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Educação Construtiva: o Olhar do

Docente em Relação a esta Concepção de


Ensino
Desenvolvimento Humano Raimunda Maria da Cruz Maio/2016
11111
(Tempo de leitura: 37 - 73 minutos)

Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo compreender o


olhar do docente em relação à concepção de ensino construtivista. A
pesquisa do tipo estudo de caso, com abordagem qualitativa, ocorreu com
a participação de três docentes que durante um longo período de tempo,
trabalharam a educação construtiva. O instrumento técnico utilizado foi o
questionário e os dados coletados foram organizados em temáticas,
resultantes de temas recorrentes ao construtivismo com base ao referencial
teórico de autores renomados como: Becker (1993); Kamii (1992);
Libâneo (1996); Saviani (1991); Weisz (2004); Luckesi (1995); Freire
(1985); pesquisadores da Educação. O construtivismo tem como foco
principal, as possibilidades de relação do indivíduo com o mundo e com
os outros, para sua própria constituição e formação. Sendo assim, o
docente que adota esta concepção de ensino fundamentam-se nas
vivências do aluno, respeitando as suas individualidades para a sua
construção do conhecimento. A pesquisa aponta que a concepção estudada
é muito importante por valorizar o educando na construção do
conhecimento, porém, os professores estão deixando de trabalhar, até
mesmo por exigência dos pais que não entendem o tempo de aprendizado
de seu filho, cobrando quantidade de conteúdos trabalhados, e desta
forma, a escola retorna a concepção conservadora.

Palavras-chave: Educação Construtiva, Concepção de Ensino,


Trabalho Docente.

1. Introdução
A escolha do tema veio com a necessidade de fazer algo diferente que
fugisse do tradicional, levando em consideração que estamos no século
XXI e que muitas coisas evoluíram se comparando há décadas e daí veio
à busca de novos conceitos e conhecimentos para a realização desta
pesquisa.
Com o objetivo de coletar dados para um novo olhar quanto à
necessidade da abordagem do tema sobre o construtivismo em sala de
aula, aonde vem facilitar a aprendizagem. Dessa forma, buscou-se por
meio desta pesquisa, responder a seguinte questão: Qual o olhar do
docente em relação à concepção de ensino construtivista?

Este estudo, de abordagem qualitativa, trata-se de uma reflexão sobre


o olhar do docente em relação à concepção de ensino construtivista e que
foi realizado com três professoras que durante um longo período de tempo
trabalharam com esta concepção de ensino, ou seja, a educação
construtiva, no “SESC ESCOLA” (única escola da capital que trabalha
esta concepção de ensino), mas atualmente estão na Escola Municipal de
Educação Infantil Sementes do Araçá que fica situada na Rua Castro
Alves 5899, bairro São Sebastião I zona norte da capital.

Nesta perspectiva, os objetivos propostos para a pesquisa foram:


pesquisar sobre a forma que essas professoras trabalhavam o
construtivismo; entender a importância da Educação Construtiva na escola
e perceber a postura do docente diante de questões relacionadas ao
construtivismo com os alunos.

Esta pesquisa possibilitou um estudo cuidadoso em relação à


concepção de ensino construtivista, baseado nas teorias de alguns
estudiosos, entre outros, Libâneo (1992); Saviani (1991); Weisz (2004);
Luckesi (1995); Becker (2003); Ferreiro (1995); Minayo (2007), que
foram importantes na compreensão e no entendimento sobre esta
concepção de ensino.

O estudo foi desenvolvido em diferentes seções no qual se procurou


demonstrar de uma melhor forma, os desafios e as metodologias utilizadas
para haver uma boa educação construtiva, pois se sabe que a escola é
essencial para a vida social de todo aluno.

Primeiramente, apresentam-se uma discussão acerca da educação


formal e informal, com seus contrapontos, e na sequência, as diferentes
concepções pedagógicas.

Na seção seguinte, foi demonstrado com clareza, o entendimento


sobre o Construtivismo, a Educação Construtiva e todo o conhecimento
que envolve sua teoria e sua prática. A seguir foi mostrado não só os
aspectos teóricos, mas, as estratégias facilitadoras do ensino e da
aprendizagem detalhadamente.
Para finalizar, foi mostrada a metodologia utilizada para a elaboração
da pesquisa, apresentando os dados e sua análise com base na contribuição
teórica anteriormente apresentada.

2. Uma Discussão Acerca da Educação: Formal e


Informal
A história da educação é parte da história da cultura, que por sua vez
faz parte da história geral. Em cada tempo e espaço histórico, a educação
atendeu a determinados objetivos, que correspondiam a visões de homem
e de mundo. Para compreender a história da educação, é essencial situá-la
na história geral.

Entende-se por “educação” o processo através do qual, indivíduos


adquirem domínio e compreensão de certos conteúdos considerados
valiosos. Engloba o processo de ensinar e aprender.É um fenômeno
observado em qualquer sociedade e nos grupos organizados destas,
responsável pela sua manutenção e eternização a partir da transposição, as
gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir
necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo
ou sociedade. Enquanto processo de socialização. A educação é exercida
nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do
indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade.

No processo educativo em estabelecimento de ensino, os


conhecimentos e habilidades são transferidos para as crianças, jovens e
adultos sempre com o objetivo de desenvolver o raciocínio dos alunos,
ensinar a pensar sobre diferentes problemas, auxiliar no crescimento
intelectual e na formação de cidadãos capazes de gerar transformações
positivas na sociedade. O acesso ao ensino escolar formal faz parte do
processo de educação dos indivíduos e é um direito fundamental do ser
humano que deve ser garantido pelo Estado.

A educação pode ser formal ou informal. A educação formal é a


desenvolvida na escola, com conhecimentos de mundo já pré-
estabelecidos. Seu objetivo básico é a transmissão de determinados meios
culturais, isto é, de determinados conhecimentos, técnicos ou modos de
vida.

A educação informal é a transmitida pelos pais, amigos, leituras e nos


diferentes espaços sociais de convivência, acontecendo de forma natural.
É gerada de forma espontânea, onde o indivíduo se compreende em seu
processo de socialização com a família e amigos.

É a que acontece na vida diária pelo aprendizado das tarefas normais


de cada grupo social, pela observação do comportamento dos mais velhos,
pela convivência entre os membros de uma sociedade. É realizada em
qualquer plano, sem local ou hora determinada. Todas as pessoas, todos
os grupos, toda a sociedade participam dessa forma de educação. A
expressão “quanto mais se vive, mais se aprende” representa esse
processo.

Segundo Libâneo (1996), a escola seria entendida como mediação


entre o individual e o social, exercendo uma articulação entre a
transmissão de conteúdos e a assimilação por parte dos alunos. O resultado
dessa articulação seria um saber criticamente reelaborado. Esse saber
reelaborado não significaria apenas a absorção de conteúdos específicos a
serem ensinados, mas uma nova relação com a experiência vivida, uma
ligação a sua significação humana e social.

Para que isso ocorra, o autor esclarece que tudo aquilo que é visto e
aprendido na escola, ou seja, os processos de ensino e aprendizagem
formal, precisa ter repercussão na vida dos alunos, considerando a
educação como “uma atividade mediadora no convívio da prática social,
global” (LIBÂNEO, 1996, p.39).

Nesse sentido, Libâneo (1996) afasta a possibilidade de que os


processos de ensino e aprendizagem formais sejam artificiais. Essa
artificialidade estaria caracterizada através de dois pólos: em um lado, um
ensino autoritário onde o saber é apenas depositado no aluno pelo
professor e, em outro, onde o aluno traz um saber totalmente espontâneo
ou natural, sem uma ligação ao significado humano e social (LIBÂNEO,
1996, p. 40).

Para Libâneo (1996, p.39), considerar a educação como “atividade


mediadora no convívio da prática social” significa um acesso ao saber
institucionalizado e reconhecido e àquele cotidianamente construído,
estabelecendo uma articulação entre ambos. Para o outro, o
relacionamento da prática vivida com o saber institucionalizado resultaria
num rompimento, no sentido de constatar a prática real, confrontando o
que é visto na escola, formalmente, com o que é realizado fora dela. Esse
confronto seria o resultado padronizado entre a teoria e a prática, entre o
formal e informal (LIBÂNEO, 1996, p.39).
2.1 Contrapontos da Educação Formal e Informal
A educação formal é identificada com a educação escolar, entendido
como o tipo de educação organizada com uma determinada sequência e
proporcionada por escolas, com estrutura, plano de estudo e papéis
definidos para quem ensina.

Conduz normalmente a um determinado nível oficializado por um


diploma. “Sistema Educativo” altamente institucionalizado,
cronologicamente graduado e hierarquicamente estruturado, que se
estende da escola primária até a universidade.

A educação formal, mais do que transmitir conhecimentos técnicos e


específicos, precisa compreender a criança e o jovem como um todo e
contribuir para o seu desenvolvimento e formação na sua plenitude
preparando-o para o exercício da cidadania.

Por outro lado, é fundamental que se tenha estratégias voltadas para o


ensino não formal a fim de também compreender que os indivíduos e
sujeitos coletivos, que estão fora dos bancos escolares, também estão em
permanente processo de reflexão sobre o mundo e de como agir de forma
responsável e justa.

Mesmo antes do ensino formal, a criança já construiu interpretações,


elaborações internas, que não dependem da interferência do adulto e não
devem ser entendidas como confusões perceptivas (ARANHA, 2006,
p.278).

As garatujas nunca são simples rabiscos sem sentidos, por isso cabe
ao professor observar o que o aluno já sabe, atento para o modo como ele
interpreta os sinais ao seu redor e não para aquilo que a escola pensa que
ele deve saber.

Conforme diz Ferreiro (1988, p.102):


É necessária imaginação pedagógica para dar às crianças oportunidades ricas e variadas de
interagir com a linguagem escrita. É necessária formação psicológica para compreender as
respostas das crianças. É necessário entender que a aprendizagem da linguagem escrita é
muito mais que a aprendizagem de um código de transcrição: é a construção de um sistema
de representação.
As teorias de Emilia Ferreiro (1988) produziram um efeito
revolucionário nas propostas de superação das dificuldades enfrentadas
por crianças com problemas de aprendizagem. Realizando diversas
experiências com crianças a fim de investigar a psicogênese da escrita,
Emília Ferreiro percebeu que elas de fato reinventaram a escrita, no
sentido de que precisam inicialmente compreender seu processo de
construção e suas regras de produção.

Educação informal é o processo pelo qual, durante toda a vida, as


pessoas adquirem e acumulam conhecimentos, habilidades, atitudes e
comportamentos através das suas experiências diárias e a sua relação com
o meio ambiente. A educação informal possui muitas significações
diferentes. É aquela que está relacionada como processo “livre” de
transmissão de certos saberes, tais como: a fala comum a certo grupo, as
tradições culturais e demais comportamentos característicos das diversas
comunidades presentes em uma sociedade.

É todo e qualquer processo educativo ocorrido em instituições que não


pertençam as Redes Escolares de Ensino (escolas federais, municipais e
estaduais além de escolas privadas credenciadas pelos órgãos
educacionais competentes). É realizada na família, como primeiro e
privilegiado espaço de transmissão da cultura, se estendendo ainda no
convívio com amigos, nas atividades e lazer e nos veículos de informação.
A educação informal caracteriza-se por não ser intencional ou organizada,
mas casual e baseada na experiência, na prática, e não no estudo e na
ciência, exercida a partir das vivências, de modo espontâneo.

Educação informal abrange todas as possibilidades educativas, na


passagem do tempo da vida do indivíduo, construindo um processo
permanente e não organizado. Não se tem um cronograma ou uma
intenção definida ela se dá de maneira casual: na família, nas igrejas na
nossa comunidade. É tudo que se aprende sem que seja propriamente
ensinado, ou seja, são as influências que recebemos da sociedade. A
educação informal ocorre com os amigos, no bairro, ou seja, através da
interação com grupos sociais, os quais são carregados de valores e culturas
herdadas historicamente e que através dessas interações são repassadas de
um para outro. Tem como objetivo se socializar, desenvolvendo neles,
hábito, desenvolver modos de pensar e agir frente aos obstáculos
enfrentados na vida. A educação informal não é obrigatória e depende
totalmente da motivação.

Normalmente as pessoas que se auto-educam são tão motivadas e


focadas, que não deixam passar uma página sem ler ou uma questão sem
responder. Assuntos mais complexos eram mais difíceis de serem
solucionados no passado, mas com a globalização e a internet, é possível
expandir seus horizontes interagindo com outras pessoas que já
resolveram ou tem uma visão ampliada, estes são gênios intelectuais,
pessoas muito diferentes de professores (GOHN, 2001).

3. As Diferentes Concepções Pedagógicas


A expressão “concepções pedagógicas” é a comparação de “ideias
pedagógicas”. A palavra pedagogia e, mais particularmente, o adjetivo
pedagógico têm como marca a divulgação metodológica, indicando o
modo de produzir, de realizar o modo educativo.

As concepções educacionais, de modo geral, envolvem três níveis: o


nível da filosofia da educação que, sobre a base de uma reflexão radical,
rigorosa e de conjunto sobre a problemática educativa, busca explicitar as
finalidades, os valores que expressam a visão geral de homem, mundo e
sociedade, com vistas a orientar a compreensão do fenômeno educativo;
o nível da teoria da educação, que procura sistematizar os conhecimentos
disponíveis sobre os vários aspectos envolvidos na questão educacional
que permitam compreender o lugar e o papel da educação na sociedade.

Quando a teoria da educação é identificada com a pedagogia, além de


compreender o lugar e o papel da educação na sociedade, a teoria da
educação se empenha em sistematizar, também, os métodos, processos e
procedimentos, visando a dar intencionalidade ao ato educativo de modo
a garantir sua eficiência; finalmente o terceiro nível é o da prática
pedagógica, isto é, o modo como e organizado e realizado o ato educativo.

Portanto, em termos breves, podemos entender a expressão


“concepções pedagógicas” como as diferentes maneiras pelas quais a
educação é compreendida, teorizada e praticada. Na história da educação,
de modo geral, e na história da educação brasileira, em particular,
produziram-se diferentes concepções pedagógicas.

Piaget, pai da Epistemologia Genética, compreende a relação entre


construção do conhecimento e desenvolvimento da inteligência. O teórico
destaca que o conhecimento não pode ser concebido como algo
predeterminado desde o nascimento e tampouco como mero resultado de
percepções e informações, mas como fruto das ações e interações do
sujeito com seu ambiente (PIAGET, 1999).

Para que a construção de uma nova proposta pedagógica nas


instituições de ensino seja uma realidade fica claro a necessidade do
comprometimento de todos aqueles que estão ligados ao processo de
ensino-aprendizagem, a fim de garantir a formação do aluno de modo a
contribuir para a sua formação como ser humano.

O professor acima de tudo deve ter uma visão pluralista reconhecendo


aspectos particulares de cada aluno e as diversas formas de cognição,
reconhecendo também que as pessoas têm capacidades distintas para
adquirir conhecimentos e estilos diferentes de aprendizagem.

A escola é primordial no desenvolvimento das crianças e escolher a


instituição correta é uma tarefa difícil para os pais. Ao mesmo tempo, os
colégios estão passando por profundas transformações em suas propostas
pedagógicas, baseadas em diferentes concepções de aprendizagem.

Telma Weisz (2004, p. 55) nos diz que:


Quando analisamos a prática pedagógica de qualquer professor, por trás de suas ações, há
sempre um conjunto de ideias que as orienta. Mesmo quando ele não tem consciência dessas
ideias dessas concepções, dessas teorias, elas estão presentes.
É importante conhecer cada uma das linhas oferecidas para optar por
um ensino que esteja de acordo com as crenças e filosofias de cada família.
Faz parte da missão da escola preparar pessoas capazes de sobreviver num
mundo em permanente mudança, porém não há uma receita pronta ou um
guia sobre qual é a melhor forma de ensino.

O bem-estar vem da escolha daquela que mais se aproxima do desejo


do indivíduo, levando em conta o perfil da criança que se tem em casa,
onde o primeiro passo que o educador deve ter é conversar com os pais
com relação ao conceito de educação. Há famílias que valorizam o
conteúdo, mas há outras que buscam uma formação completa com o
desenvolvimento do estudante em todos os quesitos, porque cada criança
tem sua exclusividade e jeito próprio de ser e pode não se adaptar a
determinadas abordagens de ensino. Se for possível, os pais devem
conversar um pouco com essa comunidade escolar para saber se
efetivamente a prática reflete aquilo que está no papel.

A linha construtivista, hoje está largamente espalhada, e atualmente é


seguida por algumas escolas brasileiras. Essa concepção de ensino
enfatiza o conhecimento que a criança já tem antes de ingressar na escola,
não apenas na linguagem escrita valorizando a educação informal. A
proposta dá prioridade à forma como o aluno aprende, enfatizando a
construção do conhecimento a partir das relações com a realidade. O
professor tem o papel de coordenar as atividades, perceber como cada
aluno se desenvolve e propor situações de aprendizagem significativas. O
conteúdo é importante, mas o processo pelo qual o aluno chega a ele é
prioridade.

As idéias de Piaget garantiram aos psicólogos que havia um


mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a
curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a
interessassem naquele momento, sem se prender a um currículo rígido. No
construtivismo, a intenção é a de construir reconhecimento a partir da
interação do sujeito com o mundo em uma relação que extrapole o simples
exercício de ensinar e aprender. Assim conhecer é sempre uma ação que
acarretam e comprometem em esquemas de assimilação e acomodação,
em um processo de constante reorganização.

Na Pedagogia Tradicional, o professor transmite o conteúdo, na forma


de verdade a ser absorvida. A segurança do material ensinado é garantida
pela repetição de exercícios conforme um sistema de recapitulação da
matéria. Assim, predomina a pedagogia tradicional, exigindo uma atitude
compreensiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são organizados pelo
professor, numa sequência lógica, e a avaliação é realizada através de
provas escritas e exercícios de casa. Na concepção construtivista, o
conhecimento não é dado, mas adquirido através de experiências reais que
têm propósito e significado para o aluno, e o intercâmbio de perspectivas
sobre a experiência com os outros.

A transmissão de conhecimento, muito espalhada em décadas


passadas e ainda bastante presente em nossos dias, tem sido questionada
e discutida por inúmeros educadores comprometidos com a alfabetização
entendida enquanto processo de ação no qual a construção de
conhecimento pelo sujeito se propõe à visão simplificada que reduz o
conhecimento a algo pronto, estático, mecânico, como é o caso das
“cartilhas” que se propõem a alfabetizar. A preocupação com a construção
do conhecimento torna-se estável a partir de pesquisas fundamentadas em
teorias, como as de Piaget; destacam-se entre as mais significativas sobre
alfabetização as de Emilia Ferreiro, segundo Nogueira e Pilão (1988).

Buscando um entendimento acerca das diferentes concepções e seus


objetivos, Libâneo, (2005), apresentam as seguintes como tendências
pedagógicas: Liberal Progressista (Libertadora, Libertária e “crítico social
dos conteúdos”) na qual faremos uma análise buscando a concepção
construtivista, não classificar, mas refletir em quais aspectos ela
(considera, ou se parece) em cada concepção apresentada.
A seguir, mostraremos um quadro com a síntese das variadas
concepções pedagógicas, mostrando-as como elas são trabalhadas:

Quadro 1- Síntese das concepções pedagógicas

NOME DA PAPEL DA CONTEÚDOS MÉTODOS


CONCEPÇÃO ESCOLA
PEDAGÓGICA
Preparação São conhecimentos Exposição
intelectual e moral dos e valores sociais demonstração verb
Pedagogia alunos para assumir seu acumulados através da matéria por meio
Liberal papel na sociedade dos tempos e de modelos
Tradicional repassados aos alunos
como verdades
absolutas
Tendência A escola deve Os conteúdos são Por meio d
Liberal adequar às estabelecidos a partir experiências,
Renovadora necessidades das experiências pesquisas e método d
Progressiva individuais ao meio vividas pelos alunos solução de problema
social frente às situações
problemas
Formação de Baseia-se na busca Método basead
atitudes dos conhecimentos na facilitação d
Tendência pelos próprios alunos aprendizagem
Liberal
Renovadora
(Escola Nova)
É modeladora do São informações Procedimentos
comportamento ordenadas numa técnicas para
Tendência humano através das sequência lógica e transmissão
Liberal Tecnicista técnicas específicas psicológica recepção d
informações
Não atua em Temas geradores Grupos d
escolas, porém visa discussão
levar professores e
alunos a atingir um
Tendência nível de consciência da
Progressista realidade em que vivem
Libertadora na busca da
transformação social
Transformações da As matérias são Vivência grup
personalidade num colocadas, mas não na forma de auto
Tendência sentido libertário e exigidas gestão
Progressista autogestionário
Libertária

Difusão dos Conteúdos O método parte d


conteúdos culturais universais uma relação direta d
Tendência que são incorporados experiência do alun
Progressista pela humanidade frente confrontada com
“crítico social dos à realidade social saber sistematizado
conteúdos”
Fonte: Site do Professor (http//www.aol.com.br/professor)

É fundamental, portanto, que se tenha claro em sala de aula, que o


ponto de partida é a informação, mas o ponto de chegada é o
conhecimento.

Quadro 2 - Análise comparativa: Construtivismo e sua relação com


as diferentes concepções

CONCEPÇÃO PAPEL DA CONTEÚDOS MÉTOD


ESCOLA

Tendência Tendência Tendênci

Liberal Liberal Renovadora Liberal


Progressista
Renovadora Renovad
Progressista Progressista
Tendência Tendência Liberal Tendênci
Liberal Renovadora Renovadora
EDUCAÇÃO (Escola Nova) Liberal
(Escola Nova)
CONSTRUTIVA Renovad

(Escola N
Tendênci
Progressista
X X Libertadora
Tendênci
Progressista
X X Libertária

Fonte: Cruz, 2013.

Esse quadro foi feito, com a intenção de mostrar para o leitor com
quais tendências e concepções de ensino, a concepção construtivista mais
se aproxima em relação às demais expostas no quadro anterior.

A escola construtivista deverá estender as propriedades estruturais da


cognição do aluno, em cada estágio, a fim de propiciar condições em que
as estruturas possam evoluir e ampliar-se, tornarem-se mais complexas.

Na relação escolar, o professor conseguirá identificar que tipo de


estrutura o aluno está utilizando, ao observar ativamente as respostas que
esse aluno explicita em diversas situações. Saber ouvir deve ser uma
característica do professor construtivista.

Em relação à situação escolar, para o construtivismo é importante o


professor conhecer quais hipóteses o aluno está elaborando acerca de
determinado assunto, ou seja, diante de um objeto específico, para que,
dessa forma, qualquer conceito seja compreendido e um conhecimento
seja (re) construído, segundo Nogueira e Pilão (1988).

Na concepção construtivista, a primeira e a mais fundamental


condição a considerar para uma aprendizagem significativa é o
conhecimento que os alunos já trazem a partir de suas experiências
vividas.

Quadro 3 - Síntese

CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA
PROFE

PAPEL DA CONTEÚDOS MÉTODOS X


ESCOLA
ALUNO
A escola deve Conhecimentos e valores Por meios de O profe
inserir o aluno no sociais já trazidos com os experiências e pesquisas.
meio social e alunos a partir de suas Facilitação da e
formador de experiências vividas aprendizagem em grupos desenvolvim
atitudes
livre
Fonte: Cruz, 2013.

Ser construtivista implica ter uma prática pedagógica com base não
apenas na simples transmissão, por mais importante que seja. Implica
também tratar a prática pedagógica como uma investigação, como uma
experimentação. Ser construtivista não é fazer uma coisa uma única vez,
mas sim praticá-la, exercitá-la; mas com sentido de pesquisa, de
descoberta, de invenção, de construção. Exercitar com o desafio de fazer
melhor, de superar a si mesmo (MACEDO, 1994).

Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar


como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o
desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações trocadas entre
o indivíduo e o meio.

Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem, parte da idéia de


que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a
influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo
sobre eles para construir e organizar seu próprio conhecimento, de forma
cada vez mais elaborada.

O chamado construtivismo, como corrente pedagógica atual e


moderna, talvez represente a síntese mais elaborada da pedagogia do
século XX, por constituir-se em uma aproximação global de um
movimento histórico e cultural de maiores dimensões.

A interação entre os alunos não é necessária só porque o intercâmbio


é condição para o convívio social na escola: ela é necessária porque
informa a todos os envolvidos e potencializa quase infinitamente a
aprendizagem (WEISZ, 2004).

4. Entendendo o Construtivismo: Educação


Construtiva
O construtivismo nasceu a partir das idéias do epistemológico suíço
Jean Piaget e chegou ao Brasil na década de 70, quando foram criadas
algumas escolas experimentais ou alternativas. Para ele, a inteligência
lógica tem um mecanismo autorregulador evolutivo. Certas noções, como
quantidade, proporção, sequência, causalidade, volume, entre outras,
surgem espontaneamente em momentos diferentes do desenvolvimento da
criança em sua interação com o meio.

As ideias de Piaget garantiram aos psicólogos que havia um


mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a
curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a
interessassem naquele momento, sem se prender a um currículo rígido.
Enfatiza o conhecimento que a criança já tem antes de ingressar na escola
e está focado na língua escrita. A proposta dá prioridade à forma como o
aluno aprende, enfatizando a construção do conhecimento a partir das
relações com a realidade. O professor tem o papel de coordenar as
atividades, perceber como cada aluno se desenvolve e propor situações de
aprendizagem significativas.

Na concepção de ensino construtivista o conteúdo é importante, mas


o processo pelo qual o aluno chega a ele é a prioridade. Por exemplo, se a
matéria é vento, a professora pode colocar as crianças para correr a fim de
sentirem o vento no rosto, para depois aprender a teoria. Ou seja, eles
constroem a teoria através da prática. A aplicação dessa teoria tem
possibilitado a formação de crianças mais críticas, opinativas e
investigativas. Sua disciplina está voltada para a reflexão e auto-avaliação,
portanto não é considerada rígida.

Ao construtivismo vão sempre na questão de como aprender, isto é,


em teorias da aprendizagem, em sentido geral. Pautando-se na
centralidade do educando, compreendem a escola com um espaço aberto
à iniciativa dos alunos que, interagindo entre si e com o professor,
realizam a própria aprendizagem, construindo os seus conhecimentos. Ao
professor cabe o papel de acompanhar os alunos auxiliando-os em seu
próprio processo de aprendizagem (SAVIANI, 1991).

O construtivismo também é visto como uma concepção


interacionista da aprendizagem. Como consequência para a educação, a
criança não é passiva nem o professor é simples transmissor de
conhecimento (ARANHA, 2006).

Outra característica desse modelo epistemológico ocorre da


constatação de que o conhecimento se produz a partir do desenvolvimento
por etapas ou estágios sucessivos, nos quais a criança organiza e
reorganiza o pensamento e a afetividade.

Essa nova atitude, portanto, recusa o objetivismo, porque o mundo que


conhecemos não parece tal como é, mas depende de como nós o vemos;
recusa o realismo (o pensamento não é o espelho do mundo); aceita o
princípio da auto-organização: todo conhecimento resulta de
organizações e reorganizações sucessivas em níveis abrangentes cada vez
maiores. O construtivismo destaca-se justamente a capacidade adaptativa
da inteligência e da afetividade, dando condições para que o processo de
amadurecimento não seja ilusório. O que acontece quando resulta de
pressões externas sem o tempo de elaboração de ideias por parte do
sujeito.

O construtivismo também influenciou a elaboração dos Parâmetros


Curriculares Nacionais aprovados após a LDB de 1996 (LDB 9394/96),
no sentido de recomendar que a formação do aluno não se reduza à
acumulação de conhecimentos, objetivo comum da pedagogia tradicional.
O mesmo pode ser descrito como uma teoria que lida com a maneira como
as pessoas produzem sentido do mundo através de uma série de
construções individuais.

Construtivismo significa: a ideia de que nada, está pronto, acabado, e


o conhecimento não é dado, em nenhum momento, como algo terminado.
Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social,
com o simbolismo humano, enfim, com o mundo das relações sociais. É
uma teoria que nos permite interpretar o mundo em que vivemos.
Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma técnica de
ensino nem uma forma de aprendizagem; não é um projeto escolar; é, sim,
uma teoria que permite (re) interpretar todas essas coisas (BECKER ,
1984).

No construtivismo acredita-se que o conhecimento e todo o processo


educacional são construídos a partir de realidades sociais tanto do aluno
quanto do professor, onde se estabelece uma relação de
complementaridade juntamente com a bagagem cultural. O
construtivismo é uma proposta de passar os mesmos conteúdos do
tradicional de maneira diferenciada, revelando a sua amplitude, a sua
importância e a sua função na vida. O professor deve ser intermediário de
tudo. Cabe a ele utilizar a sua criatividade. E haja criatividade!
Ele é o desafiador do aluno, aquele que o colocará em situação de
equilíbrio e adaptação social. O aluno diante de um desafio provoca a sua
capacidade do pensar e mobiliza suas estruturas de inteligência. O
construtivismo propõe uma inversão: primeiro, entender como os alunos
aprendem, para, a partir daí, construir, novas ações e novos
conhecimentos. Neste sentido, o professor deverá de início, entender
como o aluno elabora seu próprio conhecimento para partir dessa situação
(ele, professor), elaborar, programar, planejar sua ação, ou seja, o que
desenvolverá junto ao aluno para o desenvolvimento de sua
aprendizagem.

Enfim, o construtivismo corresponde a uma teoria ou conjunto de


teorias em que a palavra essencial é interação. Interação entre pessoas,
interação com outros seres vivos e com tudo que existe no meio ambiente,
ou seja, interação do sujeito que conhece com o objeto do seu
conhecimento. Isto envolve ação e reflexão, teoria e prática.

Interação uma ação nos dois sentidos: tem ida e volta. Influenciamos
e somos influenciados. Modificamos o meio enquanto ele nos modifica.
Construímos a realidade que nos constrói como pessoas capazes de
conhecer. Portanto:
[...] o indivíduo não é um mero produto do meio, nem um simples resultado de suas
disposições interiores, mas uma construção própria que vai se produzindo dia-a-dia como
resultado da interação entre esses dois fatores. Em consequência, segundo a posição
construtivista, o conhecimento não é uma cópia da realidade, mas uma construção do
ser humano. (CARRETERO, 1993, p.215, grifo nosso).
Dessa forma, o construtivismo, por suas características, não pode ser
confundido com método. Ele não tem como objeto de estudo o como
ensinar, e sim entender como o indivíduo aprende. Assim, para os teóricos
construtivistas o próprio sujeito é o principal agente de sua aprendizagem.
A partir do exposto, pode-se afirmar que o construtivismo é uma forma
diferente de ver e interpretar o mundo.

A educação construtiva deve ser um processo de construção de


conhecimento a qual ocorrem, em condição de complementaridade, por
um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais
e o conhecimento já construído. A educação não precisa ser a mesma para
todos já que cada um percebe o mundo ao seu redor de modo diferente.
Por isso o construtivismo, pode afirmar de modo categórico que a
educação escolar deve ter como fonte principal do processo de ensino-
aprendizagem a construção individual do conhecimento, a negociação de
significados, centrando no cotidiano os conteúdos, não falando em
provação cultural, mas em diferenças culturais.

Diante de tudo que foi dito até então, segue algumas perguntas
importantes para melhor entendimento em relação à educação construtiva:

Qual o papel de um professor construtivista e em que difere do ensino


tradicional? É possível ser construtivo na escola tradicional? Quais as
vantagens da educação construtiva sobre outras linhas de ensino? O aluno
formado pela educação construtiva fica bom de raciocínio, com mais
senso crítico, porém mais fraco de conhecimento? A interdisciplinaridade
tem alguma relação com o construtivismo?

Em vez de dar a matéria, em uma aula expositiva, o professor organiza


o trabalho didático-pedagógico de modo que o aluno seja o dirigente de
sua própria aprendizagem. O professor fica na posição de mediador ou
facilitador desse processo.

Isso ocorre de uma maneira lenta, até porque o construtivismo, do


mesmo modo que respeita os processos de transformação por que passam
os alunos, também deve respeitar o dos próprios professores.

Procurar formar alunos de espírito interrogativo, participativo e


cooperativo, com mais desembaraço na elaboração do próprio
conhecimento. Além disso, o construtivismo cria condições para contato
mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e da escrita.

Embora o construtivismo enfatize o processo de aprendizagem, este


não ocorre desligado do conteúdo: simplesmente não há como formar um
indivíduo crítico no vazio. Portanto, a aquisição de informações é
fundamental.

Nenhum professor, por mais ampla que seja a sua formação, pode
dominar todos os conhecimentos envolvidos na tarefa de lecionar, o
trabalho interdisciplinar é recomendado para todo e qualquer nível.

É importante para o construtivismo que o aluno seja visto como um


ser pensante, pois valoriza as ações do sujeito em relação ao objeto.
Entende-se por sujeito àquele que conhece ou quer conhecer e, por objeto,
o próprio conhecimento.

Conclui-se que o estudante pode construir seu conhecimento, atuando


e executando este saber, a partir do ambiente social em que vive e da
relação com os professores. A metodologia construtiva conduz, a uma
nova visão de mundo. O saber é sempre produzido pelo ato de construção,
o qual deve ser estimulado no aluno.

4.1 Construtivismos da Teoria à Prática


Em linhas gerais, o método de ensino que se inspira no construtivismo
tem como base que aprender, assim com o ensinar, significa construir
novo conhecimento, descobrir nova forma para significar algo, baseado
em experiências e conhecimentos existentes.

O construtivismo é diferente da escola tradicional, pois estimula a


forma de pensar, onde ao invés de o aprendiz assimilar o conteúdo
passivamente ele reconstrói o conhecimento dando um novo significado,
consequentemente, gerando um novo conhecimento.

Está presente no construtivismo: a exigência de uma dinâmica interna


de momentos discursivos (raciocínio, dedução e demonstração); o
entendimento, que é o aprendizado do presente que é baseado no passado
e dá ao futuro nova construção, onde nessa aprendizagem o autor
reconstrói o conhecimento, e o educador reflete sua prática pedagógica. O
conhecimento encontra-se em constante reconstrução.

Em termos de métodos, o construtivismo pode ser pensado como uma


proposta de conhecer o sujeito através de sua própria construção como
sujeito, enquanto atribui sentido ao mundo e a si mesmo. Ou seja, o foco
principal do construtivismo está no próprio sujeito, e nas possibilidades
de relação com o mundo e com os outros, para sua própria constituição e
formação.

O foco de a abordagem construtivista ser hoje predominante não


significa uma tendência única refletida nos materiais didáticos, mesmo
porque a ideia de construção do conhecimento está presente na obra de
vários autores, e, dependendo de qual seja o referencial eleito, representa-
se uma proposta pedagógica diferenciada.

Apesar das diferenças entre as concepções teóricas de alguns autores


sobre o construtivismo, há elementos comuns que são fundamentais.
Talvez o mais marcante seja a consideração do indivíduo com o agente
ativo de seu próprio conhecimento.

Na visão construtivista, o sujeito constrói representações por meio de


sua interação com a realidade, as quais irão constituir seu conhecimento,
processo insubstituível e incompatível com a ideia de que o conhecimento
possa ser adquirido ou transmitido. Assumir esses entendimentos significa
mudar alguns aspectos do processo de ensino-aprendizagem em relação à
visão tradicional.

Estudando o construtivismo, passamos a entender que ninguém


transmite nada a outras pessoas, mas é a própria pessoa que organiza,
escolhe ou estabelece, de forma autônoma, a construção do
conhecimento.

Para ter a clareza de que a construção do conhecimento acontece de


forma interna é muito importante, já que muitos educadores avaliam seus
estudantes apenas por aquilo que eles lhes mostram. Mas na Educação, é
preciso não confundir espontaneísmo com construtivismo. O
espontaneísmo é que adota a ideia de que nada precisa ser feito para algo
se desenvolver. Entretanto, seguindo o referencial de Piaget, a Educação
para ser construtivista, deverá se basear em atividades por meio das quais
os educandos possam desenvolver o conhecimento.

Enfim, podemos perceber, por meio desses argumentos, que a teoria


de Piaget está muito presente na Educação atual e ainda contribui
significativamente para o processo de construção do conhecimento.

4.2 Dos Aspectos Teóricos


Poderíamos começar perguntando: em que se baseia uma prática
docente construtivista? Este questionamento se faz necessário para
esclarecer um primeiro ponto antes de entrarmos na teoria construtivista.
Construtivismo não é um método. Construtivismo não é uma técnica.
Veremos que esse novo modelo de ensino na verdade não é exatamente
uma metodologia e sim uma postura em relação à forma de adquirir o
conhecimento:
Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, é preciso, está pronto, acabado e de que,
exclusivamente não é dado, em nenhum momento como algo terminado. Ele se constitui pela
interação do indivíduo com o meio físico, e social, com o simbolismo humano, com o mundo
das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer favorecimento
prévio, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da
ação não há características psicológicas nem consciência e, muito menos, pensamento
(BECKER, 1993, p.88).
É importante que a escola reconheça na construção do conhecimento
infantil que as hipóteses e concepções das crianças, combinam com as
informações de origem de seu meio. Assim, contrariando todas as formas
de modismos educacionais, Piaget produz e realiza uma teoria do
conhecimento e não um método de ensino. Epistemologia é uma ciência
que tem como objeto o estudo do conhecimento ou a compreensão de
como chegamos a conhecer.

O conhecimento humano é tema que vem sendo estudado ao longo de


toda a história da humanidade. Várias tentativas têm sido feitas de
formulação de uma teoria, capaz de chegar a uma conclusão ou, ao menos,
a uma aproximação sobre essa capacidade unicamente humana de
memorizar, criar e elaborar conhecimentos.

Vários teóricos deste século podem ser classificados como teóricos


construtivistas. Entre eles, os principais são: Jean Piaget, Henri Wallon e
Emília Ferreiro. Esses dois últimos pesquisadores foram a fundo nos
estudos, sendo suas obras consideradas referências teóricas.

Dos autores citados, Piaget é sem dúvida, o mais importante teórico


do construtivismo. Sua obra científica é tão grande que após mais de trinta
anos de sua morte, a leitura de inúmeros de seus livros ainda é privilégio
para estudantes completamente apaixonados por este gênio do
conhecimento humano.

De acordo com Becker (1993), para Jean Piaget o desenvolvimento é


resultado de combinações entre aquilo que o organismo traz e as
circunstâncias oferecidas pelo meio. O eixo central de sua teoria sobre o
desenvolvimento mental é justamente a interação entre o organismo e o
meio ambiente em que está inserido.

Piaget não foi um educador como muitos ainda hoje pensam, e sua
obra destinada à educação não é extensa se comparada a muitos outros
temas. Mesmo assim, ele deixou contribuições incalculáveis quando
conseguiram interpretar sua obra com visão à prática escolar. Para ele a
educação deve possibilitar à criança o desenvolvimento amplo e dinâmico
desde o começo de sua educação.

Em relação à aplicação pedagógica das teorias construtivistas, dentre


as quais a teoria de Piaget tem papel de destaque, devemos reconhecer o
papel do professor. É o professor o mediador do processo de
aprendizagem da criança, isto é, ele é quem vai favorecer a interação entre
os alunos e entre ele e seus alunos.
O professor deve saber que a criança e o adolescente aprendem em
interação com o outro, e que esse outro, pode ser o próprio professor ou
seus colegas de classe.

As orientações metodológicas baseadas nas teorias construtivistas


devem explicar não apenas os detalhes das técnicas utilizadas, mas
principalmente, justificar teoricamente, como se chegou até essas
técnicas, quais são os objetivos em relação à aprendizagem e as suas
prováveis consequências em termos pedagógicos.

No campo educacional, a teoria construtivista foi muitas vezes


transformada em métodos pedagógicos, a partir da escolha de partes ou
conceitos da teoria a serem tomados para a aplicação em determinados
aspectos da aprendizagem escolar.

No sentido de adotar e seguir a teoria de Piaget como uma proposta


transformadora:
[…] o homem só compreende aquilo que se faz, e só faz bem o que compreende: fazer e
compreender (Piaget) são iguais a agir e refletir (Freire) desde que dialeticamente entendidos;
tomada de consciência (Piaget) e processo de conscientização (Freire) são processos
parecidos, talvez quase idênticos especialmente no que têm de atividade criadora e inventiva,
desde que entendidos como função da ação do próprio homem e não de um ensino que se
move numa só direção ou de uma repetitiva doutrinação (PIAGET; FREIRE, apud BECKER,
1993, p.14).
Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar
como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o
desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações trocadas entre
o indivíduo e o meio.

A concepção construtivista da aprendizagem e do ensino parte do fato


óbvio de que a escola torna acessíveis aos seus alunos aspectos da cultura
que são fundamentais para seu desenvolvimento pessoal, não só no caráter
cognitivo, mas inclui também capacidades de equilíbrio pessoal e social,
de relação interpessoal e motora. Esta concepção leva em conta que a
aprendizagem é fruto de uma construção pessoal.

Esta construção do conhecimento se dá a partir do momento em que o


conteúdo a ser aprendido é incorporado, de modo que mais tarde possa ser
utilizado pelo indivíduo.

O professor, além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já


construiu até o momento, que é a condição prévia das atividades futuras.
O aluno precisa aprender o que o professor tem a ensinar. Então, o termo
construtivismo surge, a partir de Piaget, porque o sujeito constrói seu
conhecimento em duas dimensões complementares, como conteúdo e
como forma ou estrutura: como conteúdo ou como condição prévia de
assimilação de qualquer conteúdo.

O professor construtivista deve dominar a matéria que ensina. Mas,


por uma razão diferente, antes, tratava-se de saber bem para transmitir ou
avaliar certo. Agora, trata-se de saber bem para discutir com a criança,
para localizar na história da ciência o ponto correspondente ao seu
pensamento, para fazer perguntas inteligentes, para formular hipóteses e
para sistematizar, quando necessário.

No livro OS Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, de


Edgar Morin (2001), apresenta o que ele mesmo chama de inspirações
para o educador ou os saberes necessários a uma boa prática educacional.
Evidentemente, o ensino fornece conhecimento, fornece saber. Por isso, é
sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Percebe-se então que
é de fundamental importância que o professor quando pede uma
construção textual para seu aluno que faça a correção e devolva ao seu
aluno para que ele possa refazer porque é nessa reconstrução que irá
perceber seus erros e assim aprender, pois é errando e corrigindo nossos
erros que aprendemos.

Com isso podemos afirmar que o desafio do professor na sua atuação


docente está em ser um mediador do processo de reconstrução do
conhecimento. Ele precisa possibilitar o acesso às ferramentas necessárias
para que o aluno possa elaborar uma nova forma de compreensão de sua
prática social e de seus vínculos com a prática social global.

A verdadeira necessidade da educação é levar ao aluno realmente ao


saber, aprender não apenas ao processo de assimilação do mecanismo de
síntese, mas também por outro lado, a construção do mesmo. Esse
crescimento necessário formula a prática de natureza efetiva, em que
compete ao docente perguntar e também ajudará formular as respostas,
cujas perspectivas são transformar o aluno em sujeito do conhecimento,
por meio da construção do saber.

Dentro do construtivismo o professor deve ter uma mentalidade


aberta, atitude investigativa, desprendimento intelectual, senso crítico,
sensibilidade às mudanças do mundo combinado com iniciativa para
torná-las significativa aos olhos e flexibilidade para aceitar a si mesmo em
processo de mudança contínua, “sujeito inacabado”, apresentado por
Freire (2006). A aprendizagem precisa estar o tempo todo se renovando,
para sustentar uma relação com os alunos que não se baseia na autoridade,
mas na qualidade. O professor precisa de uma orientação pedagógica para
servir de interlocução com quem ela possa refletir sobre sua prática.

Um professor que assume um estudo crítico construtivista forma o


aluno como construtor ativo de significados. O homem não pode conhecer
a realidade diretamente. Constrói teoria sobre ela e com base nelas atua.
Essas teorias podem tanto surgir da interação do indivíduo com o meio,
como, e talvez principalmente, da cultura em que está envolvido
intensamente. Muitos de nossos conceitos construímos a partir da
linguagem e do meio cultural. Aprendemos com os outros. Saber aprender
apontaria precisamente para, profunda e comprometedora, até onde vão
os limites e até onde devem prevalecer os desafios. Saber ceder pode ser,
em muitas circunstâncias, admirável sabedoria, prova profunda de
autonomia, bom senso convincente, como pode ser também render-se.
Entretanto, ser contra também é essencial, porque sem isto nada
aprenderíamos de novo e inovador. Pois, mais decisivo que inovar é
humanizar a inovação.

Sob a orientação de um professor orientador, a função é de facilitador,


não para “facilitar” as coisas, mas para motivar, apontar, chamar a
atenção, criticar, abrir oportunidades e enfim, avaliar. Aprender é
construir o seu próprio significado e não encontrar as “respostas certas”
dadas por alguém. O papel do mestre deve ser aquele de incentivar à
pesquisa, de fazer tomar consciência dos problemas e não aquele de ditar
a verdade. Não podemos nos esquecer de que uma verdade imposta não
é mais uma verdade: compreender é inventar, reinventar e dar uma lição
prematuramente é impedir a criança de inventar e redescobrir as soluções
por si mesmas (PIAGET, 1972, p.72). Ao contrário do que muitos podem
pensar o professor construtivista, para desenvolver seu trabalho em sala
de aula, deverá estudar, e muito; dominar o conteúdo, entender o
desenvolvimento cognitivo dos alunos, saber por meio de teorias, como
pensa o aluno e em que hipótese constrói. O professor é quem deverá
provocar o desequilíbrio para que a assimilação e acomodação aconteçam
e formem novas estruturas cognitivas.

O papel do professor é o de transmitir os conhecimentos socialmente


elaborados, pois o indivíduo precisa se apropriar do conhecimento
historicamente produzido para construir o seu próprio. Mas a transmissão
de conhecimentos proposta por Vygotsky requer que o sujeito seja ativo e
interaja com os meios através dos instrumentos de mediação, a fim de
internalizar os conhecimentos, e não assimilá-los de forma passiva, sem
ter obtido uma compreensão verdadeira dos mesmos.

O professor deve conferir especial atenção à pesquisa espontânea dos


alunos. Toda verdade a ser adquirida deve ser reinventada ou pelo menos
reconstruída, e não simplesmente transmitida. Piaget (1970), sempre
combateu durante a escola tradicional e defendeu práticas baseadas em
jogos, pesquisas e trabalhos em grupos nos quais a tarefa do professor não
era apenas a de transmitir conhecimentos, mas facilitar sua forma de
adquirir o conhecimento por parte dos alunos. Para ele, o papel da escola
é ajudar o desenvolvimento intelectual do aluno, e o professor deve ser
um facilitador, buscar condições para que o aluno aprenda, socialize-se
com o meio físico, cognitivo, afetivo, tornando-se um indivíduo
independente, autônomo, um organismo que ao agir sobre o meio e
modificá-lo, modifica a si mesmo.

Se um dia, todos esses conceitos de Piaget forem corretamente usados,


a educação terá grande progresso, aproximando-se do ensino ideal.

4.3 Estratégias Facilitadoras do Ensino e da


Aprendizagem
Ensinar é uma arte e, sendo uma arte, depende de vocação, talento e
experiência. O processo de ensino-aprendizagem moderno está centrado
no aluno. Cabe ao professor estabelecer objetivos, que condizem com a
fase de desenvolvimento do aluno, selecionar bem os conteúdos e métodos
para facilitar o aprendizado do aluno.

Um dos focos centrais do aprendizado é a motivação. Tanto o


professor, principalmente, o aluno devem estar estimulados para
vencerem as barreiras do aprendizado.

A educação hoje deixa de focar no ensino para concentrar-se


especificamente na aprendizagem. Para melhorar a aprendizagem, é
necessário conhecer como os alunos aprendem e, desta forma, propor
soluções para melhorar a relação de ensino-aprendizagem.

De acordo com Weisz (2002), o processo de “ensino-aprendizagem”


não é um processo único como muitos consideram, mas são dois processos
diferentes. O de ensino, em que o sujeito á o docente e responsável pelo
desenvolvimento, e o de aprendizagem, desenvolvido pelo aluno, que é o
sujeito desse processo. São, portanto, dois processos que não se
confundem, são diferentes, mas se comunicam.

Neste ponto de vista, o docente é o que deve compreender o caminho


de aprendizagem que o aluno está percorrendo e, em função disso,
identificar as informações e as atividades que permitam ao estudante
avançar do nível em que se encontra para outro mais evoluído.

É o processo de ensino que deve se adaptar ao de aprendizagem,


devendo haver diálogo entre os dois.
O aprendiz é um sujeito, protagonista do seu próprio processo de aprendizagem, alguém que
vai produzir a transformação que converte informação em conhecimento próprio. Essa
construção, pelo aprendiz, não se dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas
quais ele possa agir sobre o que é objeto de seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo
ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras pessoas (WEISZ, 2004, p.60-61).
Se quisermos de fato fazer da escola um ambiente que forme cidadãos
mais preparados para o mundo atual, é necessário que cada um dos
profissionais envolvidos nesse processo assuma o papel de agente
transformador.

Para concluir, vale dizer que educação e afeto caminham juntos e que
alunos devem ser respeitados e valorizados. É preciso que haja coerência;
que se saiba que para formar alunos autônomos e independentes e também
criativos, é preciso que essas características sejam trabalhadas durante o
processo formativo; para que o aluno seja algo ao final de um processo é
preciso que o tenha sido também durante o processo da aprendizagem.
4.3.1 Facilitadora do ensino

Segundo a LDB de 1996 (LDB 9394/96), o papel do professor vai


além da simples transmissão de informações.

O professor mais que tudo, deve zelar pela aprendizagem de seus


alunos, zelarem, nesse aspecto, significa preocupar- se, comprometer-se e
buscar as causas que dificultam o processo de aprendizagem. Para isso, o
professor deve construir relações baseada no respeito e na consideração
das diferenças individuais. Deve incentivar os alunos a desenvolver uma
busca cada vez maior de crescimento próprio. E, acima de tudo, não pode
haver mais posturas autoritárias de professores que “passam” informações
aos alunos. Essa forma de agir não possibilita o desenvolvimento na
autonomia e educar não é mais possível com a metodologia do passado,
que considera o aluno, como ser passivo que copia, lê e memoriza.
O ensino ideal é o apresentado pelo professor, quando se está
produzindo positivamente comprometido com a aprendizagem
significativa do aluno, considerando a sua realidade (cognitiva, afetiva e
social) e crie situações que lhe possibilite captar e negociar significados.
Assim, a melhor estratégia de ensino e avaliação depende de vários
fatores: a natureza do conhecimento que se deseja ver aprendida, a
natureza do conhecimento prévio do aluno assim como seu perfil sócio
afetivo, o esclarecimento no qual ocorrerá o evento educativo, o tema
disponível para sua realização, entre outros.

Algumas teorias de aprendizagem, dentre elas, o construtivismo de


Piaget (1978), apontam para a capacidade de reação construtiva do ser
humano.

Na concepção construtivista a construção do conhecimento encontra-


se na interação, ocorrendo quando ações físicas ou mentais do sujeito
sobre objetos provocam o desequilíbrio (LAKOMY, 2008), passando pela
elaboração, interpretação, assimilação e reconstrução do conhecimento e
do próprio indivíduo. Neste processo o professor atua como mediador e
seu principal papel não é o de ensinar, mas de ajudar o estudante a
aprender. O aluno por sua vez, é um sujeito ativo na construção do seu
conhecimento que progressivamente vai sendo construído.

A concepção construtivista é um referencial explicativo que interpreta


o processo de ensino-aprendizagem como um processo social de caráter
ativo, em que o conhecimento é fruto da construção pessoal e ativa do
aluno.

As práticas educativas tornam-se importantes, uma vez que envolvem


capacidades cognitivas, de equilíbrio pessoal, de relações sociais,
interpessoais e capacidades motoras. Neste processo o professor atua
como mediador e o aluno, por sua vez, é um sujeito ativo na construção
do seu conhecimento. O principal papel do professor não é o de ensinar,
mas de ajudar o estudante a aprender.

Considerações acerca das estratégias na perspectiva construtiva


(LAKOMY, 2008):
 Existência de diversas estratégias, estas devem ser escolhidas pelo professor de
acordo com a aula proposta;
 As estratégias de ensino, quando bem escolhidas pelos professores, facilitam a
aprendizagem do aluno;
 Existem estratégias diferentes para o desenvolvimento de uma mesma
competência;
 O professor deve escolher a melhor estratégia de acordo com a competência a
ser desenvolvida.
 Sob o modelo construtivista. Como saber se determinada estratégia é adequada?
 Como se faz esta escolha? O que deve ser considerado?

Os professores não podem continuar como mero transmissor de


conhecimentos, mas devem procurar desenvolver em seus alunos a
criatividade e a autonomia na busca desses conhecimentos.

A culpa desta persistência do professor em trabalhar de forma


antiquada se tornou arcaica perante as inovações tecnológicas e
metodológicas que hoje possuímos. Este quadro precisa ser mudado e o
professor ser formado de acordo com as exigências colocadas para o
exercício da profissão hoje, cujo principal alicerce está na formação do
sujeito autônomo.

Bem, mas como é esse professor ideal? É aquele que se mantém


informado para enfrentar desafios do cotidiano escolar, capaz de trabalhar
em equipe e de possuir uma alta capacidade de adaptação a mudanças que
vêm se impondo nesta “nova sociedade”.
4.3.2 Facilitadora da aprendizagem

A ação educativa nos dias de hoje, mas do que em qualquer outra


época, cobre-se de numerosos desafios para todos aqueles envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem.

Ensinar e aprender, aprender a aprender, aprender a ensinar é palavras


de ordem repetidas e cansativas por pedagogos que se entregam sobre as
questões educacionais com o objetivo de alcançar e apontar caminhos para
a melhoria da prática pedagógica em todos os níveis de ensino.

Assim, o entendimento das diversas teorias de aprendizagem assume


um importante papel na formação do professor, uma vez que lhe
possibilita uma maior consciência sobre a grandiosidade dos fatores e das
situações que abrangem o ensino e a aprendizagem: As diferentes Escolas
Psicológicas oferecem vários fatores para que o professor do século XXI
possa analisar avaliar e compreender as necessidades e interesses de seus
alunos, tornando-se capaz de mais adequadamente orientá-los e ajudá-los
a desenvolver suas potencialidades.
A aprendizagem é extremamente complexa não somente devido à
essência dos conteúdos, como pela forma como são lecionados ou ainda
devido às características individuais de quem aprende. Perceber e explicar
a semelhança entre as inúmeras formas envolvidas neste processo e que
se encontram sujeitas a influência, fatores internos e externos, individuais
e sociais tem sido tarefa difícil desde a antiguidade. Inúmeras abordagens
teóricas têm procurado oferecer informações na compreensão das
informações do comportamento em situações de ensino-aprendizagem.

5. A Pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de coletar dados para um
novo olhar quanto à necessidade da abordagem do tema sobre o
construtivismo em sala de aula, aonde vem facilitar a aprendizagem.
Dessa forma, buscamos por meio desta, responder a seguinte questão:
Qual o olhar do docente em relação à concepção de ensino construtivista?
Buscamos informações sobre o olhar do docente em relação a esta
concepção de ensino e a capacidade de enfrentar os desafios relacionados
à educação construtiva como facilitadora da aprendizagem em sala de
aula.

5.1 Metodologias da Pesquisa


A metodologia utilizada foi a pesquisa do tipo estudo de caso de
acordo com a abordagem qualitativa baseada em bibliografias que
abordam o tema sobre Educação Construtiva. Segundo André (2005), o
estudo de caso surge, na sociologia e na antropologia ao final do século
XIX e início do século XX. O principal propósito, nestas áreas, é adquirir
características e qualidades da vida social.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi por questionário


semiestruturado, ou seja, perguntas abertas, sendo que a realização da
pesquisa se dará por meio das respostas das professoras que trabalharam
com essa concepção de ensino em sala de aula por um longo tempo no
“SESC ESCOLA”.

Temos como objetivo, a coleta de dados sobre um novo olhar quanto


à necessidade da abordagem do tema construtivista em sala de aula, aonde
vem facilitar a aprendizagem. Dessa forma, buscamos por meio desta
pesquisa responder a seguinte questão: Qual o olhar do docente em relação
à concepção de ensino construtivista?
Nesta perspectiva, os objetivos propostos para a pesquisa foram:
pesquisar sobre a forma que essas professoras trabalhavam o
construtivismo; entender a importância da Educação Construtiva na escola
e perceber a postura do docente diante de questões relacionadas ao
construtivismo com os alunos.

Através da metodologia com abordagem qualitativa, buscamos


informações, com estudo de caso, sendo utilizados como instrumentos
para a coleta de dados: através de estudos bibliográficos sobre a temática
e questionário semiestruturado.

Quanto à abordagem qualitativa, que tem por função estabelecer


critérios e técnicas para a elaboração de uma pesquisa, possui métodos
que requerem uma interação entre o pesquisador e os pesquisados, sendo
algumas vezes necessário que o pesquisador conquiste a aceitação e a
confiança dos participantes (LEOPARDI, 2001).

Desta forma, foram explorados situações e acontecimentos, incluindo


transcrições de questionários, bem como situações utilizadas para o
esclarecimento dos fatos ou pontos de vista utilizada nesta pesquisa, sendo
o instrumento principal para a coleta de dados: o questionário.
Corresponde a uma técnica de investigação composta por perguntas
escritas e destinadas aos participantes. Lakatos e Marconi (1985)
conceituam que se trata de um instrumento para recolher informação.

O questionário permite que o pesquisador conheça algum objeto de


estudo (OLIVEIRA, 2005). As perguntas podem ser classificadas quanto
a sua forma da seguinte maneira: Podem ser simples, quando a pergunta é
direcionada para determinado conhecimento que se quer saber ou abertos
quando a resposta emite conceito abrangente.

Podem conter perguntas abertas quando o interrogado responde com


suas próprias palavras e, por isso, são difíceis de tabular e analisar
(LAKATOS; MARCONI, 1985).

O uso desse instrumento de pesquisa não só possibilitou a obtenção de


dados e informações, como também oportunizou o esclarecimento, como
técnica de investigação e que serve para esclarecer como o fenômeno
construtivista vem significar no âmbito educacional.

5.2 Contextos da Pesquisa e Participante


A pesquisa teve como objeto o Olhar do Docente em Relação à
Concepção de Ensino Construtivista. Tivemos como participantes:
professoras que atuaram com esta concepção por um longo período nos
anos iniciais do Ensino Fundamental no “SESC ESCOLA” e que
atualmente estão trabalhando na Escola Municipal de Educação Infantil
Sementes do Araçá.

5.3 Resultados E Análise Dos Dados


Participantes da pesquisa:

Participante 1 - Pedagoga com 30 anos de idade, especializada em


Docência na Educação Infantil e Metodologia do Ensino Superior. Seu
tempo de experiência profissional é de 10 anos e sua qualificação
profissional é semestral. Conta-nos que em sua formação foi contemplada
com o Construtivismo e aprendeu sobre.

Participante 2 - Pedagoga com 36 anos de idade está se especializando


em Psicopedagogia. Seu tempo de experiência profissional é de 14 anos e
sua qualificação profissional é anual. Conta-nos que em sua formação foi
contemplada com o Construtivismo e aprendeu sobre.

Participante 3 - Pedagoga, especializada em Gestão Escolar. Seu


tempo de experiência profissional é de 15 anos e sua qualificação
profissional é anual. Conta-nos que em sua formação foi contemplada com
o Construtivismo, mesmo considerando que enquanto acadêmica ouve
apenas uma “pincelada” sobre o tema.

Diante da dificuldade que nos deparamos para realizar essa pesquisa,


e por considerar as participantes pessoas especiais por olharem esta
pesquisa com muito carinho, demos a elas, nome de flores.

Quadro 4 – Opinião das participantes em relação ao construtivismo

Azaléia – O construtivismo propõe que o aluno participe ativam


raciocínio. Rejeita a apresentação de conteúdos prontos e o ensino t
1
Jasmim – O educando aprende com a própria vivência, sendo q

2
Rosa – Parte dos conteúdos e experiências de cada indivíduo. O
alunos é sua ferramenta de trabalho.
3
Fonte: Cruz, 2013.

Azaléia diz que o construtivismo, rejeita a apresentação de conteúdos


prontos e Jasmim e Rosa, são da opinião que no construtivismo prevalece
à troca de experiências.

Conforme as respostas dadas, entende-se que as características de uma


sala de aula construtivista são com alunos ativamente envolvidos e o
ambiente é democrático. As atividades são interativas e centradas no
aluno.

Nogueira e Pilão (1988, p. 73), dizem que uma escola construtivista


considera a vivência que o aluno traz de fora, considera o referencial do
próprio aluno, entende como o aluno está elaborando o pensamento, seu
conhecimento; enxerga a sua estrutura cognitiva e todo esse conhecimento
individual como apoio e ponto de partida para executar o processo de
aprendizagem. Isto quer dizer quer uma escola, sob o ponto de vista
construtivista, não trata o aluno como se ele estivesse acabado de nascer,
ou seja, como se ele não soubesse absolutamente nada sobre o que se passa
à sua volta.

É bom lembrar que, ainda como referência a Piaget, o conhecimento


não se encontra, por si só, no sujeito, nem tampouco exclusivamente no
objeto; ele é sim produto construído a partir da interação estabelecida
entre um e outro.

Em situação escolar, o objeto é tão importante quanto o sujeito; a


escola precisa estar atenta e planejar atividades que propiciem condições
favoráveis para que a interação seja construtiva. Assim, o objeto
influenciará enquanto meio, no qual o sujeito se encontra, para que possa
ser construído, dessa interação, seu próprio conhecimento.

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens da educação construtiva

Participantes Vantagens
O construtivismo condena a rig
avaliações padronizadas e a utilização
Azaléia aluno. Forma pessoas curiosas, criati
prazeroso com a leitura, escrita e os cá
O aluno se torna o sujeito de sua p

Jasmim
Não considera uma vantagem, mas
forma mais ampla.
Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

São visíveis as respostas contrárias tanto de Azaléia, quanto de


Jasmim e Rosa. Porém, como em todas as linhas de ensino, a Educação
Construtiva, tem suas vantagens e desvantagens, como nos mostra as
participantes. A vantagem desta concepção está em o professor:

[...] criar as condições para que o aluno possa exercer a sua ação de
aprender participando de situações que favoreçam isso. As ações, nesse
caso, não quer dizer necessariamente atividade física de fato, mas
atividade mental, exercício intelectual (WEISZ, 2004, p.23).

O objetivo da escola não deve ser apenas passar conteúdos, e sim,


preparar os alunos, para a vida em uma sociedade moderna.

Quadro 6 – Planejamentos construtivos

Participantes Como ocorre o Planejamento de


O construtivismo considera a sistem
mas aplicada com bom senso e flexi
como imposição única muitas vezes pa
Azaléia
O professor (a) tem que buscar
brincadeiras, músicas, para poder fazer
Jasmim em casa, porque precisamos de tempo
O planejamento segue uma Matr
Educação. As adequações são feitas
Rosa realidade em que está inserida.
Fonte: Cruz, 2013.

As professoras Azaléia e Rosa têm opinião contrária em relação ao


Currículo referente ao Planejamento de Ensino, pois Azaléia menciona o
uso de memorização, sendo que a concepção apresenta outras estratégias
para reforçar determinados conhecimentos ainda não compreendidos pelo
educando, mesmo assim percebemos compreensão e conhecimento desta
concepção. Rosa e Jasmim, são cientes de que no construtivismo, precisa-
se usar de diferentes metodologias para tornar o conhecimento do aluno
mais prazeroso e de grande valia.

Analisando as respostas, entende-se que a escola não é mais o lugar


de simples transmissão do conhecimento, é o espaço das relações humanas
e deve ser usada para aprimorar valores e atitudes, além de capacitar o
indivíduo na busca de informações, onde quer que elas estejam para usá-
las no seu cotidiano.

Segundo ARANHA (2006), a contribuição de Piaget para a pedagogia


tem sido, até hoje, de altíssimo valor, sobretudo devido às indicações
sobre o estágio adequado para serem ensinados determinados conteúdos
aos alunos, sem desrespeitar suas reais possibilidades mentais, ou seja, de
acordo com seu desenvolvimento intelectual e afetivo.

Enfim, pode-se perceber, por meio desses argumentos, que a teoria de


Piaget deveria estar muito presente na Educação atual e contribuir
significativamente para o processo de construção do conhecimento.

Quadro 7 – Estratégias de ensino trabalhadas

No construtivismo cada aluno tem seu processo p


adequadas. A professora (o) valoriza muito o intercâm
Azaléia
Roda de conversa, canto da leitura, atividades lúd

Jasmim
Prioriza-se a rodinha, o momento formativo da ac

Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

Embora se observe respostas prontas e métodos fugindo do


construtivismo, as professoras valorizam o aprendizado nas rodas de
conversa, e na Educação Construtiva valoriza-se muito o coletivo, ou seja,
o trabalho em grupo. Desta forma asseguram momentos onde os
educandos possam refletir e construir o seu conhecimento como salienta
Weisz (2004 p.60-1).

Essa construção, pelo aprendiz, não se dá por si mesma e no vazio,


mas a partir de situações nas quais ele possa agir sobre o que é objeto de
seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a
refletir, interagindo com outras pessoas.
Daí vem à importância da socialização do aluno em seu meio e o
intercâmbio com todos valorizando o conhecimento e enriquecendo o
aprendizado.

Segundo Rogers (1991), psicólogos oferece vários fatores para que o


professor do século XXI possa analisar avaliar e compreender as
necessidades e interesses de seus alunos, tornando-se capaz de mais
adequadamente orientá-los e ajudá-los a desenvolver as suas
potencialidades.

Entende-se que o professor deve saber que o aluno aprende em


interação com o outro, e esse outro, pode ser o próprio professor ou seus
colegas de classe. As orientações metodológicas baseadas nas teorias
construtivistas devem explicar não apenas os detalhes das técnicas
utilizadas, mas principalmente, justificar teoricamente como se chegou até
essas técnicas, quais são os objetivos em relação à aprendizagem e as suas
prováveis consequências em termos pedagógicos.

Quadro 8 – Relação professor e aluno considerando a aprendizagem

Azaléia O ideal é que a classe não seja numerosa, traba


professora (o) aproveita a individualidade de cada a
Professor e aluno necessitam de um bom relacio
aprende com o aluno. O professor (a) precisa explo
Jasmim
O professor é o facilitador e o mediador. A turm

Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

Jasmim e Rosa sabem da importância do bom relacionamento entre


professor e aluno nesta concepção de ensino.

Com base nas respostas, percebe-se que em relação à aplicação


pedagógica das teorias construtivistas, devemos reconhecer a importância
do papel do professor. É o professor o mediador do processo de
aprendizagem do aluno, isto é: ele é quem vai favorecer a interação entre
os alunos e entre ele e seus alunos.

Nogueira e Pilão (1988, p. 83), dizem que o enfoque construtivista


estuda a relação recíproca entre o sujeito e o objeto, destacando a
importância de ambos em igualdade, pois é a partir do entendimento dessa
interação que se encontra a explicação da construção do conhecimento.
Em termos de método de ensino, o construtivismo pode ser pensado
como uma proposta de conhecer o sujeito através de sua própria
construção como sujeito, enquanto atribui sentido ao mundo e a si mesmo.
Ou seja, o foco principal do construtivismo está no próprio sujeito, e nas
possibilidades de relação com o mundo e com os outros, para sua própria
constituição e formação.

O professor que adota a prática da construção do conhecimento


fundamenta-se nas vivências do aluno, respeitando as suas
individualidades.

Conclui-se que o conhecimento se dá por um processo real, e que este


possibilita a criação de novidades. E mais ainda, que este processo
acontece graças à interação do indivíduo com o meio que o cerca. Meio
este, físico e social.

Quadro 9 – Como o aluno adquire o conhecimento construtivista

Segundo Piaget (o pai do construtivismo), a


No construtivismo desenvolvem-se práticas ped
Azaléia
Através dos jogos e brincadeiras e trazendo

Jasmim
Na troca de experiência e na vivência prátic

Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

Jasmim e Rosa sabem que na educação construtiva, o conhecimento


pode partir da experiência que o aluno já adquire com sua própria
vivencia.

Observa-se a importância do conhecimento que o aluno já traz de casa,


ou seja, sua própria vivência. Sendo assim, o professor (a) saberá como
lhe dar com este aluno a partir de então.

Duarte (2000, p.112), nos explica que a assimilação de conhecimentos


novos requer que sejam estabelecidas relações significativas com a
estrutura cognitiva do aluno.

Para que um novo conhecimento possa ser assimilado, é preciso que


já existam no conhecimento prévio dos alunos, conceitos capazes de
possibilitar o estabelecimento de relações com o novo conhecimento a ser
aprendido. Esta é a base para uma aprendizagem verbal significativa.

Em síntese, a função é estabelecer a relação entre o que o aluno já sabe


e o que se propõe a conhecer.

Quadro 10 – Relação família e escola e a visão construtiva

Nesta perspectiva os pais são convidados


comparando-a com o ensino tradicional. Trata-s
Azaléia
Jasmim Nem sempre a família participa das atividad
Continua sendo, infelizmente distante. A f
reuniões e festas.
Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

Embora as respostas de Azaléia, Jasmim e Rosa serem bem diferentes,


percebem e falam sobre a problemática existente do relacionamento entre
família e escola. Infelizmente, independente de qualquer que seja a
concepção de ensino, os pais na maioria das vezes, são distantes da vida
escolar de seus filhos. E mais que isso: é cada vez mais visível, que os
professores passam mais tempo educando do que ensinando. Tarefa esta,
que deveria ser dos pais.

Nesse sentido Antunes (2005, p. 53) destaca que:

Ajudar a criança a construir um bom caráter é a mesma coisa que


ajudá-la a desenvolver sua consciência do erro e do acerto. Caráter e
consciência expressam a visão que ela possui de si mesma e aproxima-se
muito do sentimento de autoestima. É por essa razão que a educação do
caráter é importante.

Portanto à família é importante no acompanhamento, não somente, da


aprendizagem da criança, mas ao tipo de educação que lhe é fornecida no
ambiente escolar.

No entanto é de suma importância a participação da família na vida


escolar dos alunos, uma vez que a família participa no processo de ensino
aprendizagem. A contribuição da família beneficia tanto o aluno quanto a
escola e os próprios professores, pois em sala de aula nem sempre o aluno
assimila todo conteúdo passado; então o mesmo necessita da contribuição
da família, sendo este um dos inúmeros exemplos que podemos citar para
explicar esta situação família e escola.

Quadro 11 – Professor construtivista

Participantes Como deve ser o trabalho do Pr


O fundamental é a prática. Calcula
em classe, reforçados com estudos e r
formadores para tornar-se uma boa pr
Azaléia
O Professor (a) tem que usar
participação dos alunos nas atividades
Jasmim
Deve ser autônomo e protagonista
e não uma cartilha.

Rosa
Fonte: Cruz, 2013.

Azaléia e Jasmim comentam sobre a importância das reuniões entre


os professores e Jasmim e Rosa comentam a importância da formação
continuada.

É importante observar que o professor (a) construtivista tem que usar


método variado para chamar a atenção dos alunos e mais importante ainda,
deve estar sempre se atualizando.

Macedo (1994, p.59) acredita que a formação de professores numa


proposta construtivista é possível levando-se em consideração quatro
pontos, que ele considera fundamentais:

Primeiro: é importante para o professor tomar consciência do que faz


ou pensa a respeito de sua prática pedagógica. Segundo, ter uma visão
crítica das atividades e procedimentos na sala de aula e dos valores
culturais de sua função docente. Terceiro, adotar uma postura de
pesquisador e não apenas de transmissor. Quarto, ter um melhor
conhecimento dos conteúdos escolares e das características de
aprendizagem de seus alunos.
Neste prisma, o mais importante em relação ao papel do professor na
utilização do construtivismo é sua capacidade de aceitar que não é mais o
centro do ensino e da aprendizagem. O professor deve saber que o aluno
aprende em interação com o outro, que pode ser o próprio professor ou
seus colegas de classe.

6. Conclusão
O Construtivismo significa: a idéia de que nada, está pronto, acabado,
e o conhecimento não é dado, em nenhum momento, como algo
terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico
e social, com o simbolismo humano, enfim, com o mundo das relações. É
nesta perspectiva, que o objetivo desta pesquisa vem mostrar o olhar do
docente em relação a esta concepção de ensino, ou seja, a educação
construtiva.

Neste sentido, podemos afirmar que o conhecimento não se encontra,


por si só, no sujeito, nem exclusivamente no objeto; ele é sim produto
construído a partir da interação estabelecida entre um e outro. Em situação
escolar, o objeto é tão importante quanto o sujeito; a escola precisa estar
atenta e planejar atividades que propiciem condições favoráveis para que
a interação seja construtiva. Assim, o objeto influenciará enquanto meio,
no qual o sujeito se encontra, para que possa ser construído, dessa
interação, seu próprio conhecimento.

Observou-se que como em todas as linhas de ensino, a Educação


Construtiva, tem suas vantagens e desvantagens como nos mostrou as
participantes, e o objetivo da escola não deve ser apenas passar conteúdos,
e sim preparar os alunos, para a vida em uma sociedade moderna.
Percebeu-se também por meio de vários argumentos, que a teoria de
Piaget deveria estar muito presente na Educação atual e contribuir
significativamente para o processo de construção do conhecimento.

Ficou entendido, que o professor deve saber que o aluno aprende em


interação com o outro, e esse outro, pode ser o próprio professor ou seus
colegas de classe. As orientações metodológicas baseadas nas teorias
construtivistas devem explicar não apenas os detalhes das técnicas
utilizadas, mas principalmente, justificar teoricamente como se chegou até
essas técnicas, quais são os objetivos em relação à aprendizagem e as suas
prováveis consequências em termos pedagógicos.
Em termos de método, o construtivismo pode ser pensado como uma
proposta de conhecer o sujeito através de sua própria construção como
sujeito, enquanto atribui sentido ao mundo e a si mesmo. Ou seja, o foco
principal do construtivismo está no próprio sujeito, e nas possibilidades
de relação com o mundo e com os outros, para sua própria constituição e
formação. O professor que adota a prática da construção do conhecimento
fundamenta-se nas vivências do aluno, respeitando as suas
individualidades.

Em síntese, o conhecimento se dá por um processo real, e este


possibilita a criação de novidades. E mais ainda, este processo acontece
graças à interação do indivíduo com o meio que o cerca. Meio este, físico
e social. O mais importante em relação ao papel do professor na utilização
do construtivismo é sua capacidade de aceitar que não é mais o centro do
ensino e da aprendizagem. O professor deve saber que o aluno aprende
em interação com o outro, que pode ser o próprio professor ou seus
colegas de classe.

Finalizo este trabalho, acreditando que a ação pedagógica


construtivista, é possível ser transformada e requer muitas vezes que o
professor (a) reveja seus valores, crenças, hábitos e formas de se
relacionar consigo e com o “outro”, enfim, um verdadeiro e legítimo
comprometimento profissional. É fundamental, portanto, que se tenha
claro em sala de aula, que o ponto de partida é a informação, mas o ponto
de chegada é sempre o conhecimento e a aprendizagem.

Sobre o Autor:
Raimunda Maria da Cruz - Pós Graduada Latu Sensu em Pedagogia
Empresarial pela FATEC (Faculdade de Ciências Administrativas e de
Tecnologias) e Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia na mesma
Instituição de Ensino (FATEC), com Formação para Docência em
Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Áreas
Pedagógicas e Competências para: Orientação e Supervisão Escolar.

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