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SPECIFICATION AND QUALIFICATION OF FIRE DETECTORS USED IN VERY

HIGH RADIATION ROOMS AT THE ANGRA 2 NUCLEAR POWER PLANT

Luís Gustavo S. Sá1, Alisson S. de Oliveira2, Fernando da S. Donorato3 and Marcos


Vinicius M. de Oliveira4
1
Eletrobrás Termonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR
Departamento GDD.O
Rodovia Procurador Haroldo Fernandes Duarte - BR101, S/N, KM 521,56
23948-000 Angra dos Reis, RJ
luisg@eletronuclear.gov.br
2
Eletrobrás Termonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR
Departamento GDD.O
Rodovia Procurador Haroldo Fernandes Duarte - BR101, S/N, KM 521,56
23948-000 Angra dos Reis, RJ
alison@eletronuclear.gov.br
3
Eletrobrás Termonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR
Departamento GDD.O
Rodovia Procurador Haroldo Fernandes Duarte - BR101, S/N, KM 521,56
23948-000 Angra dos Reis, RJ
donora@eletronuclear.gov.br
4
Eletrobrás Termonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR
Departamento GDD.O
Rodovia Pr
ocurador Haroldo Fernandes Duarte - BR101, S/N, KM 521,56
23948-000 Angra dos Reis, RJ
marcoso@eletronuclear.gov.br

ABSTRACT

During the Operation cycle 11 of the Angra 2 Nuclear Power Plant, faults were observed in
the optical and ionic fire detectors models installed in very high radiation rooms (pump
reactor rooms and sump containment). It was observed that these models were already
obsolete and no available for purchase. In addition, as during the operation cycle these rooms
are not accessible for maintenance because of the high dose rates, corrective measures only
were taken at Outage 2P11 where all detectors were replaced by the new neural fire detector
model. This high-tech model was not sufficiently resistant to the high dose rates of the
environment rooms and starts to fail in the beginning of the cycle 11. Thereafter, a specific
engineering work was developed in partnership with IPEN - Institute of Energy and Nuclear
Research to specify and qualify a new model compatible with the electronic Central of the
Fire Detection System and Alarm and at the same time resistant to radiation. The fire
detectors were subjected to a known gamma radiation rate at the laboratory facilities of IPEN
through the gamma irradiation equipment with cobalt radiation source. In this way, it was
possible to determine its useful life comparing the total dose absorbed for detector failure and
the environmental dose where it was installed in Angra 2. The current approved model was
installed during Outage 2P13, and until now, no spurious alarms or failure were observed
during the current cycle.
1. INTRODUCTION

O Sistema de alarme de incêndio de Angra 2 consiste de uma rede de detectores automáticos


e caixas de alarmes manuais conectadas a Estações de Alarmes Locais além de uma Estação
de Alarme Central.
Conforme definido no manual de Operação e Manutenção do sistema, tem como função
prevenir danos devido a incêndios e suas consequências na Central Nuclear, tais como
indisponibilidade funcional e perda de componentes da instalação(1).
O sistema de alarme de incêndio tem várias tarefas, tais como: enviar alarmes de fogo e falha
(acústico e visual) ao pessoal da Sala de Controle; identificar as áreas envolvidas; registrar os
eventos e seu horário e atuar os sistemas/componentes contra incêndio tais como os sistemas
de água nebulizada, sistema CO2, sistema FM200, portas corta fogo e dampers do sistema de
ventilação através de sua interface como o sistema de atuação da proteção contra incêndio.
As linhas de alarmes de incêndio são supervisionadas pelas Estações Locais e Central de
alarme para detectar falhas, como por exemplo, fios partidos, curtos circuitos e
falhas/remoção de detectores.
Em caso de incêndio, alarmes serão transmitidos pelos detectores automáticos e/ou caixas de
alarmes manuais para as Estações Locais e Central de alarme via linha de detecção da área de
incêndio monitorada.

2. SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO NAS SALAS DE MUITO ALTA


RADIAÇÃO

As salas de muito alta radiação estão localizadas no Edifício do Reator e compreendem as


salas onde estão localizados o Reator Nuclear, as quatro Bombas de Refrigeração do Reator,
os quatro Geradores de Vapor, o Poço da Contenção e outros sistemas periféricos da área
nuclear. Estas salas são também chamadas de Sala de Grandes Equipamentos e a taxa de dose
esperada para as mesmas é superior a 10000 µicro-sieverts/hora.
As salas de Grandes Equipamentos no Edifício do Reator são monitoradas simultaneamente
por redundantes linhas de detecção de incêndio. Para as elevações + 14,15 m e +17,15 m
(níveis 5 e 6 respectivamente) existem três redundâncias de detecção de incêndio para cada
sala do conjunto motor + bomba do reator (JEB10-40AP001) conforme figura 1.

Figura 1: Linhas de detecção nas salas do conjunto motor + bomba do reator (JEB10-
40AP001)

INAC 2017, Belo Horizonte, MG, Brazil.


Em corte, pode-se observar na figura 2 a posição dos detectores de incêndio nas elevações +
14,15 m e +17,15 m para a redundância 40. Esta mesma disposição dos detectores se repete
para as demais redundâncias (10, 20 e 30).

Figura 2: Posição dos detectores de incêndio nos níveis 5 e 6 (elevações + 14,15m, +17,15m)

No caso da elevação +11,15m existem 4 redundâncias de detecção de incêndio para cada sala
do Sump da contenção conforme figura 3.

Figura 3: Linhas de detecção de incêndio no Poço da Contenção.

INAC 2017, Belo Horizonte, MG, Brazil.


Esta definição do projeto do sistema CYE em estabelecer três ou quatro redundâncias de
detecção para estas salas é importante devido à impossibilidade de acesso às mesmas durante
o ciclo de operação (área de muito alta radiação) caso haja alguma avaria no sistema com
necessidade de reparo.
Originalmente tínhamos dois modelos distintos de detectores de incêndio instalados nestas
áreas: BR12 – optico e BR910 – iônico. Primeiramente o modelo BR910 tornou-se obsoleto
em função de usar uma fonte radioativa de Amerício dentro de sua câmara de ionização. Logo
depois o modelo BR12 também se tornou obsoleto. Na tabela 1 podemos comparar os
modelos originais com os atualmente instalados.

LINHA DE DETECTOR MODELO MODELO LINHA DE DETECTOR MODELO MODELO


DETECÇÃO ORIGINAL ATUAL DETECÇÃO ORIGINAL ATUAL

CYE10CR001 B01/B03 BR12 ES CYE10CR011 B01/B04 BR910 ES

B02/B04 BR910 ES B02/B03 BR12 ES

CYE10CR002 B01/B03 BR910 ES CYE10CR012 B01/B03 BR910 ES

B02/B04 BR12 ES B02/B04 BR12 ES

CYE10CR003 B01/B03 BR12 ES CYE10CR013 B01/B03 BR12 ES


B02/B04 BR910 ES B02/B04 BR910 ES
CYE10CR004 B01/B04 BR910 ES CYE10CR014 B01/B04 BR910 ES
B02/B03 BR12 ES B02/B03 BR12 ES

CYE10CR005 B01/B03 BR910 ES CYE10CR015 B01/B04 BR12 ES

B02/B04 BR12 ES B02/B03 BR910 ES


CYE10CR006 B01/B03 BR12 ES CYE10CR016 B01/B04 BR12 ES

B02/B04 BR910 ES B02/B03 BR910 ES

CYE10CR007 B01/B03 BR910 ES CYE10CR017 B01/B04 BR910 911-EX


B02/B04 BR12 ES B02/B03 BR12 911-EX

CYE10CR008 B01/B04 BR12 ES CYE10CR018 B01/B03 BR12 911-EX

B02/B03 BR910 ES B02/B04 BR910 911-EX


CYE10CR009 B01/B03 BR12 ES CYE10CR019 B01/B04 BR910 911-EX

B02/B04 BR910 ES B02/B03 BR12 911-EX


CYE10CR010 B01/B04 BR12 ES CYE10CR020 B01/B04 BR12 911-EX
B02/B03 BR910 ES B03/B04 BR910 911-EX

Tabela 1: Tabela comparativa entre os modelos originais e o atualmente instalado.

O fabricante então lançou o modelo FDOOT 241-9 como substituto dos antigos BR12 e
BR910.
Na Parada 2P11 todos os detectores da Sala de Grandes Equipamentos foram substituídos
utilizando o modelo FDOOT 241-9 recomendado pelo fabricante. Porem, durante o ciclo 12,
falhas sequentes foram observadas nestes detectores e, ao final do mesmo ciclo, 19 das 20
linhas de alarme falharam em função de avarias nos detectores causada pela elevada
radiação nos mesmos. Neste momento não havia mais modelos antigos em estoque tão
pouco disponível para aquisição, ao mesmo tempo que o modelo novo não atendia no
quesito resistência a radiação.

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2.1 ESPECIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS DETECTORES NO IPEN

Buscando alternativas para solução do problema, a Engenharia de Sistemas de Angra 2


especificou, testou e qualificou junto ao IPEN e a outros fornecedores no mercado um
modelo alternativo de detector de incêndio, com maior resistência a radiação e compatível
com a central de alarmes instalada em Angra 2.
Para qualificação dos mesmos, os detectores e bases foram montados na mesa do Irradiador
Gama do IPEN, cada um com quatro filmes dosimétricos para permitir a leitura dos valores
de dose real absorvida por cada um deles (figura 4).
Estes detectores de incêndio foram submetidos a um valor de radiação conhecido e
progressivo até falharem.
O resultado do teste demonstrou que as primeiras falhas iniciaram a um valor de radiação de
200 Gy.

Figura 5: Distribuição dos detectores e bases na


mesa do Irradiador gama.

Considerando que, de acordo com a ficha técnica do fabricante, os detectores modelo


FDOOT 241-9 podem apresentar falhas eletrônicas e funcionais a um valor de dose
aproximada de 100 Gy, foi recomendada a utilização do novo detector testado (optico
convencional série 9000), pois na média apresentaram comportamento confiável na faixa de
200 Gy, muito superior ao apresentado pelo modelo FDOOT 241-9.

Desta forma, na Parada 2P12 os modelos Siemens FDOOT 241-9 foram parcialmente
trocados pelo modelo ESSER série 9000. Em adição, foi utilizado também o modelo
Siemens BR911-EX, original de projeto e obsoleto mas com saldo remanescente em
estoque. O Ciclo 13 foi iniciado com a seguinte configuração: 36 detectores série 9000, 20
detectores BR911-EX e 24 detectores FDOOT 241-9 (figura 6).

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Figura 6: Configuração do CYE na Sala de Grandes Equipamentos (UJA) após a Parada
2P12.

Como esperado, durante o ciclo 13, assim como observado no ciclo 12, todos os detectores
FDOOT 241-9 falharam novamente em função da radiação. Entretanto, o modelo serie 9000
e o modelo BR911-EX permaneceram operáveis e sem falhas. Como os modelos de
detectores foram distribuídos de forma a todas as salas terem pelo menos uma linha de
detecção completa com o modelo BR911-EX e/ou série 9000, ao final do ciclo, todas as
áreas permaneceram monitoradas por pelo menos uma linha de alarme completa.
Ainda durante o ciclo 13, foi emitido Pedido de Compra para a aquisição de novos
detectores série 9000. Contudo, o fornecedor informou que os mesmos também já estavam
obsoletos. Novamente foi necessário especificar, testar e qualificar no IPEN outro modelo
de detector de incêndio.
Semelhante ao modelo Serie 9000, o modelo ES foi testado e apresentou falhas iniciais a
um valor de radiação de 200Gy. Desta forma, este modelo foi também aprovado e efetuado
a aquisição de 280 peças. Na parada 2P13 todos os detectores FDOOT 241-9 e série 9000
foram substituídos por este novo modelo aprovado (ES). A configuração do sistema CYE
para o Ciclo 14 é mostrada na figura 7.

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Figura 7: Configuração do CYE na Sala de Grandes Equipamentos (UJA) após a Parada
2P13.

2.3 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DA MODIFICAÇÃO

Outra vantagem observada no uso dos detectores ESSER ES em substituição ao SIEMENS


FDOOT 241-9 refere-se ao custo do mesmo. A tabela 2 mostra a comparação do custo
detector + base e o impacto destes valores na Parada da Usina.

Modelo Detector Base Total Detectores Custo total


trocados na
Parada
FDOOT 241-9 R$ 569,41 R$ 257,23 R$ 826,64 80 R$ 66131,20
ESSER ES R$ 192,55 R$ 46,84 R$ 239,39 80 R$ 19151,20

Tabela 2: Tabela comparativa entre os custos dos modelos de detectores.

Os valores descritos na tabela acima demonstram uma economia de R$ 46980,00


(aproximadamente 71%) no custo da troca dos detectores de incêndio que ocorrem a cada
parada, nas salas de grandes equipamentos.

3. CONCLUSIONS

Até o presente momento do ciclo 14 não foram observadas falhas nestes detectores. No
gráfico 1 é possível observar a quantidade de linhas com avaria, considerando somente as
linhas de detecção da Sala de Grandes Equipamentos nos três últimos ciclos de operação.
Houve uma grande evolução na confiabilidade do sistema para estas salas. No total de 20
linhas de detecção monitorando estas salas, tivemos no ciclo 12 o pior desempenho onde 85%

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das linhas apresentaram avaria ao logo do ciclo. No ciclo atual (ciclo 14) ainda não houve
avaria nas linhas de detecção de incêndio nas Salas de Grandes Equipamentos em Angra 2.

Gráfico 1: Comparativo de falhas ao longo dos últimos três ciclos de Operação

Outros dispositivos de prevenção e proteção contra incêndio são utilizados em Angra 2 além
do sistema de detecção de incêndio (CYE) para aumentar a confiabilidade na Operação da
Usina no que tange a Proteção Contra Incêndio, por exemplo:
- Sistema fixo de combate a incêndio SGD acionado automaticamente pelo sistema CYE,
remotamente pelo CXR, localmente pelo painel da área ou manualmente pelas válvulas de
abertura do diafragma das válvulas dilúvio;
- Sistema de hidrantes de água e espuma para atuação manual pela Brigada de Incêndio;
- Câmeras de monitoramento on line com monitores na Sala de Controle (2 câmeras por
cada JEB e 4 câmeras no SUMP);
- Proteção Passiva (portas e penetrações corta fogo);
- Manta intumescente nos cabos elétricos e de instrumentação das bombas do reator;
- Controles administrativos;
- Testes funcionais em todos os componentes durante as paradas para reabastecimento;
A tabela 3 estabelece uma comparação de Angra 2 com as Usinas Brokdorf (Alemanha) e
Goesgen (Suíça), considerando os sistemas de proteção contra incêndio nas Salas de
Grandes Equipamentos.

Sistemas Sistema Sistema Sistema Câmeras Câmeras Manta


JEB’s SUMP Intumescente
Usinas CYE SGD SGA
Angra 2 X X X X X X
Brokdorf X Não X X Não X
possui possui
Goesgen X Não X X Não Não possui
possui possui

Tabela 3: Comparação do sistema de incêndio de Angra 2 com outras usinas.

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A principal diferença observada refere-se ao sistema fixo de combate a incêndio em áreas
de alta radiação onde o acesso é restrito. O projeto de Angra 2 permite uma maior rapidez
na resposta ao Incêndio, uma vez que o principio de incêndio indicado pelo alarme no
detector de incêndio e visualizado nas câmeras pode ser imediatamente combatido através
da atuação pela Sala de Controle sem perda de tempo e evitando a exposição dos
Brigadistas a elevadas taxas de doses.
Outra diferença importante são as câmeras instaladas no Sump da contenção que permitem o
monitoramento desta importante área de incêndio. Em adição, mantas intumescentes
garantem a proteção térmica dos principais cabos elétricos e de instrumentação no caso de
incêndio, através de sua expansão térmica, permitindo o desligamento seguro da Usina em
eventos de incêndio nestas áreas.

ACKNOWLEDGMENTS

A Usina de Angra 2 por permitir o desenvolvimento deste Artigo.

REFERENCES

1. R. A. Sosigenes, Instrução de Operação e Manutenção do Sistema CYE, Revisão 5,


Eletronuclear, Angra dos Reis & Brasil (2007).
2. L. S. Samir, Testes dos Detectores de Fumaça tipo Optico Convencional, série 9000,
submetidos a radiação ionizante (raios gama) para instalação nas Salas de Grandes
Equipamentos no Edifício do Reator de Angra 2, IPEN, São Paulo & Brasil (2015).
3. L. S. Samir, Testes dos Detectores de Fumaça tipo Optico Convencional, série ES,
submetidos a radiação ionizante (raios gama) para instalação nas Salas de Grandes
Equipamentos no Edifício do Reator de Angra 2, IPEN, São Paulo & Brasil (2016).

INAC 2017, Belo Horizonte, MG, Brazil.

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