A EFICÁCIA E BENEFÍCIOS DO EMPREGO DE MECANISMOS AUTOMATIZADOS

PARA A EXECUÇÃO DOS PROCESSOS DE MONTAGEM E DESMONTAGEM DE

ROLAMENTOS

Jônatas Joaquim1
Wagner Zeferino Fernandes2
Vilson Menegon Bristot3

RESUMO
A automação é considerada como a tecnologia através da qual um processo ou
procedimento é obtido sem utilização de força humana. É realizada empregando-se
um programa de instruções aliado a um sistema de controle que executa as
instruções. A automação é um fator imprescindível para qualquer tipo de indústria
que objetiva expandir-se tanto na no âmbito econômico quanto no âmbito produtivo.
Surgiu em decorrência da necessidade de otimização do controle de processos
industriais e máquinas, com o objetivo de aumentar a produtividade e a qualidade,
nos procedimentos que até então eram executados somente pelo trabalho humano.
Este estudo estabeleceu o seguinte objetivo geral: apresentar o processo de
instalação elétrica e automação da máquina de montagem e desmontagem de
rolamentos, concebendo ainda um Procedimento Operacional Padrão (POP) de
modo que os processos de montagens e desmontagens de rolamentos sejam
uniformes. As publicações consultadas apontaram para o fato de que a otimização
do processo de automação requer-se questionamentos metodológicos que
privilegiem a interdisciplinaridade e a integração, definindo particularmente uma
política científica geral e de automação, garantindo os meios de sustentá-la e
promovendo a habilidade de profissionais com capacidade de visão para identificar
as ligações de fatos particulares do sistema como um todo.

Palavras-chave: Automação. Automação Industrial. Sistemas de Automoção

Industrial. Evolução. Otimização.

1 INTRODUÇÃO

Inicialmente importante salientar que a automação é considerada como a

tecnologia através da qual um processo ou procedimento é obtido sem utilização de
força humana. É realizada empregando-se um programa de instruções aliado a um

1Jonatas Joaquim, Faculdade SATC, Criciúma, Santa Catarina – j-o-natas@hotmail.com.

2Prof. Esp. Wagner Zeferino Fernandes, Faculdade SATC, Criciúma, Santa Catarina–
wagner.zeferino@satc.edu.br.
3Dr. Eng. Vilson Menegon Bistrot. Faculdade SATC, Criciúma, Santa Catarina –
Vilson.bristot@gmail.com.
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sistema de controle que executa as instruções. Para automatizar um processo, é

necessário energia não só para condução do processo como para operação do
programa e do sistema de controle (GROOVER, 2010).
Dado o exposto, a automação é considerada uma relevante aliada da
otimização do desempenho dos colaboradores, tendo em vista que por meio da
tecnologia são projetados indicadores que contribuem com a gestão, aceleram
processos e deslocam movimentos manuais dispensáveis, garantindo a diminuição
de tarefas que não sejam ergonomicamente aceitáveis, e que não geram valor aos
produtos. Sendo assim, automatizar processos descentraliza tarefas, proporciona a
autonomia do colaborador contribuindo para a obtenção da eficácia na gestão. Deste
modo, pode-se concluir que a automação é um fator imprescindível para qualquer
tipo de indústria que objetiva expandir-se tanto na no âmbito econômico quanto no
âmbito produtivo.
Registre-se que o sistema de automação funciona como a inteligência
central, permitindo a um só tempo, gerenciar controles de acesso, sistemas de
segurança, dispositivos contra incêndio, sistemas elétricos, hidráulicos, mecânicos,
ar-condicionado, iluminação, etc. Entre outros benefícios, proporciona economia de
energia, redução de custos de operação e manutenção, otimização de vida útil dos
equipamentos, controle e qualidade do ar. Confirmando essa ideia Nozu (2011, p.
15) esclarece que:

Ambientes inteligentes são ambientes capazes de se adaptar às

necessidades dos usuários, otimizando a funcionalidade, conforto,
flexibilidade de uso, segurança e energia. Projetos de automação predial
apresentam, além de controle de iluminação e temperatura, sistemas de
telemática, circuito fechado de televisão, sinalização, o que pode incluir
enfermagem, heliporto, rota de fuga, entre outros; controle de acesso,
sistemas de áudio e TV e a integração do sistema de automação ao sistema
de detecção e alarme de incêndio.

Oportuno se torna dizer que com o decorrer dos anos, a evolução

tecnológica em diversas áreas, permitiu a concepção de projetos de automação
industriais cada vez mais velozes e confiáveis, fazendo com que sistemas de
automação industrial se tornem algo indispensável em grandes centros empresariais
e indústrias. Cumpre registrar que a automação surgiu em decorrência da
necessidade de otimização do controle de processos industriais e máquinas, com o
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objetivo de aumentar a produtividade e a qualidade, nos procedimentos que até

então eram executados somente pelo trabalho humano, sendo o caso da montagem
e desmontagem de rolamentos, tendo em vista que conforme apontado em, a
montagem ou desmontagem correta dessas estruturas costuma ser um processo
complexo, principalmente quando se trata de rolamentos volumosos (NETO et al.,
2016).
Por definição, sublinhe-se que rolamentos são peças de vital importância
na indústria e, quando se trata da montagem e desmontagem dos mesmos, a
utilização de técnicas incorretas pode gerar uma série de danos irreversíveis, os
quais poderão contribuir efetivamente para a perda da vida útil ou inutilização do
rolamento, afetando do mesmo modo o equipamento no qual ele encontra-se
acoplado (SKF, 2018).
Considerando a complexidade deste processo, estudantes do curso de
Tecnologia em Manutenção Industrial da Faculdade Satc/SC desenvolveram uma
máquina para automatização dos processos de montagem e desmontagem de
rolamentos em um dos laboratórios da instituição, contribuindo para a não incidência
de danos aos componentes do mesmo durante os procedimentos, sendo que
primeiramente foi fabricada tanto a parte estrutural, quanto a parte mecânica do
equipamento, restando apenas à montagem das partes eletroeletrônicas e a
idealização de um Procedimento Operacional Padrão (POP), o qual será composto
por instruções detalhadas, visando o alcance da uniformidade dos processos,
buscando deste modo coletar informações para responder ao seguinte
questionamento: qual a eficácia e benefícios do emprego de mecanismos
automatizados para a execução dos processos de montagem e desmontagem de
rolamentos?
Sequencialmente para responder ao problema da pesquisa, este estudo
delimitou-se como objetivo geral: apresentar o processo de instalação elétrica e
automação da máquina de montagem e desmontagem de rolamentos, concebendo
ainda um Procedimento Operacional Padrão (POP) de modo que os processos de
montagens e desmontagens de rolamentos sejam uniformes. O objetivo geral
posteriormente foi fragmentado originando os seguintes objetivos específicos:
descrever o contexto histórico da automação industrial, destacando seus benefícios
e possíveis desvantagens e descrever conceitos para facilitar a compreensão das
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nuances do processo de automatização da máquina para montagem e

desmontagem de rolamentos.
Este estudo justifica-se pela observação que a automação vem
aumentando gradualmente, sendo propicio o ganho da quantidade e qualidade da
produção, além de oferecer melhorias no preço para o consumidor, além de
possibilitar que o pesquisador aprofunde seus conhecimentos acerca do tema
abordado na pesquisa.
Outro fator a ser considerado que ressalta a importância dessa pesquisa,
deve-se ao fato de que a automação industrial, é um campo em plena fase de
desenvolvimento tanto no Brasil quanto no Mundo, apresentando grande potencial
de crescimento em relação ao mercado de trabalho, visto que a demanda para esse
tipo de serviço aumenta a cada ano.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTEXTUALIZANDO A AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

A automação industrial é uma área de pesquisa que vem expandindo sua
atuação progressivamente nos últimos anos. A utilização de dispositivos e a
aplicação de soluções desenvolvidas em automação industrial tem grande
repercussão sobretudo no setor industrial. “As aplicações não se resumem a
substituir o trabalho humano em tarefas exaustivas, monótonas e perigosas; elas
trazem melhoria na qualidade de processos, otimização dos espaços, redução no
tempo de produção e custos” (PAREDE, 2011, p. 4).
Essas melhorias são oportunizadas através da implementação de
sistemas inteligentes, os quais são capazes de identificar determinadas recorrências
no uso de dispositivos elétricos em uma casa e, com base nisso, criar rotinas que
atendam ao usuário mesmo sem sua intervenção. Este conceito, embasado no
modelo de redes neurais, se pauta na utilização de dispositivos artificiais que se
baseiam em mecanismos de aprendizado inspirados no cérebro humano (DIAS;
PIZZOLATO, 2004).
A Automação surgiu com o intuito de reduzir os custos da produção e de
aumentar a produtividade diminuindo assim a necessidade da mão de obra humana.
Já existia na Pré-história, apesar de só no séc. XVIII terem nascido os automatismos
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mais complexos. Foi graças ao aproveitamento da energia calorífica do carvão que

surgiu a Primeira Revolução Industrial e com ela os primeiros mecanismos
automáticos (Máquina a vapor, Máquina de Fiar, Tear Mecânico).
A Segunda Revolução Industrial iniciou-se em 1870, surgiram novos
processos de fabricação de aço e um avanço dos meios de transporte que
implicaram na construção de vias de comunicação adaptadas às novas formas de
deslocação. No campo da indústria automóvel a racionalização do trabalho e a
coordenação entre máquinas e trabalhadores (fordismo e taylorismo) foram
processos importantes para a automação industrial.
A ideia de automação, não é algo recente, pois desde os primórdios o
homem vem desenvolvendo mecanismos que facilitam a execução de tarefas
diárias. Insta pontuar que a partir da Revolução Industrial, verificou-se um avanço
significativo de sistemas automáticos, e assim surgiram as primeiras invenções,
entre elas o “regulador de esferas”, o qual foi desenvolvido por James Watt com o
objetivo de controlar a velocidade das máquinas a vapor (DORF e BISHOP, 2001).
A partir desse marco, emergiram as indústrias especializadas, as quais
passaram a utilizar a força do vapor para movimentar as linhas de produção,
facilitando o trabalho dos funcionários. Deste modo a competitividade aumentou e
assim, reduziram-se os custos de produção aumentando a produtividade e
diminuindo consideravelmente a necessidade do componente humano.
Oportuno se torna pontuar que com a descoberta da eletricidade e do
magnetismo, ampliou-se o rol de possibilidades para concepção de sistemas
autônomos, e, por conseguinte, vieram os relés eletromecânicos, mecanismos
fundamentais para automação das primeiras indústrias , em meados do século XX,
sendo mais tarde substituído controladores lógicos programáveis(CLPs).
O ano de 1947 foi marcado pela criação do transistor, o que fomentou a
expansão da automação, tornando-se esse mecanismo a base dos
microprocessadores modernos. Em 1960, as empresas automobilísticas possuíam
linhas de produção fixas, as quais produziam com certa eficácia modelos pré-
programáveis, no entanto quando era necessária qualquer modificação, o tempo de
produção desses modelos se tornava mais onerosa e demorada.
Destarte, para atender a essa demanda a General Motors, observou que
era fundamental a criação de um dispositivo que atribuísse polivalência à produção e
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com esta finalidade, sobrevém o primeiro Controlador Lógico Programável (CLP)

desenvolvido pela empresa Allen-Bradley, revolucionando todas as indústrias nos
anos posteriores (GOEKING, 2010).
Registre-se que a automação chegou ao Brasil , somente no ano de 1980,
sendo aplicada, inicialmente, em indústrias automobilísticas e petroquímicas. Desde
então, a tecnologia se propagou para outras áreas, como indústrias alimentícias,
químicas, petroquímicas, siderúrgicas, automotivas e associadas (pneus, borracha,
etc.).
Nesta mesma época, surgiu a “pirâmide da automação”, a qual divide os
níveis dos equipamentos envolvidos nessa tecnologia de acordo com sua atuação
na indústria e descreve como as informações são filtradas do nível 1 até chegar ao
seu topo. Em contrapartida, as ordens vindas dos níveis administrativos (4 e 5) são
repassadas para o nível 3, garantindo que as tarefas sejam efetivadas pelos níveis
operacionais. Nos dias de hoje, a pirâmide da automação respalda-se no modelo
apontado pela figura 1 que consta no livro “Engenharia de Automação Industrial“,
dos autores Cícero Couto de Moraes e Plínio de Lauro Castrucci.

Figura 1 – Pirâmide da Automação

Fonte: Morais e Castrucci (2010).

A constituição do segmento de automação industrial (Al) no Brasil deu-se
no âmbito da política de reserva de mercado de informática, cujas primeiras medidas
foram tomadas no final da década de 70 e no início da de 80. No ano de 1984, o
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Congresso Nacional aprovou a Lei n° 7.232, que tratava da Política Nacional de

Informática. Essa lei institucionalizou a reserva de mercado de informática no País,
estando nela contida a definição de empresa nacional, os instrumentos de apoio à
indústria, bem como foi determinado o prazo de sua vigência até outubro de 1992
(BASTOS, 1998).