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[PESQUISA] A introdução da Arte da Renascença na

Península Ibérica (actas do simpósio internacional


organizado pelo Instituto de Historia da Arte da
Universidade de Coimbra entr 26 e 30 de março de
1980)
segunda-feira, 12 de março de 2018
16:21
(pequeno prefácio

João de Ruão -Arquiteto, escultor, candeeiro e decorador (p.5)

Nasceu na França no início do século XVI, provavelmente na mesma cidade de que adotou o
nome
Rumou a Portugal em busca de riquezas e fortuna, pois as ricas encomendas aqui eram
abundantes
Sua atividade está atestada desde 1528, ano do seu trabalho na Igreja de Atalaia
Depois veio pra Coimbra e trabalhou até que a velhice lhe acometesse
Morre no dia 28 de Janeiro de 1580
Considerado uma das maiores glórias da Arte Portuguesa com seus 50 anos de trabalho.
Formou gerações de artistas
Tem obras em Coimbra, Cantanhede, Montemor-o-Velho, Atalaia, Tomar, Braga, Guarda,
Viseu, Oliveira de Azeméis e Penela
Não foi o primeiro a introduzir a arte da renascença em Portugal mas é a ele que cabe "a glória
de ter definitivamente divulgado e de na sua estética ter formado gerações de imaginários e
decoradores portugueses" (p.5)

Recordar João de Ruão - Pedro Dias (discurso de abertura do simpósio) (p.9-12)

João de Ruão vem a portugal nos finais da segunda década do séc. XVI com pouco mais de 20
anos
Nascido na normandia e lá instruido nas formulas da arte da primeira renascença italiana
Descrição de Portugal: "Reis pderosos, senhores dos comércios e das navegações; nores
guerreiros, corajosos e pios; prelados e abades letrados, e de pele tisnada pelo sol das praças
do Magreb. País rico, onde em todas as povoações se edificavam e reconstruíam templos, se
levantavam novos altares, se rasgavam emblemáticos portais em acção de graças, memorias
vivas de tormentas em passagens de tantos cabos sem nome, de sofridos tráficos de pimentas,
escravos e ouros." p.9
"João larga o lar paterna, a certeza de um futuro medíocre" p.9
Em narrativa apaixonada, o autor narra que João teria a esperança de levantar fama,
recomendações e dinheiro em Portugal para ir até a Itália e emparceirar com Miguel Ângelo.
Porém este nunca deixou a terra do Mondego
Chega em Coimbra em 1530, trazido por seu patrono (D. Jorge de Meneses) à Catanhede, onde
construíu a Capela de Varziela.
Antes, trabalhou para D. Jorge de Meneses, Senhor de Tancos, fanzendo decorações da sua
igreja de Atalaia do Ribatejo.
Em 1530 os frades de Santa Cruz lhe dão um chão para que este erga sua casa, junto à muralha
na Rua de São Nicolau, à Torre Velha dos Sinos. Doaram-no este terreno pois este era amigo e
servidor do moesteiro e por nele ter feito muitas e boas obras.
No documento desta doação declara-se casado com Isabel Pires
Isabel Pires: jovem filha do arquiteto mestre de carpintaria das obras régias, Pero Anes, que
tinha grandes encargos em Santa Cruz e no Paço Real
A sogra dele era irmã do arquiteto Marcos Pires que também tinha construções em Coimbra,
como parte das fábricas de Santa Cruz e do Paço.
Uma cunhada era casada com o pintor Cristovão de Figueiredo, e prima de Garcia Fernandes.
Também pertenciam a familia os pintores régios Jorge Afonso e Gregório Lopes.
É assim que ele entra no meio artístico nacional. O que certamente lhe proporcionou as
primeiras encomendas vultuosas.
Além disso: "Por outro lado, faltava na cidade um escultor de nível que se estabelecesse e
garantisse a produção escultórica necessária às obras que então se faziam, sobretudo no Paço,
em Celas e em Santa Cruz, que em 1527 vira iniciar novas reformas nos edifícios conventuais,
dirigidas pela mão firme e decidida de Frei Brás de Braga. Uma década depois foi a
transferência definitiva da Universidade, que provocou um sem número de construções, numa
cidade que em poucos anos duplicou o número dos seus habitantes." p.10
E os outros escultores? - Diogo Pires já estava no fim de sua atividade, Chantérène partira já,
"Hodart seria um meteoro brilhante demais para o firmamento português. Só Ruão ficou" p.10
Onde hoje é o colégio de santo agostinho foi o telheiro do artista junto a Diogo de Castilho,
seu sócio no Porto, em Góis e em Trofa do Vouga. Este por sua vez era irmão do arquiteto
régio João de Castilho.
Os filhos de Ruão: Jerónimo foi para Lisboa e tornou-se um arquiteto que serviu a rainha D.
Catarina. Maria casou-se com um livreiro Henrique de Colónia. João licenciou-se em direito e
foi professor na Universidade, Cosme ingressou num convento da cidade e cursou canones.
Simão foi arquiteto também mas abalou para india a serviço de portugal e de Deus. Helena
ficou solteira e acompanhou o pai até seus ultimos momentos.
Principais obras:
Para santa cruz decorou o coro-alto que Diogo de Castilho acabara em 1530, esculpiu três
imagens do Portal, levantou a obra do Jardim da Manga e na década de 40 gez o grupo da
Deposição que hoje se encontra no Museu Machado de Castro.
Para o bispo D. Jorge de Almeida contruíu pouco depois de chegar em coimbra a Porta
Especiosa. Mais tarde para outro prelado levantou a Capela do S. Sacramento (coroa a
segunda fase de atividade de Ruão). Fez para o convento de Celas muitas obras, sobretudo em
30. Fez retábulos do Convento de S. Domingos de Coimbra e o da Sé da Guarda na década de
50.
2 épocas fundamentais: "a primeira, até meados dos anos quarenta, seguindo a arte
quatrocentista italiana de raiz florentina, como os Justi a divulgaram em França; a segunda,
romanista, seguidora clara do novo maneirismo".
Principal formador dos artistas portugueses entre 1530 e 1580.

Prováveis origens da Arte de João de Ruão - Antonio Nogueira Gonçalves (13-22)

Introdução em Coimbra da arte da renascença está ligada a três nomes Nicolau Chanterene,
Hodarte e João de Ruão.
Embora os três tenham passado pela cidade, só Ruão ficou, estabelecendo oficina e formando
discipulos. Morre em 28/01/1580
Esteve em constante diálogo com o renascentismo italiano, acompanhando seu
desenvolvimento, como observado nas duas fases das obras do artista
A qualidade da pedra do centro coimbrão fez daqui um polo fornecedor das imagens de vulto
e dos túmulos dos grandes, especialmente a região acima do Tejo. Isto porque o calcário
branco, a contrastar com o granito nortenho, é mais brando, mais fácil de trabalhar permitindo
todas as delicadezas. Pedra de Ançã.
O nível economico da cidade não era elevado, permitia atividade contínua a uma só oficina de
mestre de categoria (quem permitia? A demanda ou a lei? Perguntar para professora). Assim,
não favorecia a permanencia de outros mestres de mesmo nível: os dois retiraram-se, ficou
Ruão. Era permitido porém oficinas de artistas secundários, fornecedores de entidades
modestas.

PROBLEMAS EM SE ESTUDAR JOÃO DE RUÃO: não se tem certeza se o escultor veio, de fato, da
cidade de Ruão na França. Alguns pesquisadores do inívio do século XX foram até a cidade
pesquisar, mas nada foi concluido ou registrado em fontes para pesquisa. Outro problema é a
cronologia de sua obra: atribuem a ele tanto obras de sua oficina quanto das de seus
fornecedores menores, misturando-as indiscriminadamente. Também atribiu-se a ele obras
executadas depois de sua morte, ou mesmo retirando-lhe a autoria de obras de grande nível.
Porém o Instituto de H. A. da UC está renovando estas pesquisas e pretende lançar luz nas
lacunas e resolver os embaraços da historiografia anterior.

Para uma vertente da historiografia, notadamente para os artistas que formavam a Escola
Livre das Artes e do Desenho (fundada e dirigida pelo prof Antonio Augusto Gonçalves), o
discurso sobre a obra de Ruão não ia além de considerar suas obras como ecos da arte
quatrocentista italiana, e não ia além disso. Atribuiam a isso a expansão das gravuras italianas
e dos desenhos avulsos que circulavam.

O autor analisa duas hipóteses difundidas na historiografia da arte portuguesa sobre os


precendentes de ruão na França. A primeira, que teria sofrido influência da 2ª geração de
artistas da família Betti (Justo de Juste, João Juste e filho do Antonio), de San-Martino de
Mensola. A partir da análise de obras dos irmãos, como o Tumulo de Luis XII e Ana da Bretanha
e o Tumulo de Thomas James na catedral de Dol, conclui-se que de fato há uma estética
ressonante entre a obra desta geração quatrocentista e o trabalho de Ruão. Contudo, "para o
nosso Mestre Ruão há a recordar também o que foi dito da sua arte delicada, de relevos
esbatidos mas conservando a nitidez de perfis e a relação de planos, um estilo a evocar a
gentileza das obras do meado de quatrocentos, as de Desidério e de Mino.
Estas considerações levam-nos a concluir que a educação dos Justos foi feita pelos artistas
florentinos do meado do século XV, não prorpiamente pelos grandes mestres mas pelos
continuadores que mantiveram o estilo; foi esta a arte que levaram para França e em que
continuaram, posto que viessem aí a evoluir, mas dando relativamente à Itália um aspecto de
atraso artístico do momento, o que os estudiosos franceses tem feito notar.
Atraso mais acentuado, como é lógico, manifesta a arte de Ruão com a sua obra do fim do
decénio de 20 e na de 30.
E não admira que notando-se o parentesco com a arte toscana do meado de quatrocentos não
se pudesse fazer dele um italiano que dali pudesse ter vindo
E este prolongamento da arte florentina do meado de quatrocentos nos Justo, explica-se pela
sua saída de Itália antes que a evolução para a de quinhentos se acentuasse; e em Ruão por ter
recebido no aprendizado só a primeira fase dos Justos." p.19

A segunda hipótese é a de que João de Ruão teria participado com esculturas da constução do
Les tombeaux de la cathedrale de Rouen, porque segundo documentos da época uma artista
de nome Jehan de Rouen havia contribuido come esculturas melhores. Esta hipótese é
refutada pela idade de João, visto que o mesmo Jehan de Ruen já havia participado da
construção da capela da Assunção da cidade em 1510-1511, tornando a cronologia de Ruão
impossível se estes fossem a mesma pessoa. "Se atribuirmos ao nosso João de Ruão o mesmo
número de anos em 1580, quando faleceu, teria vindo à luz em 1498, o que tornava impossível
que em 1510-11 já tivesse categoria a llhe ser possível executar a obra indicada" p.22
"Estes dados têm o suficiente grau de probabilidade a poder vir-se à afirmação de que este
Jehan de Rouen, que fazia parte da campanha de Pierre des Aubeaux em Ruão e Gisors era
mais velho que nosso João de Ruão e distinto dele, tratando-se de um dos numerosos casos
de homonimia do tempo, que igualente entre nós causam o desespero dos investigadores"
p.22

"Afastada a probabilidade de Jehan de Rouen do túmulo dos cardeais ser o nosso Mestre João
de Ruão, de maior credibilidade é o parentesco de estilo com o dos Justos, e claro se torna o
caminho seguido pelo estilo delicado, digamos, amoroso, dos seguidores florentinos dos
mestres do meado de quatrocentos, educando os Justos e, por sua vez, estes transmitindo-o
ao nosso Ruão. Caminhos largos, com rodeios, como frequentemente se deparara não só na
história da Arte." p.22

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