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EM QUE SE HABITA
2016
PSICOLOGIA DO DESIGN DE INTERIORES NOS ESPAÇOS
EM QUE SE HABITA
2016
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RESUMO
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Este artigo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação Lato Sensu em Gestão,
Design e Marketing do Instituto Federal Fluminense, Campus Campos-Centro, nos anos de 2015/2016,
desenvolvido sob a orientação de Joelma Alves.
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Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, ISECENSA. E-mail: swaynysena_p@hotmail.com
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ABSTRACT
The present study had as its theme the psychology of Interior Design. In a context
where it analyzes the environment as a reflection of its occupants, considering that man
find happiness and well-being in the space in which it dwells. Through literature, we
discussed how the architecture can change people's lives. It was concluded that it is
possible, after a process of transformation, creating more organized and properly planned
spaces and interact with the environment in which we live, reaching the true feeling of
happiness with the welfare.
1 INTRODUÇÃO
casa passa a ser o indivíduo e não apenas conceitos abstratos de estética ou funcionalidade
(TAMBARA, 2015)
São sutileza e o refinamento que tornam o ambiente acolhedor e belo, o que por sua
vez, propicia bem-estar e aconchego. Assim como na terapia, onde se busca o lugar de
poder e o porto seguro, assim também deve ser o lar (PINHEIRO, 2015, 122p).
Inicialmente escondido em grutas naturais, o homem foi pouco a pouco
personalizando sua habitação troglodita, acumulando tesouros e projetando suas fantasias
na decoração das paredes (ROCHA; ROCHA, 2015).
Podemos definir lar como uma construção de princípios e valores aonde se abriga
medo, dor, solidão, porém também remete ao bem estar, a uma sensação de conforto,
felicidade e paz, contrapondo o que se é chamado de casa no qual trata-se de uma mera
construção de “cimentos e tijolos”, ou seja, resume os matérias que ali são construídos.
Rybczynski (1996) afirma que lar reúne o significado de casa e família, moradia e
abrigo, de propriedade e afeição.
As reais necessidades individuais, hábitos específicos, aspectos culturais e sociais
destas pessoas são simplesmente descartados para dar lugar a uma fórmula pronta de
ambiente. Muitas vezes um ambiente personalizado é interpretado apenas em um patamar
meramente estético, não correspondendo satisfatoriamente com um modo de vida singular,
os hábitos e aspectos sociais específicos e não levando em conta o bem-estar ou a
convivência das pessoas. Nestes casos, a aparência é levada como o princípio e o fim da
concepção espacial. O estético não deveria ser determinante. (MERINO, 2015).
A escolha de estilos, cores, composições e peças oferece pistas sobre os traços da
personalidade dos moradores de uma casa. Como bem coloca o analista Hillman (1993),
existe relação entre os hábitos e as habitações, entre o interior da vida e o dos lugares em
que se vive.
O espaço que se habita espelha, tanto os comportamentos atuais, quanto traços mais
permanentes da personalidade. É no espaço doméstico que se mostram os aspectos
desagradáveis e os agradáveis. A casa, portanto, é um refúgio no qual se permite a
expressar integralmente. (SCARDUA, 2015).
Ainda de acordo com a autora, a sensação de conforto sentida ao retornar à casa
ativa a principal área do cérebro envolvida nas emoções e comportamentos necessários à
sobrevivência. Sentir-se seguro num espaço que se reconhece como sendo próprio – com a
cara do dono – ajuda a combater o estresse cotidiano, recuperando do desgaste diário que é
exigido nos espaços públicos, onde é preciso se adequar.
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Pode-se entender símbolo como um elemento concreto que representa uma noção abstrata. A relação entre o
símbolo e o conteúdo simbolizado, segundo o linguista Ferdinand de Saussure, é parcialmente motivada, ou
seja, a relação entre significante e significado é analógica.
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O signo é objeto de estudo de ciências como a Semiologia, a Semiótica e a Linguística, entre outras. Num
sentido amplo, considera-se signo um elemento (uma palavra, um objeto, um som, uma imagem etc.) que
representa outro elemento ou que lhe serve de substituto.
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de levar o alimento à boca com eles. Neste caso temos um exemplo de função - signo, já
que o objeto é funcional e ao mesmo tempo comunica a função que desempenha.
(OLIVEIRA, 2004).
Design de Interiores é uma evolução técnica e estética da Decoração. Com a
necessidade urbana de espaços cada vez mais detalhados e personificados aliado aos
avanços tecnológicos em equipamentos, materiais e uso destes espaços. Com esta
formação o profissional está apto a realizar alterações no layout, trabalhar gesso,
iluminação, projetar móveis, trocar revestimentos enfim, tudo o que for necessário para
que o seu projeto seja inovador, contemporâneo e correto dentro das Normas Técnicas
(OLIVEIRA, 2008).
Segundo Baudrillard, o arranjo diz respeito à configuração ordenada dos objetos
mobiliário de forma a desempenhar uma função - sala de jantar, quarto de dormir, etc., mas
também de forma a comunicar a estrutura hierárquica do grupo familiar, seus valores e
suas relações pessoais. E a importância desse conceito fica evidente quando ele afirma que
“[...] a configuração do mobiliário é uma imagem fiel das estruturas familiais e sociais de
uma época”. (BAUDRILLARD, 1973, p. 21).
Cada objeto carrega uma significação que muitas vezes não está aparente.
A felicidade perene é alcançada por aqueles que conseguem decodificar a realidade, e isso
só é possível através do conhecimento de como as coisas ao redor são afetadas, porque
tudo tem importância. E até o que parece um simples ornamento na decoração, tem, na
realidade, um significado próprio e uma função simbólica sensível à forma como as
pessoas recebem, ao que os seus olhares comunicam. Sensíveis ao tom de voz com que as
palavras são ditas, e muitas vezes o tom modifica totalmente a mensagem. Dependendo de
“como” algo é transmitido se determina a resposta em relação a isso. A própria escrita só
foi possível através da criação de códigos ou sinais, que não deixam de ser símbolos.
(VECCHI, 2008).
A sensação de se ter um ambiente único representa o desejo do cliente em
desenvolver um projeto que retrate suas características, suas raízes e acima de tudo a sua
personalidade.
É preciso ter em mente que a decoração de ambientes não se faz apenas através de
móveis. Os objetos decorativos, quando adequadamente escolhidos e posicionados em
locais estratégicos, colaboram com a criação de um ambiente único e ainda trazem
personalidade a sua casa. Os objetos de decoração atraem o olhar do visitante. Porém, eles
podem dizer muito mais. Através da disposição e dos objetos escolhidos, eles podem
transparecer o seu estilo, acrescentando um charme especial à decoração da casa. Assim, a
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inspiração vem no seu modo de viver a vida e na sua personalidade. Somado a isso, o
pensamento vem no tipo de pessoa que deseja receber e em qual mensagem você quer
transmitir. Isso tudo mostrará quem você é e como gosta de viver a vida. (VECCHI, 2008).
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1973. 235 p.
HILLMAN, James. Cidade e alma. São Paulo: Studio Nobel, 1993. 174 p.
MALARD, Maria Lúcia. O corpo como referência do espaço e o arranjo dos objetos.
Disponível em: <http://www.arq.ufmg.br/eva/docs/int002.pdf>. Acesso em: 4 mar. 2016.
OLIVEIRA, Maria Eugênia Dias. Teoria e crítica do design. Rio de Janeiro: Ed.
Moderna, 2004.
RYBCZNSKI, Witold. Casa: a pequena história de uma ideia. 3.ed. Rio de Janeiro:
Record. 1996. 261 p.