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Grupo 8

Carlos da Graça Nhangumele

Célia Manuel Matlava

Dorca Bento Machava

Gelsa Manica

Pedro Zefanias Sitoe

Sociolinguística

Universidade Pedagógica

Outubro, 2018

Maputo
Carlos da Graça Nhangumele

Célia Manuel Matlava

Dorca Bento Machava

Gelsa Manica

Pedro Zefanias Sitoe

Sociolinguística

Trabalho orientado pela Prof. Dra. Dalila


Cunha, como requisito parcial de
avaliação da disciplina de Linguística
Geral - II.

Universidade Pedagógica

Outubro, 2018

Maputo
1. Variação linguística

Em linhas gerais, a variação linguística consiste na variação que as línguas apresentam sob o
ponto de vista diacrónico ou cronológico, geográfico e/ou social, ou seja, as variações que as
línguas vão apresentar de um tempo para o outro; de uma zona, comunidade ou país para o
outro; de pessoas para pessoas, etc.

a) Variação diacrónica: designa as diversas manifestações que uma língua vai apresentar de
um tempo para o outro.
b) Variação diatópica ou geolinguística: está relacionada com factores geográficos, isto é,
diferentes usos da língua em regiões, países diferentes.
c) Variação diastrática ou social: está relacionada com factores sociais. E cada grupo social
possui códigos de comportamento que o diferenciam dos demais e permitem, dentro do
grupo, a identificação mútua.
d) Variação diafásica ou situacional: está relacionada com factores pragmáticos e
discursivos, e implica o conhecimento por parte do falante de um código socialmente
estabelecido para cada situação.

2. Associação entre variação e os conceitos de língua em sociedade

Como se sabe, a língua, por ser um fenómeno social, acompanha as transformações sociais a que
se vão assistindo e que caracterizam diferentes sociedades.

Se, como se disse no principio deste trabalho, a variação linguística consiste na variação que as
línguas apresentam sob o ponto de vista diacrónico ou cronológico, geográfico e/ou social, ou seja,
as variações que as línguas vão apresentar de um tempo para o outro; de uma zona, comunidade
ou país para o outro; de pessoas para pessoas, etc., então a variação linguística é processada na
sociedade e pela sociedade; e isto se pode associar à noção de língua em sociedade, na medida em
que a língua é um produto social. Dito de outro modo, existe uma relação intrínseca (ou de
interdependência) entre a língua, sociedade e variação.

3. Conceitos de Pidgin, Crioulo, Língua franca


a) Pidgin: é uma língua natural, mas um sistema rudimentar, “improvisado” por pessoas que
falam línguas diferentes e que precisam de se comunicar.
b) Crioulo: é uma língua natural que se distingue das restantes pela natureza do processo de
formação, pela relação que estabelece com uma língua de prestígio e por algumas
particularidades gramaticais. O crioulo provém de um processo de evolução e
complexificação de um pidgin e passa a ser materna de uma comunidade.
c) Língua franca: é uma língua de contacto adoptada por um grupo multilingue de falantes
que se comunica e é a língua materna da comunidade.

4. Mudança linguística (tipos e exemplos)

DUBOIS (2006:423) define mudança, também chamada alteração, como o carácter mais
importante da linguagem. Sendo, desta feita, alteração de uma palavra, ou uma parte de palavra,
ou ainda processo morfológico.

Para Mateus et al (2003:33-37), qualquer língua natural varia ao longo de tempo e de espaço da
sua utilização, varia ao longo da sua própria história, como varia ao longo da vida dos falantes que
a utilizam quer como língua materna quer como língua não materna. Varia de região para região
onde é utilizada, varia em função do contacto com outras línguas, varia em função das pertenças
sociais e culturais dos seus falantes, varia em função das próprias situações em que é utilizada. Ao
mesmo tempo que os falantes nativos de uma dada região são capazes de reconhecer a sua língua
e de reconhecer que outras línguas não são a sua, percebem-se também que a sua língua é objecto
de variação e de mudança.

FARIA et al (1996:563) evidencia que a modificação das línguas ao longo do tempo e o seu
eventual desdobramento em novas línguas são dois dos fenómenos linguísticos mais abertamente
expostos à observação humana. As autoras mostram, por exemplo, que basta o contacto com textos
lavrados em época recuada e a sua comparação com textos de idade posterior para que se torne
nítido que o tempo fez evoluir a língua da sua redacção.

Neste contexto, assume-se a existência dos seguintes tipos de mudanças linguísticas:

i) Mudanças fonológicas regulares

Para que nos apercebamos de como ocorrem as mudanças fonológicas regulares, atentemo-nos ao
caso das consoantes oclusivas surdas latinas que se tornam consoantes sonoras. Uma meia dúzia
de exemplos tomados do léxico português de origem latina apontam para uma mudança regular,
que se pode simbolizar desta forma:

Exemplos [p] > [b] [t] > [d] [k] > [g]
Latim Lupu Lut Focu
Português padrão Lobo Lodo Fogo
Port. Moçambicano/centro Lopo > lobo Loto > lodo Focu > fogo

O fenómeno acima deve-se a vários factores que interferem na sonorização das oclusivas. São
factores de natureza fonética, histórica e geográficas, que obrigam à seguinte reformulação da lei
da sonorização das oclusivas surdas latinas: “as oclusivas surdas do latim vulgar sonorizaram em
contexto intervocálico e entre vogal e vibrante nas variantes latinas faladas nos primeiros séculos
da era cristã na área da Romania”.

Podemos ainda observar um tipo de mudança dos mais regulares que se podem encontrar: são
mudanças condicionadas pelo contexto fonético que tomam o sentido da assimilação de traços
articulatórios: o seguimento – traços de segmentos vizinhos na cadeia sintagmática.

Mudanças muito comuns como a palatização, a nasalização ou a metafonia, são todas elas
formas de assimilação de traços de segmentos vizinhos caracterizados por serem, respectivamente,
palatais, nasais, vocálicos altos ou vocálicos baixos, tal como pode ser visto a seguir:

a) Palatização: Muliere (lat. Vulgar) Mulher (port.)


b) Nasalizacao: Romānā romã
c) Metafonia: Illa ela
d) Dissimilação: rotunda > rodonda > redonda

Este tipo de mudança continua a procede do contexto fonético, havendo acomodação da sequência
de segmentos à morfologia do aparelho articulatório, mas com ela intersecta-se uma outra que tem
origem nos padrões silábicos e prosódicos da língua. Alguns exemplos são a síncope vocálica, a
apocope, a metátese, a anaptixe, a epêntese e a paragoge:

a) Síncope vocálica – a perda de articulação de uma vogal medial verifica-se quando estão
em causa vogais não acentuadas, ex: Solitariu > soltairo > solteiro.
b) Apocope – a perda de um segmento final de palavra atinge sobretudo vogais átonas que
não traduzam distinções semânticas como as de género, ex: Pāne > pan > pão;
c) Metátese – a mudança na posição dos segmentos estende-se preferencialmente a
consoantes líquidas, ex: Těněbras > teevras > trevas;
d) Anaptixe – inclusão medial de segmentos vocálicos, verifica-se no interior de grupos
consonânticos e muda uma sequência CCV em CVCV, ex: Chronica > corônica
(medieval).
e) Epêntese – inserção de segmentos consonânticos em interior de palavra, ex: UNA > ua >
uma.
f) Paragoge – a inserção de segmentos vocálicos em oposição final contribui para uma
reestruturação silábica, deixando a sílaba final de apresentar uma consoante implosiva, ex:
(Amore>) amor > amori (dialectal).

ii) A mudança morfológica

Uma tipologia da formação analógica veio distinguir entre a analogia que as formas existentes no
léxico da língua, e a que provocava a expansão desse mesmo léxico. A primeira, a mudança
analógica, se originasse uma redução da alternância entre formas que traduziam categorias
gramaticais, o seu resultado tinha o nome de nivelação analógica; se fomentasse a alternância
gramaticalmente pertinente onde ela não existia, aí já se estava perante a extensão analógica.

Em Português, a extensão analógica terá sido responsável por uma alternância, tradutora da
categoria de número, entre a forma poço, com [o] no radical, e o seu plural poços, já com a vogal
aberta [ᵓ]. Essa alternância no radical ter-se-á então morfologizado, passando a traduzir as
categorias de género e número.

Para lá desta distribuição dos expoentes que traduzem categorias gramaticais e semânticas, por
analogia podem surgir novas formas, alargando-se a correlação entre forma e função em
fenómenos de criação analógica. As inovações lexicais inglesas beefburguer,
cheeseburrguer,eggburguer, bacomburguer, mouseburguer e simplesmente burguer são
exemplos já clássicos deste tipo enriquecimento do léxico.
iii) A mudança sintáctica

Dentro do modelo neo-gramático, a mudança sintáctica despertou um interesse ocasional quando


parecia nítido ter havido na história de uma língua a reinterpretação de estruturas sintácticas
antigas. Um exemplo de reinterpretação foi identificado na simplificação de construções
sintácticas em línguas românicas como o Português: durante toda a sua fase medieval, e mesmo
no seculo XVI, eram possíveis concordâncias de particípio passado como a que ocorre no soneto
de Camões Sete anos de pastor Jacob servia.

Como em ambiente estruturalista toda a mudança sintáctica foi tratada como morfológica, só na
segunda metade do século XX se tentou um caminho alternativo ao neo-gramático para fazer
sintaxe diacrónica. O domínio teórico passou a ser o da tipologia de línguas. Greenberg
estabeleceu universais tipológicos que consistiam em haver associações entre determinadas
construções sintácticas, associações essas que variavam previsivelmente quando se mudava de um
tipo para o outro.

Em línguas em que a ordem básica dos constituintes das frases fosse OV (objecto antes do verbo)
era previsível haver posposições e verbos auxiliares à direita do verbo principal (casos do Japonês,
Turco, e do Hindu); em línguas com a ordem básica VO (Inglês, Português, francês e demais
Românicas) já se encontram preposições e auxiliares à esquerda do verbo.

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