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O comércio através dos tempos

A origem do termo "comércio" vem do latim, commercium, que quer dizer "permutação, troca, compra e
venda de produtos ou valores". Por conta desse significado, podemos compreender que o comércio envolve a troca
voluntária de produtos e serviços por outros produtos ou por valores, ou mesmo de valores entre si, estando implícito
o ato de negociar, vender, revender, comprar algo. Em síntese, são as relações de negócios. Antes de o comércio se
consolidar como atividade comum, as pessoas eram nômades, viviam em grupos geralmente constituídos por
membros de uma mesma família, isolados uns dos outros, e eram autossuficientes. Ao iniciarem um processo de
aproximação, iniciou também a primeira forma de comércio – a troca. Com as trocas, as riquezas foram sendo mais
bem aproveitadas e cada grupo podia se dedicar a produzir aquilo para o que fosse mais apto.
O comércio é uma relação social que é singular ao ser humano. As pessoas trocam produtos entre si desde a
Pré-história. Se, por exemplo, um grupo tinha sorte com as colheitas e conseguia obter mais cereais do que precisava
para se alimentar, podia procurar um grupo vizinho e trocar as sobras por coisas que eventualmente lhe fizessem
falta. As primeiras trocas teriam sido feitas por impulsos do acaso, ou por necessidades imediatas. Com o passar do
tempo, as pessoas perceberam que valia a pena produzir excedentes, para poderem realizar futuras trocas. A este tipo
de comércio primitivo em que não havia moeda dá-se o nome de troca direta. Não conseguimos identificar a existência
do comércio formalmente instituído nos tempos primitivos pelo fato de, nessa época, os produtos se destinarem
apenas à subsistência; isto é, não ocorria a troca de excedentes, o que se deu gradativamente, como ensina Fran
Martins (2000, pag. 1):

No início da civilização, os grupos sociais procuravam bastar-se a si mesmos, produzindo material de


que tinham necessidade ou se utilizando daquilo do que poderiam obter facilmente da natureza para
a sua sobrevivência – alimentos, armas rudimentares, utensílios. O natural crescimento das
populações, com o passar dos tempos, logo mostrou a impossibilidade desse sistema, viável apenas
nos pequenos aglomerados humanos. Passou-se, então, à troca dos bens desnecessários, excedentes
ou supérfluos para certos grupos, mas necessários a outros [...]. Inegavelmente, a troca melhorou
bastante a situação de vida de vários agrupamentos humanos.

Nessa época remota, as mercadorias negociadas eram, na verdade, o que se produzia em excesso, tornando-
se mais intensa essa atividade à medida que foi sendo necessário diversificar os materiais disponíveis, uma vez que a
produção para consumo próprio já não era suficiente e as riquezas foram passando a ser produzidas para permuta.
Avançando na história, na Antiguidade Grega o comércio era realizado com base nos costumes. Lá, contudo, conforme
as atividades comerciais foram se tornando mais intensas, surgiram os primeiros contratos e o uso da lei escrita, os
quais orientavam a comercialização marítima.
Nesse mesmo período, a principal atividade econômica dos fenícios era o comércio. Em razão dos negócios
comerciais, os fenícios desenvolveram técnicas de navegação marítima, tornando-se os maiores navegadores de
Antiguidade. Desse modo, comerciavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo,
guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam. Considerável parte dos produtos comercializados pelos
fenícios provinha de suas oficinas artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, joias de ouro
e de prata, estátuas religiosas), à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de tecidos . Por sua vez,
importavam de várias regiões produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro
era a principal cidade que se dedicava ao comércio de escravos, adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo -os aos
soberanos do Oriente próximo.
Em Roma, o comércio era praticado pelos estrangeiros, disciplinados pelo Jus Gentium (conjunto de leis e
regras que se aplicavam às relações mercantis e às pessoas que não eram cidadãs romanas), uma vez que a aristocracia
não via com respeito a atividade, tida como desonrosa.
Progressivamente, o ser humano promoveu uma série de evoluções que facilitaram o fluxo de mercadorias e
as atividades comerciais. Foram criadas moedas, bancos, bolsas de valores e diversos outros institutos. No entanto,
nessas civilizações clássicas ainda não havia uma legislação comercial especial, o que se inicia a partir da Idade Média.
Ricardo Negrão (2011, p. 28-29) explica sobre o comércio medieval:

Nesse período, o comércio, estava ligado ao comércio itinerante: o comerciante levava mercadorias de
uma cidade para outra através de estradas, em caravanas, sempre em direção a feiras que ocorriam e
tornavam famosas as cidades europeias [...] Em sua evolução, as feiras se especializam, surgem os
mercados (feiras cobertas) [...] As lojas, cuja função é a venda constante, num mesmo local, surgem
quase que simultaneamente às feiras [...] Os mascates completam o quadro de distribuição de
mercadorias.

Na idade média, o comércio chegou a um estágio mais avançado, e não era mais uma característica de apenas
alguns povos, mas de todos eles. André Ramos descreve que “justamente nessa época se costuma apontar o
surgimento das raízes do Direito Comercial. Fala-se, então, na primeira fase desse ramo do Direito. É a época do
renascimento das cidades e do comércio, sobretudo o marítimo” (2009, pag, 28). Nesta época, o comércio era
praticado em cada região de forma desvinculada uma da outra, já que não havia um poder político central forte, capaz
de impor regrais gerais e aplica-las a todos. Assim, surgiu uma série de “Direitos locais” nas diversas regiões da
Europa. Por conseguinte, a classe de comerciantes ou mercadores, a burguesia, teve que se organizar e construir seu
próprio direito, a ser aplicado nos diversos conflitos que passaram a eclodir com a efervescência da atividade
mercantil, que até então estava estagnada. Com isso, leis e normas de um Direito Comercial foram surgindo com a
própria dinâmica das atividades comerciais.
Mais adiante, em 1804 e 1808, respectivamente, são editados, na França, o Código Civil e o Código Comercial.
O Código Civil napoleônico era, na sua síntese, um corpo de leis que atendia os interesses da burguesia fundiária, pois
estava centrado no direito de propriedade; já o Código Comercial encarnava o espírito da burguesia comercial e
industrial, valorizando a riqueza mobiliária. Com a divisão do Direito Privado (Direito Civil e Direito Comercial), foi
necessário criar um critério que delimitasse o âmbito de incidência do direito comercial, que fora criado para regular
a atividade mercantil. Assim, a doutrina francesa criou a teoria dos “atos comércio”, designando que o praticasse de
comerciante e estes sujeitavam aos Tribunais do Comércio.
O comércio, antes da Revolução Francesa, estava muito desenvolvido e não comportava mais os limites que
as corporações e o Rei impunham. Além disso, o povo pobre, que não pertencia a corporações, nem tinha sangue azul,
estava cada vez mais revoltado. Esse povo, que não tinha perspectiva alguma na vida, foi a massa da Revolução
Francesa. Sob o aspecto jurídico, a Revolução Francesa foi uma ação contra os direitos da nobreza, do clero e das
corporações. Nota-se que o Código Comercial Napoleônico põe fim à segunda parte da história do direito comercial e
dá início ao período moderno, quando cria um sistema de normas objetivamente aplicáveis, quaisquer que sejam os
sujeitos praticantes das atividades comerciais. Seguindo o desenvolvimento do comércio marítimo, na Idade Média,
e do advento das feiras e mercados, aconteceu a Revolução Industrial que, na Idade Moderna, promoveu uma ruptura
em toda a estrutura econômica e social existente, consolidando o capitalismo e a estrutura social inerente a ele.
Mais de um século depois da codificação napoleônica, a Itália editou um novo Código Civil, tendo em vista a
noção totalmente ultrapassada da figura do “ato do comércio”, já que a efervescência do mercado, sobretudo após a
Revolução Industrial, acarretou o surgimento de diversas outras atividades econômicas relevantes e muitas delas ao
estavam compreendidas no conceito de “ato do comércio”.
Ao longo dos séculos XIX e XX, o Direito Comercial foi definido como o conjunto de normas jurídicas que
regulava as atividades dos comerciantes no exercício de sua profissão e os atos por lei considerados comerciais. O
comércio exerceu papel colaborativo muito importante nas sociedades, no desenvolvimento de novas tecnologias e,
principalmente, na melhoria de infraestrutura através da construção de estradas, ferrovias, portos, pontes etc., o que
veio a facilitar o fluxo de mercadorias em nível planetário, até resultar no processo de globalizaç ão.
Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico e as facilidades da era digital – destaque para a internet – é
possível comercializar algo com qualquer parte do planeta sem precisar, para tanto, locomover -se. Isso não significa
que o comércio tradicional tenha perdido seu lugar de destaque na sociedade; pelo contrário, ele continua em
evidência e tem como maior símbolo os shoppings centers (os correspondentes modernos dos mercados e lojas
referenciados anteriormente) que se multiplicam nas grandes cidades.

Referências:
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial. 3ª ed. Bahia: Jus Podivm, 2009.
NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa: Teoria geral da empresa e do direito societário. São
Paulo: Saraiva, 7ª Ed. 2011.
MARTINS, Fran (atualizador: Jorge Lobo). Curso de Direito Comercial. 25ª ed. Rio de Janeiro. Editora Forense, 2000.

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