmem os leitores porque a comunicação dentro do barracão não
dispõe de qualquer tecnologia, é tudo no verbal e no papel rascunho, e nem
por isso a comunicação deixa de fluir com a precisão necessária. Destaca-se
que dentro do barracão o que faz tudo isso funcionar mesmo sem os
recursos apropriados é a motivação de ver a escola pronta e cada integrante
poder ajudar a compor a escola na avenida. Temos um exemplo legítimo de
realização profissional por atender a expectativa do cliente.

5.8 O ESTILO BRASILEIRO DE ADMINISTRAR

A abordagem é dividida em dois sub-sistemas:


O sub-sistema dos líderes e o sub-sistema dos liderados, e que o
relacionamento entre os dois sub-sistemas se da sob dois aspectos, o
formal e o pessoal. A figura 5 a seguir ilustra o funcionamento desse Estilo
Brasileiro de administrar.

A sociedade brasileira tem se valido de forma alternativa, da força militar


tradicionalista, para manter a ordem e assim vai se alimentando uma
cultura de concentração de poder baseada na hierarquia: “manda quem
pode, obedece quem tem juízo” provérbio popular.
A tratativa formal com o subordinado também não difere nesse aspecto,
pois no brasil a palavra cidadão quando é usada, freqüentemente tem
contornos negativos e com certeza é porque o ouvinte esta em maus
momentos.
Recentemente na história do Brasil surgiram vários personagens
carismáticos, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola, Fernando

65
Collor, cujas trajetórias políticas demarcam a cultura do personalismo, do
apadrinhamento, do trafico de influência, etc.
E a combinação de concentração de poder e personalismo tem como
resultado o paternalismo.
Enquanto outros povos com legislações tão complexas quanto a nossa, a
exemplo os Estados Unidos cultuam a aversão as coisas que possam
parecer o meio termo entre o certo e o errado, o brasileiro é totalmente
avesso a rigidez: o pensamento é que nada é tão engessado a ponto do
querido fulano importante não conseguir intervir. Tem que dar um jeitinho.

Figura 5 – funcionamento do estilo brasileiro de administrar


LIDER

Lealdade pessoal
Concentração de personalismo
poder
formalismo

paternalismo

impunidade

paternalismo

Postura de Postura de
espectador espectador

LIDERADO

Toda essa abordagem sobre a cultura do povo brasileiro e um resumo do


pensamento de vários autores, e apesar das empresa modernas repudiarem
esse modelo, todos hão de convir que de fato muitas vezes e principalmente
no setor público, é assim que as coisas funcionam no Brasil. É claro que cada
empresa tem a sua missão de moldar a cultura organizacional de acordo com

66
os interesses de evolução da empresa e essa é a missão individual de cada
uma
É conhecendo apropriadamente a Cultura organizacional para ter dimensão do
que representa mudar um sistema de trabalho que envolve pessoas pois a
maneira de fazer as coisas esta enraizada em cada um, e aí é um imenso
gasto de energia para tentar fazer a mudança, que além de ser uma coisa
gradativa deve-se a todo instante conferir se esta na direção certa. Se ao final
de uma jornada verificar que precisa mudar tudo novamente, já terá
consumido energia em demasia mas se não insistir a evolução não acontece. E
preciso conhecer muito bem o que se deseja mudar e qual o real objetivo da
mudança. A mudança não pode ser administrada como um trabalho qualquer,
e muito mais crítico do que um projeto técnico. As vezes um projeto de
mudança até pode ser encarado como um projeto técnico, por exemplo a
implantação de um novo sistema informatizado de apontamento de dados para
gerenciamento da operações pode estar focado nas dúvidas dos analistas de
sistemas e especificações técnicas das interfaces homem-máquina, mas deve-
se dispensar especial atenção para perceber o quanto cada projeto técnico
como esse tem impacto na maneira das pessoas fazer as coisas e o quanto de
aprendizado e comprometimento é preciso desenvolver para as pessoas
poderem colaborar e fazer o projeto dar certo. o Grande desafio é perceber na
amplitude adequada o quanto de interferência na Cultura organizacional o
projeto causa impacto e trabalhar com essas questões .

67
68
CAP. 6, GESTÃO DO CONHECIMENTO, INOVAÇÃO E SUCESSO
EMPRESARIAL

6.1 A SOCIEDADE E A CIÊNCIA DA GESTÃO EMPRESARIAL:

No brasil foi nos últimos 30 anos é que as organizações, tanto privadas como
públicas, passaram a se preocupar e rever os seus modelos de gestão: no caso
das empresas privadas, o objetivo era a sobrevivência e a competitividade no
mercado, e no caso das empresas públicas o objetivo era o de fazer cumprir a
sua razão de existência que é prestar serviços de qualidade para a sociedade.
Apesar de ainda existir algum atraso do Brasil em relação aos países do
primeiro mundo sendo poucas as empresas que já atingiram o nível de classe
mundial, o que ajuda no caso das fabricas químicas é que a ciência química
teve um ritmo de evolução menos acelerado nas ultimas décadas, tendo sido
as primeira e segunda guerras o ápice do desenvolvimento das grandes
empresas químicas. Na química como ciência e tecnologia nos últimos anos os
desenvolvimentos vem se concentrando nos aumentos de escala de produção
de químicos, e nas descoberta de novas moléculas no reino vegetal para
auxiliar a medicina. As reações químicas para obtenção de produto em escala
comercial não tiveram grandes inovações e todos os processos comerciais
praticamente passaram a dispor informações de domínio público. As novidades
em processos são os aperfeiçoamentos de automação das plantas, métodos
analíticos de controle, a confiabilidade dos equipamentos e instrumentos de
medição, escala de produção, eficiência dos processos com a diminuição de
perdas por reprocesso ou vazamentos de resíduos, diminuição de efluentes e
consumo de água, e enxugamento da estrutura de pessoal. Para cada novo
negócio a ser avaliado pelas empresas, o grau de tecnologia e

69
desenvolvimento científicos a serem aplicados nos projetos de investimento
passaram a ficar atrelado diretamente aos aspectos financeiros e mercado.
E as grandes novidades mesmo foram no campo das ciências humanas. Como
dito anteriormente, os processos de produção vem recebendo alguma melhoria
de investimento de acordo com os seus potenciais financeiros, mas os
processos de gestão estes sim vem sofrendo aperfeiçoamentos radicais, com
expressiva redução de custos e ganhos de resultado, e impondo as empresas
que nenhuma delas fique de fora dessa onda.
Em um contexto mundial, a administração empresarial passou a ter forte
desenvolvimento a partir do século XX e entrou no século XXI representando o
principal alicerce para se atingir a excelência nas empresas.
O autor PEREIRA (1995) avaliou a evolução dos modelos de gestão das
empresas ao longo da história e dividiu em três níveis conceituais:
a) o conceito de "Ondas de Transformação": que se divide nos grandes
momentos históricos da evolução da sociedade humana e da economia política
e da tecnologia;
b) o conceito de "Eras Empresariais": que trata dos estágios de evolução da
produção em escala comercial e desenvolvimento dos mercados, que teve
início a partir da Revolução Industrial do século XVIII;
c) o conceito de "Modelos de Gestão": que trata do conjunto de concepções
filosóficas e idéias administrativas que são aplicadas as práticas gerenciais nas
organizações

a figura a seguir ilustra a abordagem do autor Pereira e resume muito bem a


evolução da disciplina de Gestão empresarial no mundo.

70
O conceito de “Ondas de transformação” retrata os estágios mais recentes de
evolução da humanidade e que tiveram enormes influências no
comportamento das sociedades e na economia do mundo: a revolução agrícola
que foi impulsionada pelo avanço do mercantilismo é também classificada
como atividade primária da economia, depois veio a revolução industrial se
caracterizando como a atividade secundária da economia, e por ultimo a
revolução da informação que ainda esta revolucionando o mundo.
Avaliando as eras empresariais, tem-se que as duas primeiras Eras da
Produção em Massa e a Era da Eficiência já apresentavam um tipo de
desenvolvimento linear que seguia em conformidade com as abordagens
desenvolvidas pela Economia. A partir de 1970 surgiram os modelos
avançados, voltados para a qualidade dos produtos e serviços, satisfazer o
cliente e buscar da Competitividade.

71
O mundo viu surgir um monte de praticas de gestão baseadas em modelos
com filosofia específica e que serão comentadas a seguir:
- Modelo de Administração Japonesa: baseada nos conceitos fundamentais de
valor que são intrínsecos do povo japonês sendo a pátria a família e o
trabalho, permitiram as empresas japonesas primar pela eficiência, pela
organização e pelo compromisso, sendo desenvolvidas algumas práticas que
ainda servem de premissa para aquelas empresas que querem ingressar no
desenvolvimento da administração:
Programa de Qualidade Total: aplicação de controles estatístico para monitorar
os processos, disseminar a cultura da Conformidade e a premissa de satisfazer
a expectativa do cliente; Círculos de Controle de Qualidade (CQC): criação de
grupos que passam a buscar soluções criativas para os problemas existentes
Método "Ringi" de Decisão: cria mecanismo para atingir consenso nas tomadas
de decisão com envolvimento de todo o grupo de que possam influenciar no
resultado; Método de “Just-in-Time”: cria mecanismos de integração da
empresa com seus fornecedores de forma a minimizar os estoques e agilizar
os processos de transferências entre as empresas
Método de Kanban: são sistema de programação e controle da produção que
visam "enxugar" as atividades meio que não agregam valor deixando as
pessoas a vontade e responsáveis por produzir os resultados e manterem a
informações atualizadas ; Método de Kaizen: é a filosofia da melhoria
contínua, que prega a busca e valorização das idéias que agregam valor
incremental nos processos existentes
Método da Manufatura Flexível: sistema de produção que permite a fabricação
simultânea de vários modelos e especificações de produtos, atendendo
demandas individualizadas dos nichos de mercado;
Método de Keiretsu - sistema empresarial caracterizado pela atuação em redes
verticais e horizontais de parceria com cliente e fornecedores.

72
Além dos Modelos Japoneses, também surgiram na Europa e Estados Unidos
outros modelos de Administração que serviram de laboratório na busca em
querer alcançar a evolução obtida pelas empresas japonesas
- Administração Participativa: prega a consolidação e divulgação dos objetivos
e estratégia da empresa permeada por todos os níveis da organização.
- Administração Empreendedora: Estabelece o conceito de Unidades
Independentes de Negócios; transforma departamentos e divisões em
"pequenas empresas" internas à organização, com autonomia operacional e
mercadológica, e mantém a gestão financeira centralizada para otimizar os
recursos das várias unidades autônomas).
- Administração Holística: é um desenvolvimento da "administração científica"
de Taylor e Fayol, que reduzia o trabalho humano ao nível da visão da tarefa ;
prega a integração dos objetivos organizacionais com os objetivos individuais
de auto realização pessoal e profissional; e estabelece a divisão do trabalho
por células
- Corporação Virtual: baseado na filosofia de redução da estrutura formal das
organizações, na busca de maior flexibilidade; uso intendo da
telecomunicações, sendo visto atualmente como a "empresa do futuro. A idéia
esta baseada na ausência de locais fixos de trabalho e a condução da
comunicação praticamente toda via Internet

6.2 QUALIDADE NAS AÇÕES:

Eficácia significa fazer as coisas certas, não tem % de atingimento.


Não se pode desprezar qualquer experiência; e aí fazer errado por
desconhecimento de qual a maneira correta de fazer também deve servir de
aprendizado de como não deve ser feito da próxima vez, e repetir erro não
deve ocorrer jamais pois é prova da ineficiência.

73
Eficiência sim é algo que podemos medir facilmente, bastando para isso
comparar o quanto se propôs ou o quanto se deveria fazer e o quanto se fez
de fato.
O primeiro desafio para se atingir eficiência é se organizar , planejar as ações
futuras, e estabelece alguma forma de acompanhamento se estão sendo
cumpridas as ações e se estão sendo atingidas as metas estabelecidas.

Porém para se atingir eficácia, esta não se compra com recursos de qualquer
natureza, esta tem de ser conquistada, tem que ser amadurecida e tende a
ser resultado da Cultura que as pessoas da empresa tem de como fazer as
coisas. A eficácia esta na dimensão do intangível.
Quando se é eficaz, a eficiência já esta embutida e precisa somente de
organização e trabalho para ser enxergada como valor da equipe e ser
preservada dentro da organização, seja através da retenção das pessoas e/ou
principalmente através de uma gestão moderna do conhecimento disponível.

Para se atingir eficiência e eficácia nas ações dentro de uma fábrica química
assim como no resto do mundo empresarial precisa estabelecer uma infra-
estrutura com pessoas, hardware, software e a vontade de cultivar o
conhecimento. A recompensa do esforço na busca da eficácia ira se reverter
em qualidade de vida no trabalho para as pessoas. Devem ser criados
mecanismos eficazes para dirigir as ações e conduzir os processos de tomada
de decisão, economizando os esforços em demasia dos colaboradores na busca
da eficiência. Ao se fazer certo as coisas, não precisa repetir para tentar
acertar na segunda vez, basta fazer da mesma forma sempre e por todos da
mesma maneira, em conformidade com o que da certo.
A eficiência se atinge com o rigidez da administração do trabalho, e a eficácia
que esta na dimensão do intangível se atinge com a gestão adequada do
conhecimento.

74
Pode-se fazer uma analogia dos processos organizacionais com os processos
de comportamentos dos seres humanos que individualmente para atingirem o
sucesso precisam se organizar internamente e com o mundo ao redor, e
passar a dar conta das suas tarefas, e acumular conhecimento e
amadurecimento para fazer somente as coisas certas e superar a expectativa
dos seus “clientes”.

Segundo NONAKA & TAKEUCHI (1997), para se tornar uma “empresa que gera
conhecimento” (“knowledge creating company”) a organização deve completar
uma “espiral do conhecimento”, espiral esta que vai de tácito para tácito, de
explícito a explícito, de tácito a explícito, e finalmente, de explícito a tácito.
Logo, o conhecimento deve ser articulado e então internalizado para tornar-se
parte da base de conhecimento de cada pessoa. A espiral começa novamente
depois de ter sido completada, porém em patamares cada vez mais elevados,
ampliando assim a aplicação do conhecimento em outras áreas da
organização.
A Gestão do Conhecimento é portanto, o processo sistemático de identificação,
criação, renovação e aplicação dos conhecimentos que são estratégicos na
vida de uma organização. É a administração dos ativos de conhecimento das
organizações.
A Gestão do Conhecimento
Permite à organização saber o que ela sabe.
A conquista do conhecimento, que tem de ser de dentro para fora, não pode
ser comprada, tem que ser construída passo a passo, o aprendizado tem de
encaixar uma coisa na outra, o aprendizado tem que ser plantado, cultivado e
frutificado.
As fases do compromisso visível nos processos de mudança de
comportamentos aplicável aos seres humanos também parecem se encaixar
na aplicação desses novos modelos de gestão nas empresas.
Processo de mudança comportamental nos seres humanos:

75
ENTENDER ⇒ QUERER ⇒ APRENDER ⇒ FAZER
As fases da Mudança:
CONTATO ⇒
SENSIBILIZAÇÃO⇒
COMPREENSÃO ⇒
INTERNALIZAÇÃO ⇒
IMPLEMENTAÇÃO ⇒
ENVOLVIMENTO ⇒
A gestão do conhecimento leva as organizações a mensurar com mais
segurança a sua eficiência, tomar as decisões acertadas com relação a melhor
estratégia a ser adotada em relação aos seus clientes, concorrentes, canais de
distribuição e ciclos de vida de produtos e serviços, saber identificar as fontes
de informações, saber administrar dados e informações, saber gerenciar seus
conhecimentos. Trata-se da prática de agregar valor à informação e a prática
de distribuir a informação.
Se o conhecimento abrangesse somente a disciplina da informação, ou seja o
conhecimento cientifico, público e disponível, com o acesso da Internet no
mundo a princípio estariam resolvidas todas as questão relacionadas com o
conhecimento, pois bastaria dispor uma equipe especializada para procurar a
informação desejada e encontrar sem dificuldade: “como é a maneira mais
eficaz de fazer as coisas ?”. Se fosse assim, para implantar a gestão do
conhecimento bastaria criar essa equipe que ficaria incumbida de responder a
todas as perguntas dos outros colaboradores da empresa, como se fosse um
serviço de SAC (Serviço de Atendimento ao Colaborador) da empresa para que
todos ligassem e perguntassem a sua dúvida e em questão de minutos se iria
dispor a melhor resposta para executar as ações.
Então como não adianta criar a equipe de SAC do conhecimento, o que as
empresas tem que fazer é investir nas pessoas para que elas se desenvolvam
e façam somar o conhecimento da empresa. E logicamente tem que se criar a

76
estrutura para fazer a tal transformação de conhecimento explicito em
conhecimento tácito.
É preciso investir na tão falada TI (Tecnologia da Informação ) e assim dispor
toda a informação necessária do dia a dia de forma integrada e facilmente
acessível. A informação do dia a dia pode ser em meio eletrônico ou impresso
ou no quadro de aviso, ou na forma que quiser e na forma que for viável para
a empresa, o importante é além de dispor a informação, deve ser conferido se
a informação esta sendo usada adequadamente. Todos devem entender como
acessar a informação e responder as questões do dia a dia com facilidade e
velocidade e principalmente confiança na informação. Lembrando que não
basta ser eficiente, é preciso ser eficaz.

6.3 VISÃO DO CONHECIMENTO

imagine uma grande organização ou empresa composta de pessoas divididas


em grupos e que realizam atividades voltadas para o processo desde conhecer
o mercado, as características das regiões que consomem os itens produzidos e
comercializados pela empresa, gerir os sub-processos de vendas, compras e
faturamento, e a logística de recebimento e entrega dos itens, e a gestão do
negócio do ponto de vista estratégico e finanças, os preços e serviços
associados, as margens de contribuição e o lucro, o atendimento a legislação e
a contabilidade geral da empresa, e logicamente a linha de produção, com a
engenharia, a coordenação, a operação e o controle do processo, e a
sustentabilidade do negócio.
O que é o conhecimento dentro da empresa?
O conhecimento é o conjunto de informações, práticas estabelecidas, os
sistemas de processamento de dados, as ciências químicas e físicas envolvidas
em todas as atividades que são desempenhadas pelos colaboradores da
empresa, e aí incluem-se clientes, fornecedores, terceiros e toda a rede de
relacionamento que possuem conhecimentos específicos que estão

77
relacionados com a primeira empresa, e que permite a ela operar, funcionar e
gerar os tão desejados lucros e se perpetuar em comunhão com o meio em
que esta inserida.
imagine algumas situações hipotéticas, que podem representar o caso real de
alguma organização:
- uma empresa química tem no quadro de funcionários uma equipe de
operadores de processo que fazem a fábrica operar e produzir durante 24
horas por dia.
Se de uma hora para outra, por qualquer circunstância essa fábrica tenha que
suspender suas atividades e não possa mais contar com a equipe de
operadores que dispunha, e tenha que recrutar uma nova equipe inteira para
dar seqüência as atividades de operação e produção na unidade. E com isso a
empresa fica parada, sem produzir por alguns dias e retomará as atividades
com uma nova equipe.
Situação 1:
A empresa consegue fazer com que a mesma equipe retorne as atividade, sem
a necessidade de nenhum novo recrutamento ou treinamento. O que acontece
é que a empresa conseguirá voltar as atividades operacionais de produção
praticamente no mesmo tempo de set-up já conhecido.
Situação 2:
a empresa tem seus processos e procedimentos muito bem documentados e
um bom sistema de armazenamento de dados, e consegue montar uma equipe
de novos operadores todos com boa classificação e também dispõe de uma
infra-estrutura para dar treinamento abrangente e com especificidade de
funções e para praticamente a grande maioria dos colaboradores. O que
acontece nesse caso é que a empresa consegue voltar as atividades
operacionais após alguns dias necessários para essa nova equipe estabelecer
um primeiro patamar de domínio do conhecimento da planta e do negóci ocom
um todo, e incluindo ainda o tempo de set-up que também será um pouco
maior pela necessidade do aprendizado.

78
Situação 3:
a empresa não tem seus processos e procedimentos muito bem
documentados e nem um sistema de armazenamento de dados, e consegue
recrutar no mercado e montar uma equipe de operadores de média
classificação. E nesse caso, a empresa pode demorar meses até conseguir
voltar as atividades operacionais e gerar receita nos mesmos níveis de
eficiência anteriores.
Estes exemplos demonstram a importância de se fazer a gestão de
conhecimento. E que desde os primeiros avanços conquistados com a evolução
das eras empresariais já se fazia alguma forma de gestão do conhecimento. O
simples fato de se aplicar um modelo de administração seja ele qual for passa
pela gestão do conhecimento. A diferença é que uma vez vencidas todas as
outras disciplinas da administração empresarial como a, gestão financeira, a
gestão da qualidade, a gestão da estrutura organizacional, a gestão dos
recursos humanos, a gestão ambiental, a gestão da informação, entre outras,
aparece como disciplina específica agora a “Onda da Gestão do
Conhecimento”, nesta oportunidade voltada diretamente para a
competitividade e a sustentabilidade.
Uma vez tendo as empresas recentemente passado pela onda da gestão da
estrutura organizacional com expressiva redução dos níveis hierárquicos no
organograma e a onda da Gestão dos Recursos Humanos promovendo
motivação e o fluxo livre e direto da informação entre as funções de linha
dentro da empresa, pode parecer conflitante que para fazer a Gestão do
Conhecimento seja necessário estabelecer algumas regras onde devem fluir a
comunicação.
Na figura 6 a seguir representa-se o modelo que evoluiu da Era da
Administração burocrática com diversos níveis hierárquicos dentro da
companhia e onde se atribuíam as responsabilidades de planejamento e
controle a medida que se subia na escala hierárquica e as responsabilidade da
execução de tarefa a medida que se descia na escala. A responsabilidade pelo

79
controle e planejamento das ações de certa forma também requeria as
competências de preparação, busca da informação necessária e busca da
eficácia. Para o chefe, gerente ou diretor, como não são eles pessoalmente
quem executam as atividades operacionais, eles precisam estar certos de que
estão sendo adotados os procedimentos corretos e que os assuntos são
igualmente entendidos por todos que desempenham as mesmas atividades. E
para o pessoal de linha, supervisores, líderes e operários, é a eficiência é que
conta, e que deve ser cultivada.
Essas duas vertentes dentro da organização tradicional burocrática, os de
cargo mais elevado e que buscam a eficácia e os de cargos mais subalternos
que buscam a eficiência de alguma forma faziam cumprir as ações base para
resguardar o conhecimento. Os chefes tinham tempo suficiente para se
preparar e buscar as informações e fazer os debate livres da pressão de
eficiência que era exigida dos níveis mais subalternos. Nessa empresas do
passado algumas vezes se viam setores inteiros cuja função principal era
cuidar da burocracia e dentro desta estava incluída a informação empresarial.
Porém as estruturas muito inchadas foram o primeiro filtro para barrar as
empresas na busca da eficiência e rentabilidade tornando como palavra de
ordem o enxugamento do organograma.
E agora estando as empresas com a estrutura mais enxuta e otimizada, e
com os desempenhos dos seus sub-processo atrelados aos desempenho
individuais, o uso desenfreado da criatividade e o foco no resultado começa a
promover as situações de reinvenção dos próprios processos. As pessoas vão
aprendendo a ser eficazes a medida que são estimuladas para isso e vão
fazendo cada qual a sua maneira. No Brasil por causa da cultura enraizada
essa combinação vai tornando o conhecimento como algo personalizado.

Para cada novo desafio que aparece para a empresa vão surgindo diversas
frentes de trabalho desintegradas cada uma querendo fazer marketing da sua
eficácia e com isso a empresa vai gastando recurso além daquilo que

80
realmente é imprescindível como etapa do processo, e esses recursos
poderiam ser usado para a melhoria da própria qualidade de vida no trabalho,
ou mesmo para aumentar os lucros.
Como a eficácia supera a ineficiência eventual, a motivação desenfreada então
a princípio não parece comprometer o resultado, mas aos poucos pode ir
corroendo o clima organizacional. Dentro deste contexto diversos Trabalhos
são feitos para diferentes platéias dentro da empresa e são reeditados e
refeitos novamente do zero sem aproveitar muito o que já fora feito antes e aí
prova-se ineficiência, que se não for premiada com o achado da eficácia que é
sustentada pela motivação na promoção pessoal, terá sido gasto boa
quantidade de energia para alinhamento entre as áreas, fazendo muita fumaça
e pouco fogo e dessa forma vai extressando a equipe e diminuindo a qualidade
de vida no trabalho.

figura 6 Modelo de empresa burocrática do passado na visão de conhecimento:

PREPARAÇÃO E BUSCA DO CONHECIMENTO ⇒ ⇒ EFICÁCIA


PRESIDENTE
PLANEJAMENTO E CONTROLE
EXECUÇÃO DE TAREFAS

DIRETOR 1 DIRETOR 1 DIRETOR 1


1o 1o 1o 1o 1o
GERENTE A GERENTE B GERENTE C GERENTE D GERENTE E

2o 2o 2o 2o
GERENTE A GERENTE B GERENTE D GERENTE E GERENTE F

chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de chefe de
divisão 1 divisão 2 divisão 3 divisão 4 divisão 5 divisão 6 divisão 7 divisão 8 divisão 9 divisão 10 divisão 11

supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor supervisor
1 2 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21

Lider 1 Lider 3 Lider 5 Lider 7 Lider 9 Lider 11 Lider 13 Lider 15 Lider 17 Lider 19 Lider 21 Lider 23

operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A operário A

operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B operário B

operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C operário C

operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D operário D

CUMPRIMENTO DO DEVER ⇒ ⇒ EFICIÊNCIA

81
Não existe dúvida que a aplicação da Gestão Moderna do Conhecimento estará
em conformidade com os conceitos de motivação pessoal e busca de
resultados. O que as pessoas precisam ter em mente é que qualquer
experiência vivida seja ela bem ou mal sucedida deve servir de conhecimento
obtido e deve ser dividido com o grupo, e se deve ter ampla informação sobre
o que já foi feito antes e por outros setores da empresa para não gerar
retrabalho. Se a cada novo desafio que surgem para as empresas pessoas
saírem atras de inovação e promoção pessoal poderão estar fazendo
retrabalho, além de que tudo que der errado será enterrado e não será
disseminado como conhecimento adquirido. A vertente de “Aprendizado e
Crescimento” permanecer deixando a desejar.

A empresa tem que dosar a motivação e expectativa que desperta nas pessoas
e passar a realmente valorizar o conhecimento, e conhecimento é não só a
maneira de se fazer certo como também a maneira de não se fazer errado.
A empresa deve valorizar a Cultura da Conformidade para que todos
aprendam as mesmas coisas certas e erradas. E os desafios devem ser
compartilhados, não devendo servir de filtro para classificar os desempenhos
individuais dos colaboradores, setores ou departamentos. Aquela idéia de time
e trabalho em equipe mais do que nunca deve ser encarada com respeito.
Deve-se valorizar a preparação e o estudo sobre o que a empresa já sabe, ou
seja aquilo que representa o conhecimento dentro da empresa e sobre os
assuntos que estão em andameto, e esse conhecimento deve ser difundido a
todos que precisem dele.
Deve-se permitir apenas trabalhos com edições oficiais dentro da organização,
pois iniciativas paralelas promovem evolução pessoal e restrita de um grupo e
não aumentam o conhecimento da empresa.

82
No mundo muito dinâmico que se vive hoje as empresa geralmente se atiram
a toda as espécies de oportunidades e novos desafios que o mercado oferece,
e para conseguir atuar nessas diversas frentes de trabalho democratizam a
priorização de atividades, criando demanda acima dos recursos disponíveis.
Cada um faz a suas próprias prioridades e da conta delas de acordo com a
disposição pessoal que apresentam
Em muitas vezes ocorre dispersão da priorização em mais de uma área
diferente dentro da empresa, culminando com pessoas realizando trabalhos
semelhantes, porém desconectadas uma das outras. Isso representa
desperdício de recursos e é um dos maiores motivos de insatisfação do pessoal
de linha. No dia a dia aparece como uma falha do Sistema de Gestão para
aqueles que primam pela valorização do conhecimento, porém que de certa
forma é compensada pela vontade de promoção pessoal e pela corrida do
sucesso que é oferecida ao pessoal de linha, tornando um verdadeiro
programa de captura de talentos.
Nesse contexto, diversos trabalhos ou projetos são priorizados, cancelados,
reeditados mais de uma vez, cancelados novamente, perde-se o histórico, e
quando finalmente são executados carregam uma série de imperfeições.
As diferentes funções de cargos dentro da empresa tem seu escopo sem
limites bem definidos e as responsabilidades cruzam uma com as outras
abandonando a idéia de especialização por função que é um das características
que ajudam a fazer conhecimento.
Já esta claro que os organogramas verticalizados e os setores extremamente
especializados são coisas do passado e não se aplicam mais; mas por outro
lado a estratégia de todo mundo fazer de tudo também deve ter um limite.
Essa coisa de criar muita motivação para que todos possam se lançar nos
diversos trabalhos e desafios que aparecem acaba causando dispersão do foco,
cria uma disputa oculta e sem sinergia, e o pior disso, como já foi dito antes
compromete o clima.
Seguem algumas dicas para se fazer bem feito a Gestão do Conhecimento

83
a) patrocinar ao máximo _"o bom relacionamento"_ entre as áreas
b) definir muitíssimo bem os limites de atuação e atividades de cada função
c) definir com precisão os conhecimentos e habilidades requeridas para o bom
desempenho de cada função, criar uma matriz de conhecimento
d) criar mecanismos de treinamento e reciclagem do conhecimento
e) Valorizar a Cultura da conformidade e que o conhecimento é gerado dentro
das pessoas porém deve se tornar propriedade do grupo para promover o
bem estar de todos
f) melhorar o processo de seleção das novas atividades ou projetos que
aparecem como oportunidade para a empresa.
g) planejar os novos trabalhos sempre com prioridade na definição da equipe
e recursos necessários.
h) Promover a realização de atividades que tenham edição oficial para a
empresa, e que tudo o que for feito pelos colaboradores e os resultados
advindos que sejam registrados disseminados e guardados como
conhecimento para a empresa.
e) criar sistemáticas para gerir todos os tipos de atividade realizadas dentro
da empresa e incentivar que cada uma busque a excelência operacional
naquilo que faz.
E é claro:
f) ter um mecanismo eficiente de gestão da informação.
g) Ter os objetivos estratégicos, visão, missão e ações estratégicas bem
definidas e difundidas.
h) Promover a qualidade de vida no trabalho e criar uma estrutura oficial para
gerir a Inovação, que aparece como diferencial competitivo no mundo atual

Algumas reflexões finais sobre Gestão do Conhecimento


A informação e o conhecimento:

84
como é essa coisa de fazer a junção das informações e gerar conhecimento,
isto é uma habilidade nata ou adquirida e desenvolvida que esta com cada
indivíduo.
O sucesso de uma empresa no tempo esta diretamente relacionado com os
caminhos que trilha e as competências e recursos disponíveis para lidar com
as dificuldades e usufruir das facilidades encontradas ao longo desse caminho,
e os diferentes caminhos a percorrer são sempre resultado dos processos de
tomada de decisão, sendo as decisões ou escolhas de caminhos a serem
trilhados diretamente relacionadas com o processo de gestão do
conhecimento; talvez mais importante do que as pessoas certas para cuidar do
processo de tomada de decisão, sejam as ferramentas para se acessar ou
buscar as informações que possibilitem discernir e entender como é ou como
será o desdobramento de uma escolha e os recursos disponíveis para atuar
dentro do caminho escolhido.

a Gestão do conhecimento fornece meio e ferramentas para permear o


conhecimento requerido entre as pessoas e resguardar as inovações
conseguidas também por meio das pessoas, que se não representam
inovações radicais (como aquelas associadas a inteligência competitiva)
representam a melhoria contínua, coisa essa que já ficou consolidada por
todas as ondas de modernização por que passaram o mundo empresarial
voltadas para a qualidade, garantia da qualidade, excelência, atuação
responsável, Boas Práticas, e Inovação.

a Inteligência competitiva por sua vez esta relacionada ao ambiente macro em


que vive a empresa, representada pelo mercado, universidade, governos
(clusters) e especialistas; são as visões do ambiente externo e que são
compartilhadas pelos concorrentes, ou seja de certa forma pelos competidores
da empresa e aí a informação vira disputa. A informação preciosa que

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representa segredo de negócio essa é claro que não estará disponível no site
da empresa.
GESTÃO DO CONHECIMENTO INDIVIDUAL:
Se fizer analogia da Gestão do Conhecimento na empresa com a Gestão do
conhecimento individual deve-se considerar:
missão e visão - qual o propósito pessoal e o mundo ao redor
inteligência competitiva, Tecnologia da Informação e Gestão do Conhecimento
- quais as dificuldades e habilidades próprias e dos concorrentes e as
requeridas e impostas pelo caminho que esta sendo trilhado
É necessário se conhecer na atualidade, e conhecer a sua história própria, a
historia da família os sucessos e fracassos, e a árvore genealógica.
e para montar a gestão do conhecimento pessoal devem ser mapeado todas
as habilidade requeridas para desempenhar as funções que realiza hoje e as
que serão necessárias para enfrentar o dia de amanhã, deve-se construir a
sua grade de conhecimentos e enxergar quais são os canais de acesso da
informação.
As faculdades ou cursos de especialização tem o compromisso específico de
criar no indivíduo o tal capital intangível e a formar profissionais para atuar
nas empresas, mas também exige como pré-requisito uma formação
secundária, disciplina, assiduidade e conformidade com o que se chama de
conhecimento acadêmico, que é o conjunto de informações que o profissional
deve dispor para poder fazer comparações do mundo real e conceber idéias
ou fazer interpretações que encurtem os caminhos de atingir os objetivos
técnicos, e obter o sucesso.

86
CAP. 7, RELATO DE CASOS E ESTÓRIAS DE APLICAÇÃO DO
COMHECIMENTO

7.1 A importância da pureza do Nitrogênio:


O Nitrogênio devido suas propriedades de gas inerte e farta abundância na
natureza constituindo quase 80 % do ar atmosférico é amplamente utilizado
na industria química principalmente para preencher os espaços vazios dentro
dos tanques com líquidos inflamáveis e também em outros processos onde se
requeira a exclusão de outros gases como o oxigênio ou umidade do ar, e
especialmente na fabricação de produtos derivados de ingredientes graxos
naturais, e que requeiram para uso e aplicação a mínima degradação de Cor
possível durante o processamento. Os ingredientes graxos tendem a sofrer
naturalmente a degradação da Cor passando de quase incolor até o amarelo,
alaranjado e podendo chegar ao marron escuro naturalmente com o
aquecimento e a presença de oxigênio. O Nitrogênio é então utilizado para
expulsar o Oxigênio do meio e evitar assim a degradação da Cor durante as
etapas de aquecimento e reação.
O processo mais amplamente utilizado para obtenção do Nitrogênio é através
da destilação do Ar Atmosférico: o ar é comprimido adiabaticamente elevando
a temperatura e em seguida é resfriado para remoção de calor e na sequência
é expandido novamente sofrendo forte abaixamento da temperatura
semelhante ao que acontece com os líquido refrigerantes nas máquinas
frigoríficas e assim consegue-se atingir as temperauras de condensação do
Oxigênio (-183oC) e do Nitrogênio (-196oC). Nessas temperatura pode-se
fazer então a destilação do Ar Atmosférico e obter Nitrogênio Líquido com
pureza de 99,99%.
Durante as décadas de 80 a 90 eram grandes os numeros de usinas das
empresas White Martins, Air Liquid, AGA, que Destilavam o Ar Atmosférico
para obtenção principalmente de Nitrogênio líquido que era, e é até hoje
amplamente comercializado. O Nitrogênio é então vendido e transportado na

87
forma líquida a –186oC, em caminhões tanques adiabáticos, semelhante a
uma garrafa térmica doméstica gigante (são dois tanque um dentro do outro
no qual se tem vácuo entre as paredes dos dois tanques constituindo um
excelente isolamento térmico. Para fazer funcionar o negócio, as empresas
fornecedoras precisam manter nos clientes um conjunto de equipamentos para
recebimento do Nitrogênio líquido e condicionamento para uso, sendo um
tanque adiabático, uma serpentina aletada com a função de evaporar o
Nitrogênio líquido, e o sistema de controle de pressão para suprir a rede
industrial (tubulação) do cliente. Mediante o consumo na rede e abaixamento
da pressão de saida do tanque, o Nitrogênio líquido flui do tanque adiabático
para o evaporador e passa pela válvula reguladora de pressão para alimentar
a tubulação. Sempre que abaixa o nível de Nitrogênio Líquido dentro do
tanque, o fornecedor é acionado para vir reabastecer novamente. O
abastecimento do Nitrogênio líquido do caminhão tanque para o tanque no
cliente é feito com o uso de bombas e mangueiras especiais (próprias para
baixíssimas teperaturas) e fica aos cuidados do fornecedor.
Como uma inovação tecnológica dessa modalidade de negócio sendo o
fornecimento de Nitrogênio, no final da década de 80 começaram a surgir em
escala comercial os equipamentos compactos para filtragem do Ar atmosférico
através de membranas moleculares. Esses equipamentos são capazes de filtrar
o Nitrogênio do Ar e a medida que se reduz a vazão de consumo a pureza do
gás filtrado pode atingir até 99% de Nitrogênio e 1% Oxigênio. As empresas
que antes somente vendiam o Nitrogênio líquido (criogênico) com 99,99% de
pureza passaram a oferecer essas novas máquinas compactas como vantagem
competitiva para os clientes e através da cobrança de aluguel das máquinas
substituiam parcialmente as vendas do Nitrogênio criogênico (líquido).
As máquinas de geração de Nitrogênio membrana eram interligadas com a
rede de Nitrogênio existentes e era mantido o tanque de Nitrogênio Líquido
também interligado a rede e com válvulas reguladoras de fluxo na saida do
tanque de criogênico, dispondo a alimentação do Nitrogênio criogênico na rede

88
com “stand-by” (reserva), somente alimentando Nitrogênio criogênico se a
vazão de Nitrogênio Membrana não conseguisse suprir o consumo.
Na aplicação do Nitrogênio como meio inerte para aumentar a segurança da
estocagem dos líquidos inflamáveis a pureza do Nitrogênio de membrana (97
≈ 99%) menor que a pureza do Nitrogênio criogênico (99,99%) não
representava nenhuma restrição técnica. Porém para algumas aplicações como
a que será descrita a seguir, foi com a prática é que se aprendeu sobre a
performance e algumas restrições desse novo tipo de Nitrogênio disponível
(Nitrogênio Membrana).
O caso então trata de uma processo de fabricação de coco-amido amina graxa,
que é um intermediário na obtenção de um tenso-ativo anfótero conhecido
como Betaina e que tem aplicação no mercado de cosmético.
Os requisitos de aplicação incluem a propriedade de cor do produto final e
conforme já era de conhecimento da literatura, a preservação da Cor do
produto é obtida mediante a inertização com Nitrogênio durante todas as
etapas de reação. E durante os períodos de fabricação do produto em que
somente se dipunha na fábrica do Nitrogênio criogênico, variações intrinsecas
das matérias-primas e do próprio processo já produziam uma variaçao de Cor
do produto final de 0 até 200 Pt-Co (escala de cor), que quando se fez as
primeiras avaliações do uso do novo tipo de Nitrogênio (obtido por membrana)
não se observou qualquer alteração que pudesse ser atribuida a menor pureza
do Nitrogênio de membrana.
Porém com o passar do tempo a partir de um aumento na exigência dos
clientes e redução da especificação de Cor, foram sendo implementadas
melhorias de controle de temperatura e manuseio dos ingredientes no
processo para reduzir a Cor e atender as novas especificações de mercado.
Uma vez atravessada a primeira fase de melhoria do processo e tendo se
atingido as novass especificação mais rigorosas foi possível vivenciar o
primeiro momento de incertezas sobre o conhecimento do processo pois nesse
contexto algumas vezes e de forma inexplicável o produto era obtido com cor

89
elevada e acima da especificação causando dificuldade para a fábrica atender o
mercado. Foram então realizados testes de laboratório, e o produto obtido em
escala em bancada usando Nitrogênio criogênico era obtido dentro da
especificação em 100% dos testes, comprovando que a qualidade dos
ingredientes e os controles estabelecidos eram suficientes para assegurar a
qualidade do produto. Obs. não se dipunha de Nitrogênio de pureza variavel
para uso no laboratório. Então passou-se a duvidar do controle de temperatura
na fábrica e se redobrou o monitoramento desses controles tanto nas fases de
reação que já estavam automatizadas como também nas fases de estocagem
dos ingredientes graxos no tanque. Dessa forma consegui-se restabelecer a
qualidade do produto na fábrica e voltar a atender ao mercado, não deixando
suspeita sobre o Nitrogênio Membrana. Porém passado mais alguns meses
coincidindo com um aumento das atividades operacionais dentro da fábrica
voltaram a ocorrer problemas com a cor do produto final fora da especificação.
O que tornava difícil a solução do problema era que o mesmo acontecia de
forma intermintente e não sistemático, ou seja algumas bateladas ficavam
ruins e outras bateladas ficavam boas e isso dificultava a análise. Então
novamente se redobrou o monitoramento das operações em todas as etapas
do processo e foi observado que em alguns momentos de muito consumo de
Nitrogênio, a pureza do Nitrogênio da membrana caia abaixo de 97%, mas por
outro lado se o consumo era muito alto a rede de distribuição de Nitrogênio
era suprida com o Nitrogênio criôgênico e então por causa disso não se
conseguia observar uma correlação entre a Cor do produto final obtida e o
consumo ou a pureza do Nitrogênio da Membrana. Com certeza se fosse feito
um estudo instalando um medidor de pureza do Nitrogênio na entrada do
reator aí sim seria comprovado a influência da pureza do Nitrogênio no
processo.
Como ação corretiva para esse problema foi então adotado estabelecer
exclusivamente o uso do Nitrogênio criogênico para a fabricação deste produto

90
e dessa forma se obteve a estabilidade do processo, com 100% das bateladas
dentro da especificação por vários meses e anos consecutivos.
O problema parecia então definitivamente solucionado até que a princípio de
forma inexplicável voltaram a ocorrer os tais problemas de cor fora da
especificação, e piorar o diagnostico da situação, as bateladas fora de
especificação ocorriam de forma intermitente, ou seja algumas bateladas
ficavam boas e outras ficavam ruins sem qualquer correlação sistemática. Os
engenheiros e técnicos da fábrica dessa vez ficaram loucos para desvendar o
problema e a experiência e intuição dos mesmo apontava para algum tipo de
contaminação que pudesse estar ocorrendo. Foi então feito um multirão dentro
da fábrica para analisar ponto por ponto da rede de Nitrogênio até que que foi
encontrada uma válvula defeituosa na entrada de um outro reator e que
interligava as duas redes de Nitrogênio, o Nitrogênio da Membrana e o
Nitrogênio criogênico. Como a pressão das redes variavam com o consumo,
algumas vezes o Nitrogênio da rede Membrana fluia para dentro da rede de
criogênico e ficava alojado dentro da tubulação até ser consumido, e se se
nesse tempo fosse produzido o produto problema esta batelada então sofreria
a degradação de cor. Como ação corretiva desta vez foram cortadas todas as
interligações de tubulação entre a rede do Nitrogênio Membrana e do
Nitrogênio criogênico e voltou-se a ter o processo sob controle novamente.
O ultimo episódio dessa estória da pureza do Nitrogênio veio a ocorrer após a
mudança de algumas pessoas dentro da equipe da fábrica e como essas novas
pessoas não iriam trabalhar com o tal produto problema não receberam todos
o conhecimentos específicos, e ao realizarem um projeto de um outro produto
em um outro setor da fábrica julgaram como adequado interligar as redes
Nitrogênio criogênico e Nitrogênio membrana em um memo ponto de uso. E
assim permaneceu até que voltasse a ocorrer os problemas de Cor no produto
problema, sendo que dessa ultima vez a solução parecia quase impossível pois
para o grupo quw trabalhava com o produto, a princípio não existiria mais a
hipótese de contaminação. Felizmente um operador que antes trabalhava com

91
o produto problema e agora estava trabalhando com o novo projeto no outro
setor da fábrica se deu conta da interligação que existia entra as duas redes
de Nitrogênio naquele setor e alertou aos engenheiros da fábrica. Como se não
bastasse ainda foram levantadas duvidas se realmente seria necessária cortar
a interligação entre as redes do Nitrogênio membrana e criogênico daquele
setor, mas logo em seguida ao corte da interligação o problema foi resolvido
defitivamente.

7.2 Como garantir que os Fluidos especiais permaneçam límpidos:


Na industria em geral, os fluidos especiais ou aqueles que são chamados de
fluidos funcionais são produtos cuja aplicação de uso requer que tais produtos
permaneçam na forma líquida, com a mesma composição química, garantindo
assim as mesmas propriedades físico-químicas como densidade, viscosidade,
temperatura de solidificação, perfil de viscosidade versus temperatura, tensão
de cisalhamento versus força de cisalhamento, tensão superficial, cor,
límpidez, cheiro, e outras propriedades mais que possam se imaginar
atribuidas a um líquido e que possam ser estudadas e especificadas. Em
resumo, o líquido precisa ser absolutamente estável com o passar do tempo,
como exemplos: temos na industria cosmética os perfumes, os óleos minerais
de uso no corpo, na industria automobilística temos o fluido para freio, o fluido
de arrefecimento do radiador, os óleos lubrificantes, na industria de Petróleo
temos os fluidos de perfuração de poços, e etc.
Este estudo de caso retrata a estória do aprendizado sobre filtração de um
determinado produto classificado com fluido funcional.
O Produto fora desenvolvido em escala de bancada de laboratório e em escala
piloto a partir de informações obtidas de patentes estrangeiras, e era
constituido de uma mistura de ésteres inorgânicos de Boro e ésteres de glicol.
Inicialmente, a obtenção em pequena escala não tinha propiciado condições
suficientes para que se pudesse observar a ocorrência de formação de um sal

92
inorgânico precipitado do meio líquido a um nível de concentração de alguns
“ppm´s” (partes por milhão), e que aos poucos se acumularia sempre que
houvesse condições apropriadas como elevados volumes reunidos e tempos de
repouso prolongado, assim se acumularia em pequeníssimas quantidades no
fundo dos recipientes em que estivessem estocados, quase imperceptíveis. E
quanto menor fosse a quantidade reunida e o tempo de repouso menos
probabilidade de ser visível a formação do precipitado.
O fato é que em escala de bancada e piloto as quantidades de produto
reunidas eram pequenas para evidenciar a formação do precipitado, e a
produção na fábrica inicialmente era envasada direto em tambores de 200
litros, (quantidade também considerada pequena) e o tal precipitado que
acabava se formando em pequeníssima quantidade no fundo do tambor não
era percebido por ninguem.
Após varios meses de comercialização, e o tal produto sendo vendido ao
mercado regularmente, foi detectado por um cliente a existência desse
precipitado que teria se acumuldado no filtro da linha de montagem do cliente,
pois fazia parte do processo do cliente filtrar o líquido antes do uso direto onde
era empregado. E aí foi aberto um um processo inter-empresarial de Não
Conformidade, que é uma ferramenta de gestão para tratar os problemas de
qualidade na industria. Aprofundaran-se os estudos sobre o produto, em
literatura e através de mais experimentações em bancada, para saber como
era o mecanismo de formação desse precipitado e como se poderia elimina-lo
com total confiabilidade.
Constatou-se tão logo que o produto se ficasse parado no reator de 5
toneladas por mais de 1 dia, já era possível observar visualmente o tal
precipitado. A origem dessa formação ou causa raiz do problema estava
relacionado com o teor de impurezas inorgânicas nos compostos de Boro que
eram usados como matéria-prima na fabricação.
Iniciou-se a prospecção de fornecedores que garantissem menor nível de
impurezas, e foi modificado o processo se estabelendo uma etapa de filtração

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do produto depois da reação e antes de envasar ou mesmo antes de ir para o
tanque de estocagem. Nessa ocasião o produto também passara a ser vendido
a granel, e aí a condição de formação do precipitado ficava ainda mais crítica
porque nos tanques se juntavam quantidades de 25000 Kg e o tempo de
repouso era muito prolongado, por vários dias. Ou seja era certo aparecer o
tal precipitado no fundo do tanque de estocagem. A solução adotada para
expedir o produto a granel foi ligar a tubulação de sucção da bomba em uma
altura elevada para não arrastar o líquido do fundo impregnado com as
partículas insolúveis. E para dispor a venda de produto envasado adotou-se
bombear o produto do tanque e filtrar uma segunda vez antes do envase.
Tudo parecia que ia bem até que ocorreu uma segunda reclamação de cliente
relativo a presença das tais partículas insolúveis no produto.
Novamente a atenção dos engenheiros se voltou com prioridade para os
estudos sobre a formação das partículas insolúveis.
O modo de falha identificado como causa raiz do problema dessa vez foi que
as ligações do filtro com o tanque de estocagem e com o reator eram através
de mangueiras e conexões tipo engate rápido e essas mangueiras eram
retiradas e recolocadas no filtro pelos operadores rotineiramente, para usar
em outro local da fábrica. O grande risco de falha era que se o operador
invertesse as conexões das mangueiras nos bocais do filtro poderia ligar a
câmara suja do filtro com o bico de envase, e aí resultaria um refluxo das
partículas retidas no filtro indo parar dentro de um tambor. E a partir do
segundo tambor, já com a câmara suja do filtro rinsada, o filtro funcionaria
mesmo no sentido ao contrário assim filtrando o líquido. E foi justamente o
que aconteceu nessa segunda não Conformidade, pois foi apenas o 1o tambor
do lote reclamado é que ficou contaminado com as partículas, e todos os
outros tambores desse lote ficaram OK, isentos de partículas
Entendido como essa armadilha se formava, ou seja a medida que se filtrava,
se acumulavam as partículas no Filtro, e isso fazia aumentar o risco de uma
falha por acumulo do tal precipitado

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Foram 3 ações corretivas dessa vez e representam um segundo passo na
busca de melhoria contínua, (1a) sendo construidas tubulações fixas ligando o
filtro com os sistemas do reator e dos tanques; (2a) foi instalado um segundo
filtro em série com o primeiro constituindo um sistema de dois estágios de
filtração, com elemento filtrante de sacrifício no 1o estágio e elemento filtrante
de alto desempenho no 2o estágio; e para a operação de substituição dos
elementos filtrantes que ficou sendo a única intervenção manual no sistema de
filtração, pois a troca dos elementos filtrantes em algumas circunstâncias eram
necessárias a cada 2-3 dias, os elementos filtrantes saturavam retendo as
partículas e precisavam ser substituidos por elementos novos e limpos. (3a) a
operação de troca dos elementos filtrantes passou a ser supervisionada pelos
engenheiros da fábrica e era fotografada.
Então mais um confiabilidade do processo se tinha atingido, passando varios
meses sem problemas. É claro porque a estória não termina aqui, temos mais
um episódio, e foi a terceira reclamação de cliente sobre não conformidade de
partículas no produto.
A essa altura já se tinha grande conhecimento sobre a formação das
partículas, o tamanho em microns e a distribuição de tamanho de partículas,
as condições que favoreciam e retardavam a formação, como temperatura,
concentração de reagentes, tempo de repouso ou agitação, etc.
Foi constatado nesse terceito episódio que os elementos filtrantes fornecidos
pelo fabricante tinham sofrido uma mudança na forma de fabricação, sendo
que antes eram integralmente importados da Matriz pronto para aplicação e
uso, e a partir de então passaram a ser importados em comprimento 3 vezes
maior do que o comprimento especificado, e pasaram a ser cortados e selados
na fábrica do formecedor no Brasil. Foram observadas visualmente Não
Conformidades nos elementos filtrantes sendo: - a variação do comprimento
do elemento filtrante fora da faixa especificada, - e falhas na colagem da peça
de vedação.

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O monitoramento do desempenho dos elementos filtrantes estava indicando
aumento no tempo para saturação dos elementos filtrantes e isso não
representava nenhuma melhoria no processo, pois ao contrário os elementos
filtrantes tinham baixo desempenho e não filtravam suficientemente o
produto., e foi constatado grande acumulo de precipitado no fundo dos
tanques.
As novas ações corretivas foram: a troca dos elementos filtrantes passaram a
ser controladas pela medida da pressão diferencial do filtro em regime de
operação, e também com esse controle os elementos filtrantes defeituosos
eram reprovados ao ser instalado para o uso e não resultassem em uma perda
de carga mínima especificada. Aí foram vários elementos filtrantes abertos da
embalagem e reprovados na inspeção visual e outros elementos filtrantes que
eram reprovados por não apresentar o delta pressão mínimo especificado, e
eram devolvidos para o fabricante, o que fez com que o fabricante se
apressasse em resolver o problema em sua fabrica e restabelecesse a
confiabilidade dos elementos filtrantes. Também foram incluidas molas na
vedação dos elementos filtrantes de forma a estabilizar a pressão de vedação
em cada elemento filtrante dentro do Filtro
Em paralelo as estórias de melhoria do processo de filtração, também foi
avaliado que a aquisição de materias primas de maior pureza por sua vez mais
caras, por fim se tornavam mais economicas por diminuir o consumo os
elementos fitrantes.
O ultimo estágio de melhoria contínua nesse processo felizmente não precisou
ser motivado por nenhuma Não Conformidade. Pois com toda a empresa
conhecendo a estória de desenvolvimento do produto e a sua importância
estratégica não foi difícil aprovar um investimento de maior porte, incluindo
novos filtros de maior capacidade, uma automação da tancagem e a disposição
de 3 sistemas de filtração independentes: uma para transferir do reator para
os tanques, outro pata transferir do tanque para o envase e outro para
transferir dos tanques para carregamento a granel.

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7.3 Se faltarem o conhecimento prático ou os conceitos básicos de
ciência a planta contínua para e não opera:

as falhas ou interrupções ou não conformidades e produto em processos em


regime de batelada sempres estarão associados com deficiência na tecnologia
como os casos citados anteriormente ou falhas do hardware, ou mesmo falhas
na matéria-prima. Diderentemenete plantas contínuas
Icluir abordagem sobre tabela de conhecimentos básicos de formação
acadêmica (ensino básico, formação técnica, ou formação superior, e agora
com bastante ênfase nos aspéctos comportamentais de relacionamento, pro-
atividade, comprometimento, e disciplina de segurança)

- Bibliografia
1 - artigo: The Chemical Industry, D. Sharp and T.F. West - Ellis Horwood – Publishers
2 - artigo: The Chemical Industry at de Millennium, Peter H. Spitz
3 - Livro: “CULTURA ORGANIZACIONAL E CULTURA BRASILEIRA” - Fernando. C. Prestes Motta e
Miguel P. Caldas Ed. Atlas 1a ed,1997
4 - artigo: Indústria Petroquímica Brasileira: Estrutura, Desempenho e Relação com a Química Fina -
Antunes, Adelaide
5 – História da química – acesso 20/09/2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_qu%C3%ADmica
6 - CRONOLOGIA-Veja os principais fatos sobre o petróleo no Brasil ; acesso a Web em 20/09/2007 :
http://br.ibtimes.com/articles/20060421/cronologia-auto-sufici-ecirc-ncia.htm
7 – A INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA :
Relátório Anual ABIQUIM 2005

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8 – disciplina de Contabilidade Financeira do Curso do GETIQ 2006 :
prof. Vilma Rita Lopes
9 – disciplina de Gestão Ambiental do Curso do GETIQ 2006 :
prof. Marcelo Kós
10 – disciplina de Análise de Investimento do Curso do GETIQ 2006 :
prof. Domênico
11- UMA INTODUÇÃO AO PENSAMENTO ECONÔMICO , acesso a Web em 04/09/2007
http://www.nalijsouza.web.br.com/introd_hpe.pdf
trabalho “do Prof. Dr. Nali de Jesus de Souza
12 - disciplina de Competência interpessoal do Curso do GETIQ 2006 :
prof. Regina
13 – “Inteligência Emocional” Monografia de Curso de Especialização em Liderança
Luiz Gustavo M. Andraus :
14 - GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO MODELO EMPRESARIAL
Antônio Raimundo dos Santos
Fernando Flavio Pacheco
Heitor José Pereira
Paulo Bastos Junior

15 - Michael Porter, o estrategista da academia, acesso em 20/08/2007


http://www.andreilima.adm.br/index.php/2007/09/10/michael-porter-o-estrategista-da-academia/
16 – Terra, José Cláudio C (1999). “Gestão do Conhecimento - Aspectos Conceituais e Estudo Exploratório
Sobre as Práticas de Empresas Brasileiras” ,
17 – Relatório Anual da ABIQUIM – Industria Química Brasileira

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