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recomendações

Atualização de Condutas em Pediatria


nº 33 Departamentos Científicos da SPSP,
gestão 2007-2009.

Departamento de
Alergia e Imunologia
Respirador
oral
Departamento de Terapia Intensiva
Uso racional dos
medicamentos

Sociedade de Pediatria de São Paulo


Alameda Santos, 211, 5º andar
01419-000 São Paulo, SP
(11) 3284-9809
recomendações
Departamento de Alergia e Imunologia

Respirador oral

O respirador

apresentar um pa-
drão respiratório pela boca,
por um período não menor
oral
caracteriza-se por
sua vez, o padrão respirató-
rio oral pode ocasionar a ins-
talação de alterações: cranio-
faciais (ósseas e musculares),
nas arcadas dentárias, na
do que seis meses, podendo postura corporal, dietéticas,
ocorrer durante todo o dia no crescimento e desenvol-
(total) ou ser intercalado por vimento, distúrbios do sono
um padrão nasal (parcial), in- com repercussões cognitivas
dependentemente da presen- e piora na qualidade de vida.
ça de agravos agudos. Um tipo facial específico,
Quando o recém-nascido denominado face adenoi-
ou o lactente apresenta obs- diana ou “long-face syndrome”,
trução das vias aéreas supe- foi associado a um grande
riores, passa a respirar pela número de pacientes que
boca como medida de defesa apresentavam uma história
e, com isso, deixa de excitar de respiração oral crônica.
as terminações nervosas das Dentre as etiologias ca-
fossas nasais, ocasionando pazes de promover um
um menor desenvolvimento padrão respiratório bucal,
das fossas nasais e de seus encontram-se as condições
anexos. Como a base das alérgicas (rinites), anatômicas
fossas nasais constitui-se no (hiperplasia adeno-tonsilar) e
teto dos maxilares superio- funcionais (sem causa primá-
res, a atrofia das fossas nasais ria). O indivíduo adquire o
Autora:
altera o desenvolvimento dos hábito de respirar pela boca,
Maria Cândida Rizzo maxilares. O indivíduo que contando com a acomoda-
DEPARTAMENTO DE respira mal também deglute ção da musculatura para a
ALERGIA E IMUNOLOGIA mal, mastiga mal e fala mal. respiração oral. As causas
Gestão 2007-2009
A respiração oral não é funcionais apresentam re-
Presidente: caracterizada como uma do- levância na faixa pediátrica,
Antônio Carlos Pastorino
Vice-Presidente: ença, mas como um reflexo pois se destacam entre elas o
Victor Nudelman
Secretário:
de condições que levam a hábito de sucção de chupetas
Ângela Bueno Fomin este padrão respiratório. Por e dedos, a postura errada de
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mamadeira, a falta do aleita- espirros em salva, obstrução


expediente
mento materno e a posição nasal e coriza hialina, sinto-
do bebê no berço. mas conseqüentes ao inten- Diretoria da Sociedade de
Pela etiologia multifatorial so processo inflamatório da Pediatria de São Paulo
Triênio 2007 – 2009
da respiração oral, a aborda- mucosa nasal.
gem deve ser feita de forma A rinite alérgica causa Diretoria Executiva
Presidente:
multidisciplinar, contando edema da mucosa e hiper- José Hugo Lins Pessoa
com a avaliação de especia- secreção, predispondo a um 1º Vice-Presidente:
João Coriolano Rego Barros
listas. A equipe deve contar aumento na resistência nasal, 2º Vice-Presidente:
com o apoio do profissional havendo uma obstrução par- Mário Roberto Hirchheimer
Secretário Geral:
alergologista, otorrinolarin- cial ou total do nariz duran- Maria Fernanda B. de Almeida
1º Secretário:
gologista, fonoaudiólogo, te o sono. É possível que a Sulim Abramovici
ortodontista, fisioterapeuta presença de atopia aumente 2º Secretário:
Fábio Eliseo F. Álvares Leite
e neurologista. O trabalho o risco de uma criança, com 1º Tesoureiro:
destes profissionais deve roncos habituais, apresentar Lucimar Aparecida Françoso
2º Tesoureiro:
ser integrado, estabelecendo a síndrome da hipopnéia- Aderbal Tadeu Mariotti
metas e trocando informa- apnéia obstrutiva do sono. Diretoria de Publicações
ções sobre o paciente, sem o As intervenções ambien- Diretor:
que não se consegue atingir tais ou o uso de agentes far- Cléa Rodrigues Leone
Editor Revista Paulista Pediatria:
um resultado adequado. É macológicos que promovem Ruth Guinsburg
Editores executivos:
interessante lembrar que na a diminuição do edema de Amélia Miyashiro N. Santos
faixa pediátrica contamos mucosa e do muco podem Antônio A. Barros Filho
Antônio Carlos Pastorino
com o potencial de cresci- aliviar a obstrução das vias Mário Cícero Falcão
mento da criança e isso fa- aéreas. Sônia Regina T.S. Ramos

vorece as intervenções que O diagnóstico de rinite é Departamentos Científicos


venham a ser realizadas em clínico, havendo a possibili- Coordenadores:
Ciro João Bertoli
nível ortopédico facial, vi- dade de se firmar o diagnós- Mauro Batista de Moraes
Sérgio Antônio B. Sarrubbo
sando corrigir alterações no tico de atopia, com a reali-
desenvolvimento. zação de testes in vivo (testes
cutâneos de hipersensibili-
Avaliação dade imediata - prick test) ou
alergológica in vitro (RAST ou similares).
A avaliação alergológica O RAST apresenta uma alta Produção editorial:
L.F. Comunicações Ltda.
visa o estabelecimento do sensibilidade (92%) e alta Editor:
diagnóstico de rinite alérgi- especificidade (88%) para o Luiz Laerte Fontes LLFontes@
LFComunicacoes.com.br
ca nos pacientes respirado- diagnóstico de doenças ató- Revisão:
Otacília da Paz Pereira
res orais. A rinite alérgica picas em crianças. O prick Arte:
caracteriza-se clinicamente test é um recurso diagnóstico Lucia Fontes Lucia@
LFComunicacoes.com.br
por prurido nasal intenso, altamente eficiente, pois apre
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senta elevada sensibilidade e medida de suas dimensões é


especificidade, é menos one- estimada pelo Raio X lateral
roso que o RAST e fornece de pescoço e pela realização
o diagnóstico minutos após de nasofibroscopia. A nasofi-
sua aplicação. É importante broscopia (endoscópio flexí-
que os testes cutâneos sejam vel) é um procedimento que
realizados por profissionais pode ser incluído na aborda-
treinados para aplicá-los e gem diagnóstica do paciente
para interpretá-los e que os respirador oral, permitindo
extratos utilizados sejam pa- a visualização da massa ade-
dronizados biologicamente. noidiana em três dimensões.
Este procedimento comple-
Avaliação otorrino- menta as informações forne-
laringológica (ORL) cidas pelo RX de cavum.
A avaliação ORL geral Se necessário, o exame
deve ser aplicada em todas ORL pode ser complemen-
as crianças respiradoras orais tado pela realização da au-
e consta de procedimentos diometria tonal e focal (fo-
não invasivos, realizados ha- noaudiólogo). É um exame
bitualmente em ambulatório. que mede a acuidade audi-
Inclui o exame das fossas tiva, usualmente realizado
nasais anteriores (rinoscopia em ambulatório, a partir dos
anterior), o exame do condu- dois anos de idade, pois a
to auditivo e das membranas resposta depende da colabo-
timpânicas (otoscopia) e o ração voluntária da criança.
exame da cavidade oral. É realizado em cabine acús-
Nos respiradores orais tica, com fones de ouvido.
é importante a avaliação do
volume da adenóide. A ade- Avaliação
nóide (tonsila nasofaríngea) fonoaudiológica
é um órgão linfóide localiza- miofuncional
do na parede faríngea poste- A avaliação miofuncional
rior. Sabe-se que o aumento tem como objetivo avaliar
da adenóide varia durante a os órgãos fonoarticulatórios
infância, presumivelmente (lábios, língua, dentes, bo-
como resposta a estimulações chechas, pálato duro e mole)
antigênicas. Só é visível com e as funções estomatognáti-
o auxílio de um endoscópio cas (respiração, mastigação,
ou de um espelho refletor. A deglutição e fala).
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A avaliação miofuncio- de dentes ou ferimentos nas


nal é composta por uma laterais e o aspecto do freio
entrevista e pelo exame pro- da língua. Verificar a locali-
priamente dito. A entrevista zação da língua na cavidade
consta de abordagem em bucal.
forma de anamnese, visando
aspectos respiratórios, hábi- • Bochechas → observar inter-
tos bucais, como o uso de namente se há marcas ou fe-
chupeta, mamadeira, sucção rimentos, se são assimétricas
digital, bruxismo, onicofagia, ou caídas.
e aspectos alimentares, entre
eles a amamentação natural, • Amígdalas palatinas → ob-
preferências alimentares e servar a presença ou não, se
mastigação. são aumentadas ou hipere-
O exame fonoaudiológico miadas.
consta de duas partes: a ava-
liação de aspectos morfológi- • Dentes → observar o tipo
cos e da postura dos órgãos de dentição (decídua, mista
fonoarticulatórios, além de ou permanente), a presença
avaliação das funções esto- de cáries e/ou o uso de pró-
matognáticas, ou seja, respi- teses dentárias. Observar o
ração, mastigação, deglutição tipo de oclusão dentária.
e fala.
• Pálato duro → observar se é
► Aspectos morfológicos e estreito ou ogivado.
posturais: o objetivo é avaliar
a forma anatômica da face da • Pálato mole → observar se
criança e como os órgãos fo- há presença de úvula bífida
noarticulatórios apresentam- ou sulcada. A presença des-
se em repouso. tas alterações associadas a
um padrão vocal hipernasal
• Lábios → observar se estão pode ser indicativo de fissura
fechados, abertos ou entrea- submucosa, necessitando da
bertos. Observar se o lábio avaliação de um ORL.
inferior é evertido e se o su-
perior é fino ou avolumado. • Nariz → observar se a base
é alargada, se as narinas são
• Língua → observar o for- estreitas ou se há desvio de
mato, a presença de marcas septo.
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• Olhos → observar se são si- • Fala → com a conversa


métricos e se há presença de espontânea ou mesmo na
olheiras, que podem ocorrer fala dirigida (repetição e/ou
devido à respiração oral. nomeação) observa-se se há
omissão, substituição, ex-
► Funções: cesso de salivação, desvio de
mandíbula ou qualquer tipo
• Respiração → verifica-se a de dificuldade articulatória.
postura de lábios e de man-
díbula e se há algum ponto A avaliação fonoaudioló-
de vedamento da cavidade gica deve ser complementada
oral. A seguir, coloca-se o por uma avaliação fisioterá-
espelho de Glatzel, abaixo pica, uma vez que as crianças
das narinas do paciente, para que respiram pela boca apre-
visualizar se há passagem de sentam uma desorganização
ar pelo nariz, se a saída de ar postural.
é simétrica nas duas narinas,
ou se há saída maior em uma Avaliação
delas. ortodôntica
A oclusão dentária nor-
• Mastigação → a análise ne- mal é caracterizada pelo
cessita de um alimento que contato correto entre os
favoreça a visualização desta dentes superiores e inferio-
função. Oferece-se um pe- res durante a função, sem a
daço de pão (tipo francês) à presença de más-oclusões.
criança e solicita-se que ela A avaliação ortodôntica
mastigue da maneira como é um exame de rotina que
está acostumada. reúne o mínimo de dados
necessários para se obter
• Deglutição → solicita-se que informações características
a criança tome um gole de dento-faciais dos pacientes.
água e observa-se a presença Se uma anomalia é detecta-
de projeção de língua ante- da, os dados coletados per-
rior ou lateral, a participação mitem sua classificação e a
da musculatura peri-oral, a elaboração de um plano de
projeção da cabeça, a presen- tratamento. Nesta aborda-
ça de engasgo, a interposição gem, é suficiente o uso de
de lábio inferior e a presença um espelho bucal e de um
de ruídos. paquímetro. Algumas das
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medidas geralmente altera- A ortodontia-ortopedia


das no paciente respirador facial dispõe de métodos efi-
oral são: a posição da maxila cientes para corrigir as ano-
e da mandíbula, o ângulo do malias dentofaciais. A orto-
plano mandibular, o ângulo dontia atua sobre o padrão
goníaco, a inclinação dos in- dentário, promovendo o
cisivos e do plano palatino, a alinhamento dos dentes nas
altura facial anterior e o teci- bases ósseas, isto é, maxila e
do mole em relação à linha mandíbula, não havendo li-
estética. mite de idade para este tipo
Dentre os sistemas de de movimentação ortodôn-
classificação de má-oclusão, tica. A ortopedia funcional
o de Angle é o mais utiliza- dos maxilares atua no padrão
do. Angle baseou seus estu- ósseo, realizando a correção
dos de oclusão nas relações de problemas, como: tama-
entre os primeiros molares nho, relacionamento ântero-
superiores e inferiores. Angle posterior e lateral das bases
dividiu a má-oclusão em três ósseas. Para atingirmos estes
classes: Classe I (neutroclu- objetivos, o paciente deve
são), Classe II (distoclusão) estar em fase de crescimento
e Classe III (mesioclusão). e, no caso de pacientes adul-
A Classe I refere-se às tos, recorremos à cirurgia
más-oclusões nas quais há ortognática para equilibrar o
uma relação ântero-poste- padrão ósseo.
rior normal entre a maxila e
a mandíbula. Portanto, a má- Avaliação
oclusão está restrita a um po- neurológica:
sicionamento dos próprios polissonográfica
dentes, que podem estar Em indivíduos predis-
desalinhados, ou seja, mal postos, a ocorrência de hi-
colocados em suas bases ós- popnéia/apnéia obstrutiva
seas. A Classe II engloba as do sono, da fragmentação
más-oclusões, nas quais há do sono e de distúrbios do
uma relação distal da man- sono em geral são frequen-
díbula em relação à maxila. temente relacionados à obs-
A Classe III engloba as más- trução nasal. Qualquer ano-
oclusões, nas quais há uma malia anatômica ou processo
relação ventral da mandíbula patológico que resulte em
em relação à maxila. um estreitamento das vias
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aéreas superiores, aumen- entre elas a alergia nasal, as


tando a resistência ao fluxo hipertrofias adenoamigdalia-
aéreo, pode predispor ao nas e certas anomalias cra-
desenvolvimento de obstru- niofaciais, como a síndrome
ção de vias aéreas superiores de Pierre-Robin, que resulta
e possível apnéia obstrutiva em um posicionamento pos-
do sono (AOS). Observa-se terior da língua.
em crianças uma associação A patogênese da AOS
freqüente da AOS com as inicia-se quando a porção
doenças obstrutivas nasais, posterior da língua e o pálato

Abordagem diagnósti

Respirad
→ padrão respira
→ duração maior o

Avalia

Alergológica Otorrinolaringológica Fon


mio
• Detecção de rinite alérgica • Rinoscopia anterior
• Prick test • Otoscopia • En
• Rast • Exame da cavidade oral • Ex
• RX lateral do pescoço *
• Nasofibroscopia fu

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aproximam-se da parede fa- ço respiratório), que a dife-


ríngea. A apnéia é mais fre- rencia da apnéia central. Os
qüente na fase REM do sono familiares relatam a presença
(rapid eye moviment), caracteri- de ronco com pausas respi-
zando-se pelo relaxamento ratórias intermitentes.
dos músculos das vias aéreas O fenômeno mais comu-
superiores, com um conse- mente associado à AOS é a
qüente colapso das vias aére- sonolência excessiva, que se
as. Na AOS ocorre atividade acredita estar relacionada a
muscular respiratória (esfor- algum grau de hipóxia

ica de respirador oral

dor oral
atório pela boca
ou igual a 6 meses

ações

noaudiológica Ortodôntica Neurológica


ofuncional
• Más-oclusões • Polissonografia
ntrevista
xame propriamente dito
aspectos morfológicos,
uncionais e posturais

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presente nesses casos. Os AOS, embora esta definição


pacientes frequentemente deva ser cautelosa em pesso-
apresentam dores de ca- as idosas. A AOS é conside-
beça, dificuldades de con- rada suave se o index apnéia/
centração e de aprendiza- hipopnéia estiver entre 6 a
do escolar, deterioração de 20, moderada se estiver entre
memória e de julgamento. 21 e 50 e grave se for maior
Além disso, alguns pacien- do que 50.
tes queixam-se de fadiga e A polissonografia pode
de depressão. também indicar a presen-
Entre as seqüelas cardio- ça de alterações gerais rela-
vasculares associadas à AOS cionadas ao sono, como a
incluem-se a hipertensão ar- síndrome da resistência das
terial, as arritmias, a disfun- vias aéreas superiores, sem
ção ventricular e eventos de uma incidência significante
isquemia coronariana e cere- de eventos de apnéia/hipop-
brovascular. néia, nos quais a fragmenta-
A polissonografia docu- ção do sono devido ao ronco
menta a gravidade da apnéia resulta em queixas de fadiga
e suas conseqüências fisio- e sonolência diurna.
lógicas. A polissonografia
pode confirmar as queixas Conclusões
de alterações do sono de O paciente respirador
modo objetivo. Com a rea- oral deve ser reconhecido
lização do exame, é possível precocemente para que se
estabelecer o número e o beneficie das intervenções
tipo de eventos de apnéia, terapêuticas em uma fase
a gravidade das eventuais ainda em desenvolvimento
desaturações arteriais de ósseo. Fica patente que ne-
oxigênio, o grau de apnéia, nhum profissional, de forma
a presença e o tipo de arrit- isolada, consegue manejar
mias cardíacas e sua relação adequadamente o respirador
com os estágios do sono, oral. É necessária uma equi-
além da evidência de outros pe multiprofissional e deve-
distúrbios do sono que pos- mos tentar envolver, além
sam levar à apnéia. dos profissionais de saúde,
A ocorrência de mais do os educadores, por estarem
que cinco episódios de ap- em contato estreito com as
néia em uma hora identifica a crianças.
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