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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA


LABORATÓRIO DE USINAGEM – LABUS
DISCIPLINA DE USINAGEM – US27MC

RESUMO DO ARTIGO “AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE NO


TORNEAMENTO DA LIGA TI-6AL-4V COM DIFENTES LUBRIFICANTES
SÓLIDOS”

Autores: Mateus Schüler Volff, Tiago Machado, Renato Bragatto Jr, Fernando Fabiane, Bruno
Bosch, Rulian Piovesan.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná,Campus Pato Branco,Via do Conhecimento,Km 1 –Pato
Branco-PR

A usabilidade do titânio e suas ligas é, de modo geral, considerada baixa, devido à algumas
características intrínsecas destes materiais, como alta resistência mecânica em temperaturas
elevadas (o que é algo desejável em muitas das aplicações destas ligas, como na construção de
turbinas a gás), alta reatividade química, baixa condutividade térmica e baixo módulo de
elasticidade [1]. Altas temperaturas são geradas no corte destes materiais e, devido à baixa
condutividade térmica destes, cerca de 80% do calor gerado no corte [1] (devido à deformação
plástica do material e ao atrito entre as superfícies da peça e da ferramenta) é absorvido pela
ferramenta, diminuindo drasticamente sua vida útil [2]. Uma grande quantidade de calor gerado não
somente afeta a ferramenta, mas também compromete a qualidade na peça ao final do processo
(precisão dimensional e acabamento superficial) [3]. Assim, de modo a conseguir resultados técnica
e economicamente satisfatórios, o controle de temperatura e de geração/distribuição de calor é
imperativo.
Tradicionalmente, o uso de fluidos de corte (como óleos minerais ou fluidos sintéticos, por
exemplo) como lubrificantes e refrigerantes tem sido a escolha convencional [3] para lidar com este
problema. Entretanto, o uso dos fluidos de corte tradicionais cria uma série de problemas técnicos e
ambientais (como a contaminação de águas e solos) e problemas de saúde para os operadores [4].
Dentre as alternativas para minimizar estes efeitos nocivos está a técnica MQL (“mínima
quantidade de lubrificação”, também conhecida como MQF, “mínima quantidade de fluido”), em
que uma pequena quantidade do fluido lubrificante é pulverizada sobre a peça. O fluido é então
arrastado sobre a região de corte por um corrente de ar comprimido (atomização) [5].
Alguns pesquisadores têm investigado o uso de lubrificantes sólidos como uma alternativa
aos fluidos de corte convencionais. Shaji e Radhakrishnan [6] investigaram os efeitos do grafite e
do fluoreto de cálcio (CaF2) como lubrificantes sólidos no processo de esmerilhamento de aços
carbono e Reddy e Rao [3] compararam a performance do grafite e do bissulfeto de molibdênio
(MoS2) com a de um fluido de corte convencional por meio de imersão (wet machining) em termos
da força de usinagem, energia consumida (J/mm³) , tamanho do cavaco e rugosidade superficial no
fresamento de topo do aço AISI 1045, e observaram uma redução em todos os parâmetros avaliados
em comparação aos resultados obtidos usando fluido de corte. Segundo os autores, estes materiais
devem suas propriedades lubrificantes à sua microestrutura em forma de lâminas (layer lattice), que
apresenta baixa resistência ao cisalhamento, formando um filme fino lubrificante. Outra alternativa
é o uso conjunto de fluido e lubrificante sólido, misturando-os para melhorar as propriedades
lubrificantes do primeiro. Krishna e Rao [4] utilizaram misturas de óleo SAE 40 com grafite e ácido
bórico (separadamente, com diversas porcentagens em peso) e avaliaram a variação de propriedades
de interesse para lubrificantes, como viscosidade e condutividade térmica, e comparam a
performance destes no torneamento do aço EN8 em relação ao corte a seco e com o uso de fluido de
corte convencional. Foi observada diminuição na força de corte, no desgaste de flanco da
ferramenta, na temperatura da ferramenta e na rugosidade superficial da peça usinada quando usada
a mistura de óleo e lubrificante sólido, em comparação com a usinagem a seco e com o uso de
fluido de corte convencional, sendo os melhores resultados registrados para a mistura de óleo SAE
40 com 20% em peso de ácido bórico.
Em seu trabalho “Avaliação da rugosidade no torneamento da liga Ti-6Al-4V com
diferentes lubrificantes sólidos“, Moura, Silva e Resende [5] utilizaram a técnica de MQL no
torneamento (que é, junto com a furação, a operação de usinagem mais utilizada para corte de ligas
de titânio na fabricação de turbinas à gás [1] ) da liga Ti-6Al-4V, usando como lubrificante uma
mistura de fluido de corte convencional 20% em peso de lubrificante sólido. Foi utilizado como
base para a mistura um fluido de corte sintético (Quimatic Super Fluido 3), aplicado usando a
técnica de MQL da Accu-Lube, com pressão de 3 bar e vazão de 5mL/min. Foram testados três
tipos de lubrificantes sólidos: grafite malha 625 (granulometria média de 20 μm), grafite malha
325(40 μm) e bissulfeto de molibdênio (MoS2, 6 μm ). Para o experimento, foi utilizado um torno
CNC Romi Multipic 35D, com rotação máxima de 3000 rpm. O corpo de prova possuía dimensões
de 200 mm de diâmetro por 300 mm de comprimento. A Tabela 1 apresenta os valores dos
parâmetros de corte utilizados.

Tabela 1: Parâmetros de Corte


Vc (m/min) f(mm/ver) ap (mm)
30, 50 e 70 0,1; 0,15; 0,2 e 0,25 0,5
30, 50 e 70 0,2 2,0

Foram realizadas seis medições de rugosidade média aritmética (Ra) da peça torneada para
cada uma das condições de corte. Foi utilizado um rugosímetro Mitutoyo, modelo SJ-201 com cut-
off de 0,8 mm x 5 leituras.

Figura 1 – Curvas de rugosidade (Ra) para várias condições de corte

Os resultados das medições se encontram na Figura 1, a partir da quais pode-se avaliar a


evolução dos valores de rugosidade média em função da variação dos parâmetros de corte
(velocidade de corte, avanço e profundidade de corte). Nota-se um aumento da rugosidade média
com o aumento do avanço e sua diminuição com o aumento da velocidade de corte. Para as
condições de usinagem a seco, e nítido um comportamento distinto da curva de rugosidade x
velocidade de corte em relação às outras condições de lubrificação, o que pode ser explicado pelo
aparecimento da aresta postiça de corte (APC) devido a alta taxa de encruamento da liga Ti-6Al-4V.
Observa-se pouca influência da profundidade de corte sobre a qualidade do acabamento superficial
para os valores utilizados neste experimento.

2
A adição de lubrificantes sólidos ao fluido lubrificante mostrou-se significativamente
positiva, com melhoria na capacidade de lubrificação e refrigeração, provavelmente resultados de
uma melhor condição de lubrificação na interface entre ferramenta e peça, o que permite que o
material usinado cisalhe e deslize, reduzindo assim as deformações plásticas na superfície de saída e
por consequência liberando menos energia plástica na forma de calor.
Comparando os diferentes tipos de lubrificantes sólidos usados, o que apresentou melhores
resultados foi o MoS2 , seguido pelo grafite GR625 e este pelo GR325. Este melhor desempenho
pode ser explicada pela granulometria mais fina do MoS2, que permite uma penetração mais efetiva
junto a interface cavaco-ferramenta. O mesmo motivo explica a melhor performance do GR625 em
relação ao GR325.
Os autores apontam ainda que estes lubrificantes sólidos não apresentam um histórico
clínico patogênico. Em outras palavras, são uso é relativamente seguro e não apresentam riscos
inerentes para operador. Além disso, não possuem custo proibitivo, sendo economicamente viáveis.
Eles destacam que o uso destes lubrificantes, juntamente com a técnica MQL, pode contribuir para
processos de usinagem mais sustentáveis e ecológicos na fabricação de materiais avançados de
engenharia, como as ligas de titânio.

REFERÊNCIAS

[1] EZUGWU, E.; WANG, Z. Titanium alloys and their machinability—a review. Journal of
Materials Processing Technology, v. 68, n. 3, p. 262-274, 1997.
[2] MACHADO, ÁLISSON ROCHA ET AL. Teoria da Usinagem dos Materiais. São Paulo:
Blucher, 2009. 371 p.
[3] SURESH KUMAR REDDY, N.; VENKATESWARA RAO, P. Experimental investigation to
study the effect of solid lubricants on cutting forces and surface quality in end milling.
International Journal of Machine Tools and Manufacture, v. 46, n. 2, p. 189-198, 2006.
[4] VAMSI KRISHNA, P.; NAGESWARA RAO, D. Performance evaluation of solid lubricants
in terms of machining parameters in turning. International Journal of Machine Tools and
Manufacture, v. 48, n. 10, p. 1131-1137, 2008.
[5] MOURA, R.; SILVA, M.; RESENDE, A. Avaliação da rugosidade no torneamento da liga
Ti-6Al-4V com diferentes lubrificantes sólidos. Máquinas e Metais, n. 589, p. 16-21, 2015.
[6]SHAJI, S.; RADHAKRISHNAN, V. An investigation on solid lubricant moulded grinding
wheels. International Journal of Machine Tools and Manufacture, v. 43, n. 9, p. 965-972, 2003.

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