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Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 — Frankfurt, 21 de

setembrode 1860) foi um filósofo alemão do século XIX.[1] Ele é mais conhecido pela sua
obra principal "O mundo como vontade e representação" (1818), em que ele caracteriza o
mundo fenomenal como o produto de uma cega, insaciável e maligna vontade metafísica.
A partir do idealismo transcendental de Imannuel Kant, Schopenhauer desenvolveu um
sistema metafísico ateu e ético que tem sido descrito como uma manifestação exemplar
de pessimismo filosófico. Schopenhauer foi o filósofo que introduziu o pensamento indiano
e alguns dos conceitos budistas na metafísicaalemã.[1] Foi fortemente influenciado pela
leitura das Upanishads,[2] que foram traduzidas pela primeira vez para o latim no início do
século XIX.[3]
Schopenhauer acreditava no amor como meta na vida, mas não acreditava que ele tivesse
algo a ver com a felicidade.[1] Era apenas a vontade cega e irracional que todos os seres
têm de se reproduzirem, dando assim continuidade à vida e, por conseguinte, ao
sofrimento. A sensação de felicidade que o amor traz é apenas o interrompimento
temporário do querer, a fuga de uma dor imposta pela vontade. Para Schopenhauer,
somente o sofrimento é positivo, pois se faz sentir com facilidade, enquanto que aquilo ao
qual chamamos felicidade é negativo, pois é a mera interrupção momentânea da dor ou
tédio, sendo estes últimos a condição inerente à existência[4]. Considerava esse impulso de
reprodução, esse "gênio da espécie", tão forte como o medo da morte, daí que muitos
amantes arriscam a vida e a perdem obedecendo a este desejo. Apesar de ser, nos
tempos contemporâneos, mais conhecido pela sua obra magna (O Mundo como Vontade e
Representação), foi apenas com a publicação de "Parerga e Paralipomena", no final de
1851, que ficou amplamente conhecido e famoso ainda em vida. Nesta obra o filósofo
discorre sobre uma multitude de assuntos que vão desde temas relacionados ao ensino
universitário, à escrita, à sociedade em que vive, revê conceitos que outrora defendia e
providencia inúmeros conselhos aos leitores sobre como levar uma vida o mais isente de
sofrimento possível.

Índice

 1Ideias
o 1.1Um mundo cego e irracional
o 1.2Viver é sofrer
o 1.3No Nada, há salvação
o 1.4Ética
 2Principais obras
 3Contexto filosófico e cultural
o 3.1Pensamentos políticos e sociais
 3.1.1Pensamentos sobre as mulheres
 3.1.2Conceito de Representação e sua relação com a Vontade
 4Cronologia
 5Ver Também
 6Schopenhauer como personagem literário
 7Referências
 8Ligações externas

Ideias[editar | editar código-fonte]


As ideias de Schopenhauer consistem em uma coletânea de pensamentos
ditos pessimistas que dizem respeito à vida humana. Segundo o filósofo, esta é regida
pela vontade e, sendo, a vontade, uma espécie de Deus presente em todos os humanos
sem exceção, a qual necessita de sobreviver valendo-se do desejo sexual para se
reproduzir e multiplicar, e devido ao desejo de sempre querer mais, a vontade acaba
levando ao sofrimento humano, pois o homem nunca será satisfeito com uma única coisa.
Ainda, uma vez que a Vontade é tida como a coisa-em-si/essência do ser humano, e em
razão do fato de o homem ser, do ponto de vista cósmico, não mais que um tipo de ser em
meio a vários outros tipos de seres, Schopenhauer, valendo-se de uma razão analógica,
sente-se autorizado a estender essa substância primordial (a Vontade) a todos os demais
seres, concebendo-a, assim, como essência não só do homem, mas do mundo.
Schopenhauer procura uma forma de libertação dessa vontade se baseando em
escritos budistas e na filosofia oriental, que diz que a única forma de se libertar da vontade
é a total renúncia de todos os desejos, a qual resulta no Nirvana. Vale a pena acrescentar
que Schopenhauer também identifica esse mecanismo da libertação da vontade
no cristianismo genuíno. De todo modo, a sabedoria religiosa que tem por referência é
o budismo.

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Um mundo cego e irracional[editar | editar código-fonte]


O ponto de partida do pensamento de Schopenhauer encontra-se na filosofia
kantiana. Immanuel Kant (1724 – 1804) estabelecera distinção entre os fenômenos e
a coisa em si (que chamou noumenon), isto é, entre o que nos aparece e o que existiria
em si mesmo. A coisa-em-si (noumenon) não poderia, segundo Kant, ser objeto de
conhecimento científico, como até então pretendera a metafísica clássica.
A ciência restringir-se-ia, assim, ao mundo dos fenômenos, e seria constituída pelas
formas a priori da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas categorias do entendimento (a
exemplo da categoria da causalidade). Dessas distinções, Schopenhauer concluiu que
o mundo não seria mais do que representações, entendidas por ele, num primeiro
momento, como sínteses entre o subjetivo e o objetivo, entre a realidade exterior e
a consciênciahumana. Como afirma em O Mundo Como Vontade e Representação,


Por mais maciço e imenso que seja este mundo, sua existência depende,
em qualquer momento, apenas de um fio único e delgadíssimo: a
consciência em que aparece. ”
Em outra passagem de sua principal obra, Schopenhauer deixa mais clara essa ideia:


O mundo como representação, isto é; unicamente do ponto de vista de
que o consideramos aqui, tem duas metades essenciais, necessárias e
inseparáveis. Uma é o objeto; suas formas são o espaço e o tempo, donde
a pluralidade. A outra metade é o sujeito; não se encontra colocada no
tempo e no espaço, porque existe inteira e indivisa em todo ser que
percebe: daí resulta que um só desses seres junto ao objeto completa o
mundo como representação, tão perfeitamente quanto todos os milhões de
seres semelhantes que existem: mas, também, se esse ser desaparece, o
mundo como representação não mais existe. ”
Não se pode dizer que essas ideias expressem exatamente o pensamento kantiano, mas,
seja como for, Schopenhauer chegou a essas conclusões, partindo do mestre que tanto
admirava, bem como, frisa-se, da constatação dessas mesmas verdades na filosofia
platônicae na dos Vedas, embora expressas de maneira alegórica e intuitiva, portanto, não
do modo conceitual e racional kantiano. De fato, Schopenhauer louva Kant precisamente
por haver demonstrado de maneira clara e racional, de uma vez por todas, essas verdades
antigas - até então poeticamente manifestas. Schopenhauer, contudo, separa-se,
explicitamente, de Kant em um ponto essencial e, a partir daí, constrói
uma filosofia original. Para Kant, a coisa-em-si é inacessível ao conhecimento humano,
pois encontra-se além dos limites das estruturas do próprio ato cognitivo, entendido
como síntese dos dados da intuição sensível, síntese essa realizada pelas categorias a
priori do entendimento. Schopenhauer, ao contrário, pretendeu abordar a própria coisa-
em-si. Essa coisa-em-si, raiz metafísica de toda a realidade, seria a Vontade.
Segundo o autor de O Mundo como Vontade e Representação, a experiência interna do
indivíduo assegura-lhe mais do que o simples fato de ele ser "um objeto entre outros". A
experiência interna também revela ao indivíduo que ele é um ser que se move a si mesmo,
um ser ativo cujo comportamento manifesto expressa diretamente sua vontade. Essa
consciência interior que cada um possui de si mesmo como vontade seria primitiva e
irredutível: A vontade revelar-se-ia imediatamente a todas as pessoas como o em-si e a
percepção que as pessoas têm de si mesmas como vontades seria distinta da percepção
que as mesmas têm como corpo através da percepção externa mediada pelo princípio de
razão. Mas isso não significa que Schopenhauer tinha esposado a tese de que as ações
corporais e as ações da vontade constituem duas séries de fatos, entendidas as primeiras
como causadoras das segundas. Para Schopenhauer, o corpo humano é apenas
objetivação da vontade, tal como aparece sob as condições da percepção externa
(mediada pelo aludido princípio de razão). Em outros termos, o que se quer e o que se faz
são uma e a mesma coisa, vistos, porém, de perspectivas diferentes.
Da mesma forma como nos homens, a vontade seria o princípio fundamental da natureza.
Para Schopenhauer, na queda de uma pedra, no crescimento de uma planta ou no puro
comportamento instintivo de um animal, afirmam-se tendências, em cuja objetivação se
constituem os corpos. Essas diversas tendências não passariam de disfarces sob os quais
se oculta uma vontade única, superior, de caráter metafísico (mas entenda-se "metafísica"
não no sentido clássico de conhecimento respeitante a algo além e fora da experiência,
mas sim do que há de mais primitivo e de íntimo no mundo experienciável) e presente
igualmente na planta que nasce e cresce, e nas complexas ações humanas. Essa
vontade, para Schopenhauer, é independente da representação e, portanto, não se
submete às leis da razão. Ao contrário de Hegel, para quem o real é racional, a filosofia de
Schopenhauer sustenta que o real é em si mesmo cego e irracional, enquanto vontade. As
formas racionais da consciência não passariam de ilusórias aparências e a essência de
todas as coisas seria alheia à razão:

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