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SEGUNDA PRELIMINAR
TERCEIRA PRELIMINAR
QUARTA PRELIMINAR
“Ante ao exposto, com fundamento no que dispõe o §3º do art. 485 c/c
§1º, inciso IV, do art. 488, ambos do CPC-2015, REQUER que a questão
posta – nulidade da distribuição – seja devidamente analisada nestes
autos, pois estamos diante de uma nulidade de ordem pública, não podendo
o Impetrante sofrer as consequências de uma liminar deferida em um
processo totalmente nulo, consequentemente, nova distribuição deverá
ocorrer, anulando-se todos os atos processuais realizados nos autos, ou se
assim não se entender, seja acolhida a impetração, suspendendo a liminar
concedida, na forma pleiteada”.
Também:
12
II – MERITORIAMENTE
Se a tanto chegar
Nesses termos,
Pede deferimento.
Cuiabá, 23 de maio de 2017.
I – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Antes de adentrarmos no meritum causae
da presente demanda rescisória, que visa a rescisão de v. acórdão
transitado em julgado da Quarta Câmara Cível do egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Mato Grosso (fls. 690 e ss. – vol. IV), é indispensável
demonstrar o cabimento da presente ação rescisória.
II – DA VIOLAÇÃO MANIFESTA DE
NORMAS JURÍDICAS
O v. acórdão rescindendo proferido pela
Quarta Câmara Cível deste colendo Sodalício violou, de forma manifesta e
acintosa, as normas jurídicas de direito material e processual que vêm
expressas nos artigos 5º, e 10, caput, 11, caput, da Lei nº
8.429/1992, artigo 422 do Código Civil, e artigo 833, inciso IV c/c
§2º, do Código de Processo Civil, que possuem a seguinte redação:
“Art. 5º. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, DOLOSA OU
CULPOSA, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano
Art. 10, caput. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário qualquer ação ou omissão, DOLOSA OU CULPOSA, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no artigo 1º desta lei.
Art. 11, caput. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres
de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.
Art. 422 do Código Civil: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé.
“[...]
De maneira que, sendo de conhecimento a lei, fica evidenciada a conduta
do apelado quanto ao percebimento das duas remunerações, pois, ao
apelado não impõe a máxima do desconhecimento da lei, que deveria por
prudência ter comunicado o fato a Administração Pública”.
“Art. 5º. Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, DOLOSA OU
CULPOSA, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano
Art. 10, caput. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário qualquer ação ou omissão, DOLOSA OU CULPOSA, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
ijhaveres das entidades referidas no artigo 1º desta lei.
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Art. 11, caput. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres
de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições”.
VI - PEDIDOS
Em harmonia com o exposto, requer a autora se
digne Vossa Excelência de:
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogada
48
PRIMEIRA PRELIMINAR
“A nosso ver, o remédio judicial adequado e correto para atribuir efeito suspensivo
a recurso que não o possui, como é o caso, v.g., dos recursos de agravo regimental,
extraordinário e especial é, sem dúvida, a medida cautelar inominada com pedido
liminar de atribuição de efeito suspensivo.
Com efeito, estabelece o art. 21, IV, do RISTF, que é atribuição do relator
“submeter ao Plenário ou à Turma, nos processos de competência respectiva,
medidas cautelares”. E o inciso V do mesmo preceito normativo acrescenta que
lhe cabe, outrossim, determinar, em caso de urgência, as medidas em tela, ad
referendum do Plenário ou da Turma.
Idêntica é a disciplina que o RISTJ dá à matéria (art. 34, incisos V e VI). E o art. 288
do RISTJ – que cuida das MEDIDAS CAUTELARES – complementa o sistema,
atribuindo ao relator o poder de deferir liminarmente as MEDIDAS CAUTELARES
propostas pelas partes, mas ad referendum do órgão julgador competente. Esses
mandamentos legais estão assim redigidos:
SEGUNDA PRELIMINAR
TERCEIRA PRELIMINAR
QUARTA PRELIMINAR
II – MERITORIAMENTE
Se a tanto chegar
URGENTE
Fundamentos legais da distribuição por dependência: artigos 55, §3º, e 286, ambos do
novo Código de Processo Civil.
cujo pedido são os mesmos: reintegrar os Autores no imóvel rural do qual foram
indevidamente desalojados.
“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
(...)
§3º. Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
ações de Embargos de Terceiro foram distribuídas para uma mesma Câmara, e uma
mesma Relatoria.
II – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Sexta Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (fls. 1.438
e ss. – vol. VII), é indispensável demonstrar o cabimento da presente ação rescisória.
Nos termos dos artigos 926 e 927 do Código de Processo Civil, o possuidor
tem o direito de ser mantido na posse em caso de turbação, incumbindo-lhe
provar a sua posse. Vejamos:
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação
e reintegrado no de esbulho.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que não
corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos documentos
carreados na exordial, sendo estes, somente requerimentos administrativos
para regularização de área junto ao INTERMAT, todos datados do ano de
2005, ou seja, posteriores a prolação da sentença nos autos principais.
(...)
Processo Civil-1973 (que correspondem aos artigos 560 e 561 do novo CPC), e artigo
1.196, do Código Civil, que possuem a seguinte redação:
“Art. 560 do novo CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em
caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Artigo 1.196 do Código Civil. Considera-se possuidor todo aquele que tem
de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação
e reintegrado no de esbulho (correspondente ao art. 560, novo CPC).
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que não
corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos documentos
carreados na exordial, sendo estes, somente requerimentos administrativos
para regularização de área junto ao INTERMAT, todos datados do ano de
2005, ou seja, posteriores a prolação da sentença nos autos principais.
(...)
Por outro lado, como bem salientado pelo Juízo singular, ficou demonstrado,
através dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo apelado, que os
apelantes não eram possuidores da propriedade em questão.
Vejamos:
“(...) 2. A área de 39 mil hectares foi adquirida por Evandro em 1973, tendo
como divisas o Rio Arraias e o Paralelo 54. 3. Em 1974 foi aberta uma pista
de pouso, em seguida o exército acertou a divisa dos índios, ampliou a pista,
após isto em posse pacífica até 1993, em que houve uma invasão por outras
pessoas, e veio pacífica até 2005. (...) 5. Inicialmente quem cuidava da área
era Orestes, em seguida Geraldo, que era procurador e administrador do
Evandro, até meados de 2005, depois o Antônio, o Avelino, final de 2005 veio
o Fernando e está até hoje na área. (...) 17. O Geraldo é primo do Evandro.
18. O Evandro colocou em nome do Geraldo um título, somente para que
fosse realizado um projeto de manejo; é uma área de 7.040 hectares e foi
feito em nome do Geraldo por conta das penhoras existentes na área. 21. De
1993 para cá era o Geraldo quem contratava empregados para a Fazenda, já
que era procurador. 22. Geraldo nunca teve a posse da fazenda, ele era tido
como funcionário ou procurador” (depoimento prestado pela testemunha João
Batista de Camargo às fls. 1161 – vide fls. 9-10 de 12 do v. acórdão
rescindendo).
Assim, demonstrado que o apelante não era possuidor, mas mero detentor da
propriedade em questão, subordinado as ordens de outras pessoas, não pode
alegar posse e consequentemente ter a sua disposição proteção possessória.
(...)
SILVEIRA, a disputa envolve uma área de 39.000 hectares, portanto, mais do que o
dobro da área em disputa na presente rescisória.
“Há ainda uma terceira esfera da posse, que se afasta das duas concepções
patrimoniais tradicionais acima descritas (posse decorrente do direito real de
propriedade; e, posse decorrente de um direito obrigacional – v.g., contrato de
locação, de comodato etc.).
Cuida-se de uma dimensão possessória que não se localiza no universo dos
negócios jurídicos que consubstanciam direitos subjetivos reais ou
obrigacionais.
Trata-se de uma posse emanada exclusivamente de uma situação fática e
existencial, de apossamento e ocupação da coisa, cuja natureza
autônoma escapa do exame das teorias tradicionais. É aqui que reside a
função social da posse” (Curso de Direito Civil – Reais, 10ª ed. Salvador:
Editora JusPodivm, vol. 5, p. 61).
84
13 ANOS, quando os Autores foram injustamente desalojados dos imóveis rurais pelos
Réus da rescisória que jamais exerceram prática de atos possessórios sobre esses
imóveis.
“Processo nº 209.10.263.9422/03
Interessado: Laercio Almeida Marini
Senhora Gestora de Cadastro,
Após vistoria in loco constatamos que o Requerente Senhor Laercio
Almeida Marini não está de posse da referida área; foi encontrado o
Senhor Jader Roberto da Silva, vistoriado por técnico do Instituto em
fase final para titulação conforme mostra croqui em anexo.
Sugerimos o arquivamento do mesmo.
Cuiabá, 13 de dezembro de 2005
DELSON PEREIRA DA SILVA – Agente Fundiário
BENEDITO ARAÚJO DOS SANTOS – Técnico em Agropecuária” (vide
documento em anexo).
“Processo nº 209.10.263.9424/03
Interessado: Fernando de Melo Rosa
Senhora Gestora de Cadastro,
Após vistoria in loco constatamos que o Requerente Senhor Fernando
de Melo Rosa não está de posse da referida área; foi encontrado os
Senhores Vilson Lunkes e Raimundo Aparecido de Souza, vistoriado
por técnico do Instituto em fase final para titulação conforme mostra
croqui em anexo.
Sugerimos o arquivamento do mesmo.
Cuiabá, 13 de dezembro de 2005
DELSON PEREIRA DA SILVA – Agente Fundiário
BENEDITO ARAÚJO DOS SANTOS – Técnico em Agropecuária” (vide
documento em anexo).
(...)
“Art. 560 do novo CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em
caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Artigo 1.196 do Código Civil. Considera-se possuidor todo aquele que tem
de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
propriedade...”, não pode sobejar dúvidas de que os Autores desta rescisória são
possuidores de fato, a ponto de o INTERMAT, em inspeção in loco realizadas em
Processos Administrativos requeridos por terceiros que cobiçavam a área dos Autores,
ter constatado que os AUTORES DESTA RESCISÓRIA ESTAVAM NA POSSE PLENA
DOS IMÓVEIS RURAIS OBJETO DESTA DEMANDA.
R E S O L V E:
hectares é uma prova inequívoca da sua condição de possuidor pleno e efetivo, pois o
Parlamento Mato-grossense jamais baixaria uma Resolução de regularização fundiária
para uma pessoa que não estivesse na posse do bem; mais precisamente: cumprindo a
função social da posse.
(v) Notas Fiscais referentes à aquisição dos mais diversos produtos para
investimento no imóvel rural Fazenda “Angelim’, que vão desde a aquisição
de parafusos, rolamentos, discos, até aquisição de sementes para plantação
de soja (docs. 22 a 29 do Anexo I).
Confira:
(...)
R E S O L V E:
(...)
R E S O L V E:
(...)
98
R E S O L V E:
(...)
2.111,2450 ha (dois mil, cento e onze hectares, vinte e quatro ares e cinquenta
centiares), já que o MEMORIAL DESCRITIVO da Fazenda “Leão Negro” revelou que a
área possuída efetivamente corresponde a essa porção de terra, conforme comprovam
os docs. 3 e 5, que se referem ao serviço de Georreferenciamento e ao Memorial
Descritivo, respectivamente.
R E S O L V E:
(...)
R E S O L V E:
Confira:
(...)
2º-) Que se encontra na referida posse, desde a sua aquisição, e que seus
confinantes respeitam seus limites e confrontações como a divisa correta
entre as propriedades; 3º-) Que a referida posse foi adquirida mansa e
107
artigos 560 e 561 do novel Diploma Processual – correspondente aos artigos 926 e 927
do Código de Processo Civil-1973, e 1.196 do Código Civil:
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação
e reintegrado em caso de esbulho.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
“Por fim, é necessário ficar claro que o documento de domínio, com o qual
pretendem os apelantes justificar seus atos e, inclusive, nele estribar sua
posse, que seria de mais de ano e dia, não tem qualquer validade para o
alcance do que objetivam. Nesse sentido é o acórdão deste Tribunal prolatado
na Ap 26.372, rel. Des. Haroldo Sodré (j. 09.11.1984), verbis:
continuada de 2003 a 2016, portanto, pelo longo período de 13 anos, somado à ausência
de demonstração pelos Réus do exercício de qualquer ato possessório por eles
praticado, tanto que os Autores permaneceram no imóvel por mais de uma década.
“4. Coisa julgada inter partes. A regra geral é a de que a sentença somente
obriga as pessoas entre as quais foi dada, não prejudicando nem
113
(...)
(...)
Silveira, é cediço que a res iudicata proferida na Ação de Reintegração de Posse objeto
do Proc. nº 266/97 jamais poderia atingir os autores desta rescisória.
“[...]
No caso em apreço, numa cognição sumária inerente à espécie, constata-se
que a parte autora exerce a posse da área litigiosa desde 2009, e que, daí
em diante, realizou inúmeras benfeitorias, conforme fotografias de fls.
162/168, o que, a princípio, denota a presença dos requisitos legais para
concessão da tutela de urgência pretendida.
[...]
Assim, a luz do que preceitua o art. 300 do CPC, o grau de probabilidade será
apreciado pelo julgador, prudentemente e atento à gravidade da medida a
conceder. A exigência de perigo de dano significa que a mera aparência ou
expectativa não basta, devendo ser efetiva e contundente, o que, até o
momento, restou caracterizado.
Com essas considerações, nos termos do art. 300, §1º, do CPC, DEFIRO A
TUTELA DE URGÊNCIA VINDICADA, até ulterior decisão do órgão
Colegiado, a fim de determinar a reintegração da parte autora no imóvel rural,
Fazenda Rio Negro, na área de 6.632 hectares, condicionando, a prestação
de caução idônea, real ou fidejussória, a fim de ressarcir os danos que a parte
ré possa vir a sofrer, a ser prestada no prazo de 10 dias, sob pena de
revogação da liminar”.
123
(i) – Todas as fazendas que fazem parte dessa possessória encontravam-se na posse
dos autores, sendo que a maioria esmagadora dos imóveis rurais possuem
trabalhadores braçais que labutavam nos imóveis. Assim, v.g., o ESTUDO DE
SITUAÇÃO registrou inúmeros trabalhadores braçais nos seguintes imóveis: a) Fazenda
Nossa Senhora Aparecida, de posse do co-Autor Raimundo Aparecido de Souza; b)
Fazenda Cambará, de posse do co-Autor Romulo Affonso Rohden.
(ii) – Em todos os imóveis rurais que estavam na posse dos Autores, haviam
benfeitorias e criações, a saber:
- Benfeitorias – uma casa de madeira; 200 (duzentos) hectares de soja (arrendada aos
Srs. Paulo Justo e Paulo Justo Junior, de Sorriso/MT).
salvo melhor e mais autorizado juízo, deve Vossa Excelência prestigiar a posse de quem
já estava assentado na posse do bem há quase um quartel de século, de modo a evitar
que se perpetre uma injustiça inominável contra os Autores da presente rescisória, que
investiu pesadamente no imóvel rural e atualmente se encontram fora dele.
“7 – CONCLUSÃO
VI – DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado
136
PEÇAS:
URGENTE
138
“Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.
§3º. Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
II – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Antes de adentrarmos no meritum causae
da presente demanda rescisória, que visa a rescisão de v. acórdão
transitado em julgado da Sexta Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso (fls. 1.438 e ss. – vol. VII), é indispensável
demonstrar o cabimento da presente ação rescisória.
(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que
não corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos
documentos carreados na exordial, sendo estes, somente
requerimentos administrativos para regularização de área junto ao
INTERMAT, todos datados do ano de 2005, ou seja, posteriores a
prolação da sentença nos autos principais.
(...)
“Art. 560 do novo CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Artigo 1.196 do Código Civil. Considera-se possuidor todo aquele que tem de
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
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(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que
não corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos
documentos carreados na exordial, sendo estes, somente
requerimentos administrativos para regularização de área junto ao
INTERMAT, todos datados do ano de 2005, ou seja, posteriores a
prolação da sentença nos autos principais.
(...)
Por outro lado, como bem salientado pelo Juízo singular, ficou demonstrado,
através dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo apelado, que os
apelantes não eram possuidores da propriedade em questão.
Vejamos:
“(...) 2. A área de 39 mil hectares foi adquirida por Evandro em 1973, tendo
como divisas o Rio Arraias e o Paralelo 54. 3. Em 1974 foi aberta uma pista de
pouso, em seguida o exército acertou a divisa dos índios, ampliou a pista, após
147
isto em posse pacífica até 1993, em que houve uma invasão por outras pessoas,
e veio pacífica até 2005. (...) 5. Inicialmente quem cuidava da área era Orestes,
em seguida Geraldo, que era procurador e administrador do Evandro, até
meados de 2005, depois o Antônio, o Avelino, final de 2005 veio o Fernando e
está até hoje na área. (...) 17. O Geraldo é primo do Evandro. 18. O Evandro
colocou em nome do Geraldo um título, somente para que fosse realizado um
projeto de manejo; é uma área de 7.040 hectares e foi feito em nome do
Geraldo por conta das penhoras existentes na área. 21. De 1993 para cá era o
Geraldo quem contratava empregados para a Fazenda, já que era procurador.
22. Geraldo nunca teve a posse da fazenda, ele era tido como funcionário ou
procurador” (depoimento prestado pela testemunha João Batista de Camargo
às fls. 1161 – vide fls. 9-10 de 12 do v. acórdão rescindendo).
Assim, demonstrado que o apelante não era possuidor, mas mero detentor da
propriedade em questão, subordinado as ordens de outras pessoas, não pode
alegar posse e consequentemente ter a sua disposição proteção possessória.
(...)
“Há ainda uma terceira esfera da posse, que se afasta das duas concepções
patrimoniais tradicionais acima descritas (posse decorrente do direito real de
propriedade; e, posse decorrente de um direito obrigacional – v.g., contrato de
locação, de comodato etc.).
Cuida-se de uma dimensão possessória que não se localiza no universo dos
negócios jurídicos que consubstanciam direitos subjetivos reais ou obrigacionais.
Trata-se de uma posse emanada exclusivamente de uma situação fática e
existencial, de apossamento e ocupação da coisa, cuja natureza autônoma
escapa do exame das teorias tradicionais. É aqui que reside a função social da
posse” (Curso de Direito Civil – Reais, 10ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, vol. 5, p. 61).
R E S O L V E:
Confira:
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R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
Confira:
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2º-) Que se encontra na referida posse, desde a sua aquisição, e que seus
confinantes respeitam seus limites e confrontações como a divisa correta
entre as propriedades; 3º-) Que a referida posse foi adquirida mansa e
pacificamente através de desbravamento destinado à exploração
agropecuária, não degradando, atingindo ou invadindo imóveis ou áreas
de posse de terceiros, cujo histórico resumidamente declarado é de
conhecimento dos confinantes de propriedades e justificam o direito
declarado” (cf. doc. 2 em anexo).
“Por fim, é necessário ficar claro que o documento de domínio, com o qual
pretendem os apelantes justificar seus atos e, inclusive, nele estribar sua posse,
que seria de mais de ano e dia, não tem qualquer validade para o alcance do
que objetivam. Nesse sentido é o acórdão deste Tribunal prolatado na Ap
26.372, rel. Des. Haroldo Sodré (j. 09.11.1984), verbis:
“1. Limites subjetivos. O art. 506, CPC, disciplina os limites subjetivos da coisa
julgada, demarcando a área de influência da autoridade da coisa julgada.
Apenas as partes e seus sucessores se submetem à coisa julgada. Vale dizer: tão
somente para as partes e para os seus sucessores a declaração contida no
dispositivo da sentença adquire imutabilidade e indiscutibilidade” (Novo Código
de Processo Civil comentado, 2ª ed. São Paulo: RT, 2016, p. 604).
(...)
183
É como voto” (REsp 158.097/RJ, Terceira Turma do STJ, rel. Min. WALDEMAR
ZVEITER, DJU 15.03.1999, RT 766/198-199).
“[...]
No caso em apreço, numa cognição sumária inerente à espécie, constata-se
que a parte autora exerce a posse da área litigiosa desde 2009, e
que, daí em diante, realizou inúmeras benfeitorias, conforme fotografias de
fls. 162/168, o que, a princípio, denota a presença dos requisitos legais para
concessão da tutela de urgência pretendida.
[...]
Assim, a luz do que preceitua o art. 300 do CPC, o grau de probabilidade
será apreciado pelo julgador, prudentemente e atento à gravidade da
medida a conceder. A exigência de perigo de dano significa que a mera
aparência ou expectativa não basta, devendo ser efetiva e contundente, o
que, até o momento, restou caracterizado.
Com essas considerações, nos termos do art. 300, §1º, do CPC, DEFIRO A
TUTELA DE URGÊNCIA VINDICADA, até ulterior decisão do órgão
Colegiado, a fim de determinar a reintegração da parte autora no imóvel
rural, Fazenda Rio Negro, na área de 6.632 hectares, condicionando, a
prestação de caução idônea, real ou fidejussória, a fim de ressarcir os danos
188
que a parte ré possa vir a sofrer, a ser prestada no prazo de 10 dias, sob
pena de revogação da liminar”.
V – OFERECIMENTO ESPONTÂNEO DE
CAUÇÃO REAL IDÔNEA
Nobre Desembargador Relator: visando
assegurar eventuais prejuízos que os Réus possam vir a sofrer, caso a
rescisória seja julgada improcedente – o que só se coloca por amor aos
debates, mas sem qualquer adesão à premissa – os Autores,
espontaneamente, oferecem e ofertam em CAUÇÃO, uma GARANTIA
REAL, aqui prestada por TERCEIRO INTERESSADO, qual seja, a empresa
TIGRE INVESTIMENTOS S.A. – que também promove uma Ação
Rescisória em face dos Réus (AR nº 157206/2016), consistente numa área
de terras devidamente registrada em nome da TIGRE INVESTIMENTOS
S.A., junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Cláudia,
Estado de Mato Grosso, objeto da Matrícula 707, Ficha n. 01, Livro 2,
Registro Geral, a seguir descrita de forma abreviada, já que a descrição
193
“7 – CONCLUSÃO
Admitindo a média dos dados homogeneizados como o valor que melhor
corresponde ao imóvel avaliado para o momento pode-se concluir que o valor
que melhor expressa é a quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) por
hectare, o que totaliza R$ 40.648.800,00 (quarenta milhões, seiscentos e
quarenta e oito mil e oitocentos reais), valor esse que corresponde ao
preço de mercado do imóvel avaliado.
VI – DOS PEDIDOS
Em harmonia com o exposto, requer a
autora se digne Vossa Excelência de:
J U S T I Ç A!!!
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO
199
URGENTE
fundamento nos artigos 966, V, 967, I, 968, I e II, 969, 974, caput, e 975,
todos do novo Código de Processo Civil, promover a vertente...
I – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Antes de adentrarmos na preliminar de
nulidade absoluta da sentença em razão da inexistência de formação do
litisconsórcio passivo necessário; ou, caso ela não seja acolhida, no
meritum causae da presente demanda rescisória, que visa a rescisão de v.
acórdão transitado em julgado da Sexta Câmara Cível do egrégio Tribunal
de Justiça do Estado de Mato Grosso (fls. 1.207 a 1.213/verso – vol. VI em
anexo), é indispensável demonstrar o cabimento da presente ação
rescisória.
Pois bem.
“E M E N T A
“Egrégia Câmara:
II – DA PRELIMINAR DE NULIDADE
ABSOLUTA DA SENTENÇA
204
“Vistos etc.
5. Expeça-se o necessário.
Cumpra-se.
OCORRÊNCIAS
DELIBERAÇÕES
“[...]
Por outro lado, não encontro nos autos nenhuma defesa produzida pela
Fundação Fernando Eduardo Lee, pessoa jurídica de direito privado que,
salvo engano, com a morte da pessoa de Evandro Alberto de Oliveira
Bonini, veio a lhe suceder, assim como a sua citação.
Em virtude disso, determino a formalização do ato, oportunizando-lhe o
oferecimento de defesa dentro do prazo legal” (cf. fls. 11-12 da decisão
de fls. 119 inserida dentro do vol. I).
“Autos nº 54/2008
Vistos etc.
“Pelo exposto e de tudo mais que dos autos consta, (I) JULGO
IMPROCEDENTE pedido formulado na inicial ajuizada por
Geraldo Alberto Borges de Oliveira Junior em face de Evandro
de Oliveira Bonini – Espólio e FUNDAÇÃO
FERNANDO EDUARDO LEE, todos devidamente
qualificados nos autos; (II) REVOGO A LIMINAR deferida nestes
autos; e (III) DETERMINO a retomada do curso normal do
processo principal, fixando o prazo de 30 (trinta) dias para
desocupação voluntária da área pelo embargante.
Às providências.
“[...]
Por outro lado, não encontro nos autos nenhuma defesa produzida pela
Fundação Fernando Eduardo Lee, pessoa jurídica de direito privado que,
salvo engano, com a morte da pessoa de Evandro Alberto de Oliveira
Bonini, veio a lhe suceder, assim como a sua citação.
213
deve ser decretada a nulidade a partir desse ato processual de fls. 119 do
1º volume da Ação de Embargos de Terceiro, pois só assim é que estará
Vossa Excelência, praticando ato da mais lídima e sempre soberana
JUSTIÇA!!!
IV – DA VIOLAÇÃO MANIFESTA DE
NORMAS JURÍDICAS
O v. acórdão rescindendo proferido pela
Sexta Câmara Cível deste colendo Sodalício violou, de forma manifesta e
acintosa, as normas jurídicas de direito material que vêm expressas nos
artigos 1.196, 1.198 e 1.203, todos do Código Civil, que possuem a
seguinte redação:
“Artigo 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Artigo 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
Artigo 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter
com que foi adquirida”.
Tal situação está evidente nos autos, porquanto em momento oportuno para
fazer valer o seu direito de produzir provas, o apelante não o fez, e, como
consequência o Juízo singular, na decisão de folhas 672/678, reconheceu a
preclusão temporal do embargante/apelante para apresentar as provas que
pretendia produzir.
Por outro lado, como bem salientado pelo Juízo singular, ficou demonstrado,
através dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo apelado, que o
apelante não era possuidor da propriedade em questão.
Vejamos:
“(...) 2. A área de 39 mil hectares foi adquirida por Evandro em 1973, tendo
como divisas o Rio Arraias e o Paralelo 54. 3. Em 1974 foi aberta uma pista de
pouso, em seguida o exército acertou a divisa dos índios, ampliou a pista, após
isto em posse pacífica até 1993, em que houve uma invasão por outras pessoas,
e veio pacífica até 2005. (...) 5. Inicialmente quem cuidava da área era Orestes,
em seguida Geraldo, que era procurador e administrador do Evandro, até
meados de 2005, depois o Antônio, o Avelino, final de 2005 veio o Fernando e
está até hoje na área. (...) 17. O Geraldo é primo do Evandro. 18. O Evandro
colocou em nome do Geraldo um título, somente para que fosse realizado um
projeto de manejo; é uma área de 7.040 hectares e foi feito em nome do
Geraldo por conta das penhoras existentes na área. 21. De 1993 para cá era o
Geraldo quem contratava empregados para a Fazenda, já que era procurador.
22. Geraldo nunca teve a posse da fazenda, ele era tido como funcionário ou
procurador” (depoimento prestado pela testemunha João Batista de Camargo).
Geraldo era o gerente. Esse pessoal que comprou está na área, eles dizem que
foi o Geraldo que vendeu para eles em 2005; mas o Geraldo não era dono, era
Gerente, era a pessoa de confiança, não comprovou a venda. (...) 8. O Evandro
queria preservar a área, para não tirar madeira; os empregados dele eram o
Geraldo e o Antonio, eles cuidavam, tiravam lascas, tinham umas casas lá. (...)
14. Nunca ouviu que Geraldo tinha a posse da fazenda, sabia que ele era
empregado” (depoimento prestado pela testemunha Nerio Ribeiro).
Assim, demonstrado que o apelante não era possuidor, mas mero detentor da
propriedade em questão, subordinado as ordens de outras pessoas, não pode
alegar posse e consequentemente ter a sua disposição proteção possessória.
(...)
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao apelo” (transcrição dos fundamentos e
parte dispositiva do v. acórdão rescindendo).
(...)
E pelos outorgantes nomeados, me foi dito que a justo título, são senhores
e legítimos possuidores, UM IMÓVEL RURAL, com a atual denominação
de FAZENDA RIO NEGRO, constituído por uma gleba de terras com a área
de 7.040,0000 ha (sete mil e quarenta hectares) de terras, situada no
município de Vera, comarca de Sinop (antigo município de Chapada dos
Guimarães, Comarca de Cuiabá), Estado de Mato Grosso, confrontando na
sua integridade, pelos seus diversos lados, com o Rio Arraias, margem
direita, com propriedade de José Madureira, com propriedade de Aloísio G.
Melo e com terras devolutas, cadastrado no INCRA em maior área, em
nome do outorgante Evandro Alberto de Oliveira Bonini, em cujo
CERTIFICADO DE CADASTRO, que me foi apresentado e acompanha o
primeiro traslado desta escritura, constam os seguintes dados: Código do
Imóvel – 901032.007781-5, área total: 39.000 hectares; que referido imóvel
faz parte de uma gleba maior, com a área de 39.000 hectares, a qual foi
havida por eles outorgantes vendedores pelo preço de Cr$ 1.070.000,00,
por compra feita a Lauro de Camargo e sua esposa, conforme escritura
lavrada nas Notas do 2º Tabelionato da cidade de Goiânia, Estado de
Goiás, no Livro nº 426, fls. 136/138 e re-ratificada conforme escritura
lavrada no Cartório do Sexto Ofício da Comarca de Cuiabá, Estado de Mato
Grosso, em 24.10.1974, no Livro nº 45-A, fls. 62/65, registrada em referido
Cartório do Sexto Ofício da Comarca de Cuiabá/MT, sob o nº 2.165, no livro
3-C, em 25.10.1974, e posteriormente matriculado sob o n. 18.677, livro 2-
BH, em 21.08.1984, no mesmo CRI, autorizando todas as averbações
necessárias: que referido imóvel se acha livre e desembaraçado de
quaisquer ônus, judiciais ou não, inclusive de ações reais ou pessoais
reipersecutórias, conforme se constata da certidão de matrícula.
(...)
declarando, na forma e sob as penas da Lei, que são pessoas físicas não
equiparadas a empresa, não se achando vinculados como empregadores
ao INSS; que não mantém empregados sob sua responsabilidade no
imóvel ora vendido.
(...)
existem
Deveras, outros
documentos relevantes que atestam a condição de
POSSUIDOR do Sr. Geraldo Alberto Borges de Oliveira Junior, bem
226
Os documentos foram juntados dentro da própria peça para que fique claro
e transparente a inequívoca condição de possuidora e proprietária da
Autora TIGRE INVESTIMENTOS S.A.
Veja Vossa Excelência os docs. xi, xii, xiii e xiv, pela ordem:
239
240
241
242
“Artigo 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
Artigo 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter
com que foi adquirida”.
V – DESNECESSIDADE DE PRESQUESTIONAMENTO
DAS NORMAS JURÍDICAS VIOLADAS
Na presente ação rescisória, a Autora
alegou violação a literal disposição de três (3) normas jurídicas, a
saber: artigos 1.196, 1.198 e 1.203, todos do Código Civil.
“Art. 966: 25. É indiferente que a lei tenha sido invocada ou não no
processo principal, porque nem por isso terá deixado de ser violada: o
requisito do prequestionamento não se aplica à rescisória (RTJ
97/699-Pleno do STF, 116/451-Pleno, 116/870-Pleno; STF-Pleno: RT
550/207; STJ-2ª Seção, AR 3.234, rel. Min. Luiz Felipe Salomão, j.
27.11.2013, DJ 14.02.2-14; STJ-5ª Turma, REsp 468.299, rel. Min. Félix
Fischer, j. 08.06.2004, DJU 28.06.2004; STJ-2ª Turma, REsp 797.127,
rel. Min. Castro Meira, j. 25.11.2008, DJ 18.12.2008) (cf. THEOTONIO
NEGRÃO et alli. Novo CPC e legislação processual em vigor. 47ªed. São Paulo:
Saraiva, 2016, p. 866).
251
VI – DO PEDIDO DE CONCESSÃO DE
TUTELA PROVISÓRIA PARA SUSTAR OS
EFEITOS DO V. ACÓRDÃO RESCINDENDO
O art. 969 do novel Diploma Processual, ao
cuidar da questão da tutela de urgência na ação rescisória, dispõe que: “A
propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão
rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória”.
J U S T I Ç A!!!
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO
URGENTE
I – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Antes de adentrarmos no meritum causae
da presente demanda rescisória, que visa a rescisão de v. acórdão
transitado em julgado da Sexta Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso (fls. 1.438 e ss. – vol. VII), é indispensável
demonstrar o cabimento da presente ação rescisória.
(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que
não corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos
documentos carreados na exordial, sendo estes, somente
requerimentos administrativos para regularização de área junto ao
INTERMAT, todos datados do ano de 2005, ou seja, posteriores a
prolação da sentença nos autos principais.
(...)
II – DA VIOLAÇÃO MANIFESTA DE
NORMAS JURÍDICAS
O v. acórdão rescindendo proferido pela
Sexta Câmara Cível deste colendo Sodalício violou, de forma manifesta e
acintosa, as normas jurídicas de direito material que vêm expressas nos
artigos 926 e 927 do Código de Processo Civil-1973 (que
correspondem aos artigos 560 e 561 do novo CPC), e artigo 1.196, do
Código Civil, que possuem a seguinte redação:
“Art. 560 do novo CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Artigo 1.196 do Código Civil. Considera-se possuidor todo aquele que tem de
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
(...)
Ademais, como bem destacado pelo Juízo singular, outro fato que
não corrobora com as alegações dos apelantes, diz respeito aos
documentos carreados na exordial, sendo estes, somente
requerimentos administrativos para regularização de área junto ao
263
(...)
Por outro lado, como bem salientado pelo Juízo singular, ficou demonstrado,
através dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo apelado, que os
apelantes não eram possuidores da propriedade em questão.
Vejamos:
“(...) 2. A área de 39 mil hectares foi adquirida por Evandro em 1973, tendo
como divisas o Rio Arraias e o Paralelo 54. 3. Em 1974 foi aberta uma pista de
pouso, em seguida o exército acertou a divisa dos índios, ampliou a pista, após
isto em posse pacífica até 1993, em que houve uma invasão por outras pessoas,
e veio pacífica até 2005. (...) 5. Inicialmente quem cuidava da área era Orestes,
em seguida Geraldo, que era procurador e administrador do Evandro, até
meados de 2005, depois o Antônio, o Avelino, final de 2005 veio o Fernando e
está até hoje na área. (...) 17. O Geraldo é primo do Evandro. 18. O Evandro
colocou em nome do Geraldo um título, somente para que fosse realizado um
264
Assim, demonstrado que o apelante não era possuidor, mas mero detentor da
propriedade em questão, subordinado as ordens de outras pessoas, não pode
alegar posse e consequentemente ter a sua disposição proteção possessória.
(...)
“Há ainda uma terceira esfera da posse, que se afasta das duas concepções
patrimoniais tradicionais acima descritas (posse decorrente do direito real de
propriedade; e, posse decorrente de um direito obrigacional – v.g., contrato de
locação, de comodato etc.).
Cuida-se de uma dimensão possessória que não se localiza no universo dos
negócios jurídicos que consubstanciam direitos subjetivos reais ou obrigacionais.
Trata-se de uma posse emanada exclusivamente de uma situação fática e
existencial, de apossamento e ocupação da coisa, cuja natureza autônoma
escapa do exame das teorias tradicionais. É aqui que reside a função social da
posse” (Curso de Direito Civil – Reais, 10ª ed. Salvador: Editora JusPodivm, vol. 5, p. 61).
R E S O L V E:
Confira:
271
272
273
R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
R E S O L V E:
Confira:
292
293
2º-) Que se encontra na referida posse, desde a sua aquisição, e que seus
confinantes respeitam seus limites e confrontações como a divisa correta
entre as propriedades; 3º-) Que a referida posse foi adquirida mansa e
pacificamente através de desbravamento destinado à exploração
agropecuária, não degradando, atingindo ou invadindo imóveis ou áreas
de posse de terceiros, cujo histórico resumidamente declarado é de
conhecimento dos confinantes de propriedades e justificam o direito
declarado” (cf. doc. 2 em anexo).
“Por fim, é necessário ficar claro que o documento de domínio, com o qual
pretendem os apelantes justificar seus atos e, inclusive, nele estribar sua posse,
que seria de mais de ano e dia, não tem qualquer validade para o alcance do
que objetivam. Nesse sentido é o acórdão deste Tribunal prolatado na Ap
26.372, rel. Des. Haroldo Sodré (j. 09.11.1984), verbis:
“1. Limites subjetivos. O art. 506, CPC, disciplina os limites subjetivos da coisa
julgada, demarcando a área de influência da autoridade da coisa julgada.
Apenas as partes e seus sucessores se submetem à coisa julgada. Vale dizer: tão
somente para as partes e para os seus sucessores a declaração contida no
dispositivo da sentença adquire imutabilidade e indiscutibilidade” (Novo Código
de Processo Civil comentado, 2ª ed. São Paulo: RT, 2016, p. 604).
(...)
É como voto” (REsp 158.097/RJ, Terceira Turma do STJ, rel. Min. WALDEMAR
ZVEITER, DJU 15.03.1999, RT 766/198-199).
V – DOS PEDIDOS
Em harmonia com o exposto, requer a
autora se digne Vossa Excelência de:
J U S T I Ç A!!!
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO
310
URGENTE
I – DO CABIMENTO DA RESCISÓRIA
Antes de adentrarmos no meritum causae
da presente demanda rescisória, que visa a rescisão de v. acórdão
transitado em julgado da Sexta Câmara Cível do egrégio Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso (fls. 1.207 a 1.213/verso – vol. VI em anexo), é
indispensável demonstrar o cabimento da presente ação rescisória.
312
“E M E N T A
“Egrégia Câmara:
II – DA VIOLAÇÃO MANIFESTA DE
NORMAS JURÍDICAS
O v. acórdão rescindendo proferido pela
Sexta Câmara Cível deste colendo Sodalício violou, de forma manifesta e
acintosa, as normas jurídicas de direito material que vêm expressas nos
artigos 1.196, 1.198 e 1.203, todos do Código Civil, que possuem a
seguinte redação:
“Artigo 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Artigo 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
Artigo 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter
com que foi adquirida”.
Tal situação está evidente nos autos, porquanto em momento oportuno para
fazer valer o seu direito de produzir provas, o apelante não o fez, e, como
consequência o Juízo singular, na decisão de folhas 672/678, reconheceu a
preclusão temporal do embargante/apelante para apresentar as provas que
pretendia produzir.
316
Por outro lado, como bem salientado pelo Juízo singular, ficou demonstrado,
através dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo apelado, que o
apelante não era possuidor da propriedade em questão.
Vejamos:
Assim, demonstrado que o apelante não era possuidor, mas mero detentor da
propriedade em questão, subordinado as ordens de outras pessoas, não pode
alegar posse e consequentemente ter a sua disposição proteção possessória.
(...)
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao apelo” (transcrição dos fundamentos e
parte dispositiva do v. acórdão rescindendo).
(...)
E pelos outorgantes nomeados, me foi dito que a justo título, são senhores
e legítimos possuidores, UM IMÓVEL RURAL, com a atual denominação
de FAZENDA RIO NEGRO, constituído por uma gleba de terras com a área
de 7.040,0000 ha (sete mil e quarenta hectares) de terras, situada no
município de Vera, comarca de Sinop (antigo município de Chapada dos
Guimarães, Comarca de Cuiabá), Estado de Mato Grosso, confrontando na
320
sua integridade, pelos seus diversos lados, com o Rio Arraias, margem
direita, com propriedade de José Madureira, com propriedade de Aloísio G.
Melo e com terras devolutas, cadastrado no INCRA em maior área, em
nome do outorgante Evandro Alberto de Oliveira Bonini, em cujo
CERTIFICADO DE CADASTRO, que me foi apresentado e acompanha o
primeiro traslado desta escritura, constam os seguintes dados: Código do
Imóvel – 901032.007781-5, área total: 39.000 hectares; que referido imóvel
faz parte de uma gleba maior, com a área de 39.000 hectares, a qual foi
havida por eles outorgantes vendedores pelo preço de Cr$ 1.070.000,00,
por compra feita a Lauro de Camargo e sua esposa, conforme escritura
lavrada nas Notas do 2º Tabelionato da cidade de Goiânia, Estado de
Goiás, no Livro nº 426, fls. 136/138 e re-ratificada conforme escritura
lavrada no Cartório do Sexto Ofício da Comarca de Cuiabá, Estado de Mato
Grosso, em 24.10.1974, no Livro nº 45-A, fls. 62/65, registrada em referido
Cartório do Sexto Ofício da Comarca de Cuiabá/MT, sob o nº 2.165, no livro
3-C, em 25.10.1974, e posteriormente matriculado sob o n. 18.677, livro 2-
BH, em 21.08.1984, no mesmo CRI, autorizando todas as averbações
necessárias: que referido imóvel se acha livre e desembaraçado de
quaisquer ônus, judiciais ou não, inclusive de ações reais ou pessoais
reipersecutórias, conforme se constata da certidão de matrícula.
(...)
(...)
Processo nº 54240002608200598
Interessado: GERALDO ALBERTO BORGES DE OLIVEIRA JUNIOR
Imóvel: FAZENDA RIO NEGRO
Matrícula/Transcrição: 12.131
Código INCRA: 9020122012356
Área (ha): 6.632,1453
Município: FELIZ NATAL
Estado: Mato Grosso
CERTIFICAÇÃO Nº 130508000017-86
Geraldo Alberto Borges de Oliveira Junior, o que reforça ainda mais a sua
condição de possuidor, e não de “detentor”, como entendeu o v. acórdão
rescindendo (v. docs. 29 e 30 em anexo)
“Artigo 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Artigo 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter
com que foi adquirida”.
Código Civil brasileiro foi claramente violado, já que o direito de uso, que
é a face mais expressiva do exercício da posse, vem sendo exercida sem
interrupção pelos mesmos e sem solução de continuidade há mais de 20
(vinte) anos.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
“Art. 966: 25. É indiferente que a lei tenha sido invocada ou não no
processo principal, porque nem por isso terá deixado de ser violada: o
requisito do prequestionamento não se aplica à rescisória (RTJ
97/699-Pleno do STF, 116/451-Pleno, 116/870-Pleno; STF-Pleno: RT
550/207; STJ-2ª Seção, AR 3.234, rel. Min. Luiz Felipe Salomão, j.
27.11.2013, DJ 14.02.2-14; STJ-5ª Turma, REsp 468.299, rel. Min. Félix
Fischer, j. 08.06.2004, DJU 28.06.2004; STJ-2ª Turma, REsp 797.127,
rel. Min. Castro Meira, j. 25.11.2008, DJ 18.12.2008) (cf. THEOTONIO
NEGRÃO et alli. Novo CPC e legislação processual em vigor. 47ªed. São Paulo:
Saraiva, 2016, p. 866).
IV – DO PEDIDO DE CONCESSÃO DE
TUTELA PROVISÓRIA PARA SUSTAR OS
EFEITOS DO V. ACÓRDÃO RESCINDENDO
O art. 969 do novel Diploma Processual, ao
cuidar da questão da tutela de urgência na ação rescisória, dispõe que: “A
propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão
rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória”.
V – DOS PEDIDOS
Em harmonia com o exposto, requer a
autora se digne Vossa Excelência de:
J U S T I Ç A!!!
Nestes termos,
Pede deferimento.
URGENTE
Ação rescisória com pedido de antecipação de tutela para o fim de
manter na função público servidor público estadual concursado, até que se
julgue o mérito da pretensão veiculada.
na cidade de Cuiabá/MT, onde reside na Rua 83, quadra 79, casa 30, CPA
IV, 3ª etapa, por seus advogados in fine assinados, ut instrumento de
mandato anexo, vem, com o devido acato a Vossa Excelência, com espeque
no art. 485, inciso V, do Código de Processo Civil, promover a vertente
AÇÃO RESCISÓRIA com pedido de antecipação de tutela para o fito de
manter no cargo público de investigador de polícia o Requerente, de modo a
evitar dano irreparável de natureza alimentar, com grave repercussão no
plano material, sendo certo que a decisão atacada nesta rescisória é o v.
acórdão da Quarta Câmara Cível deste colendo Sodalício, de relatoria do
Exmo. Sr. Des. Luiz Carlos da Costa (relator designado), com votos
favoráveis à perda da função do Des. José Zuquim Nogueira e da Dra.
Helena Maria Bezerra Ramos, proferido nos autos da Ação Civil Pública por
ato de improbidade administrativa promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DE MATO GROSSO, aresto este que transitou em julgado
na data de ................................, haja vista os relevantes motivos fáticos
e fundamentos jurídicos que, de ora avante, passa articuladamente a
alinhar:
12, inciso III e seu respectivo parágrafo único, da Lei 8.429/1992, como
será amplamente demonstrado.
“2. DISPOSITIVO
FATORES DE AVALIAÇÃO
I. Conduta: ÓTIMO
II. Aptidão: ÓTIMO
III. Disciplina: EXCELENTE
IV. Assiduidade: ÓTIMO
V. Dedicação: EXCELENTE
VI. Eficiência: ÓTIMO
VII. Responsabilidade: ÓTIMO
FATORES DE AVALIAÇÃO
I. Conduta: ÓTIMO
II. Aptidão: ÓTIMO
III. Disciplina: EXCELENTE
IV. Assiduidade: ÓTIMO
V. Dedicação: EXCELENTE
VI. Eficiência: ÓTIMO
VII. Responsabilidade: ÓTIMO
FATORES DE AVALIAÇÃO
I. Conduta: ÓTIMA
II. Aptidão: EXCEPCIONAL
III. Disciplina: ÓTIMA
IV. Assiduidade: ÓTIMA
V. Dedicação: EXCEPCIONAL
VI. Eficiência: ÓTIMA
VII. Responsabilidade: ÓTIMA
ELOGIO
O PRESENTE ELOGIO
SIGNIFICA POUCO PARA QUEM
SIGNIFICA MUITO COMO PESSOA E
PROFISSIONAL QUE É PARA A
POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL É UM
GRANDE PRIVILÉGIO TÊ-LO COMO
INTEGRANTE DE SEUS QUADROS.
Encaminhe-se à Superintendência de
Gestão de Pessoas para fins de inscrição nos assentamentos
funcionais do servidor” (vide doc. em anexo).
348
modo algum teriam sido de forma dolosa, requisito subjetivo reclamado pelo art.
11 da Lei de Improbidade.
2. Inexistindo, nos autos, prova com intuito de desonestidade, nem dano para o
erário, a hipótese é de improcedência da ação.
3. Ademais, há que se anotar a circunstância específica de contratação e prestação
de serviços advocatícios, que se baseiam na confiança e não só na aplicação
técnica dos conhecimentos, mas decorrente do mandato/outorga de poderes de
representação em juízo, entre as partes, conforme o Código Civil.
4. As sanções da Lei 8.429/1992 só podem ser aplicadas em casos de comprovado
dolo, má-fé ou desonestidade do agente público, capaz de caracterizar a
improbidade administrativa; caso contrário, não ocorrerá o ilícito previsto na lei”
(TJTO-4ª Turma Julgadora da 2ª Câmara Cível, ApCiv 5001281-93.2011.827.0000,
rel. Des. Jacqueline Adorno, RT 938/924).
O PRESENTE ELOGIO
SIGNIFICA POUCO PARA QUEM
SIGNIFICA MUITO COMO PESSOA E
PROFISSIONAL QUE É PARA A
POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL É UM
GRANDE PRIVILÉGIO TÊ-LO COMO
INTEGRANTE DE SEUS QUADROS.
Ora, se o Autor da rescisória coleciona
elogios rasgados na Polícia Judiciária Civil, esse aspecto deve ser
355
“Cabe ao juiz, à luz das nuanças do caso concreto, a tarefa de dosar a sanção
(STJ-1ª Turma, REsp 505.068, Min. Luiz Fux, DJU 29.09.2003; STJ-2ª Turma,
REsp 534.575, rel. Min. Eliana Calmon, DJU 29.03.2004).
V – DA APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Por derradeiro, para reforçar a tese de que
o ato de improbidade administrativa praticado pelo Autor não pode
acarretar a perda da função pública, pedimos vênia para estabelecer uma
correlação entre o princípio da insignificância ou da bagatela, haurido no
Direito Penal, e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, de
modo a reforçar o entendimento de que a sanção da perda do cargo é
desarrazoada e excessiva.
O réu, por sua vez, recorreu para pleitear que a multa civil fosse relevada em
respeito aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
O Tribunal de Justiça, considerando que o dano ao Erário foi apurado em R$
8,47 (oito reais e quarenta e sete centavos), de pronto ressarcido pelo réu, bem
como seu pedido de exoneração da Chefia de Gabinete, concluiu que a conduta,
embora típica, não atingia de modo relevante o bem jurídico protegido. Assim,
aplicou à hipótese, por analogia do direito penal, o princípio da insignificância
para reformar a sentença e julgar improcedente a ação civil pública. Cito trecho
pertinente do acórdão recorrido:
“Custo acreditar que a prosaica importância de R$ 8,47, risível
mesmo, tenha ensejado toda a movimentação do aparato judiciário, desde o
inquérito civil até a propositura da ação civil pública, tanto mais quando
culmina em desproporcional sanção. Quando muito poderia ensejar multa do
mesmo porte, também por isso irrelevante. Certo é que a ação civil pública não
pode ser apequenada, diminuída, amesquinhada. Na verdade mais se gastou com
o processo do que com o ‘dano’ ao Erário.
Vem à pêlo, por isso, o princípio da insignificância cunhado pelos
penalistas, que têm como atípicas ações ou omissões que de modo ínfimo afetem o
bem jurídico tutelado. (...) Por isso condutas que do ponto de vista formal se
amoldam ao tipo não devem ensejar punição, quando de nenhuma relevância
material” (f.)
Do até aqui exposto se pode concluir que o fato imputado ao réu é incontroverso.
Entretanto, a ação civil pública foi extinta, sem aplicação de penalidade, ante o
princípio da insignificância” (RT 895/211-212).
VI – DOS PEDIDOS
Em harmonia com o exposto, requer o Autor
se digne Vossa Excelência de: