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INTRODUÇÃO
Apresento este trabalho com base comparativa do filme Matrix a partir dos
estudos de Carl Gustav Jung1, sendo necessário ter um pouco de conhecimento
prévio do filme para melhor compreensão e análise quanto a idéia central da
pesquisa que é sobre o mundo real ou irreal que vivemos.
A sinopse do filme anexado a esta monografia, (p. 78).
Quando sonhamos estamos vivenciando uma realidade que envolve todos os
nossos sentidos: tato, paladar, olfato, visão e audição.
Os sonhos de Jung eram as respostas às suas reflexões. Remontava às
bases da história das civilizações que é a história dos estados sucessivos da
consciência.
Jung ao analisar os seus sonhos e de seus pacientes, começou a se
interessar pela Arqueologia, Mitologia, Religião e Gnosticismo.
Vivemos no mundo real carregados de várias personas, complexos
conscientes e inconscientes, experimentamos e vivenciamos coisas que não são
nossas, herdadas de nossos pais, nos adaptamos a essas crenças dando valores a
elas como se fossem nossos. Vivemos uma realidade que nós acreditamos ser,
afinal sempre foi assim.
Quando nascemos somos acolhidos por pessoas que cuidam de nós e nos
apresentam um mundo dito como a única realidade palpável e verdadeira.
Passamos acreditar em muitas crenças e damos valores a elas que em sua maioria
não nos pertence. Somos inseridos ao mundo real, consciente e limitado.
Quando dormimos entramos em outro mundo que se apresenta a nós como
real e inconsciente. Nesse momento nos libertamos das nossas limitações externas,
permitimos a manifestação dos nossos desejos reprimidos, os medos são muitas
vezes forçosamente enfrentados.
Como no filme Matrix, estamos enfrentando internamente e externamente
duras realidades possíveis e imaginárias em nossa consciência.
1
Carl Gustav Jung, Psiquiatra - Médico Psiquiatra - Fundador da Psicologia Analítica. (1875 – 1961)
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Tema
Delimitação do Tema
Problema
Objetivo Geral
Pesquisar até que ponto os sonhos podem ser mecanismos importantes para
o processo de individuação, destruindo e reconstruindo realidades internas e
externas do indivíduo.
Objetivos Específicos
Justificativa
Hipótese
revelações através dos sonhos, representados por símbolos, mitos e arquétipos que
levam o sujeito ao processo de individuação.
Metodologia
- Quanto à ciência:
Pesquisa Teórica
- Quanto à natureza:
Resumo de assunto.
- Quanto ao objeto:
Pesquisa bibliográfica e documental.
CAPITULO I
1.1 O Real
É algo que existe de fato, verdadeiro, aquilo que é tangível, real, deflacionado.
(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 2002).
Conhecemos as fontes, ou causas, de muitas coisas no mundo real.
Sabemos que máquinas e sinais elétricos são produzidos por humanos e por
máquinas artificialmente inteligentes. Sabemos que os seres humanos
nascidos na cidade de Zion tiveram pais que os geraram. Mas não
conhecemos a fonte primária de todas essas coisas. Isto é, ninguém nos diz
de onde vem a questão, de que são feitas as máquinas e como os humanos
se reproduzem. Tão pouco nos dizem de onde vem a mente, embora
saibamos que Neo é a reencarnação do primeiro homem que podia torcer as
regras da Matrix e que libertou os primeiros prisioneiros. O que sabemos, de
fato, é que a Matrix não é a causa das coisas no mundo real. Quaisquer que
sejam as causas das coisas que podemos categorizar em “real”, elas não
têm a ver com as causas responsáveis por criar o mundo irreal da Matrix.
(Willinam Irwin – Matrix Bem-Vindo ao Deserto do Real, pág. 94).
A citação do autor, narra um fato real que ocorre na história do filme Matrix, os
seres humanos acreditam que a realidade é algo que eles podem sentir através dos
sentidos, mas não questionam as suas origens verdadeiras, ou seja, as causas de
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tudo que ocorre pode ser gerado por uma realidade que para eles é irreal por
pertencer a Matrix, um programa de computador.
Entende-se desta forma que o real é aquilo que podemos sentir e irreal é algo
que não conseguimos ter contato pelos nossos sentidos.
Mas quando sonhamos, os nossos sentidos são automaticamente ativados de
forma natural e espontânea. Conseguimos visualizar ou sentir sensações reais, como
se estivéssemos acordados. Quando despertamos, observamos que a experiência
vivenciada foi uma ilusão.
Quando os sonhos se tornam pesadelos, a reação é ainda mais real, para
todos os efeitos orgânicos a experiência que foi vivenciada era real.
O que é irreal para a nossa mente?
A nossa mente é uma Matrix e estamos lidando com o real e irreal o tempo
todo.
Assim, ocorre no filme Matrix, todos os seres humanos pertencem ao mundo
real, porém dentro da Matrix pertencem ao mundo irreal, mas esquecem que se um
dos integrantes morrerem no mundo irreal que eles dizem ser a “mente”, o corpo que
é dito como “real” também morre. Portanto, a mente seria a Matrix e o corpo a Matriz.
Se para Jung o Ego é responsável por nossos sentimentos de identidade e
continuidade, do ponto de vista da própria pessoa, passa a ser o centro da
personalidade. O ego não foi produzido pela natureza para seguir ilimitadamente os
seus próprios impulsos arbitrários, mas sim para ajudar a realizar, verdadeiramente,
a totalidade da Psique.
Jung (Memórias, Sonhos, Reflexões, pág. 18), em sua vivência confrontou
com os processos do inconsciente, descobriu progressivamente que eles convergem
para um certo ponto, o meio. Portanto, o Self, fundamento da psicologia analítica,
não é uma idéia nascida duma reflexão, mas apresentou-se primeiro a Jung como
uma realidade vivida, aliás, inesperada, que o sustentou e o ajudou a colocar em
ordem os elementos surgidos durante suas provações. Dispondo-se a ser ao mesmo
tempo sujeito e objeto da experiência, ele chegou à vivência do Self.
Se mente e corpo não podem viver separados, logicamente corpo não pode
viver sem o espírito. Ambos os sistemas estão interligados um ao outro, ou seja,
precisamos da nossa mente, do nosso corpo e do nosso espírito.
Leon Bonaventure (Memórias, Sonhos, Reflexões, pág. 18), comenta que o
homem moderno, enquanto fica prisioneiro do seu ego, dificilmente chegará a
compreender o verdadeiro alcance da experiência vívida de Jung.
O homem moderno vive em conflito consigo próprio e com os outros. Somente
conseguirá estabelecer uma comunicação com o seu Self quando passar pelo
processo de individuação.
A maioria dos homens modernos não possui consciência o quanto é
importante ampliar a sua consciência, assumindo por toda uma vida apenas o Ego e
boicotando a si próprio para não confrontar a sombra que tanto o incomoda.
Seria o Ego a nossa realidade consciente? O espírito a nossa realidade
inconsciente?
No meu entendimento, acredito que seja possível as duas situações, o Ego é
nossa realidade consciente e inconsciente, como também, o espírito é nossa
realidade consciente e inconsciente.
No meu ponto de vista, o real é tudo aquilo que acredito e vivencio no meu
presente, agora o que estou sentindo, percebendo e ao mesmo tempo essas
percepções são encaminhadas para a minha memória, tudo fica registrado na minha
mente.
Toda experiência é armazenada, processada e desdobrada em nossa mente,
quando sonhamos estamos vivendo uma realidade que nossa mente está criando.
São mensagens de nossa mente inconsciente para o nosso consciente,
representados pelos arquétipos.
Baseado nos estudos e obras de Jung, a totalidade do individuo só é possível
com a união do Ego, Persona, Sombra, Arquétipos, Anima, Animus, Self, Consciente
e Inconsciente individual e coletivo.
Para atingirmos o estado real da totalidade, precisamos entender que a
totalidade se refere ao equilíbrio que todos buscamos no decorrer de nossa
existência humana.
No filme Matrix, o personagem Morpheus diz: “a mente não pode viver sem o
corpo e nem o corpo pode viver sem a mente”.
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Em outras palavras ele quer dizer que não podemos viver só a realidade
(tangível), precisamos também viver a irrealidade (intangível), eles estão interligados
e fazem parte de nós. Da mesma forma, precisamos da nossa mente consciente e
inconsciente para vivermos a realidade dos fatos e acontecimentos.
1.2 O Irreal
Nesta argumentação, Jung deixa claro que os traumas que eram uma
realidade consciente, passam para outra realidade inconsciente. Desse trauma são
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Conforme Jung, a nossa vida não pode ser medida, não é tangível, está
representada simbolicamente pela nossa existência corpórea, esquecendo-se da
sua verdadeira essência. Quando nascemos somos representados através do
nosso corpo (Ego), mas ao morrermos deixamos de ter o nosso corpo, deixamos de
existir no mundo real, mas continuamos com a nossa essência (espírito) em outro
mundo, visto pela humanidade como mundo irreal.
Atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade.
Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados. Cuidado com
que se executa um trabalho se cumpre um dever, senso de responsabilidade.
Conhecimento, noção. Percepção imediata dos acontecimentos e da própria
atividade psíquica. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, 2002).
Conforme definição de Jung, as partes integrantes Ego e Persona, são
criações cruciais para o entendimento e desenvolvimento da natureza humana.
Graças à sua percepção e valiosas pesquisas, observou em seus pacientes
variadas situações que exprimiam através dos sonhos, desenhos, temas
mitológicos e longínquos, surgindo assim à existência de camadas da psique
inconsciente, pessoal e coletiva.
Como Jung era um médico psiquiatra e cientista, totalmente desapegado e
desconfiado de certas crenças e verdades, para ele materialismo e ciência não
eram sinônimos de realidade.
Jung detectou que o inconsciente é independente das leis do espaço, tempo
e causalidade, sempre deu lugar aos fenômenos paranormais como clarividência e
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1.4 A Verdade
CAPÍTULO II
2.1 As Crenças
No primeiro filme, Neo2, aprende a viver por sua aspiração, liberta-se de algo
que ele não conseguia ver ou saber, mas cuja opressão ele podia sentir em sua
alma. Neo buscou a sua libertação inconsciente e foi ajudado pelos seus amigos
Morpheus e Trinity que já viviam fora da Matrix3 na realidade. Neo acreditava viver
em um mundo real, quando descobre pelos seus amigos, que vivia em um casulo
de gosma, uma Matriz criada pelas máquinas de inteligência artificial, onde recebia
pelos tubos conectados em seu corpo, comandos para a sua inconsciência de
experiências de um supercomputador, criando uma realidade que ele acreditara
estar vivendo. Quando foi salvo pelos seus novos amigos, passa a vivenciar um
outro mundo dito ser real e com muitas limitações. Antes dele se adaptar à nova
realidade, oferecem a ele duas pílulas, ditas como sendo a azul a pílula do mundo
irreal que ele viverá por muitos anos e a pílula vermelha seria a da sua nova
realidade, o mundo real.
Neo opta em tomar a pílula vermelha, pois Morpheus havia lhe dito que não
se pode dizer a ninguém o que é a Matrix. Você terá que vê-la por si mesmo. Ele
não explica o porquê, mas pode ser que Morpheus acreditasse que Neo precisava
experimentar para vivenciar e tirar por si mesmo o que seria a sua realidade.
Diante desse fato, acredito que o conhecimento é uma crença verdadeira
justificada por nós e que tradicionalmente passamos acreditar, dita por outra pessoa
e justificada, assim crescemos acreditando em muitas coisas que não vivenciamos,
experimentamos e embora tenhamos dúvidas persistimos neste admirável mundo
dito real, pelo menos acreditamos ser o método correto para a evolução de nossas
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Neo – Principal personagem do filme The Matrix, considerado o salvador da humanidade.
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Matrix – Mundo virtual criado pelas máquinas, inteligências artificiais, programa de computador para proteger
a Matrix de invasores e de inimigos.
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vidas, pois a maioria das pessoas segue os mesmos padrões impostos pela
sociedade.
O que seria realmente real ou irreal é algo que precisamos refletir
profundamente, pois depende da forma que interpretamos as nossas experiências
ou vivências. Neo viveu vinte e cinco anos para acreditar em um novo mundo que
lhe fora apresentado ser o verdadeiro mundo real, mas nunca teve certeza sobre o
que era real ou irreal.
Assim somos nós quando vivenciamos uma experiência seja ela dita como
real no mundo dos sentidos ou irreal no mundo dos sonhos. As pessoas não
mentem de modo geral, por isso, se alguém parece estar lhe dizendo a verdade,
você pode acreditar ou não, mas geralmente acredita.
Se alguém parece estar falando uma língua diferente da sua, provavelmente
você irá acreditar que está mesmo, pois você não entenderá o que ele está lhe
dizendo, caso não tenha conhecimento específico daquele tipo de linguagem.
Quando tocamos alguém ou objetos, acreditamos que estamos tocando e é
provável que estejamos mesmo, mas quando sonhamos também acreditamos e
temos a mesma certeza que estamos tocando em algo ou alguém.
Assim, acreditamos e não paramos para pensar, apenas acreditamos que
vivemos num mundo material dito ser real por ser mais razoável. O que justificaria
nossa crença de que o irreal seria o real? Somos de certa forma obrigados a
acreditar nessas crenças, pois elas existem há milhares de anos e não temos
motivos aparentes para não confiarmos em nossas próprias experiências. Se você
não pode confiar em suas experiências, passadas ou presentes, então não têm
motivos para acreditar naqueles princípios que lhe ensinaram acreditar. Os
princípios são especialmente importantes para ajudar a interpretar as nossas
experiências atuais, de forma como iremos interpretar o que estamos vivenciando
no atual momento.
Podemos justificar o que nos acontece porque acreditamos nesses
princípios. Neo, no filme The Matrix, acreditou que todas as suas experiências
foram transmitidas por um computador maldoso que só queria aproveitar-se de sua
energia como fonte de alimento para a sobrevivência das máquinas consideradas
artificialmente inteligentes. Então, ele passou a ter motivos para acreditar que de
fato estava a viver no mundo real dito pelos seus amigos Morpheus e Trinity, pois
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ele viu pessoalmente a Matrix dentro da nave e por causa de sua experiência ele
optou tomar a pílula vermelha, passando a viver e fazer parte do mundo dito real do
que viver para sempre num mundo irreal dito ser real.
Por causa das experiências que temos em nossas vidas, determinadas
coisas parecem normais e outras inesperadas. Pareceria muito estranho e
inesperado (para nós) descobrir que algumas pessoas com quem
conversamos não falam inglês, por exemplo, e sim outra língua que soa
como inglês, mas na qual todas as palavras têm significado diferente. Seria
de fato estranho e inesperado descobrir que certas pessoas sempre
mentem as terças e quintas-feiras. Ou que a cabeça de algumas pessoas
sai quando elas ficam zangadas. O que é estranho e inesperado (bem
como o que é normal e esperado) é apenas uma função do que
vivenciamos, daquilo a que estamos acostumados. Se Neo não pode
confiar em suas experiências passadas, então tem mais justificativas para
afirmar que isso seria normal, e aquilo seria estranho, inesperado e
improvável. Se alguém (digamos, Morpheus) começasse a produzir sons
que parecessem com a língua inglesa, Neo pensaria – por força do hábito
– que Morpheus está falando inglês, pois se acostumou a um mundo em
que as pessoas que parecem estar falando inglês geralmente estão. Mas
Neo não pode confiar nesse mundo, se ele acredita que o mundo foi
gerado por computadores malignos. Então ele não estaria justificado em
acreditar que Morpheus de fato está falando inglês, ou que está falando a
verdade, que a cabeça dele não vai sair se ele ficar zangado, pois a
justificativa para acreditar nessas coisas depende de experiências em que
ele pode confiar. (Willian Irwin, pág. 68)
Todos sabem que o mundo é programado por uma Matrix, essa Matrix
seriam as leis, os governantes, o poder, as regras, as limitações, as verdadeiras ou
falsas crenças e valores que damos a elas, enfim, a Matrix está presente na nossa
vida o tempo todo, vivemos num mundo real e irreal ao mesmo tempo. Assumimos
diversos papéis na vida, imaginamos e acreditamos em certas coisas que
precisamos para sobreviver e nos adaptarmos ao meio ambiente em que vivemos.
Somos origem de uma Matrix internamente e externamente. O nosso cérebro é uma
Matrix onde tudo é possível sem barreiras e sem limitações. De acordo com Willian
Irwin (2005, pág. 26) “A física atual não concebe mais o universo composto por
partes aleatórias, mas sim um fato coeso, em que as relações entre seus
componentes fazem brotar a realidade”.
A física quântica é uma ciência que busca explicações da natureza daquilo
que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter um
tamanho igual ou menor. Ela tem buscado algumas experiências com partículas que
estão a enormes distâncias, por exemplo, uma partícula que está no Brasil
consegue se interagir com outra que está nos Estados Unidos, elas conseguem se
interagir da mesma maneira sincronizada, independente da distância, mesmo longe,
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Jesus mencionava que veio para dividir. Um grande filosofo que revolucionou
aquela época com palavras e analogias curiosas a serem feitas e, comparando ao
filme The Matrix, Neo passa a ter uma figura como a de Jesus, o salvador, um
homem com domínio profundo que levará a humanidade a integrar-se com a sua
totalidade e com todos os seres vivos e ao Cosmos.
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CAPITULO III
3.1 Mito
Mitos não são mentiras, talvez sejam a grande verdade que podemos ter,
num mundo relativo. Mitos possuem a moral, credo e explicações temporárias que
dão sentido ao mundo. A verdade de hoje é o mito de amanhã, sempre foi assim,
para quem não estagnou. A própria ciência caminha nesse sentido, ao abandonar
suas crenças em favor de algo que explique melhor a realidade.
Os mitos só falam daquilo que realmente aconteceu e se manifestou, sendo
as saus personagens principais os efeitos sobrenaturais, conhecidos nos tempos
primordios. Os mitos revelam a sua atividade criadora e mostram o sagrado de suas
obras. Em suma, os mitos revelam e descrevem as diversas e frequentes situações
dramáticas do mundo.
3.2 Ritos
Jung havia chamado atenção para o fato de que a iniciação está ligada ao
processo de cura, ou seja, quando uma orientação psicológica ultrapassa sua vida
útil, mas não lhe é permitido transformar-se e infectando todo o organismo psíquico.
3.3 Religião
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Numinoso – É uma instância ou efeito dinâmico não causado por um ato arbitrário da vontade, tanto uma
qualidade pertinente a um objeto visível, como a influência de uma presença invisível que causa uma peculiar
alteração da consciência.
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3.4 Arquétipos
CAPITULO IV
“O indivíduo vive para os alvos, assim como pelas causas”. (Carl G. Jung)
O sonho dá margem para duvidarmos de nossas próprias opiniões sobre o
mundo físico, parece não afetar, por exemplo, as crenças a respeito de números ou
figuras geométricas. No filme The Matrix, sérios motivos nos levam a questionar se
devemos excluir a possibilidade de que as vidas significativas que pensamos viver
são, de fato, um conjunto de mentiras implantadas em nossos cérebros por
sistemas computadorizados inteligentes.
Sabemos que o nosso cérebro é uma espécie de computador inteligente,
mas capta informações através de todos os nossos sentidos e é interpretado pela
programação associada a outras informações existentes em nossa memória. Este
programa será criado, de um lado, pela seleção evolutiva natural de todas as
informações que possuímos (mitos, arquétipos, complexos, Sombras, ritos,
religiões, etc.), e por nossas próprias criações. Esses programas irão gerar outros
programas, dando origem ao que chamamos de sociedade. Quando olharmos em
nossa volta, veremos um reflexo de nós mesmos, de nossos sonhos e pesadelos
materializados, produzidos na Matrix (cérebro) e tornados reais, pois há uma
conexão com a energia psíquica (energia vibracional) que se interage mutuamente,
materializando ou sincronizando fatos e acontecimentos, como Jung interpretou ser
a explicação dessa comunicação vibracional.
A natureza produziu por si mesma uma série de informações e programas
que se materializarão no corpo, provocando sensações, sentimentos, emoções,
equilíbrio ou não ao meu estado mental.
A programação humana é desenvolvida a partir de todos os fatos que são
levados à enésima potência das suas combinações e mutações, formando
um infindável caleidoscópio.
O cérebro humano é um receptor de informações que cria uma realidade
com elementos não sujeitos às leis de tempo e espaço, são integrados em
um universo holográfico apreendido por uma mente holográfica. O
holograma é uma fotografia, tridimensional conseguida com a utilização de
radiação coerente refletida. Ao se expor à luz, surge a imagem
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real e outro mundo irreal. Tinha visões e considerou essas visões como arquétipos,
mas nunca obteve a resposta concreta. O inconsciente envia símbolos ao
consciente aos poucos e promove o aumento da compreensão de forma automática
através dos sonhos.
Criamos diariamente significados ao que ouvimos, visualizamos, sentimos,
contando histórias. Assim, a realidade é mais como a ficção, em termos de criação
de história, do que pensávamos, e a questão de termos ou não o componente da
crença para que se justifique uma emoção parece agora mal dirigida. Mesmo que
criemos nossas histórias, para que elas se tornem realidade, precisamos acreditar e
utilizarmos elementos como nossas crenças e valores que damos a essas crenças
e criamos uma situação e a vivenciamos como uma realidade.
Por exemplo: se eu tenho o complexo de que ninguém gosta de mim, tenho o
complexo de desprezo das pessoas, quando alguém se aproxima de mim, logo
pensarei que ela está interessada em algo que possuo (carros, casa, dinheiro, etc.),
pois falta um elemento principal para compor a verdadeira realidade, e diante desse
fato construo uma outra realidade, que aquela pessoa só se aproximou de mim pelo
objeto e não pela minha pessoa.
Criamos diversas realidades em conseqüência da forma como estamos nos
vendo no mundo real e imaginário, ou seja, dentro de nós mesmos.
Logo no início do filme surgem diversos tipos de problemas clássicos de
percepção, dos quais a referência em destaque é Neo que passa toda a sua vida
feita de ilusões causadas por estímulos ao cérebro, induzido num ser passível,
imóvel, para o qual a paralisia do sono é um estado permanente. Indivíduos
aprisionados na Matrix, um mundo de sonho gerado pelo computador, acreditam
estar experimentando a vida com todas as suas famílias, riquezas, poder, etc. Seus
receptores de sentidos estão conectados à Matrix, de modo que o paladar, olfato,
tato, visão e audição são estimulados e o cérebro acredita que tudo está
acontecendo.
Podemos dizer que o real seria aquilo que experimentamos, vivenciamos e
que nos proporciona a experiência mais vívida e prazerosa.
Quando Neo está submetido imóvel, sob os comandos da Matrix, acredita ser
Thomas Anderson, morador de um pequeno quarto, que recebe informações sobre
atraso de um trabalho até que seu computador começa a passar mensagens
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espontâneas para ele, que fica sem compreender o processo e busca respostas do
que está acontecendo. Nesse momento é demonstrado que o programa falhou na
programação, gerando um código de acesso que Morpheus aproveita para fazer o
seu primeiro contato com Thomas Anderson (Neo).
Olhar para a Matrix é olhar para a nossa mente. Ela está programada par
anos dar as respostas, mesmo que sejam erradas, através dos nossos sonhos, com
uma capacidade de criação e autopreservação. Ao mesmo tempo em que realiza os
nossos mais profundos desejos ocultos, também nos escravizam diante deles.
Os sonhos são manifestações inconscientes de material reprimido que
promoverá ao indivíduo a libertação produtiva e a sua evolução, fazendo a conexão
entre o Self e o Ego de forma a explorar e enfrentar a Sombra, integrando os
sistemas internos, pois o objeto está mais próximo e pode ser representado por um
símbolo. Jung afirmava que a transferência em si nada mais é do que uma projeção
de conteúdos inconscientes onde são projetados os conteúdos chamados
superficiais do inconsciente, reconhecidos através de sonhos, sintomas e fantasias.
Jung acreditava que os sonhos representavam desejos não atendidos. Era
convicto de que o significado dos sonhos era maior, refletindo a riqueza e
complexidade de todo o inconsciente, tanto pessoal como coletivo. Acreditava que a
psique era um organismo auto-regulatório no qual as atitudes conscientes eram
provavelmente compensadas nos sonhos pelo inconsciente.
Jung acreditava que arquétipos como o animus (força masculina na mulher),
anima (força feminina no homem), a sombra, entre outros, se manifestavam nos
sonhos como símbolos ou figuras. Tais figuras poderiam tomar forma como um
homem velho, jovem donzela ou aranha gigante. Cada um representaria uma
atitude inconsciente que era escondida do pensamento consciente.
O sonhador é o protagonista em seu sonho, ele está representando o Ego,
lida com as forças malignas (a sombra), para se averiguar como, na vida desperta,
a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e de igual maneira a oposição de
idéias.
Jung aponta os sonhos como forças naturais que, claro auxiliam o ser
humano no processo de individuação.
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CAPITULO V
Todos os sonhos possuem seus dados significativos para uma análise, sejam
eles grande, médios ou pequenos. Jung retrata o sonho importante como um
tesouro que fica gravado na memória por toda a vida e constitui experiências
psíquicas vividas. Ele considerou os sonhos mais importantes como fatos e dados
profundos que envolvem o inconsciente individual e coletivo, pois esses sonhos
ocorrem geralmente nos momentos mais cruciais da vida do indivíduo.
Jung também acreditava que os sonhos produziam formas de compensações
essenciais para fornecer frutos gradativamente importantes para a contribuição do
conteúdo essencial da ação onírica e uma atitude unilateral, levando o indivíduo
para ao processo de individuação.
As etapas da vida do ser humano são uma das tarefas mais exigentes,
significativas, pois ao avaliarmos a sua história de vida, precisamos traçar um
quadro de toda a vida psíquica, desde o berço até à idade atual.
Se a sua vida psíquica é constituída de fatos naturais, o homem do Século
XXI enfrenta muitos problemas e a maior parte dos processos é constituída de
reflexões, dúvidas, experimentos, o afastamento do homem em relação aos
instintos e a sua posição (Persona) que assume perante a sociedade e o mundo
moderno.
O instinto é uma natureza inata e sempre irá perpetuar pela sua própria
natureza e, por mais que o homem evolua intelectualmente e tecnologicamente,
continuará a viver de forma instintiva que se relaciona com o medo, quando nos
deparamos com a possibilidade de caminhos diferentes, porque a consciência
chama o homem a fazer tudo aquilo que a natureza se encarrega por si só
encaminhar ao processo natural da vida.
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CAPITULO VI
e dentro de si mesmo, dito como mundo interno ou irreal. É umas das nossas
funções consideradas como a função da racionalidade.
CAPITULO VII
CAPITULO VIII
REAL E O SUPRA-REAL
Falar da realidade é o mesmo que falar de algo que está acontecendo neste
exato momento, como o fato de estar escrevendo esta monografia e em seguida
entrega-la ao orientador da monografia. Assim, estou acreditando que essa
realidade é um fato existencial e isso limita o conceito da realidade, pois passa a ser
uma realidade material ou concreta dos objetos percebidos pelos sentidos, um
produto do modo de pensar subjacente ao chamado senso comum.
Porém, é importante observar que existe outra realidade que vivenciamos e
que não é percebida pelos nossos sentidos. Sob esse aspecto o pensamento seria
real?
Conforme o livro “A natureza da psique”, C.G.Jung, cita que a limitação da
imagem do mundo é reflexo da unilateralidade do homem ocidental, da qual muitas
vezes se tem culpado, mas injustamente, o espírito grego. A limitação do
conhecimento à realidade material arranca um pedaço excessivamente grande,
ainda que fragmentário, da realidade total, substituindo-o por uma zona de
penumbra que poderíamos chamar de irreal ou supra-real. A visão oriental do
mundo desconhece esta perspectiva por demais estreita e, por isto, não tem
necessidade de uma supra-realidade filosófica. Nossa realidade, arbitrariamente
circunscrita, acha-se ameaçada pelo “supra-sensível”, pelo “supranatural”, pelo
“supra-humano” e outras coisas semelhantes. A realidade oriental, evidentemente,
inclui tudo isto. Entre nós, a zona de perturbação começa já com o conceito de
psíquico. Em nossa realidade, o psiquismo não pode exprimir senão um efeito de
terceira mão, produzido originariamente por causas físicas, uma “secreção do
cérebro” ou alguma outra coisa igualmente saborosa. (Pág. 331-332, A natureza da
Psique por C.G. Jung).
Assim deduzo que Jung acreditava que vivemos em mundos reais e irreais
ao mesmo tempo, atribuindo os acontecimentos a um mundo material e imaterial, a
capacidade de superar o desconhecido, aprender a conhecer os mistérios do
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mundo físico, mas também a si próprio, pois a mente é uma realidade que é
percebida pelos sentidos e também por uma energia psíquica que nem todos a
sentem ou percebem. Deduz que ela não existe, mas hoje a física quântica
consegue provar que existem ondas vibratórias na energia psíquica que agem de
forma individual ou coletiva.
Apesar de Jung não ter como provar cientificamente as ondas vibratórias da
energia psíquica, ele conseguiu referir-se a elas como algo que pode ser percebido
independente dos sentidos.
Jung vai mais longe afirmando que a realidade é um mundo psíquico que só
nos permite tirar conclusões indiretas e hipotéticas acerca da verdadeira natureza
da matéria. (Pág. 333, A natureza da Psique por C.G. Jung).
Temos como idéia fixa de que o mundo irreal é aquele em imaginamos ou é
uma ilusão.
Jung retrata bem quando afirma que as potências cósmicas regem os
destinos de toda a humanidade, tanto para o bem quanto para o mal, são fatores
psíquicos inconscientes e são eles que produzem a consciência, ou seja, a
realidade. Nós somos subjugados por um mundo que foi criado por nossa psique.
Isso permite avaliarmos e julgarmos as proporções errôneas de que a nossa
consciência ocidental atribuem a realidade somente aos fatos concretos, materiais e
não fundados em uma realidade originada ou derivada da essência da psique.
CAPITULO IX
9.1 Sombra
9.2 Complexos
ninguém pode deter por própria vontade. Quando a experiência vivenciada está
associada, os complexos em geral influenciam no comportamento do sujeito em alto
ou médio grau, provocando reações perturbadoras e provocam no indivíduo um
determinado tipo de reação, ou seja, uma defesa própria que pode até ser notada
por outras pessoas em sua volta, pelo fato de não mais ser psiquicamente
individual, pois ela passa a ser coletiva, outros captam tais complexos, percebem e
às vezes até comentam.
Conforme Jung, na sua obra “A Natureza da Psique”, é a imagem de uma
determinada situação psíquica de forte carga emocional, incompatível com as
disposições ou atitude habitual da consciência. Esta imagem é dotada de poderosa
coerência interior e tem sua totalidade própria e goza de um grau relativamente
elevado de autonomia, vale dizer: está sujeita ao controle das disposições da
consciência até certo limite e se comporta na esfera do consciente, como um corpo
estranho, animado de vida própria. Com algum esforço de vontade, pode-se em
geral, reprimir o complexo, mas é impossível negar a sua existência, e na primeira
ocasião favorável ele volta à tona com toda a sua força original. (A natureza da
psique – C.G. Jung – Ed. Vozes, pág. 31).
Em Matrix, Neo busca a escolha moral pela verdade, a liberdade simbolizada
pela humanidade, vive uma crise que ao desenrolar do compromisso ora assumido,
ou seja, a Persona que ele assume, decide despertar e viver de acordo com a
verdade que ele passa acreditar, passando a ser prático e objetivo em suas
escolhas. Mas há momentos em que ele se depara com os seus complexos que
estão associados a sua Sombra, quando enfrenta Smith em diversas situações.
Enquanto isso, Morpheus tem em mente uma separação da Matrix, não a
simples liberdade individual para lutar pela felicidade individual separada, mas a
participação de um destino cuja meta final é a liberação maior da humanidade. Essa
meta não pode ser meramente replicação na realidade de nosso assim chamado
mundo moderno, mas o auge da civilização, um mundo diferente, um mundo
melhor, um mundo de perfeição humana que combina com a liberdade e felicidade.
Trinity distingue apenas entre a ilusão da sua existência por ser um programa
da realidade virtual da Matrix e a mera existência física com suas ilusões e paixão
pelo Neo, de forma egocêntrica ela toca numa realidade a qual lhe convém, o
contraste do mundo ilusório da Matrix e o mundo das percepções comuns das
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pessoas que estão a bordo da nave, como ponto de partida para a exploração do
mundo irreal, dito como Matrix, onde ela é completada pelo Ego e sua Persona e a
sua força que é a Anima de Neo. Neo apresenta-se como o Animus de Trinity. Mas
ambos possuíam também complexos que só eram percebidos quando entravam no
mundo virtual por conviverem com espelhamentos em outros Personagens no
desenrolar da história.
Neo preservava a sua liberdade e a coloca em perigo na beira do edifício
onde ele trabalha. Ele deixa o temor governar sua mente e suas ações. A segunda
vez que ele enfrenta o medo de cair ocorre na construção da realidade virutal. Ele
está sendo iniciado no poder de manipular a ilusão. Está descobrindo a excitação
de viver conscientemente na ilusão.
Morpheus diz a Neo: você precisa desapegar-se do medo, o segredo está em
descobrir o seu poder pessoal e liberar o medo, dúvida e descrença. Liberte a sua
mente.
Neo cai no abismo, somente para descobrir a natureza ilusória de seus
temores. E, no entanto, na forma física, Neo ainda sangra. Por quê? Neo: “Achei
que não era real”.
Morpheus explica: “A sua mente torna isso real, não existe o irreal para a
mente.” Se você é morto na Matrix, morre aqui também no mundo virtual ou vice
versa. O corpo não pode viver sem a mente. (Willian Irwin – Matrix Bem-vindo ao
deserto do real, pág. 175).
Não é difícil ver que os complexos indubitavelmente pudessem ser
inventados ou imaginados pelo sujeito, pois o doente precisa se empenhar de
alguma forma para assegurar a sua saúde e sua sobrevivência, buscará recursos
externos e internos para promover a cura. Assim, ocorreu com Neo no filme The
Matrix, ele precisou sofrer, fazer o enfrentamento da Sombra e dos complexos para
poder se libertar deles de forma que eles não o abandonariam, mas ele saberia lidar
com todas as situações munido com os seus recursos internos conscientes e
inconscientes. O enfrentamento é a cura de muitos complexos.
9.3 Ego
9.4 Persona
9.5 Self
C.G. Jung postulou como sendo uma estrutura inconsciente que representa a
parte sexual oposta de cada indivíduo, pois denomina estrutura de Anima no
homem e Animus na mulher. Esta estrutura psíquica básica funciona como um
ponto de convergência para todo material psíquico que não se adapta à auto-
imagem consciente de um indivíduo como homem ou mulher.
Na medida em que uma mulher define a si mesma em termos femininos, o
seu Animus vai incluir algumas tendências e experiências dissociadas ao que ela
definiu como masculinas.
Jung dizia que todo homem carrega dentro de si uma eterna imagem da
mulher, não a imagem desta ou aquela mulher, mas uma imagem feminina
definitiva. Essa imagem pode ser uma marca ou arquétipo de todas as experiências
ancestrais do feminino, um depósito de todas as impressões doadas pela mulher.
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já passou. A criança acredita nas palavras de sua mãe e os seus neurônios são
estimulados, isto significa que a criança foi induzida pelos neurônios, pela indução
do beijo e este anulou a dor, voltando a brincar.
Quando induzimos os neurônios, estes reagem verdadeiramente, inclusive
contra a verdade captada pelos órgãos sensoriais.
Quando pensamos, estamos afirmando, para o cérebro são programas
mentais, logo os neurônios são estimulados e passamos acreditar em um mundo
real ou irreal, dependendo do contexto em que estamos vivenciando naquele
momento, seja acordado ou dormindo.
Quando estamos assistindo um filme, por exemplo, os nossos neurônios são
estimulados, se o filme é de drama, logo sentiremos angustia, medo, depressão,
podemos inclusive chorar, dependendo dos efeitos sensoriais estimulados. É como
se passássemos a sermos os próprios personagens do filme.
The Matrix ainda hoje faz sucesso pelo fato de ser um espelho que todos nós
possuímos, não importa a crença, raça ou formação que tenhamos, mas
constituindo-se em um eco de nossas mentes, um eco de nossas almas que fala em
silêncio.
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CONCLUSÃO
na vida, usamos muitas máscaras e tentamos disfarçar o que é real ou irreal. Então
pergunto: afinal quem somos nós?
Deduzimos que o real é aquilo que é valioso e vivenciamos, aspectos
positivos ou negativos através dos nossos sentidos. Os nossos sentidos (visão,
audição, tato, paladar e olfato), retratam uma estrutura física, tangível e consciente
sobre as nossas emoções. O irreal também envolve todos os nossos sentidos e
assumem funções interessantes quando sonhamos. Assim, baseado na trilogia do
filme Matrix, busquei avaliar o comportamento humano, quando este se encontra no
mundo real ou irreal, os sonhos e as suas reações, transferências, psique e
informações arquetípicas.
Para facilitar a execução desta monografia, busquei a percepção e atitudes
dos personagens do filme The Matrix e particularmente alguns sonhos meus e de
uma paciente, com relação aos processos dos sonhos, a recuperação e
preservação de algumas informações valiosas para construção de uma conclusão
cientifica quanto ao fenômeno.
Na terapia Junguiana, exploramos os sonhos e fantasias, pois para nós terapeutas
Junguianos, os sonhos são diálogos internos que estabelecem uma ligação com a
consciência (corpo). A doença psíquica é uma separação rígida do Ego e do Self.
Todos sabem que o mundo é programado por uma matriz, essa matriz seria a lei, os
governantes, o poder, as regras, as limitações, as verdadeiras ou falsas crenças e valores
que damos a elas, enfim, a matriz está presente na nossa vida o tempo todo, vivemos num
mundo real e irreal ao mesmo tempo. Assumimos diversos papeis na vida, imaginamos e
acreditamos em certas coisas que precisamos para sobrevivermos e nos adaptarmos ao
meio ambiente em que vivemos. Somos origem de uma matriz internamente e
externamente. O nosso cérebro é uma Matrix onde tudo é possível sem barreiras e sem
limitações.
A nossa imaginação inibe os estímulos sensoriais e leva o cérebro a reagir com as
auto-induções, com aquilo que foi imaginado, principalmente quando a pessoa está em
estado de fluxo, uma sincronização mental. Quando uma criança se machuca, por exemplo,
ela vem chorando em direção a sua mãe, mas esta beija o local machucado (o neurônio é
estimulado), anulando a sensação de dor e a criança volta a brincar. Isto significa que foi
induzido o neurônio, pela indução do beijo, e este anulou a dor.
A imaginação, o pensamento, as afirmações positivas ou negativas, seriam, portanto,
uma indução, onde os neurônios providenciam a anestesia, certo fenômeno de neutralizar
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REFERÊNCIAS
ANEXO
1. Figura nº 1
2. Figura 2 –
Sinopse do filme
incapaz de acordar desse sonho, Neo? Como saberia diferenciar o mundo do sonho
do mundo real?"
Neste filme, a personagem Neo está procurando desesperadamente a verdade
sobre a "Matrix" - algo que ele ouviu através de sussurros - algo misterioso e
desconhecido -, algo que, Neo tem certeza, exerce um controle impensável e sinistro
sobre a sua vida.
O que é "Matrix"?
Neo acredita que Morpheus, uma pessoa que ele conhece apenas através da lenda,
uma figura fugitiva considerada o homem vivo mais perigoso, pode dar-lhe a
resposta.
Uma noite, Neo é contatado por Trinity, uma bela estranha que o leva para um outro
mundo, um submundo onde ele finalmente encontra Morpheus e descobre, sozinho,
a verdade sobre "Matrix". Ninguém lhe contará o que é "Matrix". Você tem que
descobrir sozinho. Afinal, Morpheus apenas conhece o caminho. Neo é quem terá
que percorrê-lo.
Lá, Neo depara-se com outra pergunta, tão perplexa quanto a primeira:
Será que ele é Ele?
Antes que consiga compreender o que isso significa, Neo tem certeza de que a
resposta é "não". Alguns, como o colega de Morpheus, Cypher, concordam. Outros,
não têm muita certeza. Há, ainda, aqueles que protegem a "Matrix". Liderados pelo
obstinado e, literalmente, indomável Agente Smith, eles têm métodos para obter
informações que surpreendem e aterrorizam.
Neo, Morpheus e Trinity precisam lutar brutalmente por suas vidas contra esse
bando poderoso para encontrarem as respostas que procuram, para entenderem
seus papéis nesse drama épico que se desdobra em volta deles, para conhecerem
suas verdadeiras forças e para reconhecerem seus destinos. Cada movimento, cada
segundo, cada pensamento é crucial se quiserem se libertar da "Matrix" e da
existência que ela representa. De acordo com Thomas H. Huxley (1868): “O
tabuleiro de xadrez é o mundo; as peças são os fenômenos do Universo; as regras
do jogo são o que chamamos de Leis da Natureza.O jogador no outro lado está
oculto a nós” (grifos do autor).
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