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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA QUIMICA

ISABELLA BORDINHÃO TORRES PEREIRA


JACKELINE CAMARGO BAGIO
JESSICA PEREIRA AZARIAS
KAIO VINICIUS DUTRA SOUZA
MARIANE BORGES GHELLER

EQUILÍBRIO DE FASES LÍQUIDO-LÍQUIDO/ELL

RELATÓRIO DE LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA B

Apucarana
2018
ISABELLA BORDINHÃO TORRES PEREIRA
JACKELINE CAMARGO BAGIO
JESSICA PEREIRA AZARIAS
KAIO VINICIUS DUTRA SOUZA
MARIANE BORGES GHELLER

EQUILÍBRIO DE FASES LÍQUIDO-LÍQUIDO/ELL

Relatório apresentado como requisito para


obtenção de nota parcial na disciplina de
Laboratório de Engenharia Química B, do
curso de Engenharia Química,
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

Docente: Proª. Drª. Maraisa Lopes de


Menezes

Apucarana
2018
RESUMO

Por meio do contato direto entre dois líquidos parcialmente miscíveis é possível fazer
uma extração do tipo líquido-líquido, onde se é adicionado um outro solvente, capaz
de fazer com que o sistema formado até então se divida em duas fases em uma
determinada concentração deste adicionado. No presente trabalho é possível verificar
que a partir do experimento realizado, a extração líquido-líquido classifica-se como do
tipo 1: um par parcialmente miscível, formado pelo sistema butanol-água-ácido
acético. Por meio de diferentes proporções destes solventes, é possível plotar uma
curva binodal dentro de um diagrama ternário e analisar a região onde ocorre a
separação de fases deste sistema. Pode-se também, por meio de titulações das fases
orgânica e aquosa dessa mistura, obter-se linhas de amarração, que são linhas
construídas sobre um diagrama para auxiliar no cálculo da composição das fases,
localizadas dentro da curva binodal.

Palavras-chave: Extração. Mistura. Solvente. Fase orgânica.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Representação esquemática do diagrama de fases ternário (coordenadas


triangulares.................................................................................................................. 8
Figura 2 – Sistemas ternários Tipo Zero (a), Tipo I (b), Tipo II (c) (d) (e), Tipo III (f) ... 9
Figura 3 – Diagrama ternário e seus componentes..................................................... 9
Figura 4 – Módulo experimental de termodinâmica................................................... 11
Figura 5 – Curva binodal do sistema ternário água-ácido acético-butanol a 26,3°C....16
Figura 6 – Curva binodal do sistema ternário água-ácido acético-butanol a 1,6°C ... 17
Figura 7 – Tie-lines experimentais para sistema ternário água-ácido acético-butanol
a 26,3°C .................................................................................................................... 20
Figura 8 – Tie-lines experimentais para sistema ternário água-ácido acético-butanol
a 1,6°C ...................................................................................................................... 20
Figura 9 – Comparação entre dados experimentais e literatura ................................ 21
Figura 10 – Coeficiente de distribuição do ácido acético em butanol e água. ........... 22
Quadro 1 – Valores calculados para os três extratores ............................................. 19
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Sequência experimental (parte 1)............................................................ 12


Tabela 2 – Sequência experimental (parte 2)............................................................ 13
Tabela 3 – Quantidade de Ácido Acético adicionada em cada extrator a 26,3°C ..... 14
Tabela 4 – Quantidade de Ácido Acético adicionada em cada extrator a 1,6°C ....... 15
Tabela 5 – Valores de massa e fração mássica da água, butanol e ácido acético a
26,3°C ....................................................................................................................... 16
Tabela 6 – Valores de massa e fração mássica da água, butanol e ácido acético a
1,6°C ......................................................................................................................... 17
Tabela 7 – Valores obtidos experimentalmente nos três extratores .......................... 17
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 11
2.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 11
2.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 12
2.2.1 Parte 1 .............................................................................................................. 12
2.2.2 Parte 2 .............................................................................................................. 13
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 14
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25
7

1 INTRODUÇÃO

A extração líquido-líquido é uma técnica utilizada em diversas áreas, como


purificação de produtos, separação de compostos aromáticos e não aromáticos, refino
de petróleo, entre outras (POMBEIRO, 2003). Nessa extração há o contato direto
entre dois líquidos imiscíveis, adicionando um solvente insolúvel ou parcialmente
solúvel, gerando a partição da amostra em duas fases imiscíveis: orgânica e aquosa.
Ao final do processo as fases formadas atingem concentrações de equilíbrio, sendo
que a eficiência da extração dependerá da afinidade do soluto pelo solvente de
extração, da razão das fases e do número de extrações (QUEIROZ, 2001).
A mistura de dois ou mais líquidos em condições controladas de temperatura
e pressão pode resultar em equilíbrio termodinâmico de duas ou mais fases, com
diferentes valores de concentração. Este fenômeno é conhecido como Equilíbrio
Líquido-Líquido e deve ser analisado por meio de três processos: transferência de
calor, deslocamento de fronteira e transferência de massa (SMITH et al., 2000).
Para determinar a composição de uma mistura que apresenta duas fases, faz-
se necessário o conhecimento de apenas um componente desta, em determinada
fase. Já se a mistura apresentar três fases, as composições dessas são fixas, ou seja,
nenhuma mistura inserida nesta região permite diferente razão de quantidades nas
três fases em equilíbrio (HACKBART, 2007).
É essencial o conhecimento das relações de equilíbrio para analisar os
processos de extração. A maneira mais utilizada para representar é por meio de um
sistema ternário líquido-líquido, de três substâncias parcialmente solúveis,
denominado diagrama ternário. Para determinar esse diagrama faz-se necessário a
análise das fases após a ocorrência da separação e equilíbrio dessas, verificando
suas propriedades, tornando-se possível a determinação das composições de cada
substância (MADURO, 2009).
O diagrama ternário pode ser representado por coordenadas triangulares,
como exemplificado na Figura 1 a seguir, em que cada aresta do triângulo equilátero
é interceptada por retas paralelas às outras arestas. Os vértices são constituídos
exclusivamente por uma única substância, já um ponto sobre a linha que une duas
dessas, é formado por ambas.
8

Figura 1 - Representação esquemática do diagrama -


de fases ternário (coordenadas triangulares)

Fonte: HACKBART, 2007.

As composições termodinamicamente estáveis são expressas pela curva


binodal ou curva de solubilidade. Essa curva separa a região de miscibilidade parcial
dos componentes que estão abaixo da curva, da região de miscibilidade total (acima
da binodal). Os tipos de curvas binodais são vários e geralmente são caracterizados
pelos números de pares parcialmente miscíveis. (TREYBAL, 1951). Os quatros tipos
básicos são:

 Tipo 0: Nenhum par parcialmente miscível.


 Tipo I: Um par parcialmente miscível.
 Tipo II: Dois pares parcialmente miscíveis.
 Tipo III: Três pares parcialmente miscíveis.

Na figura a seguir observa-se os diferentes tipos de sistemas ternários.


9

Figura 2 - Sistemas ternários Tipo Zero (a), Tipo I (b), Tipo II (c) (d) (e), Tipo III (f)

Fonte: FEQ/Unicamp, 2018.

Normalmente a separação é mais fácil para sistemas do Tipo I. Pode-se


passar de um sistema do tipo III a um tipo I ou tipo II, apenas ao variar a temperatura.
A variação da temperatura no sistema ternário faz com que a região heterogênea
aumente ou diminua.

Figura 3 - Diagrama ternário e seus componentes

Fonte: Laboratórios Virtuais de Processos Químicos, 2018.


10

A Figura 3 mostra o ponto P, Curva Binodal e as Tie-lines. No diagrama, as


composições são normalmente dadas em frações mássicas. O ponto P é designado
por Ponto Crítico, que corresponde a ter um extrato e um resíduo em equilíbrio com a
mesma composição, o que implica que, para estas condições a extração é impossível.
No diagrama triangular estão também representadas as linhas que unem os extratos
e os resíduos em equilíbrio, as quais se designam por Tie-Lines. Curvas de equilíbrio
e as respectivas Tie-lines são obtidas com base em resultados experimentais.
11

2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 MATERIAIS

Nesta aula prática utilizou-se os seguintes equipamentos de extração que


compõem o módulo de Termodinâmica: um conjunto de extratores de mistura com
capacidade de 250 mL em banho termostático de acrílico e um galão para descarte.
O módulo completo é apresentado a seguir.

Figura 4 - Módulo experimental de termodinâmica

Fonte: ECO Educacional, 2018.

O módulo completo é composto por: (1) Conjunto de extratores em banho


termostático em acrílico, (2) Picnômetros, (3) Célula modulas para volume constante
e variável, (4) Manômetros Bourdon e tudo em U, (5) Banho termostático com agitação
magnética acoplada, (6) placa aquecedora com agitação magnética e (7) Galão para
descarte.
Além disso, também se utilizou os seguintes materiais e reagentes:

 Três provetas de 100 mL;


 Três provetas de 10 mL;
 Dez béqueres de 50 mL;
 Um béquer de plástico de 1L;
12

 Três pipetas de 10 mL;


 Três peras de sucção;
 Doze béqueres de 250 mL;
 Doze béqueres de 150 mL;
 Três funis de separação de 250 mL, com suporte universal;
 Uma bureta de 50 mL, com suporte universal;
 Uma balança analítica;
 Fenolftaleína;
 Solução de Hidróxido de Sódio a 0,5 M;
 Ácido acético;
 Butanol;
 Água destilada.

2.2 MÉTODOS
2.2.1 Parte 1

Preparou-se o módulo de extração, ajustando-o para uma temperatura de


26,3°C no banho termostático. Primeiramente adicionaram-se, com o auxílio de uma
proveta, volumes de água destilada e butanol, respectivamente, observando uma
mistura turva, sendo mantidos a uma agitação constante. Esses valores encontram-
se na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Sequência experimental (parte 1)


Extrator Vágua (mL) Vbutanol (mL)
1 20 80
2 30 70
3 50 50
4 60 40
5 70 30
Fonte: Autoria própria, 2018.

Em seguida, utilizando uma pipeta inseriram-se lentamente volumes de ácido


acético até reverter à turvação, anotando-se os valores gastos. Para o extrator 6 não
houve agitação mecânica, no qual adicionou-se 90 mL água, 10 mL de butanol e
anotou-se o volume de ácido acético.
Ao final dessa etapa, desligou-se o aquecimento do módulo e adicionou-se
gelo no banho termostático até atingir a temperatura constante de 1,6ºC. Observou-
se novamente a formação de uma solução turva nos extratores 3, 4 e 5, nos quais se
13

inseriu novamente volumes de ácido acético para reverter esse fenômeno, registrando
os valores.

2.2.2 Parte 2

Foram preparados três funis de separação no suporte universal e adicionou-


se água, butanol e ácido acético respectivamente. Agitaram-se manualmente as
soluções e em seguida esperou-se a separação completa das fases nos funis de
separação (extratores). Os volumes utilizados de cada reagente encontram-se na
Tabela 2 a seguir.

Tabela 2 – Sequência experimental (parte 2)


Extrator Vágua (mL) Vbutanol (mL) Vác. acético (mL)
1 50 40 10
2 70 25 5
3 30 60 10
Fonte: Autoria própria, 2018.

Em sequência, mediu-se a massa de 6 béqueres, enumerando-os de 1 a 6.


Adicionou-se as fases aquosas e orgânicas que foram separadas no extrator e aferiu-
se novamente a massa de cada béquer com sua respectiva fase. Posteriormente, com
o auxílio de uma bureta, contendo NaOH e um suporte universal, fez-se a titulação
das alíquotas, com volume de 5 mL de cada fase, utilizando a fenolftaleína como
indicador ácido-base e registrando os volumes gastos do titulante.
14

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Observou-se que no início todas as soluções estavam turvas. Para separar


as fases, escolheu-se o ácido acético como solvente da solução. O solvente ideal em
um processo de extração líquido-líquido é aquele que tem uma grande afinidade com
o soluto e que é totalmente imiscível com o diluente da alimentação, o que
normalmente é inatingível. Por isso, a seleção de um solvente é vital para o sucesso
da extração e uma pré-seleção dos solventes é feita por meio dos seguintes critérios
(LAB VIRTUAL, 2018):
I. Seletividade: O solvente tem que ter afinidade com o soluto e não com o
diluente. Dessa maneira, se a seletividade for 1, não haverá separação.
II. Imiscibilidade com o diluente: A mais elevada possível. A imiscibilidade entre
o diluente e solvente facilita a separação das fases.
III. Densidade: Quanto maior a diferença de densidade entre o solvente e o
diluente, mas fácil será a separação das fases.
IV. Facilidade de recuperação do solvente: Posteriormente ao uso, é usual que
haja uma reutilização do solvente, podendo assim, ser recuperado fazendo
com que outros parâmetros como volatilidade relativa solvente/soluto (o mais
alto possível) e temperatura de ebulição do solvente (o mais baixo possível
para minimizar os custos da recuperação caso seja efetuada por destilação)
sejam importantes. (LAB VIRTUAL, 2018).

Assim, iniciou-se a prática adicionando diferentes quantidades de ácido


acético em cada extrator, um a um, em ordem numérica. Os valores dos volumes de
ácido acético necessários para extinguir a turvação das soluções, na temperatura
ambiente de 26,3°C, são apresentados na Tabela 3 a seguir.

Tabela 3 – Quantidade de Ácido Acético


adicionada em cada extrator a 26,3ºC
Extrator 𝑽á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐 (mL)
1 5,5
2 12,6
3 16,3
4 15,7
5 15,1
6 4,6
Fonte: Autoria própria, 2018.
15

Após adicionar os ácidos conforme citado acima, acrescentou-se gelo no


banho onde os extratores estavam e esperou com que a temperatura diminuísse, até
que fosse observado que as soluções estivessem turvadas dentro dos extratores.
Observou-se que com a variação da temperatura ocorreu novamente a
turvação na solução dos extratores. Nem todos os extratores ficaram turvos quando a
temperatura diminuiu, pois, a temperatura não foi suficientemente baixa para as
proporções de butanol e água em questão. Porém, nos que ficaram, foi possível
observar que a variação da temperatura influenciou na miscibilidade da mistura e por
isso ocorreu tal fenômeno. O ideal é que a temperatura seja suficientemente alta para
que os componentes sejam todos solúveis, mas também, suficientemente baixa para
que a zona de miscibilidade parcial seja apreciável. A variação da temperatura
também pode fazer com que a solução passe do Tipo I a ser do Tipo II ou III. (LAB
VIRTUAL, 2018).
Novamente, anotou-se a quantidade de ácido acético necessário para
extinguir a turvação da solução na temperatura de 1,6°C. Os valores são sumarizados
na Tabela 4.
Tabela 4 – Quantidade de Ácido Acético
adicionada em cada extrator a 1,6°C
Extrator 𝑽á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐 (mL)
3 0,5
4 2,2
5 1,5
Fonte: Autoria própria, 2018.

Com base nos dados da Tabela 1 e Tabela 3, calculou-se a massa de ácido


acético, butanol e água presentes nos extratores. Segue a exemplificação dos
cálculos para a massa de água no primeiro extrator:

𝑚 =𝜌∙𝑉 (1)

𝑔
𝑚=1 ∙ 20𝑚𝐿 = 20𝑔
𝑚𝐿

Em seguida, para a realização do cálculo da fração mássica, efetuou-se a


soma de todas as massas em cada extrator e dividiu pela massa de cada substância
respectivamente. Os resultados da massa e fração mássica estão dispostos na Tabela
5 a seguir.
16

Tabela 5 – Valores de massa e fração mássica da água, butanol e ácido acético a 26,3ºC
Extrator 𝒎á𝒈𝒖𝒂 (g) 𝒙á𝒈𝒖𝒂 𝒎𝒃𝒖𝒕𝒂𝒏𝒐𝒍 (g) 𝒙𝒃𝒖𝒕𝒂𝒏𝒐𝒍 𝒎á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐 (g) 𝒙á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐
1 20 0,2208 64,8 0,7154 5,7695 0,0637
2 30 0,3002 56,7 0,5674 13,2174 0,1322
3 50 0,4646 40,5 0,3763 17,0987 0,1589
4 60 0,5511 32,4 0,2976 16,4693 0,1512
5 70 0,6355 24,3 0,2206 15,8399 0,1438
6 90 0,8744 8,1 0,0786 4,8254 0,0468
Fonte: Autoria própria, 2018.

Com os dados da Tabela 5 foi possível construir a curva binodal de equilíbrio


líquido-líquido do sistema ternário água-ácido acético-butanol, em frações mássicas,
resultando na Figura 5, com auxílio do software Origin®.

Figura 5 – Curva binodal do sistema ternário água-ácido


acético-butanol a 26,3°C

Fonte: Autoria própria, 2018.

O tipo de equilíbrio líquido-líquido é classificado pelo número de pares


parcialmente miscíveis, podendo ser do tipo zero, um, dois ou do tipo três. Dessa
maneira, ao observar a curva binodal, feito com os dados experimentais, fica evidente
que o equilíbrio líquido-líquido é do tipo 1, onde existe apenas um par de parcialmente
miscível. Acima da curva binodal a solução está em fase líquida homogênea e abaixo
da curva binodal a solução é bifásica. Outros tipos de sistemas binários do tipo 1 são
a água-benzeno.
Para a temperatura de 1,6ºC realizou-se os mesmos cálculos e os resultados
são apresentados na Tabela 6 a seguir.
17

Tabela 6 – Valores de massa e fração mássica da água, butanol e ácido acético a 1,6ºC
Extrator 𝒎á𝒈𝒖𝒂 (g) 𝒙á𝒈𝒖𝒂 𝒎𝒃𝒖𝒕𝒂𝒏𝒐𝒍 (g) 𝒙𝒃𝒖𝒕𝒂𝒏𝒐𝒍 𝒎á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐 (g) 𝒙á𝒄 𝒂𝒄é𝒕𝒊𝒄𝒐
3 50 0,4624 40,5 0,3745 17,6232 0,1629
4 60 0,5396 32,4 0,2914 18,7771 0,1688
5 70 0,6266 24,3 0,2175 17,4134 0,1558
Fonte: Autoria própria, 2018.

Gerou-se também a curva binodal do sistema ternário água-ácido acético-


butanol, Figura 6, para a temperatura de 1,6ºC com base nos dados da Tabela 6.

Figura 6 - Curva binodal do sistema ternário água-ácido


acético-butanol a 1,6°C

Fonte: Autoria Própria, 2018.

Os valores obtidos da massa do béquer vazio, com solução e volume de


NaOH utilizado na titulação, da fase aquosa e da fase butanol estão disponíveis na
Tabela 7 a seguir.

Tabela 7 - Valores obtidos experimentalmente nos três extratores


Massa do Massa Volume 1 de Volume 2 de Volume
Extrator Fase
béquer (g) total (g) NaOH (mL) NaOH (mL) médio (mL)
Aquosa 47,949 89,665 29,4 29,5 29,45
1
Butanol 51,018 98,899 36,8 39,0 37,9
Aquosa 50,465 124,431 17,6 17,9 17,75
2
Butanol 53,616 73,624 21,5 21,3 21,4
Aquosa 46,893 54,126 22,5 - 22,5
3
Butanol 49,881 130,136 37,5 38,0 37,75
Fonte: Autoria própria, 2018.

Inicialmente é necessário calcular o número de mols de ácido acético contido


na fase aquosa e fase butanol. Como a estequiometria da reação é da ordem 1:1,
18

pode-se igualar o número de mols de NaOH com o de ácido acético. Temos assim,
para a fase aquosa do primeiro extrator que:

𝑛º 𝑚𝑜𝑙á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑛º 𝑚𝑜𝑙𝑁𝑎𝑂𝐻 (2)

𝑛º 𝑚𝑜𝑙á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝐶𝑁𝑎𝑂𝐻 ∙ 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 (3)

𝑚𝑜𝑙
𝑛º 𝑚𝑜𝑙á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 0,5 ∙ 0,02945𝐿 = 0,01475 𝑚𝑜𝑙
𝐿

Em seguida, dispondo do valor da massa molar do ácido acético, pode-se


converter o número de mols deste em massa. Esse valor de massa só corresponde a
alíquota titulada de 10 mL. Desta forma, têm-se que:

𝑚á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 𝑛º 𝑚𝑜𝑙á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 ∙ 𝑀𝑀á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 (4)


𝑒𝑚 10 𝑚𝐿

𝑚á𝑐 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 0,01472 ∙ 60,05 = 0,8842𝑔


𝑒𝑚 10 𝑚𝐿

Para determinar a massa de butanol em sua respectiva fase é necessário


multiplicar o volume da alíquota (10 mL) pela massa específica deste. Da mesma
forma pode-se calcular a massa de água na fase aquosa da alíquota.

𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 (á𝑔𝑢𝑎) = 𝜌á𝑔𝑢𝑎 ∙ 𝑉 (5)


𝑔
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 (á𝑔𝑢𝑎) = 1 ∙ 10 𝑚𝐿 = 10𝑔
𝑚𝐿

A fim de calcular a massa de ácido acético, faz-se necessário realizar


primeiramente a diferença da massa total com a massa do béquer, resultando assim
na massa da amostra total. Com posse de todos os dados, determina-se a massa de
ácido acético, representado a seguir.

𝑚á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 10 𝑚𝐿 ∙ 𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


𝑚á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = (6)
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎

0,8842 ∙ 41,716
𝑚á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = = 3,6885 𝑔
10

Com posse dos valores obtidos anteriormente foi possível calcular a fração
mássica de ácido acético, dividindo a massa encontrada pela massa da amostra total,
como exemplificado a seguir.
19

𝑚á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑥á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = (7)
𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

3,6885
𝑥á𝑐.𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = ∙ 100 = 8,8419 %
41,716

Cada fase dos extratores resultará em um valor de fração mássica de ácido


acético, sendo que o restante é uma mistura de butanol e água. Todos os valores
supracitados são apresentados no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Valores calculados para os três extratores


Extrator 1 2 3
Fase Aquosa Butanol Aquosa Butanol Aquosa Butanol
Massa da amostra (g) 41,716 47,881 73,966 20,008 7,233 80,255
Volume médio de NaOH (mL) 29,45 37,9 17,75 21,4 22,5 37,75
N° de mols de ác. Acético 0,0147 0,0189 0,0088 0,0107 0,0112 0,0188
Massa de ác. acético em 10 mL (g) 0,8842 1,1379 0,5329 0,6425 0,6755 1,1334
Massa da amostra titulada (g) 10,0 8,1 10,0 8,1 7,0 8,1
Massa de ác. acético (g) 3,6886 6,7266 3,9419 1,5871 0,6980 11,23018
Fração mássica do ác. acético 0,0884 0,1404 0,0532 0,0793 0,0965 0,1399
Fração mássica água/but 0,9115 0,8595 0,9467 0,9206 0,9034 0,8601
Fonte: Autoria própria, 2018.

Com base nos dados do Quadro 1, pode-se construir as 3 Tie-lines


experimentais no diagrama ternário para as temperaturas de 26,3ºC, Figura 7, e 1,6ºC,
Figura 8, apresentadas a seguir.
20

Figura 7 – Tie-lines experimentais para sistema ternário


água-ácido acético-butanol a 26,3°C

Fonte: Autoria própria (2018)

Figura 8 - Tie-lines experimentais para sistema ternário


água-ácido acético-butanol a 1,6°C

Fonte: Autoria própria (2018)

A fim de comparar os dados obtidos experimentalmente da curva binodal com


a literatura, plotou-se os dados apresentados por SKREC e MURPHY (1954) na
mesma figura. As Tie-lines utilizadas para comparação são de concentrações
próximas aos valores experimentais. A Figura 9 demonstra a comparação entre os
21

dados experimentais e literatura em que a curva binodal verde e as Tie-lines


pontilhadas foram geradas a partir dos dados da literatura, enquanto que a curva
binodal vermelha e as Tie-lines coloridas foram geradas a partir dos dados
experimentais.

Figura 9 - Comparação entre dados experimentais e


literatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

Dessa maneira, observa-se que os valores obtidos na prática se aproximam


da literatura. Pode-se calcular também o coeficiente de distribuição do ácido acético
na temperatura ambiente em butanol e água. O coeficiente de distribuição ou partição
de um soluto entre duas fases líquidas imiscíveis é um fenômeno de equilíbrio. Este
estabelece que em um sistema de duas camadas líquidas heterogêneas (imiscíveis),
quando adicionado uma determinada quantidade de outra substância solúvel em
ambas, haverá a distribuição desta terceira substância nas duas fases. Essa grandeza
é definida pela seguinte relação.

𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 á𝑐. 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙


𝐾𝑑 = (8)
𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 á𝑐. 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑒𝑚 á𝑔𝑢𝑎

Afim de comparar os dados experimentais com o da literatura, utilizou-se os


dados do Quadro 1 e os obtidos por SKRZEC e MURPHY (1954) que se encontravam
no intervalo de interesse, gerando a Figura 10 a seguir.
22

Figura 10 - Coeficiente de distribuição do ácido acético em butanol e água.


16

Fração mássica de ác. acético em butanol


14 y = 1,504x + 0,0482
R² = 0,9662
12
10 y = 1,1713x + 1,0035
R² = 0,9995
8
(%)

6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Fração mássica de ác. acético em água (%)

teórico SKRZEC experimental


Linear (teórico SKRZEC) Linear (experimental)

Fonte: Autoria própria, 2018.

Neste caso, os coeficientes de distribuição do ácido acético foram obtidos por


meio do coeficiente angular da equação da reta. Sendo o experimental igual a 1,504
e o teórico igual a 1,1713. Calculou-se o desvio por meio da Equação 9 apresentada
a seguir.

𝐾𝑑 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝐾𝑑 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜(%) = (9)
𝑘𝑑 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙

1,504 − 1,1713
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜(%) = ∙ 100 = 22,12 %
1,504

Desse modo, pode-se notar que os valores de coeficiente de distribuição se


mostraram próximos, apresentando um desvio aceitável. Essa constante fornece
orientação sobre a forma mais eficiente de se realizar uma separação extrativa. O
valor do log kd de um composto, pode ser interpretado como sendo a somatória de
dois termos: um relacionado com volume e o outro com interações intermoleculares
(MALVEZZI et al., 2015).
Os resultados obtidos experimentalmente, sofreram influências externas
como fonte de erro, tais como na prática 3, ocorreu a falta de agitação em um dos
extratores pelo módulo operacional não estar em perfeito funcionamento, já que um
dos extratores estava com a base quebrada e a temperatura não ter sido baixa o
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suficiente para que todas as soluções pudessem turvar. Erros na leitura do volume
adicionado nos extratores e manuseio do equipamento também são importantes de
se ressaltar, além de não ter sido possível aquecer o banho, por defeito no
equipamento.
Outros possíveis erros estão ao realizar a prática estão relacionados a
titulação. É comum erros com o ponto de parada e a má leitura do volume titulante.
Em uma titulação, o ponto de parada é feito por meio de observação humana, o que
pode sofrer um atraso na parada do experimento, pois cada pessoa percebe a
mudança de cor de uma maneira diferente, podendo fazer com que haja um acréscimo
de titulante desnecessariamente na solução, afetando os resultados. Em uma titulação
é de extrema importância saber volume exato de titulante sendo introduzido na
solução, por isso a má leitura do volume do titulante introduzido na solução, pode
influenciar nos cálculos e consequentemente nos resultados.
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4 CONCLUSÃO

A partir dos resultados apresentados, foi possível verificar que o resfriamento


não foi eficiente no sistema, uma vez que nem todas as misturas turvaram. Além disso,
verificou-se também que a temperatura não influenciou na miscibilidade da mistura
água-butanol, uma vez que as curvas binodais obtidas a 1,6ºC se mantiveram
próximas às curvas binodais a uma temperatura de 26,3ºC.
Verificou-se que a consideração de imiscibilidade entre água e butanol é
correta, pois as tie-lines, que são responsáveis em considerar ou não a água em fase
butanol, se comportaram de maneira semelhante.
Alguns desvios foram observados na prática, que podem ser observados por
meio das fontes de erro previamente explicadas no corpo desse relatório. Apesar
disso, foi possível analisar que os resultados obtidos no experimento seguem o perfil
dos resultados obtidos na literatura, apresentados por Skrzec e Murphy (1954),
mostrando que os resultados estão em harmonia.
A escolha do butanol como solvente foi essencial para uma boa extração do
ácido acético em água, uma vez que o coeficiente de partição observado foi maior que
1, levando-nos a concluir que o butanol é um bom solvente.
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REFERÊNCIAS

FEQ/Unicamp. Curva binodal. Disponível em: <http://www.feq.unicamp.br/~mak/


Roteiros/binodal.htm>. Acesso em 9 de Maio de 2018.

HACKBART, L. M. Equilíbrio líquido-líquido de sistemas contendo fenolágua-


Solvente: obtenção e modelagem termodinâmica. Dissertação do programa de
pós-graduação (mestrado) em Engenharia de Processos Químicos e Térmicos.
Universidade Federal do Paraná, Curitba, 2007.

LAB VIRTUAL, Operações com transferência de Massa. Disponível em


<http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid=148&id=63>. Acesso em 06
de Maio de 2018.

MADURO, R. M.; AZNAR, M. Equilíbrio Líquido-Líquido em Sistemas contendo


Hidrocarbonetos Aromáticos + Hidrocarbonetos Alifáticos + Líquidos Iônicos.
Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, 2009.

MALVEZZI, A. et al. Obtenção dos valores do coeficiente de partição e do pka de


análogos de procaínamida para estudos de QSAR. Depto. de Química
Fundamental, Instituto de Química, USP, São Paulo, Brasil, 2015.

POMBEIRO, A. J. L. O.; Técnicas e Operações Unitárias em Química Laboratorial.


Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003. p.117–120.

QUEIROZ, S. C. N. et al. Métodos de extração e/ou concentração de compostos


encontrados em fluidos biológicos para posterior determinação cromatográfica.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v24n1/4452.pdf>. Acesso em 09 de
Maio de 2018.

SMITH, J.M.; VAN NESS, H.C.; ABBOTT, M.M. Introdução à Termodinâmica da


Engenharia Química. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

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