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ASPECTOS HISTÓRICOS, POLÍTICOS E LEGAIS DA INQUISIÇÃO

1 – ASPECTOS HISTÓRICOS

A propagação do evangelho de Cristo ganhou contornos cada vez mais amplos


desde a sua era apostólica Primitiva em Jerusalém, chegando ao ano 313 d.C como
elemento de crescente influência na vida social e política do Império Romano, e a
partir daí tornou-se religião oficial do Estado. Desde então a Igreja passou a ser uma
das principais instituições estatais.
Por volta dos séculos XII e XIII o poder eclesiástico atingiu o seu ápice: a Igreja
conferia poder aos reis retendo autoridade de santificar ou excomungar. ¹ Foi nesse
ínterim que nasceu a Inquisição, tendo como premissa combater qualquer forma de
contestação aos dogmas da Igreja Católica. Foi então instituído o Tribunal da
Inquisição impondo medo e temor, em virtude da severidade das penas oriundas de
seus julgamentos e também pela forma secreta com que tal processo era conduzido,
sem nenhuma garantia ou contra-razão para o acusado.
Em um primeiro momento a justificativa dada pela Igreja para a instituição da
Inquisição foi o combate às heresias, que englobava todo e qualquer tipo de
manifestação contrária ao pensamento católico, iniciando assim uma desmedida
perseguição aos adeptos de outras confissões de fé. Contudo, o poder Eclesiástico
não podia garantir o cumprimento dessa missão sozinho, necessitando assim do
auxilio do Estado para sua efetiva eficácia. Destarte, a tarefa dos julgamentos era de
competência tanta dos Tribunais Eclesiásticos como dos Tribunais Seculares.
Tais Tribunais tinham em comum as medidas adotadas quanto aos
julgamentos e cominação de penas. Nisto, pessoas eram aprisionadas sem acusação
formal, sendo permitidos, inclusive, denúncias anônimas ou boatos infundados.
As penas, por sua vez, eram absurdamente severas, variando de acordo com a
gravidade do crime, podendo o condenado ser executado pelo fogo, receber pena de
banimento, trabalhos desumanos e confisco dos bens.
Já no período Moderno, a Inquisição ganhou contornos mais amplos, atingindo
países da Europa oriental e, nos séculos XVI, XII e XVIII atingiu seu auge sendo
estendida até mesmo para as colônias.

2 – ASPECTOS POLÍTICOS
O grande crescimento demográfico ocorrido no inicio da Idade Moderna trouxe
conseqüências políticas e sociais para o mundo europeu de então. ² Paralelamente ao
aumento da população multiplicou-se a pobreza e diminuiu a já limitada oferta de
recursos. Neste mesmo período foi adotado o capitalismo mercantil em muitas regiões
da Europa. Isso resultou em aumento de preços de mercadorias.
Como agravantes das situações já citadas vieram períodos de colheitas ruins,
doenças epidêmicas e um período de intensas guerras em muitas regiões.
Todo esse caótico cenário levou os governantes a temer revoltas populares e o
método de prevenção foi o enrijecimento da Inquisição. Dessa forma, o que antes era
apresentado apenas como uma medida de combate às heresias foi evoluindo
gradativamente para uma face política – antes camuflada pelo poder clerical –
tornando-se ainda mais violenta. Com isso, a ameaça ao poder monárquico também
passou a ser motivo de punição inquisitória.
Um exemplo de quão tamanha era a influência da Igreja, em 1492 na Espanha,
devido o crescimento financeiro de povos judeus habitados na Europa, a nobreza viu
ameaçados os seus interesses. A independência financeira poderia resultar em
insurreição ao Monarca. Isso motivou a expulsão da Espanha, salvo não se
convertessem ao catolicismo. Com isso muitos judeus partiram em retirada, outros,
porém, aceitaram o batismo católico. A sujeição às regras da Igreja significava
concomitante, rendição ao Poder Político. Nisso a Inquisição teve aberta sua “porta de
entrada” na Espanha, pois sob o argumento de averiguar a veracidade da conversão
dos judeus ela foi instituída no país.

3 – ASPECTOS LEGAIS
Tendo sido o direito da comunidade cristã, o direito canônico teve grande
influencia durante toda a Idade Média. ³ Era o único direito escrito na maior parte
desse período.
Tal direito foi endereçado inicialmente aos membros e autoridades
eclesiásticas, contudo, dado à grande influencia que veio a ter com os Tribunais
Eclesiásticos, terminou por influenciar a legislação da Europa ocidental.
Os Tribunais Eclesiásticos teve competência para processar e julgar qualquer
pessoa que se insubordinasse as regras da Igreja.
Finalmente, cumpre ressaltar que o direito canônico foi importante para a
legislação ocidental por vários fatores. Dentre os quais podemos citar o fato de ser um
direito formal escrito, por ter sido objeto de estudos doutrinários e por ter sido
sistematizado. Assim, dado a relação intima entre Igreja e Estado, a influência da
Igreja terminou por refletir preponderantemente nos princípios e na ordenação do
direito laico, mantendo seus resquícios até os tempos modernos.

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