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ENGENHARIA

ECONÔMICA I

Edson de Oliveira Pamplona


José Arnaldo Barra Montevechi

2015
SUMÁRIO
 CAPÍTULO I - GENERALIDADES
 CAPÍTULO II - MATEMÁTICA FINANCEIRA
II.1 - Juros Simples 5
II.2 - Juros Compostos 7
II.3 - Fluxo de Caixa 8
II.4 - Relações de Equivalência 9
II.5 - Séries Perpétuas 14
II.6 - Taxa Efetiva, Nominal e Equivalente 16

 CAPÍTULO III - ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS


III.1 - Generalidades 20
III.2 – Pay back 20
III.3 - Taxa Mínima de Atratividade 21
III.4 - Critérios Econômicos de Decisão 21
III.5 - Circunstâncias Específicas 29
III.6 - Problemas Propostos 33

 CAPÍTULO IV – IRPJ E CSLL E A DEPRECIAÇÃO DO ATIVO


IMOBILIZADO
IV.1 – A influência do imposto de renda 45
IV.2 – Métodos de Depreciação 50
IV.3 – Fluxos de caixa e a Influência do Imposto de Renda 57
IVb.2 – Problemas 62

 CAPÍTULO V - FINANCIAMENTOS
V.1 - Amortização de Dívidas 64
V.2 - Exercícios Propostos 67

 CAPÍTULO VI - ANÁLISE DE SENSIBILIDADE 69

 CAPÍTULO VII - ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM


PROJETO INDUSTRIAL 72

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 CASOS

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CAPÍTULO I - GENERALIDADES

Os estudos sobre engenharia econômica iniciaram nos Estados Unidos em 1887, quando
Arthur Wellington publicou seu livro: "The Economic Theory of Railway Location", texto que
sintetizava análise de viabilidade econômica para ferrovias.

Engenharia econômica é importante para todos que precisam decidir sobre propostas
tecnicamente corretas, e seus fundamentos podem ser utilizados tanto para empresas privadas
como estatais.

Todo o fundamento da engenharia econômica se baseia na matemática financeira, que se


preocupa com o valor do dinheiro no tempo.

Podem-se citar como exemplos de aplicação:


 Efetuar o transporte de materiais manualmente ou comprar uma correia transportadora;
 Fazer uma rede de abastecimento de água com tubos grossos ou finos;
 Substituição de equipamentos obsoletos;
 Comprar carro a prazo ou à vista.

Para fazer um estudo econômico adequado alguns princípios básicos devem ser considerados,
sendo os seguintes:
a) devem haver alternativas de investimentos. É infrutífero calcular se é vantajoso
comprar um carro à vista se não há condições de conseguir dinheiro para tal;
b) as alternativas devem ser expressas em dinheiro. Não á possível comparar
diretamente 300 horas/mensais de mão de obra com 500 kWh de energia.
Convertendo os dados em termos monetários teremos um denominador comum
muito prático. Alguns dados, entretanto são difíceis de converter em dinheiro.
Exemplos que ocorrem muito nos casos reais são: boa vontade de um fornecedor,
boa imagem da empresa ou status. São os chamados intangíveis;
c) só as diferenças entre as alternativas são relevantes. Numa análise para decidir
sobre o tipo de motor a comprar não interessa sobre o consumo dos mesmos se
forem idênticos;
d) sempre serão considerados os juros sobre o capital empregado. Sempre existem
oportunidades de empregar dinheiro de maneira que ele renda alguma coisa. Ao se
aplicar o capital em um projeto devemos ter certeza de ser esta a maneira mais
rendosa de utilizá-lo;
e) nos estudos econômicos o passado geralmente não é considerado; interessa-nos o
presente e o futuro. A afirmação: não posso vender este carro por menos de $
10000 porque gastei isto com ele em oficina não faz sentido, o que normalmente
interessa é o valor de mercado do carro.
3
Os critérios de aprovação de um projeto são os seguintes:

 Critérios financeiros: disponibilidade de recursos;


 Critérios econômicos: rentabilidade do investimento;
 Critérios imponderáveis: fatores não convertidos em dinheiro.

Neste curso, a atenção especial será sobre os critérios econômicos, ou seja, a principal questão
que será abordada é quanto à rentabilidade dos investimentos.

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CAPÍTULO II – MATEMÁTICA FINANCEIRA
A Matemática Financeira se preocupa com o valor do dinheiro no tempo. E pode-se iniciar o
estudo sobre o tema com a seguinte frase:

“NÃO SE SOMA OU SUBTRAI QUANTIAS EM DINHEIRO QUE NÃO ESTEJAM NAS


MESMAS DATAS”
Embora esta afirmativa seja básica e simples, é absolutamente incrível como a maioria das
pessoas esquece ou ignoram esta premissa. E para reforçar, todas as ofertas veiculadas em
jornais reforçam a maneira errada de se tratar o assunto. Por exemplo, uma TV que à vista é
vendida por R$5000,00 ou em 6 prestações de R$1000,00, acrescenta-se a seguinte
informação ou desinformação: total a prazo R$6000,00. O que se verifica que se somam os
valores em datas diferentes, desrespeitando o princípio básico, citado acima, e induzindo a se
calcular juros de forma errada. Esta questão será mais bem discutida em item deste capítulo.

Uma palavra que é fundamental nos estudos sobre matemática financeira é JUROS. Para
entendermos bem o significado desta palavra vamos iniciar observando a figura II.1 . Cada um
dos fatores de produção é remunerado de alguma forma. Como se pode entender, então, os
juros é o que se paga pelo custo do capital, ou seja, é o pagamento pela oportunidade de poder
dispor de um capital durante determinado tempo. A propósito estamos muito acostumados
com "juros", lembrem dos seguintes casos:

1. Compras a crédito;
2. Cheques especiais;
3. Prestação da casa própria;
4. Desconto de duplicata;
5. Vendas a prazo;
6. Financiamentos de automóveis;
7. Empréstimos.

Como se pode ver o termo é muito familiar se lembrarmos do nosso dia a dia. Podemos até
não nos importar com a questão, mas a pergunta que se faz é: o quanto pagamos por não
considerarmos adequadamente a questão? E concluindo, nota-se a correspondência entre os
termos "juros" e "tempo", que estão intimamente associados.

A seguir será discutido o que são juros simples e juros compostos, além de outros pontos
importantes em matemática financeira.

II.1 - JUROS SIMPLES


Ao se calcular rendimentos utilizando o conceito de juros simples, tem-se que apenas o
principal, ou seja, o capital inicial, rende juros. O valor destes juros pode ser calculado pela
seguinte fórmula:
J=P.i.n
onde:

 P = principal
 J = juros
 i = taxa de juros
 n = número de períodos

O valor que se tem depois do período de capitalização, chamado de valor futuro (F), pode ser
calculado por:

F=P+J
F = P + P.i.n
F = P(1 +i.n)

A fórmula acima é pouco utilizada, porque na maioria dos cálculos em matemática financeira
usam-se juros compostos que será discutido a seguir.

Figura II.1 - Fatores da produção considerados em economia


6
II.2 - JUROS COMPOSTOS
Com juros compostos, no final de cada período, o juro é incorporado ao principal ou capital,
passando assim a também render juros no próximo período. Podemos deduzir a expressão da
seguinte maneira:

 No primeiro período:

F1 = P + P . i = P . (1 + i)

 No segundo período:

F2 = F1 + F1 . i = F1 . ( 1 + i) = P . (1 + i).(1 + i) = P . (1 + i)2

 No terceiro período:

F3 = F2 + F2.i = F2 . (1 + i) = P . (1 + i)2. (1 + i) = P . (1 + i)3

Se generalizarmos para um número de períodos igual a n, tem-se a expressão geral para


cálculo de juros compostos, dada por:

F = P . (1 + i)n

A fórmula acima é muito utilizada, e através dela pode-se constatar que para o primeiro
período o juro simples é igual ao juro composto.

EXEMPLO II.1 - Para um capital de R$ 100.000,00 colocado a 20% a.a. durante 3 anos,
qual o valor futuro para os casos de considerarmos juros simples e juros compostos?

FIM DO ANO JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS

O
1
2
3

7
EXEMPLO II.2 - Vamos fazer uma aplicação em CDB de R$ 30.000 a uma taxa de 1,4 %
para um período de 1 ano. Qual o valor dos juros? Quais os juros líquidos, se o IR é de 20%?
Qual o valor da rentabilidade líquida mensal? Em relação à poupança esta aplicação é
interessante

II.3 - FLUXO DE CAIXA


É a representação gráfica do conjunto de entradas (receitas) e saída (despesas) relativo a certo
intervalo de tempo. Um exemplo de fluxo de caixa pode ser visto na figura II.2.

Figura II.2 - Fluxo de caixa

A engenharia econômica vai trabalhar com gráficos do tipo da figura II.2, assim como os
fundamentos da matemática financeira.

Os gráficos de fluxo de caixa devem ser feitos do ponto de vista de quem faz a análise. Para
entender este conceito, vamos imaginar que uma máquina custa R$ 20.000,00 à vista ou 5
prestações de R$ 4.800,00. Para a venda a vista o fluxo de caixa é diferente do ponto de vista
do comprador para o do vendedor, isto pode ser visto na figura II.3.

8
4.800,00

comprador

0 1 2 3 4 5

20.000,00

20.000,00

0 1 2 3 4 5 vendedor

4.800,00

Figura II.3 - Fluxo de caixa sobre diferentes pontos de vista

II.4 - RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA


As relações de equivalência permitem a obtenção de fluxos de caixa que se equivalem no
tempo. Para calcular as relações uma ferramenta que é muito utilizada é o Excel.

A simbologia que será utilizada é:

 i = taxa de juros por período de capitalização;


 n = número de períodos a ser capitalizado;
 VP = quantia de dinheiro na data de hoje;
 VF = quantia de dinheiro no futuro;
 PGTO = série uniforme de pagamento.

II.4.1 - Relações entre P e F


Esta relação de equivalência pode ser entendida pela a observação da figura II.4 a seguir.

VF

0 1 2 n 0 1 2 n

VP
Dado VP Achar VF
Figura II.4 - Equivalência entre P e F
9
O valor VF pode ser obtido por:
VF = VP. (1 + i)n

O fator (1 + i)n é chamado de fator de acumulação de capital de um pagamento simples.

Para achar VP a partir de VF, o princípio é o mesmo apresentado no caso anterior. A


expressão analítica é:

VP = VF/(1 + i)n

O fator 1/(1 +i)n é chamado de valor atual de um pagamento simples.

EXEMPLO II.3 - Conseguiu-se um empréstimo de R$ 10.000,00 em um banco que cobra


5% ao mês de juro. Quanto deverá ser pago se o prazo do empréstimo for de cinco meses?

EXEMPLO II.4 - Uma aplicação financeira de R$ 200.000,00 rendeu após 7 meses o valor de
R$ 300.000,00. Qual a taxa mensal "média" de juros desta aplicação?

EXEMPLO II.5 - Uma aplicação de R$ 200.000,00 efetuada em uma certa data produz, à
taxa composta de juros de 8% ao mês, um montante de R$370.186,00 em certa data futura.
Calcular o prazo da operação.

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II.4.2 - Relações entre PGTO e VP

Esta relação de equivalência pode ser entendida pela a observação da figura II.5 a seguir.

PGTO

0 1 2 n 0 1 2 n
VP
dado PGTO achar VP

Figura II.5 - Equivalência entre PGTO e VP

Para se calcular VP a partir de PGTO, pode-se deduzir a seguinte expressão:

VP = PGTO (1 +i) -1 + PGTO (1 + i) -2 + PGTO (1 +i) -3 + ..... + PGTO (1 +i) -n

VP = PGTO [(1 + i) -1 + (1 + i) -2 + (1 +i) -3 +..... + (1 +i) -n]

Nota-se que o termo que multiplica A é o somatório dos termos de uma PG, com número
limitado de elementos, de razão (1+ i)-1. A soma dos termos pode ser calculada pela seguinte
expressão:

a - a .r
S = 1 n
n 1-r
Que resulta em:

 n 
(1  i) -1
VP = PGTO  n 


 (1 + i) . i 

Das expressões que relacionam VP e PGTO, pode-se chegar à maneira de se calcular PGTO a
partir de VP. Esta relação é dada por:

11
 n 
(1  i ) .i
PGTO = VP  n 


 (1 + i )  1 

EXEMPLO II.6 - Um empresário pretende fazer um investimento no exterior que lhe


renderá US$ 100.000 por ano, nos próximos 10 anos. Qual o valor do investimento, sabendo-
se que o empresário trabalha com taxa de 6% ao ano?

EXEMPLO II.7 - O que é mais interessante, comprar uma TV LED por R$ 4.000,00 à vista,
ou R$ 4.410,00 em 3 vezes, sendo a primeira prestação no ato da compra?

EXEMPLO II.8 - Vale a pena pagar à vista com 20% de desconto ou a prazo em 3
pagamentos iguais, sendo o primeiro hoje?

12
EXEMPLO II.9 - Calcular a prestação de um financiamento de valor de R$2.000,00 com 8
pagamentos iguais, considerando uma taxa de 13 % ao mês.

II.4.3 - Relações entre VF e PGTO

Esta relação de equivalência pode ser entendida pela a observação da figura II.6 a seguir.

PGTO

0 1 2 n 0 1 2 n
VF
Dado Achar VF
PGTO

Figura II.6 - Equivalência entre PGTO e VF

Para se calcular VF a partir de PGTO, pode-se deduzir a seguinte expressão:

VF = PGTO + PGTO (1 +i) 1 + PGTO (1 + i) 2 + PGTO (1 +i) 3 + ... + PGTO (1 +i) n -1

VF = PGTO [ 1 + (1 + i) 1 + (1 + i) 2 + (1 +i) 3 + ..... + (1 +i) n - 1]

13
Nota-se que o termo que multiplica PGTO é o somatório dos termos de uma PG, semelhante a
relação entre VP e PGTO vista antes, com número limitado de elementos, de razão (1+ i) 1. A
soma dos termos calculada pela fórmula de somatório dos termos de uma PG finita leva a
seguinte expressão:

 n 
(1  i) -1
VF = PGTO  
 i 
 

Das expressões que relacionam VF e PGTO, pode-se chegar a maneira de se calcular PGTO a
partir de VF. Esta relação é dada por:

 
i
PGTO = VF  
 (1 + i)n  1 
 

EXEMPLO II.10 - Quanto deve-se depositar anualmente numa conta a prazo fixo que paga
juros de 12% ao ano, para se ter R$ 500.000,00 daqui a 14 anos?

II.5 - SÉRIES PERPÉTUAS


Estas séries também chamadas infinita ou custo capitalizado tem estes nomes devido a
possuírem um grande número de períodos. Este é um fato comum em aposentadorias,
mensalidades, obras públicas, etc...

O valor presente da série uniforme infinita é:

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 n 
(1  i) -1
VP = PGTO  n

 (1 + i) . i 
 
 n 
(1  i) -1
VP = limn   PGTO  
 (1 + i)n . i 
 

 
1 1
VP = PGTO limn     
 i (1 + i)n .i 
 

1
VP = PGTO.
i

EXEMPLO II.11 - Quanto deverei depositar em um fundo com a finalidade de receber para
sempre a importância anual de R$ 12.000,00 considerando ser a taxa anual de juros igual a
10%?

EXEMPLO II.12 - Qual a menor quantia que um grupo deve cobrar hoje, para dar uma renda
anual de R$ 6.000?

15
II.6 - TAXA EFETIVA, NOMINAL E EQUIVALENTE
Taxa efetiva de juros é aquela em que a unidade de tempo coincide com a unidade do período
de capitalização. Como exemplo pode-se pensar 140 % ao ano com capitalização anual, esta é
uma taxa efetiva, pois há coincidência entre as unidades de tempo da taxa e o período de
capitalização. Outro exemplo de taxa efetiva é 10% ao mês com capitalização mensal, que da
mesma maneira é uma taxa efetiva.

A taxa efetiva é que tem de ser utilizada na maioria dos cálculos em matemática financeira e
engenharia econômica, por isto tem de estar muito claro seu significado e a equivalência entre
ela e outras maneiras de se apresentar taxas de juros.

Vejamos primeiramente a equivalência entre duas taxas efetivas:

VF

0 1 2 12 meses

VP

VF = VP(1  i )12 (1)


m

0 1 ano

VF = VP(1  i )1 (2)
A
Como (1) = (2), tem-se que:

12 1
(1  i m ) = ( 1 + i A )

Do mesmo modo, pode-se relacionar:

360 12 1 2
(1 + i d ) = (1  i m ) = ( 1 + i A ) = (1 + i s )

16
A taxa nominal, ao contrário da efetiva, a unidade de tempo da taxa é diferente do tempo do
período de capitalização. Como exemplo, pode-se pensar nos seguintes casos, 120% ao ano
com capitalização mensal ou 15% ao mês com capitalização anual. É preciso tomar cuidado
com o uso deste tipo de taxa em cálculos, freqüentemente ela é imprópria para o uso, e então é
necessário convertê-la para uma efetiva correspondente. Existe confusão quanto a esta taxa, e
muitas vezes são usadas para mascarar realmente qual a taxa de juros que esta envolvida no
empreendimento.

Para converter taxa nominal em efetiva pode-se utilizar o seguinte raciocínio:

VF

0 1 2 m

VP

m
VF = VP(1 + i) (3)

VF

0 1

VP

VF = VP(1 + iE) (4)

Como iN = i x m e (3) = (4), tem-se:


m
(1 + i)  (1 + iE)
m
iE = (1 + i) - 1
m

iE = 1 +
iN  -1
 m 

Com a expressão acima se pode converter uma taxa nominal em uma efetiva.

17
Um cuidado importante quanto a estas taxas apresentadas, é o entendimento do conceito que
esta por trás de cada uma. Na literatura existente e no próprio mercado financeiro existem
diferenças quanto à nomenclatura. O que é necessário estar certo na hora de se fazer um
cálculo é se o tempo da taxa coincide com seu período de capitalização.

EXEMPLO II.13 - A taxa do sistema financeiro habitacional é de 12% ao ano com


capitalização mensal, portanto é uma taxa nominal, achar a efetiva correspondente.

EXEMPLO II.14 - A taxa da poupança é de 6% ao ano com capitalização mensal, portanto é


uma taxa nominal, achar a efetiva correspondente.

EXEMPLO II.15 - Qual o juro de R$ 2.000,00 aplicados hoje, no fim de 3 anos, a 20 % ao


ano capitalizados mensalmente?

EXEMPLO II.16 - Qual a taxa efetiva anual equivalente a 15% ao ano capitalizados
trimestralmente?

18
EXEMPLO II.17 - Calcular as taxas efetivas e nominal anual, correspondente a 13% ao mês?

EXEMPLO II.18 - Peço um empréstimo de R$ 1.000,00 ao banco. Cobra-se antecipadamente


uma taxa de 15% sobre o valor que é entregue já líquido, e depois de um mês paga-se R$
1.000,00. Qual a taxa efetiva de juros deste empréstimo?

19
CAPÍTULO III - ANÁLISE DE
ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS

III.1 – GENERALIDADES
Após a classificação dos projetos tecnicamente corretos é imprescindível que a escolha
considere aspectos econômicos. E é a engenharia econômica que fornece os critérios de
decisão, para a escolha entre as alternativas de investimento.
Infelizmente, nem todos os métodos utilizados são baseados em conceitos corretos. Por esta
razão é muito importante ter cuidado com uso de alguns destes métodos, e principalmente,
conhecer suas limitações.

Um dos métodos, que é muito utilizado, e que possui limitações do ponto de vista conceitual é
o PAY-BACK ou método do tempo de recuperação do investimento. O método do PAY-
BACK consiste simplesmente na determinação do número de períodos necessários para
recuperar o capital investido, ignorando as conseqüências além do período de recuperação e o
valor do dinheiro no tempo. Normalmente é recomendado que este método seja usado como
critério de desempate, se for necessário após o emprego de um dos métodos exatos.
Neste curso serão estudados três métodos de avaliação, que convenientemente aplicados dão o
mesmo resultado e formam a base da engenharia econômica. Estes métodos são exatos e não
apresentam os problemas observados, por exemplo, no PAY-BACK. Os métodos são:

 Método do valor presente líquido (VPL);


 Método do valor anual uniforme (VA);
 Método da taxa interna de retorno (TIR).

Estes métodos são equivalentes e indicam sempre a mesma alternativa de investimento, que é a
melhor do ponto de vista econômico. Embora indicarem o mesmo resultado, existe é claro
vantagens e desvantagens um em relação ao outro, e que serão comentadas ao longo do curso.

III.2 – PAY BACK


É o método que avalia o tempo de recuperação do investimento. Em sua versão mais simples,
o chamado Pay Back simplificado, apenas considera-se quantos períodos a receita levará para
igualar o investimento. Por exemplo, para o fluxo de caixa da figura III.1, a receita iguala o
investimento de $1000 no período 3, assim o Pay Back deste investimento é de 3 anos. O erro
20
deste método esta no fato de se somar valores que não estão na mesma data, o que como foi
mostrado no capítulo anterior, sobre matemática financeira, não é correto. Assim, deve-se ter
muito cuidado com a resposta e seu uso como principal critério de decisão é questionável.

Figura III.1 – Fluxo de caixa, com período de Pay Back de 3 anos

III.3 - TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)


Os métodos de avaliação que serão apresentados, para efeito de avaliar méritos de alternativas
para investimento, apresentam como principal característica o reconhecimento da variação do
valor do dinheiro no tempo. Este fato evidência a necessidade de se utilizar uma taxa de juros
quando a análise for efetuada através de um deles. A questão é definir qual será a taxa a ser
empregada.

A TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros.
Existem grandes controvérsias quanto a como calcular esta taxa. Alguns autores afirmam que a
taxa de juros a ser usada pela engenharia econômica é a taxa de juros equivalente à maior
rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco. Uma proposta de investimento, para
ser atrativa, deve render, no mínimo, esta taxa de juros.

Outro enfoque dado a TMA é a de que deve ser o custo de capital investido na proposta em
questão, ou ainda, o custo de capital da empresa mais o risco envolvido em cada alternativa de
investimento. Naturalmente, haverá disposição de investir se a expectativa de ganhos, já
deduzido o valor do investimento, for superior ao custo de capital. Por custo de capital,
entende-se a média ponderada dos custos das diversas fontes de recursos utilizadas no projeto
em questão.

III.4 - CRITÉRIOS ECONÔMICOS DE DECISÃO

III.4.1 – Valor do negócio (V Negocio)


O valor do negócio é o valor presente dos fluxos de caixa futuros. A idéia deste valor é
ilustrada na figura III.2. Como se pode ver não se considera o investimento, vai se calcular na
data 0 o valor dos fluxos de caixa futuros.
21
Figura III.2 - valor do negócio (V Negocio)

III.4.2 - Método do valor presente líquido (VPL)

O método do valor presente líquido, também conhecido pela terminologia método do valor
atual, caracteriza-se, essencialmente, pela transferência para o instante presente de todas as
variações de caixa esperadas, descontadas à taxa mínima de atratividade. Em outras palavras,
seria o transporte para a data zero de um diagrama de fluxos de caixa, de todos os
recebimentos e desembolsos esperados, descontados à taxa de juros considerada.
Se o valor presente for positivo, a proposta de investimento é atrativa, e quanto maior o valor
positivo, mais atrativa é a proposta.

A idéia do método é mostrada esquematicamente, na figura III.3.

Figura III.3 - Valor presente líquido (VPL)


22
III.4.3 - Método do valor anual (VA)

Este método caracteriza-se pela transformação de todos os fluxos de caixa do projeto


considerado, numa série uniforme de pagamentos, indicando desta forma o valor do benefício
líquido, por período, oferecido pela alternativa de investimento. É também chamado de valor
anual uniforme. A idéia do método é mostrada na figura III.4.

Como geralmente, em estudos de engenharia econômica a dimensão do período considerado


possui magnitude anual, foi convencionada a adoção da terminologia Valor anual.

O projeto em análise só será atrativo se apresentar um benefício líquido anual positivo, e entre
vários projetos, aquele de maior benefício positivo será o mais interessante.

Figura III.4 - Valor anual (VA)

III.4.4 - Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

Por definição, a taxa interna de retorno de um projeto é a taxa de juros para a qual o valor
presente das receitas torna-se igual aos desembolsos. Isto significa dizer que a TIR é aquela
que torna nulo o valor presente líquido do projeto. Pode ainda ser entendida como a taxa de
remuneração do capital. A figura III.5 explica o método.

A TIR deve ser comparada com a TMA para a conclusão a respeito da aceitação ou não do
projeto. Uma TIR maior que a TMA indica projeto atrativo. Se a TIR é menor que a TMA, o
projeto analisado passa a não ser mais interessante.

23
Figura III.5 – Taxa interna de retorno (TIR)

EXEMPLO III.1 – Responder as questões do problema colocado na figura III.6.

Figura III.6 – Exemplo III.1

24
EXEMPLO III.2 – Caso de uma termoelétrica a gás.

Uma empresa do setor de energia estuda um investimento em uma termelétrica a gás de 350
MW e levantou os seguintes dados:

• Investimento $ 500.000,00 por MW instalado


• Produção de energia 2.800.000 MWh por ano
• Preço da energia elétrica produzida $30,00 por MWh
• Custos de Operação e Manutenção $ 4,00 por MWh
• Outros Custos (Transporte de energia, etc.) $ 1.000.000,00 por ano
• Consumo de gás 500.000.000 m3 por ano
• Custo do gás $ 0,06 por m3

O horizonte de planejamento é de 20 anos, após os quais a termelétrica será vendida por $35
milhões.

Se a TMA da empresa é de 15% ao ano, qual é o Valor do Negócio e o VPL?


O negócio é viável?

25
EXEMPLO III.3 – Numa análise realizada em determinada empresa, foram detectados custos
operacionais excessivamente elevados numa linha de produção, em decorrência da utilização
de equipamentos velhos e obsoletos.

Os engenheiros responsáveis pelo problema propuseram à gerência duas soluções alternativas.


A primeira consistindo numa reforma geral da linha, exigindo investimentos estimados em $
10.000, cujo resultado será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10 anos, após
os quais os equipamentos seriam sucatados sem nenhum valor residual. A segunda proposição
foi à aquisição de uma nova linha de produção no valor de $ 35.000 para substituir os
equipamentos existentes, cujo valor líquido de revenda foi estimado a $ 5.000. Esta alternativa
deverá proporcionar ganhos de $ 4.700 por ano, apresentando ainda um valor residual de $
10.705 após dez anos.

Sendo a TMA para a empresa igual a 8% ao ano, qual das alternativas deve ser preferida pela
gerência? Calcular VPL, VA e TIR e interpretar os resultados.

26
Da solução do exemplo III.3 cabe uma reflexão. Através da análise pura dos resultados qual a
melhor opção? Vamos colocar os resultados do VPL, VA e TIR, na tabela a seguir.

VPL VA TIR
REFORMA
COMPRA

Como falado anteriormente, os métodos sempre indicam a melhor alternativa de investimento,


do ponto de vista econômico.

As duas taxas de retorno do problema são superiores à taxa mínima de atratividade, portanto
são propostas atrativas. Como a TIR da reforma é maior que alternativa de compra, deveria
ser dada preferência à primeira, contrariando o resultado obtido pelos dois métodos anteriores.

Entretanto o procedimento correto da análise indica que se deve fazer um exame da taxa
interna de retorno calculada para o fluxo da diferença entre os investimentos das propostas.

No caso do exemplo, será melhor aplicar $30.000 na alternativa de compra obtendo um


retorno de 12% a.a. ou será mais interessante investir $ 10.000 na alternativa de reforma com
um retorno de 15,1% e os $20.000 de diferença à taxa mínima de atratividade?

A análise incremental é um complemento necessário ao método da taxa interna de retorno na


medida em que se responde a este tipo de dúvida.

III.4.5 - Análise Incremental para o método da Taxa Interna


de Retorno

No caso de alternativas de investimento mutuamente exclusivas deve-se examinar a taxa de


retorno obtida no acréscimo de investimento de uma em relação à outra. Sempre que esta taxa
for superior à TMA, o acréscimo é vantajoso, isto faz com que a proposta escolhida não seja
necessariamente a de maior taxa de retorno. Entretanto, para proceder à análise incremental
deve-se certificar de que as propostas tenham TIR maior que a TMA.

EXEMPLO III.4 – Aplicar para o exemplo III.3 a análise incremental.

27
III.4.6 - Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) e os fluxos
de caixa que apresentam mais de uma inversão de sinal

Na maioria dos fluxos de caixa, há apenas uma mudança no sinal, isto é, o investimento inicial
(sinal negativo) geralmente resulta numa seqüência de rendas líquidas ou economias de custo
(sinais positivos). Essa situação normalmente leva a uma única solução.

Entretanto, se ocorrer mais que uma inversão no sinal surgirá outras taxas de retorno. Em
álgebra, a regra de sinais de Descartes afirma que poderá haver tantas raízes positivas, quantas
são as mudanças na direção do sinal do fluxo de caixa.

Para entender o problema, consideremos o fluxo de caixa a seguir.

diagrama de fluxo de caixa


10.000

1.600

0 1 2

10.000

O equacionamento que permite o cálculo das taxas é:

0 = 1.600 - 10.000 x (1+ i)-1 + 10.000 x (1 +i)-2

Resolvendo esta equação chega-se a dois resultados, o primeiro é i = 25% e o segundo é i =


400%, que não apresentam significado econômico nenhum.

Uma resolução apropriada para este problema requer a consideração de uma taxa de juros
auxiliar. Por exemplo, para o fluxo anterior considera-se que os $1.600 do período 0 sejam
reinvestidos a uma taxa auxiliar de 20% por um período. A taxa auxiliar pode ser a TMA.
Desta forma o fluxo de caixa passará a ter apenas uma inversão de sinal, conforme se pode
observar a seguir.

28
diagrama de fluxo de caixa
10.000

0 1 2

-10.000+1.600x(1+0,2) = - 8.080

O equacionamento que permite o cálculo da taxa é:

0 = -8.080 + 10.000 x (1+ i)-1

Resolvendo esta equação chega-se a apenas um resultado, sendo i = 23,8%.

III.5 - ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE


INVESTIMENTO SOB CIRCUNSTÂNCIAS ESPECÍFICAS

III.5.1 - Alternativas com vidas diferentes

Existe casos em que se torna necessário decidir entre propostas de investimento cujos
horizontes de planejamento são diferentes. Por exemplo, considere a comparação entre duas
propostas com duração estimadas de 6 e 12 anos. Como será aplicado o capital disponível
depois do término do projeto mais curto, durante o período compreendido entre os términos
de ambos os projetos?

A solução válida para este problema requer que todas as conseqüências das alternativas sejam
levadas para um horizonte de planejamento comum. Supõe-se, por exemplo, que se admita a
alternativa mais curta poder ser substituída ao fim de seis anos por outra idêntica.

O procedimento comumente adotado para o caso de vidas diferentes é o seguinte:

 Calcula-se o mínimo múltiplo comum das vidas das alternativas propostas;


 Repetem-se os fluxos tantas vezes até atingir este tempo.

Desta maneira comparam-se alternativas de diferentes durações numa base temporal uniforme.

29
O método do valor anual uniforme implicitamente já considera a repetição do investimento,
tornando desnecessária a utilização do procedimento mencionado.

EXEMPLO III.5 - Uma certa operação pode ser executada satisfatoriamente tanto pela
máquina X como pela máquina Y. Os dados pertinentes às duas alternativas são os seguintes:

MÁQUINA X MÁQUINA Y
Custo inicial $ 6.000 $ 14.000
Valor residual 0 20% do custo inicial
Vida de serviço em anos 12 18
Despesas anuais $ 4.000 $ 2.400

Comparar as alternativas, pelo método do valor presente, supondo uma taxa mínima de
atratividade de 12% ao ano.

III.5.2 - Existência de restrições financeiras

Pode-se lidar com alternativas que são mutuamente exclusivas no sentido que apenas uma, das
várias alternativas disponíveis, é necessária para preencher uma dada função, todas as outras se
tornam supérfluas. Outro tipo de exclusividade mútua refere-se ao caso em que uma ou mais
das alternativas podem ser aceitas, mas, devido às limitações de capital, nem todas as
alternativas podem ser aceitas. Chama-se ao primeiro caso de exclusividade mútua
"Financeira".
Geralmente a cada ano as empresas elaboram uma relação de futuros investimentos,
denominada "Orçamento de capital". Um fato que freqüentemente ocorre nestas ocasiões é a

30
limitação de recursos para financiar todas as solicitações provenientes das diversas gerências.
A existência de restrições financeiras coloca a alta administração diante da necessidade de
selecionar aquele conjunto de alternativas, o pacote orçamentário, economicamente mais
interessante, cuja demanda por recursos não supera o volume disponível.

EXEMPLO III.6 – Suponha que uma ou mais das propostas apresentadas na tabela a seguir
podem ser aceitas porque não são tecnicamente equivalentes, isto é, cada uma desempenha
função diferente.

Alternativa Investimento Benefícios Valor presente Taxa interna


inicial anuais de retorno
A 10.000 1.628 1.982 10%
B 20.000 3.116 2.934 9%
C 50.000 7.450 4.832 8%

SUPOSIÇÕES: a vida esperada de cada proposta é de 10 anos. O valor residual esperado de


cada proposta é zero. A TMA é de 6% ao ano. O capital total disponível para o investimento é
de $ 75.000.

31
III.5.3 - Alternativas com vidas perpétuas

O valor presente de uma série anual uniforme perpétua é conhecido como custo capitalizado.
Sabe-se que:

 n 
(1  i) -1
VP = PGTO  n

 (1 + i) . i 
 

Para n tendendo para o infinito:

 n
 (1  i) - 1 
VP = limn   PGTO
 (1 + i)n . i 
 

 
1 1
VP = PGTO limn     
 i (1 + i)n .i 
 

1
VP = PGTO .
i

EXEMPLO III.7 – Seja um apartamento que possua as seguintes características:

 investimento inicial = $ 100.000;


 vida do projeto = infinita;
 valor mensal de aluguel menos gastos do proprietário = $ 650;
 TMA = 1% ao mês.

Calcular o Valor Econômico do Apartamento na data zero.


Verificar a viabilidade do investimento.

32
III.6 - PROBLEMAS PROPOSTOS
1) Numa análise das oportunidades para redução de custos efetuada pelo departamento de
transporte de uma usina siderúrgica foi detectada a possibilidade de atingir-se tal objetivo,
substituindo-se o uso de caminhões alugados, para transporte de produtos em processamento
na área de laminação, por conjunto de tratores e carretas.

Se implementada a modificação, deverá haver uma redução anual de despesas da ordem de $


350.000 correspondentes ao aluguel pago pelo uso de caminhões.
Um estudo de simulação realizado determinou a necessidade de adquirirem-se dois tratores e
cinco carretas, totalizando um investimento de $ 350.000.

Os custos de mão de obra, combustível e manutenção foram estimados em $ 200.000 no


primeiro ano, aumentando anualmente $ 5.000, devido à elevação do custo de manutenção,
proporcionado pelo desgaste dos veículos.

Considerando-se a TMA da empresa igual a 8% ao ano, verificar a viabilidade da preposição,


levando-se em conta que a vida econômica estimada para os equipamentos foi de cincos anos
com valor residual nulo.

33
2) Determinada indústria pretende comprar uma máquina que custa $43.400 e estimou o
seguinte fluxo de caixa:

ANOS 0 1 2 3 ... 8 9 10
Valores -43.400 10.000 9.000 8.000 ... 3.000 2.000 11.000

Há uma previsão de aumento de lucro de $ 10.000 ao final do primeiro ano, $ 9.000 no


segundo e assim sucessivamente. Ao final de 10 anos o equipamento poderá ser vendido por $
10.000. Admitindo uma TMA de 6% ao ano, especifique as equações que permitam, com
auxílio das tabelas, calcular o valor presente liquido do fluxo de caixa.

34
3) Duas escavadeiras estão sendo consideradas para a compra por uma empresa construtora, a
GIANT e a TROJAN. Ambas tem capacidade requerida, mas a GIANT é considerada mais
maciça que a TROJAN e acredita-se que terá vida mais longa. As estimativas dos aspectos que
serão influenciados pela escolha são as seguintes:

TROJAN GIANT
Custo inicial da entrega $40.000 $60.000
Custo de manutenção no primeiro $8.000 $5.000
ano
Acréscimo anual no custo de $800 $400
manutenção durante a vida da
máquina
Vida econômica 4 anos 6 anos
Valor residual $4.000 $6.000

A máquina TROJAN requererá uma revisão custando $ 5.000 ao final do segundo ano. A
máquina GIANT requererá uma revisão custando $ 4.000 ao final do terceiro ano.
Compare os valores presentes usando uma TMA de 15% ao ano.

35
4) Resolver o problema anterior pelo critério do valor anual uniforme.

36
5) Planeja-se construir um edifício de 3 andares. É esperado que alguns anos mais tarde, mais 3
andares deverão ser construídos. Dois projetos foram feitos:

Projeto A: é um projeto convencional para um edifício de 3 andares. O custo é de $ 420.000.


Projeto B: projeto para 6 andares, mas serão construídos somente 3, por enquanto. O custo
inicial deste projeto é de $490.000.
Com o projeto A serão gastos $500.000 para aumentar mais 3 andares numa data futura.
Com o projeto B se gastará somente $400.000 pelo aumento de mais 3 andares.
A vida dos edifícios é de 60 anos, com valor residual nulo.

Os custos de manutenção serão $1.000 por ano mais barato no projeto B que no projeto A,
durante 60 anos. Outras despesas anuais, inclusive seguro, serão as mesmas para os dois
projetos. Com taxas de descontos de 3% ao ano, qual a data do aumento de mais 3 andares
que justifica a escolha do projeto B?

37
6) Uma empresa está considerando dois planos alternativos para a construção de um muro ao
redor de sua nova fábrica. Uma cerca como um "galinheiro" de aço galvanizado requer um
custo inicial de $ 35.000 e custos anuais estimados de manutenção de $300. A vida esperada é
de 25 anos. Uma parede de concreto requer um custo inicial de apenas $ 40.000, mas
necessitará reparos pequenos a cada 5 anos a um custo de $ 1.000 e reparos maiores a cada 10
anos a um custo de $ 5.000. Supondo-se uma taxa de juros de 10% ao ano, e uma vida
perpétua, determinar:
a) o valor presente dos dois planos;
b) o custo anual equivalente para os dois planos.

38
7) Os projetos X e Y são duas propostas mutuamente exclusivas. O projeto X requer um
investimento presente de $ 250.000. As receitas anuais estimadas para 25 anos são de $
88.000. As despesas anuais estimadas, sem o imposto de renda, são $ 32.000. O imposto de
renda anual estimado é de $ 24.000. O projeto Y requer um investimento presente de $
350.000. As receitas anuais estimadas para 25 anos são de $ 100.000. As despesas anuais
estimadas, sem o imposto de renda são $ 40.000. Imposto de renda anual estimado: $ 24.000.
Em cada projeto é estimado um valor residual de $ 50.000 ao final dos 25 anos. Assumindo
uma TMA depois do imposto de renda de 9% ao ano, faça os cálculos necessários para
determinar qual dos projetos é recomendado pelo critério da taxa interna de retorno.

39
8) Elabore o gráfico: valor presente X taxa de desconto, e comente a respeito.

40
9) Um fabricante de peças esta analisando uma modificação em seu processo de produção.
Duas alternativas estão em consideração, sendo que ambas exigem a realização de inversões,
resultando, em contrapartida, em redução dos atuais custos de produção. Cada uma das
alternativas apresenta as seguintes características:

Alternativa A Alternativa B
custo inicial $ 10.000 $ 15.000
redução anual de custos $ 2.400 $ 2.700
valor residual nulo nulo
vida econômica 8 anos 8 anos

A alternativa A exigirá, contudo, após 5 anos de utilização, uma inversão adicional de $ 5.000
destinada a promover uma modificação no projeto original.

Sendo o custo do capital para a empresa igual a 7% ao ano, verificar qual das alternativas é
mais atrativa. Utilizar o método da taxa interna de retorno e admitir que, para fazer face ao
desembolso no quinto ano de operação da alternativa A, será constituído um fundo de reserva
a partir da capitalização de depósitos anuais iguais durante os cinco anos, a uma taxa de 10%
ao ano.

41
10) Uma empresa esta considerando a compra de um pequeno computador para seu
departamento de pesquisas. Várias alternativas mutuamente exclusivas estão em estudo. As
estimativas relativas a cada uma são:

Computador Custo inicial do Valor residual Economia anual líquida


computador $ estimado $ resultante do novo
computador X condições
existentes
A 280.000 240.000 46.000
B 340.000 280.000 56.000
C 380.000 310.000 62.000
D 440.000 350.000 72.000

A empresa pretende manter o computador durante 10 anos, época em que será


vendido.
Se a TMA é de 15% ao ano, usar o método do valor presente para determinar que
alternativa deve ser escolhida.

42
11) Usar o método da taxa de retorno para selecionar dentre as alternativas descritas no
problema 10.

43
12) Um superintendente está estudando as seguintes propostas de investimentos que foram
recebidas dos departamentos (E) produção, (F) controle da qualidade e (G) expedição:

Proposta Investimento inicial ($) Excesso anual de


recebimentos sobre
despesas ($)
E1 2.000 275
E2 4.000 770
F1 4.000 1.075
F2 8.000 1.750
G1 4.000 1.100

As propostas E1 e E2 são mutuamente exclusivas por razões técnicas; F1 e F2 são também


mutuamente exclusivas. Cada uma das alternativas tem vida esperada de 10 anos e valor
residual zero. A firma adota uma TMA de 10% ao ano.

a) Que propostas devem ser recomendadas se o capital para o investimento for ilimitado?
b) Que propostas devem ser recomendadas se apenas $ 14.000 estiverem disponíveis para
novos investimentos?

44
CAP. IV – IRPJ E CSLL E A DEPRECIAÇÃO
DO ATIVO IMOBILIZADO
A influência do imposto de renda1
Do ponto de vista de um indivíduo ou de uma empresa, o que realmente importa,
quando de uma Análise de investimentos, é o que se ganha após os impostos.
A carga tributária representa um ônus real, cujo efeito é o de reduzir o valor dos fluxos
monetários resultantes de um dado investimento. Isto ocasiona, muitas vezes, a transformação
de projetos rentáveis antes da consideração de sua incidência em antieconômicos quando o
imposto de renda for levado em conta. Portanto, torna-se importante a dedução do imposto de
renda (IRPJ) e da contribuição social (CSLL) nos fluxos de caixa de uma análise econômica de
projetos.
O imposto de renda incide sobre o lucro tributável da empresa que, por sua vez, é
influenciado por procedimentos da contabilidade da depreciação, que visam assegurar
condições para a reposição dos ativos fixos da empresa, quando isto se tornar necessário à
continuidade das operações. Por esta razão, a legislação tributária permite às empresas
deduzirem de seu lucro anual a correspondente carga de depreciação para fins de cálculo do
imposto de renda.
Conforme legislação em vigor, o imposto de renda, em geral, é apurado pela aplicação
de uma alíquota de 15% sobre o lucro tributável da empresa. Para lucros tributáveis superiores
a R$ 240.000,00 por ano (R$ 20.000,00 por mês) é aplicada uma taxa de 10 % sobre o lucro
que excede a este limite.
Também incidente sobre o lucro tributável, a contribuição social deve ser considerada
na análise de investimentos. Para empresas industriais a alíquota da contribuição social é de 9%
sobre o lucro tributável.
Nem sempre o lucro contábil é igual ao lucro tributável, ou seja, aquele sobre o qual
incide a alíquota do imposto de renda. Apurado o resultado contábil, a este deverão ser feitos
alguns ajustes, chamados de inclusões ou exclusões.
A base de cálculo pode ser o lucro real ou lucro presumido. O lucro real é apurado de
acordo registros contábeis e fiscais. Obrigatório para empresas com receita superior a R$ 48
milhões anuais. O lucro presumido é uma simplificação do lucro real. A base de cálculo é de
8% sobre a receita bruta. Exceções: 1,6% p/ comércio de derivados de petróleo; 16% p/
serviços de transporte; 32% p/ serviços em geral.
Os períodos de apuração são trimestrais, encerrados em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12 de cada
ano.

Demonstrações contábeis

1
OLIVEIRA, J. A. N. Engenharia Econômica: uma abordagem às decisões de investimentos. Mc Graw-Hill
45
Embora a preocupação do curso seja a avaliação econômica através dos fluxos de
caixa, IRPJ e CSLL são saídas de caixa e seu cálculo depende de conceitos da contabilidade.
Uma rápida abordagem às demonstrações contábeis torna-se, então, importante.
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial
e financeira e do desempenho de uma empresa ou qualquer outra entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e
financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número
de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.

O conjunto de demonstrações contábeis inclui, entre outras, as seguintes:


(a) balanço patrimonial ao final do período;
(b) demonstração do resultado do período;

O Balanço Patrimonial deve apresentar as seguintes informações:

O ativo imobilizado
O Ativo Imobilizado é um subgrupo do Ativo Não Circulante que por sua vez é
localizado no Ativo de uma empresa. O Ativo Imobilizado é registrado na contabilidade de
uma companhia através de seu custo de aquisição. Este custo pode ser tanto aquele pago pelo
ativo, quanto o seu custo de fabricação ou construção.
No caso de compra de terceiros, o custo de aquisição é determinado pelo seu valor de
compra mais os gastos complementares necessários à sua posse, instalação e funcionamento.
Em resumo, o custo de aquisição normalmente é constituído de:
46
 Valor de compra
 Gastos com transporte do Bem
 Prêmio de seguro pelo transporte
 Gastos com a instalação
 Gastos necessários à transferência do Bem.

Principais Grupos de Contas do Ativo Imobilizado


Em vista da infinidade de tipos de ativos fixos, costuma-se agrupa-los em contas, cujos
títulos indicam com razoável precisão a natureza dos bens nelas registrados.
No ativo imobilizado Os bens são aqueles que existem fisicamente, que podem ser
vistos, tocados e sentidos. As principais contas que agrupam os bens tangíveis são:
 Terrenos
 Edificações
 Máquinas e Equipamentos
 Veículos
 Móveis e Utensílios
É conveniente lembrar que estes bens são considerados Ativo Imobilizado se forem
destinados à manutenção da atividade da companhia.

O ativo intangível
A nova lei contábil (Lei nº 11.638 de 2007) introduziu o subgrupo Intangível no grupo
do Ativo Não Circulante, conforme a nova redação dada ao artigo 178 da Lei nº. 6.404/1976.
Nesse subgrupo devem ser classificados os valores que estavam em outras contas do
Ativo Permanente, em conformidade com a legislação anterior, bem como as novas transações
que representem bens incorpóreos, como marcas, patentes, direitos de concessão, direitos de
exploração, direitos de franquia, direitos autorais, gastos com desenvolvimento de novos
produtos, ágio pago por expectativa de resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill).
O registro contábil dos ativos intangíveis (incluindo o goodwill) deve ser feito pelo seu
custo de aquisição, se esse custo puder ser mensurado com segurança, e não por expectativa
de valor no mercado, sendo vedada completamente no Brasil sua reavaliação (Lei das S/A).
O ativo intangível gerado internamente (com exceção do goodwill) pode, em certas
circunstâncias, conforme restrições dadas pela NBC T 19.8, ser reconhecido pelo seu custo de
obtenção. Mas não podem nunca ser ativados os gastos com pesquisa. Os gastos com
desenvolvimento somente são capitalizáveis nas condições restritas dadas pela NBC T 19.8.

47
Os ativos intangíveis precisam ser amortizados conforme sua vida útil econômica. No
caso dos intangíveis sem vida útil econômica determinada, sua amortização será normal em
2008 (como no caso do goodwill). Todavia, de 2009 em diante essa amortização fica vedada.

Contabilidade da Depreciação
Como norma básica a lei das sociedades por ações dispõe:
No Balanço Patrimonial os elementos do Ativo Imobilizado serão registrados pelo
custo de aquisição, deduzido o saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou
exaustão. A diminuição de valor dos elementos do Ativo Imobilizado será registrada
periodicamente nas contas de depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos
que tenham por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.
As depreciações vão sendo registradas a cada ano em contas específicas acumuladoras
de saldo e em contrapartida esses valores serão computados como custo ou despesa
operacional, em cada exercício social.
Quando o bem chega a 100% de depreciação e ainda existir fisicamente (caso normal
nas empresas) deixa de ser depreciado. O Ativo é baixado contabilmente quando for vendido,
doado ou quando cessar sua utilidade para a empresa.
Do ponto de vista econômico, e este é o conceito que deve ser adotado em estudos de
investimentos, a depreciação não é considerada como um custo, mas como uma fonte de
recursos para as operações da firma que poderá ser utilizada a critério da administração.
A depreciação é um custo ou despesa operacional sem desembolso.

EXEMPLOS DE BENS SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO


 Prédios e Edificações
 Veículos
 Máquinas e Equipamentos
 Móveis e Utensílios
 Ferramentas

EXEMPLOS DE BENS NÃO SUJEITOS À DEPRECIAÇÃO


 Terrenos
 Antiguidades
 Obras de arte

Baixa do Ativo Imobilizado


Os motivos mais freqüentes para a baixa do Ativo Imobilizado são a venda ou a
cessação de utilidade para a companhia. Em qualquer dos casos, é necessário que o valor do
bem baixado seja retirado contabilmente dos registros da empresa.
Se o bem for vendido, o resultado contábil da baixa (lucro ou prejuízo) será a diferença
entre seu valor pelo qual o bem for vendido e seu valor contábil, que por sua vez é o custo
original menos a depreciação acumulada.

48
Se o seu valor contábil for nulo, no caso de já estar totalmente depreciado, o valor da
venda será o lucro da transação.
Se o bem for baixado por motivo da cessação de utilidade (obsolescência, danos
irreparáveis, etc), e ainda tiver valor contábil, este será o valor da perda que irá para a
demonstração de resultados.
Uma firma A que compre um equipamento usado de uma firma B iniciará o processo de
depreciação sobre este equipamento (baseando-se no valor da transação), mesmo que este
equipamento já tenha sido totalmente depreciado na contabilidade da firma B. Vemos, pois,
como podem surgir vantagens para firmas de um mesmo grupo, mas que sejam pessoas
jurídicas independentes, ao transacionarem equipamentos usados entre si.

Apresentação nas Demonstrações Financeiras

NO BALANÇO PATRIMONIAL:
Não Circulante
Imobilizado
Edificações 2.000
Máquinas e Equipamentos 1.000
Móveis e Utensílios 500
Veículos 600
4.100
Depreciação Acumulada (400)
3.700

NA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
A depreciação deve ser apropriada ao custo de produção (é um custo indireto de
produção) ou então como despesa de depreciação no grupo de “despesas operacionais”.
A perda ou ganho na venda do Ativo Imobilizado (venda de imóveis, equipamentos,
veículos, etc.) devem ser apresentados na Demonstração de Resultados do Exercício como
Outras Receitas Operacionais (no caso de ganho) ou Outras Despesas Operacionais (no caso
de perda). A perda ou ganho são calculados pela diferença do valor de venda menos o valor
contábil do imobilizado na data da venda.

Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


Receita de Vendas 1000
- Tributos Incidentes sobre Vendas (ICMS, ISS, PIS, Cofins, Outros) -120
Receita Líquida de vendas 880
- Custo do Produto Vendido (MP, MOD, CIP)* -350
Despesa de Depreciação -100
Resultado Bruto 430
- Despesas Operacionais
Despesas com Vendas - 80
49
Despesas Administrativas -100
Outras despesas e receitas operacionais (ganho ou perda de capital) +10
Despesa de Depreciação - 80
Resultado Antes de Receitas e Despesas Financeiras (EBIT)** 180
+ Receitas Financeiras 0
- Despesas Financeiras - 50
Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro (EBT)*** 130
- Tributos sobre o Lucro (IRPJ / CSLL)**** -40
Lucro Líquido do Período 90

* MP: Matérias-primas consumidas; MOD: Mão de obra direta; CIP: Custos Indiretos de
Produção como, por exemplo, aluguéis, energia elétrica entre outros.
** EBIT: Earnings Before Interests and Taxes (Lucro Antes dos Juros e Impostos)
*** EBT: Earnings Before Taxes (Lucro Antes dos Impostos)
**** IRPJ e CSLL: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido

Métodos de Depreciação
Há vários métodos de depreciação, entre os quais, cumpre mencionar:
 Método Linear
 Soma dos Dígitos
 Método Exponencial
 Máquinas / hora

O método mais utilizado no Brasil é o método linear.

Método Linear de depreciação


No método Linear a quota anual de depreciação pode ser expressa pela seguinte
fórmula:

d =Co / n
Onde C0 representa o Custo de Aquisição do Ativo e “n” seu prazo de vida útil
contábil.
A taxa anual de depreciação é calculada pela seguinte fórmula:

T = 100 / n

Onde T representa a taxa percentual anual de depreciação.


Atualmente, são as seguintes as taxas limites de depreciação anual, fixadas pela
Instrução Normativa 162, de 31/12/1998, da Secretaria da Receita federal (tabela resumida):

50
Ministério da Fazenda
Secretaria da Receita Federal

Instrução Normativa SRF nº 162, de 31 de dezembro de 1998


DOU de 07/01/1999, pág. 5
Fixa prazo de vida útil e taxa de depreciação dos bens que relaciona.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 253, § 1°, do
Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 1.041, de 11 de janeiro de 1994, resolve:
Art. 1° A quota de depreciação a ser registrada na escrituração da pessoa jurídica, como custo ou despesa operacional, será
determinada com base nos prazos de vida útil e nas taxas de depreciação constantes dos anexos:
I - Anexo I: bens relacionados na Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM;
II - Anexo II: demais bens.
Art. 2° Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
EVERARDO MACIEL

Anexo I - Bens relacionados na Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM


Bens Taxa anual
de
depreciação
ANIMAIS VIVOS 20 %
Exceção: Galos, Galinhas, Patos, Gansos, Perus, Peruas E Galinhas-D'angola (Pintadas), Das Espécies 50 %
Domésticas, Vivos

OBRAS DE PLÁSTICOS 20 %
Correias de transmissão e correias transportadoras 50 %
OBRAS DE BORRACHA (Correias Transportadoras Ou De Transmissão, De Borracha Vulcanizada) 50 %
OBRAS DE COURO 50%
OBRAS DE MADEIRA (caixotes, caixas, engradados, barricas e embalagens semelhantes, de madeira; 20 %
carretéis para cabos, de madeira; paletes simples, paletes-caixas e outros estrados para carga, de madeira;
taipais de paletes, de madeira; barris, cubas, balsas, dornas, selhas e outras obras de tanoeiro)

TAPETES E OUTROS REVESTIMENTOS PARA PAVIMENTOS, 20 %


DE MATÉRIAS TÊXTEIS
OUTROS ARTEFATOS TÊXTEIS CONFECCIONADOS (cortinados, cortinas e estores; 20 %
sanefas e artigos semelhantes para camas para uso em hotéis e hospitais; sacos de quaisquer dimensões, para
embalagem)
Encerados e toldos; tendas; velas para embarcações, para pranchas à vela ou para carros à vela; artigos para 25 %
acampamento
PRODUTOS CERÂMICOS 20 %
OBRAS DE VIDRO 20 %
OBRAS DE FERRO FUNDIDO, FERRO OU AÇO 10 %
construções, de ferro fundido, ferro ou aço, exceto as construções pré-fabricadas: Pontes e elementos de 4%
pontes, Torres e pórticos
Recipientes para gases comprimidos ou liquefeitos, de ferro fundido, ferro ou aço 20 %
OBRAS DE ALUMÍNIO 10 %
construções de alumínio 4%
Recipientes para gases comprimidos ou liquefeitos, de alumínio 20 %
FERRAMENTAS 20 %

51
aparelhos mecânicos de acionamento manual, pesando até 10kg, utilizados para preparar, acondicionar ou servir 10 %
alimentos ou bebidas

OBRAS DIVERSAS DE METAIS COMUNS (cofres-fortes, portas blindadas e compartimentos para 10%
casas-fortes, cofres e caixas de segurança e artefatos semelhantes, de metais comuns) (fichários)
REATORES NUCLEARES, CALDEIRAS, MÁQUINAS, APARELHOS E 10 %
INSTRUMENTOS MECÂNICOS (turbimas, motores, bombas, ar-condicionado, queimadores, fornos,
etc.)
"bulldozers", "angledozers", niveladores, raspo-transportadores ("scrapers"), pás mecânicas, escavadores, 25 %
carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsores
Máquinas automáticas para processamento de dados e suas unidades; leitores magnéticos ou ópticos, 20 %
máquinas para registrar dados em suporte sob forma codificada, e máquinas para processamento desses
dados, não especificadas nem compreendidas em outras posições
máquinas e aparelhos para selecionar, peneirar, separar, lavar, esmagar, moer, misturar ou amassar terras, 20 %
pedras, minérios ou outras substâncias minerais sólidas (incluídos os pós e pastas); máquinas para aglomerar
ou moldar combustíveis minerais sólidos, pastas cerâmicas, cimento, gesso ou outras matérias minerais em pó
ou em pasta; máquinas para fazer moldes de areia para fundição
-Máquinas e aparelhos para obras públicas, construção civil ou trabalhos semelhantes 25 %
caixas de fundição; placas de fundo para moldes; modelos para moldes; moldes para metais (exceto lingoteiras), 33,3 %
carbonetos metálicos, vidro, matérias minerais, borracha ou plásticos
ferramentas eletromecânicas de motor elétrico incorporado, de uso manual 20 %
aparelhos ou máquinas de tosquiar de motor elétrico incorporado 20 %
aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia, por fio, incluídos os aparelhos telefônicos por fio conjugado com 20 %
um aparelho telefônico portátil sem fio e os aparelhos de telecomunicação por corrente portadora ou de
telecomunicação digital; videofones
gravadores de dados de vôo 20 %
Gravador-reprodutor de fita magnética, sem sintonizador 20 %
Gravador-reprodutor e editor de imagem e som, em discos, por meio magnético, óptico ou opto-magnético 20 %
-Discos para sistemas de leitura por raio "laser": 33,3 %
-Fitas magnéticas para reprodução de fenômenos diferentes do som e da imagem 33,3 %
-Cartões magnéticos 33,3 %
Aparelhos transmissores (emissores) para radiotelefonia, radiotelegrafia, radiodifusão ou televisão, mesmo 20 %
incorporando um aparelho de recepção ou um aparelho de gravação ou de reprodução de som; câmeras de
televisão; câmeras de vídeo de imagens fixas e outras câmeras ("camcorders")
Aparelhos de radiodetecção e de radiossondagem (radar), aparelhos de radionavegação e aparelhos de 20 %
radiotelecomando
aparelhos receptores para radiotelefonia, radiotelegrafia ou radiodifusão, exceto de uso doméstico 20 %
VEÍCULOS E MATERIAL PARA VIAS FÉRREAS OU SEMELHANTES, 10 %
APARELHOS MECÂNICOS (INCLUÍDOS OS ELETROMECÂNICOS) DE
SINALIZAÇÃO PARA VIAS DE COMUNICAÇÃO
VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, TRATORES, CICLOS E OUTROS VEÍCULOS 20 %
TERRESTRES
Tratores 25 %
veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista 25 %
veículos automóveis para transporte de mercadorias 25 %
veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de 25 %
combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas,
veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias
veículos automóveis sem dispositivo de elevação, dos tipos utilizados em fábricas, armazéns, portos ou 10 %
aeroportos, para transporte de mercadorias a curtas distâncias; carros-tratores dos tipos utilizados nas estações
ferroviárias

52
motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; 25 %
carros laterais
reboques e semi-reboques, para quaisquer veículos; outros veículos não autopropulsores 20 %
AERONAVES E APARELHOS ESPACIAIS 10 %
EMBARCAÇÕES E ESTRUTURAS FLUTUANTES 5%
-Barcos e balsas infláveis 20 %
INSTRUMENTOS E APARELHOS DE ÓPTICA, FOTOGRAFIA OU 10 %
CINEMATOGRAFIA, MEDIDA, CONTROLE OU DE PRECISÃO; INSTRUMENTOS
E APARELHOS MÉDICO-CIRÚRGICOS
ARTIGOS PARA DIVERTIMENTO OU PARA ESPORTE 10 %

Anexo II - Demais Bens


Taxa anual de
Bens
depreciação
Instalações 10 %
Edificações 4%

De forma resumida, as Taxas Máximas de Depreciação admitidas pelo fisco são:


Item Taxa anual Anos de vida contábil
Edifícios 4% 25
Máquinas e equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Móveis e Utensílios 10% 10
Veículos 20% 5
Sistema de processamentos dados 20% 5

Estas taxas são as cargas máximas de depreciação anual, permitidas pelo governo.
Obedecidos estes limites, a legislação brasileira permite que qualquer método de depreciação
seja utilizado. Entretanto, a necessidade de se observar limites permitidos pelo governo conduz
a uma depreciação mais demorada se forem utilizados outros métodos que não o da
depreciação linear.
Um outro aspecto a ser considerado é a escolha da data a partir da qual o bem passa a
ser depreciado: normalmente deve ser depreciado a partir da data de entrada em
funcionamento. Se for adquirido para uso posterior, a depreciação não deverá ser computada
durante o período de inatividade, salvo se houver possibilidade de erosão, obsolescência ou
existência de outro fator que determine o imediato início de depreciação.
Para bens usados a taxa de depreciação será fixada tendo em vista o maior dos
seguintes prazos:
•1. Metade da vida útil admissível para o bem novo ou
•2. Restante da vida útil, considerada em relação à primeira instalação.

53
Depreciação acelerada
Desde que comprovada a atividade operacional dos equipamentos fixos em mais de um
turno de trabalho (8 hs/dia), poderá ser aplicado um coeficiente de aceleração sobre a taxa de
depreciação normal, visando reduzir a vida contábil do ativo. As normas fiscais que regulam a
depreciação acelerada estão contidas no artigo 312, decreto no 3.000 de 26/03/1999.

Coeficientes de Depreciação Acelerada:


 1 turno de 8 hs/dia: 1,0
 2 turnos de 8 hs/dia 1,5
 3 turnos de 8 hs/dia 2,0

Assim, por exemplo, se a operação de uma máquina de terraplanagem, cuja


depreciação normal seja de 20% ao ano, for realizada em período contínuo de 16 hs/dia, a
empresa poderá adotar a taxa máxima de depreciação acelerada de 30%.
A legislação prevê, ainda, para bens que operam em condições ambientais
desfavoráveis, a possibilidade do uso de taxas maiores, mediante solicitação corroborada por
laudo técnico emitido pelo Instituto Nacional de Tecnologia.
Ver mais sobre depreciação no decreto 3000 de 1999 no site da Secretaria da Receita
Federal: http://www.receita.fazenda.gov.br

EXEMPLO
Determinada empresa estuda a possibilidade de aquisição de um trator de 65 hp, no
valor de $ 400.000,00. Se esta empresa utiliza o método de depreciação linear, pergunta-se:
a. Qual a quota de depreciação linear
b. Qual o valor contábil do trator no sexto ano de utilização
c. Qual o lucro ou prejuízo contábil se o trator for vendido por $ 70.000,00 no terceiro ano
de utilização
d. Quais seriam os registros contábeis no segundo ano de utilização
e. Caso o trator fosse utilizado em 2 turnos, qual o seu valor contábil no segundo ano?

Método da Soma dos Dígitos


O método da soma dos dígitos considera uma carga de depreciação anual maior nos
anos iniciais decrescendo à medida que avança a vida contábil do Ativo Fixo.
Para uma vida contábil de, por exemplo, cinco anos, a soma dos dígitos (SD) é igual a:

1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
Genericamente:

SD = N ( N + 1) / 2

54
Onde N é o número de anos de vida contábil. A quota de depreciação no ano n é:

dn = [(N - ( n - 1 )) / SD] x (Co - R)

EXEMPLO
Para o exemplo anterior, considerando uma vida contábil de 5 anos, determinar:
a. Qual a quota de depreciação no primeiro ano
b. Qual a quota de depreciação no quarto ano
c. Qual o valor contábil ao final do segundo ano

Exercícios:

1. Preencher os quadros de “quota de depreciação por ano” e “valor contábil no final do ano”
admitindo as seguintes suposições:
 Custo de aquisição do ativo depreciável: $ 80.000,00
 Vida útil contábil: cinco anos
Compare os resultados e avalie qual é o melhor considerando a legislação fiscal.

SOLUÇÃO
Quota anual de depreciação
ANO LINEAR SOMA DOS DÍGITOS
1
2
3
4
5

Valor Contábil ao final do ano


ANO LINEAR SOMA DOS DÍGITOS
1
2
3
4
5

2. Suponha um edifício com custo inicial de R$ 3.000.000,00, sendo que o valor do terreno
incluído é de R$ 200.000,00.
Determinar pelo método linear:

55
a) A quota de depreciação anual;
b) a vida contábil;
c) a depreciação acumulada no décimo ano;
d) o valor contábil do edifício após 10 anos e
e) o lucro ou prejuízo se o edifício for vendido por R$ 1.500.000,00 ao final do décimo
ano.
f) o lucro ou prejuízo se o edifício for vendido por R$ 900.000,00 ao final do trigésimo
ano.

Importância da Depreciação na Análise de Investimentos

Qual a vantagem em depreciar contabilmente um equipamento?


Como a depreciação entra nos custos (ou despesas) na demonstração de resultados,
automaticamente diminuirá os lucros tributáveis, e consequentemente, o imposto de renda a
pagar. Sabemos, da matemática financeira, que quanto mais cedo se tiver o dinheiro na mão,
mais vantajoso é. Dessa forma, todos gostariam de depreciar seus ativos fixos o mais depressa
possível. Entretanto, como já vimos, o governo limita a taxa de depreciação anual por motivos
óbvios.
Se o tempo de vida de um equipamento for maior que, por exemplo, 10 anos, e o
governo limita a depreciação em 10 % ao ano, convém ficar quieto e depreciá-lo em 10 anos
mesmo. É perfeitamente normal um equipamento já totalmente depreciado estar em condições
de operação e continuar sendo utilizado (mas não mais depreciado).

A depreciação é uma despesa, mas não é saída de caixa. Dessa forma, como a
depreciação foi abatida, resultando em um lucro menor para efeito de tributação, deveremos
somar a depreciação novamente para obter o fluxo de caixa. Assim, o fluxo de caixa livre é
obtido da seguinte forma:

56
Fluxos de Caixa e a Influência do imposto de renda
A partir de agora passaremos a avaliar fluxos de caixa de projetos após o IRPJ/CSLL,
mas considerando o efeito fiscal benéfico da depreciação.

EXEMPLO 1
Um investimento de $ 30.000,00 em um equipamento proporcionará redução nos
desembolsos anuais de $ 10.000,00. A vida econômica do equipamento é de 5 anos, após a
qual o equipamento será vendido por $ 7.000,00. Considerando que a taxa máxima de
depreciação para este tipo de equipamento é de 15 % e que a empresa utiliza o método linear,
calcular a taxa interna de retorno do investimento antes e após o imposto de renda. A alíquota
de imposto de renda é de 35%. A taxa mínima de atratividade da empresa, após os impostos é
de 18 % ao ano. Pergunta-se:
a) Qual a TIR do investimento antes dos impostos.
b) O investimento é viável após os impostos?
c) Qual a TIR do investimento após os impostos se o equipamento operar em condições que
lhe permita taxa máxima de depreciação de 50%. Avalie a variação da rentabilidade devido
à alteração da taxa máxima de depreciação.

SOLUÇÃO
a) TIR antes do Imposto de Renda:

Fluxo de Caixa antes IRPJ/CSLL

TIR=

b) Análise após o imposto de renda (T = 15%):


Resolver pelo Excel ® (planilha 1)

Fluxos do Projeto
Ano 0 1 2 3 4 5
Redução nos custos
- Depreciação
Lucro Antes IRPJ/CSLL Adicional
- IRPJ / CSLL
Lucro Líquido Adicional
+ Depreciação
- Investimentos
+ Valor Residual depois dos
tributos
Fluxo de Caixa após IRPJ/CSLL

TMA: 18%
Valor do negócio=
VPL=
TIR=
Dica - para calcular o valor residual depois dos tributos deve-se:
1. Calcular a depreciação acumulada até a data prevista para venda do ativo;
2. Calcular o Valor Contábil, deduzindo a depreciação acumulada do Valor de aquisição;
3. Calcular o resultado da venda do ativo, conhecido como ganho de capital;
4. Calcular os tributos sobre o ganho de capital (IRPJ e CSLL);
5. Calcular o valor residual depois dos tributos.

Ganho de Capital
Depreciação Valor contábil no Resultado da venda do Tributos sobre venda
acumulada último ano ativo ativo

c) Análise após o imposto de renda (T = 50%):

Fluxos do Projeto
Ano 0 1 2 3 4 5
Redução nos custos
- Depreciação
Lucro Antes IRPJ/CSLL Adicional
- IRPJ / CSLL
Lucro Líquido Adicional
+ Depreciação
- Investimentos
+ Valor Residual depois dos
tributos
Fluxo de Caixa após IRPJ/CSLL

TMA: 18%
Valor do negócio=
VPL=
TIR=

Aplicação
Resolver caso 2 no final da apostila (usar planilha própria do caso)

Propostas que envolvem lucro tributável negativo


Determinadas alternativas de investimentos podem apresentar o lucro tributável
negativo. Isto pode ocorrer também devido a quota de depreciação ser maior que o valor do
fluxo antes do imposto de renda.
Se a alternativa citada faz parte de uma empresa que apresenta lucro, o lucro tributável
negativo da alternativa de investimento pode ser considerada como um abatimento no lucro

58
tributável da empresa como um todo, reduzindo o imposto de renda a pagar. Esta redução do
imposto de renda deve ser encarada como uma vantagem fiscal, e deve ser somada ao fluxo
após o imposto de renda.
Mesmo quando se analisa projetos independentes de empresas, o fato de aparecer lucro
tributável negativo não significa que o governo pagará imposto de renda para a empresa pelo
fato desta estar dando prejuízo, mas sim que o prejuízo acumulado será compensado de lucros
futuros posteriormente, por meio de mecanismos fiscais, proporcionando economias futuras de
imposto de renda.

EXEMPLO
Pretende-se adquirir, em uma indústria, um guindaste de 8 toneladas. O custo de
aquisição é de $500.000,00, e permitirá reduzir despesas de $ 100.000,00. Espera-se que a
vida econômica do equipamento atinja 10 anos, após a qual não terá valor de mercado.
Considerando uma TMA de 16% ao ano e a taxa de imposto de renda de 35%, analise
a viabilidade da aquisição.
SOLUÇÃO

Resolver pelo Excel ® (planilha 2)

Caso de Propostas que somente apresentam custos


Quando não há meios de quantificar monetariamente as receitas (ou as reduções de
custos) proporcionadas por um investimento que é necessário à empresa, a decisão se fará
através da análise de menor custo.
Mesmo nestes casos o imposto de renda deverá ser considerado, pois no caso da
aceitação do projeto, as despesas da empresa se elevarão, diminuindo o lucro tributável e,
consequentemente o imposto de renda da empresa como um todo.
As despesas adicionais se dão tanto pela própria despesa anual de operações e
manutenção, como pela despesa de depreciação do ativo imobilizado.
Dessa forma a diminuição do imposto de renda causada pelo aumento das despesas
deve ser considerado como fluxo positivo do projeto.

EXEMPLO
Dois sistemas de ar condicionado estão sendo estudados para instalação nos escritórios
de certa empresa. São os seguintes os parâmetros estimados para cada uma das alternativas:
Discriminação Sistema A Sistema B
Investimento inicial $ 15.000 $ 12.000
Custos anuais de operação e $ 2.000 $ 3.000
manutenção
Valor residual nulo Nulo
Vida econômica 5 anos 5anos

59
A administração da empresa definiu que, caso os custos anuais não superem $ 5.000, o
sistema mais econômico deverá ser instalado. Caso contrário, este investimento deverá ser
adiado para uma época mais oportuna.
Sendo a taxa mínima de atratividade da empresa, após os impostos, de 7 % ao ano,
qual decisão deve ser tomada?
Considerar que a taxa de depreciação dos sistemas de ar condicionado seja de 20% e a
empresa se encontre na faixa de 35% para efeitos de imposto de renda.

SOLUÇÃO
Resolver pelo Excel ® (planilha 3)

Sistema A:

Ano 0 1 2 3 4 5
Custos adicionais
- Depreciação
Lucro Antes IRPJ/CSL
Adicional
- IRPJ / CSL
Lucro Líquido Adicional
+ Depreciação
- Investimento
+ Valor Residual
Fluxo de Caixa após IRPJ/CSLL

TMA: 7%
VPL=
Valor Anual=

Sistema B:

Ano 0 1 2 3 4 5
Custos adicionais
- Depreciação
Lucro Antes IRPJ/CSL
Adicional
- IRPJ / CSL
Lucro Líquido Adicional
+ Depreciação
- Investimento
+ Valor Residual
Fluxo de Caixa após IRPJ/CSLL

TMA: 7%
VPL=
Valor Anual=

60
Considerações adicionais
Uma fórmula geral para o cálculo do valor presente líquido, considerando o efeito do
imposto de renda e a depreciação, pode ser extraída da seguinte demonstração:
Sendo:
DEPj – Despesa da depreciação no período j
Cj – Fluxo de caixa, no período j, antes do IR
C’j – Fluxo de caixa, no período j, após o IR
 - Alíquota do imposto de renda
A fórmula geral do valor presente, após o imposto de renda será dada por:

n j 
n
VPL  - C 0   C j 1  i   1       DEPj 1  i 
j

 j1  j 1

Onde o terceiro termo do lado direito da equação representa o valor presente da


economia proporcionada pela dedução da depreciação do lucro antes do imposto de renda.

CUIDADO: A depreciação já foi considerada no fluxo de caixa?


Um ponto a ser destacado é se a depreciação já foi ou não computada no fluxo de caixa
antes do imposto de renda.
Na forma corriqueira da engenharia econômica, os fluxos de caixa são elaborados com
os recebimentos e desembolsos nos quais ainda não foi computada a depreciação. Assim, na
análise de investimentos, deve-se proceder conforme orientado até o momento, ou seja,
considerar a depreciação apenas como um elemento dedutível para efeitos do cálculo do
imposto de renda.
Entretanto, na análise de projetos industriais, é comum que o fluxo de caixa seja
proveniente de uma projeção das demonstrações de resultados. Nesse caso, o lucro líquido já
considera a depreciação como despesa e o imposto de renda é calculado já com a dedução da
depreciação. Mas, como a depreciação é uma despesa sem desembolso, e o fluxo de caixa deve
refletir a movimentação financeira, deve-se somar a depreciação ao lucro líquido após o
imposto de renda.

61
Problemas
PROBLEMA 1
Visando avaliar a melhor alternativa entre adquirir ou fazer o leasing de equipamentos,
a UDT (divisão de transportes da USIMINAS) solicitou um estudo à UDE (divisão de
engenharia industrial) no sentido de tomar a decisão mais viável para a empresa.
Entre estes equipamentos está o guindaste telescópico de 13 ton. Para o qual foram
coletados os seguintes dados:
 Custo de aquisição: $ 850.000,00
 Valor de mercado após 5 anos $ 170.000,00
 Horizonte de planejamento 5 anos
 Custos mensais de operação e manutenção: $ 9.092
 Taxa mínima de atratividade da USIMINAS: 18% ao ano
 Valor do aluguel: $ 218,00 por hora

O valor do aluguel já inclui os custos de operação e manutenção.


A média mensal de horas a serem trabalhadas pelo guindaste é de 102 horas, entretanto, de
acordo com a pesquisa efetuada junto às empresas de leasing, existe uma franquia de 200 horas
mensais.
Pergunta-se:
a. Qual o melhor, alugar ou comprar?
b. Faça suas considerações sobre um ponto de equilíbrio entre a compra e o aluguel.

Resolver pelo Excel ® (planilha 4)

PROBLEMA 2
Estuda-se a possibilidade de adquirir uma frota de 20 veículos para evitar o alto preço
cobrado pelo arrendamento mercantil. Cada veículo custa $13.000,00, e pode ser vendido ao
final de três anos por $8.000,00. As despesas de manutenção, inexistentes no caso do
arrendamento, são estimadas em $1.500,00 por ano para cada veículo comprado. As despesas
de operação são as mesmas em ambos os casos enquanto que as despesas com seguro são de
$1.200,00 por ano, com desembolso durante o ano.
O arrendamento, que inclui as despesas de manutenção e seguro, custa para a empresa
a quantia de $160.000,00 anuais pelos 20 carros, mas proporciona a possibilidade de ser
totalmente abatido para efeito de imposto de renda. A taxa de imposto de renda (mais
contribuição social) para a empresa é de 34 %. Considere uma TMA de 15% a.a..
É interessante a compra dos veículos? Faça os cálculos pelo método do valor anual.
Qual o valor de aluguel que igualaria as alternativas? O que você decidiria?

PROBLEMA 3
Certa firma industrial está considerando a possibilidade de instalar uma linha de
transportadores controlada eletronicamente. O investimento inicial será de $ 180.000,00, mas
causará redução de despesas de operação anual de $ 50.000,00
O investimento será inteiramente depreciado em 15 anos pelo método linear.
Entretanto, ao final de 12 anos, o equipamento será inútil para a empresa e, nesta época, será
retirado de operação sem nenhum valor de venda. Determinar a taxa de retorno de
empreendimento, considerando que a alíquota do IR é de 30% ao ano.

PROBLEMA 4
Para uma determinada tarefa, posso comprara duas máquinas diferentes. Uma PIF ou
uma PAF, com o mesmo desempenho técnico.
Máquina PIF:

 Custo Inicial: $ 320.000,00


 Custo anual fixo: $ 20.000,00
 Custo operacional: $ 50,00 por hora
Máquina PAF:

 Custo Inicial: $ 200.000,00


 Custo anual fixo: $ 30.000,00
 Custo operacional: $ 80,00 por hora
O custo de oportunidade do capital é de 15 % ao ano, após o imposto de renda. Tanto a
máquina PIF, como a PAF durarão 10 anos e serão depreciadas em 10 anos (linearmente). A
firma está na faixa de 30% para fins de IR.
Calcular o ponto de equilíbrio quanto ao número de horas anuais de uso das máquinas.

PROBLEMA 5
O projeto de viabilidade econômica da unidade industrial de fertilizantes do complexo
carboquímico catarinense apresenta a seguinte projeção da demonstração de resultados,
durante os próximos 15 anos:
Receita Líquida 850.000
Custo dos Produtos Vendidos (630.000)
Lucro Bruto 220.000
Despesas com vendas (1.500)
Despesas administrativas (6.000)
Depreciação (18.000)
Lucro operacional 194.000
Despesas não operacionais (6.000)
Lucro Líquido antes do IR 188.000
Imposto de Renda (65.000)
Lucro Líquido após o IR 122.000

Supondo que o investimento total é de $ 500.000, sendo $ 100.000 de capital de giro, e


que somente se utilizará capital próprio. Deseja-se analisar a viabilidade econômica do projeto.
Considere o valor residual dos investimentos fixos nulo e a taxa mínima de atratividade de 15%
ao ano.

63
CAPÍTULO V - FINANCIAMENTOS

V.1 - AMORTIZAÇÃO DE DÍVIDAS


A disponibilidade de recursos é, sem dúvida, fundamental para a concretização de um
investimento. Se os recursos próprios forem insuficientes as empresas devem recorrer a
empréstimos.
O valor desses empréstimos, ou seja, o principal, evidentemente terá que ser restituído
à instituição financeira, acrescido de sua remuneração, que são os juros.
À forma de devolução do principal mais juros, chama-se de “sistema de
amortização”. Os sistemas mais usados serão vistos a seguir.

A) SISTEMA FRANCÊS DE AMORTIZAÇÃO (PRICE)

Também conhecido como “Sistema Price” ou “Sistema de Prestação Constante” é


muito utilizado nas compras de prazos menores e no crédito direto ao consumidor.
Neste sistema as prestações são constantes, ou seja, correspondem a uma série
uniforme “A”. A parcela de juros decresce com o tempo, ao passo que a parcela de
amortização aumenta com o tempo. Graficamente pode-se apresentar este comportamento da
seguinte maneira:

Juros
Prestação
Amortização

Como em todos os sistemas corretos de amortização, no sistema Price a prestação é a


soma da amortização com os juros do periodo, ou seja:

pk = ak + jk

Onde:
pk - prestação no periodo k
ak - amortização no período k
jk - juros no periodo k
Além disso, os juros no período k são calculados sobre o saldo devedor anterior:

jk = i*(Saldo devedor)k-1

Nota-se, portanto, que quanto menor o saldo devedor menores serão os juros e, como
as prestações são constantes no sistema Price, a amortização crescerá com o tempo.
A prestação p é calculada da seguinte forma:

pk = p = P* (A/P; i; n )

Onde P é o principal, ou seja, o valor do empréstimo.


As fórmulas do Sistema Francês de amortização são apresentadas no quadro abaixo:

Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0 Po = P
1 P1 = Po - a1 p = P(A/P,i,n) a1 = p - j1 j1 = i Po
2 P2 = P1 - a2 p a2 = p - j2 j2 = i P1
...
k Pk = Pk-1 - ak = 0 p ak = p - jk jk = i Pk-1

Pode-se calcular o saldo devedor após a k-ézima prestação a partir da seguinte


fórmula:

Sdk = p (P/A; i; n-k)

Ou seja, o saldo devedor é o valor presente das prestações futuras.

EXEMPLO V.1
Montar o quadro de amortização para um financiamento de R$100.000,00, a juros de
15 % ao ano (TJLP: 15% e Spread:5%), com prazo de 5 anos, amortizável pelo sistema Price
em 5 prestações anuais. Calcular também o saldo devedor, imediatamente após a segunda
prestação, sem o uso da tabela.

Solução:

Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5

E o saldo devedor após a segunda prestação é:

65
B) SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

É o sistema normalmente utilizado para financiamentos de longo prazo.


Neste sistema as amortizações são constantes e calculadas da seguinte forma:
P
a
n

Onde P é o principal e n é o número de prestações.


O saldo devedor após o pagamento da k - ézima prestação é dado por:

Sdk = P - k a

Graficamente a prestação pode ser representada assim:

Juros
Prestação
Amortização

n
As fórmulas do SAC são apresentadas no quadro abaixo:

Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0 P
1 P - P/n P/n + i P P/n iP
2 P - 2P/n P/n + i P - iP/n P/n iP - iP/n
... ... ... ... ...
k P - kP/n P/n+iP-(k-1)iP/n P/n iP - (k - 1)iP/n

EXEMPLO V.2
Elaborar a tabela financeira pelo sitema SAC para o financiamento do exemplo anterior.
Calcular também, o saldo devedor após a segunda prestação.

Solução:

Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5

66
E o saldo devedor após o segundo pagamento, sem utilização da tabela, pode ser
calculado assim:

O PERIODO DE CARÊNCIA
A concessão de um período de carência é muito utilizada pelas instituições financeiras.
Durante o período de carência paga-se somente juros e o principal permanece inalterado, ou
ainda, não se paga juros e estes são capitalizados acrescendo o principal.
Se, no exemplo anterior, fosse concedido dois anos de carência, com amortização
apenas nos 3 últimos anos, a tabela financeira do financiamento ficaria assim:

Período (k) Saldo devedor (SDk) Prestação (pk) Amortização (ak) Juros (jk)
0
1
2
3
4
5

C) OUTROS SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

O Sistema Americano : Neste sistema paga-se apenas os juros e o principal é devolvido ao


final do empréstimo.

Sistema de Pagamento Único : É muito utilizado para financiamentos industriais de capital de


giro. Paga-se, neste caso, juros e principal no final do empréstimo. Nada mais do que achar F
dado P.

Pagamento antecipado : Aqui os juros são cobrados antecipadamente e o principal é


devovido ao final do empréstimo. É uma forma conhecida de “aumentar” a taxa de juros
efetiva cobrada por uma instituição financeira.
Decididamente este não é um sistema correto sob o ponto de vista da matemática
financeira. Para que um sistema seja correto o valor presente das prestações, descontado à taxa
de juros do financiamento, deve ser igual ao principal.

V.2 Exercícios Propostos


V.2.1. Para uma dívida de R$ 50.000,00, uma taxa de juros de 10% ao período e um
plano de 5 prestações construa um quadro de amortizações pelo sistema:
a) PRICE
b) SAC
c) SAC com um período de carência.

67
a) Sistema Price
Período (k)
0
1
2
3
4
5

b) Sistema SAC:
Período (k)
0
1
2
3
4
5

c) Sistema SAC com um período de carência:


Período (k)

V.2.2. Considere uma dívida de $100.000,00 a ser resgatada em 25 prestações com 4%


de juros. Depois de quantas prestações o valor da prestação do sistema PRICE
passa a ser superior à do sistema SAC.

V.2.3. Uma pessoa fez um empréstimo de R$ X a juros de 4% ao mês e saldou a dívida


pelo SAC em 10 prestações. A soma dos valores nominais das prestações foi de
R$ 50.000,00. Se a dívida tivesse sido paga pelo sistema Price, qual seria a
soma dos valores das prestações?

Problemas
Resolver casos no final da apostila considerando financiamentos

68
CAPÍTULO VI - ANÁLISE DE
SENSIBILIDADE
Até o momento, as análises de investimento efetuadas partiram do princípio que todas
as previsões se efetivariam. Na realidade, os fluxos de caixa foram elaborados a partir da
projeção de valores mais prováveis.
Sabe-se, entretanto, que por melhor que tenha sido elaborada a previsão, o fluxo de
caixa não será exatamente aquele imaginado inicialmente. A incerteza sempre estará presente.

VI.1. Conceitos de risco e incerteza


Vários são os fatores que levam à incerteza, entre eles pode-se citar:
 Fatores econômicos: Super ou subdimensionamento de oferta e demanda,
alterações de preços de produtos e matérias-primas, investimentos imprevistos, etc.
 Fatores financeiros: falta de capacidade de pagamento, insuficiência de capital, etc.
 Fatores Técnicos: Inadequabilidade de processo, matéria-prima, tecnologia
empregada, etc
 Outros: fatores políticos e institucionais adversos, clima, problemas de
gerenciamento de projetos, etc.

Na literatura da área é comum a diferenciação entre risco e incerteza. A condição de


incerteza é caracterizada quando os fluxos de caixa associados a uma alternativa não podem
ser previstos com exatidão, ou seja, não é possível quantificar em termos de probabilidade as
variações nos fluxos de caixa.
Quando é possível mensurar, através de distribuições de probabilidade, as variáveis de
entrada, considera-se que a situação é de risco.
Existem várias técnicas para se avaliar investimentos em condições de risco e, algumas
destas técnicas possibilitam como importante resultado a obtenção de distribuição de
probabilidades de variáveis como Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno. De posse
de tal distribuição pode-se calcular a probabilidade de inviabilidade de um investimento.
Entretanto tais técnicas fogem do escopo deste curso, sendo inseridas no curso de Engenharia
Econômica II.
Para se avaliar investimentos em condições de incerteza, o método mais utilizado, e
mais simples, é a análise de sensibilidade.

VI.2. Análise de sensibilidade


O fato de se fazer a análise de sensibilidade não exclui a possibilidade de aplicação de
métodos de risco mais apurados, ao contrário, complementa, pois auxilia na identificação das
variáveis mais importantes para se trabalhar.
A intenção é observar quão sensíveis são os valores como Valor presente, Taxa interna
de retorno, Valor anual, etc., a partir da variação de parâmetros de entrada como vida útil,
custos, receitas, quantidade vendida, preços, investimentos, taxas de descontos, etc.
É interessante a elaboração de gráficos que demonstrem este comportamento e a
análise pode ser enriquecida se questões como as seguintes forem avaliadas:
 Qual o menor preço do produto para que o projeto seja viável?
 Qual a quantidade mínima que deve ser produzida para que o investimento ainda
seja rentável?
 Para os parâmetros de entrada “mais provável”, “otimista” e “pessimista” qual será o
resultado econômico e financeiro da proposta em análise?
 E muitas outras questões.

EXEMPLO VI.1
Suponha o lançamento de um calçado de inverno.
Os meses considerados são: maio, junho e julho.
Os seguintes dados foram levantados pela empresa:

Investimento em adequação de equipamentos e treinamento: R$ 100.000,00


Receita prevista (10.000 pares/mês a R$ 10,00/par): R$ 100.000,00
Custos variáveis (10.000 pares/mês a R$ 4,00/par): R$ 40.000,00
Custos fixos: R$ 20.000,00
Valor residual: R$ 30.000,00

A taxa mínima aceitável pela empresa é de 10% ao mês.


Analise a atratividade do investimento e analise a sensibilidade quanto à variação na
quantidade vendida. Qual a quantidade mínima aceitável?
Solução:

70
EXEMPLO VI.2
Uma empresa está considerando a possibilidade de lançar um novo produto no
mercado. A instalação da nova linha requererá um gasto de R$55.000,00 para investimentos
fixos e R$ 5.000,00 para capital de giro.
Estima-se uma vida econômica, para o projeto, de 10 anos. a empresa espera vender
uma produção anual de 5.000 toneladas a um preço unitário de R$10,00. Os custos
operacionais anuais foram estimados em R$35.000,00. Se a firma pretende um retorno após os
impostos de, no mínimo, 10% ao ano, pede-se:
1. Verificar a atratividade do projeto.
2. Analisar a sensibilidade do projeto para uma variação negativa de 15% no preço de
venda.
3. Calcular o preço de venda mínimo para obtenção da rentabilidade requerida.
4. Verificar a sensibilidade do projeto para um acréscimo de 20% no valor do
investimento fixo.

A taxa de imposto de renda é de 35% e a taxa máxima de depreciação é de 10%.

EXEMPLO VI.3
Uma usina siderúrgica está considerando duas alternativas para obtenção de 3800
m3/ano de oxigênio necessário ao refino do aço, até o início de operação da nova fábrica daqui
a três anos.
A primeira é comprar oxigênio ao preço de $ 0,90/m3.
A segunda alternativa consiste numa reforma da fábrica existente, orçada em $ 500,00,
para produzir oxigênio a um custo de $ 0,71/m3.
Em caso de se optar pela compra de oxigênio, a fábrica existente será vendida hoje por
$ 1500,00. Caso se decida pela reforma, o valor de revenda da fábrica será de $ 500,00 ao final
dos três anos.
Admitindo-se uma TMA para a empresa de 10% a.a., pede-se:
1. Verificar a alternativa mais econômica;
2. Testar a sensibilidade da decisão para uma variação de 20% a mais no orçamento da
reforma.
3. Qual o preço de equilíbrio do m3 de oxigênio, para o caso do ítem 1.

71
CAPÍTULO VII - ANÁLISE DA VIABILIDADE
ECONÔMICA
DE UM PROJETO INDUSTRIAL

Uma das etapas mais importantes na elaboração de um projeto industrial é a análise de


sua viabilidade econômica e financeira.
Este capítulo visa apresentar, utilizando-se de informações das etapas anteriores de um
projeto, uma metodologia de cálculo para que se possa concluir sobre a viabilidade de um
projeto.
É necessário, portanto, um correto levantamento dos custos e das receitas adicionais
decorrentes do investimento.
Para um perfeito entendimento dos quadros que serão apresentados e, para que a
classificação dos itens seja adequada, deve-se conhecer a terminologia usual da área de custos:
Terminologia em custos industriais:

Gasto: conceito amplo que significa sacrifício financeiro de uma maneira geral. O sacrifício é
representado por entrega ou promessa de entrega de dinheiro ou outros ativos. Engloba,
portanto, investimento, custo, despesa e perda.

Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros
períodos. Cita-se como exemplo: Estoques, Aplicações, máquinas e equipamentos,
construções civis, marcas e patentes, ações de outras empresas.

Custo: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ex:
consumo de matérias primas na produção, salário dos empregados da área de produção,
energia elétrica usada na produção, depreciação de máquinas da produção.

Despesa: Gasto relativo a bem ou serviço consumidos para obtenção de receitas. Ex: salários
da administração geral, depreciação de ativos fora da produção, comissão de vendedores. O
custo de produção torna-se despesa quando o produto é vendido, mas costuma-se chamá-lo de
custo do produto vendido.

Perda: gasto com bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. Não é um
sacrifício feito com a intenção de obtenção de receitas. Ex: valor dos danos provocados por
incêndios ou enchentes, obsoletismo de estoques, gasto com mão de obra durante uma greve,
refugos anormais, unidades defeituosas.

72
Desembolso: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ser defasado ou
não do gasto.

VII.1. INVESTIMENTO

O investimento pode ser classificado da seguinte forma:

a) Fixo
b) Giro

O investimento fixo é composto por equipamentos, terrenos, construções civis,


instalações industriais, móveis, etc.
O investimento em giro é o capital de giro necessário para por em marcha a empresa,
ou seja, disponibilidades, estoques, e os recursos necessários para sustentar as vendas a prazo.
Ao final da vida do projeto estima-se o valor residual de venda do investimento fixo e
considera-se o desativamento do capital de giro como uma entrada de caixa.

VII.2. CUSTOS DE PRODUÇÃO

Os custos de produção são aqueles que ocorrem na fabricação do produto e são


classificados em Variáveis e Fixos.
Os Custos Variáveis são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida.
Os principais custos variáveis de produção são os seguintes:
- Matérias Primas, Embalagens e Materiais Auxiliares
- Fretes
- Mão-de-Obra Direta
- Consumo de Energia Elétrica (no processo produtivo)
- Água Industrial
- Combustível

Os Custos Fixos normalmente não variam proporcionalmente à produção. Os


principais são os seguintes:
- Mão-de-Obra Indireta
- Manutenção
- Seguros
- Demanda de Energia Elétrica
- Despesas de Aluguel relativas à fabricação

73
VII.3. DESPESAS GERAIS

As Despesas Gerais são aquelas que, mesmo importantes para a operação, não fazem
parte da fabricação de um produto. Podem, também, ser classificadas em fixas e variáveis.
Considera-se, nesta metodologia, como principais Despesas Gerais Variáveis as
seguintes:
- Despesas Variáveis com Vendas (Comissão de vendedores)
- Despesas Financeiras com Desconto de Duplicatas

Como Despesas Gerais Fixas considera-se:


- Despesas Administrativas
- Impostos fixos (IPTU, Taxas diversas)

VII.4. OUTRAS DESPESAS E DESEMBOLSOS

DEPRECIAÇÃO CONTÁBIL: É uma despesa sem desembolso que pode ser


considerada para efeito de abatimento no Imposto de Renda.

DESPESAS FINANCEIRAS: Referem-se aos juros de financiamentos de médio e


longo prazos e podem ser abatidas para efeito de Imposto de Renda.

AMORTIZAÇÃO DE FINANCIAMENTOS: A Amortização é um desembolso e


não uma despesa, e portanto não é dedutível do Imposto de Renda.

IMPOSTOS PROPORCIONAIS: São os impostos proporcionais à Receita Bruta


de Vendas como, p. ex., ICMS, IPI e PIS/COFINS. A Receita Líquida de Vendas é obtida
subtraindo estes impostos da Receita Bruta.

IMPOSTO DE RENDA (IRPJ): O Imposto de Renda incide sobre o lucro


tributável. A legislação atual fixa uma alíquota de 15% sobre o lucro e um adicional de 10%
sobre o lucro que exceder a R$240.000,00. Deve-se considerar ainda o efeito da Contribuição
Social sobre o lucro tributável cuja alíquota é de 9%.

VII.5. RECEITAS

Para efeito de análise econômica de projetos considera-se apenas as Receitas


Operacionais, ou seja, o produto da quantidade produzida pelo preço.

74
VII.6. RENTABILIDADE DO EMPREENDIMENTO E DO
ACIONISTA

A taxa interna de retorno do empreendimento considera o capital total


investido no projeto, como se fosse utilizado apenas capital próprio, ou seja, obtêm-se
a rentabilidade total do investimento. Por outro lado pode-se também calcular a
rentabilidade do acionista ou do capital próprio investido.

A rentabilidade do acionista é calculada considerando as prestações como


saídas de caixa onde elas efetivamente ocorrem, não se esquecendo que a parcela de
juros é dedutível para fins de Imposto de Renda enquanto a amortização não o é. Neste
caso utiliza-se, para o cálculo da TIR do acionista, o investimento efetuado pelos
proprietários.

Se a rentabilidade do empreendimento for maior que a taxa de juros do


financiamento, ocorrerá o efeito da Alavancagem financeira positiva fazendo com
que a rentabilidade do acionista seja maior que a rentabilidade do projeto como um
todo.

VII.7. APLICAÇÃO

Determine as taxas internas de retorno do empreendimento e do acionista de


um projeto de uma fábrica de cimento que apresenta as seguintes características:

- Produção anual: 400 ton./ano


- Preço: $ 10.000/ton.
- Custo variável de produção: $ 4.000/ton.
- Custo fixo de produção: $ 300.000/ano
- Despesas gerais variáveis: $ 1.500/ton.
- Despesas gerais fixas: $ 200.000/ano
- Investimento fixo: $ 2.000.000
- Capital de giro: $ 200.000
- Taxa de depreciação: 10%
- Parcela de investimento financiada: 50%
- Taxa de juros do financiamento: 10% a.a.
75
- Amortização: em 7 anos pelo sistema SAC ( com dois anos de carência)
- Valor residual do investimento fixo: $ 200.000
- Vida útil do projeto : 10 anos
- Produção no primeiro ano: 70% da capacidade normal
- IRPJ/CSL: 35%
- ICMS (menos crédito), IPI, PIS, Cofins, etc: 17%

Solução:

Resultados antes do Financiamento

TMA=

Valor Econômico do Negócio=


VPL=
TIR=

Resultados depois do Financiamento

TMA=

Valor Econômico do Negócio=


VPL=
TIR=

76
Quadro do Fluxo Financeiro do Empreendimento (Fluxo de Caixa Livre)
Em $ 1.000
Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta 2.800 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
(-) Impostos Prop. 476 680 680 680 680 680 680 680 680 680
Receita Líquida 2.324 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320
Custo Var. Prod. 1.120 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
Custo Fixo Prod. 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300
Lucro Bruto 904 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420
Desp. Ger. Var. 420 600 600 600 600 600 600 600 600 600
Desp. Ger. Fixas 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
Depreciação 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
Lucro Antes Juros e Imp. (EBIT) 84 420 420 420 420 420 420 420 420 420
Despesas Financeiras (juros)
Lucro Antes tributos 84 420 420 420 420 420 420 420 420 620
IRPJ/Contrib. Social 29,4 147 147 147 147 147 147 147 147 147
Lucro Líquido 55 273 273 273 273 273 273 273 273 273
(+) Depreciação 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
(-) Amortização
(-) Investimento Capital (CAPEX) 2.000
(-) Capital de Giro adicional 200
(+)Liberação Financiamento
(+) Valor Residual 330
Fluxo de Caixa Empreendimento -2.200 255 473 473 473 473 473 473 473 473 803
Quadro do Fluxo Financeiro do Acionista
Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta 2.800 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
(-) Impostos Prop. 476 680 680 680 680 680 680 680 680 680
Receita Líquida 2.324 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320 3.320
Custo Var. Prod. 1.120 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600 1.600
Custo Fixo Prod. 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300
Lucro Bruto 904 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420 1.420
Desp. Ger. Var. 420 600 600 600 600 600 600 600 600 600
Desp. Ger. Fixas 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
Depreciação 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
Lucro Antes Juros e Imp. (EBIT) 84 420 420 420 420 420 420 420 420 420
Despesas Financeiras (juros) 110 110 88 66 44 22 0
Lucro Antes IR -26 310 332 354 376 398 420 420 420 420
IRPJ/Contrib. Social -9,1 108,5 116,2 123,9 131,6 139,3 147 147 147 147
Lucro Líq. Após IR -17 202 216 230 244 259 273 273 273 273
(+) Depreciação 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200
(-) Amortização 0 0 220 220 220 220 220
(-) Investimento Capital (CAPEX) 2.000
(-) Capital de Giro adicional 200
(+)Liberação Financiamento 1.100
(+) Valor Residual 330
Fluxo de Caixa do Acionista -1.100 183 402 196 210 224 239 253 473 473 803

78
VII.9. EXERCÍCIO PROPOSTO

Em um estudo de implantação de um projeto industrial, chegou-se aos


seguintes dados:
1) Do estudo de mercado:
- Tipos de produto : AeB
- Preços Unitários : A: $ 20
B: $ 25

2) Da engenharia:
- Valor do terreno : doado
- Área de construção : 450 m2
- Custo do m2 da construção industrial: $ 800
- Valor dos equipamentos e utensílios: $ 340.000

3) Tamanho:
- Produção anual: A: 10 mil unidades
B: 10 mil unidades

4) Custos:
- Matérias primas e mat. secundários: $ 72 mil/ano
- Energia Elétrica: $ 24 mil/ano
- Combustíveis: $ 12 mil/ano
- Fretes: $ 3600/ano
- Água industrial: $ 12 mil/ano
- Embalagem: $ 18 mil/ano
- Mão-de-Obra (considerar totalmente fixa): $ 18 mil/ano
- Encargos sobre Mão-de-Obra: 80 %
- Taxa de Seguro: 0,6 % por ano sobre
equipamentos e construção civil
- Taxa de manutenção: 0,5 % a.a. para construção civil
2,0 % a.a. para equipamentos
- Taxa de IPI : 10 % para o prod. A
Produto B isento
- PIS/FINSOCIAL: 2 % da receita de vendas (sem considerar o
IPI)
- ICMS : 18 % sobre a diferença entre receita (sem IPI)
e matérias primas
- Despesas com comissão de vendedores 2% da Receita (Sem IPI)
- Despesas administrativas: $ 24 mil/ano
- Considerar 2 % de eventuais para cada subgrupo

5) Financiamento:
- Parcela do investimento fixo financiado: 60 %
- Taxa de juros: 8 % a.a.
- Sistema de amortização: Em 10 anos pelo SAC (incluindo 2 anos
de carência)

6) Outros dados:
- Valor residual do investimento fixo: 10 % do investimento
- Vida útil do projeto: 10 anos
- Depreciação: 4% para construções civis
10 % para equipamentos
- Primeiro ano de atividade: 70 % da capacidade
- Segundo ano : 90 % da capacidade
- Terceiro ano em diante: Capacidade normal

7) Subsídios para a determinação do capital de giro:

NECESSIDADES:
a) Disponibilidades: 12.500,00
b) Estoques: 10 dias do Gasto Global
c) Financiamento das vendas: 30 dias (prazo médio de recebimento)
calculados sobre o custo global. (Supondo que toda venda seja financiada)

COBERTURA
a) Crédito de fornecedores :
Matérias-primas e materiais secundários: 30 dias do custo de
matérias-primas;
b) Capital de Giro Próprio

80
DETERMINE A VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DO
PROJETO !!!

Resultados do Empreendimento

TMA= 12%
Valor Econ. Negócio=
VPL=
TIR=

Resultados do Acionista

TMA= 12%
Valor Econ. Negócio=
VPL=
TIR=

81
Quadro do Fluxo Financeiro do Empreendimento
Em $ 1.000
Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta
(-) Impostos Prop.
Receita Líquida
Custo Var. Prod.
Custo Fixo Prod.
Lucro Bruto
Desp. Ger. Var.
Desp. Ger. Fixas
Depreciação
Lucro Antes Juros e Tributos
Despesas Finan.
Lucro Antes Tributos
IRPJ/Contrib. Social
Lucro Líquido
(+) Depreciação
(-) Amortização
(-) Investimentos Capital
(-) Capital de Giro Adicional
(+)Liberação Financiamento
(+) Valor Residual
Fluxo de Caixa Empreend.
Quadro do Fluxo Financeiro do Acionista
Em $ 1.000
Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta
(-) Impostos Prop.
Receita Líquida
Custo Var. Prod.
Custo Fixo Prod.
Lucro Bruto
Desp. Ger. Var.
Desp. Ger. Fixas
Depreciação
Lucro Antes Juros e Tributos
Despesas Finan.
Lucro Antes Tributos
IRPJ/Contrib. Social
Lucro Líquido
(+) Depreciação
(-) Amortização
(-) Investimentos Capital
(-) Capital de Giro Adicional
(+)Liberação Financiamento
(+) Valor Residual
Fluxo de Caixa Acionista
83
ROTEIRO DE CÁLCULO DE UM PROJETO

1. Programa de vendas

DESCRIÇÃO ANO 1 ANO 2 ANOS 3 a 10


Quantidade Vendida Produto A
Produto B
Preço Produto A
Produto B
Receita de Vendas Produto A
Produto B
Receita (Sem IPI)
IPI Produto A
Produto B
Receita Bruta
2. Gastos Operacionais
DESCRIÇÃO ANO 1 ANO 2 ANOS 3 a 10
1. Custo Variável de Produção
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7 Eventuais (2%)
Total Parcial
2. Custo Fixo de Produção
2.1
2.2
2.3
2.4 Eventuais
Total Parcial
CUSTO DE PRODUÇÃO
3. Despesa Geral Variável
3.1
3.2 Eventuais
Total Parcial
4. Despesa Geral Fixa
4.1
4.2 Eventuais
Total Parcial
5. Impostos Proporcionais
5.1
5.2
5.3
5.4 Eventuais
Total Parcial
CUSTO GLOBAL

85
3. Capital de giro (a plena produção)

DESCRIÇÃO ANO 3 (Projeção)


1. Necessidades
1.1 Caixa
1.2 Financiamento das Vendas
1.3 Estoques

TOTAL DAS NECESSIDADES


2. RECURSOS
2.1 Fornecedores
2.2 Capital de Giro Próprio
TOTAL DOS RECURSOS

4. Usos e Fontes
DESCRIÇÃO VALOR
1. Terrenos 0
2. Construções
3. Equipamentos
4. Capital de Giro Próprio
TOTAL DOS USOS 0

DESCRIÇÃO VALOR
1. Recursos Próprios
2. Financiamentos
TOTAL DAS FONTES 0

86
5. Depreciação

ANO DEPRECIAÇÃO VALOR CONTÁBIL


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

6. Quadro de Financiamento
ANO SALDO DEVEDOR PRESTAÇÃO AMORTIZAÇÃO JUROS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

87
TABELAS FINANCEIRAS

Nome Fórmula
Fator de Valor Futuro de um Pgto (1+i)n
Simples
Fator de Valor Presente de um Pgto ( 1 + i ) -n
Simples
Fator de Valor Futuro de uma Série ( 1 + i )n – 1
Uniforme i
Fator de Valor Anual de um Valor _____i_____
Futuro ou Fator de Formação de Capital ( 1 + i )n - 1
Fator de Valor Presente de uma Série ( 1 + i )n – 1
Anual ( 1 + i )n . i
Fator de Valor Anual de um Valor ( 1 + i )n . 1
Presente ou Fator de Recuperação de ( 1 + i )n – i
Capital
Fator de Valor Presente de uma Série ( 1 + i )n – 1 – ni
Gradiente i2 ( 1 + i )n
Fator de Valor Anual de uma Série ( 1 + i )n – 1 – n.i
Gradiente i. (( 1 + i )n – 1)
Fator de valor Futuro de uma Série ( 1 + i )n – 1 – ni
Gradiente i2

88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BLANK, Leland e TARQUIN, Anthony, P.E. Engenharia Econômica. São Paulo: McGraw-
Hill, 2008.
2. CASAROTTO FILHO, Nelson, KOPITTKE, Bruno H., Análise de Investimentos. São
Paulo, Editora Atlas, 2010.
3. DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos. São Paulo: Qualitymark, 2010.
4. DE FARO. Clóvis, Matemática Financeira. São Paulo, Editora Atlas, 1982.
5. FLEISCHER, Gerald A. Teoria da Aplicação do Capital. São Paulo, Edgard Blucher,
1973.
6. GRANT, Eugene et alli. Principles of Engineering Economy. New York, Ronald Press,
1976.
7. HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia Econômica e Análise de Custos. 7ª ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
8. NEVES, César das. Análise de Investimentos. Rio de Janeiro, Zahar Editora, 1982.
9. OLIVEIRA, J.A. Nascimento. Engenharia Econômica: Uma Abordagem às Decisões de
Investimento. São Paulo, McGraw-Hill, 1982.
10.PAMPLONA, E.O. Abordagem da Inflação na Análise Econômico - Financeira de
Investimentos. Dissertação de mestrado, UFSC, 1984.
11.PAMPLONA, E.O., CAVALCANTI FILHO, A. Engenharia Econômica I. Apostila,
1987.
12.REVISTAS: Engineering Economist, Industrial Engineering, Harvard Business Review e
outras.
13. SAMANEZ, Carlos Patricio. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
14. ROSS, Stephen, WESTERFIELD, Randolph e JAFFE, Jeffrey. Administração Financeira:
Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 2002
15.WOILER, S. et alli. Projetos. São Paulo, Atlas, 1983.
16.BNDES. Roteiro para obtenção de financiamentos. 2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
Engenharia Econômica Avançada

Caso 1: termelétrica a gás


___________________________________________________________________________
Uma empresa do setor de energia estuda um investimento em uma termelétrica a gás de 350
MW e levantou os seguintes dados:

Investimento $ 500,000.00 por MW instalado


Produção de energia 2.800.000 MWh por ano
Preço da energia elétrica produzida $30.00 por MWh
Custos de Operação e Manutenção $ 4.00 por MWh
Outros Custos (Transporte de energia, etc.) $ 1,000,000.00 por ano
Consumo de gás 500.000.000 m3 por ano
Custo do gás $ 0.06 por m3
O horizonte de planejamento é de 20 anos, após os quais a termelétrica será vendida por $35
milhões.
A taxa mínima de atratividade da empresa é de 15% ao ano após o imposto de renda.

1a Questão
a) Qual a quota anual de depreciação do investimento, considerando que a taxa máxima de
depreciação permitida para este caso é de 4%.
b) Qual o valor contábil no final do vigésimo ano?
c) Qual o lucro ou prejuízo na venda do ativo?

2a Questão
Analise a viabilidade do investimento após o Imposto de Renda, considerando uma alíquota de
35% sobre o lucro tributável.

3a Questão
Qual o preço mínimo da energia elétrica para que o investimento seja viável? (Considerar
análise após o Imposto de Renda)

4a Questão
Calcule a TIR do capital próprio investido na termelétrica considerando que 70% do
investimento total seja financiado pelo BNDES, pelo sistema SAC, em 10 anos, a uma taxa de
juros real de 10% ao ano.

90
UNIVESRSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
ENGENHARIA ECONÔMICA

Caso 2: A empresa de Placas Eletrônicas


___________________________________________________________________________
O diretor da empresa S de eletrônica recebeu uma proposta da direção da empresa B para
levar parte de sua fábrica para a cidade de Curitiba. A empresa S faz a montagem de placas
eletrônicas em SMD em Itajubá e fornece para a Empresa B, que fabrica impressoras fiscais em
Curitiba. A empresa B comprou um terreno ao lado de sua fábrica para instalação de seus
fornecedores e gostaria que a empresa S se instalasse em parte desse terreno. Os dados são os
seguintes:
 Investimentos fixos adicionais para instalar parte da fábrica em Curitiba: R$ 270.000,00
(Robô: 150.000, Máquina solda: 60.000, Computadores, Bancadas, etc.)
 Investimento em Capital de Giro: R$ 65.000,00
 Produção e venda das placas para a empresa B: 500 placas por dia.
 Preço da placa R$ 4,10
 Custos fixos (Aluguel, Mão-de-obra, encargos, etc.): R$ 230.000,00 por ano
 Custos variáveis (Componentes, base, etc.): R$ 0,90 por placa
 Despesas: R$ 90.000,00
 ICMS: 18%
 IRPJ + CSSL = 35%
 Taxa de depreciação sobre os equipamentos: 10% por ano

A Empresa B dá garantias de compra das placas durante os próximos 10 anos, no final dos
quais os investimentos fixos terão um valor residual de venda de R$ 80.000,00.
A taxa mínima de atratividade da empresa é de 18% ao ano.

Pede-se

1. Elaborar, usando o Excel, a projeção da demonstração de resultados e do fluxo de


caixa da empresa.
2. Analise a viabilidade do investimento após o Imposto de Renda.
3. Qual o Preço mínimo da placa para que o investimento seja viável?
4. Se a empresa fizesse um financiamento de 60% do investimento fixo no BNDES a uma
taxa de 12% ao ano, para pagar em 4 anos, sendo o primeiro de carência, pelo sistema
SAC, analise a viabilidade do capital próprio.

91
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Caso 3: Trem Bala na proposta antiga


___________________________________________________________________________
A Valec Engenharia e Construção, estatal ligada ao Ministério dos Transportes, vai
recomendar ao governo a concessão de um trem de alta velocidade (280 km/h) entre o Rio de
Janeiro e São Paulo. O presidente da estatal, José Francisco das Neves, informou que o projeto
prevê investimentos privados da ordem de US$ 9 bilhões.
O projeto prevê uma ligação de 412 quilômetros, dos quais 95 em túneis, que seriam
percorridos em aproximadamente 88 minutos entre a Estação da Luz (SP) e a Central do Brasil
(RJ). Os trens, com capacidade de 855 passageiros, teriam uma freqüência a cada 15 minutos,
mas, considerando o índice de ocupação de 75%, o número de usuários seria de 18 milhões de
passageiros por ano. O preço a ser cobrado por passageiro está estimado em U$$170,00, mas
há dúvidas quanto ao preço mínimo a ser considerado na licitação. O custo variável estimado
por passageiro é de US$ 15, o custo fixo anual é de US$ 592 milhões e as despesas anuais
montam a US$ 200 milhões anuais.
A concessionária teria direito de exploração por 35 anos ao final dos quais os equipamentos e
melhorias seriam repassados ao governo pelo valor de US$ 2 bilhões. A TMA de possíveis
concessionárias deve girar em torno de 15% ao ano. Os impostos proporcionais são de 16%
sobre a receita bruta. A alíquota de IRPJ/CSLL é de 34%. Suponha, inicialmente, que os US$
9 bilhões seja gastos na data zero.
1a Depreciação
Se, dos US$ 9 bilhões de investimento, US$ 7 bilhões forem considerados de construção civil
e US$ 2 bilhões de equipamentos:
a) Qual a quota anual de depreciação dos equipamentos, considerando que a taxa máxima de
depreciação do governo para este caso é de 10%.

b) Qual a quota anual de depreciação da construção civil?

c) Qual o valor contábil no final dos 35 anos?

2a Projeção de Fluxo de Caixa


Elabore a projeção da demonstração de resultados e do Fluxo de Caixa do projeto

3a Análise depois do imposto de renda


Analise a viabilidade do investimento após o Imposto de Renda, calculando o Valor do
Negócio, o VPL e a TIR e se a proposta é viável ou não.

4a Análise de sensibilidade
Qual seria o preço mínimo por passageiro a ser considerado para compensar o investimento?

92
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Caso: O novo projeto do Trem Bala.


Cuidado ao tratar milhares, milhões e bilhões.
O projeto TAV (Trem de Alta velocidade) do Brasil apresenta as seguintes características:
Trens com velocidade igual ou superior a 250 km/h.
Extensão Total: 510,8 km, sendo Túnel: 90,9 km (18%), Ponte: 107,8 km (21%) e Superfície:
312,1 km (61%)

Projeção da demanda em milhares de passageiros por ano:


ANOS 2014 a 2023 2024 a 2033 2034 a 2043 2044 a 2054
TOTAL 32.608 46.059 69.097 99.365
Tarifa média: R$ 82,00 por passagem
Os investimento será realizado em 5 anos (supor 1/5 ao final de cada um dos cinco primeiros
anos) e o valor total é de: (não há valor residual de venda)
INVESTIMENTO
ITEM %
(R$ MILHÕES)
Obras Civis 24.583,0 71,0
Desapropriação e medidas socioambientais 3.894,1 11,3
Sistemas e Equipamentos 3.409,9 9,8
Material Rodante 2.739,8 7,9
TOTAL 34.626,8 100,0
Suponha a depreciação anual de 4% para obras civis e material rodante e de 10% para sistemas
e equipamentos. Não há depreciação para desapropriação e medidas socioambientais.
Custos e despesas operacionais em milhares de reais.
2014 a 2023 2024 a 2033 2034 a 2043 2044 a 2054
Custos operacionais 310.000,00 575.300,00 774.300,00 775.700,00
Despesas operacionais 57.100,00 76.700,00 98.900,00 121.100,00
A TMA de possíveis concessionárias deve girar em torno de 18% ao ano. Os impostos
proporcionais são de 18% sobre a receita bruta. A alíquota de IRPJ/CSLL é de 34%.
1a Questão projeções
Preencha a projeção da demonstração de resultados e do Fluxo de Caixa
2a Questão Análise depois do imposto de renda sem financiamento
Analise a viabilidade do investimento após o Imposto de Renda. Calcule o VPL e a TIR e
indique se é viável ou não.
3a Questão Análise depois do imposto de renda sem financiamento
Qual o valor do Negócio em 2009 sem considerar o Financiamento

93
4a Questão Análise de sensibilidade
Qual seria o preço mínimo por passageiro a ser considerado para compensar o investimento?
5a Questão Financiamento
Considerando o financiamento de 70% do investimento com início de pagamento em 2014,
sem carência, com taxa de juros de TJLP + 1% (7% ao ano), sistema SAC e 30 anos de prazo,
qual a TIR do Capital Próprio investido?

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - SULGAS


Engenharia Econômica

Caso: Cogeração
Suponha a avaliação da implantação de um sistema de cogeração em um hospital. Um grupo
gerador Allison com 2834 Kw de potência foi escolhido a partir da verificação da necessidade
de frio e calor. Os seguintes dados são adotados:

Investimento na turbina (fonte: Turbine Handbook) $ 850 por KW instalado


Câmbio: R$ 2,50 / $1.00
Investimento na Caldeira de recuperação R$ 336260,00
Investimento no Chiller de absorção R$ 2.183.000,00
Consumo do gás (baseado na energia req. e poder calorífico do gás) 0,19938 m3/s
Horas de utilização 8760 horas
Preço do gás (segundo PPT) 0,2675 R$/m3
Custos de operação e manutenção 5% do investimento por ano
Custo anual de energia contratada atualmente R$ 3.758.149,00/ ano

O horizonte de planejamento é de 15 anos, sem valor residual de venda dos equipamento.


A taxa mínima de atratividade adotada é de 12% ao ano após o imposto de renda.

Analise a viabilidade do investimento após o Imposto de Renda, considerando uma alíquota de


35% sobre o lucro tributável.

Qual o preço máximo do gás para que o investimento seja viável? (Considerar análise após o
Imposto de Renda)

Calcule a TIR do capital próprio investido considerando que 85% do investimento total seja
financiado pelo BNDES, pelo sistema SAC, em 6 anos, incluindo 1 ano de carência, a uma
taxa de juros real de 12% ao ano.

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