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Natal - RN
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENERGIA ELÉTRICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Natal - RN
2017
Leonardo Duarte de Albuquerque
Natal - RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Sistema de Bibliotecas – SISBI
Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede
Albuquerque, Leonardo Duarte de.
Sistema de Conexão e Supervisão de Painéis Solares em Microgrid de
Corrente Contínua / Leonardo Duarte de Albuquerque. - Natal, 2017.
89 f. : il.
Natal - RN
2017
Agradecimentos
Ao professor Dr. José Alberto Nicolau de Oliveira, por sua orientação, paciência,
comprometimento e confiança.
Ao professor MSc. Rodrigo Lopes Barreto, pela colaboração significativa em es-
pecial nas prerrogativas temáticas basilares do trabalho, além da cooperação técnica e
profissional em todo o processo.
Ao professor MSc. Felipe Fernandes Cavalcante, pela contribuição em particular
com a formatação desta dissertação além de se fazer presente durante todo período de
finalização do trabalho.
A todos os amigos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte campus Santa Cruz (IFRN/SC), pela assistência durante esta emprei-
tada, em especial durante a finalização deste trabalho.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ao Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) por toda a estrutura
disponibilizada, custeio da apresentação do artigo em congresso internacional e registro
de software alcançado neste projeto.
Aos demais amigos, colegas, família e namorada que contribuíram de forma direta
ou indireta para a conclusão deste trabalho, meu muito obrigado.
Resumo
A escassez dos recursos naturais e a busca por fontes de energia alternativa
promovem uma rápida mudança na matriz energética mundial. Dentre as fontes de
energia renováveis a energia solar é a mais promissora, visto que ela apresenta a
maior taxa de crescimento na atualidade. Pesquisadores de todo o mundo têm bus-
cado formas de viabilização do seu progresso, desenvolvendo tecnologias com maior
eficiência e menor custo. Como forma de contribuir para o avanço desta tecnologia,
neste trabalho propõe-se o desenvolvimento de uma microgrid em corrente contínua
interligando os painéis fotovoltaicos através de um dispositivo com estratégia de
rastreamento elaborada a partir do método perturbação e observação, que atuará
junto a um circuito eletrônico de potência e um sistema de comunicação sem fio para
acompanhamento da geração individual. Simulações foram desenvolvidas para a es-
colha da topologia de ligação e comparação entre o método de controle proposto e o
tradicional, atribuindo-se diferentes níveis de entrada e constatando-se graficamente
as respostas de saída. Com o projeto e desenvolvimento dos circuitos, firmware e
placa de circuito impresso do dispositivo proposto, pôde-se efetuar experimentos
para constatar sua capacidade de conversão de energia e verificar as respostas dos
métodos de controle supracitados, colocando-o como uma possível opção viável e
somando uma pequena contribuição às tecnologias embarcadas na área de energias
renováveis.
AC Alternating Current
AM Air Mass
CC Corrente Contínua
CI Circuito Integrado
D Duty cycle
DC Direct Current
GND Ground
I/O Input/Output
I-V Corrente-Tensão
PSIM PowerSim
RC Resistor-Capacitor
RX Receiver
SoC System-on-a-Chip
TX Transmitter
h Constante de Planck
k Constante de Boltzamann
𝜏 Período do ciclo
Sumário
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2 Módulos Fotovoltaicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1 Curvas Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Modelagem de um painel fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4 Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1 Topologia de ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.1.1 Sistema sem perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1.1.1 Ligação em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.1.2 Ligação em paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.1.3 Resultados obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.1.2 Simulação com perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.1.2.1 Ligação em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.1.2.2 Ligação em paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.1.2.3 Resultados obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1.3 Comparação entre os resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.2 Métodos de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.2.1 Variação discreta de irradiância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2.2 Variação contínua de irradiância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.3 Variação contínua da temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2.4 Variação contínua da irradiância e temperatura . . . . . . . . . . . 50
4.2.5 Comparação entre os resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
7 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
7.1 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
1 Introdução
Além do custo ainda elevado, uma das grandes dificuldades para o desenvolvimento
de sistemas fotovoltaicos está relacionado ao baixo rendimento da conversão de energia
solar em elétrica. Neste aspecto, podem-se citar dois dos principais fatores que influenciam
diretamente o rendimento dessas estruturas: a estrutura molecular da célula fotovoltaica,
Capítulo 1. Introdução 19
potência na rede elétrica. Da mesma forma que no caso anterior, em ligações stand-alone
são utilizados bancos de baterias e um dispositivo que faz o controle de carga e descarga
destas ao invés do inversor de potência.
2 Módulos Fotovoltaicos
A frequência a partir da qual a junção P-N de uma célula de silício, material mais
utilizado para este fim, inicia o processo de conversão, pode ser dada pelas Equações 2.2
e 2.3, onde 𝜐 é a frequência da onda eletromagnética incidente e h a constante de Planck
(WALKER et al., 2002).
1, 12
𝜐= −15
= 270, 66.1012 𝐻𝑧 (2.3)
4, 138.10
O resultado determinado na Equação 2.3 mostra que qualquer fóton com frequên-
cia de onda superior a 270, 66.1012 𝐻𝑧 (superior ao espectro infravermelho) garante a
ocorrência do efeito fotovoltaico em uma célula de silício, conforme ilustrado na Figura 6.
As células, módulos e arranjos fotovoltaicos são similares do ponto de vista de
funcionamento, convertendo energia luminosa obtida da luz do sol em energia elétrica,
Capítulo 2. Módulos Fotovoltaicos 24
contudo, diferem-se no que diz respeito aos níveis de tensão, corrente e potência, de
acordo com os materiais utilizados e técnicas de fabricação. Em termos construtivos, as
células fotovoltaicas são os elementos básicos na construção dos módulos e estes, por sua
vez, na construção dos painéis fotovoltaicos, conforme pode ser observado na Figura 3.
Tradicionalmente uma célula fotovoltaica mede entre 100 𝑐𝑚2 e 200 𝑐𝑚2 , sendo capaz de
gerar aproximadamente 0,6 V de tensão para potências entre 1 W e 3 W (MARTINS;
COELHO; SANTOS, 2011).
Eficiência Custo
Tipo de célula
Teórico Laboratório Comercial ($/Wp)
Silício de cristal simples 30,0 24,7 12 a 14 1a2
Silício concentrado 27,0 28,2 13 a 15 0,5 a 0,7
Silício policristalino 25,0 19,8 11 a 13 0,6 a 1,2
Silício amorfo 17,0 4a7 3a5 -
Para a maioria dos fabricantes, os painéis solares possuem uma vida útil de 25 anos,
que corresponde ao tempo em que o painel fotovoltaico mantém sua eficiência em até 80%
Capítulo 2. Módulos Fotovoltaicos 25
da potência de pico que tinha quando novo, mas podendo chegar a ter uma sobrevida de
mais de 40 anos, com rendimento comprometido e com níveis cada vez menores conforme
o passar do tempo (SOLAR, 2006).
Uma pesquisa realizada pelo autor em setembro de 2016 em sites de empresas de
varejo com entrega para todo o país onde efetuou-se a busca de painéis fotovoltaicos com
potência em torno dos 260 Wp resultou nos dados apresentados na Tabela 2. Como nota
dessa pesquisa, observou-se que o silício policristalino atualmente é o mais utilizado para
pequenas aplicações, e que o custo de painéis similares possuem discrepâncias significativas
de acordo com o fornecedor.
Essas características são dadas conforme valores padrões de teste (Standard Test
Conditions – STC ), que trata de uniformizar os ensaios de caracterização realizados pelos
fabricantes de células e módulos fotovoltaicos, contemplando valores de radiação, que é
o volume de luz incidente, temperatura, neste caso atribuída ao painel, e massa de ar
(Air Mass – AM ), que corresponde à espessura da camada de ar no caminho da radiação
proveniente do Sol, dada pela Equação 2.4, onde 𝜃 representa o ângulo zenital entre a
Capítulo 2. Módulos Fotovoltaicos 27
1
𝐴𝑀 = (2.4)
𝑐𝑜𝑠(𝜃)
(︁ 𝑞𝜐 )︁
𝐼𝐷𝑐𝑒𝑙 = 𝐼𝑠 𝑒 𝑎𝑘𝑡 − 1 (2.5)
A corrente de saída da célula ideal é dada pela Equação 2.6, onde 𝐼𝑝ℎ𝑐𝑒𝑙 é a corrente
fornecida pela fonte e 𝐼𝐷𝑐𝑒𝑙 a corrente que passa pelo diodo do modelo, ilustrado na Figura
9. Na Equação 2.7 tem-se a formulação da corrente do painel compostas pelas Equações
(2.5) e (2.6).
Capítulo 2. Módulos Fotovoltaicos 28
(︁ 𝑞𝜐 )︁
𝐼𝑐𝑒𝑙 = 𝐼𝑝ℎ𝑐𝑒𝑙 − 𝐼𝑠 𝑒 𝑎𝑘𝑡 − 1 (2.7)
Um modelo mais real, mostrado na Figura 10, leva em consideração perdas repre-
sentadas por uma resistência em paralelo e uma em série. A resistência série (𝑅𝑠 ) pode
ser calculada pela soma das diversas resistências presentes no dispositivo e depende ba-
sicamente da resistência de contato do material, da resistência entre as camadas P e N
do semicondutor e da resistência da camada N com o metal. Já a resistência equivalente
em paralelo do arranjo (𝑅𝑝 ) existe devido as correntes que transitam entre as junções
P-N do material semicondutor, e está diretamente associada ao tipo de dopagem, sendo
desconsiderada por muitos autores por apresentar valor muito elevado.
Figura 10: Circuito elétrico equivalente para células fotovoltaicas com perdas (MARTINS;
COELHO; SANTOS, 2011).
[︁ 𝑞𝜐 ]︁ 𝑉𝑐𝑒𝑙 + 𝑅𝑠 𝐼𝑐𝑒𝑙
𝐼𝑐𝑒𝑙 = 𝐼𝑝ℎ𝑐𝑒𝑙 − 𝐼𝑠 𝑒 𝑎𝑘𝑡 − 1 − (2.8)
𝑅𝑝
𝑁𝑠 𝐾𝑇
𝑉𝑡 = (2.9)
𝑞
𝐼𝑜 = 𝑁𝑝 𝐼𝑐𝑒𝑙 (2.10)
Capítulo 2. Módulos Fotovoltaicos 29
𝑉𝑜
𝐷= (3.1)
𝑉𝑖𝑛
𝑉𝑖𝑛
𝐷 =1− (3.2)
𝑉𝑜
2006). Um incremento de valor elevado terá uma rápida dinâmica com melhor convergên-
cia, entretanto, resultará em grandes oscilações em regime permanente (erro em regime
permanente), já um incremento menor terá menos oscilações em regime, mas demorará
muito para convergir.
4 Simulações
elétricos, energia fotovoltaica e turbinas eólicas, sendo muito utilizado na indústria para
pesquisa e desenvolvimento de produtos e por instituições educacionais para pesquisa e
ensino (INC., 2006).
Existem diversos módulos add-on disponíveis para o PSIM, a lista completa e suas
descrições podem ser encontradas no site da Powersim. Neste trabalho será utilizado, por
exemplo, o módulo de energia renovável que permite a simulação de painéis fotovoltaicos,
além de baterias, super capacitores e turbinas eólicas. Existem módulos que permitem a
simulação de códigos em linguagem de programação C (de acordo com a complexidade que
se deseja) e a co-simulação com outras plataformas para verificar linguagens de descrição
de hardware VHDL (VHSIC Hardware Description Language) ou Verilog. Nas últimas ge-
rações do PSIM ainda existe suporte para geração automática (com o módulo SimCoder)
de código em linguagem C++ para uso em DSP’s (Digital Signal Processors) da Texas
Instruments Inc., reduzindo muito o tempo de desenvolvimento de sistemas embarcados
em eletrônica de potência.
Neste trabalho, toda a rotina de controle foi escrita usando a linguagem de pro-
gramação C e as estruturas propostas são detalhadas por diagramas eletrônicos, demons-
trando a conexão dos componentes.
Neste tipo de ligação foi utilizado um conversor Buck ideal, capaz de reduzir a
tensão e aumentar o nível de corrente, escolhido por conta das características de somatório
de tensão da associação. O valor da tensão na saída dos conversores vai depender do nível
de potência entregue pelo painel a ele acoplado e será ajustado automaticamente através
de um algoritmo MPPT do tipo P&O, que é simulado através da programação de um
bloco capaz de rodar programas escritos em linguagem C (Bloco C) alimentando uma
carga puramente resistiva de 2,5 Ω. A simulação é desenvolvida utilizando o software
PSIM e o diagrama do circuito descrito graficamente na interface do software supracitado
está ilustrado na Figura 18.
Figura 18: Diagrama esquemático do sistema proposto em série e sem perdas no software
PSIM.
esverdeado), mas desta vez ligados em paralelo e conectados a um inversor de uso comum,
dispensando o uso de conversores específicos para fotogeração onde, por fim e conforme a
ilustração, está ligado a rede elétrica de uma residência.
De maneira díspare ao caso da associação em série, neste tipo de ligação foi utili-
zado um conversor Boost ideal, capaz de aumentar a tensão e reduzir o nível de corrente,
escolhido por conta das características de somatório de corrente da associação. O valor da
tensão na saída dos conversores e consequentemente da corrente vai depender do nível de
potência entregue pelo painel a ele acoplado e será ajustado automaticamente através de
um algoritmo MPPT do tipo P&O que é simulado através da programação de um bloco
C que controla o inversor que alimenta uma carga puramente resistiva de 10 Ω, mantendo
as mesmas características gerais do circuito desenvolvido no software PSIM, do qual o
diagrama do circuito está ilustrado na Figura 20.
Capítulo 4. Simulações 40
Figura 20: Diagrama esquemático do sistema proposto em paralelo e sem perdas no soft-
ware PSIM.
Figura 21: Gráficos do comportamento da potência (W) no tempo (s) da saída dos esque-
mas de ligação sem perdas.
anteriores sem perdas, possui uma indutância parasita em série de 100 𝜇H, tornando-a
não ideal, conforme mostrado no diagrama esquemático do circuito simulado no software
PSIM e ilustrado na Figura 22.
Figura 22: Diagrama esquemático do sistema proposto em série e com perdas no software
PSIM.
Figura 23: Diagrama esquemático do sistema proposto em paralelo e com perdas no soft-
ware PSIM.
Os resultados destas simulações foram obtidos, da mesma forma que nas simulações
das associações série e paralelo sem perdas, utilizando parâmetros e componentes idênti-
cos, diferenciando-se apenas por considerar algumas perdas ôhmicas e, no caso da carga,
uma indutância. Nos gráficos que mostram o comportamento da potência de saída tem-se
a potência de referência de 60 W em linha de cor azul e a potência entregue pelo painel
através do conversor representada pela linha na cor vermelha, sendo o primeiro gráfico
referente a ligação em série e o segundo a ligação em paralelo, ambos com componentes
não ideais, dos quais as curvas de saída tendem ao valor de referência e cuja dinâmica de-
pende do chaveamento e consequente mudança das características I-V na saída do painel
em busca do máximo rendimento, controlado pelo mesmo algoritmo P&O embarcado no
bloco C no PSIM utilizado nos casos sem perdas. No eixo das abscissas tem-se o tempo
(s), no primeiro gráfico variando até 60 ms e no segundo até 30 ms, e no das ordenadas a
potência em Watts (W).
Ainda na Figura 24, é visualizado com clareza a diferença de tempo de convergên-
cia para o valor de referência (60 W) entre as topologias de ligação em série e paralelo,
a segunda chegando ao estado de regime permanente em menos da metade do tempo da
primeira e com níveis de oscilação também reduzidos. Nesta simulação foram considera-
das perdas ôhmicas de alguns componentes do conversor e indutância parasita na carga,
sempre com uso de mesmo painel, carga, parâmetros e controlador.
Capítulo 4. Simulações 44
Figura 24: Gráficos do comportamento da potência (W) no tempo (s) da saída dos esque-
mas de ligação com perdas.
nos gráficos da Figura 24, constatou-se que nos primeiros casos, com todos os componen-
tes ideias, conversores Buck em ligação série possuem melhores resultados de saída, porém
para sistemas com perdas nos componentes do conversor e carga, conversores Boost em pa-
ralelo mostraram resultados mais satisfatórios. Como o foco deste trabalho é desenvolver
um dispositivo prático, e portanto com perdas, a melhor topologia a ser escolhida é a que
utiliza o conversor Boost com sistema de ligação em paralelo. Estudos mais aprofundados
que trabalhem com precisão a modelagem desses conversores, bem como a relação entre
o comportamento dos mesmos e seu método de controle são necessários para determinar
cada tipo de resposta obtida.
𝐷.𝑉0 𝐷.𝐼0𝑚𝑎𝑥
𝐶𝑚𝑖𝑛 = = = 587, 81𝜇𝐹 (4.1)
𝑉𝑟𝑖𝑝 .𝑅𝑜 .𝑓 𝑉𝑟𝑖𝑝 .𝑓
𝑉0
𝐼𝐿 = .𝐷(1 − 𝐷)2 (4.2)
2𝑓 𝐿
𝑉0𝑚𝑎𝑥
𝐿𝑚 𝑖𝑛 = .𝐷𝑚𝑖𝑛 (1 − 𝐷𝑚𝑖𝑛 )2 = 446, 98𝜇𝐻 (4.3)
2𝑓 𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛
Ambas as equações foram devidamente deduzidas através das equações básicas
do conversor Boost, culminando nas equações finais dos autores acima citados e cujos
resultados foram utilizados para escolha final dos componentes da simulação.
Para o indutor, foi escolhido um valor de indutância acima do valor mínimo encon-
trado, de forma a garantir o funcionamento do conversor em modo contínuo de corrente
e o capacitor, por sua vez, foi aproximado para seu valor comercial. Foram consideradas
as resistências internas dos componentes passivos, e, no barramento, queda de tensão e
representação de resistência e indutância parasitas, a fim de aproximar a simulação de
Capítulo 4. Simulações 47
Figura 28: Gráficos ilustrando os formatos dos sinais de entrada utilizados na simulação.
Figura 29: Gráficos dos comportamentos das potências de saída obtidos no PSIM com
entrada em degraus de irradiância e temperatura fixa. a) MIRPMP; b) P&O.
Figura 30: Gráficos dos comportamentos das potências de saída obtidos no PSIM com
entrada senoidal de irradiância e temperatura fixa. a) MIRPMP; b) P&O.
Capítulo 4. Simulações 50
Figura 31: Gráficos dos comportamentos das potências de saída obtidos no PSIM com
entrada senoidal de temperatura e irradiância fixa. a) MIRPMP; b) P&O.
Figura 32: Gráficos dos comportamentos das potências de saída obtidos no PSIM com
irradiância e temperatura variando senoidalmente. a) MIRPMP; b) P&O.
A Tabela 5 apresenta na primeira linha uma média da potência máxima que poderá
ser obtida do painel em cada situação simulada, número estes que os métodos de controle
irão buscar atingir. Na segunda e terceira linhas se tem a potência média obtida do painel
através dos algoritmos comparados. Na quarta e quinta linhas o rendimento obtido em
cada método de controle, e por fim, na última linha a porcentagem de ganho do método
MIRPMP em relação ao P&O para cada caso simulado. Abaixo o resumo de cada uma
das simulações efetuadas:
∙ Simulação 1 – Irradiância variando em degraus e temperatura fixa;
∙ Simulação 2 – Irradiância com variação contínua e temperatura fixa;
Capítulo 4. Simulações 52
Para o cálculo dos componentes utilizados nesse conversor, foram utilizadas fór-
mulas deduzidas a partir da Equação 5.1, obtidas por meio de análise das características
básicas do conversor através da carga e descarga do indutor, resultando nas Equações
4.1 e 4.3 já apresentadas no Capítulo 4, naquele momento com o objetivo de compor
um conversor simulado no PSIM a fim de comparar os algoritmos de controle P&O e
MIRPMP.
𝐷𝑇 (1 − 𝐷).𝜏
𝑉𝑖𝑛 . + (𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑜 ). =0 (5.1)
𝐿 𝐿
Utilizando como parâmetros os resultados obtidos no Capítulo 4, fazendo uso de
aproximações para ao valores comerciais dos componentes, o conversor básico utiliza como
elementos passivos fundamentais uma capacitância de entrada C1 = 480 𝜇F e uma indu-
tância L1 = 920 𝜇H, conforme pode ser observado no esquema desenhado no software de
desenvolvimento de placa de circuito impresso EAGLE, na Figura 34.
Após testes preliminares realizados em laboratório do circuito montado em pro-
toboard (matriz de contatos para testes práticos de circuitos eletrônicos) utilizando uma
frequência de chaveamento de 62,5 KHz com diferentes duty cycles, pôde-se constatar
algumas intempéries causadas pelo chaveamento do mosfet FQP30N06L (FAIRCHILD
SEMICONDUCTOR CORPORATION’S, 2013), onde se destaca a quantidade de ruído
gerado no 𝑉𝐷𝑆 (tensão entre drain e source do mosfet), e o aquecimento do capacitor
de entrada, acoplado entre o indutor do circuito e o painel fotovoltaico, no experimento
simulado através de uma fonte de tensão variável de bancada e com carga composta por
Capítulo 5. Projeto do Conversor de Potência 54
Figura 35: Foto dos testes do circuito conversor de potência realizados em bancada.
Para a redução das frequências harmônicas geradas pela chave de potência foi
aplicado um circuito RC (Resistor – Capacitor) série entre os terminais drain e source
do mosfet como filtro passa baixa, cujos valores foram ajustados na prática a partir de
observações no osciloscópio do sinal de saída padrão e sua FFT (Fast Fourier Transform).
A partir dos primeiros testes práticos notou-se um aquecimento excessivo no capacitor
de entrada (𝐶1) do circuito conversor básico (Figura 34), onde constatou-se, após testes
com diferentes tipos e valores de capacitância, tratar-se da resistência interna do compo-
nente. Para minimizar esse problema, três capacitores foram utilizados em paralelo para
substituir 𝐶1, sendo dois de 220 𝜇F (reduzindo pela metade a resistência equivalente
mantendo a capacitância total) e um cerâmico de 100 nF, que apresenta melhores respos-
tas de funcionamento em frequências mais altas (comparado aos eletrolíticos) conforme
Capítulo 5. Projeto do Conversor de Potência 55
pode ser observado nos datasheets que retratam as curvas de frequência destes dispositivos
(VISHAY INTERTECHNOLOGY, 2015). O diagrama esquemático do circuito final do
conversor utilizando o software EAGLE está ilustrado na Figura 36.
Figura 39: Foto ilustrativa do módulo ACS712 utilizado nos testes realizados em labora-
tório.
Para gerar o sinal de clock desse circuito foi utilizado um cristal piezoelétrico de
16 MHz a fim de obter a frequência de 62,5 KHz no PWM, e a tensão de alimentação
escolhida foi de 5 V, evitando assim a necessidade de uso de um drive para excitação do
mosfet do estágio de potência. O diagrama esquemático desenvolvido no software EAGLE
para o modelo ATmega328/P-AU com encapsulamento SMD (Surface-Mount Technology)
é mostrado na Figura 41.
Capítulo 5. Projeto do Conversor de Potência 59
compacto e praticamente sem aumento de custo. Na Figura 43 tem-se uma foto do módulo
acoplado a um circuito desenvolvido especialmente para sua programação.
Foi verificado após os primeiros testes práticos, apenas utilizando ciclos de tra-
balhos fixos para medição do valor da tensão de saída do circuito utilizando uma fonte
de tensão controlada de bancada como fonte de potência, a necessidade do uso de um
dissipador térmico, conforme ilustrado na Figura 47, onde o aquecimento do mosfet se
evidencia diretamente proporcional a potência entregue pelo painel (neste teste represen-
tado pela fonte de tensão), sendo as perdas em condução preliminarmente aproximadas
pelo produto da resistência que existe entre os terminais drain e source (RDSon) com o
quadrado da corrente, ponderado de acordo com o ciclo de trabalho (POMILIO, 2009).
Como a intensidade solar varia de maneira não linear no decorrer dos dias e uma
vez que o objetivo dos testes é a verificação prévia do funcionamento do sistema através da
análise de conversão de potência, não foi necessário precisar horários fixos para os testes,
e sim períodos do dia, conforme citado, a fim de obter as formas de onda ilustradas nas
Figuras 48(a), referente aos testes realizado sem sombreamento do painel e 48(b), com
simulação do sombreamento no painel, onde no eixo das abcissas está a variação do duty
cycle e no eixo das ordenadas os valores das potências obtidas em mili Watts (mW).
Os resultados práticos obtidos mostram que a resposta de potência em relação a
variação do duty cycle do conversor tende a uma distribuição normal (ou Gaussiana) (REIS
et al., 1999), onde o pico representa o valor de máxima potência naquele momento e cujas
variações no gráfico refletem as mudanças na intensidade de radiação solar no decorrer do
experimento. Nota-se ainda que o formato das curvas varia muito em relação aos horários
de realização dos testes e especialmente quanto a mudança das características do painel,
conforme mostram os resultados obtidos nas simulações sem e com sombreamento parcial,
nas Figuras 48(a) e 48(b) respectivamente.
Para que fosse possível o armazenamento dos resultados obtidos nos testes para a
geração dos gráficos supracitados, ao invés de usar o módulo ESP8266-01 para obtenção
dos valores no aplicativo mobile via rede de internet WiFi, foi utilizada uma comunicação
entre o ATmega328 e um computador de uso pessoal através de um monitor serial, através
da porta USB (Universal Serial Bus) já disponível no programador do microcontrolador.
Os dados recebidos pelo monitor serial durante os testes foram copiados para uma pla-
nilha eletrônica, onde puderam ser organizados, filtrados e transformados nos gráficos
apresentados, que serviram como comprovação prática da funcionalidade do sistema de
conversão de potência.
Capítulo 6. Montagem e Teste do Protótipo 66
e eficientes através de trilhas com diferentes espessuras de acordo com o tipo de sinal,
tamanho reduzido e áreas de GND (Ground) ampliadas e especialmente distribuídas para
reduzir os níveis de EMI (Electromagnetic Interference). O resultado final desse layout
é ilustrado na Figura 49, onde tem-se em cor azul a camada inferior e em vermelho a
camada superior da placa dupla face desenvolvida no software EAGLE, ambas com as
linhas de componentes na cor cinza e com pads e vias em verde.
Figura 49: Layout da placa de circuito impresso no EAGLE - camada inferior e superior.
Com dimensões de 5,5 cm x 5 cm, a placa de circuito impresso dupla face do dispo-
sitivo nomeado CIPF/MIRPMP/WiFi - Conversor Independente para Painel Fotovoltaico
com Método Incremental de Rastreamento de Ponto de Máxima Potência e comunicação
WiFi (cuja inscrição encontra-se na placa) está ilustrada em sua versão usinada na Figura
50.
Figura 50: Foto da placa de circuito impresso usinada - camada inferior e superior.
registrado dois estágios diferentes da soldagem das vias e componentes, todas elaboradas
em laboratório utilizando-se uma estação de solda manual de circuitos eletrônicos (esta-
nhadora) após a plicação de verniz incolor próprio para proteção do cobre, resultando nas
Figuras 51(a) e 51(b). Abaixo tem-se as legendas de alguns dos principais componentes
do circuito que foram enumerados nas figuras.
(a) Parte 1 – Placa com parte dos componentes (b) Parte 2 – Placa com todos os componentes
Figura 51: Placa de circuito impresso com indicação dos componentes mais relevantes.
Figura 54: Conjunto dos principais componentes utilizados nos testes práticos do
CIPF/MIRPMP/WiFi.
O dispositivo CIPF foi testado através do uso de dois algoritmos para rastreamento
do MPPT, o primeiro utilizando o método tradicional P&O e o segundo utilizando o
método proposto MIRPMP.
Capítulo 6. Montagem e Teste do Protótipo 71
Figura 55: Gráficos ilustrativos da potência anterior e atual na saída do painel fotovoltaico
utilizando o método P&O.
Capítulo 6. Montagem e Teste do Protótipo 72
Figura 56: Gráficos ilustrativos da potência anterior e atual na saída do painel fotovoltaico
utilizando o método MIRPMP.
Nos gráficos das Figuras 56(a) e 56(b) pode-se notar uma menor variação em torno
do ponto máximo, bem como a rápida resposta inicial da potência (cuja potência anterior
Capítulo 6. Montagem e Teste do Protótipo 73
nem chega a aparecer nos gráficos, por terem sido plotados com potência mínima igual a
1500 mW a fim de garantir uma melhor visualização dos valores de pico). Sombreamentos
não aconteceram durante estes testes e médias de potência maiores do que aquelas obtidas
nos gráficos da Seção 6.3.1 podem ter correlação direta com a variação da irradiância no
painel, uma vez que nos testes não houve controle desse parâmetro.
7 Conclusões
Estudos que visam aumentar o desempenho dos sistemas atuais das fontes alterna-
tivas de energia é uma necessidade primária para a continuidade do suprimento de energia
elétrica em um futuro muito próximo, sendo a fonte fotovoltaica a que possui maior pers-
pectiva de crescimento. Apresentando uma contribuição ao popular método de controle
de máxima potência P&O, o método proposto (MIRPMP) utiliza os mesmos parâmetros
e estrutura, apresentando vantagens com relação ao primeiro quanto aos resultados de
rastreamento. Simulações foram efetuadas para comparar os métodos, com um conversor
Boost ligado entre o painel fotovoltaico utilizando diferentes variações de irradiâncias e
temperaturas e um barramento CC. Respostas obtidas através de simulações mostraram
um ganho de desempenho da contribuição proposta de mais de 7,5% em comparação com
o método tradicional, provando a efetividade do novo algoritmo e colaborando assim com
o desenvolvimento tecnológico no cenário de energias renováveis.
Em relação ao desenvolvimento prático, inicialmente desenvolvido em partes fun-
cionais testadas individualmente, o protótipo nomeado CIPF/MIRPMP/WiFi, composto
por um conversor de potência, sistema de controle, medição e comunicação Wi-Fi, foi
elaborado para ser uma alternativa de baixo custo a ser adicionada nos sistemas fotovol-
taicos atuais para aumentar seu rendimento. Os primeiros testes do protótipo (ainda em
protoboard) comprovaram experimentalmente a funcionalidade dos circuitos através da
varredura do duty cycle do conversor a partir de um algoritmo de controle especialmente
desenvolvido para este fim. Após a soldagem das vias e componentes na placa de circuito
impresso do protótipo de engenharia, desenvolvido objetivando dimensões reduzidas, efi-
ciência nas ligações, redução de EMI e equipotencialidade do ground, foram efetuados
os experimentos finais, que comprovaram o funcionamento do protótipo a partir de re-
sultados satisfatórios obtidos com os algoritmos P&O e MIRPMP. Com baixo custo de
implementação, mais testes de eficiência são necessários para comprovar a possibilidade
real deste protótipo se tornar um produto economicamente viável, sendo este trabalho um
esforço para somar uma pequena contribuição no cenário nacional de desenvolvimento de
tecnologias embarcadas na área de geração de energia elétrica alternativa e renovável a
partir de painéis fotovoltaicos.
Referências
SALAS, V. et al. Review of the maximum power point tracking algorithms for
stand-alone photovoltaic systems. Solar energy materials and solar cells, Elsevier, v. 90,
n. 11, p. 1555–1578, 2006. 30
VISHAY INTERTECHNOLOGY. Ceramic Disc, RFI and Safety Capacitors. [S.l.], 2015.
Vishay.com/doc?99912. 41
ZHANG, L.; AL-AMOUDI, A.; BAI, Y. Real-time maximum power point tracking for
grid-connected photovoltaic systems. In: Power Electronics and Variable Speed Drives,
2000. Eighth International Conference on (IEE Conf. Publ. No. 475). [S.l.: s.n.], 2000.
p. 124–129. 25
(b) Interrupção de 2 s
Na Seção 6.1 foi utilizado o algoritmo ilustrado no diagrama da Figura 58, capaz
de fazer uma varredura do duty cycle variando até 𝐷𝑚𝑎𝑥 e enviar os dados de tensão e
corrente via serial para um computador pessoal. Além da interrupção de timer a cada 2
s (2000 ms), o algoritmo supracitado também possui a mesma estrutura de aquisição de
dados a cada 500 ms mostrado na Figura 57(a).
(b) Interrupção de 2 s
Uma pesquisa realizada pelo autor em junho de 2017 em site de varejo nacional
onde efetuou-se a busca de inversores para uso em aplicações fotovoltaicas On Grid Tie
(conectados na rede), com dispositivos pesquisados de dois tipos, sendo o primeiro sem
sistema de comunicação e o segundo com sistema de comunicação, resultou nos dados
apresentados na Tabela 10, todos com potência efetiva de 1000 W e forma de onda de
saída senoidal pura.
Ainda nessa pequisa, verificou-se que inversores que possuem ondas de saída se-
noidal por aproximação, que são mais simples e geram maiores índices de ruído na rede,
possuem um custo cerca de 20% menor, e sistemas Off Grid (desconectados da rede) um
custo aproximadamente 50% menor.
Ainda na Tabela 11, nota-se que inversores com sistema de comunicação possuem
um custo de aproximadamente o dobro daqueles com estrutura de potência semelhante
sem comunicação, sendo um acrécimo médio de R$ 1.468,50 para os modelos pesquisados.
Na Tabela 11 tem-se os valores pelos quais foram comprados os principais compo-
nentes utilizados no protótipo (adquiridos no decorrer do ano de 2016), todos com seus
custos apresentados em dólar, por se tratar de componentes importados.
APÊNDICE B. Custos do Protótipo 83
Versão 1.1
A Características Básicas
2
B Entradas e Saídas da Placa
O desacoplamento do módulo de 3
comunicação desabilita o envio dos
dados mas não interfere no
funcionamento do restante do sistema.
3
C Dimensões e link do Aplicativo
Cota Comprimento
P1 55 mm
P2 50 mm
P3 25 mm
D1 60 mm
D2 60 mm
D3 25 mm
Android iOS
Para o uso do aplicativo, após a
instalação, deverá ser inserido o token:
“51efd576a0594d4ea6a1bdb82343d579”
4
D Aplicativo e Informações Finais
Nota: Este manual básico não possui qualquer caráter comercial, sendo um anexo do projeto de Mestrado
Profissional em Energia Elétrica (MPEE) intitulado “SISTEMA DE CONEXÃO E SUPERVISÃO DE
PAINÉIS SOLARES EM MICROGRID DE CORRENTE CONTÍNUA” e produzido em parceria da UFRN
– Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e
5
Tecnologia do Rio Grande do Norte, com o registro de propriedade intelectual do software MIRPMP.