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TRABALHO COMPLETO
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo traçar uma breve síntese da trajetória da música Ocidental desde a Grécia
Antiga até os dias atuais, analisando as principais relações entre matemática e música e abordando também
elementos e experimentos a partir da antiguidade. Pretendemos ainda, analisar o processo de construção de
algumas escalas musicais, dentre elas, a Escala Pitagórica, baseada em razões de números inteiros e a Escala
Temperada largamente utilizada na música ocidental que se fundamenta no conceito de progressão geométrica.
Para tanto, adotou-se uma metodologia de abordagem bibliográfica. É notória a presença de características
comuns nessas duas áreas, pois em cada uma se faz necessário fazer apropriação de sinais simbólicos,
propiciando que as ideias possam ser expressas e executadas. Vale lembrar ainda que, serão destacados aspectos
de abordagem da série harmônica nos estudos da matemática. Espera-se que os resultados do nosso estudo
despertem reflexões e esclarecimentos acercada da temática destacada.
Palavras-chave: Matemática; Música; Monocórdio.
1. Introdução
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astronômicos, físicos, químicos, entre outras inúmeras situações do cotidiano. Assim sendo é
relevante os aspectos matemáticos que estão presentes na música, o que ensejou a escolha
desse tema que estabelece as relações com notas e aspectos musicais.
Atualmente existem vários autores discorrendo sobre essa temática, dentre os quais,
Esgo (2010), Granja (2006), Santos (2013), Olegário (2013), Aleixo (2013) e outros. Nesta
profunda correlação entre a perfeição da matemática e a beleza da música, citamos Einstein,
Apud Tahan (1973): “A música é tão perfeita, é pura como a matemática. A matemática é tão
simples, é deslumbrante como a música” e conclui: “A música parece uma equação de
harmonia”.
Desta forma, pretende-se que esse trabalho traga algumas contribuições para as
discussões sobre a temática proposta, e a partir de dessas informações a pesquisa se voltará ao
tema: “A Integração da Matemática com a Música”.
2. Pitágoras e a Música
A música sempre foi conhecida por ser a arte de manifestar e organizar os sons e,
através dela, muitos acontecimentos históricos e culturais foram registrados e chegaram até os
dias atuais. Por outro lado, a matemática é conhecida como a arte dos números, portanto,
ambas são consideras de grande aporte para a sociedade, com habilidades diferentes e
supostamente, para os leigos, sem nenhuma ligação.
A descoberta da importância da música para a sociedade e o seu papel na educação se
deve aos gregos. Os grandes pensadores gregos salientavam que a música influenciava no
caráter daquele que a escutava e, sendo assim, muito se refletia sobre a sua função no estado,
como expõe Esgo (2010).
A relação entre a Matemática e a Música é uma relação ancestral. Esta relação era
tão óbvia, que as escolas de Pitágoras, Platão e Aristóteles consideravam a Música
como uma parte integrante da Matemática, que em conjunto com a Aritmética,
Geometria e a Astronomia formavam o quadrivium – as “quatro vias” (ESGO, 2010,
p.2).
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Foi desse modo, unindo percepção e razão, que Pitágoras relacionou a música com a
matemática. Segundo conta a lenda, Pitágoras estava determinado a achar uma
medida para a percepção sonora. Usando um monocórdio, instrumento de uma corda
semelhante à lira, Pitágoras investigou o que acontecia com a percepção dos sons ao
variar o comprimento da Corda (GRANJA, 2006, p. 31).
Então a partir de estudos observou que uma corda esticada quando tocada solta
produzia um determinado som, e se colocasse o dedo no meio da corda esticada e
tocasse novamente obteria o mesmo som, porém, uma oitava acima. Na música, o
intervalo entre uma nota musical e outra com a metade ou o dobro de sua frequência
denomina-se oitava (SANTOS, 2013, p.20).
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produz um Dó, por exemplo, ao reduzi-la à metade, esta produzirá um dó uma oitava acima,
bem como um fá a ¾ do comprimento da corda e um sol a 2/3”, conforme ilustra o Quadro 1:
DÓ 1), a fim que possamos encontrar o intervalo de quinta relativo ao som fundamental DÓ 1
onde:
-Quinta
XVII Semana de de DÓ 1:
Matemática , ou seja obtivemos a nota SOL 1.
ISBN 978-85-7764-034-8
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ao FÁ 1), para que se possa encontrar o intervalo de quinta relativo ao som fundamental FÁ 1
desse modo:
-Quinta de SOL 1: , assim a nota que se origina é a nota ré, que tem a
tem o dobro de comprimento, multiplicamos o resultado encontrado (4/9) por 2 sendo assim,
-Quinta de RÉ 1: , equivalente ao LÁ 1.
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Deste modo, as notas Do, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si formam a chamada escala diatônica
de sete notas. Fazendo o cálculo da distância do intervalo entre essas notas, encontraremos
apenas dois valores que são 8/9 e 128/243, onde estes valores representam o tom diatônico e
semitom diatônico pitagórico, respectivamente. Vale lembrar que o semitom ocorre do Mi
para o Fá e do Si para o Dó.
A Figura 2 mostra o processo descrito. Nela a sucessão das quintas das notas é feita a
partir do Dó.
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Após estabelecida uma escala musical através dos estudos com o monocórdio, vários
outros pesquisadores, matemáticos e músicos, principalmente, discutiram de forma ampla o
experimento de Pitágoras ao longo da história, reafirmando as concepções pitagóricas.
Vale salientar que a Escala Temperada não se desenvolveu repentinamente, mas aos
poucos, com o objetivo de buscar intervalos musicais perfeitos. Dessa maneira, para esse
objetivo, o teorema de percorrer as quintas ascendentemente de Pitágoras mostrou-se
insuficiente e limitado às necessidades musicais do Renascimento e dos períodos posteriores.
Segundo Camargos (2011), em 1636, o matemático Mersenne (Marin Mersenne:
1588/1648) propõe a divisão da oitava em doze partes desiguais e iguais. De início sua
proposta foi contestada por estudiosos e músicos, mas isso permitiu resolver o problema de
mudança de tonalidade, desse modo:
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Logo, ou ”.
primeiro termo é a frequência (oscilação) da nota escolhida e a razão (q) é a raiz duodécima
de 2.
Figura 4 - Escala temperada de dó
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4. Série Harmônica
Uma nota, ao ser emitida por um instrumento musical qualquer, fornece não apenas
um som definido, mas uma série de frequências sonoras que, soando em sequência, produzem
a característica que nos permite identificar a fonte sonora, a timbragem. Assim sendo, essa
série de sons é chamada de serie harmônica, no estrito senso da palavra.
Ao tratar dessa temática, Pereira (2013) afirma que quando se ouve uma nota, numa
determinada frequência, na verdade, ouve-se também uma série de outras frequências
secundárias mais agudas que a principal, que não podem ser percebidas isoladamente.
Desde a antiguidade as séries infinitas são conhecidas. Existem registros que
comprovam que os matemáticos Pitágoras e Arquimedes foram os seus grandes precursores. A
exemplo disso, Ávila (1996) diz que a primeira série de quem se tem notícia é a “série
geométrica de razão 1/4, que intervém no cálculo da área da parábola feito por Arquimedes”.
De acordo com Leithold (1994), “As séries infinitas de termos constantes representam
um tópico muito importante em engenharia elétrica porque muitas funções matemáticas
usadas em engenharia podem ser representadas como uma soma de infinitos termos, isto é,
como uma série infinita de termos constantes”.
Matematicamente uma série infinita, encontrada em Leithold (1994), é uma expressão
infinitas parcelas. Onde os números ... são chamados de termo da série. Deste modo
k 1
1
k 1 12 13 14 ..... 1
n
Uma aplicação das séries harmônicas na música, pode ser visto em Anderle (2001),
onde relata que:
XVII Semana de Matemática
ISBN 978-85-7764-034-8
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Fonte: http://pt.scribd.com/doc/56289539/Apostila-Acustica-Eletrica-Em-Audio
A Figura 6 aduz que cada nota emitida por um instrumento ou qualquer fonte sonora
faz resultar outros harmônicos, que assim originam a série harmônica de frequências. A série
harmônica é infinita e, suas primeiras 16 notas surgem ao dividir e subdividir uma corda
vibrante, como dito anteriormente, pela experiência realizada por Pitágoras, em 2, 3, 4, 5, etc.,
partes iguais. Se afinarmos uma corda na frequência de Dó, ao tocar, se notará sua metade
vibrar uma oitava acima, e outra metade dessa, e assim sucessivamente, conforme ilustração
da Figura 6 de forma mais simplificada, e pela Figura 7 de modo mais elaborado, com os
primeiros 16 sons da série harmônica.
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Através dessa pesquisa foi possível perceber que os elementos e conhecimentos que
ligam a matemática à música são amplos, apesar de academicamente serem áreas distintas. As
áreas se conectam a partir de elementos básicos, como a noção de razão e proporção,
transitando pelas séries infinitas, entre outros.
Tendo em consideração que os assuntos abordados neste trabalho, relacionando
matemática e música, pode-se, por meio deste conhecimento, fazer a inserção desse assunto
no âmbito educacional, em formas de atividades, que podem ser trabalhadas nas salas de
aulas, desde que o professor de matemática tenha conhecimentos básicos de música,
produzindo uma prazerosa aprendizagem.
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6. Referências
ALEIXO, Giorgia Taiacol, Propriedades das Ondas Numa Corda. Campinas, 2003.
Disponível em
<http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2003/9
91828Giorgia-MansanaresF809_RF09_0.pdf> Acesso: 15 maio 2017.
ÁVILA, G. As Séries Infinitas In: Revista do Professor de Matemática - nº 30. SBM. São
Paulo, 1996.
LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica: Volume 2, Editora HARBRA, 1994.
PEREIRA, M. Matemática e Música: De Pitágoras aos Dias de Hoje. Rio de Janeiro, 2013.
Disponível em: <http://www2.unirio.br/unirio/ccet/profmat/tcc/2011/tcc-marcos> Acesso em:
18 outubro 2016.
SANTOS, João Batista de Oliveira. Matemática e Música. Jussara, 2013. Disponível em:
<www.cdn.ueg.br/arquivos/jussara/conteudoN/1209/Mono__J0A0_BATISTA.pdf> Acesso
em: 18 setembro 2016.
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ISBN 978-85-7764-034-8
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