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Resumo de Direito Civil - LICC

Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL

Descreve as linhas básicas da ordem jurídica. Exerce a função de lei


geral por orientar acerca da obrigatoriedade, interpretação, integra-
ção e vigência da lei no tempo, e por traçar as diretrizes das relações
de direito internacional privado.

Trata-se de legislação anexa ao Código Civil, mas autônoma, dele não


fazendo parte. Contêm normas de sobredireito, podendo ser considera-
da um Código de Normas, por ter a lei como tema central.

• A LICC é um conjunto de normas sobre normas (lex legum).


• A LICC é também um Estatuto do Direito Internacional Privado;
• A LICC disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certe-
za, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo,
preservando as situações consolidadas em que o interesse indivi-
dual prevalece.
• A LICC contém critérios de hermenêutica jurídica.
• A LICC disciplina a garantia da eficácia global da ordem jurídica,
não admitindo a ignorância da lei vigente, que a comprometeria.

Assim, o dispositivo que manda aplicar a analogia, os costumes e os


princípios gerais de direito aos casos omissos (art. 4º) aplica-se a todo o
ordenamento jurídico, exceto ao direito penal e ao direito tributário, que
contêm normas específicas a esse respeito.

Tem por funções regulamentar:

a) o início da obrigatoriedade da lei (art. 1º);


b) o término da obrigatoriedade da lei (art. 2º);
c) a eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorân-
cia da lei vigente, que a comprometeria (art. 3º);
d) os métodos de integração das normas, quando houver lacu-
nas (art. 4º);
e) os critérios de hermenêutica jurídica (art. 5º);
f) o direito intertemporal, para assegurar a estabilidade do or-
denamento jurídico-positivo, preservando as situações consolida-
das (art. 6º);
g) o direito internacional privado brasileiro;
h) os atos civis praticados, no estrangeiro, pelas autoridades con-
sulares brasileiras.

VIGÊNCIA DA LEI

Início da vigência (art. 1º) – é o momento a partir do qual a lei passa a


ser obrigatória, ou seja, começa a ter força vinculante, disciplinando
condutas independentemente da adesão das pessoas envolvidas.

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A criação de uma lei obedece a um procedimento próprio, definido nas


normas constitucionais. Assim, o processo de criação de uma lei passa
por cinco etapas:

a) Iniciativa – na área federal cabe aos membros ou comissões do


Poder Legislativo, Presidente da República, STF, Tribunais Supe-
riores, Procurador Geral da República e também ao cidadão em
geral, como previsto no artigo 61 da Constituição Federal.
b) Discussão e Aprovação – são os estudos, debates, redações,
correções, emendas e votação do projeto; no âmbito federal o pro-
jeto deve ser aprovado pelas duas Casas: Câmara dos Deputados
e Senado Federal.
c) Sanção ou Veto – a sanção é o ato pelo qual o chefe do Poder
Executivo manifesta a sua concordância com o projeto aprovado
pelo Legislativo. Pode ser expresso ou tácito (quando transcorrer
o prazo de 15 dias sem manifestação). Pelo veto o chefe do Poder
Executivo manifesta sua não-concordância com o projeto; é sem-
pre expresso; pode ser total ou parcial. Nesse caso a matéria é
reexaminada pelo Legislativo e o veto pode ser derrubado pelo
Congresso, em sessão conjunta, pelo voto da maioria absoluta,
em escrutínio secreto.
d) Promulgação – é o ato pelo qual o Poder Executivo autentica a
lei, atestando sua existência, ordenando sua aplicação e cumpri-
mento, uma vez que passa a pertencer ao ordenamento jurídico.
Decorre, pois, da sanção e tem o significado de proclamação. Dá-
se conjuntamente com a sanção, com a assinatura do Presidente
da República.
e) Publicação – divulgação da nova lei, tornado-se conhecida de
todos.

A rigor as leis nascem pela promulgação, a seguir, devem ser publica-


das em órgão oficial (Diário Oficial). Mas a força obrigatória da lei está
condicionada a sua vigência, ou seja, ao dia em que realmente começa
a vigorar.

A lei não passa a ser obrigatória no dia de sua publicação, salvo na


hipótese de expressa determinação neste sentido. Assim, a cláusula
“entra em vigor na data de sua publicação” somente será utilizada
nos projetos de ato normativo de menor repercussão. Nos projetos de
ato normativo de maior repercussão será estabelecido período de va-
cância razoável para que deles se tenha amplo conhecimento, devendo
ser utilizada a cláusula “esta lei entra em vigor após decorridos (...)
dias de sua publicação oficial”.

Vocatio legis ou vacância – é o espaço compreendido entre a publica-


ção da lei e sua entrada em vigor. Neste período, embora a lei exista,
não está em vigor, ou seja, a obrigatoriedade ainda não se iniciou.

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Assim, começa a vigorar:

a) em todo território nacional:

• Ato normativo de menor repercussão – na data da publicação.


• Ato normativo de maior repercussão:
 Autodeclaração – na data em que a lei fixar; ou
 Quando omissa – 45 dias após a publicação.

b) nos Estados estrangeiros: a obrigatoriedade da lei brasileira, quan-


do admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada (e não
90 dias).

A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabele-


çam período de vacância (vocatio legis) far-se-á com a inclusão da da-
ta da publicação (termo inicial) e do último dia do prazo (termo final),
entrando em vigor do dia subseqüente à sua consumação integral.

Diferentemente é a contagem dos prazos de natureza obrigacional


que, segundo o art. 132 do CC/2002 prescreve: “salvo disposição legal
ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia
do começo, e incluído o do vencimento”.

Fundamentos do vocatio legis

• Permitir maior divulgação do conteúdo dos novos dispositivos


normativos dentre seus destinatários;
• Propiciar oportunidade para correção de impropriedades verifi-
cadas no texto legal, tais como erros materiais, falhas de ortogra-
fia, falhas na numeração dos dispositivos, dentre outras.

As correções, durante o vocatio legis, provocam reinício do prazo,


contudo, apenas para os dispositivos que tenham sido republicados. Os
demais dispositivos que não sofreram alterações têm sua vigência de-
terminada pela data da primeira publicação. As correções, após o vo-
catio legis, são consideradas leis novas, portanto, sujeitas à regra ge-
ral do vocatio legis.

Regulamentos e decretos administrativos

A regra geral do vocatio legis de 45 dias não se aplica aos regulamentos


e decretos administrativos, cuja obrigatoriedade é determinada, salvo
disposição em contrário, pela publicação oficial.

Término da vigência (art. 2º) – o término da vigência da lei fundamen-


ta-se no princípio da continuidade, ou seja, não se destinando à vi-
gência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revo-
gue.

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Exceção ao princípio da continuidade

O nosso ordenamento admite a edição de normas de vigência tempo-


rária, cujos efeitos limitam-se a certas situações, tais como:

a) advento do termo;
b) implemento de condição resolutiva;
c) consecução de seus fins.

Lei temporária – é a que nasce com termo prefixado (ou uma data de-
terminada) de duração. A lei já nasce com uma prazo para perder sua
vigência.

Revogação - (do latim revocatio, revocare = anular, desfazer, desvigorar)


é tornar sem efeito uma lei ou qualquer outra norma jurídica. Podem
ser revogadas as leis, os regulamentos, as portarias, as cláusulas con-
tratuais etc. A revogação pode ser classificada em:

a) quanto à abrangência da revogação:

• Total (ou ab-rogação) – consiste em tornar sem efeito toda a lei


ou norma anterior, ou seja, supressão total da norma anterior.
• Parcial (ou derrogação) – consiste em tornar sem efeito uma par-
te da lei ou norma, ou seja, supressão parcial dos efeitos da nor-
ma anterior.

b) quanto ao modo ou forma de execução:

• Expressa - quando a lei nova taxativamente declara revogada a


lei anterior.
• Tácita - quando a lei posterior é incompatível com a anterior ou
por regular inteiramente a matéria tratada na lei anterior. Não há
disposição expressa no texto novo indicando a lei que foi revoga-
da, geralmente utiliza-se a expressão genérica: “revogam-se as
disposições em contrário”.

Repristinação – é dar-lhe nova vigência, ou seja, uma lei que fora revo-
gada volta a viger por determinação expressa de uma nova lei. É o res-
tabelecimento da eficácia de uma lei anteriormente revogada. Preceitua
o artigo 2º, §3º da Lei de Introdução ao Código Civil que a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo dispo-
sição em contrário. Ex.: Se a lei “A” é revogada pela lei “B” e posteri-
ormente a lei “B” é revogada pela lei “C”, não se restabelece a vigência
da lei “A”. No Brasil não há repristinação ou restauração automática
da lei velha, se uma lei mais nova for revogada. Só haverá repristina-
ção quando a nova lei ressalvar expressamente que a lei velha retoma-
rá eficácia.

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A declaração de inconstitucionalidade produz efeitos repristinató-


rios, porque o ato declarado inconstitucional é desprovido de eficácia
jurídica, não se confundindo com a repristinação prevista no artigo 2º, §
3º, da LICC, somente admitida em situações excepcionais, expressa-
mente previstas em lei.

Para o STJ a não repristinação é regra aplicável aos casos de revo-


gação de lei, e não aos casos de inconstitucionalidade. A declaração
de inconstitucionalidade, ao excluir do ordenamento positivo a manifes-
tação estatal inválida, conduz à restauração de eficácia das leis e das
normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional. Sendo nula e, por-
tanto, desprovida de eficácia jurídica a lei inconstitucional, decorre daí
que a decisão declaratória da inconstitucionalidade produz efeitos
repristinatórios. O chamado efeito repristinatório da declaração de
inconstitucionalidade não se confunde com a repristinação prevista
no artigo 2º, § 3º, da LICC, sobretudo porque, no primeiro caso, se-
quer há revogação no plano jurídico.

Antinomias

Para ajudar na resolução de conflitos aparentes de normas (antinomi-


as), comuns em casos de revogação tácita, faz-se necessário apresen-
tar alguns critérios orientadores:

a) critério hierárquico – serve quando duas normas incompatíveis es-


tão em nível diverso.

• Lex superior derogat inferiori


• A lei hierarquicamente superior prevalece sobre a inferior.
Nossa Constituição, por exemplo, por ser fundamento de validade
das demais normas, prevalece sobre as normas constantes no
Código Civil.

b) critério da especialidade – mostra-se adequado diante do choque


de uma norma geral com uma norma especial.

• Lex specialis derogat general


• A lei especial prevalece sobre a geral. Ex.: Código de Defesa do
Consumidor prevalece sobre o Código Civil, no que concerne às
relações de consumo e reparação de danos provocados por forne-
cedores de produtos ou serviços.

c) critério cronológico – é útil quando duas normas incompatíveis são


sucessivas.

• Lex posterior derogat priori

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• A lei posterior prevalece sobre a anterior. Tal critério limita-se


à solução de antinomias entre normas pertencentes ao mesmo
escalão, ou seja, de mesmo nível hierárquico, como, por exemplo,
para solucionar o aparente conflito entre as Leis 8.971/94 e Lei
9.278/96, mencionado.

Antinomias de segundo grau

Ocorre quando se verifica conflito entre os próprios critérios apre-


sentados, que concorrem numa mesma situação sem possibilidade de
aplicação simultânea, pois a aplicação de um levaria a resultado diverso
da aplicação do outro e vice-versa.

a) norma superior-anterior (critério hierárquico) X norma inferior-


posterior (critério cronológico)  prevalece o critério hierárqui-
co.

b) norma superior-geral (critério hierárquico) X norma inferior-


especial (critério da especialidade)  prevalece o critério hierár-
quico.

c) norma especial-anterior (critério da especialidade) X norma ge-


ral-posterior (critério cronológico)  prevalece o critério da es-
pecialidade.

Uma lei especial não será revogada por outra geral, mesmo que este
seja posterior. No aparente conflito para solucionar antinomias, o cri-
tério da especialidade prevalece sobre o cronológico.

A proposta de solução de antinomias de segundo grau apresentada a-


cima não é absoluta, uma vez que é possível haver na lei especial dis-
positivo incompatível com outro inserto em lei geral, este mais ade-
quando à realidade social e ao momento histórico analisado.

EFICÁCIA GERAL (OBRIGATORIEDADE) DAS LEIS

A eficácia geral da ordem jurídica é assegurada por força do art. 3º da


LICC que estabelece: ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que
não a conhece.

• Presume-se que a partir da publicação da lei, todos a conhece,


embora seja impossível ter ciência de todas as leis editadas em
nosso país.
• A presunção iura novit curia (o juiz conhece o direito vigente no
país) é restrita à legislação federal, contudo, é necessária a prova
do direito municipal ou estadual, dos usos e costumes do lugar,
como também do direito alienígena.

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• O falso conhecimento da lei (erro de direito ou erro juris) pode


ser alegado como circunstância atenuante da pena no campo do
direito penal e, na área das relações negociais, pode provocar a
invalidação do negócio, se tiver sido o único motivo para a prática
do ato, viciando o consentimento sobre norma dispositiva (art.
139 do CC).

MECANISMO DE INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

Os mecanismos de integração servem para resolver conflitos intersub-


jetivos, em razão da falta de previsão normativa pelo legislador. O prin-
cípio do non liquet assegura que ao magistrado não cabe eximir de
proferir decisão sob pretexto de existência de lacuna ou obscuridade
da lei.

Assim, estabelece o art. 4º da LICC: quando a lei for omissa, o juiz deci-
dira o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios ge-
rais do direito.

Analogia

É o método de integração que consiste em aplicar, para o caso não pre-


visto, a norma concernente a uma hipótese prevista. Fatos de igual na-
tureza devem ser julgados de igual maneira.

Caso “X” → Aplica-se a regra jurídica Y.


Caso “Z” (parecido com o caso X) → Como a lei é omissa, permite-se a
aplicação da regra Y por analogia. Ex.: o CC determina que quando a
cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, pre-
valecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.
Tal disposição aplica-se, por analogia, às doações, que também são
formas de liberalidades. Enquanto no primeiro caso trata-se de uma li-
beralidade para ter efeito depois da morte (testamento) a outra é uma
liberalidade para ser aplicada enquanto as partes ainda estão vivas (do-
ação).

Requisitos para utilização da analogia:

a) falta de previsão legal para o caso, ou seja, constatação de


uma lacuna que necessita ser preenchida para solucionar um ca-
so concreto.
b) semelhança entre o caso contemplado e o não contemplado
em lei.
c) identidade jurídica na essência, ou seja, presença de funda-
mentos lógicos e jurídicos comuns às duas situações.

A analogia pode ser assim classificada:

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a) Analogia legal ou legis – é a aplicação de apenas uma norma


semelhante à hipótese não prevista em lei. Busca-se, assim, outro
dispositivo que seja adequado à disciplina do caso concreto, pois
“a identidade de razão nos eventos faz com que coincidam na prá-
tica”.

b) Analogia jurídica ou juris – é a aplicação de um conjunto de


normas de onde se extraem elementos, semelhantes à hipótese
não prevista em lei. A solução para o caso não previsto em lei de-
ve ser extraída de um conjunto de normas e princípios do qual
se retiram elementos comuns para solução do caso controvertido.

Não se admite analogia

• Leis que imponham sanções ou penalidades, como as normas


tributárias e de trânsito.
• Em matéria penal, exceto se favorável ao réu ou apenado;
• Nas leis de ordem pública e nos negócios jurídicos benéficos e nos
casos de transação, fiança ou renúncia a direitos.

Costumes
É a constante repetição de determinado comportamento de modo públi-
co e notório, por agente convicto da obrigatoriedade de sua prática co-
mo necessária à vida em comunidade. Sua força obrigatória baseia-se
em sua continuidade, uniformidade, moralidade e diuturnidade. A-
pesar de ter pouca aplicabilidade prática, devemos identificar dois ele-
mentos caracterizadores dos costumes:

a) elemento externo ou objetivo – uso continuado de determi-


nada prática ao longo do tempo;
b) elemento interno ou subjetivo – convicção da necessidade ju-
rídica (opinio necessitatis).

Costume é direito não escrito, ao qual o magistrado somente poderá


recorrer em caso de lacunas, depois de esgotadas as possibilidades
de emprego da analogia. Pode ser dividido em três espécies:

a) Segundo a Lei (secundum legem) – quando a lei se reporta


expressamente aos costumes e reconhece a sua obrigatoriedade.
Ex.: art. 569, II, do C.C.: “O locatário é obrigado: a pagar pontual-
mente o aluguel nos prazos ajustados e, em falta do ajuste, se-
gundo o costume do lugar”. Observe que é a própria lei que de-
termina a aplicação do costume.
b) Na Falta da Lei (praeter legem) – tem caráter supletivo, com-
plementar; a lei deixa lacunas que são preenchidas pelo costume.
Ex.: a lei silencia quanto ao modo pelo qual o arrendatário deve
tratar a propriedade arrendada: devemos então nos socorrer dos
costumes locais; já faz parte dos costumes, no Brasil, o uso do

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“cheque pré-datado”, desnaturando esse título de crédito, que é


uma ordem de pagamento à vista etc.
c) Contra a Lei (contra legem) – quando contraria o que dispõe a
lei. Pode ocorrer em dois casos: no desuso da lei (esta passa a ser
letra morta); ou quando o costume cria nova regra contrária à lei.
Ex.: a utilização desregrada e intensa de ondulações transversais,
popularmente conhecidas como lombada ou quebra-molas, sem
observância de padrões e critérios estabelecidos pelo CONTRAN e
por vezes sem sinalização apropriada, configura obstáculo à livre
circulação e à segurança de veículos e pedestres, em sentido con-
trário do preconizado pela lei.

Os costumes segundo a lei e na falta da lei são aceitos pacificamente


por todos. Já o costume contra a lei tem gerado inúmeras discussões,
sendo que a corrente majoritária não o aceita.

No direito brasileiro a lei não perde a sua eficácia pelo não uso, isto é,
pelo fato de permanecer por longo tempo inaplicada ou inobservada (de-
suetudo). No mesmo sentido, prática reiterada em sentido contrário não
tem força para revogar a lei (consuetudo abrogatoria). Como vimos, a
vigência de uma norma, salvo as leis temporárias, não tem prazo de du-
ração definido, pois perdura até que ocorra sua revogação.

Princípios gerais

São regras que se encontram na consciência dos povos e universalmen-


te aceitas, mesmo que não sejam escritas. Possuem caráter genérico e
orientam a compreensão do sistema jurídico (ex.: dar a César o que é de
César; não se pode lesar o próximo; ninguém pode valer-se de sua pró-
pria torpeza etc.). De forma expressa, podemos citar em nosso Direito:
ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece;
proibição de enriquecimento ilícito; igualdade de direitos e deveres; equi-
líbrio dos contratos etc. Exemplo: O Princípio da Função Social do Con-
trato (art. 421 do CC) pode ser notado a partir outros dispositivos do
Código Civil: a) art. 108 – dispensa da escritura pública para alienação
de imóveis com valor igual ou inferior a 30 salários mínimos; b) art. 157
- anulabilidade do contrato por submissão a situação desfavorável por
necessidade ou inexperiência; c) redução da cláusula penal (multa con-
tratual) pelo juiz quando excessiva ou desproporcional etc.

Equidade – através da equidade, procura-se adequar a lera da lei à rea-


lidade do caso concreto, perseguindo-se um ponto de equilíbrio entre o
resultado prático da aplicação da norma e os valores que a inspiram.
Compreende a justiça que se funda no bom senso, visando a suprir a
imperfeição da lei ou amenizar os rigores de seus comandos. É um fator
de temperamento do sistema, que não está previsto como elemento
integrativo, assumindo o papel de elemento auxiliar do processo de

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colmatação de lacunas, que somente pode ser empregado nos casos


previstos em lei (art. 127 do CPC), para se evitar insegurança jurídica.

Desta forma, a eqüidade, pela LICC, não é um meio de suprir a lacu-


na da lei, mas auxilia nesta missão. Trata-se do uso da lógica do razo-
ável. A equidade dá ao juiz poder discricionário, mas não arbitrarieda-
de. A equidade não é uma licença para o arbítrio puro, mas uma ativi-
dade condicionada às valorações positivas do ordenamento jurídi-
co. O Direito Processual Civil prevê a aplicação da eqüidade para o Juiz
decidir (art. 127 do CPC). Contudo, a LICC não prevê a eqüidade co-
mo forma de integração da norma jurídica.

Hierarquia entre os mecanismos de integração

A nova hermenêutica constitucional confere aos princípios status


conceitual de norma jurídica, vinculando e obrigando comportamentos
públicos ou privados de modo positivo ou negativo, independentemente
de estarem expressos ou não no ordenamento jurídico.

Desta forma, os princípios gerais de direito deixaram de desempenhar


papel meramente integrativo, conforme preconiza a LICC, para atuar
como fundamentos de toda a ordem jurídica.

INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

Interpretar – é procurar compreender o exato significado do dispositivo


legal escolhido e, a partir dele, a norma adequada ao caso concreto.

Hermenêutica Jurídica – é a ciência que tem como objeto de estudo a


sistematização dos processos interpretativos, que deve levar em con-
sideração o contexto cultural e o momento histórico em que se situa.
Neste sentido, dispõe o art. 5º da LICC: na aplicação da lei, o juiz aten-
derá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

São espécies de interpretação apontadas pela doutrina:

a) quanto aos agentes que realizarão a interpretação


• Autêntica – realizada pelo próprio legislador, mediante a
edição de uma lei interpretativa;
• Judicial – realizada pelos juízes e tribunais;
• Doutrinária – realizada pelos doutos, isto é, pelos cientistas
do Direito.

b) quanto aos elementos ou meios que utiliza


• Gramatical ou literal – é aquela feita observando-se as re-
gras de lingüísticas (etimologia da palavra, pontuação etc)
• Lógica – método que busca eliminar contradições, focando-
se na busca por coerência mediante utilização de regras de-

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dutivas ou indutivas de raciocínio. Para compreender o sig-


nificado da norma em toda a sua extensão.
• Sistemática – método que considera a norma analisada
juntamente com as demais integrantes do mesmo ordena-
mento jurídico, buscando contextualizá-la direta ou indire-
tamente com todas as outras, sem apartá-la do entendi-
mento obtido pela delimitação de sentido das demais.
• Histórica – método focado na consideração das circunstân-
cias temporais e no contexto econômico, político e social
que justificaram a criação do texto normativo.
• Teleológica – método que busca a finalidade social da lei,
adaptando-a às exigências da comunidade.

c) quanto aos resultados obtidos


• Declarativa – a letra da lei corresponde precisamente ao
pensamento do legislador, não sendo necessária a interpre-
tação.
• Extensiva – o legislador disse menos do que pretendia di-
zer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei.
• Restritiva – o legislador disse mais do que pretendia dizer,
sendo necessário restringir a sua aplicação. Sempre se in-
terpretam restritivamente normas que impõem sanções e ou
privilégios.

DIREITO INTERTEMPORAL

Conflito das leis no tempo ou conflitos de direito intertemporal –


surgem quando uma lei é modificada por outra e já existiam relações
jurídicas disciplinadas na vigência da lei anterior.

Para dirimir as dúvidas acerca de direito intertemporal, a doutrina cos-


tuma apontar dois critérios para solução de conflitos:

a) Disposições Transitórias (ou direito intertemporal) – A lei, pa-


ra evitar eventuais e futuros conflitos, em seu próprio corpo, ge-
ralmente ao final, pode estabelecer regras temporárias, destina-
das a dirimir conflitos entre a nova lei e a antiga. Observem que o
atual Código Civil contém um Livro Complementar, chamado
“das disposições finais e transitórias” (arts. 2.028 até 2.043).
Em seu corpo percebe-se que há uma série de regras, sendo que
algumas delas autorizam a aplicação do Código anterior (mes-
mo que já revogado), ou seja, a proteção do ato jurídico perfeito
não é absoluta, podendo ser excepcionalmente relativizada. Até
mesmo a coisa julgada, sua relativização passou a ser admitida
pelos tribunais brasileiros, em situações especiais, como nas a-
ções de investigação de paternidade julgadas antes da existência
do exame de DNA.

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Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do CC


de 1916, e vindo a lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo an-
tigo, desde que transcorrido mais de metade deste na data da
entrada em vigor do novo Código. O novo prazo será contado a
partir de 11.01.2003, desprezando-se o tempo anteriormente de-
corrido, salvo quando o não aproveitamento do prazo já decorrido
implicar aumento do prazo prescricional previsto na lei revoga-
da, hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já decorrido du-
rante o domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade
temporal.

b) Irretroatividade das Leis – Irretroativa é a lei que não se apli-


ca às situações constituídas anteriormente. Etimologicamente re-
troatividade quer dizer atividade para trás. Juridicamente, pode-
mos dizer que uma norma retroage quando ela vigora, não somen-
te a partir de sua publicação, mas, ainda, regula certas situações
jurídicas que vêm do passado.

Como regra geral, por influência da Teoria de GABBA, deve prevalecer


o princípio da irretroatividade, ou seja, aplica-se a lei nova aos fatos
futuros (facta futura) como também às partes posteriores dos fatos
pendentes (facta pendentia), não atingindo os fatos pretéritos (facta
praeterita), uma vez que o art. 6º da LICC dispõe que lei em vigor te-
rá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direi-
to adquirido e a coisa julgada. O principal argumento favorável à irre-
troatividade da lei é a garantia dos direitos individuais e a seguran-
ça das relações jurídicas, diante da incerteza e dos riscos de alterações
futuras.

A retroatividade das leis é exceção. A Constituição Federal, em seu


artigo 5º, inciso XL, assim dispõe: “A lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu”. Assim, uma lei que estabelece que determinada con-
duta não é mais crime, beneficiará todos os que por essa conduta esti-
vessem sendo processados, retroagindo e alcançando situações passa-
das que se incluirão no benefício.

Ressaltada a importância do princípio da irretroatividade das leis,


cumpre distinguir:

• Ato Jurídico Perfeito – é aquele já consumado de acordo com a


lei que estava vigente ao tempo que se efetuou, por isso, devem-se
resguardar os efeitos jurídicos por ele produzidos, uma vez que o
direito gerado foi devidamente exercido, por terem sido cumpridos
todos os requisitos necessários à sua formação. Ex.: o contrato de
locação celebrado durante a vigência de uma lei não pode ser al-
terado somente porque a lei mudou; é necessário que seu prazo
termine.

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• Direito Adquirido – é aquele já incorporado ao patrimônio do seu


titular, ainda que não o tenha feito valer antes da vigência da lei
nova sobre o mesmo objeto. Ex.: pessoa que já se aposentou e a
lei modifica posteriormente o prazo para a aposentadoria, ampli-
ando-o.
• Coisa Julgada – consiste na impossibilidade de alteração da deci-
são judicial, pela impossibilidade de manejo de qualquer tipo de
recurso. A liquidação por forma diversa da estabelecida na sen-
tença não ofende a coisa julgada.

Não é possível invocar direito adquirido contra o próprio texto


constitucional. As normas constitucionais, assim como aquelas de di-
reito público, têm aplicação imediata. A Lei Áurea, por exemplo, ao abo-
lir a escravidão no Brasil, incidiu desde logo, não se mantendo, dali em
diante, a situação iniciada no passado, salvo em relação aos efeitos
produzidos e esgotados. Se a lei pretende aplicação a fatos consuma-
dos, é retroativa; se pretende aplicação a situações em curso, é preciso
fazer uma separação entre partes anteriores à data da mudança da le-
gislação – que não podem ser atingidas sem retroatividade – e as partes
posteriores, para as quais a lei nova terá efeito imediato, ou seja, no
presente.

NORMAS DE DIREITO INTERNACIONAL CONTIDAS NA LICC (art. 7º


ao art. 19)

As normas de direito internacional privado contidas na LICC têm por


objetivo solucionar o conflito de jurisdição, estabelecer princípios indi-
cativos de critérios solucionadores do problema de qualificação, deter-
minar o efeito dos atos realizados no exterior, reger a condição jurídica
do estrangeiro e tratar da eficácia internacional de um direito legitima-
mente adquirido em um país, que poderá ser reconhecido e exercido em
outro.

Em relação às normas de direito internacional privado, estabelecidas


pela LICC, aplica-se:

• A lei do domicílio da pessoa – nas questões sobre o começo e o


fim da personalidade, nome, capacidade e de direitos de família,
como também nos casos de sucessão por morte ou ausência.
• A lei do lugar da situação dos imóveis – nas relações que lhe fo-
rem pertinentes.
• A lei do lugar de constituição – quando o assunto versar sobre
qualificação e disciplina das relações obrigacionais, reputando-se
concluída a obrigação no lugar onde residir o proponente.

Princípio da territorialidade – aplica-se a lei brasileira dentro do terri-


tório nacional.

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Resumo de Direito Civil - LICC
Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

• Admite-se, excepcionalmente, a aplicação de leis de outros Esta-


dos no território brasileiro, sem comprometer nossa soberania, de
modo a facilitar a relações internacionais.
• Lex domicilii – a lei do país em que domiciliada a pessoa deter-
mina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome,
a capacidade e os direitos de família.
• Lex rei sitae – para qualificar os bens e regular as relações a eles
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situa-
dos.
• Lócus regit actum – para qualificar e reger as obrigações aplicar-
se-á a lei do país em que constituírem.
• Não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os
bons costumes.
• Não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem o exequatur
(“cumpra-se”), ou seja, a permissão dada pelo Superior Tribunal
de Justiça (artigo 105, inciso I, letra “i” da C.F.) para que a sen-
tença tenha efeitos.

Território é a extensão geográfica ocupada por uma nação e sobre a


qual o Estado exerce sua soberania.

• Território real – é todo solo ocupado pela nação, inclusive de i-


lhas que lhe pertencem, os rios, os lagos e os mares interiores, os
golfos, as baías e os portos, a faixa de mar exterior que banha as
suas costas, o espaço aéreo correspondente etc.
• Território ficto (ficção jurídica) – são as embaixadas, que estan-
do em países estrangeiros, são considerados território nacional.

A noção de território é extensível às embaixadas, aos consulados, aos


navios de guerra (onde quer que se encontrem), aos navios mercantes
em águas territoriais ou em alto-mar, e aeronaves no espaço aéreo (on-
de que se encontrem). Portanto, é considerado Território:

a) Navios, embarcações e aeronaves de guerra, onde quer que


se encontrem. Ex.: um navio de guerra brasileiro é considerado
território brasileiro onde quer que se encontre: em águas brasilei-
ras, em alto-mar e em águas estrangeiras, mesmo que o Brasil
não esteja em guerra com este País. Da mesma forma um navio
de guerra estrangeiro será considerado território estrangeiro,
mesmo que ele esteja no Brasil; ou seja, no interior deste navio de
guerra, onde quer que se encontre, vigoram as leis de seu País de
origem; da bandeira que ostenta.
b) Navios mercantes, em águas territoriais do país a que per-
tençam e em alto-mar, isto é, fora das águas territoriais de
outro país. Ex.: aplica-se no interior de um navio brasileiro em
águas brasileiras ou de um navio brasileiro em alto-mar as leis

Miguel Página 14 01/11/2010


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Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

brasileiras. Da mesma forma, em um navio grego na Grécia ou o


navio grego em alto-mar aplicam-se as leis gregas.
c) Navios e as embarcações mercantes estrangeiros, quando
em águas territoriais de outro país. Ex.: um navio mercante
brasileiro na Grécia aplica-se a lei grega; da mesma forma um na-
vio grego no Brasil aplica-se a lei brasileira.
d) Aeronaves, mesmo mercantes, quando sobrevoando em alto
mar a qualquer altura atmosférica. Ex.: um avião de passagei-
ros brasileiro sobrevoando o alto-mar aplica a lei brasileira.

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Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

QUESTÕES

01- Assinale a opção falsa.


a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Ci-
vil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil.
b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um
conjunto de normas sobre normas.
c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito
Internacional Privado.
d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal,
para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento ju-
rídico-positivo, preservando as situações consolidadas em que o inte-
resse individual prevalece.
e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica
jurídica.
02 - Assinale a opção falsa.
a) A Lei de Introdução não é parte integrante do Código Civil, por ser a-
plicável a qualquer norma e por conter princípios gerais sobre as leis
em geral.
b) A Lei de Introdução é uma lex legum, ou seja, um conjunto de nor-
mas que não rege exatamente as relações de vida, mas sim as normas,
uma vez que indica como interpretá-las, determinando-lhes a vigência e
eficácia, suas dimensões espaços-temporais, assinalando suas proje-
ções nas situações conflitivas de ordenamentos jurídicos nacionais e a-
lienígenas, evidenciando os respectivos elementos de conexão.
c) A Lei de Introdução é um código de normas que não tem por conteú-
do qualquer critério de hermenêutica jurídica.
d) As normas de direito internacional privado contidas na Lei de Intro-
dução ao Código Civil têm por objetivo solucionar o conflito de jurisdi-
ção, estabelecer princípios indicativos de critérios solucionadores do
problema de qualificação, determinar o efeito dos atos realizados no ex-
terior, reger a condição jurídica do estrangeiro e tratar da eficácia inter-
nacional de um direito legitimamente adquirido em um país, que poderá
ser reconhecido e exercido em outro.
e) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina a garantia da eficácia
global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente, que
a comprometeria.
03 – Assinale a alternativa correta:
a) a lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, revoga a lei anterior que disciplinar a mesma matéria;
b) lei com vigência temporária terá vigor até que outra a modifique ou
revogue;
c) a lei posterior revoga lei anterior somente quando expressamente o
declare;
d) a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vi-
gência, salvo disposição em contrário;
e) uma lei pode retroagir, mesmo que afete o ato jurídico perfeito.

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04 – Assinale a alternativa correta:


a) a obrigatoriedade da lei brasileira nos Estados estrangeiros, quando
admitida, tem inicio três meses depois de oficialmente publicada;
b) a revogação de lei revogadora de lei anterior tem efeito repristinatório;
c) as declarações de vontade devem ser interpretadas literalmente;
d) o termo inicial da obrigação suspende aquisição do direito.
05 – A vigência da lei ordinária que rege o direito privado:
a) a lei brasileira nunca terá obrigatoriedade nos Estados estrangeiros;
b) a lei sempre indicará a data do início de sua vigência;
c) a lei, como regra, entra em vigor 45 dias após a sua publicação ofici-
al;
d) entra em vigor sempre na data de sua publicação, salvo a ocorrência
de vacatio legis expressamente determinado em seu texto;
e) não muda o prazo de vigência se no curso da vacatio legis for publi-
cada correção de lei.
06 – Assinale a alternativa incorreta: Consoante a Lei de Introdu-
ção ao Código Civil:
a) a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a efi-
cácia, salvo disposição em contrário;
b) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia 120 dias depois de oficialmente publicada;
c) se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada à correção, começará a correr da nova publicação prazo para
entrar em vigor;
d) consideram-se direitos adquiridos aqueles que o seu titular, ou al-
guém por ele, possa exercer e aqueles cujo começo do exercício tenha
termo pré-fixado, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem;
e) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica lei anterior.
07 – Proposições:
I – O costume é fonte de direito e também recurso suplementar que ori-
enta a integração da norma jurídica;
II – Se a lei for omissa o Juiz, de acordo com a LICC, pode decidir de a-
cordo com os costumes e com a eqüidade;
III – O costume não é fonte de direito;
IV – Não se considera lei nova a correção de lei já em vigor;
V – Em nenhuma hipótese ocorre no nosso sistema positivo a repristi-
nação.
Assinale a proposição correta:
a) I
b) II e IV
c) III
d) V
e) Nenhuma é correta
08 – Ocorrendo omissão na lei em face de determinado caso con-
creto o Juiz decidirá observando a seguinte ordem:
a) costumes, eqüidade e analogia.

Miguel Página 17 01/11/2010


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b) eqüidade, princípios gerais de direito e costumes.


c) princípios gerais de direito, analogia e eqüidade.
d) analogia, costumes e princípios gerais de direito.
e) costumes, analogia e princípios gerais de direito.
09 – É correto afirmar que:
a) antinomia é um conflito de normas
b) derrogação é uma revogação total
c) ab-rogação é uma revogação parcial
d) ab-rogação é a revogação expressa
e) derrogação é a revogação tácita
10 – A lei:
(Obs. - esta questão é para se colocar Certo ou Errado)
(1) começa a vigorar em todo o país trinta dias depois de oficialmente
publicada, salvo se ela dispuser de outra forma. E
(2) nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já e-
xistentes, não revoga nem modifica a lei anterior. C
(3) revogada se restaura se a lei revogadora perder sua vigência. E
(4) possui vigência temporária no curso da “vacatio legis”. E
(5) não pode ter seu desconhecimento como alegação para escusa de
seu descumprimento. C
11 – Leia as afirmações abaixo:
I – Vacatio legis significa o período de tempo que vai da publicação da lei
a sua entrada em vigor.
II – A lei nova que estabelecer disposição geral a par das leis especiais,
revoga estas últimas.
III – Haverá revogação tácita da lei anterior quando a lei nova regular
inteiramente a matéria de que aquela tratava.
IV – Somente haverá revogação tácita da lei anterior quando a lei nova
for com aquela incompatível.
Estão corretas, apenas:
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
e) I e IV.
12 – No Direito brasileiro a repristinação da lei revogada:
a) ocorrerá automaticamente com a revogação da lei revogadora.
b) é vedada expressamente pela Lei de Introdução ao Código Civil.
c) pode violar direito adquirido sem que isso configure violação de texto
constitucional.
d) poderá ocorrer por disposição expressa de outra lei.
e) não se sujeita às regras pertinentes à vacatio legis.
13 - Assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Introdução ao Código Civil
adotaram o princípio da irretroatividade das leis como regra geral.
b) A analogia juris consiste em um conjunto de normas para obter ele-
mentos que permitam a sua aplicabilidade ao caso concreto não previs-
to, mas similar.

Miguel Página 18 01/11/2010


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c) Em tema de eficácia da lei no espaço o nosso país adota o princípio


rígido da extraterritorialidade.
d) As fontes de integração na Lei de Introdução ao Código Civil são: ana-
logia, costumes e princípios gerais de direito.
14 – Quanto à vigência das leis, podemos dizer que:
a) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra
a revogue ou estabeleça disposições gerais a par das já existentes.
b) a lei revogada se restaura no caso de a lei revogadora vir a perder a
vigência.
c) se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu tex-
to, destinada a correção, o prazo para sua vigência se inicia depois da
nova publicação.
d) as correções de texto de lei em vigor passam a integrar a lei corrigida.
e) a regra geral para o começo de vigência da lei é que esta passa as vi-
gorar trinta dias após a sua publicação oficial.
15 - (Analista Judiciário TRT/MG/2005 - FCC) A lei geral posterior:
a) sempre revoga a lei especial.
b) somente revoga a lei especial quando expressamente o declarar.
c) que estabelecer disposições a par das leis especiais já existentes a es-
tas não revoga.
d) que estabelecer disposições conflitantes com a das leis especiais an-
teriores é considerada inconstitucional.
e) apenas revogará a lei especial anterior se regular inteiramente a ma-
téria de que esta tratar.
16 – (Analista Judiciário TER/PA/2005 – CESPE) Acerca da vigên-
cia, aplicação e interpretação da lei, assinale a opção incorreta.
a) Repristinar uma lei é dar-lhe nova vigência, ou seja, uma lei que fora
revogada volta a viger por determinação expressa de uma nova lei.
b) o intervalo entre a data da publicação da lei e a de sua entrada em
vigor chama-se vocatio legis.
c) a lei posterior revoga a anterior quando é com ela incompatível ou
quando disciplina inteiramente a matéria por ela tratada.
d) para que uma lei seja interpretada de maneira sistemática há que se
examinar a sua relação com as demais leis que integram o ordenamento
jurídico.
e) a irretroatividade da lei é um princípio constitucional absoluto. A lei
nova não pode retroagir e a sua aplicação e seus efeitos abrangem fatos
futuros, não sendo aplicável ao passado.
17 – (OAB-Nordeste 2005.1- VUNESP) – Dispõe a LICC que
a) o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílios, e, se este for diverso, à do último domi-
cílio conjugal.
b) salvo disposição contrária, a lei começa a vigora em todo o país 60
dias depois de oficialmente publicada.
c) a lei do país em que for nata a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família.

Miguel Página 19 01/11/2010


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d) a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em


que residir o proponente.
18 – (Analista Judiciário TER/RN/2005 – FCC) Considerando as
normas previstas na LICC, analise as proposições abaixo.
I – Em nenhuma hipótese, a lei revogada se restaura por ter a lei revo-
gadora perdido a vigência.
II – As correções em texto de lei já em vigor consideram-se lei nova e, a
contagem do prazo para a vigência da lei começará a correr da nova pu-
blicação, se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de
seu texto, com o propósito de correção.
III – A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os di-
reitos de família.
IV – A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que
nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de produzir-se e, por isso, os
tribunais brasileiros admitem provas que a lei brasileira desconhece.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II
b) I, II e III
c) II e III
d) II, III e IV
e) III e IV
19 – (Procurador TCE MA 2005 – FCC) Conforme a LICC, considere
as seguintes assertivas:
I – A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou
de quem os represente, independentemente de ser a lei pessoal do de
cujus mais favorável.
II – Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer
natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de
funções públicas, poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptí-
veis de desapropriação.
III – O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em
que tiverem os nubentes domicílio, e, se Este for diverso, a do primeiro
domicílio conjugal.
Está correto SOMENTE o que se afirma em
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II
e) III
20 – Procurador BACEN 2006 – FCC) No direito brasileiro, a repris-
tinação da lei se regula pela seguinte regra:
a) a lei nova que estabelecer disposição geral revoga a lei especial já e-
xistente.
b) a vigência das leis, que os governos estaduais elaboram por autoriza-
ção do Governo Federal, depende da aprovação deste e começará no
prazo que a legislação fixar.

Miguel Página 20 01/11/2010


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c) a lei posterior só revoga a anterior se expressamente o declarar ou se


com esta for incompatível.
d) a lei revogada só se restaura se o seu texto for nova e integralmente
publicado.
e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a
lei revogadora perdido a vigência.
21 – (Defensor/RN/2006) Segundo a LICC (adaptada à alteração da-
da pela Lei 12.036, de 01 de outubro de 2009)
a) a edição de uma nova lei de caráter especial revoga a lei anterior.
b) na omissão da lei o juiz decidirá o caso concreto de acordo com a a-
nalogia, a equidade e os princípios gerais do direito.
c) os direitos de família são regulados pelo País de nascimento da pes-
soa.
d) o divórcio de brasileiro realizado no estrangeiro, em regra, somente é
válido no Brasil depois de um ano da data da sentença de dissolução.
22 - (Defensor público/MA/2003) – Lei nova que estabelecer dispo-
sição geral a par da lei especial em vigor:
a) não revoga nem modifica a lei especial.
b) não modifica a lei especial.
c) revoga a lei especial.
d) derroga, mas não ab-roga a lei especial.
e) só entrará em vigor depois de expressamente revogada a lei especial.
23 – (Procurador/MA/2003) – “O alcance, portanto, da regra do e-
feito imediato entre nós, é o de que a nova lei, em princípio, atinge
as partes posteriores dos “facta pendentia” com a condição de não
ferir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e coisa julgada”
(FRANÇA, R. Limongi. A Irretroatividade das Leis e o Direito Adqui-
rido. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 210).
A afirmação acima, de um dos autores que estudaram o direito in-
tertemporal, se refere:
a) à vedação expressa na Constituição de lei com efeito retroativo.
b) apenas à regra constitucional que preserva da lei nova o direito ad-
quirido.
c) à regra contida na legislação ordinária, segundo a qual a lei em vigor
terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
d) à proibição contida na lei ordinária de que as leis e regulamentos te-
nham efeito retroativo.
e) à regra segundo a qual a lei entra em vigor imediatamente a partir de
sua publicação, se nada dispuser em sentido contrário, mas serão res-
peitados o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
24 – (Juiz/RN/2002) – José e Maria, casados sob o regime da co-
munhão universal de bens e cujo patrimônio era estimado em R$
1.000.000,00 (hum milhão de reais), em 1/07/2002, instituíram
como bem de família um imóvel no valor de R$ 500.000,00 (qui-
nhentos mil reais), com base no caput do art. 70 do Código Civil de
1916 que estabelece: “É permitido aos chefes de família destinar
um prédio para domicílio desta, com a cláusula de ficar isento de

Miguel Página 21 01/11/2010


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execução por dívidas, salvo as que provierem de impostos relativos


ao mesmo prédio”. O novo Código Civil (Lei nº 10.406, de
10/01/2002), entretanto, prescreve, no artigo 1.711: “Pode, os
cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou tes-
tamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de
família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido
existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a im-
penhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especi-
al”.
Tendo em conta o disposto na Lei de Introdução ao Código Civil, a
instituição do bem de família por José e Maria, com a entrada em
vigor do novo Código Civil, é considerada:
a) inexistente, porque ocorreu violação de norma de ordem pública inse-
rida em lei já publicada, embora ainda não vigente.
b) nula, por consubstanciar fraude à lei, pois o novo Código Civil já ha-
via sido publicado quando da instituição do bem de família.
c) anulável, se José e Maria vierem a contrair dívidas superiores a seu
patrimônio depois de instituído o bem de família.
d) ineficaz em relação a quaisquer credores futuros, porque, depois da
instituição do bem de família, não poderiam contrair dívidas voluntari-
amente.
e) válida, porque a lei nova não pode retroagir para prejudicar o ato ju-
rídico perfeito.
25 – (Procurador INSS/1998) – Considerando as regras constantes
na lei de introdução ao Código Civil, acerca da aplicação da lei no
tempo e no espaço, julgue os itens seguintes:
a) Salvo disposição de lei em contrário, a lei começa a vigorar no país
quarenta e cinco dias após a sua publicação.
b) Caso haja necessidade de se fazerem correções em texto de lei já em
vigor, essas correções serão consideradas lei nova.
c) Lei nova que contenha disposições gerais não revoga lei anterior que
contenha disposições especiais; a vigência da lei nova, no entanto, que
contenha disposições especiais revoga lei que contenha disposições ge-
rais.
d) obrigação resultante de contrato considera-se constituída no lugar
em que residir o aceitante.
e) relativamente a bens móveis que pessoa domiciliada no exterior traga
para o Brasil, aplicar-se-á a lei brasileira.
26 – (Procurador – Bahia/2002) Considere as seguintes afirmações:
I – A lei perde a eficácia desde que comprovado o seu desuso por um pe-
ríodo de tempo superior a 10 anos.
II – Denomina-se repristinação o fenômeno pelo qual a lei revogada é
restaurada quando a lei que revogou perdeu a vigência.
III – A lei ordinária só pode ser revogada, de modo parcial (derrogação)
ou total (ab-rogação), por outra lei de natureza e hierarquia superiores.
IV – Quando um preceito de uma lei contraria uma nova ordem consti-
tucional falta-lhe fundamento de existência e validade e, por isso diz-se
que ele não foi recepcionado.

Miguel Página 22 01/11/2010


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V – Na aplicação da lei sempre será possível a utilização da equidade.


Apenas está correto o que se afirma em:

a) II e IV
b) III e IV
c) I e III
d) I e V
e) II e V
27 – (Procurador – Bahia/2002) É correto afirmar que:
a) direito adquirido é aquele cujos efeitos foram totalmente produzidos
ou consumados.
b) os atos jurídicos serão imperiosamente anulados quando uma das
partes atuou com dolo.
c) a interpretação autêntica de uma lei realiza-se através de outra lei,
que será considerada como a própria lei interpretada.
d) a desconsideração da pessoa jurídica é uma penalidade resultante da
prática de ato ilícito ou fraudulento que acarreta a sua extinção.
e) o nascituro é pessoa, tem personalidade, mas somente usufruirá di-
reitos e assumirá obrigações se nascer com vida.
28 - (INSS/2008). Uma norma jurídica tem três momentos, que di-
zem respeito à determinação do início de sua vigência, à continui-
dade de sua vigência e à cessação de sua vigência. Além disso, a
norma contém em si uma carga de generalidade, referindo-se a ca-
sos indefinidos, o que implica seu afastamento da realidade, fazen-
do surgir uma oposição entre normas jurídicas e fatos. Maria Hele-
na Diniz. Curso de direito civil brasileiro, vol. I, 24.a ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2006, p. 58 (com adaptações).
Tendo as idéias do texto acima como referência inicial, julgue os
itens que se seguem, relativos à analogia, interpretação e aplicação
da lei no tempo e no espaço.
I – A analogia, que é um dos instrumentos de integração da norma jurí-
dica, consiste na prática uniforme, constante, pública e geral de deter-
minado ato com a convicção de sua necessidade jurídica.
II – No ordenamento jurídico brasileiro vigente, quanto à sua eficácia, a
lei possui um prazo de vocatio legis, cuja contagem inclui o dia de co-
meço e exclui o do vencimento.
III – Somente haverá revogação tácita da lei anterior quando a lei nova
for com aquela incompatível.
IV – A lei nova que estabelecer disposição geral a par das leis especiais,
revoga estas últimas.
V – No direito brasileiro, a repristinação da lei revogada não se sujeita
às regras pertinentes à vocatio legis.
VI – A sucessão de bens de estrangeiros, por morte ou ausência, quan-
do situados tais bens no Brasil, será regulada sempre pela lei brasileira,
quanto aos imóveis, e sempre pela lei do país onde era domiciliado o de-
funto ou o desaparecido, quanto aos bens não imóveis.
VII – A Lei de Introdução é uma lex legum, ou seja, um conjunto de
normas que não rege relações de vida, mas sim as normas, uma vez que

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Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

indica como interpretá-las, determinando-lhes a vigência e eficácia, su-


as dimensões espaços-temporais, assinalando suas projeções nas situa-
ções conflitivas de ordenamentos jurídicos nacionais e alienígenas, evi-
denciando os respectivos elementos de conexão.
VIII – O principio cardeal para se saber se uma lei foi ou não tacitamen-
te revogada é o da incompatibilidade.
IX – Durante a vocatio legis, a lei nova não tem vigência, e sim a lei an-
terior, não podendo ser a lei nova aplicada enquanto não ultrapassado o
prazo de vacância nela previsto. A lei anterior, durante esse período, é
plenamente vigente, em obediência ao princípio da continuidade das
leis, já que a sua revogação somente se dará quando a lei nova passar a
vigorar.
X – A analogia é uma das técnicas empregadas para a interpretação das
leis.
XI – A Lei de Introdução ao Código Civil é também chamada pela dou-
trina majoritária de Estatuto do Direito Internacional Privado.

1 A 21 d
2 c 22 a
3 d 23 e
4 a 24 e
5 c 25 V, V, F, F, F
6 b 26 a
7 a 27 c
8 d 28 F, F, F, F, V, F, V, F, V, F, V
9 a 29
10 F, V, F, F, V 30
11 c 31
12 d 32
13 c 33
14 c 34
15 c 35
16 e 36
17 d 37
18 c 38
19 e 39
20 e 40

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Resumo de Direito Civil - LICC
Autor: Francisco Miguel de Moura Júnior

BIBLIOGRAFIA

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Ed. JusPodivm, 2009.
3 - FIGUEIREDO, Fabio Vieira; GIANCOLI, Brunno Pandori. Direito Civil. São Paulo:
Saraiva, 2009.
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5 - GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Volume 1: Parte Geral. 5ª
Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
6 - VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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