1. Ficção Literária: como prosa de ficção que materializa a personagem;
2. Texto Crítico: que persegue a natureza da personagem.
Capítulo II - Reflexão que procura desfazer o compromisso rígido entre “pessoa” e
“personagem”.
- a personagem não existe fora das palavras;
- as personagens representam pessoas, segundo modalidades próprias da ficção.
Mapeamento da personagem como representação de uma realidade exterior ao texto:
construção do texto; maneira que o autor dá forma as suas criaturas. A partir disso, traçar a independência, a autonomia e a “vida” da personagem.
Ainda que a matéria e o espaço das personagens sejam distintos da matéria e do
espaço das pessoas, essas duas realidades mantém um íntimo relacionamento.
A existência da personagem não se limita a dicotomia ser reproduzido/ser inventado.
Ela percorre as dobras e viés dessa relação.
Trabalhar a descrição de um espaço como pretexto para apresentação de uma
personagem – na descrição é possível destacar aspectos sociais que justifiquem aspectos psicológicos da personagem.
Como retratado pela autora no exemplo, usando os parágrafos de O Ateneu, de Raul
Pompeia, podemos ver como o autor descreveu um aspecto social da época, o capitalismo e a acumulação e valorização da aparência, através da descrição de um personagem criado apenas com a matéria da linguagem.
Capítulo III - Perspectivas teóricas acerca da questão da personagem.
Mimesis - “Aristóteles estava preocupado não só com aquilo que é “imitado”, ou
“refletido” num poema, mas também com a própria maneira de ser do poema e com os meios utilizados pelo poeta para elaboração de sua obra”. (pág. 29)
• a personagem como reflexo da pessoa humana;
• a personagem com construção, cuja existência obedece às leis particulares que regem o texto.
Verossimilhança - “(...) não cabe à narrativa poética reproduzir o que existe, mas compor as suas possibilidades.”. (mestre em verossimilhança, José Saramago)
Verossimilhança interna da obra – a autora exemplifica com o fato do chapéu de
Indiana Jones não cair. Isso faz parte da verossimilhança interna da obra. Ainda que não seja de acordo com a realidade dos fatos, está de acordo com o que pede a tradição narrativa desse tipo de obra — está apoiado “nas necessidades do encaminhamento da história, da fábula, (…) exaustivamente marcada por traços acumulados por uma tradição narrativa despida de estranhamento.
Usa como exemplo também a personagem Iracema, de José de Alencar. O livro é
criado a partir de um fato histórico, criação do estado do ceará, retrata “a selvagem penetrada pelo colonizador, ela morre e deixa o filho mestiço como sobrevivente e primeiro de uma raça parida e marcada pelo sofrimento. Alencar constrói a personagem através de um processo de tradução da lenda e do argumento histórico. Mais do que o aportuguesamento do índio, ele inicia o processo de tupinização da literatura.
“um mundo possível que só a literatura pode resgatar”
Horácio: personagem como fonte de aprimoramento moral – personagem-homem
como “estatuto de moralidade humana que supõe imitação”.
“A natureza da literatura produzida na Idade Média e o imperialismo dos princípios
cristãos propiciam a identificação da personagem com fonte de aprimoramento moral”.
“Seria possível numerar aqui vários outros conceituados autores
que, durante os séculos XVI e XVII, legaram à posteridade curiosos estudos da personagem como imagem de pessoa, revestida da moralizante condição de verdadeiro retrato do melhor do ser humano. E é essa concepção que vai continuar vigorando até meados do século XVIII”.
Rua sostines de miranda, 193 – centro, ao lado da escola divina providencia
Capítulo IV – Procedimentos de caracterização de personagem.
Capítulo V – Escritores brasileiros contemporâneos falam a respeito de suas criaturas.