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SUMÁRIO
1.
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL (1)............................................ 3
1.1.
Elementos
necessários
ao
processo
de
orçamento
de
capital ........................ 5
1.1.1.
Conceito de investimento inicial ..........................................................................................5
1.1.2.
Conceito de fluxo de caixa do projeto ................................................................................6
1.2.
Cálculo
do
investimento
inicial ................................................................................. 6
EXERCÍCIOS
(extraídos
de
Gitman
–
2002)........................................................................ 8
2.
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(2)..........................................................11
2.1.
Cálculo
do
fluxo
de
caixa
do
projeto. .....................................................................11
2.1.1.
Cálculo das entradas de caixa operacionais...................................................................11
2.1.2.
Cálculo do fluxo de caixa residual....................................................................................13
3.
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL (3)......................................... 17
3.1.
Estrutura
de
capital
(1) ..............................................................................................17
3.1.1.
Capital de terceiros: ...............................................................................................................18
4.
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL (4)......................................... 28
4.1.
Estrutura
de
capital
(2):.............................................................................................28
4.1.1.
Capital próprio:........................................................................................................................28
5.
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL (5)......................................... 33
5.1.
Cálculo
do
custo
de
capital
com
Conteúdo
base
nas
ações
existentes........33
5.2.
Cálculo
do
custo
de
capital
com
base
em
emissão
de
novas
ações. .............34
6.
PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL(6).......................................... 36
6.1.
Cálculo
do
custo
Médio
Ponderado
de
Capital
(CMPC)....................................37
7.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS (1)................................................. 42
7.1.
Conceito
de
Custo
de
capital .....................................................................................42
7.2.
Conceito
de
custo
de
oportunidade........................................................................43
7.3.
Cálculo
do
Valor
Presente
(VPL). ............................................................................44
8.
Métodos de análise de projetos (2). ....................................................................... 50
8.1.
Cálculo
da
Taxa
Interna
de
Retorno
(TIR) ...........................................................50
8.2.
Análise
do
Perfil
de
VPL .............................................................................................51
8.3.
Análise
do
Ponto
de
Fisher........................................................................................53
9.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS (3)................................................. 60
9.1.
Cálculo
do
Período
Pay-Back,
sem
desconto.......................................................60
O
período
de
pay-back
é
o
tempo
que
o
fluxo
de
caixa
leva
para
cobrir
os
custos
do
investimento
inicial....................................................................................................................60
9.2.
Cálculo
do
Período
Pay-back
com
desconto........................................................61
10.
Moderna Teoria das carteiras e custo de capital (1). ...................................... 65
10.1.
Conceito
de
Risco
e
Retorno...................................................................................65
10.2.
Conceito
e
cálculo
de
ferramentas
de
risco ......................................................66
10.2.1.
Amplitude ...............................................................................................................................66
10.2.2.
Desvio padrão ........................................................................................................................66
10.2.3.
Coeficiente de variação ......................................................................................................68
10.2.4.
Correlação...............................................................................................................................69
10.2.5.
Variância .................................................................................................................................70
10.2.6.
Covariância.............................................................................................................................70
11.
Moderna Teoria das Carteiras e custo de capital (2)...................................... 77
1
11.1.
Aversão
ao
risco .........................................................................................................77
11.2.
Mercado
eficiente ......................................................................................................78
11.3.
Risco
sistemático .......................................................................................................78
11.4.
Risco
não-sistemático...............................................................................................79
2
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
1
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(1)
3
• Geração
de
propostas:
as
pessoas
em
todos
os
níveis
da
organização
geram
e
apresentam
suas
idéias
com
potencial
de
redução
de
custos
e
aumento
da
riqueza
dos
proprietários.
• Avaliação
e
análise:
as
propostas
são
analisadas
levando
se
em
conta
de
atendem
os
objetivos
definidos
em
seu
planejamento
estratégico,
os
recursos
previstos
em
seu
controle
estratégico,
a
direção
estratégica
e
o
controle.
Verifica
se
também
sua
viabilidade
econômica.
• Tomada
de
decisão:
tendo
avaliado
e
concebido
a
magnitude
do
gasto
de
capital,
o
responsável
por
essa
decisão
deverá
escolher
a
melhor
alternativa
dentre
as
quais
foram
apresentadas.
Deve
se
lembrar
que
cada
indivíduo
na
organização
recebe
autonomia
para
tomar
decisões
dado
o
nível
de
gasto
exigido.
• Implementação:
sendo
a
proposta
aprovada
ela
deverá
ser
posta
em
prática.
Se
a
proposta
requer
um
grande
valor
é
porque
ela
atua
provavelmente
em
um
nível
estratégico,
e
nesse
nível
de
atuação
a
proposta
precisa
ser
controlada
para
se
garantir
que
os
custos
orçados
anteriormente
não
ultrapassem
o
orçamento
inicial
(budget).
• Acompanhamento:
como
já
visto
em
administração
estratégica,
qualquer
mudança
em
uma
organização
em
qualquer
nível
que
seja
precisa
de
um
controle
que
nada
mais
é
do
que
avaliar
se
o
projeto
está
devolvendo
os
resultados
antes
previstos.
A
empresa
pode
realizar
todos
os
projetos
apresentados?
Na
teoria
assumindo
uma
empresa
com
fundos
ilimitados
sim,
mas
sabe
se
que
na
prática
nenhuma
empresa
possui
fundos
ilimitados.
Elas
são
como
as
pessoas
físicas:
possuem
uma
quantidade
limitada
de
recursos
e
precisam
decidir
a
melhor
forma
de
aplicar
tais
recursos.
Alguns
projetos
podem
ser
independentes
entre
si
ou
mutuamente
excludentes.
Os
projetos
independentes
são
aqueles
que
quando
aceitos
não
interferem
na
consideração
futura
dos
demais
projetos.
Por
exemplo:
um
projeto
de
troca
dos
móveis
de
escritório
e
outro
de
instalação
de
ventiladores.
Um
não
afeta
a
escolha
do
outro
e
vice-‐versa.
Os
projetos
mutuamente
excludentes
implicam
que
a
aceitação
de
um
projeto
rejeita
imediatamente
a
aceitação
de
outro
por
possuírem
funções
similares.
Por
exemplo:
um
projeto
de
instalação
de
ventiladores
contra
um
4
projeto
de
troca
de
ar-‐condicionado.
Ou
se
faz
um
ou
se
faz
outro.
Os
dois
não
são
possíveis.
1.1. Elementos necessários ao processo de orçamento de capital
O
que
devo
levar
em
conta
ao
orçar
um
investimento
em
longo
prazo?
Dois
elementos,
que
serão
analisados
a
seguir,
devem
ser
considerados
na
prática
de
orçamento
de
capital:
conceito
de
investimento
inicial
e
conceito
de
fluxo
de
caixa.
1.1.1. Conceito de investimento inicial
Investimento
inicial
é
a
saída
de
caixa
no
instante
zero
logo
no
início
do
projeto.
Por
exemplo,
na
figura
abaixo,
na
compra
de
uma
máquina
injetora
apresenta-‐se
um
fluxo
de
caixa.
Tal
máquina
custa
R$10.000
e
em
5
anos
ela
apresenta
resultados
operacionais.
R$10.000
é
o
valor
que
se
paga
pela
máquina
e
deve
ser
desembolsados
à
vista,
ou
seja,
antes
de
se
obter
entradas
de
caixa
geradas
pelo
próprio
investimento
inicial.
Mas
sempre
o
desembolso
dos
custos
de
um
investimento
serão
à
vista?
A
resposta
é
não.
Em
fluxos
de
caixa
não
convencionais,
haverá
saídas
de
caixa
referentes
ao
investimento
inicial
que
estarão
em
momentos
futuros
como
mostra
a
figura
abaixo.
Note
que
no
ano
3
há
uma
saída
de
caixa
em
meio
as
entradas,
isso
pode
ser
referente
a
um
parcelamento
do
investimento
inicial
ou
um
custo
de
manutenção
da
máquina
por
exemplo.
5
1.1.2. Conceito de fluxo de caixa do projeto
São demonstrações que apresentam apenas as variações monetárias ocorridas
no caixa da empresa. Entretanto, a ênfase dada aos fluxos de caixa de um orçamento
de capital está associada à realização de um projeto, que são chamados de fluxos de
caixa relevantes. Fluxos de caixa relevantes são as entradas ou saídas resultantes do
investimento inicial específico do projeto. Ao analisar um projeto de investimentos, o
analista financeiro deve apenas preocupar-se com estes fluxos.
Retome
o
exemplo
de
diagrama
de
fluxo
de
caixa
já
apresentado
anteriormente.
Percebe
se
que
as
entradas
de
3.750
nos
4
primeiros
anos
e
a
entrada
de
5.000
no
5º
ano
são
referentes
ao
investimento
inicial
de
10.000
feito
na
compra
da
máquina.
1.2. Cálculo do investimento inicial
É
possível
calcular
o
investimento
inicial
de
um
projeto?
Sim
é
possível,
mas
para
tanto
deve
se
levar
em
conta
alguns
aspectos
que
serão
vistos
a
seguir.
O
investimento
inicial
é
apenas
a
diferença
entre
todas
as
entradas
e
saídas
de
caixa
que
ocorrem
no
instante
zero.
Mas
é
possível
que
haja
entradas
de
caixa
no
instante
zero?
Sim
é
possível.
Ao
se
adquirir
um
novo
ativo
haverá
alguns
custos
como
o
custo
de
instalação,
mas
poderá
haver
receitas
como
a
venda
do
ativo
velho.
A
6
venda
do
ativo
antigo
“abate”
ou
reduz
o
valor
líquido
a
ser
pago
pelo
ativo
novo.
Por
exemplo,
ao
comprar
a
nova
máquina
injetora
por
R$10.000,
pode
ser
vender
a
antiga
por
R$2.000
e
assim
ter
um
desembolso
líquido
de
R$8.000
(10.000
–
2.000)
pela
máquina
nova.
Vejamos
esse
cálculo
de
uma
forma
mais
abrangente:
Custo
do
novo
ativo
instalado
=
R$11.000
Custo
do
novo
ativo
=
R$10.000
+
custos
de
instalação
=
R$1.000
-‐
Resultado,
após
IR
obtido
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$1.800
Receita
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$2.000
+/_
imposto
de
renda
=
(R$200)
+/-‐
Variação
no
capital
circulante
líquido
=
R$100
=
Investimento
inicial
=
R$9.300
A
companhia
pagou
R$11.000
pela
máquina
já
instalada,
ganhou
1.800
com
a
venda
da
máquina
antiga
(já
descontado
os
efeitos
do
IR
pela
receita
de
tal
venda)
e
reduziu
seu
CCL
em
100
com
os
novos
investimentos,
dessa
forma,
sua
saída
líquida
no
momento
zero
ou
seu
investimento
inicial
é
de
R$9.300.
Mas
o
que
é
capital
circulante
líquido?
CCL
ou
capital
circulante
líquido
são
os
empréstimos
de
longo
prazo
usados
para
financiar
atividades
de
curto
prazo.
Se
uma
empresa
com
o
novo
investimento
consegue
reduzir
esse
empréstimos
então
ela
deixa
de
ter
uma
saída
de
caixa
em
seus
financiamentos
e
isso
é
tratado
como
uma
entrada
de
caixa
no
projeto
novo
e
vice-‐versa.
É
possível
haver
IR
na
venda
de
ativos
antigos?
Sim
é
possível,
mas
nem
sempre
ocorre.
O
valor
de
revenda
de
um
ativo
antigo
chama-‐se
Valor
Contábil
e
é
obtido
pela
diferença
entre
o
valor
pago
inicialmente
menos
a
depreciação
que
o
bem
sofre
com
o
tempo.
Se
o
valor
de
revenda
for
maior
do
que
o
valor
contábil,
diga
se
por
exemplo:
a
máquina
antiga
que
foi
vendida
por
R$3.000
tinha
como
valor
contábil
R$2.000
(valia
2.000,
pois
foi
comprada
por
20.000
e
depreciada
em
18.000)
de
acordo
com
o
fisco
houve
um
ganho
de
R$1.000
que
será
tributado.
Caso
o
valor
de
revenda
seja
igual
ao
valor
contábil
então
não
haverá
tributação,
caso
seja
menor
então
o
prejuízo
pode
ser
deduzido
dos
resultados
operacionais
em
40%
da
perda.
Se
o
valor
de
revenda
for
superior
ao
valor
pago
quando
da
compra
do
ativo
antigo,
entende
se
que
houve
ganho
de
capital
e
o
ganho
é
taxado
como
ganho
normal.
7
EXERCÍCIOS (extraídos de Gitman – 2002)
1. O
que
é
orçamento
de
capital?
Como
se
relacionam
dispêndios
de
capital
e
o
processo
de
orçamento
de
capital?
Todos
os
dispêndios
de
capital
envolvem
ativos
imobilizados?
Explique.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
2. Quais
são
os
motivos
para
se
ter
dispêndios
de
capital?
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
3. Descreva
as
etapas
envolvidas
no
processo
de
orçamento
de
capital.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
4. Defina
e
diferencie
projetos
independentes
e
projetos
mutuamente
excludentes.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
5. Descreva
cada
um
dos
itens
que
compõem
o
investimento
inicial.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
6. Custo
do
novo
ativo.
8
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
7. Custos
de
instalação
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
8. Resultado
obtido
na
venda
do
ativo
velho
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
9. Imposto
de
renda
na
venda
do
ativo
velho
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
10. Variação
no
CCL.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
11. O
que
é
valor
contábil
de
um
ativo
e
como
é
calculado?
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
9
12. Descreva
as
formas
de
tributação
quando
da
venda
do
ativo
velho.
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
10
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
2
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(2)
2. PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL (2)
2.1. Cálculo do fluxo de caixa do projeto.
2.1.1. Cálculo das entradas de caixa operacionais.
11
Tabela
1:
Cálculos
das
entradas
de
caixa
para
o
ativo
novo
e
para
o
ativo
antigo.
Então
para
saber
o
fluxo
incremental
basta
subtrair
as
entradas
operacionais
de
caixa
do
ativo
novo
das
entradas
de
caixa
operacionais
dos
ativo
antigo?
Isso
mesmo.
As
entradas
de
caixa
incrementais
são
aquelas
obtidas
pela
diferença
entre
as
entradas
de
caixa
operacionais
do
ativo
novo
e
as
do
ativo
antigo.
Chama
se
incremental
porque
essa
diferença
mostra
exatamente
quanto
que
o
novo
investimento
no
novo
ativo
irá
gerar
“a
mais”
de
caixa
em
comparação
ao
ativo
antigo.
Veja
a
tabela
2
que
ilustra
os
fluxos
incrementais
de
caixa.
Tabela
2:
entradas
de
caixa
operacionais
incrementais
Porque
devemos
inserir
a
depreciação
no
cálculo
dos
fluxos
de
caixa?
A
depreciação
apesar
de
ser
um
benefício
a
qual
pode
se
deduzir
antes
do
cálculo
do
IR,
o
que
o
diminui,
não
é
de
fato
uma
saída
de
caixa.
Esses
valores
não
existem
do
ponto
de
vista
do
fluxo
de
real,
ou
seja,
a
empresa
não
desembolsa
valores
de
depreciação
e
os
paga
a
alguém.
Portanto,
após
o
IR
a
depreciação
12
precisa
ser
adicionada
novamente
no
lucro
líquido
para
efeito
de
caixa.
Ele
só
é
deduzido
para
efeito
de
cálculo
de
IR
e
após
isso
deve
ser
adicionado
de
volta.
2.1.2. Cálculo do fluxo de caixa residual
A
máquina
antiga
foi
comprada
por
300.000,
e
a
empresa
achou
quem
a
comprasse
por
340.000.
Dessa
forma,
houve
um
ganho
de
capital
de
40.000
que
serão
tributados
e,
ainda,
há
o
ganho
sobre
o
valor
contábil.
No
momento
da
substituição,
a
máquina
antiga
ainda
tem
2
anos
a
serem
depreciados,
como
mostrado
na
tabela
1.
Como
são
60.000
para
cada
ano,
logo
o
total
é
de
120.000
de
valor
contábil.
Como
ela
vendeu
por
340.000,
ela
obteve
um
lucro
de
220.000
(40.000
de
ganho
de
capital
+
180.000
acima
do
valor
contábil)
que
serão
tributados
a
40%
que
somará
88.000.
A
empresa
ainda
terá
com
a
substituição
de
ativos
um
aumento
no
seu
AC
(ativo
circulante)
de
37.000
e
um
aumento
no
seu
PC
(passivo
circulante)
de
17.000,
logo
a
necessidade
de
CCL
é
de
20.000
(37.000
–
17.000).
Dessa
forma,
o
cálculo
do
Investimento
Inicial
segue
abaixo.
Custo
do
novo
ativo
instalado
=
R$400.000
Custo
do
novo
ativo
=
R$380.000
+
custos
de
instalação
=
R$20.000
-‐
Resultado,
após
IR
obtido
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$132.000
Receita
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$220.000
+/_
imposto
de
renda
=
(R$88.000)
+/-‐
Variação
no
capital
circulante
líquido
=
(R$20.000)
=
Investimento
inicial
=
R$248.000
Logicamente,
no
fim
de
5
anos
a
empresa
venderá
o
ativo
novo
por
R$30.000,
o
valor
contábil
do
ativo
é
de
R$0,00,
pois,
já
foi
depreciado
por
inteiro.
Logo
o
lucro
com
a
venda
desse
ativo
novo
é
justamente
seu
preço
de
venda.
Não
se
pode
esquecer
que
também
haverá
a
tributação
de
40%
sobre
R$30.000
que
resultará
em
R$12.000.
O
aumento
de
CCL
de
R$20.000
que
ocorreu
no
começo
do
projeto
deixará
de
existir
e
a
empresa
voltará
a
sua
situação
original,
portanto,
o
que
era
visto
como
aumento
no
início
do
projeto,
agora
é
economia
e
gerará
uma
entrada
de
caixa.
O
cálculo
do
fluxo
residual
no
fim
do
período
segue
abaixo.
Recebimento
pela
venda
após
IR
=
R$18.000
Recebimento
pela
venda
=
R$30.000
IR
(40%)
=
R$12.000
+/-‐
Variação
no
capital
circulante
líquido
=
R$20.000
=
Fluxo
de
caixa
residual
=
R$38.000
Dessa
forma,
o
fluxo
de
caixa
da
substituição
do
novo
ativo,
fica
definido
na
figura
1.
13
86.000
+
38.000
124.000
14.000
26.000
104.000
74.000
0
1
2
3
4
5
248.000
14
EXERCÍCIO
PARA
FIXAÇÃO.
A
empresa
de
pesquisa
Stanforth
está
avaliando
a
possibilidade
de
adquirir
um
equipamento
de
medição
de
temperatura
altamente
sensível.
O
novo
dispositivo
vai
substituir
um
existente
que
foi
comprado
2
anos
atrás
por
$60.000
e
é
depreciado
de
acordo
com
cuja
taxa
anual
de
depreciação
de
20%,
de
acordo
com a Norma de Execução n° 06, publicada no Diário Oficial da União de 30
de dezembro de 1993. O equipamento tem uma vida útil de 3 anos, bem como resta 3
anos de depreciação. O novo equipamento irá custar $105.000 mais $3.000 de
instalação e espera se que sua vida útil seja de 5 anos. As estimativas de retorno antes
de IR e depreciação são mostradas na tabela abaixo para os dois equipamentos. O
equipamento atual pode ser vendido por $25.000. A firma está sujeita a 40% de IR
nos ganhos de capital e de lucro.
Observação: o novo investimento não causa variação no CCL.
Retornos antes de IR e depreciação
Máquina atual Máquina
Ano
(1) proposta (2)
1 156.000 175.000
2 160.000 175.000
3 160.000 180.000
4 165.000 180.000
5 170.000 180.000
a. Calcule
o
investimento
inicial
do
novo
ativo.
Custo
do
novo
ativo
instalado
=
R$_________
Custo
do
novo
ativo
=
R$_________
+
custos
de
instalação
=
R$_________
-‐
Resultado,
após
IR
obtido
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$_________
Receita
com
a
venda
do
ativo
velho
=
R$_________
+/_
imposto
de
renda
=
R$_________
+/-‐
Variação
no
capital
circulante
líquido
=
R$_________
=
Investimento
inicial
=
R$_________
b. Calcule
o
fluxo
de
caixa
operacional
incremental
associado
a
substituição
do
ativo
antigo.
15
Lucro antes Entradas de
da caixa
depreciação e Lucro líquido operacionais
do IR [(1) - Depreciação LAIR [(3) - IR [(0,40) x após IR [(5) - [(4) + (7)]
Ano (2)] (3) (4) (4)] (5) (5)] (6) (6)] (7) (8)
Com a máquina nova (em reais)
1 175.000 21.000 154.000 61.600 92.400 113.400
2 175.000 21.000 154.000 61.600 92.400 113.400
3 180.000 21.000 159.000 63.600 95.400 116.400
4 180.000 21.000 159.000 63.600 95.400 116.400
5 180.000 21.000 159.000 63.600 95.400 116.400
Com a máquina antiga (em reais)
1 156.000 12.000 144.000 57.600 86.400 98.400
2 160.000 12.000 148.000 59.200 88.800 100.800
3 160.000 12.000 148.000 59.200 88.800 100.800
4 165.000 12.000 153.000 61.200 91.800 103.800
5 170.000 12.000 158.000 63.200 94.800 106.800
Entradas de caixa operacionais
incrementais
Incremental
Máquina Máquina (relevante)
Ano Proposta (1) Atual (2) [(1) - (2)] (3)
1 113.400 98.400 15.000
2 113.400 100.800 12.600
3 116.400 100.800 15.600
4 116.400 103.800 12.600
5 116.400 106.800 9.600
Calcule
o
fluxo
de
caixa
residual
no
final
do
ano
5,
considerando
que
a
empresa
venderá
o
ativo
novo
por
$40.000.
Monte
o
fluxo
de
caixa
incremental.
Recebimento
pela
venda
após
IR
=
R$_________
Recebimento
pela
venda
=
R$_________
IR
(40%)
=
R$_________
+/-‐
Variação
no
capital
circulante
líquido
=
R$_________
=
Fluxo
de
caixa
residual
=
R$_________
__________
+
__________
__________
____________
____________
____________ ____________
_
0
1
2
3
4
5
____________
16
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
3
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(3)
Tipos de capital
Características De terceiros Próprio
Voz na administração Não Sim
Direitos sobre lucros e ativos Prioritário ao capital próprio Subordinado ao capital de terceiros
Prazo Declarado Nenhum
Tratamento tributários Dedução de juros Sem dedução
Fonte:
Extraído
de
Gitman
(2002)
17
O uso do capital de terceiros pode aumentar o retorno sobre o capital próprio,
o que é muito interessante para o acionista.
Então se utilizar infinitamente esse recurso de terceiros, é possível aumentar
infinitamente o retorno sobre o capital próprio?
Infelizmente não. A medida em que se aumenta a quantidade de empréstimos
de longo prazo de uma companhia, também se aumenta o risco de não pagamento de
tais empréstimos, afinal, ela já tem muito. Isso faz com que as últimas instituições
financeiras a emprestar emprestem mais caro, o que faz com que o custo desse capital
de terceiros aumente e se iguale ao capital próprio. A partir deste ponto o retorno
sobre capital próprio começa a diminuir e deixa de ser interessante ao acionista.
I. Debêntures
Além dos juros, normalmente pagos duas vezes por ano, as debêntures podem
remunerar os investidores com prêmios expressos em juros adicionais, visando tornar
o papel competitivo com taxas vigentes no mercado.
18
Sabe-se ainda que a colocação das debêntures somente foi possível mediante
um deságio de 8% sobre o valor de emissão
Pede-se calcular o fluxo de caixa da operação e a taxa efetiva anual de juros.
Solução:
• Encargos semestrais:
15% x $5.000.000 =$750.000
• Fluxo de caixa da empresa emitente:
$5.000,00
+
$750,00
$750,00
$750,00
$750,00
0
1
2
3
4
(semestres)
$4.600
19
Para se chegar a taxa anual, basta seguir a fórmula de equivalência
n
i f = (1+ i) −1
Logo:
€ 2
i f = (1+ 0,0936) −1 = 1,1959 −1 = 0,1959 ou 19,59%a.a
• Vencimento: quanto mais longo mais caro, pois, quanto maior o prazo
maior é a exposição a risco micro e macroeconômico.
• Montante tomado: quanto maior o montante tomado menor será o
custo do empréstimo. Isso é feito afim de atrair os tomadores de
empréstimos.
20
• Custo básico do dinheiro: é a taxa livre de risco do mercado. Se o
mercado já é arriscado por si só, então a taxa do empréstimo também
será mais alta. Uma taxa livre de risco considerada pelo mercado é a
taxa dos títulos públicos e;
• Risco assumido pelo credor: cada tomador apresenta um risco
individual que é levado em conta pelo credor no momento do
empréstimo. Empresas que apresentam maior grau de alavancagem
21
d) Muitos contratos de financiamentos inibem empréstimos subseqüentes, pela
proibição de empréstimos a longo prazo, ou pela exigência de que a dívida
adicional seja subordinada ao empréstimo original. Subordinação significa que
todos os credores subseqüentes ou menos importantes concordem em esperar
até que todas as reivindicações do atual credor sejam satisfeitas, antes de
serem atendidas às suas;
e) Os tomadores podem ser proibidos de efetuar certos tipos contratos de leasing
para limitar obrigações adicionais com pagamentos fixos;
f) Ocasionalmente, o credor proíbe combinações, exigindo que o tomador
concorde em não consolidar, fundir ou combinar-se com qualquer outra
empresa. Tais ações poderiam produzir mudanças e/ou alterações
significativas no negócio e no risco financeiro do tomador;
g) A fim de evitar a liquidação de ativos devido ao pagamento de altos salários, o
credor pode proibir ou limitar o aumento salarial de determinados
funcionários;
h) credor pode incluir restrições administrativas, exigindo que o tomador
mantenha certos funcionários-chaves, sem os quais o futuro da empresa estaria
comprometido;
i) As vezes, o credor inclui uma cláusula limitando as alternativas do tomador
quanto aos investimentos em títulos. Esta restrição protege o credor, pelo
controle de risco e negociabilidade dos títulos do tomador;
j) Ocasionalmente, uma cláusula específica exige que o tomador aplique os
fundos obtidos em itens de comprovada necessidade financeira;
22
• Cálculo: obviamente que os títulos podem ser negociados com ágio ou
deságio, ou seja, pode se pagar mais ou menos do que o valor nominal. Para
este tipo de abordagem usa-se como forma de cálculo a Taxa Interna de
Retorno ou simplesmente TIR.
Para entender melhor continuar-se-á o exemplo anterior. Imagine que para Rio
Branco o mercado não está tão atrativo e que por isso ela tem que vender seus títulos
um pouco abaixo do valor nominal para conseguir captar, por exemplo ela os vende a
$980,00. Obviamente ela precisará de uma corretora para colocar o títulos no mercado
e tal corretora cobrará 2% por título, ou seja, $20,00 para cada título vendido. Dessa
forma, a Rio Branco captará $960,00 (980 – 20) por título.
90 90 90 1.090
0
1
2
3
20
meses
960
N − Nd
J+
kd = n
Nd + N
2
Como visto anteriormente, os juros são contas dedutíveis de IR. Ou seja, elas
reduzem o valor de IR a ser pago, logo, seus cálculos devem obedecer a prática de
serem calculados após IR. O custo do empréstimo após IR, ki , pode ser encontrado,
multiplicando-se o custo antes do imposto, kd , por 1 menos a taxa de imposto de
renda, conforme mostrado na equação:
€
ki = k d (1 − IR)
€
Sendo assim, o cálculo do custo após IR, ki , assumindo IR de 40% para a
associação Rio Branco fica definido como:
€
ki = 0,0945(1 − 0,4 ) = 5,67%a.a
€
O custo do empréstimo após IR, ou seja, implícito, é menor que o custo
explícito de qualquer alternativa de recursos a longo prazo.
€
24
EXEMPLO DE CÁLCULO USANDO FLUXO DE PROJETOS DE
DISPENDIOS DE CAPITAL
0
1
2
3
4
5
248.000
O cálculo do rendimento da substituição é feito facilmente uma vez que se
tenha calculado o fluxo de caixa.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
26
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2) Calcule o rendimento da substituição de ativos que a Stanforth apresenta
com o fluxo de caixa obtido na aula 2 (exercícios de fixação) considerando
que seu custo de capital é de 10%a.a. Vale a pena para a empresa fazer a
substituição de ativos (trocar de máquina)? Confirme suas conclusões
antes e depois do IR.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
27
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
4
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(4)
Para facilitar, imagine uma empresa que tenha em seu capital um pouco de
empréstimos (capital de terceiros) e um pouco de ações (capital próprio). Se a
empresa não obtiver resultado operacional, tiver prejuízo, ela não precisará remunerar
o acionista (dono) ao passo que a remuneração do empréstimos (juros) serão devidas
normalmente.
I. Ações ordinárias;
A ações ordinárias são ações que dão direto à voto na companhia, ou seja, o
acionista dentro do conselho de administração terá “voz ativa”, poderá votar nos
projetos da companhia e ajudar a decidir seu planejamento estratégico.
28
obrigado a reinvestir na empresa. Obviamente isso aumento o valor de suas ações e de
sua participação na companhia.
D1
P0 =
ks − g
29
Ano Dividendo
2012 $4,30
2011 $4,00
2010 $2,80
2009 $2,50
2008 $2,20
2,2; chs, PV
4,30; FV
4; n
i = 18,24%a.a
30
EXERCÍCIOS (adaptados de Gitman 2002)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Ano Dividendo
2012 $4,30
2011 $4,00
2010 $2,80
2009 $2,50
2008 $2,20
31
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
32
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
5
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(5)
5.1. Cálculo do custo de capital com Conteúdo base nas ações existentes
Sim, se os lucros não são retidos, isso significa que se a empresa ainda quiser
capital próprio deverá “correr atrás” de novos acionistas e para isso ela deve emitir
novas ações ordinárias.
Mas essas novas ações tem o mesmo reflexo, ou seja, é a “mesma coisa” que
reter lucros?
Não. Quando uma empresa emite novas ações ela incorre em custos que se
retivesse lucros ela não teria.
Em essência os custos são divididos em dois: venda com deságio e/ou custos
de colocação/corretagem/subscrição.
O deságio significa que uma empresa ao emitir novas ações pode vendê-las a
um preço inferior ao preço praticado no mercado. Por exemplo, as ações da Petrobrás
ordinárias (PETR3) são negociados no dia a R$50,00, mas se a própria Petrobrás
emitir novas ações nesse mesmo dia, dependendo das condições (negativas) do
mercado, ela as emitirá por R$R$49,00, ou seja o deságio foi de R$1,00 (50 – 49).
Mas ela pode vender mais caro que o preço de mercado se as condições
forem favoráveis?
Sim, ela pode vender, de acordo com o exemplo anterior, a R$51,00 e nesse
caso ela teria um ágio de R$1,00 (51 – 50).
33
Exemplo:
Perceba que neste caso, além da Petrobrás vender suas ações com deságio de
R$1,00 ela também teve um custo adicional de R$1,47.
5 5,00
49,00 = ⇔ k s − 0,10 = ⇔ k s = 0,102040816 + 0,10 = 20,20%a.a
k s − 0,10 49,00
34
Por
exemplo,
se
um
investidor
tem
uma
promessa
de
retorno
de
6%
sobre
o
capital
já
investido
no
Petrobrás,
ele
só
vai
aceitar
a
retenção
de
lucro
se
houver
a
promessa
de
retorno
igual
ou
superior
a
6%.
Se
essa
promessa
for
menor,
então
ele
não
aceitará
a
retenção
de
lucros
e
a
empresa
terá
que
emitir
novas
ações
se
ainda
quiser
capital
próprio.
O
exemplo
anterior
pode
ilustrar
os
cálculos.
Mantendo
as
mesmas
condições
do
exemplo
anterior,
imagine
que
a
Petrobrás
retenha
lucros.
Dessa
forma,
pode
se
entender
que
ela
está
captando
ao
preço
de
mercado
que
é
de
R$50,00,
ou
pode
se
entender
que
o
investidor
está
reinvestindo
na
mesma
companhia
ao
preço
de
R$50,00.
Mas
desta
vez,
a
Petrobrás
não
tem
custos
de
colocação
ou
deságio.
O
cálculo
fica
definido:
5 5,00
50,00 = ⇔ k s − 0,10 = ⇔ k s = 0,10 + 0,10 = 20%a.a
k s − 0,10 50,00
Assim,
o
custo
da
retenção
fica
definido
em
20%a.a.
€ Note
que
o
custo
de
retenção
(20%a.a)
é
menor
do
que
o
custo
de
emissão
de
novas
ações
(20,20%a.a).
Novamente,
isso
acontece
porque
a
retenção
de
lucros
não
possui
os
custos
(colocação
e
deságio)
que
a
emissão
de
novas
ações
possui.
35
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
6
–
PROCESSO
DE
ORÇAMENTO
DE
CAPITAL
(6)
30 +10
= 20%a.a
2
36
Logo, o custo médio de todo o financiamento da empresa, ou mais
tecnicamente falando, o custo de capital médio da empresa é de 20%a.a. Ainda, pode
se dizer que a empresa custa a longo prazo 20%a.a.
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Empréstimo a Longo
prazo 0,6 10% 6%
Ações 0,4 30% 12%
Totais 1,0 10% 18%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Note que devido ao fato da empresa utilizar uma proporção maior de capital
de terceiros que é mais barato, ela também conseguiu reduzir o seu custo de capital,
fazendo o cair de 20% para 18%. E isso apenas trocando de proporção sem mexer nos
custos de cada fonte.
37
de mercado de títulos aproximam-se mais da quantia a ser recebida de sua venda.
Ademais, já que os custos dos vários tipos de capital são calculados usando-se os
preços vigentes no mercado, parece razoável usar pessoas baseados no valor de
mercado também.
38
EXERCÍCIOS (extraídos de Gitman 2002)
Ridge Tool
Custo
Fonte de capital Valor Contábil
Específico
Empréstimo a Longo
prazo R$700.000 5%
Ações preferenciais R$50.000 12%
Ações ordinárias R$650.000 16%
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Totais
39
2) A Canudos Cia compilou as seguintes informações:
Canudos
Valor de
Fonte de capital Valor Contábil Custo após IR
Mercado
Empréstimo a longo prazo 4.000.000 3.840.000 6%
Ação preferencial 40.000 60.000 13%
Ação ordinárias 1.060.000 3.000.000 17%
Totais 5.100.000 6.900.000
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Totais
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Totais
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
40
3) Após uma análise cuidadosa, a Fromheaven Brothers determinou
que sua estrutura ótima de capital é composta das seguintes fontes
e pesos-metas:
Fromheaven
Peso-meta
Fonte de capital de valor de
mercado
Empréstimo a longo
prazo 30%
Ação preferencial 15%
Ação ordinárias 55%
Totais 100%
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Totais
CMPC
Custo
ponderado
Fonte de capital Peso (1) Custo (2)
[(1) x (2)]
(3)
Totais
41
FINANÇAS
EMPRESARIAIS
AULA
7
–
Métodos
de
Análise
de
Projetos
(1)
42
Mas
e
se
o
retorno
dos
investimentos
forem
iguais
ao
custo
de
capital?
Veja
bem,
se
o
custo
de
capital
é
de
10%,
isso
significa
que
a
empresa
paga,
em
média,
10%
de
juros
sobre
o
capital
de
longo
prazo.
Isso
implica
em
dizer
que
a
empresa
também
paga
10%
para
o
acionista
(vale
lembrar
que
o
número
é
uma
média).
Ora,
se
o
acionista
já
recebe
10%
e
o
retorno
dos
novos
investimentos
também
são
10%,
isso
significa
dizer
que
o
acionista
não
está
recebendo
nada
a
mais
daquilo
que
já
recebia
antes.
Dessa
forma,
os
valores
de
suas
ações
ficam
inalterados,
pois,
o
fluxo
de
caixa
futuro
dos
investimentos
não
pagam
nada
além
daquilo
que
pagava
antes.
Ou
seja,
o
futuro
não
promete
maiores
retornos
em
relação
ao
presente,
dessa
forma,
a
ação
não
se
valoriza.
O
custo
de
capital
é
a
taxa
de
retorno
que
a
empresa
precisa
obter
sobre
seus
projetos
de
investimento
para
manter
o
valor
da
ação.
Qualquer
coisa
abaixo
disso
a
ação
se
desvaloriza
e
qualquer
coisa
acima,
a
ação
se
valoriza.
Tudo
isso
só
é
válido
mantendo
o
mesmo
nível
de
risco.
Algumas
premissas
básicas:
• Risco
operacional/de
negócio:
um
projeto
só
pode
ser
aceito
se
permitir
a
empresa
continuar
pagando
seus
custos
operacionais.
Se
não
for
possível
a
empresa
vai
à
falência,
pois,
nem
mesmo
consegue
obter
LAJIR
(lucro
operacional).
• Risco
financeiro:
significa
assumir
que
um
projeto
deve
ser
capaz
de
pagar
os
encargos
com
juros
sobre
o
capital
(juros,
pagamento
de
empréstimos,
dividendos
de
ações
preferenciais).
Se
a
empresa
não
consegue
pagar
suas
obrigações
com
juros,
ela
não
consegue
gerar
LAIR
(lucro
antes
de
imposto
de
renda).
• Custos
depois
dos
impostos
são
considerados
relevantes:
o
custo
de
capital
deve
ser
calculado
depois
do
imposto
de
renda.
Pois,
como
visto
anteriormente,
existem
custos
que
deduzem
IR.
7.2. Conceito de custo de oportunidade
Custo
de
oportunidade
é
o
custo
do
abandono
de
uma
escolha
econômica.
Ou
seja,
é
o
custo
por
“deixar
de
fazer
algo”.
Não
implica
em
saída
de
caixa,
mas
apenas
conceitua
uma
“perda”
derivada
da
“falta
de
ganho”.
Por
exemplo,
se
uma
empresa
possui
um
imóvel
(imobilizado)
parado,
ou
seja,
não
produz
nada,
mas
esse
mesmo
imóvel
poderia
ser
alugado
por
R$2.000,00
mensais,
então
pode
se
supor
que
o
custo
de
oportunidade
do
imóvel
é
de
R$2.000,00.
Entenda
que
ele
não
gera
um
custo
real
(saída
de
caixa)
de
R$2.000,00,
mas
apenas
deixa
de
ganhar
R$2.000,00.
Para
uma
empresa
que
procura
maximizar
o
valor
para
o
43
acionista,
esse
custo
pode
ser
entendido
como
custo
real,
ou
seja,
custo
de
oportunidade.
7.3. Cálculo do Valor Presente (VPL).
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica que desconta os fluxos de
caixa de um investimento a uma taxa específica chamada de taxa de desconto, custo
de oportunidade, ou custo de capital, para trazer tais valores a valor presente. Como
visto na Matemática Financeira, é inconveniente comparar dois valores monetários
em tempos diferentes, eles precisam estar no mesmo período para tal comparação
fazer sentido. A técnica de VPL faz muito bem o ajuste temporal para permitir tal
comparação.
Um investimento deve ser feito somente quando os seus ganhos futuros, trazidos a
valor presente sejam maiores do que o gasto com o investimento inicial (estudado na
primeira aula).
Sim, o que não pode ser esquecido é que, para um fluxo de caixa
convencional, o custo é realizado hoje (data 0) e os ganhos estão no futuro, logo, não
podem ser comparados por estarem em períodos diferentes, mas a técnica do VPL
resolve essa questão trazendo os ganhos futuros para o presente, permitindo a
comparação.
Onde:
€ FC = fluxo de caixa futuro
k = taxa de desconto (custo de capital)
II = investimento inicial.
0
1
2
3
4
5
44
248.000
Assumindo que o custo de capital da companhia é de 10%, o cálculo fica
definido como:
VPL = −$8.111,15
Isso significa dizer que para uma empresa que paga 10% pelo seu capital, a tal
troca de máquinas gera uma perda $8.111,15 o que implicará em redução do valor da
companhia e de suas ações. É um investimento que não deve ser feito.
45
EXERCÍCIOS (extraídos de Gitman 2002)
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46
2) A Dane Cosmetics está avaliando uma máquina nova de misturar
fragrâncias. O ativo requer um investimento inicial de $24.000 e gerará
entradas de caixa após imposto de $5.000 ao ano, por oito anos. Para cada
uma das taxas de retorno requeridas, listadas abaixo: (1) calcule o valor
presente líquido, (2) indique se a máquina deve ser aceita ou rejeitada e
(3) explique sua decisão.
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47
3) Utilizando uma taxa de custo de capital de 14%, calcule o valor presente
líquido para cada um dos projetos independentes listados no quadro
seguinte e diga quais deles são aceitáveis ou não.
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48
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4) Utilizando o exercício de fixação da aula 2, calcule o VPL, considerando o
custo de capital de 8% e depois, considerando o custo de capital de 10%.
Comente os resultados.
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49
FINANÇAS EMPRESARIAIS
AULA 8 – Métodos de Análise de Projetos (2)
Dessa forma, pretende-se calcular k que seja a taxa que desconta os fluxos
futuro e iguala-os ao investimento inicial.
€
No exemplo da aula 7, havia o seguinte fluxo de caixa:
86.000
+
38.000
124.000
14.000
26.000
104.000
74.000
0
1
2
3
4
5
248.000
50
Para se calcular a TIR é necessário o uso de uma calculadora financeira. Os
passos seguem abaixo:
248.000 = 248.000
51
Plataforma Refinaria
Investimento
Inicial (II) 42.000 45.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $14.000 $28.000
2 $14.000 $12.000
3 $14.000 $10.000
4 $14.000 $10.000
5 $14.000 $10.000
Pelo VPL deve se escolher a plataforma, pois, ele é maior para 0 e 10%. Mas
a TIR indica que a refinaria deve ser escolhida, porque ela é maior (22%). Então os
dois métodos podem não chegar a mesma conclusão?
52
Observe
que
o
projeto
da
plataforma
possui
um
VPL
mais
sensível
á
taxa
de
desconto.
A
medida
em
que
a
taxa
de
desconto
avança
o
VPL
da
plataforma
declina
com
mais
intensidade
que
o
VPL
da
refinaria,
dado
a
mesma
taxa
de
desconto.
Então
como
decidir
qual
dos
dois
projetos
é
o
melhor?
⎛ n FC ⎞ ⎛ n FC ⎞
⎜∑ t
t ⎟ − II projeto A = ⎜ ∑ t
t ⎟ − II projeto B
⎝ t =1 (1+ k) ⎠ projeto A ⎝ t =1 (1+ k) ⎠ projeto B
€
53
Na prática, basta apenas deduzir os fluxos de caixa entre os dois projetos e
calcular a TIR desse novo fluxo, tal TIR será o ponto de intersecção ou ponto de
Fisher.
Acompanhe pela tabela abaixo.
Investimento
Inicial (II) -42.000 -45.000 3.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $14.000 $28.000 -$14.000
2 $14.000 $12.000 $2.000
3 $14.000 $10.000 $4.000
4 $14.000 $10.000 $4.000
5 $14.000 $10.000 $4.000
Para calcular a TIR, basta apenas entrar com o fluxo em uma calculadora
financeira e pedir para que retorne a TIR.
3.000; g, cf0
14.000; Chs, g, cfj
2.000; g, cfj
4.000; g, cfj
4.000; g, cfj
4.000; g, cfj
f, IRR = 10,7%a.a
A taxa de 10,7% é a taxa que iguala os dois VPL e significa que para qualquer
taxa abaixo de 10,7% o VPL da Plataforma será maior, portanto sua escolha é
preferível a Refinaria. Para uma taxa superior a 10,7%, o VPL da Refinaria será maior
e portanto ela será preferível a Plataforma.
54
EXERCÍCIOS (extraídos de Gitman 2002)
Investimento
Inicial (II) 90.000 490.000 20.000 240.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $20.000 $150.000 $7.500 $12.000
2 $25.000 $150.000 $7.500 $100.000
3 $30.000 $150.000 $7.500 $80.000
4 $35.000 $150.000 $7.500 $60.000
5 $40.000 - $7.500 -
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55
2) A Bell manufacturing está fazendo uma análise para escolher o melhor,
dentre dois projetos mutuamente excludentes, para expandir sua
capacidade de armazenagem. Os fluxos de caixa relevantes dos projetos
são apresentados a seguir. O custo de capital da empresa é de 15%.
Projeto X Projeto Y
Investimento
Inicial (II) 500.000 325.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $100.000 $140.000
2 $120.000 $10.000
3 $150.000 $95.000
4 $190.000 $70.000
5 $250.000 $50.000
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56
3) A Benson Designs obteve as seguintes estimativas para um projeto a longo
prazo que está analisando. O investimento inicial será de $18.250 e espera
se que o projeto renda entradas de caixa após IR de $4.000 ao ano, por
sete anos. A empresa tem uma taxa de custo de capital de 10%.
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57
4) A Thomas Company está considerando dois projetos mutuamente
excludentes. Ela tem um custo de capital de 12% e estimou os fluxos de
caixa de acordo com o quadro seguinte:
Projeto A Projeto B
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d) Avalie e discuta as classificações dos dois projetos com base no que foi
encontrado em a, b e c. (Precisará calcular o Ponto de Fisher).
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59
FINANÇAS EMPRESARIAIS
Investimento
Inicial (II) 42.000 45.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $14.000 $28.000
2 $14.000 $12.000
3 $14.000 $10.000
4 $14.000 $10.000
5 $14.000 $10.000
O
projeto
“plataforma”,
demora
3
anos
para
começar
a
pagar
seu
custo
inicial,
pois
14.000
+
14.000
+
14.000
=
$42.000.
Já
o
projeto
“refinaria”
leva
menos
de
3
anos
em
média
para
começar
a
pagar
seus
custos
iniciais,
pois,
28.000
+
12.000
+
10.000
=
$50.000.
Perceba
que
em
exatos
3
anos,
o
investidor
obtém
exatamente
os
$42.000
que
investiu
na
“plataforma”.
Já
para
a
refinaria,
o
investidor
obtém
os
$45.000
necessários
para
cobrir
seus
custos
antes
de
3
anos.
Logo,
o
projeto
“refinaria”
têm
um
pay-back
menor.
Perceba
que
no
projeto
“refinaria”
o
resultado
é
maior
que
o
necessário
para
cobrir
os
custos
ao
final
do
3º
ano,
ou
seja,
esse
projeto
tem
um
pay-back
menor
do
que
3
anos.
Em
algum
lugar
do
3º
ano
a
empresa
consegue
os
$45.000
60
de
que
precisa.
No
fim
do
2º
ano
ela
já
possui
$40.000,
portanto,
ela
só
precisa
de
mais
$5.000
para
completar
$45.000,
ao
invés
dos
$10.000
que
o
3º
ano
todo
paga.
Para
calcular
esse
número
só
precisamos
fazer
uma
simples
regra
de
três
que
segue
o
seguinte
raciocínio:
se
10.000
está
para
12
meses,
quantos
meses
está
para
5.000?
Daí
é
só
desenvolver
matematicamente:
10.000 12
=
5.000 x
12 × 5.000
x= = 6 meses
10.000
O
pay-back
do
projeto
“refinaria”
é
de
2
anos
e
6
meses.
€ Mas
esses
valores
estão
sendo
comparados
em
diferentes
períodos.
Eles
não
estão
“contaminados”
por
custos
de
oportunidades,
inflação
e
outras
taxas
financeiras?
Sim.
Assim
como
no
VPL,
não
devemos
comparar
dados
monetários
em
diferentes
períodos
de
tempo.
Daí
surge
a
técnica
de
pay-back
com
desconto.
9.2. Cálculo do Período Pay-back com desconto.
O pay-back com desconto segue o mesmo raciocínio que anterior, mas desta
vez os valores dos fluxos de caixa são trazidos a valor presente e somados um-a-um
para verificar em quanto tempo o projeto começa a “se pagar”.
A seguir, basta apenas descontar os valores à taxa de 10%. A tabela abaixo contém os
valores descontados.
Plataforma Refinaria
Investimento
Inicial (II) 42.000 45.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $12.727,27 $25.454,55
2 $11.570,25 $9.917,36
3 $10.518,41 $7.513,15
4 $9562,19 $6.830,13
5 $8.692,90 $6.209,21
61
Considerando os valores descontados o pay-back do projeto plataforma é de:
9.562,12 12
=
7.184,07 x
12 × 7.184,07
x= = 9,02 meses
9.562,12
62
EXERCÍCIOS (extraídos de Gitman 2002)
Investimento
Inicial (II) 90.000 490.000 20.000 240.000
Ano (t) Entradas de caixa
1 $20.000 $150.000 $7.500 $12.000
2 $25.000 $150.000 $7.500 $100.000
3 $30.000 $150.000 $7.500 $80.000
4 $35.000 $150.000 $7.500 $60.000
5 $40.000 - $7.500 -
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64
FINANÇAS EMPRESARIAIS
AULA 10 – Moderna Teoria das Carteiras e Custo de capital (1)
Nas aulas anteriores, muitas vezes assumiu se que o investidor poderia apenas
escolher um, ou poucos, projetos de investimentos, ou seja, assumiu se que os
projetos eram mutuamente excludentes.
Porém, a realidade das empresas raras vezes obedecem esse padrão. Muitas
das ocasiões as empresas podem fazer uso de inúmeras oportunidades de
investimentos, assim, ela mantém um portfólio vasto que é chamado de carteira de
investimento.
Ativos com grandes possibilidades de prejuízo são vistos como arriscados que
aqueles com menos possibilidade. Risco é a incerteza, ou seja, a variabilidade de
retornos associada a um dado ativo. Quanto mais certo for o retorno de um ativo,
menor será a variabilidade e, portanto, menor o risco.
Pt − Pt −1 + Ct
kt =
Pt −1
65
Solução:
10.2.1. Amplitude
Amplitude é a faixa de retornos possíveis que um ativo pode ter. Alguns ativos
podem ter faixas muito estreitas, como a poupança que paga algo entre 5 e 6% ao ano.
Já outros ativos podem oscilar bastante em sua amplitude. Ações podem oscilar entre
prejuízos e lucros em um único dia. O mercado de derivativos apresenta propostas que
variam entre prejuízo quase total (perda de quase 100%) e lucros exorbitantes (400%
por exemplo) em um único dia.
Essa amplitude apresenta uma média que, como já estudado em sala de aula,
não é um número real, é apenas teórico, ou seja, os ativos não terão retornos iguais a
média. Porém, eles irão se posicionar ao redor dela. Por exemplo, a média de altura
dos alunos em sala de aula é de 1,70m, a maioria estará perto dessa média, talvez uns
2cm pra baixo (1,68m) e 2cm pra cima (1,72m). Essa medida de dispersão ao redor da
média é chamada de desvio padrão.
n
2
σk = ∑ (k i −k ) × Pri
i=1
Valor
Possíveis Probabilidade Ponderado
Retorno (2)
resultados (1) (%) [(1) x
(2)] (3)
66
Ativo A
Pessimista 0,25 13% 3,25%
Mais
provável 0,5 15% 7,50%
Otimista 0,25 17% 4,25%
Total 1 15,00%
Ativo B
Pessimista 0,25 7% 1,75%
Mais
provável 0,5 15% 7,50%
Otimista 0,25 23% 5,75%
Total 1 15,00%
Ativo A
(kt -
kt -
i kt k (média) (kt - k(média))^2 Pri k(média))^2 x
k(média)
Pri
1 13% 15% -2% 4% 0,25 1%
2 15% 15% 0% 0% 0,5 0%
3 17% 15% 2% 4% 0,25 1%
Total 2%
Ativo B
1 7% 15% -8% 64% 0,25 16%
2 15% 15% 0% 0% 0,5 0%
3 23% 15% 8% 64% 0,25 16%
Total 32%
67
Também é possível calcular o desvio padrão de uma carteira toda ao invés de
ativos individuais.
Retornos esperados
Retornos
Ativo X Ativo Y Cálculo da carteira esperados
Ano
da carteira
(1) (2) (3) (4)
1995 8% 16% (0,50 x 8%) + (0,50 x 16%) = 12%
1996 10% 14% (0,50 x 10%) + (0,50 x 14%) = 12%
1997 12% 12% (0,50 x 12%) + (0,50 x 12%) = 12%
1998 14% 10% (0,50 x 14%) + (0,50 x 10%) = 12%
1999 16% 8% (0,50 x 16%) + (0,50 x 8%) = 12%
n
2
∑ (k i −k )
t =1
σk p =
n −1
(12% −12%) 2 + (12% −12%) 2 + (12% −12%) 2 + (12% −12%) 2 + (12% −12%) 2
σk p = = 0%
5 −1
Se o aluno observar bem, verá que os comportamentos dos dois ativos são
opostos. Ou seja, na medida em que o ativo A cai o ativo B sobe na mesma proporção.
€
Isso significa dizer que se o investidor possui os dois ativos na mesma carteira,
quando um cair e fornecer prejuízo, o outro fornecerá lucro na mesma proporção, de
tal forma que ele não conseguirá fugir da média 12% que obtém com os dois títulos.
Dessa forma, o desvio padrão é exatamente 0% conforme mostrado nos cálculos. O
investidor com essa carteira irá ganhar exatos 12% sem margem para cima ou para
baixo.
68
O coeficiente de variação é uma medida de dispersão relativa entre o desvio padrão e
a média. Ou seja, o quão grande é a variação dentro da média?
σk
CV =
k
5,66
CVB = = 0,37733
15
10.2.4. Correlação
A fórmula é a seguinte:
n
∑( X i )(
− X Yi − Y )
i=1
r=
( n −1) SX SY
O cálculo é bem simples e pode ser feito seguindo o raciocínio da tabela
abaixo no mesmo exemplo.
€
(X - (Y - (X - Xmédia)(Y -
Ativo X Ativo Y
Ano Xmédia) Ymédia) Ymédia)
(1) (2) -3 -4 -5
1995 8% 16% -4% 4% -16%
1996 10% 14% -2% 2% -4%
1997 12% 12% 0% 0% 0%
1998 14% 10% 2% -2% -4%
1999 16% 8% 4% -4% -16%
Total 60% 60% 0% 0% -40%
69
2 (−4) 2 + (−2) 2 + (0) 2 + (2) 2 + (4) 2 40
S =
X = = 10 ⇒ Sx = 10 = 3,16227766
5 −1 4
−40
r= = −1
(5 −1)(3,16227766)(3,16227766)
A correlação entre os dois títulos é de -1. Isso significa dizer que eles possuem
correlação negativa, o que significa que quando um valoriza o outro desvaloriza e
€ quando um desvaloriza o outro valoriza. Eles possuem comportamento inverso.
Visualmente é possível confirmar o resultado. Quando um título cai o outro sobre e
vice-versa.
10.2.5. Variância
10.2.6. Covariância
∑ (X i − X)(Yi − Y )
−40
i=1
SXY = Cov(X,Y ) = = = −10
n −1 4
70
O único problema é que através da covariância não se pode saber ao certo a
força relativa dessa relação entre X e Y (ela não se situa entre -1 e +1). Dessa forma, o
melhor cálculo é o da correlação visto um pouco antes.
71
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (extraídos de Gitman 2002)
Valor
Possíveis Probabilidade Retorno Ponderado
resultados (1) (2) (%) [(1) x
(2)] (3)
Câmera R
Pessimista 0,25 20%
Mais
provável 0,5 25%
Otimista 0,25 30%
Total 1
Câmera S
Pessimista 0,20 7%
Mais
provável 0,55 15%
Otimista 0,25 23%
Total 1
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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72
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Ativo F
(kt -
kt - (kt -
i kt k (média) Pri k(média))^2
k(média) k(média))^2
x Pri
1 40% 0,1
2 10% 0,2
3 0% 0,4
4 -5% 0,2
5 -10% 0,1
Total
Ativo G
1 35% 0,4
2 10% 0,3
3 -20% 0,3
4 - -
5 - -
Total
Ativo H
1 40% 0,1
2 20% 0,2
3 10% 0,4
4 0% 0,2
5 -20% 0,1
Total
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
73
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
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74
3. Jamie Wong está considerando estruturar uma carteira contendo
dois ativos, L e M. O ativo L representará 40% do valor em
unidades monetárias da carteira e o ativo M corresponderá aos
outros 60%. Os retornos esperados durante os próximos seis anos,
1995-2000, para cada um desses ativos, está resumido na seguinte
tabela.
Retornos esperados
Retornos
Cálculo da
Ativo L Ativo M esperados
Ano carteira
da carteira
(1) (2) (3) (4)
1995 14% 20%
1996 14% 18%
1997 16% 16%
1998 17% 14%
1999 17% 12%
2000 19% 10%
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
€
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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75
c. Calcule o desvio padrão dos retornos esperados da carteira, σk p ,
durante o período de seis anos.
_____________________________________________________________________
€
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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76
FINANÇAS EMPRESARIAIS
AULA 11 – Moderna Teoria das Carteiras e Custo de capital (2)
Então aquela dito popular “não coloque todos os ovos na mesma cesta” está
correto?
Sim. Mas apenas se a correlação entre os ativos “ovos” forem próximas de -1.
A idéia de juntar ativos para diminuir o risco já é conhecida no inconsciente popular.
O cálculo de medidas de risco é apenas uma forma de formalizar uma idéia já
existente.
Por incrível que pareça, a resposta é não. Nem todos os investidores querem
evitar o risco, alguns querem correr risco na verdade. Para esses investidores que
gostam de risco, quanto mais risco melhor, pois, a promessa de retorno é maior. Note
que no exemplo anterior, o portfólio com desvio padrão igual a 0% implica que o
investidor sempre ganhará a média da carteira que é 12%. Para o investidor que
aprecia o risco, isso não é viável. Para ele a possibilidade de ganhar mais que 12%
(mesmo que implique em perdas menores que 12%) é mais atraente do que a certeza
de ganhar 12%.
A idéia de risco, porém, é individual. Cada pessoa tem a sua própria maneira
de conceber e lidar com o risco. Isso irá variar muito de acordo com alguns fatores
circunstanciais, sociais, financeiros e até biológicos.
77
11.2. Mercado eficiente
A
Hipótese
de
Mercados
Eficientes
(HME)
considera
que
todos
os
preços
de
todos
os
ativos
refletem
perfeitamente
todas
as
informações
disponíveis
sobre
ele.
É
uma
teoria
de
eficiência
de
informação.
Por
exemplo,
se
uma
empresa
pretende
comprar
outra,
os
investidores,
de
forma
geral,
vão
fazer
o
preço
da
ação
cair
ou
subir
de
acordo
com
a
relevância
e
interpretação
da
informação.
Por
exemplo,
se
metade
dos
investidores
acreditar
que
a
informação
de
fusão
é
ruim
e
a
outra
metade
achar
que
é
boa,
é
provável
que
o
preço
da
ação
não
se
altera,
pois,
a
preção
para
subida
de
preços
é
a
mesma
que
a
descida.
Agora,
se
70%
dos
investidores
achar
que
a
notícia
é
ruim,
então
o
desequilíbrio
é
rompido
e
o
preço
da
ação
irá
cair
até
atingir
um
novo
equilíbrio
que
condiz
com
a
notícia
de
acordo
com
o
investidor.
Existem
três
diferentes
níveis
de
eficiência
informacional.
• A hipótese "fraca" considera que os preços negociados para os bens (por
exemplo, ações, obrigações ou propriedade) refletem toda a informação
histórica disponível publicamente disponível.
• A hipótese "semi forte" afirma que os preços refletem todas as informações
publicamente disponíveis, e também que os preços mudam instantaneamente
para refletir as novas informações públicas.
• A hipótese "forte" afirma que os preços refletem instantaneamente até
mesmo informações ocultas ou "privilegiadas".
78
randômicas
e
pode
ser
eliminada
por
meio
da
diversificação
observando
o
índice
de
correlação.
É
atribuído
a
eventos
específicos
da
empresa,
tais
como
greves,
processos,
ações
regulatórias
e
perdas
de
um
importante
cliente.
Em
resumo,
a
empresa
tem
condições
de
lidar
com
ele
e
é
responsável
por
isso.
11.4. Risco não-sistemático.
79
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (extraídos de Gitman 2002)
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80
b) Se a empresa fosse tendente ao risco, ela deve montar tal carteira?
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