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CURSO DE
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
LABORATORIAIS
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
CURSO DE
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
LABORATORIAIS
MÓDULO II
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO II
5 EXAME DE URINA
A urina é formada pela ação dos rins, cuja unidade funcional é o néfron.
Cada rim contém cerca de um milhão de néfrons, que são responsáveis pela
filtração de aproximadamente 1,2 litro de sangue por minuto. Deste total,
aproximadamente 1 mL de urina é formada por minuto, sendo que cerca de 150
litros do filtrado glomerular são reabsorvidos pelos túbulos renais em 24h.
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O volume urinário excretado varia conforme a alimentação, exercícios
físicos, temperatura ambiente e, particularmente, com o volume de líquido ingerido.
Em crianças a diurese é proporcionalmente maior do que do adulto. A seguir,
exemplos de condições em que o volume urinário é aumentado (poliúria): diabetes
mellitus, certas afecções do sistema nervoso, amiloidose renal, rim contraído,
emoções, frio e ingestão excessiva de líquidos.
Nota-se diminuição de volume (oligúria) nos casos de: nefrite aguda, febre,
diarreia, vômito, choque, desidratação, nefropatia tubular tóxica, enfarte hemorrágico
do rim e moléstias cardíacas e pulmonares. O exame rotineiro de urina é um método
simples, não invasivo e que proporciona ao clínico uma variedade de informações
preciosas sobre patologia renal e do trato urinário e, por dados indiretos, algumas
patologias sistêmicas.
A variedade de sinonímias é algo relevante, sendo Exame de Urina Tipo I,
Sumário de Urina, Elementos Anormais e Sedimentos (EAS) e Parcial de Urina os
mais empregados. Apesar de simples, está entre os exames mais solicitados devido
à simplicidade na realização, baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para
análise, tornando-se exame de rotina, já utilizado desde a mais remota antiguidade.
O exame do primeiro jato da urina é recomendado quando o objetivo é a
investigação do trato urinário inferior, mais especificamente a uretra.
A urina de primeiro jato carrega células e bactérias presentes na uretra,
tornando-a uma boa amostra indireta para outras avaliações, como as uretrites com
pouca secreção. A diferença de celularidade encontrada entre o primeiro e segundo
jatos auxilia a localizar a origem do processo.
Basicamente o exame de urina é composto por quatro etapas distintas:
- avaliação da amostra,
- análise física,
- análise química,
- análise microscópica do sedimento.
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5.2 AVALIAÇÃO DA AMOSTRA
6 ANÁLISE FÍSICA
6.1 DENSIDADE
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A densidade urinária depende diretamente da proporção de solutos urinários
presentes (cloreto, creatinina, glicose, fosfatos, proteínas, sódio, sulfatos, ureia,
ácido úrico) e o volume de água. Normalmente varia entre 1.015 a 1.030.
Densidades diminuídas podem ser encontradas na administração excessiva de
líquidos por via intravenosa, reabsorção de edemase transudatos, insuficiência renal
crônica, uso de drogas, quadros de hipotermia, aumento da pressão intracraniana,
diabetes insipidus e hipertensão maligna.
Densidades elevadas podem ser encontradas na desidratação, diarreia,
vômitos, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite, insuficiência cardíaca congestiva,
insuficiência suprarrenal, proteinúria, síndrome de secreção inapropriada de
hormônio antidiurético (SIHAD), toxemia gravídica, uropatias obstrutivas e no uso de
algumas substâncias, como contrastes radiológicos e sacarose.
6.2 ASPECTO
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FIGURA 12 – TIPOS DE URINA
Límpido
Opaco
Turvo
6.3 COR
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Os glóbulos vermelhos serão verificados ao microscópio, após
centrifugação, ou mesmo pela sedimentação espontânea. A hematúria de origem
glomerular (glomerulonefrite aguda) jamais apresenta coágulos, ao passo que, em
outros tipos de hematúria, como no traumatismo ou tumor, eles frequentemente
estão presentes. A urina de aspecto leitoso pode resultar da presença de pus, ou
grandes quantidades de cristais de fosfato.
O uso de diversos medicamentos e a ingestão de corantes alimentares
também pode causar alteração da cor da urina. Há numerosas possibilidades de
variação de cor, sendo a mais frequente a cor avermelhada (rosa, vermelha,
vermelho-acastanhada). Em mulheres, deve-se sempre afastar a possibilidade de
contaminação vaginal.
A cor avermelhada pode acontecer na presença de medicamentos,
hemácias, hemoglobina, meta-hemoglobina e mioglobina. As porfírias também
podem cursar com coloração vermelha ou púrpura da urina. Também é frequente a
cor âmbar ou amarelo-acastanhada, pela presença de bilirrubina, levando a urina a
se apresentar verde-escura em quadros mais graves.
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6.4 PH
Nos últimos anos, numerosos avanços tem sido notados com relação às
tiras reagentes, objetivando tornar a análise química urinária, e mesmo a dosagem
de elementos da urina, mais rápida, simples e econômica. A utilização destas tiras
dispensa conhecimentos teóricos e preparo básico do técnico nos laboratórios de
patologia clínica. Após imersão da tira reagente na urina pode-se analisar a
presença qualitativa e semiquantitativa de glicose, corpos cetônicos, bilirrubina,
urobilinogênio, proteína, hemoglobina, hemácias, leucócitos, nitrito, pH e densidade.
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FIGURA 14 – TIRAS REAGENTES
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7.2 BILIRRUBINAS
7.3 UROBILINOGÊNIO
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O aumento do urobilinogênio na urina indica a presença de processos
hemolíticos ou disfunção hepática. Acha-se elevada também na policitemia, no cisto
hemorrágico do ovário, na doença hemolítica perinatal, em alguns estágios da
malária, na insuficiência cardíaca e na cirrose hepática.
7.4 HEMOGLOBINA
7.5 GLICOSE
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7.6 NITRITO
7.7 PROTEÍNAS
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patológicos, como estresse físico (exercícios intensos) ou emocional, desidratação,
dieta (proteínas em excesso), exposição ao frio e posição do corpo (proteinúria
ortostática).
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A finalidade da análise microscópica é detectar e identificar os elementos
insolúveis. Esses elementos incluem: eritrócitos, leucócitos, células epiteliais,
bactérias, leveduras, parasitas, muco, espermatozoides, cristais e artefatos. Como
alguns não tem significado clínico e outros são considerados normais, a menos que
presentes em quantidades muito grandes, o exame do sedimento urinário deve
compreender tanto a identificação quanto a quantificação dos elementos
encontrados.
O exame microscópico ainda é um auxiliar valioso no diagnóstico. No
sentido de melhorar sua fidedignidade há a padronização das técnicas, do
aprimoramento do controle de qualidade e da educação constante do pessoal
técnico.
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* Células dos Túbulos Renais: são as mais importantes porque, quando sua
quantidade é grande, há indício de necrose tubular. São especialmente importantes
na rejeição do enxerto renal. Sua presença traduz a existência de doenças
causadoras de lesão tubular, entre as quais pielonefrite, reações tóxicas, infecções
virais, rejeição de transplante e efeitos secundários da glomerulonefrite.
8.2 HEMÁCIAS
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hematúrias de origens glomerular e não glomerular. Quando se apresentam em sua
forma esférica habitual, seriam de origem mais distal no trato urinário; quando
crenadas (irregulares), teriam origem glomerular.
FIGURA 16 - HEMÁCIAS
8.3 LEUCÓCITOS
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Os leucócitos são maiores que as hemácias, medindo cerca de doze
mícrons de diâmetro. São mais facilmente observados e identificados porque contêm
grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados.
FIGURA 17 - LEUCÓCITOS
8.4 CRISTAIS
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tirosina e a leucina são resultados de catabolismo proteico, seu aparecimento na
urina sob a forma de cristais pode indicar necrose ou degeneração tecidual
importante.
Os cristais de fosfato amoníaco magnesiano estão relacionados a
infecções por bactérias produtoras de urease. Apesar de não existir uma relação
direta entre a presença de cristais e o desenvolvimento de cálculos, alguns autores
apontam a existência de diferenças morfológicas entre os cristais dos pacientes
que desenvolvem calculose com uma apresentação de formas maiores, agregadas
e bizarras.
O recurso mais útil na identificação dos cristais é o conhecimento do pH da
urina, pois ele determinará o tipo de substâncias químicas precipitadas. Os cristais
geralmente são classificados não só como normais e anormais, mas também
segundo a urina em que está presente: ácida ou alcalina.
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FIGURA 18 – CRISTAIS NA URINA
Oxalato de Cálcio
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FIGURA 19 – CRISTAIS ANORMAIS
8.5 CILINDROS
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A aparência dos cilindros também é influenciada pelos materiais presentes
no filtrado no momento da sua formação e pelo período de tempo em que eles
permanecem no túbulo.
* Cilindros Hialinos: os cilindros mais frequentes são de tipo hialino. A
presença de 0 a 2 desses cilindros por campo de pequeno aumento é considerada
normal. Assumem significado clínico quando seu número é elevado, como é o caso
de glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência cardíaca
congestiva.
* Cilindros Hemáticos: os cilindros celulares podem conter hemácias,
leucócitos ou células epiteliais. A presença de cilindros celulares geralmente indica
grave doença renal. A existência de cilindros hemáticos é muito mais específica,
indicando que o sangramento provém do interior do néfron.
* Cilindros Leucocitários: o aparecimento de cilindros leucocitários na urina
significa infecção ou inflamação no interior dos néfrons. São refringentes, têm
grânulos e, serão visíveis os núcleos multilobulados.
* Cilindros Granulares: é frequente observar cilindros granulares grosseiros e
finos no sedimento urinário; podem ter significado clínico ou não. Sua excreção
aumenta após estresse e exercício físico rigoroso.
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FIGURA 20 - CILINDROS
Cilindro Leucocitário
8.6 BACTÉRIAS
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FIGURA 21 - BACTÉRIAS
8.7 MUCO
FIGURA 22 - MUCO
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8.8 LEVEDURAS
8.9 PARASITAS
FIGURA 23 – TRICHOMONAS
VAGINALIS
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8.10 ESPERMATOZOIDES
FIGURA 24 –
ESPERMATOZOIDES
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8.12 ARTEFATOS
FIGURA 25 - ARTEFATOS
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9 PARASITOLOGIA
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* Intermediário: é um organismo que é exigido para completar o ciclo de vida
do parasita.
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nematelmintos estão: Enterobius vermicularis, Trichiuris trichiura, Áscaris
lumbricoides e Ancilostomídeos.
* Platelmintos (Achatados) - Animais alongados, vermiformes e achatados
dorso-ventralmente, células diferenciadas em tecidos e órgãos. Os Platelmintos
dividem-se ainda em duas subclasses:
* Trematódeos: Schistosoma mansoni e Fascíola hepática;
* Cestódeos: Taenia solium, Taenia saginata, Hymenolepis nana,
Hymenolepis diminuta.
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Ainda mencionando a esquistossomose, autores citam que devem ser
realizados pelo menos seis exames de fezes com resultados negativos para que
seja requisitada uma biópsia retal. Nesse caso, o material é colhido pelo médico e
remetido ao laboratório para análise. Outro método recomendado, especialmente
nos casos de pacientes com eosinofilia muito alta, é o Baermann-Moraes, específico
para a pesquisa de formas larvares de nematódeos, principalmente o Strongyloides
stercoralis, que é eliminado nas fezes na sua forma larvar.
Para a pesquisa de helmintos como a Taenia sp., que elimina proglotes,
recomenda-se a tamização (simples peneiração das fezes) ou a identificação de
vermes, em que será feita a identificação dos proglotes de Taenia sp. e de vermes
adultos de outros helmintos.
Em crianças, a literatura relata um alto índice de contaminação com
Enterobius vermicularis, cuja fêmea realiza a oviposição durante a noite, na região
perianal. Nesses casos, o exame parasitológico costuma apresentar-se negativo e a
técnica indicada é a fita gomada transparente, aderida a uma lâmina, chamada de
método de Graham.
A investigação da presença de helmintos nas fezes é realizada pela
pesquisa de ovos ou larvas. Já as infecções por protozoários são diagnosticadas
quando se encontram trofozoítos, cistos ou oocistos nas fezes. O exame
parasitológico mais simples é o que permite a detecção de ovos e larvas de
helmintos e cistos de protozoários nas fezes frescas.
A eliminação intermitente de formas de resistência, a intensidade do
parasitismo e o exame que utiliza apenas pequena amostra do material oferecido
são alguns dos fatores que interferem na positividade do exame. Isso se deve ao
fato de as técnicas existentes possuírem em geral ótima especificidade, embora a
sensibilidade só se mostre adequada se forem solicitados exames em pelo menos
três amostras de fezes de dias distintos.
A técnica do MIF (Merthiolate/Iodo/Formol) é uma metodologia que
possibilita o achado de estruturas de resistência de helmintos e protozoários. As
amostras de fezes devem ser coletadas em três dias distintos, num recipiente
contendo o conservante MIF. Esse conservante contém formol, razão pela qual as
fezes não necessitam de conservação em geladeira.
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É também muito útil em crianças, por apresentar um alto índice de
positividade para Giardia lamblia, protozoário que tem um ciclo biológico com
período sem eliminação de cistos que pode chegar a 15 dias. Nos quadros clínicos
compatíveis com amebíase, nos quais o exame parasitológico apresentou-se
negativo, a literatura recomenda que seja solicitada uma pesquisa de trofozoítos
(formas vegetativas), por intermédio de coloração das fezes diarreicas pela
hematoxilina férrica.
Nesses casos, o material (fezes diarreicas) deve ser colhido em líquido
conservante, para que as formas vegetativas sejam preservadas, visto que os
trofozoítos se deterioram quase que imediatamente após a emissão. O achado de
formas de resistência de protozoários considerados comensais não constitui uma
necessidade de tratamento, mas revela que os pacientes estiveram suscetíveis à
contaminação orofecal. Parasitos oportunistas, como os coccídeos intestinais
(Cryptosporidium parvum e Isospora belli), podem ser reconhecidos por meio de
técnicas de coloração como a safranina-azul de metileno. Nesses casos, as fezes
devem ser colhidas no conservante formol a 10%, para que suas formas sejam
preservadas.
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Os trofozoítas são usualmente encontrados nas fezes líquidas, nas pastosas
ou nas mucossanguinolentas, enquanto que os cistos são diagnosticados nas fezes
formadas ou semiformadas. Ovos e larvas de helmintos podem estar presentes em
todos os tipos de amostras fecais; entretanto, eles podem ser mais dificilmente
encontrados em espécimes líquidos e, se presentes, em pequeno número. As
formas móveis de protozoários se degeneram mais rapidamente do que as formas
císticas; por esta razão, é de extrema importância que o estudo de espécimes fecais
seja realizado o mais rápido possível.
A consistência das fezes não interfere na distribuição dos ovos e das larvas
de helmintos, apesar de nas amostras líquidas haver uma distribuição relativa do
número de ovos, devido ao fator de diluição. As fezes devem ser distribuídas no
laboratório quanto à sua consistência. O material fecal líquido ou pastoso deve ser
examinado primeiro e em seguida espécimes semiformados e formados. Registrar a
presença de sangue e muco nas amostras fecais, pois podem indicar manifestações
patológicas do trato gastrointestinal. O sangue oculto nas fezes pode estar
relacionado com uma infecção parasitária ou ser um resultado de outras condições
anormais.
A ingestão de diferentes produtos químicos, medicamentos ou alimentos
podem atribuir colorações variadas às fezes. O exame macroscópico pode ser
realizado pela simples observação ou pela tamização, as quais, em muitos casos,
são suficientes para estabelecer um diagnóstico final.
Examinar e revolver todo o material fecal com bastão de vidro. Anotar todas
as características observadas e coletar os vermes adultos ou proglótides de tênias
dejetadas.
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FIGURA 26 - DISTRIBUIÇÃO DE CISTOS E TROFOZOITAS EM RELAÇÃO À
CONSISTÊNCIA DO MATERIAL FECAL
9.2.3 Tamisação
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9.3 IDENTIFICAÇÃO DE PROGLÓTIDES DE TAENIA
9.4 DIRETO
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Para uma diagnose absoluta é necessário observar o parasita em um de
seus estágios de evolução. O simples exame microscópico é, em muitos casos,
suficiente para o diagnóstico. Entretanto, para a obtenção de melhores resultados
será necessário o uso de técnicas de concentração, ou seja, processos mecânicos
e/ou biológicos. O exame direto a fresco é um procedimento simples e eficiente para
o estudo das fezes, permitindo observar as formas trofozoíticas vivas dos
protozoários.
Este procedimento coprológico jamais deve ser omitido. As preparações a
fresco são obtidas diretamente dos espécimes fecais e requerem o mínimo de
material (2 mg) para cada método de exame. Todos os estágios de diagnóstico dos
organismos, pelo uso de diferentes soluções, podem ser determinados e
identificados. Os esfregaços com fezes frescas e não fixadas são rotineiramente
preparados com as soluções salina a 0,85% e de iodo. Entretanto, se o número de
organismos for pequeno, o exame de pequena quantidade de fezes usadas para a
preparação de esfregaços a fresco pode ser insuficiente para revelar a presença de
parasitas.
Os esfregaços deverão ser sistemáticos e completamente examinados por
meio da objetiva do microscópio de pequeno aumento (10x) e com pequena
intensidade de luz. A confirmação dos parasitas deve ser realizada com a objetiva
de grande aumento (40x).
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9.5 TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO
9.5.2 Centrífugo-Flutuação
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9.5.2.1 Material fecal fresco
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Observação: Alguns ovos de trematódeos e de cestoides podem estar
presentes na superfície da membrana, em densidade alta de 1,20 g/mL. Entretanto,
para um exame completo deverá ser examinada a membrana e o sedimento. Uma
permanência prolongada da suspensão de fezes na solução de sulfato de zinco, de
alta densidade específica, pode resultar em colapso e distorção dos cistos e dos
ovos de nematoides com parede fina. Examinar a preparação após 20 minutos (ASH
& ORIHEL, 1987).
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sobrenadante fique relativamente claro. Após, seguir as etapas como na técnica
acima descrita.
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9.6 MÉTODOS QUANTITATIVOS
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Nota: Esse método é baseado no hidro e termotropismo das larvas que
saem do material, migrando para a água quente; por densidade, se depositam no
fundo do funil. Para maior comunidade, costuma-se construir um pequeno suporte
de tábua, com vários furos circulares para receber os funis, facilitando o trabalho.
Algumas vezes, para examinar larvas de helmintos há necessidade de matá-las e,
para isso, é adicionado gotas de lugol (estando imóveis, permitem a visualização
dos detalhes no diagnóstico específico).
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fita adesiva (método de Graham, swab anal para a pesquisa de oxiúros). O material
deverá ser coletado algum tempo após o paciente ter se deitado, ou pela manhã, ao
acordar, antes de qualquer higiene.
Colocar um pedaço de fita adesiva transparente em uma espátula de
madeira tipo abaixador de língua com a parte adesiva voltada para fora; Pressionar
firmemente a espátula contendo a fita adesiva contra as pregas anais e perianais;
Colar a fita adesiva em lâmina devidamente identificada, de maneira que fique bem
distendida, lisa e sem bolhas de ar. No momento da execução do exame, levantar
cuidadosamente a fita da lâmina e pingar uma gota de toluol ou xileno e pressionar
novamente a fita contra a lâmina. A preparação ficará clara ou levemente corada,
tornando os ovos bem visíveis. Caso o material não seja examinado imediatamente,
não acrescentar o toluol.
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10 PESQUISA DE ELEMENTOS ANORMAIS NAS FEZES
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Se as fezes estiverem liquefeitas, deverão ser fornecidos ao laboratório pelo
menos 10 ml para análise. As fezes deverão ser coletadas originalmente num
recipiente limpo e a seguir transferidas para o frasco coletor. O paciente não deve
estar em uso de laxantes nem ter sido submetido ao uso de contrastes radiológicos
nos três dias anteriores à coleta.
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A pesquisa de sangue oculto nas fezes é útil para a identificação de lesões
do tubo gastrointestinal que cursam sem sangramento clinicamente visível. As
causas mais comuns são sangramentos oriundos de úlceras gástricas e duodenais,
gastrite, ulcerações medicamentosas da mucosa gastrointestinal (aspirina,
antiinflamatórios), neoplasias gástricas ou de cólon, diverticulite, colites, algumas
parasitoses, hemorragias deglutidas de boca ou trato respiratório superior.
É utilizada também no diagnóstico de anemias ferroprivas, resistente ao
tratamento, especialmente em crianças. Para um resultado fidedigno, o exame
deverá ser realizado de forma seriada em dias diferentes, tanto para certificar a
negatividade, um falso-positivo ou o caráter crônico do sangramento. Casos de
falso-positivos podem ocorrer pela presença de mioglobina e/ou hemoglobina de
origem da carne animal, assim como também do uso de alimentos ricos em
peroxidase. Falso-negativos podem acontecer no uso de vitamina C e agentes
antioxidantes.
Uma pequena quantidade de sangue é fisiologicamente perdida pelo tubo
digestivo, em torno de 2,0ml a 2,5ml/dia. Os métodos de investigação têm
sensibilidade para identificar apenas valores acima de 5ml. Para realizar
adequadamente o exame, o paciente deverá manter a dieta por três dias
consecutivos. A dieta deve ser isenta de carne e derivados que possam conter
hemoglobina. Deve-se evitar o excesso de clorofila (vegetais verdes) e suspender o
uso de medicamentos que contenham ferro, bismuto ou cobre, assim como aspirina
e antiinflamatórios.
Deve-se espalhar pequena quantidade de fezes sobre o papel de filtro limpo
e colocar duas gotas de água oxigenada sobre o esfregaço. Adicionar duas gotas de
solução de benzidina. Observar imediatamente a cor.
Leitura: A reação de benzidina é sensível, mas as gorduras podem torná-la
positiva.
Nenhuma mudança de cor: Negativo
Cor esverdeada: Traços
Cor verde-claro: +
Cor vede-escuro: ++
Cor verde-azulado: +++
Azul intenso: ++++
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10.5 PESQUISA DE TROFOZOIDES
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FIGURA 27 - TROFOZOÍTOS DE GIARDIA LAMBLIA. MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE VARREDURA
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FIGURA 28 - TROFOZOÍTO DE GIARDIA LAMBLIA
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hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com
eosinofilia importante.
O Ascaris lumbricoides está entre os helmintos intestinais mais prevalentes
em seres humanos. Estima-se que cerca de 22% da população mundial (mais de 1
bilhão de pessoas) estejam infectadas e 10% do total de indivíduos parasitados
encontrem-se na América Latina. Alta prevalência de ascaridíase é considerada
indicativa de saneamento básico inadequado, comumente observado em
comunidades rurais.
Entretanto, são frequentes os relatos de prevalência de ascaridíase em
áreas urbanas, semelhante ou mesmo superior à de áreas rurais adjacentes. As más
condições de higiene e saneamento básico e a utilização de fezes como fertilizantes
contribuem para a prevalência desta helmintose nos países do Terceiro Mundo. A
ascaridíase é causada pelo helminto Ascaris lumbricoides ou comumente chamado
de lombriga.
É transmitida pela ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do
solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. O quadro clínico apenas
não a distingue de outras verminoses, havendo, portanto, necessidade de
confirmação do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes.
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FIGURA 32 - OVO FIGURA 33 - OVO INFÉRTIL DE
EMBRIONADO DE ASCARIS ASCARIS LUMBRICOIDES
LUMBRICOIDES
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leve ou moderada, com sangue ou muco nas dejeções. Pode ou não ocorrer
períodos de remissão.
Em casos graves, as formas trofozoíticas se disseminam através da corrente
sanguínea, provocando abscesso no fígado (com maior frequência), nos pulmões ou
no cérebro. Quando não diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente ao óbito.
Esse protozoário, habitante do intestino grosso humano, pertence ao subfilo
Sarcodina, tendo forma ameboide e locomovendo-se por meio de pseudópodos.
Caracteriza-se por apresentar uma fase de vida comensal, por isso 90% dos
casos de amebíase são assintomáticos, entretanto, o parasito pode se tornar
patogênico, provocando quadros disentéricos de gravidade variável. A amebíase
assintomática costuma ocorrer mais no centro-sul do país, enquanto a sintomática
ocorre com mais frequência na região amazônica.
Estima-se que mais de 10% da população mundial está infectada por E.
histolytica, espécie patogênica. Em países em desenvolvimento, a prevalência da
infecção é alta, sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12
meses. Infecções são transmitidas por cistos através da via fecal-oral. Os cistos, no
interior do hospedeiro humano, se transformam em trofozoítos. A transmissão é
mantida pela eliminação de cistos no ambiente, que podem contaminar a água e
alimentos. Sua ocorrência está associada com condições inadequadas de
saneamento básico.
O diagnóstico laboratorial é feito pela visualização de trofozoítos com
hemácias fagocitadas, presentes com maior frequência em fezes diarreicas. Os
cistos do parasito são encontrados nas fezes mais formadas e é bastante
semelhante aos cistos de espécies comensais de Entamoeba sp. e a identificação,
feita por meio da morfologia e do número de núcleos, torna o diagnóstico complexo.
Atualmente, a detecção de anticorpos ou antígenos é uma importante
ferramenta para o diagnóstico e pode ser associado ao diagnóstico de imagem e
histopatológico, em aspirados ou raspados, obtidos por intermédio de endoscopia ou
proctoscopia; aspirados de abscessos ou cortes de tecido. A ultrassonografia e
tomografia axial computadorizada são úteis no diagnóstico de abscessos
amebianos.
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FIGURA 35 - TROFOZOÍTOS DE FIGURA 36 - TROFOZOÍTOS DE
ENTAMOEBA HYSTOLYTICA ENTAMOEBA HYSTOLYTICA
FONTE: UFGRS. Disponível em: <www.ufgrs.br>. Acesso em: 06. fev. 2010.
FONTE: USP. Disponível em: <www.fcfrp.usp.br>. Acesso em: 06. fev. 2010.
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dor epigástrica, que pode simular quadro de úlcera péptica. Os quadros de
estrongiloidíase grave (hiperinfecção) se caracterizam por: febre, dor abdominal,
anorexia, náuseas, vômitos, diarreias profusas, manifestações pulmonares (tosse,
dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória).
As larvas infectantes (filarioides), presentes no meio externo, penetram
através da pele, no homem, chegando aos pulmões, traqueia, epiglote, atingindo o
trato digestivo, via descendente, onde se desenvolve o verme adulto. Nesse local,
são liberadas larvas rabditoides (não infectantes), que saem através das fezes e
podem evoluir, no meio externo, para a forma infectante ou para adultos de vida livre
que, ao se acasalarem, geram novas formas evolutivas.
Pode ocorrer, também, autoendoinfecção, quando as larvas passam a ser
filarioides no interior do próprio hospedeiro, sem passar por fase evolutiva no meio
externo. Autoexoinfecção ocorre quando as larvas filarioides são transformadas na
região anal ou perianal, onde novamente penetram no organismo do hospedeiro.
FONTE: USP. Disponível em: <www.fcfrp.usp.br>. Acesso em: 06. fev. 2010.
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FIGURA 39 - PARASITA ADULTO – FÊMEA NA MUCOSA INTESTINAL
FONTE: USP. Disponível em: <www.fcfrp.usp.br>. Acesso em: 06. fev. 2010.
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Dermatite Cercariana: Corresponde à fase de penetração das larvas
(cercárias) através da pele. Varia desde quadro assintomático até a apresentação de
quadro clínico de dermatite urticariforme, com erupção papular, eritema, edema e
prurido, podendo durar até cinco dias após a infecção.
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Esquistossomose Aguda ou Febre de Katayama: Após três a sete
semanas de exposição pode aparecer quadro caracterizado por febre, anorexia, dor
abdominal e cefaleia. Ao exame físico pode ser encontrado hepatoesplenomegalia.
Laboratorialmente, o achado da eosinofilia elevada é bastante sugestivo quando
associado a dados epidemiológicos.
Esquistossomose Crônica: Esta fase começa a partir dos seis meses após
a infecção, podendo durar vários anos. Nela podem surgir os sinais de progressão
da doença para diversos órgãos, podendo atingir graus extremos de severidade
como: hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago.
Apresenta-se por qualquer das seguintes formas:
Tipo I ou Forma Intestinal: caracteriza-se por diarreias repetidas que
podem ser mucossanguinolentas, com dor ou desconforto abdominal. Porém, pode
apresentar-se assintomática.
Tipo II ou Forma Hepatointestinal: caracterizada pela presença de
diarreias e epigastralgia. Ao exame físico, o paciente apresenta hepatomegalia,
podendo-se notar, à palpação, nodulações que correspondem a áreas de fibrose
decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers, nas fases mais
avançadas dessa forma clínica.
Tipo III ou Forma Hepatoesplênica Compensada: caracterizada pela
presença de hepatoesplenomegalia. As lesões perivasculares intra-hepáticas são
em quantidade suficiente para gerar transtornos na circulação portal, com certo grau
de hipertensão que provoca congestão passiva do baço.
Tipo IV ou Forma Hepatoesplênica Descompensada: inclui as formas
mais graves de esquistossomose, responsáveis pelo obituário por essa causa
específica. Caracteriza-se por fígado volumoso ou já contraído pela fibrose
perivascular, esplenomegalia avantajada, ascite, circulação colateral, varizes do
esôfago, hematêmese, anemia acentuada, desnutrição e quadro de
hiperesplenismo.
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FIGURA 42 - OVO DE FIGURA 43 - BIÓPSIA
SCHISTOSOMA MANSONI HEPÁTICA CONTENDO OVO
MATERIAL: FEZES DE SCHISTOSOMA
MANSONI
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FIGURA 44 - CERCARIA DE S. MANSONI
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FIGURA 45 - OVO DE S. FIGURA 46 - GRANULOMA HEPÁTICO
MANSONI ESQUISTOSSOMÓTICO,
CAUSADO PELA PRESENÇA DE
OVOS DO PARASITO
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FIGURA 47 - FACE ANTERIOR DO A. DUODENALE, COM DOIS PARES DE
DENTES
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FIGURA 48 - OVO DE ANCILOSTOMÍDEO
FONTE: UFGRS. Disponível em: <www.ufrgs.br>. Acesso em: 06. fev. 2010.
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O diagnóstico laboratorial é realizado pelo achado de ovos no exame
parasitológico de fezes, por meio dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-
se, também, a contagem de ovos pelo Kato-Katz. De distribuição universal,
predominando nas áreas rurais, está muito associada a áreas sem saneamento e
cujas populações têm como hábito andar descalças. O uso de calçados, hábitos de
higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de
alimentos são medidas preventivas importantes.
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De distribuição universal, afeta pessoas de todas as classes sociais. É uma
das helmintíases mais comuns na infância, inclusive em países desenvolvidos,
sendo mais incidente na idade escolar.
FONTE: UFGRS. Disponível em: <www.ufrgs.br>. Acesso em: 08. fev. 2010.
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FIGURA 53 - FÊMEA DE FIGURA 54 - OVO DE
ENTEROBIUS ENTEROBIUS
VERMICULARIS VERMICULARIS
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FIGURA 55 - PROGLOTES DE TAENIA SP
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As tênias também são chamadas de “solitárias” porque, na maioria dos
casos, o portador traz apenas um verme adulto. São altamente competitivas pelo
habitat e, sendo hermafroditas com estruturas fisiológicas para autofecundação, não
necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos. A quantidade de ovos
produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglote), sendo uma garantia para
a perpetuação e propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem
periodicamente e caem com as fezes.
As manifestações clínicas da cisticercose (larvas da Taenia solium)
dependem da localização, tipo morfológico, número de larvas que infectaram o
indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do
hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e
apresentam sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbio de comportamento,
hipertensão intracraniana) e oftálmicos.
A teníase é adquirida por meio da ingestão de carne de boi ou de porco mal
cozidas, que contenham as larvas. Quando o homem ingere, acidentalmente, os
ovos de T. solium, adquire a cisticercose. A América Latina tem sido apontada por
vários autores como área de prevalência elevada de neurocisticercose, que está
relatada em 18 países latino-americanos, com uma estimativa de 350.000 pacientes.
A situação da cisticercose suína nas Américas não está bem documentada.
O abate clandestino de suínos, sem inspeção e controle sanitário, é muito elevado
na maioria dos países da América Latina e Caribe, sendo a causa fundamental a
falta de notificação. No Brasil, a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada,
principalmente nas regiões Sul e Sudeste, tanto em serviços de neurologia e
neurocirurgia quanto em estudos anatomopatológicos.
A baixa ocorrência de cisticercose em algumas áreas do Brasil como, por
exemplo, nas regiões Norte e Nordeste pode ser explicada pela falta de notificação
ou porque o tratamento é realizado em grandes centros, como São Paulo, Curitiba,
Brasília e Rio de Janeiro, o que dificulta a identificação da procedência do local da
infecção. O Ministério da Saúde registrou um total de 937 óbitos por cisticercose no
período de 1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se
possa definir a letalidade do agravo.
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O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos
casos de teníase é oligossintomática, o diagnóstico comumente é feito pela
observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares. Isso porque os
proglotes são eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados nos
exames parasitológicos de fezes. Para se fazer o diagnóstico da espécie, em geral,
coleta-se material da região anal e, por meio do microscópio, diferencia-se
morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas.
Os estudos sorológicos específicos (fixação do complemento,
imunofluorescência e hemoglutinação) no soro e líquido cefalorraquiano confirmam o
diagnóstico da neurocisticercose, cuja suspeita é feita por meio de exames de
imagem (Raio-X, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de
cisticercos calcificados). A biópsia de tecidos, quando realizada, possibilita a
identificação microscópica da larva. Na neurocisticercose, tem-se que fazer
diagnóstico diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos (principalmente
epilepsia por outras causas).
FIM DO MÓDULO II
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