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PERIGOSAS NACIONAIS

Copyright © 2018 A. K. RAIMUNDI

Capa: A. K. Raimundi
Revisão: Lucy Santos – Fênix Produções Editoriais
Diagramação: Denilia Carneiro – Fênix Produções Editoriais

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência.
___________________________________________________

DON
Série D’Five Band – Livro 1

A. K. RAIMUNDI

1ª Edição
2018
Brasil
__________________________________________________

Todos os direitos reservados.

São proibidos o armazenamento e / ou a reprodução de


qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios ─ tangível ou
intangível ─ sem o consentimento escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº.


9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Sumário

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“Eu poderia mentir, poderia negar,


Mas você me conhece.
Poderia falar todas as besteiras,
Mas você sabe a verdade.
Garota, estou apaixonado por você”
— D’FIVE

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Nicky

Não tenho paciência para joguinhos,


e seus joguinhos me enlouquecem.
Eu preciso de você, é tudo o
que você precisa saber.
— D’FIVE

Ficar diante de mulheres seminuas não é


algo que eu aprecio. Nem um pouco. Assistir
outras pessoas praticamente fazendo sexo
também não é a minha definição de uma
sexta-feira perfeita.
Encosto mais no canto da parede tomando
minha cerveja. Dou uma olhada no espaço e
vejo que não será tão difícil sair daqui, porém,
Don ficaria chateado.

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Don e sua banda se tornaram astros do


rock, o céu é pouco para tudo que eles vêm
conquistando e ali está a prova: O primeiro
disco de platina. O mundo os idolatra, assim
como as mulheres se jogam em seus braços
praticamente nuas.
A D’FIVE está liderando a lista de maiores
sucessos da Billboard com uma música nova
atrás da outra. Eles realmente são lindos, jeito
de bad boys com suas jaquetas de couro
envelhecido e estilo de homens fatais.
Meus olhos capturam Dylan — o baterista
— prensando uma loira peituda na parede e
beijando seu pescoço. Desvio o olhar e tomo o
restante de minha cerveja.
Essa festinha particular tem tudo para sair
do controle facilmente, meu coração está
apertado só de olhar a sujeira e bagunça que
eles estão fazendo pelo meu bar.
Quando Don me pediu o bar emprestado
para sua comemoração, eu não acreditava que
seria algo civilizado, nunca. Eles são homens,

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roqueiros e com uma libido difícil de controlar.


Mas Don me pagará caro por isso.
Eu estou vendo mais peitos aqui do que
poderia ter visto se tivesse comprado todas as
Playboys já publicadas.
Drake está sentado em um dos sofás de
couro e seus olhos encontram os meus. Ele
sorri erguendo a garrafa de cerveja em um
brinde silencioso, mas sem deixar que a
mulher de joelhos à sua frente pare o serviço
que está sendo prestado ao seu membro. Ou
seja lá o que ela esteja fazendo com a boca
perto do umbigo dele.
Reviro os olhos e mais uma vez deixo meus
olhos vagarem pelo bar. Merda! Vou ter um
trabalhão para arrumar tudo.
— Ela é tudo que você sempre quis, do tipo
que você se vangloria e leva para jantar à luz
do luar... — Don cantarola em meu ouvido,
fazendo com que me arrepie.
Tá. Eu confesso! Tenha uma quedinha por
Dominic, mas nossa amizade de anos impede
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a ambos darmos qualquer passo arriscado.


— Que surpresa não ver você com alguma
piranha colada em seu saco — digo
emburrada.
Ele solta aquela gargalhada que tanto amo,
rouca e exagerada, como se fosse um velho
fumante de setenta anos.
— Está tudo bem? Sabe que não precisa
ficar aqui, mas amo que esteja.
— Ah, tudo bem. Sabe, há uma grande
quantidade de peitos aqui.
Ele sorri. Mentalmente agradeço por seu
hálito não feder a todos os tipos de álcool
igual aos outros integrantes da banda.
Don está lindo. Os cabelos pretos como
sempre revoltos, os olhos azuis transmitem
sua rebeldia de astro do rock. Ele veste a
jaqueta de couro que dei em seu vigésimo
sexto aniversário, aquela que eu sei que tem
um furo no bolso direito, mas ele não vai se
desfazer de jeito nenhum.

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— Você não parece estar se divertindo —


comento.
Don olha orgia maluca que rola à nossa
frente.
— Não exatamente, mas aqui com você
vejo que posso. — Ele apoia a mão na parede
ao meu lado, inclinando o corpo.
Eu rio.
— Dooonn... — Geme uma ruiva apenas de
fio dental, ela corre até ele colocando a mão
em seu peitoral.
— Oi, Emily.
— Vamos, venha participar da festinhaaa.
Seguro a respiração encarando o rosto de
Don.
— Estou em ótima companhia.
A tal da Emily me mede da cabeça aos pés
e torce os lábios.
— Davi ficará feliz em fazer companhia para
você. — Don aponta para o amigo.

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Davi é o vocalista da banda. Também é o


que mais tinha dado problemas para os
meninos no início da carreira. Ele está jogado
na poltrona bebendo sua cerveja, seu cigarro
pendendo dos dedos com o famoso “Fuck”
tatuado nos nós de sua mão. E não se
surpreende quando Emily caminha sedutora
até ele sentando-se em seu colo, sem o menor
pudor.
— Venha, vamos nos sentar em algum
lugar tranquilo.
Don me puxa pela mão entrelaçando
nossos dedos, o que faz um formigamento
subir pelo meu braço. Merda! Ele, como
sempre, pula o balcão arrancando uma risada
minha ao errar o espaço e sair tropeçando.
As batidas altas de “How you remind me”
ainda podem ser ouvidas dentro do escritório,
mesmo com a porta fechada. Assim como o
cantarolar de Don.
1
— Prefiro você a Chad Kroeger cantando
essa música.
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Ele sorri e se joga no sofá de dois lugares.


— Você fala isso porque é minha amiga e
fã.
Dou de ombros.
— É... até que você tem talento. — Esboço
um sorriso e me sento ao seu lado no pequeno
sofá.
— Se estou aqui, é por você.
Um nó se forma em minha garganta.
— Eu?
— Quem foi que gravou o primeiro vídeo da
D’FIVE e espalhou pela internet?
— É, fui eu. — Sorrio.
Mordo o lábio inferior por um momento. De
uns tempos para cá, tem se tornado cada vez
mais difícil ficarmos sozinhos. Sempre fico
envergonhada e Don sempre me olha mais do
que o necessário. Isso é coisa da tua cabeça!
Ralho comigo.
Don passa o dedo indicador pelo meu
queixo virando meu rosto para ele e fazendo-
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me soltar o lábio que ainda está preso entre


meus dentes. Seus olhos estão fixos no meu,
mas eu sei que ele gira o anel de caveira no
dedo.
Dominic quebra nosso contato visual, pega
o violão que sempre está em meu escritório
apoiando-o na coxa esquerda.
— Estou imaginando esse sentimento preso
dentro de mim. Estou começando a me
arrepender, somente por nunca ter te
contado. — Canta.
Encosto mais no sofá admirando Don tocar
o violão, eu amo essa música. Além de um
excelente guitarrista, a maioria das músicas da
D’FIVE são compostas por ele e Davi.
— E agora, jogado nesse bar, vejo que
você é tudo que eu poderia pedir. Você nunca
mais ficará sozinha, todos seus sorrisos serão
meus e mesmo quando você chorar, eu vou
estar ali... Secando suas lágrimas com meus
beijos. — Don dedilha seu violão com extrema
paixão. — Então, se eu ainda não te disse

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nada, por favor, me abrace e me entenda por


meio das palavras que canto, como um tolo
apaixonado.
— Essa é uma das minhas preferidas.
Don sorri deixando o violão de lado assim
que termina de tocar a música.
— Nicky, eu preciso...
A porta do escritório se abre com violência,
interrompendo o que Don iria falar.
— Sabia que iria encontra-lo aqui.
— E aí. — Don resmunga.
— Pequena Nicky, tá uma gata hoje com
esse estilo roqueira.
— Obrigada pelo elogio, Dash. — Agradeço
rindo.
Dash é o mais espirituoso dos cinco, eu
ainda rio com suas piadas idiotas e seu
comentário de como ele acredita que os cinco
são anomalias apenas por terem nomes com a
letra “D”, ou como ele carinhosamente chama
a banda de “Os Diotas”.
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Dash é o que eu mais tenho contato, além


do Don. Não que eu não seja amiga dos
outros, nada disso. Mas eu sinto que tenho
mais intimidade e liberdade com eles. Dash é
como aquele irmão mais velho que vem nas
férias só para encher o saco, mas, quando vai
embora, você sente falta.
— O que você quer, Dash?
— Mich quer falar com a banda.
Don se afunda mais no sofá e apoia a
cabeça no encosto.
— Vamos logo, ninguém quer Mich bravo
por causa de sua preguiça, levanta esse saco
gordo daí.
— Você vai ficar bem? — Don questiona
olhando para mim.
— Sim, eu vou para casa. Já comemorei
bastante com a D’FIVE.
Ele concorda. Don sabe que eu odeio essas
orgias que alguns integrantes aprontam.
— Manda uma mensagem quando chegar.
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Eu tomo conta do bar.


— E limpe tudo!
— Pode deixar, colocarei todos para limpar.
— Don brinca dando um peteleco na orelha de
Dash.
Ele se vira saindo do escritório e me
deixando mais uma vez com os batimentos
cardíacos descompassados.

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Nicky

Seu amor por mim é real?


Uma única chance
Um único beijo
E tudo seria revelado
— D’FIVE

Largo minha bolsa no balcão da cozinha e


tiro os sapatos de salto antes de me jogar no
sofá. O encontro com Ryan até que foi
satisfatório, nada de tirar o fôlego, mas foi
legal. Ryan é um cliente do bar e sempre nos
vemos às sextas-feiras. Ele sai do trabalho e
fica comigo até que eu feche o bar e ontem
ele, finalmente, me chamou para sair e rolou
um beijo. Como disse, nada de mais.
Me sirvo um copo de suco e volto para a
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sala, na televisão passa um filme repetido e,


ao dar o primeiro gole, meu celular toca. Olho
para o visor abrindo um sorriso enorme. Don.
— Oi!
— Oi, princesa. Tudo bem?
Don sempre me liga quando está em turnê,
sempre contamos como está sendo nossa
semana.
— Tudo bem, mas, você sabe, dona de bar
não tem descanso.
— O melhor bar da cidade, li o artigo que
saiu no jornal. Uau! Você conseguiu, princesa.
Sorrio me sentindo o máximo.
— Sim! Mal acreditei quando vi a matéria.
Me conta, como está sendo a turnê?
— Movimentada, sabe como é: eu toco,
canto, elas gritam e lingeries voam. Tudo na
mesma.
Don sempre deixa de fora os detalhes das
pequenas festinhas que a banda dá após cada
show. Eu sei bem que essas mesmas mulheres
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que gritam e lançam suas roupas íntimas para


eles, são as que comparecem ao hotel em que
eles ficam hospedados.
— Quando é o último show? — pergunto
soltando um bocejo sem querer.
— Foi hoje. Mas ainda temos alguns shows
para fazermos perto de casa. Você está
cansada?
— Não, apenas acordei muito cedo. Estou
ansiosa pelo fim de semana, Alana vai me
cobrir no sábado e, enfim, vou poder ficar o
dia todo sem fazer nada.
— O que anda acontecendo com os homens
de Eugene, ninguém presta para alguma
coisa? — brinca.
— Eu tive um encontro.
Don fica em silêncio por um momento.
— Um encontro?
— É, com Ryan. Ele é cliente do bar.
— E aí?
— Nada de mais — respondo fazendo-o rir,
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ele nota o tom de decepção em minha voz.


— Espera um minuto, princesa! — pede e
escuto o telefone ficar mudo. Don deve ter
bloqueado o som.
A campainha do meu apartamento toca no
instante que ele volta rindo.
— Ainda está aí?
— Sim, agora você espere na linha porque
estão tocando a campainha.
— Tá bom.
Saio do sofá levando o telefone comigo,
destravo a porta e tiro o trinco do ferrolho.
Dou de cara com Don com o celular
pressionado entre o ombro e o ouvido, duas
caixas de pizza na mão livre e uma garrafa de
Tequila debaixo do outro braço.
— Ai, meu Deus!
— Surpresa?!
Solto uma gargalhada finalizando a ligação
e deixo o celular no aparador que tem perto
da porta. Libero a passagem para Don entrar.
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Ele caminha até a mesa de jantar, coloca as


pizzas e a garrafa sobre ela e se vira para
mim. Pulo sobre ele enlaçando minhas pernas
em sua cintura e os braços em seu pescoço. É
bom tê-lo de volta.
— Nossa que recepção — sussurra em meu
ouvido.
— Senti sua falta — confesso, enrolando
algumas mechas do seu cabelo entre meus
dedos. — Estão maiores.
— É.
Don me dá um sorriso de lado e examina
meu rosto. Tento não ficar olhando muito para
ele, afinal, não quero estragar nossa amizade
de anos com minha “paixonite”.
Eu preciso controlar os leves tremores que
sua presença e sua voz rouca provocam em
mim. O sorriso de Don vacila e suas narinas se
alargam, ficamos assim, parados por um
instante, apenas nos encarando.
— Podemos comer a pizza e tomar algumas
doses de tequila? — pergunta já soltando
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minha cintura para que eu fique de pé


novamente.
— Claro, espero que tenha trazido minha
predileta — brinco fazendo o clima ficar
confortável.
— Lógico que trouxe.
— Vou apenas trocar de roupa, você
arruma as coisas? — indago, sumindo pelo
corredor.
Assim que entro em meu quarto, fecho a
porta e me encosto nela. A respiração, que
tanto tentei controlar, sai de forma irregular.
Tiro a calça jeans e a blusa, visto o short do
pijama e uma regata. Respiro fundo várias
vezes antes de sair do quarto.
Don já arrumou as caixas de pizza sobre a
mesinha de centro, assim como os copos para
a tequila. E está sentado confortavelmente em
meu sofá cinza.
Sento ao seu lado colocando os pés no
sofá.

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— Então, o que vai ser? Netflix? CSI?


Telecine? Você escolhe dessa vez.
— Que tal Shadowhunters?
O sorriso de Don se alarga.
— Eu perdi a segunda temporada inteira
nessa viagem.
E entramos na rotina de sempre, ele em
uma das pontas do sofá e eu na outra. O
notebook transmitindo o programa para a
televisão.
Comemos metade das pizzas e, a certa
altura, a tequila seguiu pelo mesmo caminho
que o nosso jantar. Don deixa nossos pratos
sobre a mesa de centro e puxa as minhas
pernas para cima de suas coxas enquanto se
ajeita vendo a série.
Controlo o formigamento e o calorzinho
gostoso que reverbera pelo meu corpo com
seu o toque, fico olhando para a televisão
como se não estivesse percebendo nada.
Como se a cena de luta entre Valentim e Jace
realmente atraísse minha atenção, ao
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contrário do fato das mãos de Don estarem


sobre minhas pernas.
Ajeito o corpo sobre as almofadas e olho de
relance para o seu rosto. Vejo a curva perfeita
que o lábio superior de Don faz e me pergunto
se ela é tão macia quanto aparenta ser.
Volto meus olhos para a TV e tomo mais
um gole da tequila, sinto a bebida descer
rasgando por minha garganta. As pontas dos
dedos de Dominic brincam em minha
panturrilha, seu toque é tão leve que por
vezes mal sinto seus dedos tocarem a minha
pele.
Meu corpo volta a estremecer quando as
pontas dos dedos de Don sobem para as
minhas coxas.
— Diga para eu parar!
Viro o rosto e vejo que ele me encara. E,
mesmo na quase penumbra de minha sala,
contemplo seus olhos azuis e isso faz meu
coração bater como um louco.
Mesmo com todas as dúvidas dentro de
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mim eu não quero que ele pare. Amo Dominic


desde o momento que o vi tocando na
garagem de sua casa. Nossa amizade é
preciosa para mim, eu estragaria tudo se
confessasse meus sentimentos. Por isso não
disse nada.
Minha boca está seca e não permite que
saia nem um fio de voz, por outro lado estou
totalmente sedenta para sentir os lábios dele
nos meus.
Deixo que ele mergulhe mais em meu
corpo, chegando ao limite do meu short. Sua
respiração está rápida, seu olhar focado no
meu.
— Me peça para parar, Nicky... — repete.
Eu sei que se pedir para que ele afaste,
Don irá se conter e tirar suas mãos de mim.
Não é isso que meu corpo e meu coração
martelando forte em meu peito, pedem.
— Eu... Eu não posso — sussurro, criando
coragem.
— Por quê?
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— Eu...
Don sobe a mão para o meu quadril, seu
corpo já pairando sobre mim, minhas pernas
sendo afastadas para que ele avance mais.
Cada vez que ele fala, seu corpo avança mais,
me fazendo estremecer e os olhos azuis dele
brilharem.
— Eu quero isso.
Pronto. Eu disse, confessei meu sentimento
por Dominic Ward.
Don não me dá a chance de falar mais
nada, suas mãos agarraram com força minha
cintura puxando meu corpo para o seu e sua
boca toca a minha. Esses lábios pelos quais eu
ansiei tanto tempo e o doce sabor de tequila
misturado com o de Don, são bem melhores
do que o desejo que sempre assombrou meus
pensamentos mais secretos.
Agarro seus cabelos, me ancorando em seu
pescoço. E descubro, no instante em que a
boca dele toca a minha, que tudo irá mudar.
Que seguirá um caminho diferente, onde Don
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é, realmente, o dono do meu coração.


No mesmo momento em que a língua de
Don trava uma batalha deliciosa com a minha,
me instigando a beijá-lo com mais paixão e
desejo, o corpo dele estremece, suas mãos
tocam minhas costas por dentro da regata
fazendo com que ela fique enrolada sobre
meus seios. Seu beijo é ardente, meu corpo
está quente e desejoso, agarrando qualquer
parte que minhas mãos alcancem de seu
corpo.
Don interrompe o beijo, seu hálito batendo
em meu rosto, aproximo minha boca da sua e
sugo sua língua fazendo-o gemer em minha
boca.
Quando ele me olha, vejo a confusão pintar
seus olhos. Don apoia a testa na minha,
respirando fundo para controlar a respiração.
— Isso foi errado, puta merda! — Arfa. —
Nicky, eu... Puta merda.
— Don...
Meu corpo reclama frustrado, eu quero
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muito mais dele. Minha pele está a ponto de


pegar fogo, me sinto febril e não gosto nada
de sentir o calor e o formigamento me
abandonando aos poucos, assim como suas
mãos.
— Caralho, Nicky, isso foi muito errado! —
resmunga.
Fica de pé e me olha por um instante, pega
o celular e a carteira sobre a mesa de jantar e
sai do meu apartamento. A batida forte, da
porta, vibra por toda casa. Não me mexo. Meu
coração está se partindo. Eu estraguei tudo!
Devia ter parado quando ele pediu. Eu devia
ter negado.
As pontas dos meus dedos tocam meus
lábios ainda inchados pela ferocidade do beijo.
Merda!

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Dominic

As luzes giravam por todo o lugar e a


fumaça flutuava pelo palco criando todo um
efeito junto com os acordes que eu tocava na
guitarra, produzindo uma melodia perfeita que
enlouquecia o público.
Dylan girava as baquetas nos dedos,
jogando-as para o alto. Davi soltou o cabelo
deixando que ele caísse por seu rosto e por
suas costas atraindo a atenção e mais alguns
gritos das garotas.
Dash acrescentava o fundo proporcional
para a música juntamente com Drake. A luz
girou mais uma vez pelo Central Rock parando
sobre mim, então realmente comecei a tocar,
elevando o som e me preparando para cantar
a música que nos fez ser quem somos hoje.
Essa música foi feita para a Nicky, mesmo
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que ela não soubesse. Era sobre como me


senti quando coloquei os olhos nela. Quando
eu tocava e cantava essa música era como se
estivesse sozinho; todos à minha volta sumiam
e imediatamente a figura de Nicky surgia
sorrindo diante de mim.
A canção falava sobre o meu amor, mesmo
que fosse apenas meu. Ela era minha amiga.
Apenas amiga. Mesmo que eu quisesse ser
bem mais que isso.
Abri os olhos cantando como se ela pudesse
me ouvir mesmo que estivéssemos a
quilômetros de distância, era como se eu não
estivesse aqui cantando para uma plateia de
mais de mil pessoas, nesse show especial para
as nossas groupies. Era como se estivesse
com ela, sentado em seu bar, escutando ela
cantarolar junto comigo e sua voz me
atingindo como mel derretido. Doce e suave.

Estou imaginando
esse sentimento preso dentro de mim.

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Estou começando a me arrepender,


somente por nunca ter te contado.

Dash caminhava pelo palco até parar ao


meu lado e, encostando suas costas nas
minhas, seguia seu solo causando um frenesi
na multidão. Nossa performance era muito
bem ensaiada e executada para levar as fãs à
loucura.

Você nunca mais ficará sozinha,


todos seus sorrisos serão meus e
mesmo quando você chorar,
eu vou estar ali...
Secando suas lágrimas com meus beijos.

Os gritos aumentaram quando eu e Drake


tocamos juntos o refrão final, levando todos
ao delírio. A D’FIVE era conhecida nos quatro
cantos do país e era isso que estávamos
comemorando essa noite. Era como se um
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filme passasse por minha mente: os primeiros


ensaios, as brincadeiras na garagem de casa
ou as noites em que íamos apreciar as outras
bandas tocando e voltávamos travados de tão
bêbados.
O que começou com um vídeo inocente
enviado para o YouTube, nos rendeu um
sucesso imenso e nosso lugar na Billboard.
Nos juntamos no meio do palco quando o
show acabou, em meios aos gritos de “Toca
mais”.
— Central Rock! — gritou Davi. — Muito
obrigado por essa noite. Amamos vocês!
— D’FIVE! — gritamos juntos quando as
luzes se apagaram.
Quando deixei meu camarim seguindo para
o camarim central, já conseguia ouvir as
risadas de algumas groupies enlouquecidas.
— Meninas, olhem quem veio se juntar a
nós.
Bati meu punho no de Drake, sendo

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agarrado pelo pescoço pela ruiva.


— Temos que seguir viagem — anunciei.
— Por que tão cedo? — Dylan reclamou
com duas meninas sentadas em seu colo, uma
em cada perna.
— Marcamos a comemoração no bar da
Nicky.
— Uhul! Nicky! — Dash surgiu na sala
ajeitando a calça com um sorriso
desavergonhado no rosto e, logo atrás, uma
garota arrumando a minissaia de couro. —
Alguém quer ir logo para Oregon.
— Cala boca, Dash!
— Eu só saio daqui se puder levar algumas
conosco — declarou Davi.
As meninas soltaram gritinhos animados.
— Eu posso ir, Don? — Emily praticamente
ronronou em meu pescoço.
— Ajeitem tudo com Mich, eu não tenho
nada com isso.
No fim eles acabaram convencendo Mich e
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nossa produtora, como em todas as vezes que


algumas das groupies nos acompanharam
para Eugene. Nosso ônibus de turnê era uma
zona, mas o que esperar de cinco homens
viajando juntos? Uma guerra.
— Achei meu astro do rock.
Emily era um verdadeiro pé no meu saco.
Desde o show em Chicago que ela grudou em
mim como um carrapato. Tudo bem, ela era
gostosa, uma ruiva de arrasar, peitão, bunda
legal. Mas foi apenas uma transa e tenho
certeza que eu mal dei tudo de mim de tão
bêbado que estava.
— Estava procurando por você.
— Estou descansando.
— Pensei que iria gostar da festinha que os
meninos estão fazendo lá na frente, mas
podemos começar uma aqui mesmo... — Emily
tirou a blusa revelando os seios sem sutiã. —
particular.
Cocei a cabeça bagunçando um pouco o
cabelo.
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— Emily, para.
Ela abriu o botão da calça revelando sua
calcinha.
— Deixe de besteira, Don, vamos curtir.
Desviei o rosto quando ela tentou me
beijar, sua boca parando em meu pescoço e
me dando uma lambida sensual.
— Emily, chega. Eu disse não!
Ela se afastou olhando para mim, seu olhar
se tornando cheio de ódio.
— Você é um babaca, Dominic. Eu vim de
Chicago por você.
Arqueei a sobrancelha em descrença. Eu
juro que não queria ser grosso, porém, ela
estava pedindo.
— Não fode, Emily! Eu não pedi que viesse.
Você sabe que não existe nada entre nós.
Você faz parte de nosso fã clube e teve uma
noite comigo. Nunca te prometi nada, deixei
bem claro que estava bêbado aquele dia.
— Você é ridículo!
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— Agora sou ridículo por ser sincero? Na


mesma noite você fodeu com Davi, isso se não
transou com os outros também.
Emily pegou a blusa saindo sem colocá-la,
batendo a porta com força atrás de si.
Uma batida na porta me fez abrir os olhos.
— Parece que alguém irritou a ruiva. —
Dylan disse entrando no quarto.
— Não estou a fim e ela veio forçar a barra.
Coloquei o braço sobre o rosto ignorando
meu amigo.
— Por que você ainda não assumiu seu
sentimento para a Nicky, cara?
Tirei o braço encarando meu amigo. Ele
estava tranquilo tomando sua cerveja, a calça
pendendo na cintura o que indicava que já
tinha se “aliviado” com alguma das garotas
que trouxe para o ônibus.
— Ela é uma boa pessoa. — Continuou.
— Esse é o problema cara, ela é boa
demais. Em todos esses anos eu nunca me
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permiti olhar para ela além do limite da nossa


amizade. Não sei o porquê comecei a fantasiar
com ela, não foi assim nem quando a vi,
sorrateiramente, colocando a roupa.
— Mas as coisas mudaram. Nicky não é
mais a menininha que era. Ela tá um
mulherão, cara.
— Dylan! — adverti.
Ele soltou uma risada.
— Pense nisso, apenas pense, mano. E
tome cuidado com Emily, ela está mais para
uma cobra peçonhenta.
— Vou tomar. Quem a trouxe para o
ônibus?
— Davi.
— Depois vou falar com ele, quero ela
longe.
Dylan tomou mais um gole de sua cerveja.
— Não acho que ela dará trabalho essa
noite. Os meninos estão brincando de “Body
Shot”.
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Sorri balançando a cabeça, isso terminaria


com metade das pessoas nuas.
— Não quer participar?
— Não, estou bem aqui.
— Beleza, cara. — Dylan disse saindo.
Ela não se afastou. Não mexeu um músculo
sequer quando minhas mãos começaram
pequenos carinhos em sua perna. Eu tinha
agido como um leão perseguindo a presa, eu
me acerquei dela.
Se ela fizesse uma negativa, um movimento
de recuar ao meu toque, eu pararia. Eu havia
prometido a mim mesmo que ela era mais
importante que o desejo correndo por minhas
veias. O problema é que agora não era apenas
a confirmação de que meu corpo desejava
Nicky, mas meu coração.
Eu me deliciei com cada pequeno tremor
que correu por seu corpo. Eu estava sedento
por seus lábios, me sentia embriagado por sua
língua.

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Merda! Eu deixei isso ir longe demais, eu


não passo de um babaca, mesmo ela não
tendo negado. Sou um completo babaca.
Tomo o último gole da vodka e jogo a
garrafa do outro lado, observando a paisagem
de Oregon pela janela do quarto.
— Deixe-o em paz. — Escuto a voz de Dash
do outro lado da porta.
— O que aconteceu? — Dylan questiona.
— Ele chegou com uma garrafa de vodka e
dizendo algo sobre ter feito merda com Nicky.
— Dash explica.
Será que eles não perceberam que eu
posso escutar?
— Melhor deixar Don em paz por hoje,
amanhã conversamos com ele. E também
precisamos descansar, estaremos indo para
Nova York no final de semana. — Davi
decreta.
Saio da frente da janela e me jogo na
cama, destravo meu celular e vejo que tem

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duas mensagens de Nicky.

“Desculpe, eu devia ter parado.”


“Don, me perdoa”

Merda, ela está achando que a culpa é


dela? Droga, Dominic, você só faz merda!

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Nicky

É, desta vez eu sei


e não há dúvidas em minha mente.
Até que minha vida se acabe,
Garota, vou te amar pra sempre
— D’FIVE

Aceno para Alana que limpa o balcão do


bar.
Ela se aproxima jogando o pano no ombro.
Alana tinha se tornado uma grande amiga,
além de tomar conta do bar quando eu preciso
sair.
— Bom dia, Nicky, você está com uma cara
péssima.
— Tem café?
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Ela ri e busca a garrafa térmica.


— Passou do ponto ontem com o cliente
bonitão?
Ah, se ela soubesse!
Dou de ombro e sorvo um longo gole do
café. O som está alto tocando “Moves Like
Jagger” e Alana balança o quadril no ritmo da
música.
— Acho que você teve uma excelente noite
— comento rindo dela dançando em plena oito
horas da manhã.
— Adivinha quem está na cidade? Ah,
lógico que você já deve saber.
— Não, quem? — Me faço de desentendida.
— D’FIVE. Cara, eu sou louca pelo Drake,
apesar de que o Dylan não é de se jogar fora.
— Eu preferiria o Dylan — comento. —
Drake é um canalha.
As imagens da comemoração que a banda
fez no bar vieram em minha mente. Drake era
como jogar um quilo de milho para o alto, eu
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tenha certeza de que ele tem um código de


barras gravado na pele. Os blogs e revistas de
fofoca adoram falar sobre sua canalhice,
mostrar sua bunda ou como a calça de couro
que ele usa nos shows deixam suas “partes”
em total evidência.
— Astros do rock, baby. Você jamais vai
esperar que eles sejam santos, isso é o que os
torna ainda mais sexy.
— Mudando de assunto, como foi ontem?
Tudo ocorreu bem?
— Não, não! A D’FIVE irá fazer um show
em Nova York, você bem que podia conseguir
um convite com seu amigo Don. Eu assumo o
bar por três fins de semana. — Tenta
barganhar.
— Nova York?
— Por favorzinho. Cara, eu daria tudo para
visita-los no camarim.
— Eu sei bem o que você pensa em dar —
comento fazendo Alana rir.

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— Bobinha, isso também. A vida é curta e


quando eu morrer a terra é que vai comer
mesmo — diz dando uma piscadela.
— Que horror, Alana.
— Que foi?
— Pelo visto, você e Drake têm muito em
comum. — Ela gargalha. — Vou ver o que
consigo fazer. — Sorrio.
O sino da porta nos faz interromper as
risadas olhando para o visitante. Ryan.
— Gatinha! — fala com um amplo sorriso.
— Ry, bom dia. Você não deveria estar no
trabalho?
— Sim, mas como seu bar fica no caminho,
decidi dar uma passada.
— Eu vou deixar vocês a sós. Não se
esqueça de pedir os convites. — Alana pede e
segue para o outro lado do bar.
— Convites?
— Alana quer ir à Nova York no show da
D’FIVE.
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— Cara, eu sou muito fã deles.


Eu quero mesmo é revirar os olhos. Justo
hoje que eu não quero falar sobre eles, todos
à minha volta decidiram que vai ser o assunto
principal. Distribuo mais um sorriso, hoje estou
gastando a minha cota.
— Espera aí, você é amiga da D’FIVE? —
pergunta, incrédulo.
— Sim.
— Uau! Quem sabe eu possa acompanhar
vocês no show, acho que os ingressos já
devem estar esgotados, mas posso tentar
conseguir alguns.
— Relaxa, eu vou falar com Dash.
— Dash Tunner? Gata, você está realizando
um sonho, quero muito conhecer esses caras.
— Claro. Você pode ir com a gente.
Pronto, era tudo que eu queria.
Quando Ryan foi embora e Alana para sua
aula de spinning, verifiquei meu celular. Don
tinha lido as mensagens, mas não respondeu
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nenhuma, o que fez meu coração pesar no


peito.
Procuro nos contatos o telefone do Dash.
— Pequena Nicky!
— Oi, Dash.
Sinto minha garganta se fechando e minha
língua coçando para perguntar sobre Dominic,
mas fui o mais breve possível ao pedir os
convites.
— Claro que arrumo uns convites, pequena.
Quantas amigas gostosas virão com você?
— Apenas três convites.
— Vou enviar por e-mail assim como a
autorização para você retirar a credencial da
área VIP.
— Obrigada, Dash! Nos vemos em breve.
— Com certeza, pequena. Vocês vão
precisar das passagens também? Acredito que
Don me mataria se eu não ajeitasse isso.
— Não, já temos como ir. Dash?

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— Manda!
— Não fala nada para o Don, acho que ele
não quer me ver ultimamente.
Dash solta uma gargalhada do outro lado
da linha.
— Pequena, acredito que você esteja
errada, mas vou guardar seu segredinho.
— Obrigada, Dash, até mais.
Respiro fundo e olho para o nada. Eu não
sei se estou pronta para dar de cara com Don.
O e-mail de Dash chega em poucos minutos
com os três convites e mais as credenciais
para ficarmos na área VIP. Alana com certeza
surtará.
Durante três dias encarei o silêncio de Don.
As notificações do Google informavam os
passos da D’FIVE, eu tinha assistido a
entrevista para o The Late Show, e suspirei
com cada sorriso e passada de mão no cabelo
que Dominic dava.
E quando o apresentador perguntou se

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algum deles estava apaixonado, todos riram e


olharam para Don, que ficou vermelho e disse
que para cantar um bom rock ele sempre
estaria apaixonado pela melodia que saia de
sua guitarra.
O pior de tudo foram as oito horas
aguentando dois fãs neuróticos falando tudo e
mais um pouco sobre os garotos. Ryan tinha
sentado ao lado de Alana e ambos entraram
numa disputa sobre “quem conhecia melhor a
D’FIVE”.
O show estava marcado para às vinte horas
do sábado. Iríamos assistir ao show, descansar
e voltar no domingo. Eu não poderia ficar com
o bar fechado por muitos dias e tirando Alana
e Don, não havia ninguém de confiança para
tomar conta dele.
A entrada do Brooklyn Steel tem uma fila
quilométrica, mas Dash me informou no e-mail
que é só apresentar as credenciais que
tínhamos trocado mais cedo para entrarmos.
— Uau! Ainda não acredito que estou aqui.

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— Pois pode acreditar. Isso está lotado —


digo mostrando as credenciais para o
segurança do tamanho de um gorila na porta.
— Podem entrar e tenham um bom show.
Ryan me dá um selinho quando passo a sua
credencial, me deixando sem jeito.
— Dash disse que tem uma área VIP
reservada para nós.
Os camarotes superiores já estão cheios
assim como a pista está ficando, Peter —
chefe da segurança da banda — assim que me
vê passando pelo bar montado na lateral da
pista, faz sinal para o seguirmos. Ele nos deixa
dentro da área VIP e estamos praticamente
colados ao palco.
Algumas fãs ao nosso lado já gritam
empolgadas esperando a hora em que os
garotos entrarão no palco.
Depois de meia hora, o apresentador surge
no meio do palco e é recebido com gritos e
mais gritos da multidão. Faz muito tempo que
não vejo um show da D’FIVE, com o sucesso
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que meu bar vem fazendo, acabo tendo uma


vida corrida. Mesmo sabendo do sucesso que
eles estão fazendo eu nunca senti na pele o
que era estar ali, com as fãs gritando
ensandecidas e a multidão clamando por eles.
É sensacional.
— Vocês querem a D’FIVE? — grita o
apresentador fazendo a plateia delirar ainda
mais.
— Que tal o Dash? — pergunta e recebe
mais gritos histéricos.
— Dylan ou Drake? — Algumas meninas
perto de nós gritam e pulam, assim como
Alana.
— Que tal poder tocar com Don?
As fãs enlouquecem. Eu já tinha visto que
nos shows os meninos sempre se revezavam
com uma fã no palco, o que levava o restante
das fãs ao choro e pedidos de “olha para mim”
“casa comigo”. Era engraçado. Ao menos eu
pensava assim, mas agora estou aqui perto
deles e pode ser que veja Don deixar uma fã
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maluca passar a mão por seu corpo.


— Gatinha, vou pegar uma bebida para
nós. Alguma preferência?
— Uma água.
Ryan sorri, beija brevemente minha boca e
some no meio da multidão em direção ao bar.
— Que foi? Ele é apenas um rostinho
bonito? — Alana pergunta gritando perto do
meu ouvido.
— Ele é legal.
— Mas não é quem você realmente quer —
afirma olhando em meus olhos.
Abro a boca para responder duas vezes,
mas nas duas tornei a fechar, preferindo o
silêncio.
— Brooklyn Steel, se preparem... Aí vem
eles! — grita empolgado o apresentador.
O palco se apaga por completo e apenas
um foco de luz ilumina o fundo do palco, a
fumaça sobe e a plateia se agita.
— D’FIVE! — O apresentador anuncia.
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Eu vou sair surda daqui. É surreal, a


multidão grita pelos garotos, chamando e
assobiando. Eu posso sentir a energia tocando
a minha pele.
As luzes do palco piscam todas juntas e um
por vez vai entrando no palco: Dash ajeita a
guitarra; Dylan faz algumas batidas na bateria;
Davi entra com o microfone e cumprimenta o
público; Drake toca algumas notas no
contrabaixo. Tudo se silencia e os primeiros
acordes começam a ser tocados e então surge
Don tocando seu solo na guitarra.
Assim que ele pisa no palco meus olhos
grudam nele, nem quando Ryan entrega
minha água eu desvio o olhar.
Don está lindo, a calça preta rasgada
abaixo da cintura, a jaqueta de couro surrada
aberta deixando o peitoral malhado e definido
à mostra.

Eu tenho a sensação que cometi alguns


pecados,

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cobicei um anjo e isso não é o correto a se


fazer.
Vou perguntar educadamente se o diabo
precisa de uma carona, porque o anjo que
seduzi não vai sair comigo esta noite.

A plateia canta “Sin” junto com Davi a


plenos pulmões.
Sinto Ryan colocando seu braço em volta
da minha cintura e quanto mais eu tentava me
desvencilhar, mais ele vem para cima.

Estou perto de sua casa, eu sinto o cheiro


do meu anjo, você está saindo escondida.
Anjo, você é pecado, mas desse pecado eu
não
vou me livrar nunca mais.

Don se afasta indo até Dash, sussurra algo


em seu ouvido enquanto eles tocam juntos.

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Meu coração para quando Dash sorri e indica


onde estou para Dominic. Seus olhos seguem
os de Dash e enquanto ele toca os últimos
acordes de maneira frenética eu percebo que
estou igual à mocinha da música.

Fuja meu anjo,


se você sabe o que é bom pra você
Fuja das minhas garras
Porque, quando eu te pegar, você estará
assumindo um risco muito grande.

A plateia pula eletrizada pela música e vejo


raiva nos olhos de Don e não sei como explicar
o que ele está vendo. Eu, sendo agarrada por
trás por Ryan enquanto ele toma alguns goles
de sua cerveja e em alguns momentos beija
meu ombro.

Você está ao meu lado, você gosta do perigo.


Sua mão entre meus joelhos
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Anjo, controle-se.

Perigo, perigo, pecado.


É difícil me controlar quando você está
respirando no meu ouvido.

Então venha, querida, veja o que você


provocou.
Veja os problemas em que nos metemos,
meu anjo perverso.

— Boa noite, Brooklyn Steel! — Davi diz


abrindo os braços para a plateia.
Dash sussurra algo para Don, logo Dylan
me vê na plateia e também entende o porquê
Dominic tinha ficado tão fora de si.
— Obrigado por estarem essa noite
conosco. — Drake vai para a frente do palco
evitando que as pessoas percebam o pequeno
descontrole do guitarrista, enquanto Dash e
Dylan conversam com ele no fundo do palco.
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— Drake, você reparou na quantidade de


mulheres lindas que temos hoje? — Davi diz
se abaixando no palco para mexer com uma fã
do outro lado.
— É, Davi, hoje será difícil escolher apenas
uma para o palco.
As fãs gritam e pulam descontroladamente.
A distração está feita.
Quando Dash, Don e Dylan assumem seus
lugares, novamente, estão sorrindo. Mas vejo
que para Don aquilo é apenas uma máscara,
ele me questiona com o olhar. Eu sinto o peso
sobre mim.
— Don está estranho, né? — Alana
comenta em meu ouvido fazendo com que
Ryan se afaste.
— É! — respondo sentindo um nó na minha
garganta.
Don me encara por mais um segundo, vira
as costas indo até o canto do palco e troca
algumas palavras com Mitch, toma um longo
gole de água e volta.
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Ryan avisou que iria ao bar novamente,


mas acaba não retornando. Eu não me
surpreenderia se ele tivesse ficado preso no
meio da multidão.
O show continuou com perfeição, eles
sempre foram incríveis no palco, num
determinado momento uma fã subiu correndo
no palco e agarrou Dash, impedindo que ele
continuasse tocando. Quando os seguranças
foram tirá-la de cima dele, Dash deu um
selinho nela o que fez a plateia gritar e a
banda rir de sua atitude.
Olho em volta tentando ver se avisto Ryan,
mas é impossível com a quantidade de
pessoas presentes aqui e estou começando a
me preocupar. Pego o telefone e vejo que tem
algumas ligações dele e uma mensagem.

“Um imbecil derrubou cerveja em mim e


quando o segurança surgiu para ver o
que estava acontecendo me viu sem a
credencial. Não sei como isso aconteceu.
Mas espero vocês no hotel.”
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Olho para Don que sorri tocando


tranquilamente. Filho da mãe, ele é o culpado.
Após uma hora de show e os meninos já
estarem sem camisa, o que fez com houvesse
uma chuva de calcinhas e sutiãs no palco, eles
encerram o cover do Bon Jovi “Blaze Of Glory”
Davi se aproxima da frente do palco com
uma calcinha pendurada na cabeça.
— Só temos tempo para mais uma música,
qual é o pedido de vocês?
Sem demora a maioria dos fãs grita:
— “Love in Dark”.
Dash e Drake estão sentados no pequeno
degrau onde a bateria está montada, no fundo
do palco.
— Vocês querem “Love in Dark”? — Todos
gritam aprovando. — Ah, não sei se vocês
merecem. O que você acha, Don?
Don sorri passando a língua nos lábios de
forma maliciosa e a mulherada enlouquece
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novamente. Don dá de ombros e segura o


microfone que Davi usa. — Então eu preciso
achar uma mulher adorável para vir aqui no
palco.
Os integrantes da banda deixam Don
dominar o palco. Ele vai até o produtor e pega
uma banqueta alta, volta e a coloca no centro
do palco. Ajeita o microfone na sua altura e
troca a guitarra pelo violão.
Ele olha para a plateia examinando suas
opções e quando as mulheres já estão no nível
máximo de excitação, seu olhar para sobre
mim.
— Você, morena bonita. Suba aqui.
Que bela sacanagem, Dominic!
— Puta que pariu, amiga! Você vai ter um
momento sexy com o Don. — Alana grita.
A plateia aplaude incentivando para que eu
suba no palco. Peter aparece tirando uma das
proteções da área VIP para que eu passe.
Don coloca o violão para trás e me puxa

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para cima pela cintura, colando nossos corpos.


— Don... — sussurro.
Ele esboça um sorriso satisfeito e me leva
até o microfone.
— Qual o seu nome?
— Nicole — gaguejo.
— Você toca violão, Nicole?
Sua voz combinada com o olhar dele
travado ao meu são capazes de fazer meu
corpo inteiro esquentar e tremer.
— Não.
Mas isso ele sabe. Cretino!
— Não tem problema, será ainda mais
delicioso.
As mulheres gritam sem parar, todas
queriam estar onde estou. Aposto todo meu
ganho do mês que elas dariam qualquer coisa
para estarem aqui.
Ao invés de Don passar a faixa de couro
pelo meu ombro, ele me fez ficar entre o

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violão e ele. Meu corpo se arrepia inteiro ao


sentir suas mãos percorrerem minha cintura,
braços e segurar o violão.
Don retira meu cabelo do pescoço liberando
o acesso para ele, sinto sua respiração perto
de meu ouvido e ele inala meu perfume.
Seus dedos correm pelo instrumento, a
multidão acende seus celulares ou isqueiros,
levantando os braços e fazendo a iluminação
do lugar além da luz roxa que banha as
minhas costas.
Don começa a tocar a melodia doce da
música, fazendo com que eu sinta a vibração
de cada acorde.

Por favor, fique onde está.


Você me corroeu com seu sorriso, com sua
doçura.
Não posso mais te amar no escuro,
sempre parece que temos oceanos entre
nós.

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Mas tudo mudou, baby.

Seu peito vibra em meu corpo, sua voz


rouca em meu ouvido cantando essa música.
Deus!

Você me deu algo que não posso viver sem,


você sempre foi meu mundo,
agora está tão claro.

Preciso te sentir de dentro para fora,


seu nome é minha oração e seu coração meu
lar.
Eu não posso, eu não posso
te amar no escuro.

Mas se não sente o mesmo,


Tire os olhos de mim para que eu possa partir.
Tem tanto espaço entre nós.
Mas se você me ama, me deixe quebra-lo.
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Você me deu algo que eu não consigo viver


sem,
não posso nem imaginar viver sem um sorriso
seu.

Eu não posso, eu não vou...

Me peça para ficar,


porque eu não vou mais amá-la no escuro.

Você me deu algo que eu não consigo viver


sem,
Tudo mudou, baby

Don vai tocando os últimos acordes e


finaliza a canção, a plateia demora alguns
segundos para explodir novamente. Ele retira
o instrumento de nós, passa para Dash que dá
uma piscadinha para mim.
Meus olhos estão colados nos de Don, meu
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corpo inteiro está arrepiado. Ele crava seus


dedos em meu cabelo firmando minha cabeça
enquanto seus lábios descem sobre a minha.
Sua língua pede passagem, e permito sem
lutar.
Sinto a pulsação do sangue em meus
ouvidos e escuto ao fundo a plateia gritando.
Agarro seu pescoço trazendo-o mais para
mim, mal me importando que seu corpo está
suado. Eu só desejo que esse beijo se
prolongue, que sua língua continue enroscada
na minha, com medo de que ao nos
separarmos tudo voltará ao estranhamento
que sentimos.
Don desce uma das mãos para minha
cintura e crava os dedos em meu quadril, sinto
sua ereção na calça justa e meu corpo
esquenta ainda mais e, antes que eu o
impeça, descola sua boca da minha.
— Nicky... — Estou sem ar. — Venha
comigo.
Don me puxa para fora do palco correndo

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pelo corredor até os camarins, ao longe escuto


a banda se despedir do público em meio a
toda euforia, anunciando que o próximo show
será em Londres.

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Dominic

Por todo o caminho até meu camarim eu


tive medo.
Medo de que ela percebesse a loucura por
trás de tudo e me deixasse, eu nunca havia
ultrapassado os limites com Nicky e agora eu
tinha jogado todos no lixo.
Para mim esse show seria apenas mais um,
passei a tarde com os caras, relaxando,
quando Dash veio sorrindo do seu quarto
avisando que teríamos a presença de Nicky no
show.
Fazia uns bons anos que ela não conseguia
nos acompanhar em um show, mesmo eu
tendo enviado diversos convites a ela. No
fundo eu entendia, ela tinha uma vida corrida
e seu bar sempre foi sua prioridade.

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— Nicky?
— Sim, ela pediu convite para ela e duas
amigas.
— Opa! Carne fresca! — exclamou Drake,
que logo recebeu uma olhada feia. — Que
isso, Don, eu disse sobre as amigas, todo
mundo sabe que a Nicky é sua.
Minha...
Nicky e “minha” não eram tão usuais na
mesma frase. Mas será que poderiam ser?
Afinal, ela estava vindo.
Confesso que estava ansioso, eu queria vê-
la, mesmo sendo insano eu caçar os olhos
castanhos dela pela multidão que nos
aguardava no palco. Porém, foi exatamente o
que fiz assim que pisei no palco. Enquanto
tocava o solo tão conhecido e gravado em
minha mente de “Sin”, eu procurava pela
multidão os olhos que tanto queria ver.
Aproveitei minha performance com Dash
para questionar onde ele tinha colocado Nicky
e suas amigas. Foi uma surpresa de merda ver
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ela junto com uma amiga e um cara agarrado


em sua cintura no meio das nossas groupies.
O sangue ferveu vendo a ousadia daquele
cara.
Terminei meu solo comendo Nicky com os
olhos. Eu sabia que ela estava com vergonha,
mesmo não conseguindo ver seu rosto com
perfeição por causa das luzes que dançavam
pelo Brooklyn Steel. Sabia que suas bochechas
estavam mais vermelhas que dois pimentões.
— Sua água.
Tomei um grande gole d’água que Mich me
entregou em meio a elogios de nossa
apresentação.
— Peter, preciso de um favor — pedi ao
chefe da segurança.
— Claro, Don.
— Sabe aquele cara que está com a Nicky?
— Sim.
— Na primeira oportunidade tire-o daqui.
Eu sabia que não estava agindo da maneira
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racional, mas a essa altura já não estava me


importando com mais nada. A não ser em
afastar aquele “elemento” de perto da minha
garota.
— Quer que façamos isso agora? — Peter já
segurava seu ponto de comunicação com os
outros seguranças.
— Não, nada na frente da Nicky. Ele vai sair
de perto dela em alguma hora. Está bebendo
como um gambá.
— Pode deixar, vou cuidar disso
pessoalmente.
Como eu disse, eu não estava pensando. Só
me aproveitei das oportunidades que sugiram.
— Don!
— Venha! — respondo fechando a porta do
camarim e puxando seu corpo para o meu, eu
preciso sentir o gosto de seus lábios nos meus
novamente.
Olho para seu corpo, cobiçando cada parte
dele. Ela está linda, tiro sua jaqueta de couro

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e contemplo a regata preta colada aos seus


seios e à cintura delgada. Eu adoro quando
Nicky se veste como uma garota má, de preto
da cabeça aos pés.
Meu olhar varre seu corpo, a minissaia de
couro dando pouco espaço para a minha
imaginação. Volto meus olhos para cima e
puxo a sua blusa tirando a peça do seu corpo.
Prendo a respiração admirando seu corpo, a
curva de seus seios no sutiã. Cara, ela é
perfeita.
— Don...
Meus dedos percorrem sua cintura, sobem
pelo umbigo e passam pelo vale entre seus
seios.
— Linda. Você é perfeita, Nicky.
— Você tem certeza?
Eu sei que ela não está questionando sobre
o que eu disse e sim sobre o que estamos
prestes a fazer.
Desço a boca por seu pescoço, sugando sua
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pele, indo com meus lábios para o espaço


entre seus seios, sentindo sua respiração ficar
irregular, assim como os batimentos de seu
coração.
Colo seu corpo no meu e nos arrasto para o
sofá. Quero beijar cada parte desse corpo,
quero venerar a mulher que está em meus
braços. Quero fazer com que entenda que eu
amo seu sorriso, seu olhar, sua amizade e,
principalmente, a mulher que está totalmente
entregue a mim.
Ouço uma discussão fora do camarim, mas
não dou bola. Devem ser as groupies brigando
de novo sobre quem vai fazer um boquete em
Dylan.
Continuo beijando Nicky, admirando seus
olhos brilhantes até que a porta se abre com
violência.
Deito sobre ela, escondendo sua nudez.
— Porra, a porta estava fechada —
reclamo, virando o rosto para a porta.
Meu coração se aperta ao ver um Dash
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totalmente sem graça e Emily parada de


braços cruzados.
— Desculpe, cara, eu não sabia que estava
aqui, vim brincar um pouquinho com Emily.
— Não fale merda, Dash! — Ela ruge me
fazendo engolir o nó. — Quem é essa
vagabunda, Don?
— Emily.
— Olha, querida, eu sei que pode ser
emocionante ter em seu currículo uma foda
com Don, mas esse daí já é meu.
— Emily, cala boca! — Dash e eu gritamos.
Eu vejo o choque que Nicky tem ao sentir
seu corpo retesando embaixo do meu e suas
mãos empurram meu peito para longe.
— Dash, tire essa maluca daqui! —
vocifero.
Dash agarra o braço de Emily, mas ela se
desvencilha.
— O que foi, Don? Vai fingir que não me
conhece depois de ontem à noite.
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— Não tivemos nada ontem, Emily. Dá o


fora daqui.
Nicky se levanta e praticamente me joga
para fora do sofá, pega sua blusa do chão
colocando-a novamente.
— Espera aí, eu conheço você!
— Dash!
Dash agarra a cintura de Emily, tentando
tirá-la do camarim, mas o estrago já está feito.
Sei disso ao ver os olhos marejados de Nicky.
— Que porra está acontecendo... — A voz
de Dylan morre ao ver o que está
acontecendo.
Nem ele, Davi que estava ao seu lado e
nem mesmo Alana que está colada no pescoço
de Dylan, precisam dizer algo. Os caras
sabiam a merda que poderia acontecer se
Emily cruzasse com Nicky.
— Você é a garota do Bluber. — Emily diz
rindo. — Eu sabia que não me era estranha,
até deixei que Don tivesse sua cota de

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diversão com você naquele dia, mas se


enxerga garota. Ele só quer te foder, um
passatempo.
— Emily!! — Meu grito faz todos ficarem em
silêncio.
— Quer saber, ela está certa. Curta sua
noite, Dominic.
Nicky nunca me chamou de Dominic, nem
mesmo quando éramos apenas conhecidos.
Consigo ver a tristeza se misturando à raiva
dentro de seus olhos.
— Nicky! Por favor, eu não tenho nada com
ela.
Me ajoelho à sua frente suplicando para
que ela me escute, não me importando que
mais pessoas estejam vendo essa cena: eu
ajoelhado e agarrado nas pernas dela.
— Me solte, Dominic.
— Não, você tem que me ouvir.
— Eu não vou ouvir nada. Não preciso de
nada depois disso.
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Nicky se solta de mim e caminha decidida


para cima da Emily. Dash se coloca no meio
do caminho impedindo que as duas se
engalfinhem.
— Faça bom proveito. — Se vira para a
amiga. — Você vem comigo?
Alana concorda e solta o pescoço de Dylan
dando um selinho em seus lábios e sussurra
algo que não conseguimos ouvir. Vira as
costas e sai com a Nicky.
— Nicky!! — grito para o nada.
Eu mal consigo me mexer, a raiva cresce
em meu peito cada vez que vejo o sorriso de
satisfação da Emily. Levanto como um leão
agarrando-a pelos braços ao mesmo tempo
em que Dash e Dylan tentam me conter.
— Ouh ouh, Don, controle-se! — Dash
ordena.
— Ela não vale a pena, cara. — Sinto o
aperto que as mãos de Dylan fazem em meu
braço esquerdo.

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— Você, suma daqui! Porque se eu cruzar


com você em qualquer show, eu juro que
ninguém vai conseguir me deter.
Emily me encara com os olhos arregalados.
— Doonnn...
— Não me venha com essa merda, suma
daqui! — grito.
Davi puxou Emily para si e a tira do meu
camarim, fechando a porta. Desmorono.
— Cara, que merda foi essa? — Dylan
sussurra passando a mão no cabelo.
— Desculpe, Don, eu não consegui deter
aquela mulher. Quando vi ela já estava
invadindo seu camarim, cara.
— Já está feito. Eu preciso saber onde
Nicky está. Preciso me explicar, não posso
deixar que ela pense que eu estava mentindo.
— Don, não adianta você ir atrás dela
agora.
— Como não?? Eu preciso...
— Don, se acalme. — Dylan me repreende.
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— Ela está nervosa e não irá escutar nada que


você fale. Deixe as coisas esfriarem. A amiga
dela disse que elas iriam voltar de qualquer
jeito para Oregon assim que o show acabasse.
— Isso, cara. Fica frio. — Dash diz me
dando apoio.
— Não vou conseguir, sabendo que ela está
arrasada.
— Você vai precisar. Ir atrás dela agora é
apenas colocar mais lenha na fogueira. Se
você quer ter uma chance de verdade para
que ela te escute, deixe a poeira baixar.
Respiro fundo concordando com eles. Eu
irei esperar apenas o suficiente para que ela
me escute e acredite em tudo que tenho para
dizer.

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Nicky

Por favor, me perdoe,


Mas eu não posso tirar você
do meu coração.
Não me negue.
— D’FIVE

A manhã seguinte foi devastadora. Meu


corpo tinha tomado para ele a dor que eu
sentia dentro de mim. A crise de choro a qual
me apeguei, me deixou de olhos vermelhos e
inchados, cabelo desgrenhado e nenhuma
vontade de sair da cama. A imagem e a voz
daquela mulher me invadiam a cada momento.
Como eu pude me deixar levar por Don? Eu
realmente não sabia o que pensar.
Nem mesmo o banho foi capaz de injetar
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algum ânimo em minhas veias, os blogs já


estavam explorando todas as pistas e
possibilidades sobre o showzinho que Don fez
ontem comigo no palco, até suposições de
namoro já estavam dando. Afinal, eu sempre
fui retratada pelos paparazzi como a garota da
D’FIVE, agora já estava sendo a garota que
roubou o coração de Don. Só não contaram o
que o príncipe guitarrista fez quando entrei em
seu camarim.
Meu celular apitava com mensagens de
Alana e Dash, mas não estava tão disposta a
responder.
O dia acabou passando como um pequeno
borrão. Estava evitando assistir televisão,
assim como mexer no computador. Porque
sempre passava uma ou outra reportagem
sobre a banda, ainda mais à tarde onde a
televisão era regada de programas de fofoca
sobre pequenas e grandes celebridades e eu
não estava a fim de ver meu rosto estampado
em qualquer lugar.
Algumas podiam ser bem maldosas, como a
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que tinha visto antes de jogar o controle da


televisão longe após desliga-la: “A garota da
D’FIVE finalmente subiu alguns degraus na
fama. Conheça a história de Nicole Carter, a
mulher que roubou o coração do nosso
príncipe guitarrista.”
E agora no completo silêncio enquanto
estou sentada na pequena escada de
emergência do lado de fora do meu
apartamento, olho a rua lá embaixo e o vai e
vem das pessoas. E ainda não consigo medir
o que está me incomodando mais: se é a ideia
que Dominic era um grande mentiroso, mesmo
eu o conhecendo como a palma da minha
mão; ou se era aquela atrevida se jogando em
cima dele e ainda achando que era a dona da
razão.
Claro que ele assim como os outros
meninos, aproveitavam a fama e o assédio das
suas fãs malucas para serem uns canalhas,
tinha presenciado isso de perto mais vezes do
que gostaria. Mas, então, teve aquela música,
os braços de Don me cercando na frente de
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milhares de pessoas e o nosso beijo. Eu senti


seu desejo e o carinho que ele depositou em
meus lábios durante o beijo.
Outro ponto: eu estou pronta para ser mais
do que amiga de um astro do rock? Vou
conseguir aguentar todas as fãs enlouquecidas
se jogando para cima dele enquanto fico em
Eugene?
Suspiro, frustrada com tudo, por enquanto
deixarei tudo isso de lado e voltarei para
minha vida. Eu tenho que trabalhar e me
distrair.

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Dominic

Eu estava me sentindo um merda, essa era


a melhor definição.
Nicky tinha voltado para Eugene e se
recusava atender a qualquer um de nós. Até
Davi tentou falar com ela. O que foi uma
surpresa, já que ele tinha um pensamento
contrário a tudo isso. Para ele eu era um
babaca por ser e pensar de forma romântica.
Infelizmente, por conta dos compromissos
que temos, não podia me arriscar a fazer uma
viagem de oito horas até Nicky, o que me
deixava ainda mais irritado dentro daquele
quarto de hotel.
Uma verdadeira festa acontecia do outro
lado da porta de meu quarto, tínhamos
acabado de sair do show e a energia do
público ainda pulsava por minhas veias. Eu
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amava tocar, era um refúgio para mim diante


de toda essa merda que estava acontecendo.
Abri a porta do quarto, curioso para ver o
que os caras estavam aprontando, deixei meu
celular em cima da cama e minha guitarra ao
lado, fechando a porta atrás de mim.
Davi estava sentado em uma das banquetas
altas do pequeno bar que tinha na cobertura,
uma loira se esfregava nele praticamente nua
ou totalmente nua se você não contasse o
pequeno fio dental que ela chamava de
calcinha. Meu amigo mal olhava para ela. Davi
sempre foi o mais frio de nós cinco. Sua vida
não tinha sido fácil. Mas dentro da banda
tínhamos um juramento: o de nunca julgar as
merdas cometidas e sim nos apoiarmos.
Drake por outro lado ria alto no sofá
enquanto duas groupies disputavam partes do
seu corpo, no final ele levaria as duas para seu
quarto. Mas esses joguinhos mentais eram o
que o excitava.
Dash tinha deitado duas garotas na mesa

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de jantar e brincava de “Body Shot”, fazendo-


as gargalharem quando ele era atrevido e
passava a língua por seus seios ou na bunda,
no caso da outra garota.
Caminhei até o bar pegando uma garrafa
d’água e bebi alguns goles. A música estava
alta, ainda estava surpreso que não tínhamos
ganho nenhuma advertência do hotel pela
algazarra.
— E aí, cara?
Virei dando de cara com Dylan. Ele estava
sozinho, vestindo uma regata preta e cueca
boxer.
— Você não está na festa?
— Não.
Arqueei a sobrancelha.
— Ele ficou bravo porque perdeu a foda
dele. — Dash surgiu com a morena que estava
brincando em suas costas, as pernas
enroladas na cintura dele e os braços em seu
pescoço.

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— Oi, meninos. — Ela disse com um amplo


sorriso.
— Natasha, nada de gracinhas, eu não
divido meu pão. — Dash a repreendeu dando
um sorriso malicioso e um tapa em sua bunda.
O que a fez rir sem se incomodar com tudo
o que acontecia ao redor. Eu ainda me
surpreendia com o que essas groupies faziam
para ter uma noite conosco, só pelo simples
prazer de dizer que passaram por nossas
camas. Elas sabiam que seria apenas isso,
uma foda e nada mais.
— Cala a boca, Dash! — Dylan pegou uma
garrafa de cerveja do frigobar, abrindo-a na
beirada do mármore do balcão. — Vá cuidar
da sua coelhinha.
Dash gargalhou se afastando.
— Que papo é esse? — perguntei.
— Dylan queria foder a amiga da Nicky. —
Davi explicou colocando sua “acompanhante”
no meio de suas pernas.

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— Alana?
— Quer saber, vão à merda vocês dois. —
Dylan estava muito bravo, saiu de perto de
nós pegando uma loira que estava
conversando e bebendo com a amiga, a
levando para seu quarto e batendo a porta
com força.
Davi riu abrindo o botão da sua calça e logo
a garota se curvou empinando a bunda em
minha direção e começou seu trabalho.
— Vou voltar para meu quarto, estou com
uma música inédita.
— Você devia estar em Eugene.
— Nossa agenda está apertada, não posso
deixar vocês na mão.
— Don, você sabe muito bem que Dash
daria conta, assim como nenhum de nós iria te
criticar por isso.
— Eu sei — disse suspirando. —, mas é
melhor dar um tempo, eu conheço a Nicky, e
pressioná-la só iria piorar.

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Davi soltou um grunhido baixo e agarrou


um punhado do cabelo da sua companhia.
— Cara, sério? Como você consegue? Vão
para um quarto.
Peguei minha garrafa d’água saindo de
perto dele.
— Você é muito romântico para seu próprio
bem. — Davi gritou antes que eu fechasse a
porta do quarto.
Nossa primeira parada foi no estúdio. Eu
mostrei a música que tinha feito durante a
festa que eles organizaram em nossa suíte e
todos adoraram, ia um pouco contra a maré
de rock pesado e era interessante para nossa
apresentação de amanhã.
Mich já nos aguardava no estúdio quando a
van encostou.
— Meninos, espero que estejam dispostos.
Hoje o dia está cheio.
— Nada que um café bem forte não
resolva. — Dash reclamou puxando o capuz

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para cobrir seu rosto.


O frio e a chuva haviam chegado com
força, em Nova York, naquela manhã.
Mich nos levou para a sala de gravação
onde nossos instrumentos já estavam nos
aguardando. Nos instalamos em nossos
lugares com os fones de ouvido e repassamos
algumas músicas que iríamos tocar no show
da MTV, ele seria transmitido ao vivo para o
mundo todo pela LifeTvCafe.
— Acho que “Sin” não pode faltar.
— Eu concordo com Davi, “Sin” agita a
galera. — Dylan opinou.
— Então, qual vamos tirar? Serão apenas
cinquenta minutos de apresentação. Contando
com as paradas de cinco minutos a cada três
músicas.
— Que tal tirarmos a “Love in dark”?
Colocamos sua música nova e mantemos a
lista das mais pedidas.
— Concordo — disse. — “Love in Dark” é a

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mais popular quando chamamos uma fã para


o palco.
Os outros também concordaram, passando
a lista finalizada para Mich.
— Diz aí, cara. O que você precisa para a
música nova?
— Eu vou tocar e cantar, aí vocês vão
pegando a entrada de vocês. Pode ser?
— Vamos nessa! — disseram em uníssono.
Comecei a dedilhar as notas sentindo a
melodia suave que o primeiro verso tinha.
Eles perceberam para quem era aquela
música, perceberam pela melodia e logo foram
se encontrando dentre os refrãos. Davi
acompanhou como backing vocal, dando ainda
mais poder para a canção.
Tocamos as últimas notas da música e o
diretor gritou pelos alto-falantes que
tocássemos mais uma vez; e assim fizemos,
até todos terem gravados suas partes e
sairmos satisfeitos do estúdio de gravação.

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Enquanto seguíamos para nosso segundo


compromisso do dia, os caras ainda
comentavam sobre a música.
— Cara, vamos subir muitos patamares com
a música nova. — Dash disse com um sorriso
largo no rosto.
— Gostei do baixo e concordo com Dash,
tem tudo para estar na lista da Billboard.
— E pode ter certeza que Nicky vai escutar.
— Dylan comentou olhando para o celular.
— Como você pode ter tanta certeza disso?
— retruquei.
— Porque eu avisei a Alana sobre nosso
show e ela vai estar no Bluber com a Nicky.
— Você ficou bem amiguinho da Alana. —
Caçoou Drake.
— Vá à merda.
Todos riram da explosão de Dylan.
— Fala logo, Dylan — disse me juntando à
zoação.
— Não tenho nada para falar. Aliás, eu até
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teria se não tivessem interrompido minha


noite para salvar as suas bolas.
Dylan me olhava sério, eu não levei isso
como um comentário maldoso. Algo naquela
mulher maluca tinha mexido com meu amigo
e, quem seria eu para falar alguma coisa do
tipo.
— Mich cuidou da Emily, ela não vai mais
chegar perto de você. Ela pode ser maluca de
entrar no seu camarim e armar um show, mas
não quer problemas.
— Eu sei — disse bufando.
— Por isso que eu sempre digo “Peguem e
descartem”, mas vocês têm mania de repetir.
— Drake sorriu e esticou as pernas na poltrona
à sua frente. — Figurinha repetida não
completa álbum.
O resto do trajeto foi regado de boas
risadas e implicâncias entre cada um de nós.
Um estúdio de gravação da MTV foi separado
para nossa sessão de fotos naquela tarde.
O estúdio estava decorado como se fosse
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um pequeno palco, o fundo preto com o


emblema de nossa banda e os instrumentos
posicionados. As luzes e máquinas de gelo
seco nos aguardavam. Incluindo uma equipe
que nos esperava dentro do enorme camarim,
junto com as cinco araras de roupas.
— Oi, Don, eu vou cuidar de você. Meu
nome é Steph.
— Oi.
— É hoje que nosso menino vira uma
mocinha. — Drake gritou do outro lado do
camarim.
Eu ri não entrando na pilha, não estava tão
confortável em ter meu rosto besuntado de
maquiagem, mas não contive a gargalhada
quando vi a cara de espanto do Davi e Drake
quando perceberam que eles também
passariam por isso.
Steph me entregou uma calça e jaqueta de
couro e pediu que trocasse pelas minhas
roupas, assim como o resto da banda.
O intuito era ter muita pele à mostra nesse
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ensaio.
Davi usava apenas uma calça de couro com
algumas correntes de pratas penduradas e as
tatuagens aparecendo. Dash também usava
couro, mas sua regata estava rasgada
passando um ar de desleixo.
Drake usava jaqueta de couro e blusa
preta, mas no seu caso era a calça que parecia
ter lutado com leões. Dylan sempre era o mais
confortável em tudo que fazíamos, estava sem
camisa exibindo as dezenas de tatuagens,
sentado atrás da bateria vermelha brilhante.
— OK, garotos. — O fotógrafo se
posicionou à nossa frente. — Peguem os
instrumentos. Quero que interpretem como se
estivessem realmente tocando, quero aquela
aura de bad boy que vocês passam em todos
os shows.
O flash nos atingia a cada posição que
executávamos.
— Certo. Davi, fique um pouco de lado...
Isso, perfeito. Quero aquela cara de mal, você
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é um menino perigoso.
Segurei o riso trocando uma olhada com
Dash. Esse fotógrafo era maluco.
O gelo seco nos cercava fazendo o chão
desaparecer e mais flashes vinham até nós.
Foram duas horas entre retoque na
maquiagem e muitas posições e, finalmente,
estávamos voltando para o hotel.
— Cara, eu só quero tirar essa meleca do
meu rosto. — Drake reclamava na van.
— Você fica bem, faltou apenas um batom
vermelho, cara — brinquei.
Drake mostrou o dedo do meio fazendo
com que ríssemos ainda mais.
— Seja um bom menino, gracinha. — Davi
caçoou levando um soco no ombro.
— Cadê sua cara de bad boy, nos mostre o
seu lado tigrão. — Dylan disse virando-se para
nós, imitando a voz fina e as poses que o
fotógrafo fez durante todo o ensaio. Fazendo a
gente cair na risada com essa história toda.

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O nervosismo tomou conta de mim


enquanto esperava no camarim a hora de
seguir para o palco. Estávamos há seis anos
na estrada, mas nesse último ano
conquistamos tantas coisas que era até surreal
de se pensar. E estar fazendo nosso primeiro
show no Live, era incrível.
Dylan batucava suas baquetas nas pernas
de forma insistente. Davi escutava suas
músicas em total concentração, assim como
Dash checava sua guitarra e Drake comia
todos os Donut’s do camarim. Cada um com
seu ritual, se preparando para o show.
— D’FIVE, está na hora. –— O produtor
anunciou assim que abriu a porta do camarim.
Entramos no palco em completa escuridão,
ajeitamos os instrumentos e quando eu e Dash
tocamos os primeiros acordes às luzes se
acenderam fazendo a plateia gritar de forma
enlouquecida.
— Boa noite, LifeTv! — Davi gritou e as fãs
acompanharam.

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Continuamos tocando os acordes de forma


suave.
— Que bom estarmos aqui com vocês.
O grito de “D’FIVE” percorria a plateia. Era
fantástico. A multidão estava delirando e não
tínhamos nem começado a tocar para valer.
— Don, arrebenta!
Aumentei o ritmo entrando realmente na
música, logo Dylan e Dash me
acompanhavam. Davi começou a cantar o
primeiro refrão, as pessoas cantavam junto e,
assim, seguimos com o show.
Na segunda pausa, troco minha guitarra
pelo violão. A produção posiciona uma
banqueta alta no meio do palco, colocando o
microfone do Davi ao meu lado esquerdo e
Drake e Dash do direito.
Uma luz azul está focada na banqueta e
todo o restante do palco permanece escuro.
— Temos uma surpresa para vocês. — Digo
assim que me sento na banqueta ajeitando a

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alça de couro do violão em meu ombro.


Sorrio escutando os gritos de “Don, casa
comigo?” “Eu quero você, príncipe Don!”
Esse último é cômico. Depois que uma
revista de fofoca me deu esse apelido por ser,
como eles disseram, um amor, as fãs tinham
realmente levado isso a outro nível.
— Essa música é inédita e estará em nosso
próximo álbum. Vocês querem escutá-la em
primeira mão?
O “sim” ecoa de forma unânime.
— “Stay”, vai para você, Nicky.
A melodia toma o lugar assim que
começamos a tocar. Enquanto dedilho o violão
de olhos fechados só consigo enxergar Nicky
sorrindo, imagens dela me abraçando e várias
versões da minha garota.

Eu sou um completo idiota,


Como não pude perceber, esse amor dentro
de mim?
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Vivendo nas sombras.


Eu só quero recuperar você,
no meio do caos que criei.

Eu estarei lá, por você.


Não importa quando
Eu estou aqui, por você
Não vou desistir.

Eu estarei aqui.
Por você.

Davi canta comigo, nossas vozes se


misturam com perfeição. A dele é mais grave,
conferindo mais sentimento à música. Mesmo
essa canção sendo meu pedido de desculpas
para Nicky, toda a banda a sente correndo
dentro de si do mesmo jeito que corre em
mim.

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Você me tocou, me amou


Embora eu estivesse cego,
meu coração encontrou o seu.

Me perdoa por toda a estupidez,


Mas tudo que sai da minha boca
são palavras sobre você,
sobre seu amor.

Diga que perdoa esse tolo apaixonado


Porque eu estarei aqui, por você.
De joelhos no meio da chuva,
no meio do caos.
As câmeras passeiam pelo palco focando
cada integrante da banda e quando uma
chega bem perto de mim, viro o violão para
trás cantando com toda a força que tenho
dentro de mim, como se Nicky estivesse por
detrás daquela lente.

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Sempre por você, por seu amor.


Eu irei aonde quer que você for,
Então eu rezo para que você me ouça.

Fuja com meu coração


Fuja com minha esperança
Mas no final do dia esteja aqui
parada diante de mim.

Se eu pudesse fazer o tempo voltar


eu roubaria você do mundo,
meu amor, eu estarei aqui,
pelo tempo que for e aonde quiser.

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Nicky

Seus olhos são os mais doces que eu já vi.


Você pode dizer a todos que essa
canção é sua.
— D’FIVE

— Essa fica por conta da casa, Ros. — Digo


enchendo de novo o copo com uísque. — Mas
daqui você irá direto para casa e vai pedir
desculpas para sua mulher por ser tão cretino.
— Nicky, você é uma alma bondosa.
— Tá, tá — retruco segurando o riso.
Ser dona de um bar tinha disso, às vezes
você também servia como terapeuta.
Alana coloca o telefone no bolso traseiro do
seu jeans justo quando chego perto, sorrindo

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de maneira inocente.
— Se eu fosse uma pessoa desconfiada, iria
jurar que está escondendo alguma coisa de
mim.
— Bobinha, como você está?
— Normal, continuo com duas pernas, dois
braços e um negócio para tocar.
— Não falou com ele nenhuma vez depois
daquilo?
Viro um copo colocando uma dose de
tequila e a tomo no mesmo instante.
— Não.
— Você já analisou tudo que aconteceu,
tipo, pode não ter sido culpa dele e sim
daquela vadia?
Alana tinha levantado sua bandeira a favor
de Don desde que chegamos a Eugene.
— Sim. E a questão não é mais essa.
— Como assim? Agora quem não está
entendendo mais nada sou eu, se a questão
não é mais aquela vadia louca. Por que você
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ainda está resmungando pelos cantos?


Sorrio guardando a garrafa de José Cuervo
na prateleira.
— Alana, ele sempre foi meu amigo. Mesmo
que eu guardasse essa paixão insana por ele.
— Suspiro. — Don sempre foi importante em
minha vida, mas fico me perguntando se não
era apenas fogo de palha da parte dele.
— Tipo, não estou entendendo, ele puxou
você para o palco, cantou para você e tascou
um baita de um beijo na frente de uma
multidão.
— Exato, tudo porque me viu com Ryan.
— Eu não vejo assim.
— Tudo bem, mas pense comigo. Como
faríamos? Ele viaja o mundo todo e eu tenho
minha vida aqui em Eugene...
— Agora você está me ofendendo, garota.
— Ela me interrompe. — Eu dou meu sangue
também por esse bar.
Rio do seu drama.
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— Quer saber, eu sei de uma coisa que irá


tirar todas essas minhocas da sua cabeça.
Alana pula o balcão, caminha até a
televisão de tela plana do outro lado do bar e
liga a TV. Sempre deixamos no canal da MTV
por causa dos shows que eles transmitem. Ela
somente aumenta o volume e grita para que
eu vá até ela.
Minhas pernas tremem enquanto dou a
volta no balcão escutando a voz de Don.
— Essa música é inédita e estará em nosso
próximo disco. Vocês querem escutá-la em
primeira mão?
— Puta que pariu, eles estão no LifeTvCafe?
— pergunto para Alana.
Ela concorda sorrindo animada.
— Dylan me mandou mensagem à tarde
avisando.
— Como assim, você e o Dylan?
— Ah, garota, isso não importa agora.
Presta atenção na TV.
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— “Stay”, vai para você, Nicky. — Vejo Don


falar olhando diretamente para a câmera.
Sinto meu coração pulsando na orelha e
minha respiração começa a acelerar. Don
compôs uma música para mim e está ao vivo
cantando para quem estiver escutando. A
câmera vai de um integrante para outro,
focando mais vezes em Don.

Eu sou um completo idiota,


Como pude não perceber esse amor dentro de
mim?
Vivendo nas sombras.
Eu só quero recuperar você,
no meio do caos que eu criei.

Eu estarei lá, por você.


Não importa quando
Eu estou aqui, por você
Não vou desistir.

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Eu estarei aqui.
Por você.

— Agora você pode ter certeza de que ele


quer você. — Alana sussurra em meu ouvido.
Olho para trás vendo que os clientes do bar
também estão curtindo o show. Quando a
câmera foca somente em Don e ele olha
diretamente para ela, é como se ele pudesse
me enxergar aqui parada no meio do meu bar.

Diga que perdoa esse tolo apaixonado


Porque eu estarei aqui, por você.
De joelhos no meio da chuva,
no meio do caos.
Sempre por você, por seu amor.
Eu irei aonde quer que você for,
então eu rezo para que você me ouça.

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Fuja com meu coração


Fuja com minha esperança
Mas no final do dia esteja aqui
parada diante de mim

Se eu pudesse fazer o tempo voltar


eu roubaria você do mundo,
meu amor, eu estarei aqui,
pelo tempo que for e aonde quiser.

Alana passa a mão em minha bochecha


secando uma lágrima que eu nem sabia que
havia caído. Meu peito está apertado,
consumido pelo amor que sinto por Don.
— Pegue suas coisas e vá atrás do seu
homem — diz sorrindo.
— Mas...
— Sem “mas”, garota. Eles ainda estão no
show e Dylan me disse que só viajam no final
do dia seguinte. Então, suba, pegue algumas
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roupas e se mande para Nova York.


Concordo com um aceno e não perco mais
tempo, saio correndo do bar indo até meu
apartamento. Jogo uma mochila pequena na
cama e enfio algumas peças de roupa dentro
dela, enquanto faço a reserva da minha
passagem pelo telefone. Os deuses do rock
estão a meu favor, consigo o último lugar no
próximo voo para Nova York.
Alana já tinha chamado um táxi para mim e
me despachou para dentro dele sem nem
permitir despedidas.
O voo foi tranquilo, porém, pareceu uma
eternidade.
Minhas mãos suam frio por causa da minha
ansiedade, o nervosismo aperta meu
estômago a ponto de doer. Assim que consigo
um táxi, na frente do aeroporto de Nova York,
passo o endereço do hotel em que eles estão
hospedados. Pego o celular e ligo para Dash
rezando para que ele atenda, pois tem a
diferença de horário e o tempo que levei para

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chegar.
— Quem é viva sempre aparece. — Dash
atende no segundo toque.
— Dash, não fale que sou eu.
Ele gargalha do outro lado.
— Fala, gostosa, o que tem para mim?
— Dash!
— Para quem você quer se manter em
segredo não está aqui, pequena Nicky.
Suspiro.
— Eu preciso de um favor seu.
— Você partiu meu coração não atendendo
minhas ligações.
— Eu sei.
— Fala, gostosa, o que você precisa?
— Ridículo. — Repreendo e escuto sua
gargalhada.
— Eu estou em Nova York.
— Ouh! Isso sim é surpresa.

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— Eu estou indo para o hotel. Por favor,


fale que Don não está com nenhuma vadia.
— Ele se tornou um monge, fique tranquila.
— Então eu preciso que você saia com os
outros e o deixe sozinho aí no hotel.
— Gostosa, não estamos no hotel. Don
está, mas nós queríamos nos divertir. Você
sabe como é.
— Você sabe que vai tomar um soco meu
por ficar me chamando de gostosa, né?
— Estou correndo o risco. Nosso garotão
deve estar dormindo a uma hora dessas. Vou
deixar autorizada sua entrada.
— Depravado! — brinco. — Obrigada, Dash.
— De nada. Até mais, gostosa.
O hotel Park Central tem uma entrada de
luxo, daquelas que você está acostumada a
ver nos filmes e séries de TV. Coloco a alça da
minha mochila surrada no ombro e entro no
hotel, passando pela porta giratória.
O saguão do hotel é enorme, vasos grandes
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de plantas e algumas esculturas decoram o


local. Encosto na recepção e um atendente
rapidamente vem sorrindo até mim.
— Bom dia, em que posso ajuda-la?
— Eu vou para a suíte da D’FIVE. Dash
deve ter ligado para deixar autorizado.
— Eu preciso dos seus documentos.
Pego minha carteira de motorista e a
entrego para o atendente. Ele se afasta
conferindo alguma coisa no monitor e volta
com um cartão magnético.
— Aqui está. — Me entrega o cartão. —
Tenha uma ótima hospedagem, Srta. Carter.
A subida até a cobertura é uma pequena
tortura e ainda não sei o que vou fazer, se
entro ou toco a campainha e espero até que
ele me atenda.
Meu coração está tão acelerado que minha
respiração pesa no peito. Decido apertar a
campainha até que ele me atenda. Depois de
afundar o dedo por um longo período, escuto

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os xingamentos que Don grita de dentro da


suíte.
— Porra, vocês perderam o cartão de novo?
Que caralho, parem de tocar.
Tiro o dedo rápido e aguardo nervosa, o
barulho e a maçaneta da porta girando quase
me fazem ter um infarto.
Don me olha como se não acreditasse no
que está vendo.
Seus cabelos estão bagunçados, os
pequenos e quase imperceptíveis cachos caem
sobre o rosto, o abdômen à mostra, a calça de
pijama pendendo na cintura. É uma visão e
tanto.
— Nicky?
— Oi.
Ele olha para o corredor, passa a mão pelo
rosto e joga o cabelo para trás.
— Você está aqui!
Eu poderia ser sarcástica ou rir se não
estivesse tão nervosa.
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— Eu vi o show na LifeTV.
Don está sem reação por ter sido pego
totalmente de surpresa. Mas eu não consigo
esperar e dou um passo acabando com a
pequena distância que nos separa, colando
minha boca à sua. Don logo se recupera da
surpresa. Sua mão agarra meu pescoço
pressionando mais a boca na minha. Sua
língua guerreia conquistando mais espaço.
Meu corpo estremece a cada toque de suas
mãos.
Mal percebi que tínhamos entrado na suíte,
apenas escuto a porta se fechar e Don me
prensa na parede ao lado dela.
Sua boca desce para meu pescoço
permitindo que eu respire. O corpo quente de
Don quase se fundindo ao meu, causando-me
vez mais arrepios.
— Eu estou sonhando. Vou acordar e ver
que você ainda não me perdoou. — Don
sussurra em meu ouvido e volta a me beijar.
Interrompo o beijo.
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— Não há o que perdoar, Don.


Agarro seu pescoço deixando a mochila
escorregar pelo braço e cair perto de nós. Don
não permite que eu quebre nosso beijo, puxa
meu corpo mais para cima fazendo minhas
pernas se enrolarem em sua cintura, me
deixando ainda mais quente.
— Eu...Te...Amo! — Don sussurra entre o
nosso beijo, nossas bocas ainda conectadas.
Abro os olhos e encaro seus olhos azuis. Os
mesmos que sempre me fizeram ter calafrios
de ansiedade.
O tempo foi passando e continuamos nos
encarando. Don faz um pequeno carinho no
meu pescoço, me mantendo presa ao seu
corpo.
— Tem certeza? — sussurro. O medo
formando um nó imenso em minha garganta.
— Nicky, pode parecer loucura, mas... Eu
sempre senti que gostava mais de você do que
apenas como amiga. Eu ia falar sobre isso
quando fomos comemorar o prêmio, mas aí o
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Dash chegou e eu acabei deixando como


estava. — Ele solta um suspiro e deposita um
selinho em meus lábios. — Quando estávamos
em seu apartamento, eu estava quase tendo
um derrame por ter você tão perto e não
poder te tocar como queria.
— Você praticamente fugiu.
— Eu não sabia se você sentia o mesmo,
fiquei maluco tentando entender tudo que
estava sentindo e ainda tentando te decifrar.
Você me conhece, Nicky, eu não sou como os
caras. — Don dá de ombro e sorri. — Fui
criado pela minha mãe e minhas irmãs,
aprendi a ser delicado com as mulheres e não
usá-las como bonecas infláveis.
— Nem durante as turnês?
Merda, por que eu não consigo controlar
minha língua? Mordo o lábio me repreendendo
por isso.
— Pode perguntar o que você quiser. —
Don fala passando o polegar por minha boca,
me fazendo soltar meu lábio. — Lógico que
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tive algumas noites de farra, mas entre uma


noite de sexo e o que o Drake faz é
praticamente um relacionamento sério com a
garota.
Rio me lembrando do Drake na
comemoração do disco de platina em meu bar,
eu sempre pensei que o Drake era o pior dos
cinco. Naquele dia, tive minha confirmação.
— Deus, eu amo esse sorriso, amo esse
corpo. — Don sussurra beijando o decote de
minha blusa.
— Eu te amo, Dominic.
Os olhos dele cravam nos meus antes de
voltar a me beijar com força total. Ele nos tira
da parede e caminha pela suíte, minhas
pernas ainda presas em volta de sua cintura e
meus braços em seu pescoço.
— Faça amor comigo, Nicky. — Implora
contra minha boca.
Concordo, sem pronunciar uma palavra
sequer. Acredito que nem conseguiria. Don dá
um passo para trás me permitindo ficar de pé
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a centímetros da cama. Suas mãos passeiam


pelo meu corpo e logo erguem minha blusa
jogando-a do outro lado do quarto.
Ele se ajoelha distribuindo beijos em minha
barriga, abre o botão de minha calça e cada
pedaço de pele que aparece é presenteado
com beijos molhados.
Don volta a ficar de pé beijando meu
pescoço e o vale entre meus seios enquanto
tira o resto das minhas roupas, fazendo meu
corpo tremer por inteiro. Me aproximo mais e
tiro a sua calça do pijama. Ele é lindo, perfeito
e meu.
Nossos corpos se enroscam ao deitarmos
na cama, seus beijos quentes fazem com que
gemidos baixos me escapem.
— Nicky...
Olho para seu rosto vendo um misto de
preocupação e desejo no mar azul que são
seus olhos.
— Eu não tenho preservativo, na verdade
eu estou limpo, não tenho nada. — Ele desvia
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o olhar, voltando para os meus depois de


alguns segundos. — Eu quero sentir você por
inteiro.
— Tudo bem, eu tomo remédio.
— Se você não se sentir confortável eu
invado o quarto do Dylan ou do Drake, esse
com certeza tem uma farmácia do lado da
cama.
Rio desse pensamento.
— Don, não tem problema. Eu também
quero.
Seus olhos se fixam nos meus e sua boca
procura a minha. As mãos de Don percorrem
com propriedade todo o meu corpo, tocando e
massageando meus seios, puxando minha
coxa para seu quadril. Encaixando mais seu
corpo sobre o meu.
À medida que Don avança pouco a pouco
dentro de mim, é como se eu estivesse sendo
partida ao meio, como se o que eu sei sobre
sexo fosse reinventado. Seus movimentos vão
ganhando ritmo e levando embora a pouca
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consciência que ainda tenho. A todo momento


ele sussurra palavras doces em meu ouvido,
sinto algo crescer dentro de mim fazendo
nosso ritmo aumentar.
Don se senta me levando junto com ele
sem quebrar nossa ligação. Sua boca suga
meu lábio inferior.
— Eu te amo, Nicole. E não vou me cansar
de te dizer isso.
Eu devo estar com um sorriso besta no
rosto, pois é exatamente assim que me sinto.
— Eu te amo, Don.
Ele geme fechando os olhos, suas
investidas se tornam mais selvagens me
fazendo arquear a cabeça para trás
absorvendo tudo que meu corpo está
sentindo. E quando já não aguentamos mais
suportar o que nos consome, caímos num
torpor profundo.

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Dominic

Dormir com Nicky em meus braços é como


um sonho.
Eu acordei diversas vezes apenas para
admirar sua beleza enquanto ela dormia
tranquilamente enroscada em mim.
Saio da cama indo até o banheiro, a ducha
morna não é potente o suficiente para tirar o
perfume de Nicky de minha pele e gosto dessa
sensação.
Sorrio ao tirar o shampoo do rosto,
sentindo sua presença.
— Eu não gosto de ficar na cama sem você,
acabo de descobrir isso.
Ela entra no box e cola seu corpo em
minhas costas, fazendo uma trilha de beijos
por minha coluna. Suas mãos percorrem meu
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abdômen, ficando cada vez mais atrevidas,


descendo por minhas coxas.
— Acho que posso conviver com isso —
brinco virando-me para ela.
— Acredito que será interessante.
Desço minha boca por seu pescoço,
sugando aquele pedaço de pele, mordiscando
sua orelha e seu ombro. Sinto-a tão sedenta
por meu toque, tanto quanto eu estou pelo
dela.
Devido à água e ao sabão nossas mãos
deslizam por nossos corpos, deixando a
brincadeira ainda mais divertida.
— Don?
— Hum... — murmuro com minha boca em
seu seio.
— Estou escorregando. — diz rindo.
Por sorte o box é enorme e na parede
oposta ao chuveiro tem uma espécie de
banquinho. Não sei dizer qual a real finalidade
de ele estar ali, mas, para o que estou
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planejando, servirá.
Sento na ponta do banco trazendo Nicky
comigo, engancho seu corpo ao meu beijando
sua boca com todo o desejo que corre em
minhas veias. Por mim eu passaria o dia todo
aqui, colado ao corpo delgado da minha
garota, sentindo seu cheiro, escutando sua
risada. Não tenho vergonha de admitir que
estou apaixonado pela minha melhor amiga.
Solto uma risada baixa ao me lembrar de
uma música.
— Por que está rindo? — Ela indaga
querendo saber o motivo.
— Sortudo, estou apaixonado pela minha
melhor amiga. Sortudo, por ter estado onde
eu estive. Sortudo, nós estamos apaixonados
de todas as formas. — Canto um trecho de
“Lucky” — Jason Mraz.
Nicky abre um sorriso amplo.
— Me sinto sortuda, também.
— Os pombinhos decidiram sair do quarto.

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— Dash caçoa assim que pisamos na sala.


— Obrigado, cara. — Agradeço a ajuda que
ele deu à Nicky.
— Vê se agora não perde mais a sua gata.
— Pelo visto vocês já transaram mais que
coelhos no cio.
— Caralho, Drake! — Repreendo. — Tente
ser decente quando Nicky estiver conosco.
Drake se joga no sofá ao lado de Dash,
rindo.
— Uma coisa será excelente... — Dylan
entra na ampla sala de nossa suíte e caminha
para o bar. — Ele vai parar de parecer a Murta
que geme de madrugada.
— Murta que geme? Que porra é essa? —
Dash questiona.
— Porra, vocês não conhecem a Murta que
geme?
— Desculpa, cara. Mas que língua você está
falando?
Dylan revira os olhos, saca seu celular do
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bolso da bermuda e logo o som de uma garota


gemendo e chorando toma conta da sala.
— Essa é a Murta que geme. Nunca
assistiram Harry Potter?
— Não. — Dash, Drake e eu respondemos
em sincronia.
A porta da suíte se abre batendo na parede
juntamente com o som de coisas caindo
interrompe nossa conversa. Todos viramos
para o lugar de onde vem o som e vemos um
Davi cambaleante entrar ignorando todos. Ele
mal consegue andar e vai até o bar
tropeçando em seus próprios pés, abre o
frigobar e pega uma garrafa d’água, seu corpo
vira vacilante e seu olhar recai sobre nós.
— Perdi algo importante?
— Você está bem, cara? — Dash se
preocupa.
— Normal. — Davi responde. Ele evita
manter contato visual com qualquer um de
nós, principalmente comigo. — Nicky, bom te
ver.
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— É bom te ver também, Davi. — Nicky diz


encostada em meu corpo.
Davi dá um sorriso desajeitado para ela e
segue para seu quarto.
— Então... Nicky, você vai para Londres
com a gente? — Dylan muda de assunto
dando uma olhada para mim.
Dou um beijo na lateral da testa de Nicky e
me levanto.
Não bato na porta pedindo permissão, giro
a maçaneta entrando no quarto escuro de
Davi.
— Você está chapado — acuso.
— Não.
Bato na panturrilha dele, o que faz com que
ele abandone sua posição tentando me olhar.
— Você está chapado. Mal consegue olhar
para mim.
— Vá se foder, Dominic.
Paro e respiro fundo.

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— Eu espero que você não cague nas


coisas, David.
— Eu espero que você vá foder sua
namoradinha e me deixe em paz.
— Eu deveria socar você, mas você já está
sendo tóxico demais para si mesmo.
— Só me deixa em paz caralho!
Viro determinado a sair, mas algo me
segura. Eu não quero brigar com Davi, ele é
como um irmão e é por isso mesmo que eu
não posso permitir que ele se afunde.
— Não destrua as coisas para você, cara.
— Ela morreu, tá legal?! Morreu e eu fiquei
chapado.
Viro encarando seu rosto sofrido.
— Quando isso aconteceu?
— Mich me contou ontem, depois do show.
— Porra!
Caminho de volta para cama e me sento na
beirada. Davi mantém a cabeça baixa, mas eu

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sei que está escondendo o choro ou tentando


evitar que ele saia.
— Vamos cancelar o show, voltamos para
Eugene.
— Não quero nada disso.
— Davi.
— Davi nada, cara. Ela morreu, tá legal! —
Davi se levanta e caminha nervoso pelo
quarto, tentando manter o equilíbrio. — Me
deixe superar essa merda em paz.
— Tudo bem, mas não se esqueça que te
amamos. E como eu já te disse várias vezes,
você nunca vai estar sozinho. — Saio batendo
a porta fazendo o pessoal olhar para mim.
— Tudo bem, Don?
— A mãe adotiva do Davi faleceu.
— Puta que pariu!
— Mano, eu curtia aquela velinha. — Dash
diz de modo sentimental.
— Don, não é melhor eu reservar um
quarto? Vocês precisam estar com Davi nesse
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momento.
Puxo Nicky para o meu colo, apertando
meus braços em volta de seu corpo.
— Davi tem sua maneira de se curar,
princesa — explico.
— Por isso ele está assim, está chapado. —
Drake conclui.
— Sim! — confirmo. — Mas ele sabe o que
é realmente importante. Sei que não vai mais
fazer as merdas de antes. — Troco uma
olhada com os caras e vejo que todos estão
tristes.
— Everybody’s got their demons under the
2
bad . — Drake suspira.
— Sobre o que vocês estavam falando? —
pergunto tentando amenizar o clima pesado.
— Estávamos tentando convencer sua
garota a tirar alguns dias de folga.
— Eu adoraria ter você comigo em Londres
— sussurro no ouvido dela.

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— Eu sei que você viaja hoje, mas eu não


posso sair assim do nada.
— Não seria do nada, seria como um
feriado prolongado. — Dash diz.
— Eu vou pensar — diz abrindo aquele
sorriso que tanto eu amo.
Nossa turnê se encerrava aqui, na terra da
Rainha, no Fest Rock London. Fiquei feliz
quando Nicky aceitou vir comigo e todos
pareciam bem satisfeitos também. Acredito
que teria me tornado inútil para a banda se
voltasse a ser a “Murta que geme” como Dylan
me apelidou.
Davi se manteve quieto, não falava com
ninguém. E entendíamos que essa era sua
maneira de se despedir de alguém que sempre
o ajudou, mesmo que ele não quisesse. E
quando o efeito passou, ele realmente se
sentiu um trapo e as dores de cabeça foram o
suficiente para que pensasse na besteira que
havia cometido.
Chegamos animados a Londres, apesar do
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cansaço evidente em nosso rosto. Afinal,


vínhamos de meses na estrada sem realmente
tirarmos uma folga e, com o álbum novo em
vista, poderíamos até tirar uns quinze dias de
folga antes de começarmos a preparar o novo
disco e as filmagens dos clipes.
Nosso show no festival foi enlouquecedor. A
plateia cantou todas as nossas músicas. De
vez em quando parávamos de tocar, deixando
que eles ganhassem voz e era, simplesmente,
de arrepiar. O assédio das groupies nos
camarins foi bem maior do que realmente
enfrentávamos num show comum e a mesma
coisa se repetiu quando saímos do estádio
onde estava acontecendo o evento. A van nos
aguardava com Peter e sua equipe de
segurança, mas era quase impossível passar
por todos sem parar para dar alguns
autógrafos e, nesse meio tempo, as fãs
aproveitavam para tirar as casquinhas.
Confesso que estava muito preocupado, me
certificando de que Nicky estivesse bem à
vontade com tudo, não queria que ela visse
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minha carreira como um empecilho para o


nosso relacionamento. Eu queria que ela
fizesse parte disso, que curtisse toda a
adrenalina que nos envolvia.
Espreguiço me esticando na cama. A
diferença de horário ainda castiga meu corpo
e minha coragem de sair do quarto escuro
pelas persianas é zero.
— Bom dia, dorminhoco.
Abro um olho deixando o outro fechado e
foco em Nicky. Seus cabelos castanhos estão
esparramados pelo travesseiro, a colcha cinza
cobre sua nudez e os vestígios de nossa
madrugada fazendo amor.
— Que horas são?
— Quase meio-dia.
Ela estica o braço, enfia a mão em meu
cabelo e se arrasta pela cama colando seu
corpo nu ao meu.
Nicky é a mulher que eu amo e acordar
todos esses dias ao seu lado tem sido como

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ter um sol só pra mim. Eu sei que ela está


preocupada com seu bar em Eugene. Por isso,
combinei que quando voltarmos Los Angeles,
ela voltará para Oregon mesmo que,
secretamente, eu tenha odiado a minha ideia.
Ela batalhou muito para fazer do bar o que
ele é hoje, ele é fruto de seus sonhos. Um bar
totalmente despojado na nossa velha Eugene,
atraindo tanto uma clientela jovem como os
quarentões boêmios.
Eu tenho orgulho da minha garota.
— Acho que precisamos começar a arrumar
as malas — sussurro na curva de seu pescoço.
— Sim.
— Eu gostei desse hotel — comento e
inverto nossas posições, ficando por cima dela.
— A vista, com certeza, é linda! — concorda
sorrindo.
— Promete que irá arrumar um gerente
para o Bluber?
Nicky suspira profundamente olhando em
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meus olhos.
— Eu vou tentar. Sabe que não quero
largar minhas coisas porque meu namorado é
um astro do rock e já conversamos sobre isso.
Sabíamos disso quando decidimos dar esse
passo.
— Eu sei, mas não quero ficar longe de
você além do necessário.
— Eu preciso trabalhar, Don.
Bufo encaixando minha cabeça em seu
pescoço.
— Vamos fazer assim, eu prometo que vou
tentar encontrar alguém que tome conta do
bar e que irei sempre aos shows perto de
casa.
— Isso não é o suficiente.
— Don, não complique as coisas.
— Você está complicando algo que pode ser
facilmente resolvido.
Nicky tenta se afastar, mas firmo o peso
sobre seu corpo mantendo-a no lugar; não
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quero ir embora brigado. Por isso, decido


recuar e apelar para algo que sei que ambos
não resistimos: nosso amor e nosso desejo.

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Nicky

Cinco minutos atrás sua existência


me corroeu e eu permiti.
Enquanto você sussurrava em meu ouvido:
O amor é para os tolos idealistas.
— D’FIVE

Me jogo no sofá arrancando o tênis. Estou


exausta, o voo tinha sido longo e cansativo.
Treze horas dentro de um avião.
— Pizza e cerveja? — Alana pergunta assim
que entra em meu apartamento.
— Por favor.
Alana sorri já tirando o celular da bolsa.
— Tudo certo por aqui enquanto estive
fora?
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— Como se você não tivesse me ligado dia


sim e outro também, né, bobinha?
Sorrio descansando a cabeça no encosto do
sofá, enquanto Alana faz o pedido do nosso
jantar gorduroso.
— E aí, me conte os detalhes sórdidos.
Como foi com seu astro do rock?
— Vai soar meio piegas, mas foi um sonho.
Escuta a risada dela na cozinha e o tintilar
das garrafas de cerveja. Alana volta, me
entrega uma das garrafas e se senta do outro
lado do sofá.
— E quanto a você?
— O quê? — indaga.
— Dylan.
Ela solta uma gargalhada.
— Nos falamos, apenas isso.
— Sei. — Sorrio e arqueio a sobrancelha.
— Fala sério, Nicky, só você teve a sorte de
fisgar o mais sensato dos cinco.

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— Ainda fico com receio disso — confesso.


— Por quê?
— Don quer que eu o acompanhe nos
shows, que siga com ele nas viagens.
— É óbvio que você disse que sim, né?
— Não.
— Está comprovado, você tem merda na
cabeça.
— Alana!!
Ela bufa cruzando as pernas e me
encarando com cara de brava.
— Amiga, sabe o porquê temos apenas
uma vida? — Ela faz sinal para que eu não
responda. — Imagine que a vida é uma
grande tela em branco, quanto mais você se
priva de momentos, de fazer aquilo que
anseia, sua tela continuará branca. Vá viajar o
mundo sendo a namorada do roqueiro mais
requisitado no momento e me leve junto. —
Acrescenta rindo.
— Você é a melhor.
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Juntei-me a ela rindo de sua pequena lição


de moral.
— Eu acho que encontramos um gerente
perfeito para o Bluber.
— Sério?
— Sim. Ele vem amanhã para conversar
com você.
A campainha toca interrompendo nossa
conversa, Alana corre até a porta e recebe o
nosso jantar.
— Uma pizza meia muçarela e meia
chocolate.
— Eu vou pegar os pratos. — Me levanto e
sigo para a cozinha.
— Traz mais cerveja.
A tela do celular exibe a mensagem de
chamada de vídeo de Don, deito na cama e
clico em aceitar.
— Oi!
— Oi, amor. Como foi sua semana?

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Ele está ainda mais lindo, o cabelo molhado


e aqueles pequenos cachinhos na ponta que
tanto me fascinam, a piscina que são seus
olhos azuis...
Don me liga duas vezes por semana e
quando tem alguma folga dos compromissos.
Hoje, faz quatro semanas que não nos vemos
e a saudade aperta em meu peito.
— Está sendo tranquila, Jorge está
tomando conta do bar, então eu vim
descansar. Você acredita que ontem eu flagrei
um paparazzo tirando fotos minhas do outro
lado da rua? — pergunto rindo.
— Acredito. Um blog soltou uma nota sobre
não estarem me vendo com você por perto.
Óbvio que eles começaram a alegar que
estamos separados.
— Como estão indo as gravações?
— Ótimas, princesa. — Don se ajeita no
sofá e de longe escuto a risada escandalosa de
Dash. — Acredito que em mais uns dois dias
terminamos.
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— Que máximo. Estou com saudades.


— Também, amor. Sem chances de vir para
Los Angeles esse final de semana?
— Desculpe, Don. — O observo tentar
disfarçar a decepção que passa por seus
olhos. — O bar foi fechado para uma
despedida de solteira, amanhã, e Alana tem as
provas finais na faculdade.
— Tudo bem, eu entendo. Decidimos
finalmente montar uma sede, sabe, algo para
quando tivermos esses descansos e não
quisermos sair por aí.
— Isso é ótimo, amor!
— Faz um bom tempo que não ficamos
parados em um lugar por mais de dois dias.
— Espero que nosso quarto seja bastante
confortável e quem sabe o banheiro tenha
uma banheira. — O riso sai alto e vejo a
surpresa nos olhos de Don.
— Posso dar um jeito nisso... — Coça o
queixo. —, mas só se você for minha

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prisioneira por dez dias.


— Vamos ter bastante atividade ilícita?
Ele sorri cheio de malícia.
— Baby, eu levarei o céu até você.
Solto uma gargalhada.
— Acho que é injusto você cantarolar as
músicas da minha banda preferida, isso é
apelação.
— “Então venha, querida, veja o que você
provocou. Veja os problemas em que nos
metemos, meu anjo perverso.”
— Don?
— Fala, princesa.
— Te amo.
— Eu, com certeza, amo mais.

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Dominic

— Mais uma vez. Do refrão. — Mich grita


do outro lado do vidro.
Davi concorda com um aceno e ajeita o
headfone. Espero o sinal do nosso produtor
para tocar a introdução em meu novo bebê:
uma Strato Fender ‘64. As guitarras Fender
sempre foram as melhores e não resisti
quando vi esse bebezinho exposto em uma
loja.

Meu amor está sendo reprimido, mas,


baby, quando eu te tenho em minhas mãos
você não sente que meu corpo estremece
em expectativa?

Nada é para sempre.


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Mas me deixe te amar no para sempre de


hoje.
Nós dois sabemos que corações podem
mudar,
amores vêm e vão.

Eu posso sentir o suor escorrendo por


minhas costas; hoje é o nosso último dia de
gravações para o CD novo e a sensação de
êxtase está presente em toda a banda.
Estamos empolgados para, finalmente,
tirarmos uma folga de verdade e muito mais
por termos fechado um contrato com a banda
The Cast. Daqui três meses eles vão abrir um
show nosso e gravaremos, juntos, uma música
inédita. Os ingressos já estão esgotados e
nossos fãs ansiosos por este show.
As principais rádios não param de tocar as
nossas músicas e recebemos uma nova
indicação para a Billboard. É, literalmente, o
nosso sonho se realizando, não pela questão
da fama, mas por nossa voz estar sendo
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ouvida. Todas as nossas canções são


fundamentadas em sentimentos e não tem
sensação melhor do que estar de frente para
um público imenso e ver os fãs cantando e
vibrando com nossa música.
A fama é uma loucura e muitos se perdem
por não saberem lidar com ela. Tudo caminha
junto com uma linha tênue dividindo todo o
sucesso, a histeria, o sexo e toda a sujeira em
que alguns famosos se afundam. Eu jamais
quero isso para banda e agradeço por
caminharmos com cautela e sem perdermos a
nossa essência. Ainda somos como a seis anos
atrás, os moleques que tocavam na garagem
de minha casa e ficavam todos animados por
termos três garotas do colégio acompanhando
nossos ensaios.
Tiro a alça de couro do ombro e guardo a
guitarra no case. Os caras conversam sobre as
novas músicas enquanto Dash dá sugestões
de algumas performances que poderíamos
fazer nos shows.
— Dylan?
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— Fala, cara.
— Nicky está chegando, quer ir comigo ao
aeroporto?
— Ah, nem vem, mano! Não vou ser vela
para ninguém.
— Alana está vindo também — digo como
quem não quer nada e analiso seu rosto.
Eu venho notando seu interesse pela amiga
da Nicky desde o show em Nova York. Eles
mantinham contato trocando mensagens.
Seria interessante ver Dylan tentando disfarçar
seu interesse na minha frente.
— Tá bom, vamos lá.
O final de tarde em Los Angeles está
quente, mal saímos do estúdio e já sinto as
primeiras gotas do suor. Dylan puxa o boné
para baixo escondendo seu rosto e acende um
cigarro.
— Venham, vou levar vocês. Tenho certeza
que vai ser uma loucura quando chegarem ao
aeroporto. — Peter nos chama já destravando

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a porta do carro e indo para o banco do


motorista.
Cruzamos a cidade chegando ao aeroporto.
Nicky tinha mandado uma mensagem
avisando que estavam retirando as malas e
nos esperariam no desembarque.
Dylan cutuca minha costela apontando com
o queixo um grupo de garotas que nos encara
e conversam animadas entre si. Fãs. Ele faz
um sinal e elas rapidamente atravessaram a
distância entre nós, suas bochechas estão
coradas.
— Meu Deus! Dylan! — Uma grita pulando
em cima do meu amigo.
Controlo o riso.
— Calma, gatinhas. — Dylan ri e ao mesmo
tempo recebe o abraço de duas fãs.
— Don!! Meu Deus! São eles mesmos. —
Uma fã pula em cima de mim enrolando as
pernas em minha cintura.
— Controlem-se, garotas!! — Peter pede

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tentando tirá-las de cima de nós, mas sem


nenhum sucesso.
A euforia delas acaba chamando a atenção
de outras pessoas que estão por perto e
percebem quem nós somos e tudo vira um
caos. Quando dou por mim, já tem uma
pequena multidão nos rodeando, flashes de
câmeras nos cegando e muita histeria.
— Por favor, deixa eu tirar mais uma?
Nossa, ninguém vai acreditar que estive com
vocês.
Concordo sorrindo para a câmera. A fã
agarra meu pescoço e o de Dylan. Pisco para
ele e, ao mesmo tempo, damos um beijo na
bochecha da garota que só falta desmaiar.
— Vocês são demais! — diz outra.
— Olha eu tatuei o nome de vocês! — grita
uma fã sendo contida por Peter.
— Pronto, pronto. Agora vamos, garotas. —
Peter tenta terminar com o tumulto.
Por cima do ombro dele eu vejo Nicky e

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Alana rindo, e meu sorriso é instantâneo assim


que meus olhos cruzam com os da minha
garota.
— Desculpem, meninas. Mas esse daqui já
tem dona. — Nicky brinca passando pelas fãs
e me beija.
— Que bom que está aqui! — sussurro em
seu ouvido.
— Gatinhas, nós precisamos ir. Mas... —
Dylan caça no bolso de sua calça alguns
convites VIPs do nosso próximo show. —
Espero ver vocês lá, quem sabe até não dão
uma passadinha no camarim. — Dylan
acrescenta piscando e passa os convites para
as fãs que ficam ainda mais animadas e
histéricas.
— É, você conseguiu fazer os seguranças
do aeroporto nos colocarem para fora. —
Alana brinca enquanto saímos do aeroporto.
— Sou irresistível, boneca. — Dylan encara
Alana com malícia.
Está claro que ali tem coisa.
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Dominic

Abaixo um pouco os óculos de sol, coloco


os braços atrás da cabeça e admiro Nicky
conversando com Alana na beira da piscina.
Dylan está ao meu lado tirando fotos para seu
Instagram e verificando o da banda.
— Mano, quando essa foto foi tirada? —
questiona virando o celular para mim.
A foto é dele dormindo no sofá do nosso
ônibus, Dash e Davi tinham roubado a
maquiagem da nossa produtora e sacanearam
Dylan.
Gargalhei relembrando do dia.
— Você apagou depois daquela bebedeira,
os caras aproveitaram.
— Porra! Tá no Instagram. Sabe quantas
curtidas tem?
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— Não.
— Porra, noventa mil curtidas, cara.
O pessoal nos encara devido as minhas
risadas e a explosão de Dylan. Nicky sai da
beira da piscina, vem até mim e se senta em
meu colo.
Seu corpo está bronzeado por conta das
nossas manhãs no deck e na piscina. E esse
biquíni azul turquesa deixa suas curvas ainda
mais sensuais e deliciosas. Se eu não
confiasse plenamente em meus amigos eu
teria mandado Nicky usar uma burca. Não
quero ninguém admirando seu corpo, o quero
somente para mim.
— Tudo bem com ele? — Ela pergunta
dando um beijo casto em minha boca.
— Tudo — respondo rindo. — Ele ficou
bravo com uma foto que viu no Instagram.
— Dash, Drake, vocês me pagam. — Dylan
grita. Os caras gargalham levantando suas
cervejas em cumprimento, deixando Dylan
ainda mais bravo.
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— Está gostando da nossa pequena férias?


— Sim, está tudo perfeito.
Puxo seu corpo mais para o meu e trago
sua boca para a minha, mordo seu lábio
superior aproveitando seus lábios entreabertos
para aprofundar nosso beijo, os dedos de
Nicky se afundam no meu cabelo, causando
arrepios por todo meu corpo.
É difícil me controlar quando ela está tão
receptiva ao meu toque. Sua pele em contato
direto com o meu corpo faz com que minhas
mãos se tornem mais ousadas passeando pelo
quadril dela.
— Don... — sussurra contra minha boca.
— Poderíamos experimentar aquela sua
ideia da banheira, o que você acha?
Ela arregala os olhos olhando
envergonhada para Dylan que continua
entretido no celular como se nada estivesse
escutando.
— Não ligue para ele, eu tive que aturar

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todos eles se esfregando com mulheres todo


esse tempo — digo vendo pelo canto do olho o
sorrisinho de Dylan.
Enfio meu rosto no pescoço dela, beijando,
mordendo, sugando aquele pedaço de pele
delicioso.
— Eu te amo.
— Eu já desconfiava — diz se afastando. —
Mas agora vou voltar para meu sol.
Prendo seu corpo ao meu firmando meus
braços em volta de sua cintura.
— Não vai, não.
— Don, eu vou ficar com duas cores —
reclama.
— Eu adoro um Kinder ovo.
— Seu ridículo, me solta.
Rimos e permito que ela se levante. Ela vai
para o outro lado se juntando à Alana, ambas
arrumam as espreguiçadeiras, passam o
bronzeador e deitam de barriga para baixo. A
visão de sua bunda lindamente redonda já me
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deixa ansioso para que caia uma chuva


torrencial e eu possa arrastá-la para nosso
quarto estando totalmente bronzeado ou
apenas de um lado.
Olho para Dylan. O descarado já
abandonou o celular e encara a bunda de
Alana.
— Alana, hein!? — comento.
— O que tem? — questiona sem tirar os
olhos do corpo dela.
— Você está gamado nela.
— E o amor anda te deixando cego. — Ele
olha para mim.
— Será mesmo? Ou é você que não está
querendo enxergar o que está bem na sua
frente?
Dylan bufa de raiva e se levanta, indo em
direção a casa, me fazendo rir de sua negativa
para algo que está estampado na sua cara.
Aproveito que Nicky correu escada acima
para terminar de se arrumar e sigo atrás. Ela
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está no banheiro conferindo sua aparência


quando entro em nosso quarto e tranco a
porta atrás de mim.
— Don, não!! Não... Eu conheço esse olhar.
— Ri enquanto eu diminuo a distância entre
nós. — Eles estão no esperando.
— Shhh... E continuarão esperando.
Me aproximo e a levanto fazendo suas
pernas se entrelaçarem na minha cintura.
Somente alguns passos até a cama e nos
derrubo em cima do colchão macio. Ela sorri e
seus olhos brilham com a malícia que eu tanto
adoro. Passo a língua por seus lábios, sentindo
sua maciez, o sabor...
Sua boca encontra a minha novamente,
com mais vontade dessa vez, nossas línguas
brincando, atiçando. Tomo sua boca e seu
corpo com propriedade. Pressiono meu corpo
ainda mais contra o seu, causando um tesão
incrível.
Agradeço mentalmente por ela ter escolhido
um vestido de verão, o que torna as coisas
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mais fáceis. Tiro minha camisa e minha calça


junto com a cueca boxer, formando uma pilha
de roupas ao lado da cama. O vestido e a
lingerie têm o mesmo destino.
Enquanto saboreio todo seu corpo, me
posiciono entre suas pernas, minha língua
brinca entre seu pescoço e seus seios fazendo-
a arquear as costas, gemendo. Seus olhos
praticamente se revirando de prazer.
Meu corpo estremece ao sentir nossos
corpos se unindo. Nossa respiração se torna
irregular. Nossos gemidos ecoam juntos pelo
quarto enquanto executamos um ritmo febril e
delicioso, rápido e lento, num eterno provocar.
Nicky finca as unhas em minhas costas, sua
boca está entreaberta em busca de ar. E
quando o tremor percorre todo o seu corpo,
acaba me levando junto. Meu corpo retesa
explodindo num orgasmo delicioso.

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Dominic

“D’FIVE. D’FIVE. D’FIVE”


Ajeito a alça de couro da guitarra em meu
pescoço, o suor já começa a escorrer em
minhas costas pela ansiedade. Os gritos da
multidão chegam até nosso camarim nos
deixando ainda mais ansiosos.
— Arrebenta, meu amor.
A abraço e tomo a boca de Nicky para mim.
— Você vai assistir aqui do camarim? —
pergunto encaixando seu corpo entre as
minhas pernas.
— Não, estarei na lateral do palco com a
Brenda e a Alana.
— Meninos, está na hora. — O produtor
anuncia.
Dou um último beijo em Nicky e ficamos em
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pé.
Na lateral do palco a gritaria está ainda pior
do que no camarim, elevando a adrenalina.
Dash nos puxa para um abraço em grupo e faz
a nossa oração de sempre antes de nos
apresentarmos.
— Vamos mostrar quem é a D’FIVE. —
Drake incita.
— Vamos arrebentar.
Com o palco ainda escuro nos posicionamos
em nossas marcas. Dylan começa a tocar a
bateria e as luzes em cima dele piscam no
mesmo ritmo fazendo o público gritar ainda
mais. Quando Dash, Drake e eu começamos a
tocar, os gritos aumentam., mas a plateia vai
à loucura quando Davi entra cantando o
primeiro verso da canção.
Tocamos com toda a intensidade e amor
que tínhamos por cada fã ali presente, por
estarmos juntos e por, simplesmente,
estarmos realizando o nosso sonho: Viver da
música. Troquei alguns olhares com Nicky
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durante todo o show, vendo que ela cantava


animada ou quando somente me mandava um
beijo.
E percebi como eu estava completamente
feliz, com a banda e com Nicky ao meu lado. E
meu único pedido era que eu sempre pudesse
me sentir assim. E quando o dia acabasse e eu
adormecesse com minha melhor amiga, a
minha garota, em meus braços, eu pudesse
ter pelo menos um milésimo da felicidade que
tive hoje, no dia de amanhã.

Por que a vida é repleta de sons e de amor,


E para senti-los basta fechar os olhos
e se deixar levar.
É como me sentar num bar legal,
sorrir para uma pessoa qualquer
e tocar em meu velho violão uma nova
canção.
— D’FIVE

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CONTINUA...

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Notes

[←1]
Chad Kroeger é o vocalista da banda Nickelback

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[←2]
Everybody’s got their demons under the bad (Todo
mundo tem seus demônios debaixo da cama)

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