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Unidade II
3 TIPOS DE TEXTO
Os tipos de texto obedecem a uma estrutura padrão para serem construídos, dividindo-se basicamente
em descrição, narração e dissertação. Eles são realizados conforme os objetivos que se tem com eles.
3.1 Descrição
• de interior (ambiente);
• de paisagem;
• de cena.
As descrições podem ser impressionistas, que são de caráter subjetivo, é a impressão da realidade no
autor do texto, e expressionistas, que são “objetivas e reproduzem a realidade captada pelos sentidos e
analisadas pelo raciocínio” (NADÓLSKIS, 2009, p. 153).
Para fazer boas descrições de pessoas, também chamadas de retrato, devem‑se destacar traços
importantes, que realmente caracterizem a pessoa retratada e transmitam uma visão do todo, passem
uma impressão sobre ela. Deve‑se ter o cuidado, no entanto, de não acumular detalhes supérfluos.
Nadólskis (2013, p. 153) explica que é possível descrever uma pessoa como tipo, e não como
personagem. “É apresentada como um modelo que tem as características essenciais de todas as pessoas
da mesma espécie – um mendigo, um político falador e vazio, por exemplo”.
Sala de estar, uma biblioteca, um quarto de dormir são ambientes passíveis de descrições. Deve‑se
poder enxergar o ambiente a partir do texto feito em referência aos locais.
Quando descrevemos um lugar, devemos apontar se o local é fechado ou aberto. Caso seja um local
fechado, nós o denominaremos ambiente; se for um lugar a céu aberto, chamaremos de paisagem. A
paisagem, por sua vez, pode ser rural (campestre) ou urbana (vista que se tem de uma cidade).
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Unidade II
• Dinamização: ocorre nas descrições de cena e caracteriza‑se pela sucessão de fases ou aspectos
relativos ao mesmo fato.
A descrição pode ser literária ou técnica, segundo sua finalidade. A literária quase sempre é mais
subjetiva, enquanto a técnica prima pela objetividade. A descrição técnica interessa aos estudantes, pois
pode ser usada em momentos específicos de seu trabalho. Por exemplo, quando se tiver que fazer um
relatório de algum acontecimento e descrever minuciosamente determinado fato ou local. Ela também
é muito usada em manuais técnicos.
Nas descrições técnicas, geralmente se usa linguagem científica, precisa. Pode‑se com ela descrever
aparelhos, peças que compõem aparelhos, funcionamento de experiências, mecanismos. Segundo Garcia
(2009a), a descrição técnica destaca não só os itens essenciais do objeto de modo a não confundi‑lo com
outro, como também suas funções mais importantes. Devem ser usadas palavras que não apresentem
dúvidas de interpretação e frases que transmitam de modo inequívoco as informações desejadas.
Descrição física
A moça era mesmo muito alta, tão alta quanto as árvores do calipal, vistas de longe, é claro. As canelas
eram finas, finas. Seus cabelos eram eriçados e amarelos como os do milho perto de serem colhidos.
Descrição psicológica
Apesar desses traços esquisitos, Vanina era de uma doçura sem par. Quando ela perdeu a mãe, aos
12 anos, jurou que ninguém ia fazer com ela como a mãe fazia, de ficar tratando mal. E é assim que ela
ganhou o apelido de mainha dos meninos que viviam na rua.
Descrição de pessoa
“Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves”. Era assim que o
primeiro presidente brasileiro eleito indiretamente após a ditadura militar, em 1985,
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
disse que queria ser lembrado. Se estivesse vivo, Tancredo, avô do governador de
Minas, Aécio Neves (PSDB), completaria 100 anos no dia 4 de março de 2010.
Descrição técnica
Descrição de paisagem
Do alto do edifício em que trabalho, avisto, todos os dias, uma das mais
importantes avenidas da cidade de São Paulo.
Hoje, nesta manhã nublada, a poluição, mais do que nunca, domina o ambiente,
e posso ver daqui de cima os grandes edifícios aparentemente cinzentos, mas
imponentes e gigantescos, que se estendem por toda a avenida.
Descrição de ambiente
Descrição de objeto
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Unidade II
Descrição x definição
Não confundir descrição com definição. A definição é o que vem no dicionário sobre determinada
palavra. Já a descrição fala em pormenores sobre um determinado objeto, e não sobre todos os objetos
da mesma categoria. Por exemplo, a palavra “mulher” no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e
significa indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do
aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc.
Se tiver que descrever uma mulher, você deverá saber qual é essa mulher. Também poderá fazê‑lo a
partir de lembranças ou de suposições, da criação de uma mulher para o exercício.
Definição Descrição
Casa
Era a própria encarnação da minha avó. Branquinha e de
Edifício de formatos e tamanhos variados, geralmente de
janelas azuis, era toda paz, como era minha vovó com
um ou dois andares, quase sempre destinado à habitação. seus lindos cabelos brancos e sapatinhos pretos.
Carro
Veículo que se locomove sobre rodas para transporte de Aquele era todo amarelo forte, mais forte que cor de
passageiros ou de cargas. canarinho e tinha um ronco de fazer acordar a vizinhança.
Menino
Que coisa mais linda era o menininho de cabelinhos
Criança ou adolescente do sexo masculino; garoto, guri, cacheadinhos, todo loiro! Gordinho, comia as mãos
miúdo. quando olhava para as pessoas, como se pedisse comida.
3.2 Narração
Em um texto narrativo, sempre deve existir um fato vivido por personagens em determinado tempo
e espaço, o qual é contado por um narrador presente ou não na história; pode participar da história
contada, como narrador‑personagem, ou pode contá‑la de fora, como narrador‑observador.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
• Narrador
O enredo normalmente tem como início uma apresentação, em que se estabelece o fato, depois passa
por uma complicação, fase de conflitos entre as personagens, chega ao clímax, que é um momento de
grande tensão, e termina com o desfecho, parte em que a história tem seu final.
O narrador, ao transmitir a fala das personagens, pode fazê‑lo por intermédio do discurso direto, do
discurso indireto ou do discurso indireto livre.
A presença desses elementos é o mínimo para que determinado texto seja considerado uma narração.
A qualidade da narrativa, no entanto, fica por conta da articulação desses elementos, feita por meio de
uma linguagem adequada.
• fato (o quê?);
• personagens (quem?);
• narrador;
• tempo (quando?);
Observação
A galinha Cocoricó estava há dias chocando seu ovo, quando ouviu um barulhinho:
A casca do ovo foi se partindo e uma frágil criaturinha começou a dar sinal de vida.
Acompanhe o exemplo sobre as partes da narração apontado por Andrade e Henriques (2010, p. 125)
no poema Pardalzinho, de Manuel Bandeira (1974, p. 265):
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos,
Foram cuidados em vão;
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
Pardalzinho
O pardalzinho nasceu
Apresentação
Livre. Quebraram‑lhe a asa
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Veja que a narração não aparece apenas nos contos, romances ou outros tipos de prosa. Ela aparece em
letras de música. Há uma música de Gilberto Gil, chamada Domingo no Parque, que é uma narrativa completa.
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Unidade II
Desfecho
Amanhã não tem feira – ê, José
Não tem mais construção – ê, João
Não tem mais brincadeira – ê, José
Não tem mais confusão – ê, João
Lembrete
Elementos da narrativa
Linguagem do cinema
Há textos em que é quase possível enxergar uma cena de filme. Cada vez mais as narrativas
contemporâneas vêm incorporando essa maneira “cinematográfica” de contar uma história.
Castilho, o ministro toureiro que prometia vida melhor aos brasileiros. Tateei
o telegrama sem a menor disposição de abri-lo já que, segundo os últimos
acontecimentos, nele sim estaria a passagem para uma mudança, para uma
(temida?) transformação. Imagens da infância. Lembranças, família, Brasil...
Abri o telegrama.
“Precisamos muito de você.
Volte, por favor.
Sandra C.” (PAIVA, 1992, p. 65).
A internet permitiu que muitas pessoas passassem a escrever, por meio de histórias criadas por
escritores não profissionais que publicam na rede. Já se falam em novos gêneros de textos, como os
fanfictions, ou fanfics. Esses autores baseiam-se em outros contextos, como letras de músicas, romances,
poemas, produções audiovisuais das mais variadas, revistas em quadrinhos, entre outros, e nasce da
vontade de um fã dar continuidade a uma história.
Nas narrativas, sempre há muitos diálogos, conversas, e também alguém dizendo algo que outra
pessoa (personagem) falou. Vamos entender então como usar o discurso direto e o discurso indireto.
Quando vamos escrever o que foi escrito ou dito por outra pessoa, podemos fazê‑lo exatamente
como a pessoa disse, repetindo as palavras. Esse é o discurso direto.
Exemplo:
• O aumento dos combustíveis não poderá ultrapassar o índice anualizado da inflação – disse o
ministro da Fazenda.
Dessa forma, as palavras do ministro foram reproduzidas da mesma forma como ele as pronunciou.
Outra possibilidade seria escrever o que o ministro disse de outra maneira, de forma indireta. Este é o
discurso indireto:
• O ministro da Fazenda disse que o aumento dos combustíveis não poderá ser maior do que o
índice anualizado da inflação.
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Unidade II
Discurso direto
Exemplos:
• Gostaria muito de comprar um carro novo neste ano – ele me disse isso em 2006.
Discurso indireto
Exemplos:
• Em 2006, ele me disse que gostaria muito de comprar um carro novo naquele ano.
• A secretária disse que não acredita que o seu chefe volte hoje.
O discurso indireto livre também é chamado de semi‑indireto. Nele, “a fala da personagem ou parte
dela inclui‑se no discurso indireto pelo qual o autor apresenta os fatos” (NADÓLSKIS, 2013, p. 168). Além
disso, a fala não é diferenciada nem por aspas nem graficamente do discurso indireto do narrador, e não
é introduzida por um verbo de declaração (falou, declarou, disse, argumenta etc.).
[...]
Esse tipo de discurso é o mais difícil de ser redigido e alguns autores dizem que nele, que não tem
nenhum tipo de marcação, o autor capta o pensamento da personagem em um texto em terceira pessoa,
sem dar nenhum sinal disso, sem aspas, sem travessão, nada. É muito comum em textos contemporâneos.
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Unidade II
Saiba mais
3.3 Dissertação
Dissertação expositiva
Nesse tipo de texto, o autor apenas informa o leitor sobre determinado tema, sem o propósito de
convencimento, não é importante obter adesões ao seu ponto de vista.
Vejamos um exemplo:
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Dissertação argumentativa
Nesse tipo de texto, apresentam‑se o debate e a discussão de uma ideia, assunto ou doutrina.
O objetivo é influenciar e persuadir, conquistar o leitor da mensagem. Possui, por isso, argumentos
que levam o leitor a mudar de ideia em relação a algo ou a adotar outra forma de pensamento, e
tantas outras possibilidades.
• Introdução, apresentação ou prólogo: etapa em que se destaca a ideia, objeto das considerações
do autor para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido.
• Desenvolvimento, análise ou explanação: parte que trata do assunto de forma completa com
a apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos. É a fase de reflexão, e apoia‑se em
testemunhos, exemplos, autoridades, estatísticas e outros dados.
• Conclusão ou fecho: é a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da ideia central,
apontada no início. Deve estar apoiada no que foi dito.
Exemplo de aplicação
Imagine que na empresa em que você trabalha surgiu uma vaga para a área de gerência comercial,
área com a qual você já teve experiência em seu emprego anterior. Você precisa informar que deseja
ocupar a vaga e convencer os responsáveis de que é a pessoa ideal para a atividade. Como fazer uma
dissertação assim?
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Unidade II
Proposta tímida
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo vem de ingressar no debate acerca
da reforma tributária, propondo – nas mesmas linhas de sugestão feita pelo tributarista
Ives Gandra da Silva Martins há cerca de um ano – uma estrutura fiscal de apenas cinco
impostos: sobre renda, patrimônio imobiliário, circulação de mercadorias, propriedade
imobiliária urbana e sobre terra.
Portanto, a proposta não constitui, a rigor, uma inovação, mas apenas um corte no
número de impostos; mantém a mesma filosofia tributária e os mesmos métodos de
apuração que existem hoje.
É preciso, nesse sentido, uma proposta mais abrangente e ousada, capaz não apenas de
reduzir custos e aumentar a eficiência da arrecadação, mas, principalmente, de maximizar
o universo de contribuintes e, assim, minimizar as alíquotas. Os cinco impostos da sugestão
da Fiesp, contudo, permitem a sobrevivência de quase todos os custos, desvios e distorções
atuais – exatamente aquilo que se pretende superar com a discussão de novos rumos para
a sistemática tributária brasileira.
Esse é um texto argumentativo, pois o jornal está sendo contrário a pontos da reforma e sugere
alterações. O assunto apresenta-se no primeiro parágrafo, e a discordância se caracteriza a partir do
segundo, com a palavra “porém”. Nos parágrafos subsequentes estão os argumentos. A conclusão
aparece no quinto parágrafo, de “é preciso” até “alíquotas”.
Sem dúvida, uma reportagem antiga, mas que se aplica perfeitamente ao cenário atual!
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Quadro 5
Retrato verbal – imagem: Fatos – pessoas e ações que Ideias – exposição, debate,
Conteúdo aspectos que caracterizam, geram o fato e as circunstâncias interpretação, avaliação.
específico singularizam o ser ou objeto em que este ocorre: tempo, Explicar, discutir, interpretar,
descrito. lugar, causa, consequência etc. avaliar ideias.
• Observação. • Imaginação (casos fictícios).
Faculdade Predomínio da razão, reflexão,
humana • Percepção. • Pesquisa. raciocínio, argumentação.
• Relativismo desta percepção. • Observação (casos reais).
• Coleta de dados. • Levantamento (criação ou
pesquisa) dos fatos.
• Seleção de imagens, aspectos • Levantamento das ideias.
• Organização dos elementos
Trabalho de — os mais singularizantes. narrativos (fatos, personagens, • Definição do ponto de vista
composição ambiente, tempo e outras dissertativo: exposição,
• Classificação – enumeração discussão, interpretação.
das imagens e/ou aspectos circunstâncias).
selecionados. • Classificação – sucessão.
Dissertação científica:
Narração artística: objetividade, coerência, solidez
Descrição subjetiva: criação, subjetividade, criação, fatos na argumentação, ausência
estrutura mais livre.
Formas fictícios. de intervenções pessoais,
Descrição objetiva: precisão, emocionais, análise de ideias.
Narração objetiva: fatos,
descrição e modo científico. fidelidade. Dissertação literária:
criatividade e argumentação.
3.4 Resumo
A língua possibilita substituirmos afirmações, locuções, formas compostas, como “tinha sido” por “fora”,
por exemplo, “na nossa língua vernácula” por “em português”, e tantas outras “delongas”, digamos. Tudo isso
torna o texto mais longo e dificulta a busca por maior clareza, expressividade e melhor compreensão do leitor.
Esses pormenores, geralmente, nada acrescentam à essência do conteúdo, mas aumentam o texto.
Precisamos de um texto breve, que proporcione uma comunicação rápida. Se pensarmos em tempos
de redes sociais então, quantas palavras temos paciência e vontade para ler? Quantas linhas, no máximo,
você consegue ler, sem parar? Isso quando estamos nos comunicando e escrevendo rapidamente.
Também há momentos de estudo e de aprofundamento de temas que precisamos, gostamos ou queremos
conhecer, mas precisamos desenvolver nossa capacidade de síntese, seja falando, seja escrevendo.
Assim, podemos escrever de forma mais breve e com menos pormenores. Para isso, podemos resumir
os materiais. Qual tipo? Livros, capítulos de livros, monografias e teses, relatórios específicos e tantos
outros disponíveis por aí.
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Unidade II
Para os resumos de trabalhos acadêmicos, existe uma norma da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) específica para isso, a NBR 6028, acentuando que o resumo é a apresentação concisa
de pontos relevantes de um documento e sempre é acompanhado de palavras-chave, quando se trata
de artigos acadêmicos e científicos. As palavras-chave devem ser representativas do conteúdo do
documento e devem ser evitadas as que já figuram no título (ABNT, 2003).
• crítico: faz análise interpretativa de um texto, geralmente feita por especialistas. É também
denominado resenha ou recensão (quando analisa apenas uma edição entre várias).
• indicativo: resume apenas os pontos principais. Usual em prospectos e catálogos e não dispensa
a consulta ao original, pois não apresenta dados quanti e qualitativos.
Para fazer um bom resumo, leia o texto uma, duas, três vezes. Comece pesquisando as palavras
desconhecidas, veja se são necessários conhecimentos anteriores que você não tem e pesquise, até
compreendê‑lo convenientemente. Para fazer um bom resumo, deve‑se compreender adequadamente
o texto. Não há como fazê‑lo sem atender essa condição.
Inicie buscando a ideia principal, o mote central que move o texto, que o levou ao resultado. A ideia
principal do autor deve aparecer logo no início, e é imprescindível usar a terceira pessoa do singular, de
preferência em frases afirmativas.
Encontrada a ideia principal, deve‑se eliminar tudo o que não é essencial para a compreensão
dela, como excesso de exemplos, afirmações repetidas do autor, dados que se desviem do tema
central do texto.
Quando conseguir determinar o que realmente é importante, escreva o resumo com palavras com
as quais está mais acostumado a usar; faça o resumo após a leitura, para não ficar influenciado pelas
palavras do autor. Use vocabulário próprio, com sua forma de escrever. Utilize frases curtas e linguagem
clara e breve, na ordem direta. Revise seu texto, comparando‑o com o texto original.
Se o trabalho referir‑se apenas a um trecho, faça o resumo parágrafo por parágrafo. Tire as ideias centrais
de cada um deles, que devem estar no início ou no fim, mas também podem estar diluídas no texto.
Para resumir textos maiores, capítulos ou um livro inteiro, procure observar o plano do autor para escrever.
Técnica de sublinhar
A técnica de sublinhar ajuda bastante quem não tem prática em fazer resumos. Basicamente,
trata‑se de marcar as frases mais importantes, a ideia central. Pode‑se até escrever uma palavra ao
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
lado que determine o significado daquele parágrafo. Pode‑se usar canetas coloridas, uma cor para
marcar a ideia central, outra para ideias secundárias e outra, ainda, para exemplos significativos, e
assim por diante.
Após sublinhar, parte‑se então para reescrever o texto, a partir das anotações. As recomendações
anteriores também servem para a técnica de sublinhar. Deve‑se ler o texto e verificar se está em
conformidade com o original. Escreva com suas palavras.
Para fazer um esquema, as dicas anteriores devem ser seguidas e a compreensão total do texto é
imprescindível. Siga os seguintes passos:
• ter uma compreensão das partes do texto, pois sem isso não é possível esquematizar;
• criar flexibilidade e funcionalidade (para que rapidamente se tenha uma ideia do conteúdo).
Texto em destaque
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Se o professor dá o tema e não sugere roteiros, o resultado é desanimador, mesmo que o aluno tenha
as palavras e conhecimentos gramaticais.
Algumas indicações, que vêm do mundo acadêmico, podem ser úteis para escrever nossos resumos, entenda:
• Confrontar a síntese com o original para que nada de importante falte no resumo.
Saiba mais
Observação
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Unidade II
Figura 15 – Você pode desenvolver sua própria maneira de marcar os textos para facilitar o seu trabalho
Aqui entramos na parte geralmente mais difícil, do ponto de vista dos estudantes, que são convidados
a refletir sobre temas e assuntos que não estão acostumados e devem escrever as suas próprias resenhas.
Uma resenha não é um resumo. As resenhas partem de um material anterior, um texto, um filme,
um livro, e o autor faz uma crítica pessoal a respeito, mas não escreve isso em primeira pessoa, o texto
é sempre em terceira pessoa. Uma resenha, também chamada de resenha crítica, é uma síntese geral
informativa e avaliativa que pressupõe crítica, opinião.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Podemos comparar as resenhas que fazemos em nossas atividades para as disciplinas, com os textos
acadêmicos, para os quais as resenhas compõem-se como
A resenha deve ser composta de uma rápida introdução sobre o tema, com as referências bibliográficas
e dados sobre o autor; um breve resumo do conteúdo; análise com julgamentos de valores dos pontos mais
importantes (em obras literárias, estuda-se a construção das personagens, psicológica e sociais); apreciação
da obra quanto ao seu valor científico ou estético em visão crítica objetiva, imparcial, sem digressões, que
mais ressaltam as ideias do resenhador do que do resenhado; avalia-se a relevância da obra dentro da área
de atuação; apresenta-se ainda uma conclusão que abranja o valor do conjunto todo da obra.
Lembrete
A obra comenta em detalhes cada capítulo do livro, analisando todos os mitos e lendas
que Mário de Andrade adaptou do folclore indígena, africano e europeu, além de discutir os
desdobramentos da produção literária na cultura brasileira.
Como o nome indica, a série “Folha Explica” ambiciona explicar os assuntos tratados e
fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que
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Unidade II
fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e
consciente das circunstâncias do país.
Macunaíma é um dos livros mais importantes da literatura brasileira, por várias razões:
as rupturas narrativas de tempo, espaço e composição de personagem; a ruptura linguística,
que mistura o culto e o popular, o urbano e o regional, o escrito e o oral, contribuindo para
o estabelecimento de uma “fala brasileira”; a importância da narrativa como personagem
propriamente, já que o texto se assume como um relato e o narrador como seu relator; a
personagem, herói sem nenhum caráter, que se situa além do bem e do mal; o significado
geral da obra, que sintetiza uma reflexão crítica sobre a personalidade do homem brasileiro.
E poderíamos citar muitos outros motivos. O fato é que Macunaíma se inscreveu como
parte de nossa cultura, incitando polêmicas e desdobramentos em todas as gerações
subsequentes, mas sobretudo muita surpresa e prazer.
Com tantas grandezas envolvidas, tanto da obra como do autor, seria mesmo difícil
compreendê-los inteiramente num espaço pequeno como o deste livro, que deve ser
visto como uma iniciação à leitura de Macunaíma, ou um auxílio para sua compreensão
e interpretação. Por tratar-se de uma obra com muitas referências externas, é importante
contar com um suporte para a jornada de nosso herói sem caráter. Mas não é o caso, de
forma alguma, de substituir a fantástica viagem macunaímica por algum outro texto.
O dinamismo, o humor, as contradições, o aprendizado só pode acontecer a partir da
rapsódia - tudo mais é paralelo. Aliás, é assim com qualquer obra ou autor. Por mais que
se faça uma paráfrase detalhada, com análises e interpretações, como acontece neste
livro, a intenção é estimular a leitura e a discussão da obra, especialmente de uma obra
tão polêmica quanto Macunaíma.
As obras literárias não servem a nada nem a ninguém. A melhor maneira de lê-las,
fruí-las e entendê-las é com um sentido íntimo de liberdade, mesmo que tenham sido
recomendadas por professores, que sejam necessárias para o trabalho de pesquisa ou para
outros fins. Uma obra da dimensão de Macunaíma, mesmo quando sua leitura é obrigatória,
só poderá ser conhecida se, durante a leitura, o leitor desobrigar-se de algum objetivo final.
Cuidemos disso posteriormente, depois da leitura concluída.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Resenhas de filmes
Após o assassinato de seu filho, uma mãe jura vingança e justiça para quem
cometeu o crime. Cercando o trabalho da polícia local, ela não se conforma
com a falta de evidências de que o crime será solucionado. Ela toma, então,
uma decisão radical: contratar uma gangue de pistoleiros para que encontrem
e deem cabo das pessoas que mataram sua herdeira (TRÊS..., [s.d.]).
Veja que nas resenhas sobre filmes, exposições, teatro, normalmente são expostas apenas as
informações sobre a obra, em linguagem referencial. As críticas, essas sim, apresentam as opiniões dos
autores, tornando-se uma resenha crítica.
Os estudantes sempre questionam qual a finalidade de se colocar citações nos trabalhos acadêmicos.
Vamos conhecer um pouco a respeito.
O que podemos notar nesse trecho? Que foi escrito baseado no pensamento de outra pessoa, de
outro autor, no caso Domingos (2008). Nesse caso, não se trata de um autor acadêmico, mas de uma
matéria de revista. Observe que é uma citação indireta, e foi escrito com as próprias palavras de Garcia
(2010), sem utilizar os comentários ipsis literi do autor.
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Unidade II
Texto em destaque
[...] Pioneira no uso de refil para os produtos, a empresa de cosméticos Natura explora
conceito não tão novo. Fora da indústria da beleza, os fabricantes de bebidas utilizam refis
desde muito tempo, quando as garrafas eram entregues para se comprar um novo produto
no armazém ou em qualquer lugar. Hoje, a reciclagem de vidros faz parte desse papel.
Quem compra um produto pela primeira vez tem embalagem de melhor qualidade, em que,
posteriormente, poderão ser depositadas novas doses de produtos adquiridas sob a forma
de refil, com preço mais baixo. Para Bauman,
Aqui temos uma citação direta. Garcia (2010) destaca uma fala do autor Bauman (2007) para
justificar, corroborar o seu pensamento a respeito.
É por essa razão que precisamos usar citações em nossos trabalhos acadêmicos. Utilizamo-nos das
ideias de quem domina o assunto e já o estudou longamente para nos amparar em nossos comentários.
Citações diretas e indiretas são as principais. Existe ainda a citação de citação, o famoso apud,
quando um autor se refere a outro. Você deve evitar esse tipo de citação, pois indica que você não foi
buscar a fonte original, e isso não é bem-visto no meio acadêmico.
Agora que você conhece a razão de usarmos citações, saiba que elas possuem regras e formas
para serem aplicadas nos trabalhos acadêmicos. Da mesma maneira, para formatar seu trabalho
existem diversas normas a serem seguidas. Quando fizer seus trabalhos finais, consulte o Manual de
normalização da UNIP (2018).
3.6 Fichamento
Os fichamentos são necessários quando se está fazendo uma pesquisa mais ampla para não correr
o risco de perder informações. Um fichamento deve ter minimamente as informações sobre o que trata
o texto, sua ligação com sua pesquisa e as referências corretas para não se perder. Pode-se também
encontrar citações importantes para deixar no fichamento, o que evita ter de voltar ao livro para buscá-
las quando tiver que fazer a redação final do trabalho.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
O nome fichamento vem de fichas, que eram usadas para elaborar esse trabalho. É possível pensar
em um fichamento nesse sentido, basta pensar no computador e suas diversas pastas.
O fichamento não precisa ser pensado apenas para a elaboração de trabalhos, mas como uma forma
de estudar e assimilar criticamente os melhores textos e temas de sua formação acadêmico-profissional.
Segundo Huhne (2000, p. 64 e 65), um fichamento completo deve destacar os seguintes dados:
• Resumo: sintetizar o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na introdução pode‑se
fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa).
• Ideação: colocar em destaque as novas ideias que surgiram durante a leitura reflexiva.
Quadro 6 – Modelo
52 p. : il. color.
3.7 Referências
Qualquer uma das possibilidades que se use para fazer fichamentos, em trabalhos que se esteja
desenvolvendo, é sempre vital colocar as referências completas para facilitar a localização da informação.
Trabalhos sem referências indicam que não foram feitos com o devido cuidado e que os dados não são
passíveis de serem checados.
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Unidade II
Saiba mais
Leia:
Monografia no todo (livro, manual enciclopédia, dicionário, tese, dissertação, trabalho acadêmico etc.).
Exemplos:
Um autor
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Dois autores
DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de direito jurídico. São Paulo: Atlas, 1995.
Três autores
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segunda série, 2, primeiro
grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995.
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília: Ipea, 1994.
São muitas as normas da ABNT para referências: citações de teses, artigos publicados em periódicos
científicos, em revistas e jornais, em materiais encontrados na internet. Faça a sua lista de referências
sempre com o manual ao lado para conferir se está fazendo corretamente.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Uma dica é destacar o máximo de informações possíveis sobre a referência e dispor a lista em
ordem alfabética geral. Também deve ser verificado se todos os autores citados no texto estão na lista e
vice‑versa. Não pode sobrar nem faltar!
O marketing de conteúdo ganhou a internet já há algum tempo. O que acontece? Qualquer texto,
para se tornar relevante para o Google, deve ser clicado (acessado) e quem busca precisa entrar no site.
Quando isso ocorre, o Google considera relevante e coloca o site no topo das buscas caso muitas pessoas
acessem esse conteúdo.
Investiram em marketing de conteúdo para aumentar a chance de visitantes, o que eleva o número
de topos, expandindo a relevância. Aparentemente, é um ciclo infinito.
Muitas vezes vemos conteúdos excelentes, porém eles não têm dono nem assinatura, pois fazem
parte dessa avalanche de materiais criados para serem encontrados pelos buscadores e clicados por
quem faz a pesquisa e, assim, serem considerados relevantes.
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Unidade II
Desse modo, é preciso atenção ao usar conteúdos em seus trabalhos realizados, evitando indicar
sites que apenas replicam qualquer material, sem nenhuma verificação.
Como foi visto no processo de comunicação, o receptor precisa entender o que o emissor quer dizer
para dar uma resposta esperada, o feedback. Conforme o objetivo que se tem com a comunicação, a
linguagem desempenha uma função, seja de informar, seja de persuadir, sempre com o fito de ser mais
bem compreendida pelo receptor. Quando falamos, temos que nos adequar ao ambiente, e quando
escrevemos isso também deve prevalecer.
Escrever bem hoje é como falar bem em público. Há a necessidade de desenvolver essa habilidade,
pois é uma exigência do mercado de trabalho. Não serve só para isso, mas também para sua vida
pessoal. A comunicação escrita se desenvolve em vários níveis dentro de uma empresa, e seus principais
objetivos giram em torno de:
E tantas outras possibilidades. O que é importante saber para escrever um bom texto empresarial? Primeiro,
é preciso dominar fatores que atrapalham a compreensão do texto, como as regras gramaticais, evitando erros
de pontuação, de ortografia, entre outros. Deve‑se também escrever com a maior clareza possível, evitando
palavras rebuscadas, frases obscuras ou que tenham duplo sentido, conforme estudamos anteriormente.
O autor ainda aponta fatores que dificultam a comunicação escrita, por exemplo:
• interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de iluminação;
O autor ainda diz o seguinte: na comunicação escrita, o emissor do processo de comunicação passa
a chamar‑se remetente e o receptor, destinatário. A mensagem será compreendida quando:
Segundo Machado (2003, p. 6), “a comunicação organizacional escrita ainda é praticada com
inúmeras deficiências, tanto operacionais quanto de qualidade”. O autor lista as principais delas:
• Excesso de detalhes.
• Uso de jargões que não pertencem ao ambiente profissional – mas que se acredita serem símbolos.
• Falta de lógica.
• Gentilezas desnecessárias.
• Tratamento inadequado.
• Informações imprecisas, malformuladas ou não expressas em medidas que permitam avaliar seu
significado real.
• Redundâncias em excesso.
Antes de escrever, é essencial pensar um pouco a respeito do assunto. Deve-se definir qual será seu
objetivo, o que você pretende com seu texto. Deseja fazer alguém comprar seu produto, persuadir o
leitor? Quer fazer uma cotação de preços? Desculpar-se de algum acontecimento que causou prejuízo a
alguém? Simplesmente responder a um questionamento de cliente, ou apenas agradecer pela parceria?
Outro fator vital é o seu destinatário, para quem está mandando a mensagem, quais são as
características dele. O destinatário também define a escolha do veículo que deverá ser utilizado.
Para agilizar o processo, muna-se de informações sobre o assunto, relatórios, e-mails trocados,
documentos pertinentes, tudo que possa ajudar e facilitar o processo, além de evitar repetições
desnecessárias sobre o tema em questão.
Na comunicação empresarial, deve-se cuidar da qualidade: os textos devem ser claros, corretos
gramaticalmente, objetivos e concisos. Prioriza-se a norma culta ou o nível formal. Podemos dizer que a
linguagem possui diversas funções no texto e que cada uma delas serve a uma finalidade.
Quadro 7
Referencial ou denotativa
Conativa ou apelativa
Fática
Emotiva ou expressiva
Poética
Metalinguística
“Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o
dia em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer”.
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
A maioria dos textos da comunicação empresarial é escrita nessa função, pois eles precisam
apresentar a maior clareza possível, como nas cartas comerciais, editais, ofícios e relatórios, entre
outros, exceto os que tratam de propaganda ou ferramentas de comunicação com a nítida finalidade
de persuasão. A função referencial ou denotativa é aplicada também em textos jornalísticos, redações
técnicas, manuais de instruções, bulas de remédios, resenhas, resumos, informes e descrições.
Exemplos:
“Prezado senhor,
Informamos que seu pedido nº 327 já foi encaminhado para a transportadora e deve chegar no
prazo combinado, em dois dias úteis, a partir desta data”.
“Caros funcionários,
Departamento Pessoal”.
Na propaganda, essa função aparece também quando o objetivo é informar o consumidor sobre
produtos e serviços, locais onde encontrá-los etc.
Exemplos:
• Numa cesta de vime, temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma
maçã vermelha e uma pera.
• Museu de Arte Contemporânea – aberto das 9h às 18h. Rua do Ouvidor, nº 507, Rio de Janeiro.
79
Unidade II
Na literatura, a função referencial também aparece. No livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, cujo
objetivo era narrar a campanha militar contra Antonio Conselheiro, em Canudos, o autor opta, antes de
descrever o homem e narrar a guerra, por localizar a ação descrevendo a terra. Essa descrição geográfica
de caráter informativo mostra muitos dados objetivos expressos em linguagem técnica e está escrita em
função referencial. Conheça um trecho do texto.
De fato, a inflexão peninsular, estremada pelo cabo de São Roque, faz que
para ele convirjam as lindes interiores de seis estados – Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Ceará e Piauí – que o tocam ou demoram distantes
poucas léguas (CUNHA, 1968, p. 31).
• Beba Coca‑Cola.
• Sente‑se.
• Saia.
• Aguarde na fila.
• Não fume.
YOUR
AD
HERE
Figura 18 – Veja como a função conativa ou apelativa é direta e imperativa: “Seu anúncio aqui”.
O objetivo da função fática é estabelecer contato com o emissor para averiguar se a mensagem está
sendo transmitida. O canal fica em evidência, e a ideia é prolongar ou não o contato, além de testar se
houve compreensão.
Em um diálogo, essa função é expressa quando o outro diz: “está entendendo?”, “você compreendeu?”.
Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Nos programas jornalísticos e no rádio, as músicas
que ficam entre uma notícia e outra, como um som de fundo, realizam uma função fática.
Exemplos:
• Alô, Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô! (filme
Apolo 13).
• “Olá, como vai? Eu vou indo, e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo, correndo, pegar meu lugar
no futuro. E você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo, quem sabe? Quanto
tempo [...] (VIOLA)”
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Unidade II
Na função emotiva, o emissor fica em destaque, e seu objetivo é transmitir suas emoções e seus
anseios. A linguagem e a mensagem são subjetivas, por isso prevalece a primeira pessoa do singular, as
interjeições, as exclamações, interrogações e reticências, que marcam a subjetividade da mensagem e
reforçam a entonação emotiva. A preocupação é com o emitente da mensagem.
Essa função aparece nas narrativas de teor dramático ou romântico, memórias, biografias, poesias
líricas, bilhetes e cartas de amor. Atualmente, é a linguagem dos blogs e de tantas ferramentas das
redes sociais na internet, como Twitter, Orkut, Facebook, Instagram e outros. Geralmente, a personagem
principal narra sua história em primeira pessoa, e, no texto, sentimentos e pensamentos se misturam.
Vamos a um exemplo:
[...]
Natal na barca
Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca.
Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela
solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros.
Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher
com uma criança e eu (TELLES, 2009, p. 80).
[...]
Cidades mortas
Ah! Perdi a tramontana! Agarrei a garrafa que estava na minha frente e abri
a cabeça da santa criatura com uma pancada horrível! De nada mais me
lembro. Ouvi um berro, um clamor. Senti o pânico em redor de mim e corri
para a rua como um ébrio. Foi quando... (LOBATO, 1948, p. 91).
[...]
82
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Na função poética o destaque fica para a mensagem, que é valorizada pelos recursos estilísticos,
jogos de sons, grafismos, trocadilhos, disposição das palavras no papel, figuras de linguagem, entre
outros. O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos por meio das palavras, da sonoridade e do
ritmo, além da combinação diferenciada dos signos linguísticos. Aparece na linguagem figurada de
obras literárias (prosa e verso), letras de música, algumas propagandas, fala das crianças.
Exemplos:
Poesia
negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia citada, Epitáfio para um banqueiro, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras
que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
Poema
[...] Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda...(PESSOA,
1972, p. 341).
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Unidade II
Slogan
Poética
Poética
O que é poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos os lados
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
um homem que tem fome
como qualquer outro homem (RICARDO, 1968, p. 11).
Essa função refere‑se à metalinguagem, ou seja, quando um emissor explica um código usando o
próprio código. Entre os elementos de comunicação, fica em destaque o código. É o uso da linguagem
para explicar ela própria. Por exemplo, filmes que falam de cinema, livros que tratam de livros, poemas
que se referem à poética. A peça teatral de Luigi Pirandello Seis personagens a procura de autor fala o
tempo todo sobre uma peça de teatro, evidenciando a linguagem metalinguística.
Ela aparece em dicionários, livros de gramática, textos explicativos e didáticos, linguagem científica,
comentários ou descritivos de fotografia (imagem) e análises em geral. A audiodescrição também se
enquadra aqui.
O primeiro dos exemplos a seguir acentua um poema que fala da própria ação de se fazer um poema:
Texto em destaque
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu
poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse
artigo e meta-as num saco.
84
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
ainda que incompreendido do público (TELES, 1976).
“Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me realizada…”.
— E o que é míope?
No Brasil não é perigoso chamar alguém por “você”. Pode ser considerado falta de
educação caso não se tenha intimidade com a pessoa (especialmente ao se falar
com pessoas mais velhas), sendo preferível usar as formas de tratamento “senhor”,
“senhora” e “senhorita” (apesar deste último eu não escutar muito ultimamente).
Mas depois que se tem mais intimidade, não há problemas em usar “você” (ou as
suas formas reduzidas e mais informais “cê” ou “ocê”) (O USO..., 2017).
Para que a injeção de combustível aconteça de maneira otimizada, os sensores analisam diversos
aspectos do funcionamento do motor, como temperatura, pressão, velocidade e a mistura dos gases
presentes na combustão.
Essas informações são enviadas diretamente para o ECM, que as utiliza para comandar da maneira
mais eficiente o funcionamento dos atuadores - bomba de combustível, bicos injetores, bobina de
faísca, ventoinha de arrefecimento, motor de passo e válvula de purga do cânister. É por isso que esse
componente também é conhecido como o cérebro do sistema de injeção eletrônica (VOCÊ..., 2017).
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Unidade II
Para resumir o tema, observe as funções da linguagem e a relação entre os elementos do processo
de comunicação:
Quadro 8
Para finalizar, devemos lembrar que em um mesmo texto podem aparecer várias funções da
linguagem. O essencial é saber a função predominante no texto para então defini‑lo. Também é
importante conhecê‑las bem para usar adequadamente cada uma delas para seu objetivo. Certamente
isso facilitará o processo de comunicação.
Resumo
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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
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