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ESCOLA ESTADUAL REGINA PACIS

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO


ESTUDANTES
SÉRIE TURNO DATA
PROFESSOR
ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA

A CRISE DOS VALORES MORAIS linear da civilização, na continuidade temporal da


Fala-se hoje, em toda parte e no Brasil, numa história, em verdades absolutas, no
“crise” dos valores morais. O sentimento dessa crise planejamento racional e duradouro da ordem social e
expressa-se na linguagem cotidiana, quando se política; e teria apostado na padronização dos
lamenta o desaparecimento do dever-ser, do decoro e conhecimentos e da produção econômica como sinais
da compostura nos comportamentos dos indivíduos e da universalidade. Em contrapartida, o
na vida política, ao mesmo tempo em que os que pósmodernismo privilegiaria a heterogeneidade e a
assim julgam manifestam sua própria desorientação diferença como forças libertadoras da cultura; teria
em face de normas e regras de conduta cujo sentido afirmado o pluralismo contra o fetichismo da
parece terse tornado opaco. totalidade e enfatizado a fragmentação, a
Uma autora sueca, Sissela Bok, decidiu escrever indeterminação, a descontinuidade e a alteridade,
um livro sobre a mentira, após ter recusando tanto as “metanarrativas”, isto é, filosofias
verificado que, desde o século XVII, excetuando-se e ciências com pretensão de oferecer uma
alguns momentos da literatura, do teatro e do cinema, interpretação totalizante do real, quanto os mitos
reina o silêncio quanto aos dilemas do dizer-a- totalizadores, como o mito futurista da máquina, o
verdade na vida privada e na vida pública. mito comunista do proletariado e o mito iluminista da
Sociólogos de linha durkheimiana, examinando o ética racional e universal.
desamparo dos indivíduos nas escolhas morais, a Se a modernidade havia se caracterizado pela
presença de práticas e comportamentos violentos na confiança iluminista na razão como força que libera o
sociedade e na política, a multiplicidade de atitudes homem do medo causado pela ignorância e pela
transgressoras de valores e normas, falam em superstição, a pós-modernidade proclama a falência
anomia, isto é, na desaparição do cimento afetivo que da razão para cumprir a promessa emancipatória e
garante a interiorização do respeito às leis e às regras exibe sua força opressora sobre a natureza e sobre os
de uma comunidade. homens (...).
(Marilena Chauí. Público, Privado, Despotismo. In:
Na filosofia contemporânea a “crise” transparece NOVAES, Adauto (org). Ética. SP: Comp. das
na existência simultânea de três linhas principais de Letras, 1992. P. 345-6)
pensamento sobre a ética, resumidas por Agnes INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - EXERCÍCIOS
Heller: a niilista (baseada no relativismo historicista e
na etnografia), que nega a existência de valores 1 - Lido o texto na totalidade, é correto afirmar
morais dotados de racionalidade e de universalidade; que Marilena Chauí:
a universalista-racionalista (de origem iluminista),
que afirma a existência de uma normatividade moral a) se refere à “crise” como um fator positivo na
com valor universal porque fundada na razão; e a história das sociedades, uma vez que impulsiona o
pragmática, que considera que a democracia liberal progresso;
tem sido capaz de manter com suficiente sucesso os b) exalta os sintomas da pós-modernidade, já que a
princípios morais da liberdade e da justiça no que racionalidade da Ilustração sufoca o homem e inibe
tange às grandes decisões sobre a vida coletiva. Em sua
nosso cotidiano, lembra A. Heller, somos criatividade;
bombardeados pelos três pontos de vista, ainda que c) expõe o tema de forma neutra e refletida, e em
se excluam reciprocamente, e sua presença nenhum momento toma partido no confronto entre
simultânea constitui o sintoma do que chamamos de modernidade e pós-modernidade;
“crise” dos valores morais. d) conclui que, com o fracasso do ideal iluminista de
Alguns procuram nomear a “crise” dando-lhe o nome libertar o homem pela razão, a pós-modernidade
de pós-modernidade. passa a
A modernidade, nascida com a Ilustração, teria oprimi-lo;
privilegiado o universal e a racionalidade; teria sido e) adota como princípio explicativo para a crise dos
positivista e tecnocêntrica, acreditado no progresso valores morais a linha niilista, segundo a
classificação menores (e sua suposta impunidade) para “puxar o
proposta por Agnes Heller. gatilho” no lugar de adultos. Nada impedirá que os
bandidos passem a recrutar um contingente mais
2 - As palavras ou expressões de cada um dos jovem, de quase crianças – o que, aliás, já ocorre em
pares abaixo têm significados opostos na opção: algumas situações. O que fazer então? Reduzir ainda
mais a maioridade penal? Para 15, 14, 10 anos de
a) padronização – heterogeneidade; idade?
b) racionalidade – Ilustração; Combater a criminalidade, seja ela juvenil ou não,
c) pluralismo – fragmentação; exigirá, além da necessária repressão policial, uma
d) progresso – continuidade; profunda reformulação das instituições e políticas
e) libertadoras – emancipatória. públicas de segurança. É igualmente indispensável
promover a inclusão social com mais educação e
3 - Na passagem “...somos bombardeados pelos alternativas de trabalho. Não será encarcerando
três pontos de vista, ainda que se excluam adolescentes e crianças, mas oferecendo-lhes
reciprocamente...”, a relação semântica expressa condições para escapar da criminalidade, que esse
pela locução sublinhada será alterada se ela for triste panorama poderá mudar.
substituída (Folha de S. Paulo, editorial, 13/11/2003)
por:
4. O redator desse editorial julga que a
a) contanto que; maioridade penal:
b) não obstante;
c) se bem que; (A) deve ser reduzida apenas para o caso específico
d) posto que; de participação do jovem em delito brutal e
e) conquanto. injustificável, tal como o referido no primeiro
parágrafo.
Maior idade Penal (B) não deve ser de modo algum reduzida, uma vez
Foi brutal o assassinato do casal de namorados Liana queos menores encarcerados deixam de receber
Friedenbach e Felipe Caffé, em São Paulo. Nada orientaçãopedagógica, equiparando-se aos presos
justifica um crime dessa natureza. O país está comuns.
chocado. A participação de um menor no delito torna (C) deve ser mantida nos termos da legislação em
o caso ainda mais dramático. A pergunta está nas vigor, atentando-se para o caráter educativo das
ruas: não seria o caso de reduzir a maioridade penal? sanções, negligenciado na maioria dos casos.
De acordo com pesquisa realizada, antes do crime, a (D) deve ser mantida nos termos da legislação em
pedido da Ordem dos Advogados do Brasil, 89% dos vigor, resguardando-se as ações pedagógicas que
brasileiros são favoráveis à redução da idade-limite vêm caracterizando a aplicação das sanções.
para 16 anos. É natural que o cidadão, acuado pela (E) não deve ser de modo algum reduzida, pois
obscena violência que o cerca, concorde com tudo o haveria dificuldades na tramitação de uma lei que
que soe como solução drástica para o problema. O fere um princípio já consagrado no Direito brasileiro.
Estado, contudo, deve agir racionalmente.
A redução da maioridade, em primeiro lugar, fere o 5. Considerando-se as controvérsias acerca da
princípio, consagrado no Direito brasileiro, de que o redução da maioridade penal, manifesta-se no
jovem é um ser em formação. O adolescente pode e texto, explícita ou implicitamente, uma relação
deve ser punido pelo que faz de errado, mas a sanção antitética entre:
precisa ter caráter predominantemente educativo. É I. a opinião do editorialista e a opinião da maioria dos
absolutamente falso afirmar que a legislação não brasileiros.
pune menores. A maior pena a que eles podem ser II. a posição da Ordem dos Advogados do Brasil e a
condenados é de três anos. É verdade que o caráter posição do Estado.
pedagógico da punição raramente se verifica. Não III. o modo de avaliação do cidadão comum e o
são tão diferentes as condições desumanas de nossos modo que cabe ao Estado.
presídios e das unidades da Febem. Que isso seja Completa corretamente o enunciado APENAS o que
assim não justifica o abandono do princípio. Mesmo está em:
porque não será reduzindo a maioridade penal que o
envolvimento de jovens em crimes deixará de existir. (A) I.
Parte da criminalidade juvenil pode ser explicada (B) II.
pelo fato de organizações criminosas se utilizarem de (C) III.
(D) I e II. fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos
(E) I e III. exigem meios éticos. A relação entre meios e fins
pressupõe que a pessoa moral não existe como um
6. A precisa convicção de que não será reduzindo fato dado, como um fenômeno da Natureza, mas é
a maioridade penal que o envolvimento de jovens instaurada pela vida intersubjetiva e social,
em crimes deixará de existir é defendida com o precisando ser educada para os valores morais e para
seguinte argumento: as virtudes.
(A) o recrutamento de menores para a prática de (Marilena Chauí, Convite à Filosofia)
crimes só será incrementado, a curto prazo, se 7. Esse texto se desenvolve de modo a argumentar
ocorrerem medidas que visem à inclusão social. em favor da seguinte posição:
(B) o recrutamento de menores, promovido pelos (A) a prática dos valores éticos é um atributo natural
bandidos, passaria a ocorrer em faixas de idade ainda dos seres humanos.
mais reduzida. (B) os meios só se justificam quando não são
(C) as soluções drásticas, ditadas pelo clima de contrários aos fins de uma ação.
emoção, contrariam o princípio da racionalidade, que (C) a deslealdade pode ser necessária para se
é básico no Direito. promover uma atitude leal.
(D) todas as crianças infratoras passariam a ser (D) a educação moral torna possível justificar
encarceradas na Febem, recebendo os mesmos quaisquer meios em razão dos fins.
tratamentos que sofrem os criminosos nos presídios. (E) a legitimidade dos fins é garantida pela eficácia
(E) todas as crianças infratoras perderiam de vez o de uso dos meios disponíveis.
direito à assistência pedagógica, deixando de ser
reconhecidas como seres em formação. 8. A leitura do último parágrafo do texto permite
deduzir, corretamente, que:
(A) a prática moral é tanto mais fácil quanto mais
No campo da ética alto o nível de escolaridade.
Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de (B) nenhuma ação é moral quando contraria a índole
modo que, para alcançar um fim legítimo, todos os natural de uma pessoa.
meios (C) os valores morais são categorias essencialmente
disponíveis são válidos. No campo da ética, porém, individuais, e não coletivas.
essa afirmação deixa de ser óbvia. (D) é necessária uma educação moral para que bem
Suponhamos uma sociedade que considere um valor se ajustem meios e fins.
e um fim moral a lealdade entre seus membros, (E) a educação moral resulta de uma imposição
baseada na interna de cada indivíduo.
confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a
inveja, a adulação, a má-fé, a crueldade e o medo 9. Está correta a tradução de sentido da seguinte
deverão estar expressão do texto:
excluídos da vida moral, e as ações que se valham (A) todos os meios disponíveis são válidos = todos os
desses recursos, empregando-os como meios para subterfúgios são verossímeis.
alcançar um fim, (B) essa afirmação deixa de ser óbvia = tal conjectura
serão imorais. No entanto, poderia acontecer que, já não é improcedente.
para forçar alguém à lealdade, fosse preciso fazê-lo (C) agiria por coação externa = se renderia aos
sentir medo da punição pela deslealdade, ou fosse ditames da consciência.
preciso mentir-lhe para que não perdesse a confiança (D) a relação entre meios e fins pressupõe que = a
em certas pessoas e continuasse leal a elas. autonomia tanto dos fins quanto dos meios faz supor
Nesses casos, o fim – a lealdade – não justificaria os que.
meios – o medo e a mentira? A resposta ética é: não. (E) ações que se valham desses recursos = atos que
Por quê? Porque esses meios desrespeitam a lancem mão desses meios.
consciência e a liberdade da pessoa moral, que agiria
por coação externa e não por
reconhecimento interior e verdadeiro do fim ético.
No campo da ética, portanto, nem todos os meios são
justificáveis, mas apenas aqueles que estão de acordo
com os

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