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Curso de Biomedicina
TRÊS LAGOAS
2014
I
Ficha catalográfica
Ferreira, Beatriz Fernanda.
TRÊS LAGOAS
2014
Beatriz Fernanda Ferreira
Banca Examinadora
Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele sempre foi essencial em minha vida,
me deu forças nas horas mais difíceis e no momento certo colocou pessoas na minha
vida para me ajudar a vencer os obstáculos, foi Ele que me guiou desde o começo para
que eu conseguisse concluir este curso, sem Ele não teria conseguido.
Outras pessoas que também me ajudaram muito nesta trajetória acadêmica, e que eu
nunca vou me esquecer, foram os meus professores, amigos e meus familiares, cada
uma destas pessoas contribuíram de certa forma para a minha formação e sou muito
grata por isto.
Em especial quero agradecer a minha orientadora professora Me. Maria
Angelina da Silva Zuque pela paciência, dedicação, disponibilidade de tempo, de
material, incentivo e por ter sido uma grande amiga durante o período que foi
minha orientadora.
Dentre as grandes amigas que eu fiz durante a minha trajetória acadêmica, a
pessoa se destacou como a minha melhor amiga foi Paula Fernanda Passianoto
Megid, amiga para todas as horas, que me ensinou muitas coisas, sem falar o quanto
ajudou na minha formação acadêmica, não tenho palavras para descrever nossa
amizade, pois nem com todas as palavras no mundo conseguiria descrever tudo o que
a gente passou juntas, porque mais do uma amiga, ela se tornou uma irmã para
mim, que eu nunca vou me esquecer.
Agradeço também ao meu marido Everson Jacson Orequio Parreira pela
compreensão e a paciência que teve comigo durante o término deste trabalho, o
simples fato de você estar do meu lado me apoiando, me fez muito feliz e contribuiu
muito para conseguir enfrentar os obstáculos que tive durante a conclusão deste curso,
sei que não foi fácil aguentar esta fase da minha vida, mais com muito amor e
carinho nós conseguimos, sei que dias melhores viram, e minha maior felicidade é
saber que você estará do meu lado sempre.
Epígrafe
Epígrafe
Charles Chaplin
Resumo
RESUMO
The maternal and child care, in Brazil, is recognized as a priority. The introduction of
the Integral Assistance Program for Women's Health (HWPAI) extended the actions
of attention to prenatal and points the preventive against several infectious diseases
that can be transmitted vertically, during or after pregnancy. To reduce the incidence
of vertical transmission of infectious diseases, the Secretary of State of Mato Grosso
do Sul created the State Program for the Protection of Maternity (MPPS), which
detects 12-threatening diseases this form of transmission. The overall objective of
the study was to describe the outcome of laboratory tests carried out in prenatal care
by PEPG in Selvíria (MS). This was a descriptive cross-sectional study in the
municipality covering the period from 2012 to 2014 were used secondary information
of the Municipal Database Health and the Family Health Unit I. We identified 215
pregnant women between 14 and 45 years. Of these, the majority (54%) were
between 21-30 years, 28% were under 21 and 18% over 30 years. Through PEPG
was detected during the study period: seven cases of maternal syphilis, a congenital
syphilis, a maternal HIV, chlamydia four and two cases of toxoplasmosis. Cases
identified 100% were treated and monitored by the Health Unit of the Family. The
results show the effectiveness of primary care in the city in question, showing that the
adoption of PEPG prenatal contribute to the promotion and prevention of infectious
diseases through vertical transmission.
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14
1.1 Justificativa........................................................................................ 17
1.2 Objetivos............................................................................................. 17
1.2.1 Objetivo geral................................................................................. 17
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 18
2.1 Ações Programáticas Pré-Natal....................................................... 19
2.2 Programa Estadual de Proteção à Gestante (PEPG) .................... 21
2.3 Toxoplasmose.................................................................................. 22
2.4 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ...................................... 24
2.5 Rubéola.............................................................................................. 25
2.6 Sífilis................................................................................................... 27
2.7 Doença de Chagas............................................................................ 30
2.8 Citomegalovírus................................................................................ 32
2.9 Clamídia.............................................................................................. 35
2.10 HTLV................................................................................................ 37
2.11 Hipotireoidismo............................................................................... 38
2.12 Fenilcetonúria Materna.................................................................. 39
2.13 Hepatite B........................................................................................ 40
2.14 Hepatite C......................................................................................... 41
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS...................................................................... 44
3.1 Local do estudo................................................................................. 45
3.2 Métodos.............................................................................................. 46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 48
5 CONCLUSÃO.......................................................................................... 54
REFERÊNCIAS............................................................................................ 56
14
Introdução
15
Introdução
1 INTRODUÇÃO
Introdução
Segundo a literatura, o pré-natal, aponta o caráter preventivo em relação a várias
doenças e a diminuição da mortalidade materna e perinatal. Permite o
acompanhamento com consultas médicas e monitoramento para identificar possíveis
situações de risco para a saúde da gestante e do concepto (COSTA, et al., 2013).
Também prepara a gestante para o parto, previne o abortamento e o risco de parto
prematuro entre outras vantagens. Além disso, o diagnóstico precoce das doenças
infecciosas é uma economia ao sistema de saúde (LIMA, 2008). Observa-se, porém
na prática que muitas mulheres são desinformadas, e o serviço de assistência ao
pré-natal perde a oportunidade de conhecer a prevalência de algumas doenças.
Introdução
1.1 Justificativa
Uma vez que não existem estudos no referido município e mediante a ocorrência da
transmissão de doenças infecciosas durante a gestação, neste estudo, a autora
pretendeu caracterizar a realidade do atendimento pré-natal pelo Programa Estadual
de Proteção a Gestante (PEPG) em Selvíria, município de pequeno porte, como
forma de identificar e reduzir esta via de transmissão.
1.2 Objetivos
Revisão de literatura
19
Revisão de literatura
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nas primeiras décadas do século XX, a saúde da mulher foi incorporada às políticas
nacionais de saúde, sendo limitada inicialmente, às demandas relativas à gravidez e
ao parto. Nas décadas de 30, 50 e 70, os programas materno-infantis, traduziam
uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade biológica e no seu
papel social de mãe e doméstica.
Revisão de literatura
Durante o pré-natal, as ações de saúde devem abranger todas as etapas
necessárias ao adequado acompanhamento das gestantes, garantindo um
atendimento que englobe: a promoção da Saúde, visando habilitar as gestantes para
que aumentem o controle sobre sua condição e melhore sua saúde, prevenção de
doenças e agravos, adotando o enfoque na redução dos fatores de risco para o
período gestacional, através da promoção de saúde e proteção específica e
assistência, garantindo o reconhecimento precoce de intercorrências e a adoção de
medidas de tratamento em conformidade com o nível de atenção, com a garantia da
referência aos demais níveis de assistência do sistema (BRASIL, 2006).
Por isso, no momento em que a equipe de Saúde da Família entrar em contato com
a gestante, deverá buscar a compreensão de como esta sendo a gestação para
aquela mulher e sua família, quais as dificuldades encontradas naquele momento,
quais as duvidas, os medos e emoções que surgiram com a gestação. Com isso a
historia que cada gestante traz, deverá ser acolhida integralmente, tornando esta
fase muito importante, tanto para a gestante como para a equipe que a acompanha
(BRASIL, 2000; 2011).
Revisão de literatura
Toda a gestação necessita de cuidados especiais, que devem ser oferecidos por
uma assistência pré-natal de qualidade. Para uma gestação saudável é necessário o
inicio do acompanhamento pré-natal, o mais precoce possível, para que ocorra uma
gestação livre de complicações (GAIOSO, et al., 2014).
Fonte: IPED/APAE
22
Revisão de literatura
Na 1ª fase após informação, aconselhamento e assinatura de Termo de
Esclarecimento e Consentimento (TCLE) colhem-se o sangue por punção digital, e
as amostras são encaminhadas para análise, para detectar as seguintes doenças:
Toxoplasmose, HIV, Rubéola, Sífilis, Doença de Chagas, Citomegalovírus, Clamídia,
HLTV, Hipotireoidismo, Fenilcetonúria Materna, hepatite B e Hepatite C. Na segunda
fase, por volta do oitavo mês de gestação, os exames realizados são para detectar
Toxoplasmose, Sífilis e HIV (SES/MS, 2002).
2.3 Toxoplasmose
A doença constitui um grande impacto sobre a saúde publica, devido aos seus
vários mecanismos de transmissão, pois pode ser transmitida pela ingestão de água
e alimentos contaminados com oocistos presentes nas fezes de felídeos, ingestão
de carne crua ou mal cozida, manipulação de terra contaminada e por via
transplacentária (PRADO, et al., 2011).
23
Revisão de literatura
No homem a infecção na fase aguda é normalmente assintomática ou com leves
sintomas, por exemplo, mal-estar geral e fadiga, mas a infecção pode apresentar
grandes problemas para a saúde de mulheres grávidas e pacientes
imunossuprimidos, pois podem desenvolver sintomas clínicos graves, como doença
ocular e linfadenopatia (ENGROFF, et al., 2014).
Revisão de literatura
2.4 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
Foram identificados em humanos o HIV tipo 1 e tipo 2. Sendo que o primeiro possui
maior prevalência e é capaz de causar doenças mais severas no hospedeiro, devido
a uma produção maior de partículas virais, comparado ao HIV tipo 2 (PEREIRA,
2010).
A preferência do HIV é maior por células T-CD4+, apesar de infectar outras células
como os macrófagos e os monócitos. As células T-CD4+ tem um papel fundamental
na resposta imunológica especifica contra o antígeno e fornece estímulos para a
diferenciação de outras células, para conter a infecção. O vírus faz com que ocorra
uma redução no numero destas células e a perda da funcionalidade do sistema
imunológico resultando na doença aids (MALAQUIAS, 2012).
Revisão de literatura
Crianças infectadas por esta via têm evolução mais rápida e severa da doença do
que as infectadas por outras vias. Isto acontece devido à imaturidade do sistema
imunológico no momento da infecção. A maioria das crianças com HIV manifesta os
sintomas clínicos a partir dos três anos de vida, entretanto aproximadamente 20%
morrem até os dois anos, com sinais de imunodeficiência grave ou encefalopatia
(ANDREATTA, 2012).
Esta forma de transmissão da doença determina uma infecção crônica e fatal, mas
atualmente pode ser prevenida para aproximadamente 2% com o uso de
antirretrovirais (ARV’s) combinados com a cesariana eletiva e quando a carga viral é
menor do que 100 cópias/ml ao final da gestação (BRASIL, 2010a; ANDREATTA,
2012).
Diante do aumento dos casos de transmissão vertical o Ministério da Saúde e as
secretarias estaduais e municipais de saúde estabeleceram ações de prevenção
para minimizar a transmissão desta doença, e implantaram programas que
disponibilizam os testes de rastreamento do HIV e de outras DST’s além do
tratamento adequado das gestantes infectadas (ZUQUE, 2012).
2.5 Rubéola
Revisão de literatura
A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) ocorre quando a gestante adoece de
rubéola e o vírus é transmitido pela via transplacentária (PENNA, et al., 2011). É
uma importante complicação em especial no primeiro trimestre, pode comprometer o
desenvolvimento do feto e provocar aborto espontâneo, natimortalidade ou
nascimento de crianças com anomalias simples ou combinadas (BRASIL, 2009b).
Estima-se que a cada ano nascem no mundo mais de 100.000 crianças com SRC
(ROBERTSON, 2003). O Brasil realizou a Campanha Nacional de Vacinação contra
a rubéola em 2008, para eliminar a rubéola e a SRC. Foram vacinadas cerca de 70
milhões de pessoas. Foram confirmados 10.654 casos de rubéola entre 2007 e
2008, com 50 casos de SRC e 25 de ICR. Em 2009 não confirmou nenhum caso da
doença, indicando o impacto da campanha de vacinação, mas foram confirmados 12
casos de SRC e 7 de ICR, de mães que adoeceram em 2008, indicando estado de
alerta para novos casos de rubéola, devido à existência de crianças eliminando o
vírus por, pelo menos, 18 meses após o nascimento (PENNA, et al., 2011).
27
Revisão de literatura
A estimativa de custo, em termos da atenção médica de um caso de SRC, durante
toda a vida, gira em torno de 120 e 200 mil dólares (BRASIL, 2009b). Os custos
diretos e indiretos são elevados e incalculáveis, principalmente para a família e para
a criança que tem a doença. Isso em razão da cronicidade e gravidade das
manifestações, da necessidade de procedimentos diagnósticos e tratamento
especializado (CUTTS, VYNNYCKY, 1999) além da questão psicológica familiar a
ser superada.
2.6 Sífilis
A sífilis se mantém como problema de saúde pública até os dias atuais, apesar do
tratamento eficaz e de baixo custo. É uma doença infecciosa causada pelo
Treponema pallidum, e pode ser transmitida sexualmente, por transfusão sanguínea,
transmissão vertical, e por via indireta (objetos contaminados) (DAMASCENO, et al.,
2014). Apresenta grandes taxas de transmissão vertical no Brasil, e dependendo da
fase gestacional e do estagio clinico da doença, pode chegar a 100% a transmissão
do T. pallidum para o concepto (SONDA, et al. 2013).
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Revisão de literatura
A gestante infectada, não tratada ou inadequadamente tratada, pode transmitir o T.
pallidum para o feto por via transplacentária em qualquer fase da gravidez, a doença
é denominada de sífilis congênita (SC). A transmissão será maior nas fases iniciais
da doença, quando há mais espiroquetas na circulação materna (SPARLING, 1993)
Mães com sífilis primária ou secundária, não tratadas, representam o maior risco de
prematuridade, morte perinatal (18-40%) e infecção congênita (70-100%), quando
comparadas àquelas com sífilis latente (23-40%). Entretanto qualquer estágio da
sífilis materna não tratada pode infectar o feto (SARACENI, LEAL, HARTZ, 2005).
Revisão de literatura
Figura 2: Sífilis congênita precoce
Fonte:http://www.febrasgo.org.br
Fonte: http://www.medicinanet.com.br
Revisão de literatura
Entretanto, há possibilidade de falhas terapêuticas em até 14% das vezes, que pode
estar relacionado à hemodiluição gestacional, presença de coinfecções ou
esquemas terapêuticos inadequados (BRASIL, 2009, 2013).
Revisão de literatura
Na década de 70 a transmissão da doença pela via vetorial foi responsável por 80%
dos casos de infecção chagásicas (BOTELHO, 2008). Com isto a Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA) implantou campanhas direcionadas ao combate dos
triatomíneos e a melhoria das habitações, reduzindo assim a transmissão por esta
via. Entretanto com redução da transmissão vetorial, outras formas de transmissão
se tornaram importantes, como as vias transfusionais, transplacentárias, e orais.
Outros mecanismos de transmissão menos comuns são, acidentes em laboratórios,
contato com animais infectados, leite materno e transplantes de órgãos (ROTTA;
SIQUEIRA; PEDROSO, 2013).
Revisão de literatura
Não há medidas preventivas para a infecção congênita, no entanto é recomendada a
detecção precoce do parasita, junto com o tratamento especifico, pois o tratamento
da infecção congênita na fase aguda tem altas taxas de cura, chegando a quase
100% (CLAP/SMR. 2010; COSTA, et al., 2013).
2.8 Citomegalovírus
O citomegalovírus (CMV) é um vírus DNA do grupo β-herpes vírus humano, que tem
a capacidade de se replicar por longos períodos de tempo no organismo do
hospedeiro e fazer com que ocorra o aumento das células devido às inclusões
intracelulares (CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; CLAP/SMR,
2010). É considerado um dos principais patógenos oportunistas que afetam o ser
humano no mundo, sendo que sua prevalência aumenta com a idade, fatores
socioeconômicos, culturais e também com a localização geográfica (CARVALHO;
ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; MATOS; MEYER; LIMA, et al., 2011;).
O vírus pode ser transmitido de várias formas, possibilitando desta forma uma ampla
disseminação. Pode ser por meio do contato com fluidos biológicos (secreção
cervical/vaginal, sêmen, urina, sangue, saliva, e leite materno de portadoras do
vírus), por vias transplacentárias, transfusão sanguínea e transplante de órgãos
(CARVALHO; ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014; MATOS; MEYER; LIMA, et al.,
2011).
Revisão de literatura
Figura 4: Evolução clínica da infecção congênita pelo citomegalovírus.
A infecção perinatal pode ocorrer durante o trabalho de parto pelo acometimento das
membranas amnióticas, aspiração de liquido amniótico contaminado, contato com
sangue e secreções genitais, ou após o parto, pelo leite materno (MATOS; MEYER;
LIMA, et al., 2011).
Revisão de literatura
A maioria dos casos de infecção pelo CMV, os indivíduos evoluem de forma
assintomática, no entanto o vírus não é eliminado do organismo, passa para um
estado de latência, podendo ser reativado por qualquer fator que altere o sistema
imunológico, ou também por uma reinfecção por outra cepa. Se houver reativação
ou reinfecção, o indivíduo poderá ter sintomas clínicos graves, assim como numa
infecção inicial em recém-nascidos e em pacientes imunocomprometidos
(CLAP/SMR, 2010; MATOS; MEYER; LIMA, et al., 2011).
As mães portadoras do CMV não devem deixar de amamentar seus filhos, devido
aos benefícios de leite materno, somente deverá ocorrer à suspensão no caso de
doença aguda materna ou se o bebê apresentar alto risco de doença (CARVALHO;
ANCHIETA; ROMANELLI, et al., 2014).
35
Revisão de literatura
2.9 Clamídia
Revisão de literatura
Podem ser reconhecidos 15 sorotipos da C. trachomatis que causam diversas
infecções. A Tabela 1 demonstra as infecções que cada sorotipo desenvolve em
homens, mulheres e recém-nascidos (VAZ, 2014).
O tratamento vem sendo realizado com vários antibióticos, mas a azitromicina tem
apresentado melhores resultados em relação a outros fármacos como: tetraciclinas,
macrolídeos e fluoroquinolonas (MAIA, 2011). No entanto existem medicamentos
contra indicados na gestação como: eritromicina, doxiciclina, floxacina, levofloxacina,
quilonas e tetraciclinas. O tratamento das gestantes pode curar a infecção e prevenir
a transmissão ao bebê além de aliviar os sintomas. Quando não tratada, a infecção
poderá persistir por meses (CLAP/SMR. 2010).
37
Revisão de literatura
No Brasil são poucos os serviços de saúde que dispõem da pesquisa desta bactéria
como parte da consulta de pré-natal. Há necessidade de rastrear as gestantes
assintomáticas, pois o diagnostico e tratamento precoce, pode melhorar os
resultados da infecção sobre a saúde materno-fetal (FILHO, et al. 2010).
2. 10 HTLV
A forma de transmissão do HTLV pode ser por meio do contato sexual, materno-
infantil, transfusão de sangue e objetos contaminados (agulhas e seringas
compartilhadas por usuários de drogas). Pelo contato sexual, é mais comum ocorrer
à transmissão do homem para a mulher (60,8%) do que, da mulher para o homem
(0,4%).
38
Revisão de literatura
Na transmissão vertical a principal forma é o leite materno, podendo ocorrer também
pela via transplacentária, contaminação do feto na passagem do canal do parto e
pelo contato íntimo materno-infantil (FIGUEIRÓ-FILHO, et al. 2005).
Ainda não existe vacina para prevenir a infecção pelo HTLV-I, e a qualidade de vida
das pessoas que possuem doenças associadas a este vírus, é muito ruim. Os custos
financeiros para o individuo, sua família e o sistema de saúde também são muito
altos. Por isto é fundamental que a saúde publica realize campanhas com o objetivo
de aconselhar a população mais vulnerável, sobre medidas importantes de
prevenção, para diminuir os índices de transmissão desta doença (BRASIL, 2013).
2.11 Hipotireoidismo
Revisão de literatura
Em gestantes o hipotireoidismo primário possui uma prevalência de 0,3% a 0,7% e o
subclínico em torno de 2,5 %. O rastreio destas mulheres tem sido utilizado para
detectar precocemente esta doença, com o objetivo de prevenir prejuízos no
desenvolvimento fetal. Pois quando o hipotireoidismo não é tratado durante a
gestação, pode causar pré-eclâmpsia, hemorragia após o parto, disfunção cardíaca,
baixo peso, desenvolvimento neurológico anormal, abortamento espontâneo e morte
fetal. Desta forma qualquer sinal de disfunção tireoidiana durante a gestação, é
obrigatório o tratamento desta gestante (SILVA, COSTA, 2013).
Revisão de literatura
O diagnostico precoce é realizado principalmente através da dosagem de Phe, logo
depois da confirmação, deve se começar o tratamento, para evitar a instalação de
sequelas neurológicas (ALMEIDA, 2007).
2.13 Hepatite B
O quadro clínico da hepatite B pode variar desde uma infecção assintomática até
formas fulminantes. Ela é a principal causa de hepatite crônica, cirrose e carcinoma
hepatocelular. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 2
bilhões de pessoas no mundo já foram infectadas pelo vírus da hepatite B, e
aproximadamente 400 milhões de pessoas atingem a forma crônica da doença
(TAUIL, 2012).
A doença pode ser transmitida através do contato com fluidos corporais (ex: sêmen,
fluido vaginal ou saliva), transfusão de sangue, relação sexual, objetos
contaminados (agulhas e seringas), objetos inanimados (ex: toalhas, escovas de
dente ou barbeador), de pessoa a pessoa e por transmissão vertical. O vírus possui
várias formas de transmissão devido a sua capacidade de sobrevivência no meio
ambiente. O sangue é o que contem a maior concentração do vírus, sendo em torno
de 100 vezes mais infeccioso do que o HIV e 10 vezes a mais do que a hepatite C
(SÃO PAULO, 2003).
41
Revisão de literatura
A transmissão vertical da hepatite B é de grande importância epidemiológica, pois as
chances de uma pessoa adulta contrair a infecção e evoluir para a forma crônica da
doença, são de 5 a 10%. Já os recém-nascidos com mães portadoras do vírus
possuem um risco maior de aproximadamente 90% de chances de desenvolverem a
forma crônica da doença e 20 a 25% de evoluirem para doença hepática avançada,
cirrose e hepatocarcinoma (FERNANDES, et al., 2013; KUPEK, OLIVEIRA, 2012).
Para prevenir este tipo de transmissão, durante o pré-natal deve ser realizada a
triagem sorológica próxima a 30ª semana de gestação, se o exame apresentar
resultado positivo, a gestante deve ser orientada sobre sua condição, como será
realizado o seu tratamento e os métodos utilizado para prevenir a transmissão para
o seu concepto (SANTOS; ORLANDI, 2012).
No Brasil uma das principais medidas para prevenir a doença, é por meio da
vacinação contra a hepatite B. A vacina tem o objetivo de eliminar esta infecção da
população geral, não havendo contra-indicação nem para as gestantes. Outra
medida fundamental é a realização de exames sorológicos periodicamente, pois com
a identificação do agente etiológico, é possível adotar medidas de prevenção e
controle adequado desta doença (BOTELHO, 2008; FERNANDES, et al. 2013).
2.14 Hepatite C
Revisão de literatura
A principal via de transmissão é a parenteral, mas é importante ressaltar que, em
percentual significativo de casos, não é possível identificar a forma de infecção. A
transmissão sexual é pouco frequente – menos de 1% em parceiros estáveis – e
ocorre principalmente em pessoas com múltiplos parceiros e com pratica sexual
desprotegida. A transmissão vertical é rara quando comparada a hepatite B.
Entretanto, já se demonstrou que gestantes com carga viral do HCV elevada ou co-
infectadas pelo HIV apresentam maior risco de transmissão da doença para os
recém-nascidos (BRASIL, 2008).
A cronificação ocorre em 70% a 85% dos casos, sendo que, em média, um quarto a
um terço destes pode evoluir para formas histológicas graves ou cirrose no período
de 20 anos, caso não haja intervenção terapêutica. O restante evolui de forma mais
lenta e talvez nunca desenvolva hepatopatia grave. É importante destacar que a
infecção pelo HCV já é a maior responsável por cirrose e transplante hepático no
Mundo Ocidental (BRASIL, 2008).
Revisão de literatura
Os exames específicos para o diagnostico do tipo de infecção são os sorológicos e
os de biologia molecular (BRASIL, 2008).
Casuística e métodos
45
Casuística e métodos
3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
80 e +
70 a 79
Faixa Etária (anos)
60 a 69
50 a 59
Masculino
40 a 49
Feminino
30 a 39
20 a 29
10 a 19
0 a9
15 10 5 0 5 10 15
Percentual da População
Casuística e métodos
Figura 6: Vista aérea de Selvíria.
www.cidades.ibge.gov.br
3.2 Métodos
Foi realizado um estudo transversal descritivo com uma abordagem quantitativa para
analisar o desfecho dos resultados de exames laboratoriais do atendimento pré-natal
do Programa Estadual de Proteção a Gestante (PEPG) na rede de atenção básica à
47
Casuística e métodos
saúde no município de Selvíria (MS) no período de 2012 a 2014. Para o estudo
foram utilizadas informações secundárias do banco de dados da Secretaria
Municipal de Saúde e de uma Unidade de Saúde da Família. Foram coletados dados
de variáveis de pessoa, tempo e lugar. Após a coleta os dados foram consolidados e
analisados com o emprego das estatísticas descritivas por meio de construção de
tabelas e quadros e comparação à luz das recomendações do PEPG.
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Resultados e discussão
49
Resultados e discussão
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resultados e discussão
Recomenda-se o incentivo da assistência pré-natal por meio de campanhas
coletivas, busca ativa domiciliar por meio dos agentes comunitários, ampliar a
cobertura de áreas com a ESF, disponibilizar atendimentos de qualidade e o
estabelecimento de vínculo entre profissionais da saúde e gestantes (CÉSAR, et al.,
2011; ROCHA, SILVA, 2012).
Resultados e discussão
Sobre a existência de iniquidades sociais é consenso entre os pesquisadores, que
expõe as mulheres que necessitam de cuidados pré-natais, a situações de risco,
principalmente em função da baixa qualidade dos serviços oferecidos em contextos
socioeconômicos desfavorecidos. Essa situação leva à baixa qualidade na atenção
pré-natal e, contribui para elevação dos índices de mortalidade materna e perinatal
(RASIA, ALBERNAZ, 2008; MENDOZA-SASSI, et al., 2011).
Resultados e discussão
Relacionado à sorologia de toxoplasmose, no período encontrou-se dois casos, o
que acaba demonstrando, que existem gestantes suscetíveis à doença e que
deveriam ter os exames repetidos durante a gestação levando em consideração a
forma de transmissão da doença e o risco da transmissão vertical, notadamente no
primeiro trimestre da gravidez.
Estudos descrevem que a falta de recursos humanos, aptos e treinados para o bom
atendimento da mulher, e a falta de infra-estrutura adequada, equipamentos
disponíveis para o exame da gestante, medicamentos básicos e outros,
comprometem a qualidade da assistência durante o pré-natal e expõem a gestação,
o parto e puerpério a riscos e consequências adversas (BRASIL, 2000a).
53
Resultados e discussão
A literatura demonstra que, embora haja evidências da melhoria da cobertura da
assistência pré-natal no Brasil (DOMINGUES, et al., 2012) ainda persistem questões
relacionadas à dificuldade de acesso, à baixa qualidade da atenção pré-natal, aos
déficits para garantir o vínculo entre pré-natal e parto, às inaceitáveis taxas de
mortalidade materna e perinatal, bem como à carência de orientações às gestantes
relacionados ao parto, à amamentação e aos cuidados com o recém-nascido
ANDREUCCI, CECATI, 2011).
Conclusão
55
Conclusão
5 CONCLUSÃO
A rede básica de saúde do município tem atendido dentro das suas limitações os
requisitos organizacionais e assistenciais para o acompanhamento pré-natal. È
importante manter o acesso precoce das gestantes ao pré-natal e monitorar o
cumprimento dos protocolos assistenciais preconizados para garantir uma prática
segura de cuidados à saúde durante o pré-natal.
Referências
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Referências
REFERÊNCIAS
Referências
______. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde. Brasília, 2005.
Referências
CARVALHO, V.C.P.; ARAÚJO, T.V.B. Adequação da assistência pré-natal em
gestantes atendidas em dois hospitais de referência para gravidez de alto risco
do Sistema Único de Saúde, na cidade de Recife, Estado de Pernambuco. Rev.
Bras. Saude Mater. Infant. 2007.
Referências
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