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Aula 5 – O regente como motivador

Nesta aula, O regente como motivador, você verá exemplos de ações que podem
incrementar a dinâmica de crescimento técnico do seu grupo. São estratégias simples,
porém, muito importantes, como:

• realização de cursos especiais locais;

• divulgação de cursos e festivais anuais;

• organização de intercâmbios com professores de sua cidade ou região;

• realização de eventos conjuntos com outros grupos da cidade ou região.

Esperamos que, com os estudos desta aula, você possa aprimorar o seu papel como
provedor de ideias e promotor de crescimento técnico para seus músicos. E que o
conhecimento adquirido no curso possa servir como ferramenta tanto para promover a
dinâmica de funcionamento do grupo como para anular a sensação de “rotina” que,
normalmente, causa desinteresse nos músicos.

Bom estudo!

Antecipando problemas e soluções

Como você viu, um dos papéis desempenhados pelo regente é o de professor, e sua
função primária é promover o crescimento dos seus músicos, especialmente os jovens, a
fim de garantir a qualidade do seu grupo.

Como regente, você deve estar atento às necessidades e deficiências técnicas individuais
dos músicos durante todas as atividades. Mais que isso, deve ter conhecimento e
disposição para resolver os problemas eventuais. Por exemplo, expor aos músicos suas
impressões sobre como o desempenho de cada um influencia o trabalho do grupo, seja
ressaltando as qualidades ou propondo caminhos para reduzir as deficiências.

É fundamental que essas impressões tenham embasamento técnico. Se o aluno tiver um


professor de seu instrumento ou de sua área, por exemplo, este deverá ser consultado.
De forma conjunta, pode ser sugerida uma rotina de estudos individuais a fim de
promover o desempenho do músico/aluno naquela questão.

Vale lembrar que as ações devem ser tomadas com respeito e discrição, sem expor os
músicos perante seus colegas.

O bom relacionamento do regente com os professores de seus músicos permite que ele
acompanhe o desenvolvimento individual dos integrantes do seu grupo. Conhecer o
direcionamento pedagógico que é dado ao aluno o ajuda a entender o seu desempenho
nos ensaios. Por isso, é importante que o regente faça parte do círculo pedagógico do
aluno.

Por exemplo, ao notar uma queda no desempenho do músico em aspectos como


afinação, qualidade de som etc., em contato com o professor, o regente pode saber que
foi proposto ao aluno uma mudança de embocadura (no caso dos instrumentos de
sopros). Esse tipo de mudança, apesar de necessária, pode ser traumática ao aluno que
apresentará resultados positivos somente a médio e longo prazos.

Nesse sentido, regente, professor e aluno podem entender ser necessário o afastamento
do músico do grupo por um período específico, ou até que ele apresente um domínio
maior de sua nova forma de tocar. Isso evitará tanto a queda de rendimento coletivo do
grupo como o constrangimento do músico perante os colegas.

Por outro lado, se o regente toma ações de forma independente, ignorando o momento
pedagógico do aluno, ao invés de motivar, poderá gerar frustração.

Intercâmbio de ideias entre regentes

É importante que, sendo uma referência musical, o regente conheça a disponibilidade de


profissionais que realizam trabalhos similares ao seu em sua região, e que promova a
troca de experiências com esses profissionais.

Uma forma eficiente de promover essa troca são os encontros entre os regentes da
cidade ou da região. Muitos dos problemas enfrentados pelos regentes e grupos são da
mesma natureza e, portanto, as soluções também podem ser as mesmas.

A partir da troca de experiências podem-se estabelecer ações conjuntas por meio do


compartilhamento da estrutura e das boas práticas de cada grupo.
O regente do coral da cidade pode fornecer um professor de canto para trabalhar uma vez por
mês com os músicos da banda do outro regente. Lembramos que o trabalho vocal é essencial
para todo músico, independentemente do instrumento que toca.

O regente da Orquestra da cidade pode ceder seu espaço de ensaios para ensaios ou concertos
do coral da cidade.

Outra possibilidade nestes encontros é o estabelecimento de metas pedagógicas conjuntas e o


trabalho colaborativo para atingi-las. Essas metas podem, por exemplo, contemplar ações
como concertos ou eventos conjuntos.

Para realizar um concerto conjunto no final do ano, a banda terá que promover a melhoria do
seu naipe de trompetes, e a orquestra deverá possuir um professor para auxiliar nessa meta

Esses encontros possibilitam, ainda, a promoção de ações pedagógicas ou artísticas


conjuntas, como o convite de professores renomados para realizarem workshops e
masterclasses.

É imprescindível que os encontros ocorram regularmente para a avaliação contínua das


resoluções e do funcionamento geral dessas parcerias.

Enfim, o compartilhamento é uma das principais ações para melhorar o funcionamento


dos grupos, especialmente quando as condições estruturais e financeiras não são as
ideais. Além disso, o bom relacionamento entre os responsáveis por esses organismos
gera confiança e motivação nos músicos e alunos.

Finalmente, é importante ressaltar que todos têm algo a oferecer, seja de ordem material
ou intelectual.

Masterclasses e Workshops

Como você viu nas aulas anteriores, o regente deve estar ciente de seus limites. Ignorar
esses limites pode ser prejudicial ao aluno.

Por isso, é fundamental que ele, dentro das possibilidades que dispõe, organize, sempre
que possível, masterclasses, workshops ou outros eventos dessa natureza.

Nesses eventos, os profissionais convidados podem trabalhar com os músicos por um


período curto em tópicos específicos, ou orientá-los apontando soluções. Esses tópicos
devem ser definidos pelas prioridades e características do grupo, bem como suas
deficiências imediatas. Alguns modelos se tornaram bastante comuns e eficientes.

Masterclasses - Um profissional é convidado para trabalhar com alunos pré-selecionados


durante um período de 4 horas (com intervalo). Essas aulas são abertas para a participação de
outros músicos/alunos como ouvintes e, eventualmente, pode-se abrir espaço para o
esclarecimento de dúvidas

Palestras e Workshops - Profissionais são convidados a realizar workshops sobre temas como
manutenção de instrumentos, saúde do músico, respiração etc., com ou sem a participação de
alunos nas demonstrações. Em geral, esses eventos duram entre 1 e 2 horas

Evento de período estendido - Um modelo que tem demonstrado bastante eficiência, porém
de custo mais alto, são os chamados Encontros. Em geral, são eventos de 3 ou 4 dias, com a
participação de 3 ou 4 profissionais convidados que se revezam na realização de masterclasses
e workshops. O que torna esse modelo interessante é a possibilidade de realizar concertos e
recitais com esses profissionais durante o evento

Quanto aos recursos para realizar esses eventos, algumas soluções têm sido utilizadas:

Recursos próprios - Vale a pena, sempre que possível, destinar uma porcentagem de seu
orçamento para esses eventos. Antes de tudo, o regente estará incentivando seus músicos,
motivando o crescimento individual, e investindo na melhoria técnica de seu grupo

Recursos coletivos - Uma opção viável é realizar os eventos de forma coletiva, reunindo
diversos grupos musicais de sua cidade ou região. Isso facilitará a realização dos eventos e
promoverá a interação e o compartilhamento entre os diversos grupos e regentes, com
características similares

Captação formal de recursos - As diversas Leis de Incentivo são possibilidades para viabilizar
eventos com projetos claros e específicos. Isso exige planejamento, com metas claramente
estabelecidas. As Leis de Incentivo serão matéria de estudo em aulas posteriores

Captação informal de recursos - A busca por patrocinadores na cidade ou região é outra


alternativa. As propostas de patrocínio são apresentadas diretamente aos patronos, sejam eles
comerciantes ou associações. Participando dessa parceria, os patrocinadores estarão ajudando
a seus próprios filhos, parentes ou amigos. Esse auxílio pode se apresentar de forma financeira
direta, como doações, ou no fornecimento de serviços e produtos, como alimentação, material
para divulgação, diárias de hotéis etc. Outra vantagem dessa parceria é o envolvimento da
comunidade no evento e, portanto, na vida musical e artística de sua cidade.

Recursos combinados- É a utilização de todas ou algumas das formas anteriores combinadas

Dica do maestro!

É bastante eficaz permitir e incentivar a participação voluntária dos músicos do seu


grupo na organização desses eventos. A atuação desses músicos ajudará a garantir a
eficiência necessária ao sucesso dos eventos. Além disso, o envolvimento dos alunos é
sempre um fator determinante para a motivação.
Eventos como masterclasses e workshops promovem o crescimento técnico e musical
do grupo. Porém, nada substitui o acompanhamento rotineiro dos alunos por um
professor, em um curso regular.

Motivar os músicos na busca de conhecimento e desenvolvimento constante também é


papel do regente. Além de esclarecer os benefícios desse crescimento individual e
coletivo, o regente deve, sempre que possível, fornecer ao músico as condições, sejam
materiais ou intelectuais.

Algumas das soluções utilizadas para realizar eventos podem ser empregadas também
para promover o desenvolvimento individual do músico. Por exemplo, por meio de seu
orçamento, o grupo fornece transporte para garantir o acesso dos alunos ao local do
curso.

Ou ainda, o regente busca auxílio oficial governamental que propicie o acesso dos
alunos aos cursos e às escolas.

Músicos, pais de alunos e regente unem-se na busca por cursos e recursos necessários
ao desenvolvimento do grupo.

A agenda artística no Brasil, e fora dele, apresenta diversidade de festivais, congressos,


simpósios etc.

Esses eventos são amplamente divulgados, especialmente na internet. No entanto, cabe


ao regente apontar, baseado nas prioridades individuais e coletivas de seus músicos, os
eventos que são mais interessantes para o grupo.

Assim como nos eventos produzidos internamente pelo grupo, esses outros propiciam,
de forma mais intensa, uma vivência técnica diferenciada, causando impacto positivo
nos alunos, e gerando experiências motivadoras insubstituíveis.

O regente deve, portanto, manter-se informado sobre esses eventos, suas características,
seu corpo docente, seu público-alvo, e retransmitir essas informações aos músicos de
seu grupo ou de sua comunidade. Mais que isso, ele deve, sempre que possível, fornecer
condições que permitam o acesso de seus músicos a esses eventos.

O regente deve ser um facilitador de acesso ao conhecimento. Pois, a participação dos


músicos nesses eventos é uma prioridade, com resultados amplamente positivos no
âmbito técnico, musical e motivacional.

Finalmente, assim como outras ações, essa iniciativa também pode se realizar de forma
coletiva, isto é, juntando esforços com outros grupos de sua cidade ou região.

Exemplos de Festivais:

• Femusc – Festival de Música de Santa Catarina

• Festival de Música Erudita de Piracicaba – SP

• Festival Música nas Montanhas – Poços de Caldas – MG


• Festival de Inverno de Campos do Jordão – SP

• Festival de Música Clássica de João Pessoa – PB

• Festival de Música de Londrina – PR

Motivando por meio de ações artísticas

Eventos

Além da agenda regular de ensaios, concertos e apresentações de seu grupo, é


recomendável a realização de eventos que exijam uma estrutura mais elaborada, e,
portanto, uma preparação cuidadosa.

Esses eventos motivam os músicos e alunos, principalmente se participarem de todas as


fases: planejamento, organização e realização.

É comum que estes eventos sejam temáticos. Por exemplo:

• Concerto do Dia das Crianças

• Concerto de Natal

Outro aspecto interessante nesse tipo de iniciativa é o envolvimento da comunidade.


Como em praticamente tudo em seu trabalho, o regente deve se mostrar aberto para
ideias e soluções, proporcionando, assim, a sensação de inclusão e pertencimento.

Concorrência saudável

Uma das formas de motivação mais eficientes é a premiação por méritos, seja no
tratamento diário, elogiando o progresso, ou premiando pequenos feitos.

Dentro dessa estratégia, a realização de concursos internos com grupo é bastante


positiva.

A premiação pode vir em forma financeira ou, na possibilidade de participação do(s)


vencedor(es) como solista ou outra posição de destaque durante a temporada de
concertos.

Cabe ressaltar que um evento dessa natureza deve ser organizado com muita
responsabilidade, tendo como objetivos principais incentivar e motivar. Para isso, os
critérios devem ser muito bem estabelecidos e justificados.

Um evento dessa natureza deve contar com uma banca de julgamento respeitada que
estará preparada para analisar os candidatos de forma clara e transparente.
O regente deve, com base em seu conhecimento do grupo, decidir se essa atividade será
positiva e de que formas ela terá função pedagógica e motivadora.

Finalmente, uma atividade de concorrência salutar, especialmente para os jovens,


conduzida de forma responsável, é também uma forma de prepará-los para o mercado.

Grandes eventos conjuntos

Basicamente, da mesma maneira que os eventos internos do grupo, é possível organizar


eventos integrando grupos da cidade ou região.

Como você viu no início desta aula, uma das ações que podem resultar da integração
entre os regentes são os eventos conjuntos.

Com divisão clara de funções, respeitando as características de cada grupo,


estabelecem-se tarefas, prazos, soluções, etc., para esses eventos.

Mais uma vez, os regentes devem encaminhar suas ações no sentido de envolver outros
setores da comunidade na preparação e realização desses eventos. Isso fortalecerá o
evento e gerará simpatia e apoio do público com relação ao trabalho de cada grupo.

O trabalho integrado, bem como a divisão de responsabilidades e custos, permitirá um


aumento na estrutura dos eventos.

Quanto maior o envolvimento dos músicos em todas as fases do projeto, do


planejamento, da organização, da realização, maior o efeito motivador.

Dinâmicas de motivação

As dinâmicas de motivação em grupo têm se mostrado eficientes na integração de


pessoas de várias áreas, profissões, atividades. Essas atividades geram troca de
experiência e conhecimento, além de maior confiança, aspecto vital para o músico,
especialmente para o jovem.

Algumas ações que são utilizadas em outras áreas como empresas, escolas e
organizações, especialmente aquelas que dependem do trabalho em equipe, podem
também ser aplicadas nos grupos musicais. Isso pode ser feito, por exemplo, nos
ensaios.

Como ações motivacionais, o regente ou organizador da dinâmica deve estabelecer o


objetivo de cada atividade, uma vez que essas estratégias, normalmente, visam estimular
o grupo, para que se sinta confortável no ambiente de trabalho, e produza melhor e com
mais confiança.

É importante ressaltar que nenhuma dinâmica de grupo deve constranger os


participantes. Tudo deve ser realizado em uma estreita relação de amizade e respeito.
Saiba mais!

Como as dinâmicas devem ser pensadas de acordo com as características e necessidades


dos grupos, não vamos relacionar exemplos, porém, recomendamos as seguintes
leituras:

Artigos

Maslow – A hierarquia das Necessidades


A motivação no canto coral: perspectivas para a gestão de recursos humanos em música
Dinâmicas de motivação no trabalho

Livro

Motivation and Personality


Autor: Abraham H. Maslow
Editora: Harper & Row Publishers

Nesta aula, você viu que toda ação que visa motivar e incentivar os músicos deve se
basear em objetivos claros, que são resultados do conhecimento de suas características e
deficiências.

A primeira forma de incentivo e motivação é aquela realizada no dia a dia do trabalho,


na qual o regente deve estar sempre atento para, se necessário, conversar diretamente
com o músico e acompanhar o seu desenvolvimento pedagógico em contato com o seu
professor.

Viu, ainda, que as ações podem ser:

Ações motivadoras pedagógicas para:

• Intercâmbio de regentes.

• Facilitar o acesso ao conhecimento.

• Incentivar a busca por conhecimento.

• Divulgar fontes externas de conhecimento.

Ações motivadoras artísticas:

• Realização de eventos especiais.

• Concorrência salutar.

• Grandes eventos conjuntos.

Outras ações:
• Dinâmicas de motivação de grupo.

Quanto à captação de recursos para a realização dos eventos, foram abordadas:

• Recursos próprios.

• Recursos coletivos.

• Leis de Incentivo.

• Patrocínio.

• Recursos combinados.

Em todas as ações, o efeito motivador será multiplicado se houver a participação direta


dos músicos/alunos em todas as fases do processo, auxiliando nas ideias, participando
da organização e, finalmente, na execução.

REFERÊNCIAS:

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Belwin Inc., 1938.

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Disponível em: <https://www.liveleak.com/view?i=cf9_1400502901>. Acesso:
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