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RESENHA DO FILME POLÍCIA FEDERAL: A LEI É PARA TODOS^

Ana Paula Brito

Maria Ramos

Verônica Silva Santana

O filme do ano de 2017 “Polícia Federal: A lei é para todos”, foi dirigido pelo
diretor Marcelo Antinez, é baseado em fatos reais e narra o início da investigação da
Operação Lava Jato e seus vários desdobramentos, com a prisão do doleiro Alberto
Yousef até a condução coercitiva do ex-presidente Lula, tendo como personagem
principal a Polícia ostra Federal. O filme faz um preâmbulo da história da corrupção
do Brasil, mostrando que a mesma se iniciou em 1500 durante o descobrimento,
passando pelos vários escândalos que ocorreram ao longo da história, até chegar aos
dias de hoje, demonstrando que desde sempre a população paga e os grandes
corruptos até então, nunca haviam sido punidos, sequer preso.

A Policia Federal, que estava investigando lavagem de dinheiro por parte de


doleiros, através de compra de imóveis, drogas e estabelecimentos comerciais,
acabaram chegando até os rombos dos cofres públicos realizados por pessoas
nomeadas pelo governo federal, objetivando favorecer as grandes empreiteiras como
Odebrecht, Camargo Correia, Queiroz Galvão, OAS, dentre outras, através de um
cartel, onde todos eles se beneficiavam e recebiam subsídios do governo federal para
realizar obras inclusive fora do país através de subsídios do BNDES. E isso tudo
acontecia porque as mesmas financiavam viagens e pagam valores exorbitantes em
propinas, tanto em dinheiro, como através de bens móveis e imóveis. A ação da
Polícia Federal ganha contorno de grandes perseguições em meio aos emaranhados
investigativos. A Operação Lava Jato, segundo a própria narrativa, teve alguns
membros de dentro da própria Polícia Federal, que tentaram sabotá-la e a importância
do papel da Justiça para que a investigação não acabasse sendo destruída pelas
forças políticas envolvidas.

O sentimento de que a justiça estava sendo feita é o maior mérito do filme ao


mostrar os grandes empresários e empreiteiros sendo levados à prisão da carceragem
da Policia Federal, independente de posição social e política, de crença e ideologia.
Outro ponto fundamental da narrativa, foi a demonstração de desrespeito e
autoritarismo dos envolvidos pelas autoridades constituídas, realizadas através de
ameaças aos agentes da Polícia Federal e a Justiça como um todo.
Independentemente de partido político o filme mostra que a sociedade vem sendo
lesada desde sempre em valores exorbitantes e que nada nunca foi feito para mostrar
os prejuízos que os cofres públicos sofrem e que acaba sendo convertido em falta de
verbas para a educação, saúde, segurança, empregos e melhoria da qualidade de
vida do cidadão.

O filme demonstra claramente que é praticada claramente o crime de


improbidade administrativa, termo que se tornou bastante popular, com o advento da
Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal,
sendo muito conhecida nos bastidores da política brasileira, sendo que diversos
escândalos, prisões e afastamentos de gestores públicos, vem ocorrendo quase que
diariamente, diante da acusação da sua prática. Os atos de improbidade
administrativa estão previstos na lei n.º 8.429/1992 e caracteriza-se, dentre outras
coisas, pelo dano ao erário público e enriquecimento ilícito, que se trata de um ato de
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades públicas.

Dentre as ações de improbidade previstas no art. 9º da Lei n.º 8.429/92 tem-se


a corrupção ativa e passiva, superfaturamento na aquisição ou locação de bens
públicos, a utilizar veículos, maquinas e equipamentos do patrimônio público em
benefício próprio, facilitar a prática de jogos de azar, prostituição e narcotráfico,
atentando claramente contra os princípios da administração pública. O filme
demonstrou que muitos do que é citado no art. 9º vinha sendo praticado pelos
investigados na Operação Lava Jato, dentre eles o ex-presidente da Petrobrás, Paulo
Roberto Costa, Danúbio Soares e o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht,
além de vários políticos do alto escalão, tanto do Poder Executivo como do Legislativo.

O art. 4º da aludida lei que prevê que o agente público de qualquer nível
hierárquico, são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios
constitucionais da administração pública da legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade, dos assuntos que lhes são afetos. Se o agente público não cumpre o que
está previsto terá que responder por lesão ao patrimônio público, tendo dentre outras
coisas que ressarcir o erário público integralmente, além de perder os bens ou valores
acrescidos do patrimônio, além de ter seus bens indisponíveis

A constituição Federal em seu art. 37, § 4º prevê sanções não penais, de


natureza civil e política, que implicam na suspensão dos direitos políticos,
indisponibilidade de bens e ressarcimento dos danos causados ao erário, sendo
que os direitos políticos dizem respeito a capacidade de votar e serem votados.
Outro ponto a ser salientado é a indisponibilidade de bens, que afeta
diretamente o atributo inerente ao próprio direito de propriedade, ou seja, a livre
disposição do bem, matéria de competência da União, prevista no art. 22, I da
Constituição Federal. O ressarcimento dos valores ao erário público constitui
natureza civil de competência privativa da União.

A perda da função pública, apesar de estar prevista como sanção por


improbidade, não é suficiente para punir um ilícito puramente administrativo,
apurável em processo administrativo, pois é inerente a própria suspensão dos
direitos políticos, podendo ser aplicada a particulares que não se enquadram
no conceito de servidores e agentes públicos, por ser também de natureza civil
e política.

O enquadramento na lei de improbidade administrativa exige culpa ou dolo por


parte do sujeito ativo, ou seja, do agente público ou terceiro que induza ou concorra
para o ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Mesmo quando algum ato ilegal seja praticado, é preciso verificar se houve culpa ou
dolo, se houve um mínimo de má-fé que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto. Desta forma no crime de improbidade é cabível a
responsabilidade objetiva, sendo admissível somente quando prevista
expressamente. No entanto, a presença do elemento subjetivo é tanto mais relevante
pelo fato de ser objetivo primordial do legislador assegurar a probidade, a moralidade
e a honestidade dentro da administração pública.

Portanto, embora o filme para muitos críticos e alguns fervorosos opositores da


Operação Lava Jato e todo o seu desdobramento nos últimos anos, foi considerado
tendencioso, mas o que ele mostrou realmente é a falta de escrúpulo dos gestores
públicos, muitos dos quais se dizem defensores dos mais necessitados, mas que na
verdade não dão verdadeiramente a importância que a população merece, pois ao se
deixar envolver em crimes contra o erário público, não só demostrou não ter respeito
nenhum pelos mais pobres como causou um prejuízo social que parece não ter fim.
O Brasil pode não estar igual à Venezuela, mas é uma vergonha que um pais de
dimensões continentais e com a riqueza que possui, a população não possa dispor do
mínimo de benefícios, devido aos desrespeitos dos agentes políticos.

A Operação Lava Jato serviu para abrir os olhos da população e revelou,


porque a educação é deficitária, porque tem pessoas morrendo nas filas dos hospitais,
porque não se pode atender um celular no meio da rua. Simplesmente porque há,
verdadeiramente muita improbidade administrativa no meio político e que precisa,
mesmo que desagrade a alguns ser mantida para que se possa devolver um pouco
de dignidade ao povo sofrido do Brasil.

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