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Ministério de Pequenos Grupos

Vinho Novo, Odres Novos

07
Guia de Estudo

Este Guia de Estudo refere-se ao sétimo sermão da série


Vinho Novo, Odres Novos, pregado pelo Pr. Ed René Kivitz
em 2 de maio de 2010 e disponível em áudio para download
no site da Ibab (ibab.com.br). Ele foi elaborado para facilitar
a discussão em Pequenos Grupos.

IGREJA BATISTA DE ÁGUA BRANCA


O evangelho se resume no amor

Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos
dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu
irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor
de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
[1João 3.16-18]

Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos
amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que
Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais
viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está
aperfeiçoado em nós.
[1João 4.10-12]

Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas
odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode
amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame
também seu irmão.
[1João 4.19-21]

Um evangelho e muitas versões

O Evangelho é apenas um. Aquele anunciado, ensinado e vivido por Jesus de Nazaré, e
que chegou até nós mediante a tradição dos apóstolos, registrada nas páginas do Novo
Testamento.

Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os


chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não
é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo
perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um
evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já
dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que
já receberam, que seja amaldiçoado.
[Gálatas 1.6-9]

Mas o Evangelho comporta muitas interpretações, que dão origem a muitas versões,
explicadas pela diversidade de ênfases de acordo com os diferentes períodos da história
e os diversos contextos sociais e culturais onde o Evangelho foi anunciado e se encarnou.

O Evangelho na versão do protestantismo tradicional enfatisa o fato de que Jesus nasceu


para morrer, e se caracteriza pela mensagem de que Jesus salva da condenação pós morte,
isto é, salva do inferno. O protestantismo pentecostal prefere afirmar que Jesus batiza com
o Espírito Santo, e concentra sua atenção, não na salvação futura, mas no poder espiritual
já no tempo presente. O Evangelho conforme a tradição ortodoxa, principalmente da
Grécia e da Rússia, acende a luz sobre a Santíssima Trindade, e afirma que a encarnação de
Jesus é essencial para que todo o universo criado se torne participante da natureza divina.
Nesse caso, mais do que sua morte, a encarnação de Jesus é fundamental para promover e
simbolizar a união-unidade entre o Deus Triúno e sua criação. O Evangelho no Cristianismo
da América Latina, por sua vez, especialmente na Teologia da Libertação, prefere se relacionar
com o Jesus Cristo libertador, sendo essa libertação plena: da morte, do inferno, do pecado,
dos poderes espirituais da maldade e também das condições econômicas, políticas e socias
por meio das quais a escravidão espiritual se manifesta e oprime o ser humano. [Para saber

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Guia de Estudo 07 Vinho Novo, Odres Novos

mais sobre essas diferenças veja Uma ortodoxia generosa, de Brian McLaren, Editora Palavra]

A pergunta relevante, portanto, não é, necessariamente, a respeito de qual é o Cristianismo


verdadeiro, mas qual é o Cristianismo que faz sentido para nós. Mais exatamente, queremos
saber qual a configuração do Cristianismo na vida e cotidiano da Ibab, nossa igreja local. Uso
os textos da carta de João para fazer três afirmações a respeito da essência do Evangelho.

Jesus deu a vida por nós

A primeira afirmação de João que desejo destacar é: “Jesus Cristo deu sua vida por nós”.
Isso significa que não apenas viveu por nós, viveu em nosso favor, mas também que Jesus
morreu por nós, isto é, em nosso lugar: Jesus nos substituiu na cruz. Há muitos textos na
Bíblia que afirmam isso (Isaías 53; 2Coríntios 5.19-21; Efésios 5.2; Hebreus 9.22-28).

Não é possível entender o significado da morte de Jesus sem prestar atenção num fato
extraordinário que ocorreu no dia e momento de sua crucificação. A Bíblia diz que

Naquele momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.


[Mateus 27.51]

O véu do santuário que se rasgou cobria a porta do Santo dos Santos, o lugar específico do
Templo em Jerusalém no qual o sumo sacerdote entrava, uma vez por ano, para oferecer
sacrifícios a Deus.

Ora, a primeira aliança tinha regras para a adoração e também um tabernáculo terreno.
Foi levantado um tabernáculo; na parte da frente, chamada Lugar Santo, estavam
o candelabro, a mesa e os pães da Presença. Por trás do segundo véu havia a parte
chamada Santo dos Santos, onde se encontravam o altar de ouro para o incenso e
a arca da aliança, totalmente revestida de ouro. Nessa arca estavam o vaso de ouro
contendo o maná, a vara de Arão que floresceu e as tábuas da aliança. Acima da
arca estavam os querubins da Glória, que com sua sombra cobriam a tampa da arca
A respeito dessas coisas não cabe agora falar detalhadamente. Estando tudo assim
preparado, os sacerdotes entravam regularmente no Lugar Santo do tabernáculo,
para exercer o seu ministério. No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no
Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do
sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido
por ignorância. Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não
havia sido manifestado o caminho para o Santo dos Santos enquanto permanecia
o primeiro tabernáculo. Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que
as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência
perfeitamente limpa. Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e
de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram
impostas até o tempo da nova ordem. Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos
benefícios agora presentes ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não
feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue
de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos,
de uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros
e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros
os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais o sangue
de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará
a nossa consciência de atos que levam à morte para que sirvamos ao Deus vivo! Por

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Guia de Estudo 07 Vinho Novo, Odres Novos

essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados
recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas
transgressões cometidas sob a primeira aliança.
[Hebreus 9.1-15]

O autor da carta aos Hebreus está dizendo que a morte de Jesus Cristo resultou em duas
coisas extraordinárias. A primeira é que foi aberto o acesso a Deus: em nome de Jesus,
todas as pessoas têm livre acesso a Deus.

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue
de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do
seu corpo.
[Hebreus 10.19,20]

Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por
mim.
[João 14.6]

Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus,


o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos.
[1Timóteo 2.5,6]

Mas não apenas temos acesso à presença de Deus, como, também, Deus manifesta sua
glória pelo mundo todo. A manifestação da glória de Deus, que antes estava contida no
Santo dos Santos, agora se espalha sobre a terra.

Mas a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem


o mar.
[Habacuque 2.14]

Isso quer dizer que o nosso relacionamento com Deus está liberto dos limites dos rituais
religiosos e dos cerimoniais de purificação, e também que todas as coisas são purificadas e
podem ser desfrutadas por nós, sob a benção de Deus.

Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação
de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração.
[1Timóteo 4.4,5]

Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a
glória de Deus.
[1Coríntios 10.31]

O Evangelho que faz sentido para nós é esse que se vive para além dos limites da religião
institucionalizada. É uma vivência com Deus e para Deus, todo tempo, em todo lugar, por
meio de tudo quanto fazemos. A morte de Jesus, que deu a sua vida por nós, nos libertou dos
estreitos limites das práticas, atividades e espaços próprios da vida religiosa, e transformou
a vida toda em uma dádiva de Deus. Viver para Deus já não é sinônimo de “ser praticante
de uma religião”. É isso o que significa a ideia de Ariovaldo Ramos, quando afirma que “não
existe ‘vida cristã’, existe apenas vida, ou, um jeito cristão de viver a vida”.

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Guia de Estudo 07 Vinho Novo, Odres Novos

Devemos dar a vida pelos nossos irmãos

Uma vez libertos dos rituais religiosos como requisitos para o relacionamento com Deus,
como podemos, então, nos relacionar com Ele, isto é, experimentar Deus?

A Bíblia responde sem deixar dúvidas.

Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos
dar a nossa vida por nossos irmãos […] Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns
aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós [...] Nós
amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas
odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode
amar a Deus, a quem não vê.

A experiência de Deus acontece na dinâmica das relações humanas marcadas pelo amor.
A experiência de Deus é também, e necessariamente, a experiência do amor de Deus, pois
“Deus é amor” [1João 4.8]. Isso pode significar que primeiro recebemos o amor de Deus e
depois damos esse mesmo amor aos outros. Mas também pode significar, e prefiro essa
alternativa, que experimentamos o amor de Deus no momento em que nos entregamos
em amor ao nosso próximo. Isto é, para experimentar Deus, você precisa abraçar o seu
irmão, “pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.
Essa é a interpretação de Jung Mo Sung e Hugo Assmann.

A noção de que Deus e o seu amor se fazem presentes no meio de nós na medida em
que amamos e servimos aos pobres e excluídos (cf 1Jo 4,12) é [...] o que Hugo Assmann
chamou de “endo-mística”: “Deus em nós”.

A presença do Amor de Deus em nós acontece no amor solidário ao próximo. Não há


uma relação de causalidade entre o que vem primeiro e o que vem depois. Nas palavras
de Assmann, “Deus solidário é o Deus em todos e de todos”. A presença de Deus se faz
presente em nós quando nós nos abrimos ao próximo no amor solidário, e nós somos
capazes disso porque o amor de Deus opera em nós. É um “acontecimento” onde os
“dois amores” ocorrem simultaneamente, que só acontece na medida em que o amor
solidário pelo próximo e o amor de Deus se fazem presentes ao mesmo tempo.

Antes do amor solidário, Deus em nós está presente em nós como ausência. Para
ter uma ideia do que seja a presença na forma de ausência, podemos tomar como
exemplo a saudade. Nós não sentimos saudade de uma pessoa que está presente, e
nem de uma pessoa de quem não sentimos a falta. Saudade nos mostra que sentimos
a falta, a ausência da pessoa querida. A ausência dela está presente em nós, ou ela está
presente conosco como ausência. De modo análogo, Deus está lá, mas como ausente,
porque o seu amor em nós não é realizado. Como diz a primeira carta de João, “se nos
amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu Amor em nós é realizado”
(1João 4,12). Assim como pessoas que estão fisicamente próximas de nós só entram
nas nossas vidas na medida em que nos abrimos a elas, podemos fazer analogia e
dizer que Deus está no mais íntimo do nosso ser, mas se torna “Deus em nós” na
medida em que nos abrimos para as angústias e alegrias das outras pessoas.

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Guia de Estudo 07 Vinho Novo, Odres Novos

Coração que ama, serve

O amor ao próximo não é uma questão de boas intenções, ou, como costumamos dizer,
de foro íntimo, algo que está “no nosso coração”. A Bíblia ensina que o amor não pode ser
“apenas de palavra, mas em ação”, e que a maneira como nos entregamos numa relação de
amor é por meio da diaconia, isto é, do serviço que visa a atender as necessidades do nosso
próximo, nosso irmão.

Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se


compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não
amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
[1João 3.17-18]

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e


um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem
porém lhe dar nada, de que adianta isso?
[Tiago 2.15,16]

A Ibab em três afirmações

Nas entrelinhas da visão da Ibab está a sugestão de uma versão do Evangelho. Essa versão
pode ser explicitada em três frases. A Ibab é uma comunidade cristã que pretende viver:

• a espiritualidade que se vive além dos limites da religião (culto-clero-domingo-templo)


• o Deus que se manifesta na face do próximo e do irmão
• o Cristianismo que se experimenta no serviço

© 2010 Ed René Kivitz

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