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de Shiva
por
Sri Krishna Murti Dasa
Dedicado a:
Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Acarya-Fundador da ISKCON
Sumário
Capa
Sumário
1- Maha Shiva-ratri
2- Sadashiva, Shambu, Rudra
3- O Maior dos Devotos de
Krishna
4- Ofensa e Casamento
5- Orações e Ensinamentos de
Sri Mahadeva
6- Shaivites
7- Símbolos e os Doze
Jyotirlingas
8- O Néctar de Adorar o Maior
dos Devotos
Sobre o Autor
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A Sociedade Internacional para a
Consciência de Krishna (ISKCON) convida
os interessados no assunto a se
corresponderem ou visitarem um Templo,
Comunidade ou Centro de Estudos.
Acesse:
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ISBN
Primeira edição e-book: Março de 2017
versão 1.4 - 2.11.17
Maha Shiva-Ratri - A Grande Noite do Senhor Shiva! Essa é
a noite mais especial do maior dos devotos de Krishna! Sri
Mahadeva! Desvende todos os mistérios e enigmas que
envolvem um dos maiores seres místicos da Índia, de forma
clara, fidedigna e autorizada.
Capítulo 1
MAHA SHIVA-RATRI
EM VÁRIAS ESCRITURAS,
Shiva é descrito como o senhor
supremo da manifestação material,
sendo ninguém superior ou igual a ele
neste mundo. Jamais é, contudo,
considerado o senhor do mundo
espiritual. Srila Prabhupada sempre
enfatiza que vaishnavanam yatha
sambhuh (Srimad-Bhagavatam
12.13.16): “O Senhor Shiva é o maior
dos vaishnavas”. “Ele medita
constantemente no Senhor Rama e
canta Hare Rama Hare Rama Rama
Rama Hare Hare. O Senhor Shiva
tem um sampradaya (escola
filosófica) vaishnava, chamado
visnusvami-sampradaya” (Srimad-
Bhagavatam 3.23.23), também
chamado de rudra-sampradaya.
Ainda no Terceiro Canto, Srila
Prabhupada enfatiza que “sua
grandeza é incomparável, visto que
ele é um grande devoto da Suprema
Personalidade de Deus. Diz-se que o
Senhor Shiva é o maior entre todos os
devotos do Supremo. Assim, os restos
de alimento deixados por ele são
aceitos pelos outros devotos como
maha-prasada, ou grande alimento
espiritual (Srimad-Bhagavatam
3.14.26)”. No verso seguinte, Srila
Prabhupada deixa claro que
“ninguém é igual ou superior a ele no
mundo material. Ele é quase igual ao
Senhor Vishnu. Embora sempre se
associe com Maya, Durga, ele está
acima do estágio relativo aos três
modos qualitativos da natureza
material (Srimad-Bhagavatam
3.14.27)”. “Como Seu representante,
o Senhor Shiva é idêntico à Suprema
Personalidade de Deus. Ele é
grandiosíssimo, e sua renúncia a todo
gozo material é um exemplo ideal de
como devemos ser materialmente
desapegados. Devemos, portanto,
seguir seus passos e ser desapegados
da matéria e não imitar seus atos
incomuns como o de beber veneno
(Srimad-Bhagavatam 3-14-30)”.
Em todo o Srimad-Bhagavatam,
Srila Prabhupada faz questão de
enaltecer a posição de Mahadeva e
suas qualidades como o melhor dos
devotos. “O Senhor Shiva é descrito
aqui como o melhor dos cavalheiros
porque não tem inveja de ninguém, é
igual para com todas as entidades
vivas e todas as demais boas
qualidades estão presentes em sua
personalidade. A palavra Shiva
significa ‘todo-auspicioso’. Ninguém
pode ser inimigo dele, pois ele é tão
pacífico e renunciado que nem
mesmo constrói uma casa… A
personalidade do Senhor Shiva
simboliza o melhor que há em termos
de gentileza (Srimad-Bhagavatam
4.2.1)”.
Dessa maneira, Shiva é adorado
pelos devotos de Krishna como um
grande mestre. Srila Prabhupada
explica que “todos os devotos do
Senhor Krishna também são devotos
do Senhor Shiva… O devoto do
Senhor Krishna não desrespeita o
Senhor Shiva, mas o adora como o
devoto mais elevado do Senhor
Supremo. Consequentemente, sempre
que o devoto adora o Senhor Shiva,
ele o faz para obter o favor de
Krishna, e não benefícios materiais
(Srimad-Bhagavatam 4.24.30)”.
Ainda no mesmo comentário, Sua
Divina Graça diz que “o devoto deve
receber o mesmo grau de respeito que
a Suprema Personalidade de Deus e,
às vezes, até mais. Na verdade, o
Senhor Rama, a própria
Personalidade de Deus, certas vezes
adorava o Senhor Shiva. Se até o
Senhor adora Seu devoto, por que
outros devotos não deveriam adorar
um devoto no mesmo nível que
adoram o Senhor?”.
Essa posição como o número um
entre os adoradores de Krishna é
reforçada por Narada Muni: “Desejas
somente a satisfação do Senhor
Krishna. Eloquentemente oras apenas
para continuar a ser um devoto puro
do Senhor. O que mais posso dizer?
És muito querido pelo Senhor
Krishna, e, por receberem a tua
misericórdia, muitos outros também
se tornaram queridos por Krishna”.
(Brhad-bhagavatamrta) No Skanda
Purana, Krishna declara: “Ouça-Me,
ó Shiva! És tão precioso para Mim
como Meu próprio corpo. Aquele que
é querido por ti é até mais querido
para Mim. Eu permito que
permaneças em todas as Minhas
moradas. Na verdade, és o protetor e
mantenedor de todos os dhamas.
Aquele que diz ser Meu devoto, mas
te desconsidera, só está fingindo
devoção a Mim”. Já no Adi Varaha
Purana, o Senhor Supremo diz:
“Como podem aqueles que não
mostram respeito ao Meu devoto
mais elevado, o Senhor Shiva,
tornarem-se devotados a Mim?”. No
Ramayana de Tulasi Dasa, Sri Rama
confessa: “Com as mãos postas, eu
revelo outra doutrina secreta – sem
adorar Shankara [o Senhor Shiva],
um homem não pode alcançar
devoção a Mim”. Deste modo, Shiva
pode nos ajudar a obter a devoção ao
Senhor Krishna e Suas expansões.
Capítulo 4
OFENSA E CASAMENTO
ESSA REVERÊNCIA A
Mahesvara, infelizmente, não é
compartilhada por todos. A célebre
ofensa de Daksha, líder dos
prajapatis, criticando duramente a
conduta de Shiva, é um exemplo
clássico. Na história, Daksha, que era
sogro de Shiva, sentiu-se desonrado
pelo genro, que não se levantou para
prestar reverências em sua chegada.
Na verdade, Shiva e Brahma não o
fizeram por serem superiores a
qualquer um neste mundo, exceto
Vishnu. Mas Daksha, iludido,
pensava que seu genro era
subordinado a ele. Irado, disse que
Shiva vivia em lugares imundos, ao
lado de fantasmas e demônios, nu
como um louco, rindo, chorando,
untado com cinzas de crematório,
sujo e inauspicioso. Tais ofensas não
foram bem aceitas por Nandi, que
amaldiçoou os brahmanas. Shiva, no
entanto, repreendeu seu devoto,
dizendo: “Não deves ficar irado com
os brahmanas, porque eles são
sempre nossos superiores. Quem sou
eu? Quem és tu? Quem são esses
brahmanas? Todos somos partes
integrantes da Alma Suprema. Eleva-
te sobre o conceito da dualidade e
torna-te iluminado. Vê tudo pelos
olhos do conhecimento
transcendental. Situa-te no teu eterno
eu e evita as qualidades
fundamentadas na matéria, tais como
a raiva”. (Skanda Purana)
Posteriormente, foi a vez de Sati, sua
esposa, mostrar sua intolerância às
ofensas de seu pai. Considerando-se
impura por ser descendente de um
ofensor, Sati se autoimolou,
despertando, então, a ira de seu
marido, que, com a ajuda de seus
polêmicos associados, destruiu um
grande sacrifício que estava sendo
realizado por Daksha. Afinal, de que
adiantam pomposas cerimônias e
imensas recepções festivas se um
devoto é ofendido?
Viúvo e desconsolado, Shiva
volta para sua intensa meditação. Sati
reencarna como Parvati, filha de
Mena e Himavan, num momento de
grande aflição para os devas, que
precisavam urgentemente que ela se
casasse com Shiva e gerasse um filho
(Skanda, também chamado de
Kartikeya), que seria o algoz do
demônio Taraka. Pouco após o
nascimento de Parvati, Narada Muni,
como um bom vidente, visitou sua
casa e garantiu seu bom futuro. Disse
o sábio que a filha do rei Himavan
seria um exemplo para todas as
mulheres do mundo e viveria uma
eterna vida de felicidade conjugal,
com um marido muito respeitado e
altamente adorado. O rei questionou
quem era, e Narada assegurou que se
tratava de uma pessoa sem-teto, mal
vestida ou simplesmente nua, coberta
por cinzas, furiosa, acompanhada por
cobras e demônios. Após um quase
desmaio de Mena e Himavan, Narada
garantiu que alguém muito respeitado
e altamente adorado e ao mesmo
tempo com esses atributos só podia
ser o Senhor Shiva.
Sabendo que Shiva só pode ser
conquistado pela prática de
austeridades, Parvati começou uma
intensa jornada para obtê-lo como seu
esposo. Enquanto isso, Kamadeva, o
cupido, aproximou-se de Mahadeva,
tentando acelerar o desenvolvimento
do relacionamento deles, já que as
divindades permaneciam subjugadas
por Taraka e tinham muita pressa. O
cupido, instruído por Indra, o rei dos
deuses, acertou sua flecha, mas foi
incinerado pelo terceiro olho de
Shiva, que estava compenetrado em
sua meditação e não gostou da
intromissão. Porém, a partir da
flecha, o mestre espiritual do
universo não conseguia pensar em
nada mais além de Parvati, que
realizava inigualáveis austeridades.
Disfarçado de brahmacari e pronto
para testar a devoção de sua futura
amada, Shiva começou a se ofender
quando a garota lhe respondeu que
suas pesadas penitências eram
destinadas a obter Mahadeva como
esposo. “Como podes aceitar um
esposo que anda nu, não tem
antepassados conhecidos, possui
serpentes ao seu redor, utiliza cinzas
em seu corpo, associa-se com
fantasmas, monta um touro e vive em
cemitérios? Como uma pessoa dessas
é compatível contigo? Eu te
aconselho a desistir imediatamente
desse homem”. (Skanda Purana)
É curioso como Daksha e aqui o
próprio Shiva fazem basicamente o
mesmo tipo de comentário ofensivo
repetido até hoje por várias pessoas.
No Srimad-Bhagavatam (8.7.33) é
dito que “pessoas magnânimas e
autossatisfeitas, que pregam para o
mundo inteiro, pensam
constantemente em teus pés de lótus
(de Sri Shiva) dentro de seus
corações. Entretanto, quando aqueles
que não conhecem tua austeridade te
veem andando com Uma,
confundem-te com alguém luxurioso,
ou quando te veem perambulando
pelos crematórios, pensam que és
cruel e invejoso. Com certeza, eles
são descarados que não podem
entender tuas atividades”. No
comentário a este verso, Srila
Prabhupada reforça que Shiva é o
vaishnava mais elevado e “nem
mesmo a pessoa mais inteligente
pode entender o que um vaishnava do
quilate do Senhor Shiva está fazendo
ou como ele age. Aqueles que são
dominados pela ira e desejos
hedonistas não podem avaliar as
glórias do Senhor Shiva, cuja posição
é sempre transcendental… Aquele
que tenta criticar as atividades do
Senhor Shiva é um descarado”.
Ao ouvir o “brahmacari”,
porém, Parvati coloca Shiva em seu
devido lugar: “Ó brahmana, não fales
assim! Uma pessoa entra na mais
escura região da ignorância ao
blasfemar Mahadeva. Escuta-me com
atenção para que sejas absolvido de
teus pecados. O Senhor Shiva é a
causa primordial deste mundo, e
ninguém, portanto, pode traçar sua
origem ou família. Todo o universo é
englobado em sua forma, em virtude
do que ele não pode ser considerado
nu. O cemitério é o símbolo deste
mundo de nascimentos e mortes. Ele
reside lá por compaixão para com os
seres vivos. Dharma tem a forma de
um touro, daí o Senhor Shiva ter um
touro como montaria, já que ele é o
mestre dos princípios religiosos.
Serpentes são comparadas aos
defeitos da existência material. O
Senhor Shiva mantém estes sob seu
controle. Vários rituais religiosos são
seus cabelos emaranhados, e seus três
olhos são os três Vedas. É por essa
razão que eu adoro o Senhor Shiva, e
também devias fazê-lo (Skanda
Purana)”.
Satisfeito, Shiva se revela e diz:
“Ó garota gloriosa, sou teu escravo!
Comanda-me como queiras”.
Rumando para a casa dos pais de
Uma (Parvati), Shiva pede
formalmente sua mão em casamento,
e Himavan, a personificação dos
Himalaias, aceita e começa a preparar
a cerimônia. Todos os devas e
habitantes celestiais comparecem à
grande e peculiar festa. Gandharvas
cantavam e apsaras dançavam, mas
fantasmas, demônios e bestas
chegavam como convidados. A mãe
de Parvati ainda não conhecia seu
genro. Primeiramente, ela avistou o
belíssimo Visvavasu, rei dos
gandharvas. Porém, descobriu que
aquele lindo homem, que poderia
muito bem ser seu genro, era apenas
um cantor, que gostava de entreter
Shiva! Depois ela avistou Kuvera,
Yama, Varuna, Surya, Candra, mas
desvendou que nenhum deles era o
seu futuro genro. Mena ficou ainda
mais ansiosa. Se aqueles eram apenas
os convidados, imagine o noivo!
Finalmente, Sri Bholenath entrou em
cena, e Narada pôde mostrar a ela
quem era o escolhido de sua filha.
Mena caiu inconsciente. Cercado por
fantasmas e seres deformados, Shiva,
que caminha ao lado de tais criaturas
por ser o mais misericordioso e não
discriminar ninguém, apareceu com
suas cinco cabeças, corpo coberto por
cinzas, três olhos, muitas armas, a
Lua adornando seu cabelo, vestindo
apenas uma pele de tigre e guirlandas
de caveiras. “Que desgraça eu causei
para merecer um ser de aparência tão
terrível como esposo da minha
adorável e lindíssima filha? Não
permitirei que ela se case com um ser
tão estranho!”. (Shiva Purana)
Vishnu foi pacificar a anfitriã,
enquanto Narada Muni pedia a Shiva
que mostrasse sua verdadeira forma,
visível apenas àqueles devotados à
Verdade. Quando o fez, Mena viu
que seu corpo brilhava como milhares
de sóis, e uma coroa cintilava em sua
cabeça. Suas roupas eram
resplandecentes, e suas joias
deixavam as estrelas envergonhadas.
Mena pediu desculpas e, com a
supervisão de Brahma, a cerimônia
de casamento aconteceu, para alívio
de todas as divindades, que
esperavam ansiosamente pela prole
do casal.
Esta noite em que Shiva se
casou com Parvati é o momento mais
celebrado por todos os adoradores de
Mahadeva como o Maha Shiva-ratri.
O Srimad-Bhagavatam descreve que
mesmo Nanda Maharaja observou a
adoração a Shiva neste dia, ao lado
dos pastores de vacas, em
Ambikavana. Srila Prabhupada, em
uma caminhada matinal em Mumbai,
em 1974, comentou que os pastores e
Nanda Maharaja aumentaram o seu
apego por Krishna ao observarem o
Shiva-ratri. No Hari-bhakti-vilasa, é
dito que “se alguém, sendo um
vaishnava, jejua na noite de
Mahadeva; pela misericórdia dele [o
Senhor Shiva], que está sempre
nadando no mar da doçura da
devoção por Krishna, a devoção do
vaishnava ao Senhor Supremo
aumenta rapidamente”. O mesmo
livro afirma que “seja qual for a
deidade do Senhor Shiva que possa
ser encontrada neste planeta Terra; na
noite deste décimo quarto dia da
quinzena escura do mês de Phalguna,
o Senhor Shiva, que é uma divindade
líder, entra nela. Por isso, este dia é
muito querido pelo Senhor Hari”.
Srila Prabhupada comenta que
“na sociedade hindu, as moças
solteiras ainda são ensinadas a adorar
o Senhor Shiva com o objetivo de
obter esposos como ele. O Senhor
Shiva é o esposo ideal, não no sentido
de riquezas ou gozo dos sentidos, mas
porque ele é o maior de todos os
devotos (Srimad-Bhagavatam
3.23.1)”. Fiéis do Senhor Shiva
observam estrito jejum neste dia, e
passam a noite em vigília cantando os
nomes de Mahadeva e adorando o
linga com água, leite, iogurte e mel,
como pedido pelo próprio Sri Shiva.
Capítulo 5
ORAÇÕES E
ENSINAMENTOS DE SRI
MAHADEVA
A REALIZAÇÃO DO festival
de Shiva-ratri no templo da ISKCON
na cidade de Belo Horizonte tem sido
uma experiência única. Após o
primeiro, os devotos se perguntavam
por que não fazíamos isso antes. É
notório que Srila Prabhupada foi
enfático ao estabelecer os padrões de
adoração nos templos de sua
sociedade internacional e sabia bem
que, naquele momento, tudo tinha
que ser feito com muito cuidado,
evitando qualquer confusão entre os
devotos. Porém, realizando de uma
maneira madura e dentro do
estabelecido por Srila Prabhupada, há
apenas benefícios. O festival que
fazemos é extremamente agradável e
vaishnava. As Deidades do templo
têm o seu arati normal e, após as
cortinas se fecharem, explicamos um
pouco sobre a data, sobre o Senhor
Mahadeva e o linga. Contamos com
um belo linga que o consulado
indiano nos empresta e ela recebe as
guirlandas maha-prasada de Sri
Jagannatha e Seus irmãos. A prasada
oferecida a ele foi também a maha-
prasada de Sri Jagannatha, e até
mesmo as rudraksas foram colocadas
nos pés das Deidades.
Adoramos o Senhor Shambhu
como ele é: o maior dos vaishnavas.
Durante o banho do linga, com mel,
leite, iogurte e água, além de flores
vermelhas, cantamos o maha-mantra
e, ao final, entoamos um mantra de
Shiva, adorando-o como o guardião
de Vrindavana. Este dia tem sido
celebrado por vários templos da
ISKCON ao redor do mundo e é uma
excepcional oportunidade para deixar
claro a todos o papel de Shiva como o
maior dos devotos e Krishna como o
Supremo. Pode-se ainda aproveitar a
atração de Shiva entre os praticantes
de yoga e reforçar essa posição de
servidão dele, acabando também com
as associações simplistas que fazem
dele apenas com ganja, kundalini e
fantasmas. Os templos da ISKCON
podem fazer, em ocasiões especiais,
cerimônias ou pujas respeitando e
adorando divindades como grandes
vaishnavas, desde que isto seja
precedido por uma introdução,
precisamente para trazer pessoas ao
vaishnavismo e não como um
substituto para isso. Propriamente
conduzidas, elas são favoráveis à
consciência de Krishna e não devem
ser rejeitadas.
O Senhor Shiva certamente fica
ansioso por se associar com os
vaishnavas em sua forma original, e
não apenas como suas manifestações,
como Sri Advaita Acarya. Assim
como Nanda Maharaja aumentou seu
apego por Krishna ao realizar o
Shiva-ratri, oremos para que Sri
Mahadeva nos dê um pouquinho de
sua imensa devoção por Sri Govinda,
para que possamos, cada vez mais,
caminhar em direção ao lar – de volta
ao Supremo.
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