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Goiânia
2019
O presente trabalho, tem como pressuposto a leitura analítica de uma
obra de arte em sua totalidade através dos princípios propostos por Mateheus
Gorovitz em “Da Educação do Juízo de gosto e a formação do arquiteto” –
1998.
A obra adotada faz parte de um conjunto de instalações artísticas de
Henrique Oliveira denominada Baitogogo | 2013 | Palais de Tokyo, Paris -
França | madeira compensada e galhos | 6,74 x 11,79 x 20,76m |. (ver figura
01).
O roteiro de apreciação será percorrido, levando em conta, as categorias
da estética como campo disciplinar de estudo empírico e cientifico na esfera do
conhecimento humano dotada de um sistema de unidade lógico de aspecto e
racionalidade de método” (Corbisier 1987, 208), donde, O juízo de gosto, por
sua vez, aqui será definido como uma ação autônoma – práxis – (Bottomore
1988, 292) facultada pela interação das capacitações racionais, intelectivas,
volitivas e sensíveis do ser humano, e, não terá como parâmetro, razão prática-
utilitária da obra ou valores pré-estabelecidos, a Totalidade, terá caráter de
integração dos lados sensíveis e racionais da consciência humana, contrária ao
conceito marxista de alienação (Bottomore 1988,5) e o belo como a mediação
entre o universo “subjetivo e objetivo” que a obra de arte pode denotar de
maneira individual e subjetiva na esfera coletiva e universal (Corbisier 1987,
67-68).
Isto posto, os critérios da obra serão abordados através de três
aspectos, Objeto-em-si, Objeto-para-si, Objeto-em-si-e-para-si. No entanto,
apesar de categoricamente e cartesianamente dividido, este caráter analítico,
não se sobrepõe à totalidade do processo dialético.
Objeto-para-si
Como impressão pessoal, a obra me remente a um tema particularmente
recorrente e amplamente abordado pela cultura popular e a indústria de games,
o “universo pós apocalíptico”, como em Horizon Zero Dawn da produtora
Guirrilha Games (ver figura 03), ou The Last Of US da Naughty Dog, (ver figura
04). Os jogos, apesar de existirem em universos diferentes, são
contextualizados em um mundo cuja humanidade sucumbiu e a natureza toma
conta do ambiente antes dominado pelo homem. A vegetação reivindica sua
posição no espaço urbano e disputa sua existência com as estruturas e
edificações antes feitas e ocupadas pelo homem e para o homem. Evocando a
mim uma reflexão sobre a fragilidade e propensão da sociedade a sucumbir
enquanto a natureza, uma vez sem o homem, cresce e encontra um meio de
retoma à sua verdadeira magnitude.