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A TRANSFIGURAÇÃO: A Presença gloriosa de Jesus em meio ao sofrimento.

(No Êxodo da nossa vida a glória do Senhor está conosco)


[Êxodo 13:20-22; Lucas 9,28-36]

Contextualização Histórica

A Transfiguração é narrada em três Evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas. Isto é sinal


de que este episódio tinha uma mensagem importante para as primeiras comunidades.

Ela foi uma ajuda para superar a crise que a cruz e o sofrimento provocaram nos
discípulos e discípulas.

Nos anos 40 – 50 d.C. o sofrimento adivinha da perseguição dos judeus, a partir dos
anos 50 d.C. em diante a perseguição e sofrimento adivinha principalmente do mundo gentio
(sociedade e estado imperial), devido a intolerância com as práticas e o modo de vida cristão
baseado na Cruz de Cristo.

A cruz era um impedimento para crer em Jesus. A Transfiguração, onde Jesus


aparece glorioso no alto da montanha, era uma ajuda para eles poderem superar o trauma da
Cruz e descobrir em Jesus o verdadeiro Messias. Mesmo assim, quando a Boa Nova já estava
espalhada pela Ásia Menor e pela Grécia, a Cruz continuava sendo um grande impedimento
para os judeus e para os pagãos aceitarem Jesus como Messias. “A cruz é uma loucura e um
escândalo!”, assim diziam (1Cor 1,23). Um dos maiores esforços dos primeiros cristãos
consistia em ajudar as pessoas a perceber que a cruz não era escândalo nem loucura, mas sim
a expressão mais bonita e mais forte do poder e da sabedoria de Deus (1Cor 1,22-31).

A Transfiguração continua sendo ajuda para superar a crise que o sofrimento e a cruz
provocam hoje. Os três discípulos dorminhocos são o espelho de todos nós. A voz do Pai diz a
eles e a nós: "Este é o meu filho, o eleito, ouçam-no!"

No Evangelho de Lucas, há uma semelhança muito grande entre a cena da Transfiguração (Lc
9,28-36) e a cena da agonia de Jesus no Horto das Oliveiras (Lc 22,39-46). Você pode
conferir e vai perceber o seguinte: nos dois episódios:

• Jesus sobe a montanha para orar e leva consigo os mesmos discípulos, Pedro, Tiago e
João.
• Nas duas ocasiões, Jesus muda de aspecto e se transfigura diante deles, seja glorioso,
seja suando sangue.
• Nas duas vezes aparecem figuras celestes para confortá-lo, seja Moisés e Elias, seja o
anjo do céu.
• E tanto na Transfiguração como na Agonia, os discípulos dormem, se mostram
alheios ao fato e parecem não entender nada.
• No final dos dois episódios, Jesus se reúne de novo com seus discípulos.

Sem dúvida, Lucas teve alguma intenção em acentuar a semelhança entre estes dois
episódios. Qual seria? É meditando e orando que, aos poucos, conseguiremos chegar por trás
das palavras e perceber a intenção do seu autor. E o Espírito de Jesus nos guiará.
Contextualização no texto bíblico

O novo vai abrindo caminho, a transformação vai acontecendo.

As tensões entre o Novo e o Antigo foram crescendo. No fim, Jesus fez um


levantamento e percebeu que ninguém tinha entendido a sua proposta.

O povo o imaginava como João Batista, Elias ou algum dos antigos profetas (Lc 9,18-
19).

Os discípulos o aceitavam como Messias, mas como Messias glorioso, bem de acordo
com a propaganda do Governo e da religião oficial do Templo (Lc 9,20-21).

Jesus tentou explicar aos discípulos que o caminho previsto pelos profetas era o
caminho do sofrimento, como consequência do compromisso assumido com os
excluídos, e que o discípulo só poderia ser discípulo se carregasse a cruz atrás dele (Lc
9,22-26).

Este anúncio transtornou a cabeça dos discípulos, isto nos revela Mateus em seu
evangelho, onde ele que este núncio de Jesus alterou sobretudo a Pedro (Mt 16,22-23).
Mas Por quê? Porque,eles tinham os pés no meio dos pobres, mas a cabeça estava
perdida na ideologia dominante da época. Eles esperavam um messias glorioso.

É neste contexto de crise nas suas crenças na vinda de um Messias Poderoso, que
acontece a Transfiguração.
COMENTANDO

1. Lucas 9,28: O momento da crise

Várias vezes, Jesus já tinha entrado em conflito com as autoridades. Ele sabia que não
iriam deixá-lo fazer o que estava fazendo. Mais cedo ou mais tarde, iriam prendê-lo.
Pois, dentro daquela sociedade, o anúncio do Reino, do jeito que era feito por Jesus,
não seria tolerado. Ou ele voltava atrás, ou seria morto! Não havia outra alternativa.
Jesus não voltaria atrás. Por isso, a cruz aparece no horizonte, já não como uma
possibilidade, mas sim como uma certeza (Lc 9,22). O diálogo entre Moisés e Elias,
falando sobre a partida de Jesus – seu êxodo – oferece aos discípulos uma pista para
compreender o conjunto da vida do Mestre, mormente, sua morte de cruz:

– Em primeiro lugar, em toda a sua vida só buscou a da vontade de Deus. Nada, na


existência do Mestre, estava sob o signo da fatalidade. Ele era todo de Deus, e Deus, o
senhor de sua vida.
– Em segundo lugar, a alusão ao êxodo indicava que a vida de Jesus estava toda a
serviço da libertação.
– Em terceiro lugar, o êxodo está ligado à figura do cordeiro pascal.
Toda esta realidade existencial escondia-se sob a aparência de Jesus transfigurado. A
tragicidade do êxodo de Jesus não destruiria sua condição de Filho amado.

Junto com a cruz aparece a tentação de seguir pelo caminho do Messias Glorioso e não pelo
caminho do Servo Crucificado. Nesta hora difícil, Jesus sobe a montanha para orar, levando
consigo Pedro, Tiago e João.

2. Lucas 9,29-31: Durante a oração

Enquanto ora, Jesus muda de aspecto e diante dos discípulos aparece glorioso, do jeito que
eles o imaginavam. E junto com Jesus na mesma glória aparecem Moisés e Elias, os dois
maiores do AT, que representavam a Lei e os Profetas. Eles conversam com Jesus sobre "o
êxodo a ser completado em Jerusalém". Assim, diante dos discípulos, a Lei e os Profetas
confirmam que Jesus é realmente o Messias Glorioso, prometido no AT e esperado pelo povo.
Mas confirmam também que o caminho para a glória passa pela travessia dolorosa do "Êxodo".
O êxodo de Jesus é a sua paixão, morte e ressurreição. Pelo seu êxodo, ele vai quebrar o
domínio da propaganda do governo e da religião oficial, que mantinha todos presos dentro da
visão do Messias glorioso nacionalista. Jesus vai libertar o povo da Cruz. Parece que a fala da
cruz não agrada. Eles querem é segurar o momento da glória no alto do Monte e se oferecem
para construir três tendas.

3. Lucas 9,32-34: A reação dos Discípulos

Eles estavam dormindo e só acordaram no fim. Ainda puderam ver um restinho da glória de
Jesus, mas não escutaram a conversa sobre o êxodo. Como acontece conosco tantas vezes, eles
escutaram só aquilo que lhes interessava. O resto escapou da atenção deles! E agora,
acordando, falam bobagem, ficam com medo e não querem mais descer. Toda vez que se fala
da cruz, tanto no Monte da Transfiguração como no Monte das Oliveiras (Lc 22,45), eles
dormem. Gostam mais da glória do que da cruz. Parece que a fala da cruz não agrada. Eles
querem é segurar o momento da glória no alto do Monte e se oferecem para construir três
tendas.

Ao propor ficar na montanha e construir três tendas (Mt. 17,4), Pedro revela sua dureza de
coração. Fazia pouco tempo que Jesus já lhe tinha chamado a atenção para sua cegueira,
acusando-o de cumprir a função de Satanás como pedra de tropeço no projeto de Deus (Mt.
16,22-23). Mesmo assim, Pedro ainda não compreendera que a construção da justiça do Reino
não permite privilégios, nem acomodação. Ser discípulo não é somente participar da glória de
Jesus, mas é também carregar a sua cruz, gerando e defendendo a vida.

4. Lucas 9,35-36: A voz do Pai

A voz do Pai sai da nuvem e diz: "Este é o meu filho, o eleito, ouçam-no". Com esta
mesma frase o profeta Isaías tinha anunciado o Messias-Servo (Is 42,1). Depois de
Moisés e Elias, agora é o próprio Pai que apresenta Jesus como Messias-Servo que
chega a glória através da cruz. No fim da visão, Moisés e Elias desaparecem e só fica
Jesus. Isto significa que, daqui para frente, quem interpreta a Escritura e a Vontade
de Deus para o povo será Jesus, só ele! Ele é a Palavra de Deus para os discípulos:
'Ouçam-no!'

5. Lc. 9: 36. Saber guardar o silêncio.

Lucas narra que os discípulos guardaram silêncio sobre a transfiguração, mas Mateus
17: 9 nos informa que foi Jesus que pediu aos discípulos para não dizer nada a ninguém
até que ele tivesse ressuscitado dos mortos. Marcos diz que eles não sabiam o que
significava ressurreição dos mortos (Mc 9,10). De fato, não entende o significado da
Cruz quem não liga o sofrimento com a ressurreição. A Cruz de Jesus é a prova de que
a vida é mais forte que a morte. A compreensão plena do seguimento de Jesus não se
obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele
no caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém.

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