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O LARGO DA PALMA, DE ADONIAS FILHO Análise da obra O Largo da Palma, livro de novelas de

Adonias Filho, foi publicado em 1981. Resumos / Análises 1. A MOÇA DOS PÃEZINHOS DE
QUEIJO Espaços: Largo da Palma, Igreja e Ladeira da Palma (visão animista). Os e ncontros entre
Gustavo e Célia são no Largo da Palma e no Jardim de Nazaré. A casa dos pãezinhos de queijo e a
de Gustavo. Foco narrativo e Tempo A narrativa é em terceira pessoa, com um narrador
onisciente. Conhece presente e passado dos personagens, os fatos e os sentimentos internos
dos personagens diante dos fatos. Percebemos como os aspectos psicológicos são tão intensos
que torna extremamente subjetiva a percepção do mundo exterior. Embora a narração dos fatos
enfatize sempre os aspectos psicológicos, interiores, o decurso temporal é cronológico, com
pequenos flashes de volta ao passado (por exemplo: a morte do pai de Célia, a doença da mãe
de Gustavo). A narrativa é bastante lírica, embora aqui e ali se percebam aspectos críticos como
quando fala de Largo “sempre mal-iluminado que parece em penumbra” ou quando fala da
postura capitalista do pai de Gustavo em sua “decepção de ter um filho, quando não inválido,
praticamente inútil” Linguagem Linguagem concisa, períodos curtos, incisivos. A linguagem
narrativa é intensamente lírica. O narrador explora os aspectos poéticos da linguagem. Presença
constante de metáforas, símbolos, comparações. Uso do Discurso Livre Indireto: Falará com a
mãe, à noite seguinte, pouco antes de sair para encontrar -se com o rapaz. E se a mãe perguntar
quem é ele e o que faz, como responderá? Dir -lhe-á que não sabe sequer o nome porque não
houve tempo para maior aproximação. Confessará, porém, o detalhe: “Ele é mudo”. Inútil
discutir, procurar explicar, tentar justificar-se frente ao espanto da mãe. Sabe que ela não
compreenderá, ninguém entenderá, o sobrado inteiro a dizer que tem um parafuso a menos.
Uma doida, apenas uma doida se deixará seduzir e fascinar por um mudo. Personagens Há nos
dois personagens protagonistas uma intercomplementaridade (carência, desejo,
complementação no outro). Joana - viúva de Roberto Militão. Célia - protagonista, moça de
dezoito anos, cabelos de carvão que chegam aos ombros, olhos também negros que combinam
com a pele amorenada. Há quem afirme ser mais bonita que o canto do pássaro. Gustavo -
protagonista, ele adora, com a música, os ruídos das ondas do mar, do vento nos coqueiros e os
cantos dos pássaros. Falar, porém, não fala. Expressa-se com as mãos e o rosto. Responde

Análise da obra Essa terra, de Antonio Torres O romance Essa terra, de Antonio Torres, focaliza,
na experiência de uma família do sertão baiano, o drama da migração nordestina para São Paulo
e suas conseqüências psicológicas e sociais. Sob a ótica do narrador Totonhim, o irmão mais
novo, conhecemos a trajetória do protagonista. Nelo é o migrante que, ao deixar sua
terra, sua família e sua identidade para trás, entrega-se à metrópole paulistana e nela se perde,
desenraiza-se e termina derrotado. A o retornar ao lar paterno, encontra-se doente,
abandonado e desiludido. Não suporta o peso da frustração, ao sentir que não contemplara as
expectativas da família, sobretudo de sua mãe, que o imaginava rico e vencedor. O suicídio de
Nelo é, portanto, o nó do enredo, síntese do impasse, do desenraizamento e da frustração que
destroem o personagem. Este drama pungente constitui uma ficção precisa, de grande
força estética, uma espécie de depoimento sobre um aspecto dramático da sociedade brasileira
de meados do século XX. Pode ser visto ainda como um memorial consubstanciado no contraste
gritante entre os grandes centros desenvolvidos e o sertão esquecido à própria sorte, em que a
redenção do homem se reduzia ao horizonte das tristes estradas. Essa terra tem o toque
mágico dos grandes livros, desperta no leitor o senso de reflexão comiserada acerca do
semelhante e a suas condições de existência, aguça a vontade de compreensão e a
solidariedade, provoca uma visualização mais profunda do ser humano. Este romance nos faz
enxergar mais profundamente a realidade dos excluídos, reconhecendo-os enquanto sujeitos e
pacientes de um drama histórico. Ao lê-lo sentimos aquele mesmo apelo de Vidas secas, assim
como a marca da hombridade que s e capta no sertanejo de Os sertões. Trata-se de uma escrita
densa, de economia formal medida, tecida com a maestria de um romancista que consegue aliar
precisão técnica à ternura do relato, mantendo, apesar da tensão, uma “camaradagem”
equilibrada com seus personagens. A migração é um fenômeno universal, assim como o
desenvolvimento desigual dos lugares. Campo, cidade, metrópole, essa é a rota que exibem
todos os países, num fenômeno mundial. O drama da viagem, do desenraizamento, da diáspora,
da perda de valores fazem de Essa terra um romance universal, pondo em relevo a feição
particular que este assume em território brasileiro, na trajetória sertão/metrópole, como uma
viagem de ida e volta, não só em termos concretos, no deslocamento dos corpos e das vivências,
mas na transição de valores, comportamentos, imaginários e condições de vida. Um
livro que se coloca na mesma linhagem de O quinze, Vidas secas e Vila Real, naquilo que esses
romances têm de esforço para compreender a saga do nordestino, em condições tão adversas.
Rico em significações não só estéticas, mas também sociais, dialoga com diferentes dimensões
do saber, interessando também aos estudiosos da cultura, da história, da geografia humana,
entre outras. O romance apresenta-se dividido em quatro partes: “Essa terra me chama”,
“Essa terra me enxota”, “Essa terra me enlouquece” e “Essa terra me ama”. É também narrado
em primeira pessoa, cujo narrador é Totonhim, um dos doze irmãos de uma família pobre que
mora no interior da Bahia. A obra tem como cenário o sertão brasileiro e sua realidade: a fome, a
miséria, a seca e o misticismo. O espaço do interior baiano é assim definido: primeiramente,
sabe-se que a família habitava uma região chamada Junco, onde trabalhavam e moravam na
roça; em seguida a mulher e os filhos e, posteriormente o pai, se mudam para a Feira de Santana
por causa do “ginásio” para os filhos, onde vivem em pobreza ainda maior e, finalmente, em
Alagoinhas, no final da narrativa. A história se apresenta como um relato fragmentário e
memorialístico da trágica história desta família. Primeiro, é a vinda de Nelo, o “filho pródigo”,
que fugiu para São Paulo, em busca de melhores condições de vida, mas que volta pobre; depois
vemos a mudança da mãe e dos filhos para Feira de Santana, pois a escola ficaria mais próxima
dos filhos, e a resistência do pai em acompanhá-los; em se guida, relata-se a perda da roça do
pai para o irmão, que lhe diz “ajudar” para que o banco não confiscasse todos os seus bens;
após, sabe-se das constantes fugas dos filhos, em especial das filhas, que preferem fugir e
apanhar dos maridos a viver naquela família; o suicídio de Nelo (que já aparece na primeira
parte); a loucura da mãe; e, finalmente a solidão do pai após a decisão de Totonhim de fugir para
São Paulo, única saída encontrada para sair daquela pobreza.

Segundo a opinião do s ábio norte-americano J ames D. Levenson, d etentor de Prêmio


Nobel, que, em visita à Bahia, faz despertar o interesse geral por sua pessoa, cuja atuação vai
send o rememorada, em contraponto com os dois atuais, nas p áginas do romance, em suas
vi cissitudes de vida modesta todavia rica de calor humano e de muitos amores - a negra
possessa Dorotéia, Sabina dos Anjos, a bela, Rosália, a a rdente, e t antas e tant as
inclusive a finlandesa Kirsi, parêntese louríssimo, que levou no ventre o fruto do amor do
trópico - mas de todas as amadas a nenhuma ele amou tão p rofundamente como à b ela
negra Rosa de Oxalá, a quem todavia jamais possuiu, pois que era amante de Lídio, o amigo-
irmão. Por ocasião do centenário do seu nascimento, a ele até então ignorado na terra
natal, for am- lhe prestadas homenagens pela intelectualidade baiana com respaldo oficial.
Mais condizente, talvez, com o exemplo de sua vida vivida nas ruas e ladeiras da Bahia,
o foi a homenagem prestada por uma escola de samba, a dos Filhos do Tororó, no carnaval de
1969, em Salvador.

Análise II Em Tenda dos Milagres, segundo romance de J orge Amado, publicado em 1969,
o autor apresenta a violência dos brancos diante de rituais de origem a fricana, e oferece o
ingresso para um outro mundo, onde a mistura não é só de r aças, mas t ambém de r
eligiões. É um grito contra o preconceito racial e religioso. E n a ânsia de nos apresentar
a fi gura de um certo Pedro A rchanjo em sua inteireza, o autor encheu-se de ambição,
quis abarcar o mundo com as pernas, misturou tempos e espaços romanescos. Tenda dos
Milagres é uma obra em que o diálogo com as teorias da id entidade nacional é
explorado em sua máxima potência. Seu personagem principal, Pedro Archanjo, transita
entre teorias populares e eruditas, torna -se autor (sem jamais ser inserido formalmente
na academia, entrando pela porta de trás) e debate com personagens que podem ser
reconhecidos em teó ricos como Nina Rodriques e Manoel Querino. O candomblé, a
capoeira e as festas populares da Bahia fazem parte do universo de Pedro Archanjo, esc
ritor, sábio, malandro e personagem central da obra. Os tipos folclóricos das ladeiras d e
Salvador es tão presentes também em Tenda dos Milagres. É um dos maiores e mais
perfeitos personagens da literatura u niversal. Ele é descrito como Ojuobá (ou "olhos de
Xangô"). Mulato e capoeirista, mestre Archanjo, como também era conhecido, tocava viola,
era bom de cachaça e pai de muitas crianças c om as mais li ndas negras, mul atas e
brancas. No romance, é ele quem percorre as ladeiras de Salvador e rec olhe dados
sobre o conhecimento dos negros africanos sua cultura. P edro é um mulato sociológo
que combate os preconceitos da Salvador do começo do século e que continua
freqüentando os terreiros mesmo depois que deix a de acreditar nos orix ás. Tudo para
não deixar esmorecer o ânimo dos perseguidos e evitar o triunfo da polícia e da elite ra
cista. Romance soc iológico, esta obra segue a linha típica dos romances de Jorge Amado,
que t em, como já citado, a cidade de Salvador como ce nário e é, basicamente, a
narrativa das proezas e dos amores de Pedro Archanjo, bedel da Faculdade de Medicina
da Bahia, que se converte em estudioso apaixonado de sua gente, publicando livros sobre
a mestiça gem genética e os sincretismos simbólicos do povo baiano. Mostra sua luta pela
afirmação da cultura popular. Em Tenda dos Milagres a vida do povo baiano é
apresentada em um enr edo fascinante e pleno de personagens os mais variados e
interessantes, que vão dos mestres da capoeira à gente do candomblé, professores,
doutores e boêmios. E muitas são as mulheres que encheram de encanto a narrativa do
escritor: Rosa de Oxalá, Dorotéia, Rosenda, Risoleta, Sabina dos Anjos, Dedé, a maioria
mulatas baianas, e a nórdica Kirsil. Mas dentre tantos tipos que povoam a história, se
sobressai, sem dúvida, a figura de Pedro Archanjo.

A morte e a morte de Quincas Berro D'Água, de Jorge Amado

Publicada pela primeira vez em 1959, na revista "Senhor", esta curta obra logo recebeu vestes de
romance. A morte e a morte de Quincas Berro D'Água, de Jorge Amado, é, antes de tudo, uma
crítica azeda aos comportamentos burgueses. A obra está inserida na segunda fase do
Modernismo (o intitulado "Romance da Seca"). Os autores desta geração priorizaram a
problemática ruralista do Nordeste, evidenciando os contrastes e as explorações sociais sofridas
pelos sertanejos.

É considerado por críticos literários importantes, como José Ramos Tinhorão e Paulo Emílio
Salles Gomes, um romance atípico de Jorge Amado, longe de sua temática eminentemente
baiana e/ou política. O livro é solidamente baseado no "Evangelho Segundo o Espiritismo", de
Allan Kardec, e justamente por essa razão foi mais tarde desprezado por seu autor, que via nele o
registro de uma fase de sua vida que ele preferia esquecer.

Outros elementos a serem notados no livro são as referências óbvias a um dos maiores clássicos
da literatura brasileira, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e a extrema
semelhança estrutural com A Comédia Humana, de Balzac.

Com A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água, Jorge Amado faz uma profissão de fé espírita,
ao mesmo tempo em que lança profundas indagações sobre o sentido da vida. A dupla de
críticos ingleses Terry Gillian e Michael Palin, autores de O Cânon Ocidental, considera este
romance uma verdadeira aula de metafísica, embora aponte algumas falhas estruturais e de
linguagem que o prejudica um pouco.

O livro é pontuado por participações de outros grandes personagens de Jorge Amado, como
Vadinho (protagonista de Seara Vermelha) e Antônio Balduíno, que fez sua primeira aparição
como um dos Capitães de Areia e teria papel importante na obra-prima da maturidade de
Amado, o livro que inaugura sua fase folclórica: O País do Carnaval.

Os romances de Jorge Amado são divididos habitualmente em dois momentos. O primeiro


momento é o Romance do Proletário, onde a temática de denúncia social é o centro do livro. O
segundo momento, Romance de Costumes, é onde há uma valorização na mostragem dos
costumes da sociedade baiana, onde as críticas são apontadas agora com um tom humorístico.
Em alguns instantes chega a incorporar a tendência do Real Fantástico como em Dona Flor e seus
Dois Maridos - a volta do marido morto de Dona Flor; ou ainda em A Morte e a Morte de
Quincas Berro D'Água - onde o protagonista "volta à vida" para escolher a sua morte. A obra
divisora destas duas fases é Gabriela, Cravo e Canela, de 1958.

Jorge Amado popularizou-se em criar tipos sociais, abusando da espacialidade e exotismo da


Bahia, gerando um ambiente propício para que seus personagens possam agir livres, entregues
ao universo que os circunda. É neste universo que A morte e a morte de Quincas Berro D'água se
desenvolve.

Os becos, as ruas, os espaços habitados pela gente pobre, humilde, feliz e excluída da velhaSão
Salvador são dissecados aos olhos do leitor que necessita de uma certa malícia, ironia e humor
para compactuar com o escritor que lida de forma divertida, dolorida e irônica com a morte.

Os personagens amadianos são extraídos dos meios populares da Bahia. Em geral, não
possuemmuita complexidade. No entanto, no transcorrer narrativo, vão ganhando maior
importância e firmandosuas características. Como ressalta Paulo Tavares: "Muitas dessas
criaturas anônimas, todavia, merecemdo romancista um tratamento especial que as fixa, situa.
Adquirem contornos precisos, ganham individualidade, constituem-se em núcleos dramáticos
entre misturando-se no emaranhado dos acontecimentos. "Mesmo havendo momentos de
introspecção psicológica nas personagens, elas tendem mais a uma classificação como "planas",
não chegando muito a surpreender o leitor.

FOCO NARRATIVO

O autor se põe na condição de observador que redige na terceira pessoa, como quem colhe os
fatos e suas interpretações sem neles interferir.

O foco narrativo é a verdadeira morte de Quincas: na pocilga em que morou durante sua vida
boêmia. Deste fato, retrospectivamente, se desenrola a existência passada do protagonista,
desenvolvida em duas etapas distintas: junto da família, como pessoa "normal" e junto dos
vagabundos, como um marginal voluntário e assumido. Do mesmo fato, prospectivamente, se
acompanha o velório e o passeio do morto, até cair no mar.

Não tem-se neste livro o Jorge Amado esquerdista politizado que assinou produções nas décadas
de 1930 e 1940. Desta feita, se mostra o contador de histórias pitorescas da Bahia.

LINGUAGEM E ESTILO

É um autor sem rodeios, que consegue ser incisivo quando o momento exige, mas que também
é poético, suave, sempre mantendo a sobriedade. Suas descrições nunca ficam nelas mesmas,
ele vai além, interagindo o espaço descrito com as personagens, ou às vezes, divagando sobre
isso. Assim, valoriza-se a plasticidade da imagem em detrimento a sua objetividade.

Sua linguagem é bem simples, evitando os exageros dos puristas da Língua e registrando a
naturalidade dos discursos praticados no cotidiano por diferentes camadas sociais. Este senso de
observação do que se passa nas ruas da Bahia fez com que o autor inserisse um vocabulário mais
regionalizado (abrangendo desde gírias a expressões da cultura baiana).

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Joaquim Soares da Cunha ou Quincas Berro D'Água - (protagonista)

Sua família - Otacília, mulher; Vanda, filha; Leonardo Barreto, genro; Eduardo e Marocas, irmãos.

Seus amigos - Curió, Negro Pastinha; Cabo Martim; Pé-de-vento.

Sua amante - Quitária do Olho Arregalado

ENREDO

A novela, dividida em 12 capítulos, retrata a morte do rei dos malandros Quincas Berro D'Água e
toda a magia do ambiente baiano que circunda as histórias fantásticas dos cantadores de feira,
do povo humilde que se utiliza da oralidade, da notícia que ainda se leva de boca em boca.
No primeiro capítulo, o narrador nos antecipa os mistérios e as lacunas que permaneceram
semexplicação na morte de Quincas Berro D'Água. Também ficamos sabendo que Quincas já
teria outra morte, o que aconteceu quando abandonou a família para viver de malandragem. A
filha e o genro anteciparam para a próxima geração que o avô Joaquim, homem respeitável, já
havia falecido. Então, Joaquim, ao se transformar em Quincas, teria a sua primeira morte, ao se
desligar da família. Se a morte não foi física, pelo menos foi moral. Quincas era uma vergonha
para a família. Ficamos sabendo também que de fato o personagem seria um recordista de
morte, somando ao todo pelo menos três. E o narrador nos adverte: "Não sei se esse mistério da
morte (ou das sucessivas mortes) de Quincas Berro D'Água pode ser completamente decifrado.
Mas eu o tentarei, como ele próprio aconselhava, pois o importante é tentar, mesmo o
impossível."

No capitulo II vemos o perfil de Joaquim Soares da Cunha, segundo a família: de boa família,
exemplar funcionário da Mesa de Rendas Estadual, ouvido com respeito, todo burguês, jamais
visto em botequim. Este é o Quincas que existia, quando resolveram decretá-lo morto para a
sociedade. Quando a filha Vanda ou o genro Leonardo sabiam alguma notícia de Quincas através
de vizinhos ou terceiros era como se um morto se levantasse do túmulo. Neste capítulo, também
a família fica sabendo através de um santeiro que Quincas estava espichado, morto em uma
pocilga miserável. A família suspirou com alívio, poderia falar do Joaquim exemplar: bom pai,
bom esposo. Fora encontrado por uma nega vendedora de mingau. Encontrou-o com o dedão do
pé direitoAche os cursos e faculdades ideais para você. É fácil e rápido. fora da meia rasgada e de
sapato roto no chão. O santeiro espanta-se ao ver onde a família de Quincas morava e pergunta
o motivo dele se encontrar naquela miséria: se foi traição da mulher. O genro retruca que a
sogra, a Dona Otacília, era uma santa. Porém, na fotografia de Otacília, o santeiro vê um osso
duro de roer. A família começa a tomar as providências para o velório.

No capítulo III, a filha Vanda chega à pocilga, e recorda do quanto tentara trazê-lo de volta em
vão. O defunto "era um morto pouco apresentável, cadáver de vagabundo falecido ao azar, sem
decência na morte, sem respeito, rindo-se cinicamente, rindo-se dela (...) Cadáver para
necrotério, para ir no rabecão da polícia servir depois aos alunos da Faculdade de Medicina (...)
Era o cadáver de Quincas Berro D'Água, cachaceiro, debochado e jogador, sem família, sem lar,
sem flores e sem rezas. Não era Joaquim Soares da Cunha, correto funcionário da Mesa de
rendas Estadual(...)", aposentado, bom esposo. Vanda indaga-se como pode um homem, aos
cinqüenta anos, abandonar tudo e começar nesta idade "a vagabundear pelas ruas, beber nos
botequins baratos, freqüentar o meretrício, viver sujo e barbado, morar em infame pocilga,
dormir em um catre miserável?" Por mais que tentasse não conseguiria compreender. Loucura
de hospício não era. Assim, nem Quincas havia dado o último suspiro, a família já o iria
transformar em Joaquim Soares da Cunha.

No capítulo IV, a família vê-se às voltas com a vergonha e como evitá-la. Para isso, qual seria
amelhor forma de se livrar do defunto? Neste capítulo também tem a chegada do médico para o
óbito. E o médico conclui: "- Ele está rindo, hein! Cara de debochado. Vanda fechou os olhos,
apertou as mãos, o rosto vermelho de vergonha."

No capítulo V, a família entrega o corpo para uma funerária, tentando gastar o mínimo possível:
compram tudo novo, menos a cueca, pois é desnecessária. Em um almoço de família, comendo
uma peixada, Vanda, Leonardo, o irmão de Quincas, Eduardo, e a gordíssima tia Marocas,
encontravam uma solução para se livrar do incômodo da forma mais barata, rápida e discreta
possível. Decidiram velá-lo na pocilga mesmo e diriam que ele morreu no interior. Convidariam
para a missa de sétimo dia.

O capítulo VI está às voltas com as soluções práticas da família para resolver o problema. Iriam
velar o defunto só os quatro familiares, revezando-se em turnos. E lá estava Quincas na esquife,
severo e nobre. "Duas velas enormes (...) lançavam uma chama débil, pois a luz da Bahia entrava
pela janela (...) Tanta luz do sol, tanta alegre claridade, pareceram a Vanda uma desconsideração
para com a morte, faziam as velas inúteis, tiravam-lhe o brilho augusto. Vanda, velando o pai,
começa a restaurar o homem bom da infância." Neste capítulo também somos informados como
Quincas abandonou tudo: "A verdade é que Joaquim só começara a contar em suas vidas
quando, naquele dia absurdo, depois de ter tachado Leonardo de 'bestalhão', fitou a ela e a
Otacília e soltou-lhes na cara, inesperadamente: - Jararacas! E, com a maior tranqüilidade desse
mundo, como se estivesse a realizar o menor e mais banal dos atos, foi-se embora e não voltou."
Contava Quincas com cinqüenta anos, perambulou pela felicidade durante dez anos. No silêncio
fúnebre, Vanda ouvia o pai dizer jararaca, ela empalideceu. A tia chega. O defunto alegra-se com
a brisa do mar que entra e apaga as velas, sorrindo e ajeitando-se melhor no caixão.

O capítulo VII está todo às voltas com a tristeza causada em todos os miseráveis da cidade.
Passamos a conhecer o Quincas Berro D'Água e o quanto era querido. Os amigos estavam
inconformados por ter morrido em terra, um homem que se dizia velho marinheiro, mesmo sem
nunca tê-lo sido. Era herança que herdara de família, dizia. Seu corpo, por sua vontade,
pertencia ao mar. Também neste capítulo somos informados do apelido Berro D'Água, agregado
a Quincas. O espanhol o enganou e ofereceu-lhe água, em lugar de cachaça. Ao perceber o
engodo, Quincas deu um berro fenomenal "- Äguuuuua!", chamando a atenção de meio mundo,
sendo ouvido até no elevador Lacerda. A partir de então, transformou-se em Quincas Berro
D'Água. Todos sofriam a morte de Quincas. O povo estava de luto. Começa a aparecer as
bondades do velho e bom malandro Quincas Berro D'Água.

No capítulo VIII, conhecemos os quatro melhores amigos de Quincas: Curió, Negro Pastinha,
Cabo Martim e Pé-de-vento. Também estes personagens são caracterizados.

O capitulo XIX faz-se pelo enfrentamento dos amigos da malandragem, citados no capítulo
anterior e a família de Quincas.

No capítulo X, continua o velório e os quatro amigos em voz baixa disputam o amor da amante
de Quincas, a Quitéria do Olho Arregalado. Agora, era turno do irmão de Quincas, o Eduardo,
que iria passar a noite, mas decide deixar o irmão com os amigos e ir descansar um pouco. Aí os
amigos eram os verdadeiros donos do defunto. Organizaram um velório decente, com cachaça,
salame. Tentaram rezar, começaram a beber e dar bebida ao defunto que sorria e devolvia um
pouco da cachaça, lambuzando o paletó. Os amigos tiraram as roupas artificiais de Quincas e
colocaram os velhos trapos e o defunto ficou deles. Levaram cada um uma peça para si, pois
defunto não precisa dessas coisas. E saíram agora com o defunto vivo para a peixada no saveiro:
Curió e Pé-de-vento saíram na frente. Quincas, satisfeito da vida, num passo de dança, ia entre
Negro Pastinha e Cabo Martim de braço dado.

No capítulo XI, a cidade neste dia está de luto e quieta. Nem as prostitutas abriram para o ofício.
Os amigos e Quincas saíram acordando todo mundo para a peixada, pois era aniversário do
Quincas. Fizeram o que faziam todas as noites: farra, bebedeira, confusão... Até chegarem ao
saveiro e saírem para apeixada no mar. Em alto mar, Quitéria do Olho Arregalado e Quincas não
comiam. Quincas olhava o céu, ouvindo Maria Clara cantar. De repente, o anúncio de
tempestade, mas não respeitaram, retardaram a volta, aproveitando mais o momento. A
tempestade chegou e ninguém sabe como Quincas pôs-se de pé e "no meio do ruído, do mar em
fúria, do saveiro em perigo, à luz dos raios, viram Quincas atirar-se e ouviram sua frase
derradeira. Penetrava o saveiro nas águas calmas do quebra-mar, mas Quincas ficara na
tempestade, envolto num lençol de ondas e espuma, por sua própria vontade."

No capítulo XII, sabemos que o caixão encontra-se na loja de Eduardo, esperando um defunto de
segunda mão.
"Quanto à frase derradeira há versões variadas." Afinal, quem poderia ouvir direitoAche os
cursos e faculdades ideais para você. É fácil e rápido. no meio de tamanho temporal?

"Segundo um trovador do Mercado, passou-se assim:

'No meio da confusão ouviu-se Quincas dizer:

' - Me enterro como entender

na hora que resolver.

Podem guardar seu caixão

Pra melhor ocasião.

Não vou deixar me prender

Em cova rasa no chão.'

E foi impossível saber

Fontes: Colégio Pró Campus | Jornal Escola

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