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Oi, Pessoal.

Estes são alguns pontos que vão nos guiar na facilitação do próximo
encontro. Os textos que estão citados fazem parte da bibliografia indicada para a prova.
Mais do que ler os textos, seria interessante que vocês já fossem para o encontro pensando
nestes pontos em articulação com as ideias e problematizações que vocês já estão fazendo
acerca do que pretendem pesquisar (dúvidas, inquietações e etc), e que tragam indicações
teórico-práticas também, para que possamos construir um espaço mais dialógico do que
diretivo! Vamos juntes!

1. Modos de intervir e produzir conhecimento em psicologia.

A) O que entendemos por produção de conhecimento; teoria e prática. E o que motiva o


pesquisar.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade 2. O uso dos prazeres Introdução e Capítulo I – A


problematização moral dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1990. pp. 7-86.

Quanto ao motivo que me impulsionou foi muito simples. Para alguns,


espero, esse motivo poderá ser suficiente por ele mesmo. É a
curiosidade – em todo caso, a única espécie de curiosidade que vale a
pena ser praticada com um pouco de obstinação: não aquela que
procura assimilar o que convém conhecer, mas a que permite separar-
se de si mesmo. De que valeria a obstinação do saber se ele
assegurasse apenas a aquisição dos conhecimentos e não, de certa
maneira, e tanto quanto possível, o descaminho daquele que conhece?
Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar
diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se
vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir (Foucault, 1984,
p. 13).

FOUCAULT, M. e DELEUZE, G. Os Intelectuais e o Poder. Em Microfísica do Poder. Rio


de Janeiro: Graal, 1979, pp. 69-78.

As relações teoria-prática são muito mais parciais e fragmentárias. Por


um lado, a teoria é sempre local, relativa a um pequeno domínio, mais
ou menos afastado. A relação de aplicação nunca é de semelhança.
Por outro lado, desde que uma teoria penetre em seu próprio domínio
encontra obstáculos que tornam necessários que seja revezada por
outro tipo de discurso (é este outro tipo de que permite eventualmente
passar a um dominio diferente). ( FOUCAULT, M. e DELEUZE, G,
1979 p. 69)

Uma teoria é como uma caixa de ferramenta. Nada tem a ver com o
significante... É preciso que sirva, é preciso que funcione. E não para
si mesma. Se não há pessoas para utilizá-la, a começar pelo próprio
teórico que deixa então de ser teórico, é que ela não vale de nada ou
que o momento ainda não chegou. (FOUCAULT, M. e DELEUZE, G,
1979 p. 71)

B) conceitos de ciência

MIZOGUCHI, D. H.. Um estrangeiro. Em: Amizades Contemporâneas: inconclusas


modulações de nós. Porto Alegre: Sulina; Editora da UFRGS, p. 33-66, 2016.

Uma das máximas dos manuais de pesquisa científica é a exigência de


um caráter de replicabilidade. Diz-se enfaticamente que a metodologia
“deve ser exposta de modo suficientemente claro e detalhado, para que
qualquer pessoa que a leia seja capaz de reproduzir os aspectos
essenciais do estudo”26. Na busca de respostas extensivas e comuns a
todo e qualquer investigador que se interesse pelo problema, deve-se
sempre definir e clarear a amostra com a qual se deu, está se dando ou
dar-se-á o trabalho, bem como as técnicas de coleta e de análise dos
dados que foram, estão sendo ou serão utilizadas. Tudo isso a fim de
que outros possam replicar o procedimento e verificar se levam de fato
à verdadeira verdade encontrada a princípio. Tal preceito, inspirador
maior das ditas ciências exatas, é violentamente transposto às ditas
ciências humanas. Buscando a fuga das pechas de pseudociência, de
crença, de opinião e de metafísica, o histórico forçado das
humanidades é a suposta fabricação de uma matemática da
subjetividade, advinda a partir da plena separação entre aquilo que se
convencionou chamar de sujeito – aquele que conhece – e de objeto –
aquilo que é conhecido. (MIZOGUCHI, D. H. 2016. p. ?)

Mais do que impossível, a redução metodológica a tais ditames


replicáveis e totais é indesejável, já que, trabalhando em nome de
universais, findaria por enfraquecer significativamente a potência
micropolítica do problema junto ao qual ousa consistir. Talvez caiba
pensar junto a Foucault quando ele afirma que “pode-se dizer que o
conhecimento do homem, diferentemente das ciências da natureza, está
sempre ligado, mesmo sob sua forma mais indecisa, a éticas ou
políticas”27 – e não, portanto, ligado a algo que queira se aproximar de
uma neutralidade implacável e final. (MIZOGUCHI, D. H. 2016. p. ?)

MORAES, M. A. Pesquisar COM: política ontológica e deficiência visual. In: Moraes, M. e


Kastrup, V. (org.). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa COM pessoas com deficiência visual.
Rio de Janeiro: Nau/Faperj, 2010, v.p.01-288.
O pensamento não se reduz à recognição, ao reconhecimento de si
mesmo ou de alguma forma dada e definida de antemão, mas ao invés
disso, o pensar envolve outras aventuras, encontros inusitados com o
mundo. De minha parte, considero que a vida seria muitíssimo tediosa se
o tempo todo estivéssemos às voltas com o já sabido, a encontrar no
mundo apenas aquilo que nos é familiar, aquilo que, de algum modo, já
estava em nosso pensamento. (MORAES, M. A p. 1)

Falar em método de pesquisa é, para Law (2003, 2004), implicar-se numa


articulação de presença, ausência e alterização. O problema está quando
se pretende que tudo pode se tornar presente e conhecido. Porque nesse
caso, supõe-se, de um lado, a possibilidade de um sujeito do
conhecimento que pode tudo ver, tudo saber, tudo conhecer. E de outro
lado, uma realidade que um dia será totalmente conhecida. Estas duas
suposições correlatas estão embutidas no pacote do realismo
euroamericano, que Law (2003, 2004) quer subverter. (MORAES, M. A
p.7 )
C) DaS técnicas e metodologia e efeitos na construção da realidade.

Ora, o que Stengers sinaliza é que nada está pronto, a realidade é


construída, é performada nas e pelas práticas. Há uma subversão do
realismo euro-americano. Não há uma realidade lá fora, dada. O que
conta ou não como realidade é produzido, feito. Ou antes, o que está
sendo afirmado é que o próprio realismo euro-americano é construído,
performado em certas práticas de pesquisa, e outras práticas cotidianas,
que o fazem existir dia após dia, momento após momento. (MORAES,
M. A p. 8 )

AGUIAR, K.F. & ROCHA, M.L. Micropolítica e o exercício da pesquisa-intervenção: referenciais


e dispositivos em análise. Psicologia: ciência e profissão, 4, pp. 648-663, 2007.

Para aprofundar os referenciais da pesquisai ntervenção e contribuir


para as discussões atuais nesse campo, partimos da afirmação de que o sujeito do conhecimento se
produz em meio às práticas sociohistóricas, ou seja, o conhecimento enquanto produção e o sujeito
inscrito nesse processo se fazem em condições determinadas, o que torna imprópria qualquer alusão
acerca de uma possível neutralidade que nortearia as práticas de pesquisa.

SPINK, P. Pesquisa de campo em psicologia social: uma perspectiva pós-construcionista. (ESTE


TEXTO NÃO ESTÁ INDICADO NA BIBLIOGRAFIA DA PROVA, MAS ELE TRAZ
CONTRIBUIÇÕES IMPORTANTES)

A CONSTRUÇÃO E NEGOCIAÇÃO DO CAMPO-TEMA Se o campo não é um lugar específico,


delineado, separado e distante, segue que estamos sempre potencialmente em múltiplos campos.
Podemos variar em relação à nossa centralidade no campo, mas as matrizes do campo estão sempre
presentes; sempre temos acesso – pelo menos de maneira subordinada e tática (CERTEAU, 1994) –
a uma parte das conversas e ações que o produzem e reproduzem. É esta potencialidade de
movimento do pesquisador ou pesquisadora, ou de qualquer pessoa como parte do campo, que
mostra não somente as possibilidades, mas também as restrições de acesso aos espaços chaves de
argumentação e debate.
Campo, entendido como campo-tema, não é um universo “distante”, “separado”, “não
relacionado”, “um universo empírico” ou um “lugar para fazer observações”. Todas estas
expressões não somente naturalizam mas também escondem o campo; distanciando os
pesquisadores das questões do dia a dia. Podemos, sim, negociar acesso às partes mais densas do
campo e em conseqüência ter um senso de estar mais presente na sua processualidade. Mas isso não
quer dizer que não estamos no campo em outros momentos; uma posição periférica pode ser
periférica, mas continua sendo uma posição.

Campo portanto é o argumento no qual estamos inseridos; argumento este que têm múltiplas faces e
materialidades, que acontecem em muitos lugares diferentes. Os lugares – por exemplo uma aldeia
de pesca – fazem parte do campo tanto quanto as conversas (RIBEIRO, 2003). Uma aldeia de pesca
pode ser um dos lugares Psicologia & Sociedade; 15 (2): 18-42; jul./dez.2003 29 onde um
argumento está presente, parte de um campo-tema de conflitos sobre saberes e de opções de
desenvolvimento; mas haverá muitas outras. Entramos nesses lugares quando entramos no debate
sobre o conflito de saberes e sobre opções de desenvolvimento e não quando entramos na aldeia; a
aldeia é somente uma parte da territorialidade do campo-tema. Igualmente podemos estar na mesma
aldeia por outras razões, por exemplo para discutir sobre partidos políticos, práticas de saúde ou
turismo. Nada acontece num vácuo; todas as conversas, todos os eventos, mediados ou não,
acontecem em lugares, em espaços e tempos, e alguns podem ser mais centrais ao campo-tema de
que outros, mais accessíveis de que outros ou mais conhecidos de que outros. Algumas conversas
acontecem em filas de ônibus, no balcão da padaria, nos corredores das universidades; outras são
mediadas por jornais, revistas, radio e televisão e outras por meio de achados, de documentos de
arquivo e de artefatos, partes das conversas do tempo longo presentes nas histórias das idéias.
, saber localizado, da Dos limites dos autores e dos saberes por eles produzidos.

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