Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Docente:
Discente: Aline Braida Bulhões
No entanto, Marco Nery (2009), traz uma reflexão sobre entorno da questão do
aumento de produtividade da agricultura no Brasil, verificando a questão de acordo com
“os debates em torno de um aproveitamento mais racional da terra, como também de
todas as atividades ligadas à vida no campo”, isso ainda no século XIX (NERY, 2009, p.
26). Deste modo, o autor registra a criação dos Aprendizados Agrícolas e das Escolas de
Aprendizes e Artífices, no qual “a primeira buscava formar o trabalhador agrícola, já a
segunda almejava a formação do trabalhador urbano”. (Idem, p. 26).
Por fim, Mendonça (2006) sublinha também que, uma nova ressignificação do
ensino agrícola (1930 – 1950), aquela em que o ensino aborta seu “sentido escolar”,
sendo atribuído a ele outro sentido. E, como afirmou Mendonça (2006), nessa última
ressignificação “consagrava-se não apenas como instrumento de negação dos conflitos
sociais no campo, mas também como ratificador da identidade subalterna do trabalhador
rural, em relação a todos os demais trabalhadores”. (Idem, p. 111).
Para concluir, grifa-se aqui, de modo geral, as considerações de Sobral (2009)
sobre a importância da compreensão do processo histórico do ensino agrícola no Brasil,
no qual, o autor recorda que o curso Técnico em Agropecuária foi criado para atender as
demandas do capital agroindustrial, mas que “necessita redirecionar seu projeto
pedagógico, orientando uma formação menos utilitária e mais emancipatória”. Acredita-
se, como Sobral, que esse movimento do ensino agrícola ainda permite “pensar e
desenvolver o trabalho como princípio educativo, aproximando a metodologia de ensino
aos princípios da politecnia”, essa seria, de modo geral, uma maneira de disputar o
significado do ensino agrícola para o interior da classe trabalhadora rural e urbana.
(SOBRAL, 2009, p. 94).
Referências Bibliográficas
NERY, Marco Arlindo Amorim Melo. Aprendizados e patronatos: um cotejo entre dois
modelos de ensino agrícola das primeiras décadas do século XX (1911-1934). Revista
Tempos e Espaços em Educação, v. 2, janeiro/junho, 2009. pp. 25 – 32.