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2019­5­4 MP da Liberdade Econômica x desconsideração da personalidade jurídica ­ Jus.com.

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A Medida Provisória da Liberdade Econômica e a
desconsideração da personalidade jurídica (art. 50,
CC).
Primeiras impressões

A Medida Provisória da Liberdade Econômica e a desconsideração da
personalidade jurídica (art. 50, CC). Primeiras impressões

Pablo Stolze

Publicado em 05/2019. Elaborado em 05/2019.

A  Medida  Provisória  da  "Liberdade  Econômica"  causou  forte


impacto  no  Código  Civil,  em  especial  no  art.  50,  que  regula  a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. Caberá à
jurisprudência estabelecer balizas interpretativas para que seja
mantida  a  eficácia  do  instituto,  tão  importante  para  a
salvaguarda do crédito no Brasil.

1. INTRODUÇÃO

A Medida Provisória nº 881, de 30 de abril de 2019, que instituiu a “Declaração de
Direitos  de  Liberdade  Econômica”,  estabelecendo  garantias  de  livre  mercado  e
consagrando o princípio da intervenção mínima do Estado, causou forte impacto
no Código Civil.

Diversas partes do Código foram atingidas:

1. O  art.  421,  norma­sede  da  função  social  do  contrato,  experimentou  o
acréscimo de um vetor referencial ou limitativo, com a inserção da expressão
“observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”,
além  da  consagração,  em  parágrafo  único,  do  princípio  da  intervenção
mínima  do  Estado:    “Art.  421.    A  liberdade  de  contratar  será  exercida  em
razão  e  nos  limites  da  função  social  do  contrato,  observado  o  disposto  na
Declaração  de  Direitos  de  Liberdade  Econômica.  Parágrafo  único.    Nas

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relações  contratuais  privadas,  prevalecerá  o  princípio  da  intervenção


mínima  do  Estado,  por  qualquer  dos  seus  poderes,  e  a  revisão  contratual
determinada de forma externa às partes será excepcional.”;
2. Ao  art.  423,  que  regula  a  interpretação  do  contrato  por  adesão,  fora
acrescentado um parágrafo único que, tratando de contratos que não sejam
pactuados  sob  a  técnica  por  adesão,  dispõe  acerca  da  interpretação  mais
favorável  a  quem  não  redigiu  a  cláusula  controvertida:  “Art.  423.    Quando
houver  no  contrato  de  adesão  cláusulas  que  gerem  dúvida  quanto  à  sua
interpretação,  será  adotada  a  mais  favorável  ao  aderente.  Parágrafo
único.  Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver
disposição  específica  em  lei,  a  dúvida  na  interpretação  beneficia  a  parte
que não redigiu a cláusula controvertida.”;
3. Foram  acrescentados,  no  Título  dedicado  aos  Contratos  em  Geral,  no
Capítulo  II,  Seção  IV,  os  arts.  480­A  e  480­B,  voltados,  especialmente,  ao
reconhecimento  da  paridade  nas  relações  interempresariais:  Art.  480­A. 
Nas  relações  interempresariais,  é  lícito  às  partes  contratantes  estabelecer
parâmetros  objetivos  para  a  interpretação  de  requisitos  de  revisão  ou  de
resolução do pacto contratual. Art. 480­B.  Nas relações interempresariais,
deve­se  presumir  a  simetria  dos  contratantes  e  observar  a  alocação  de
riscos por eles definida.”;
4. Ao  art.  980­A,  que  disciplina  a  Empresa  Individual  de  Responsabilidade
Limitada  (EIRELI),  fora  acrescentado  o  §  7º,  com  o  nítido  intuito  de
destacar a autonomia entre os patrimônios do instituidor e da EIRELI: “§ 7º 
Somente  o  patrimônio  social  da  empresa  responderá  pelas  dívidas  da
empresa  individual  de  responsabilidade  limitada,  hipótese  em  que  não  se
confundirá,  em  qualquer  situação,  com  o  patrimônio  do  titular  que  a
constitui, ressalvados os casos de fraude.”;
5. O  art.  1.052,  que  dispõe  sobre  a  sociedade  limitada,  recebeu  um  parágrafo
único,  passando  a  admitir  a  anômala  figura  da  sociedade  unipessoal:
“Parágrafo  único.    A  sociedade  limitada  pode  ser  constituída  por  uma  ou
mais  pessoas,  hipótese  em  que  se  aplicarão  ao  documento  de  constituição
do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social.”;
6. Acrescentou­se,  ainda,  o  Capítulo  X  ao  Livro  III  do  Direito  das  Coisas,
dedicado ao “Fundo de Investimento” (arts. 1.368­C a 1.368­E): “Art. 1.368­
C.  O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a
forma  de  condomínio,  destinado  à  aplicação  em  ativos  financeiros.
Parágrafo único.  Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar
o disposto no caput. Art. 1.368­D.  O regulamento do fundo de investimento
poderá, observado o disposto no regulamento a que se refere o parágrafo
único  do  art.  1.368­C:  I  ­  estabelecer  a  limitação  da  responsabilidade  de
cada  condômino  ao  valor  de  suas  cotas;  e  II  ­  autorizar  a  limitação  da
responsabilidade  dos  prestadores  de  serviços  fiduciários,  perante  o
condomínio  e  entre  si,  ao  cumprimento  dos  deveres  particulares  de  cada
um,  sem  solidariedade.  Art.  1.368­E.  A  adoção  da  responsabilidade

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limitada  por  fundo  constituído  sem  a  limitação  de  responsabilidade


somente abrangerá fatos ocorridos após a mudança.”  

E, nesse contexto, sofreu também impacto o art. 50 do Código Civil, dispositivo de
grande importância jurídica, que regula a desconsideração da personalidade
da pessoa jurídica.

Sobre tais alterações, compartilharemos as nossas primeiras impressões.

2. ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO DA
[1]
PERSONALIDADE JURÍDICA  (#_FTN1)

A  doutrina  da  desconsideração  da  personalidade  da  pessoa  jurídica


(disregard of legal entity) ganhou força na década de 50, com a publicação do
trabalho de ROLF SERICK, professor da Faculdade de Direito de Heidelberg.

Com  fulcro  em  sua  teoria,  pretendeu­se  justificar  a  superação  da  personalidade
jurídica  da  sociedade  em  caso  de  abuso,  permitindo­se  o  reconhecimento  da
[2]
responsabilidade dos sócios. O seu pensamento causou forte influência na Itália
[3]
(#_ftn2) e na Espanha  (#_ftn3) .

Segundo  a  doutrina  clássica,  o  precedente  jurisprudencial  que  permitiu  o


[4]
desenvolvimento da teoria ocorreu na Inglaterra, em 1897  (#_ftn4) .

Em  linhas  gerais,  a  doutrina  da  desconsideração  pretende  o  afastamento


temporário da personalidade da pessoa jurídica, em caso de abuso, a fim de que
o  credor  possa  satisfazer  o  seu  direito  no  patrimônio  pessoal  do  sócio  ou
administrador que cometeu o ato abusivo.

“O  juiz  pode  decretar  a  suspensão  episódica  da  eficácia  do  ato  constitutivo  da
pessoa jurídica”, diz FÁBIO ULHOA COELHO, “se verificar que ela foi utilizada
[5]
como instrumento para a realização de fraude ou abuso de direito”  (#_ftn5) .

Em  nossa  visão,  a  desconsideração  da  personalidade  jurídica  é  perfeitamente


aplicável também às empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI),
assim  como  poderá  ser  decretada  em  face  de  pessoas  jurídicas  sem  finalidade
lucrativa, como associações e fundações.

Em  qualquer  caso,  a  desconsideração  não  pode  ser  decretada  de  ofício,  sendo
matéria sob reserva de jurisdição  ­ ou seja, de competência do Poder Judiciário ­,
a despeito de já ter havido precedente admitindo a desconsideração por ato direto
[6]
da Administração (desconsideração administrativa)  (#_ftn6) . 

Sobre  a  possibilidade  de  decretação  de  ofício,  poderíamos  excepcionar  a  regra


geral  no  sentido  da  sua  vedação,  em  situações  específicas  e  justificadas,  como
escreve, com habitual erudição o talentoso jurista FLÁVIO TARTUCE:

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De início, estabelece o art. 133, caput, do Novo Código de Processo
Civil que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica
será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando
lhe couber intervir no processo. Assim, fica afastada, pelo menos a
priori,  a  possibilidade  de  conhecimento  de  ofício,  pelo  juiz,  da
desconsideração  da  personalidade  jurídica.  Lembre­se  de  que  a
menção ao pedido pela parte ou pelo Ministério Público consta do
art. 50 do Código Civil. Apesar disso, o presente autor entende que,
em  alguns  casos,  de  ordem  pública,  a  desconsideração  da
personalidade  jurídica  ex  officio  é  possível.  Citem­se,  de  início,  as
hipóteses envolvendo os consumidores (…) também é viável (…) nos
casos de danos ambientais (…). A conclusão deve ser a mesma nas
hipóteses  envolvendo  corrupção,  por  força  da  recente  Lei
[7]
12.846/2013, de interesse coletivo inquestionável  (#_ftn7) .

Na seara processual, de forma inovadora no Direito Positivo, o CPC/2015 trouxe
disciplina  específica  para  a  desconsideração  da  personalidade  jurídica,
estabelecendo  expressamente  um  procedimento  para  a  sua  aplicação  (arts.  133  a
137).

Claro  está  que  a  desconsideração  da  personalidade  jurídica  do  ente  que  serviu
como escudo para a prática de atos fraudulentos, abusivos, ou em desvio de função
não pode significar, ressalvadas hipóteses excepcionais, a sua aniquilação.

Entretanto,  reconhecemos  que,  em  situações  de  excepcional  gravidade,  poderá


justificar­se  a  despersonalização,  em  caráter  definitivo,  da  pessoa  jurídica,
entendido  tal  fenômeno  como  a  extinção  compulsória,  pela  via  judicial,  da
personalidade jurídica. Apontam­se os casos de algumas torcidas organizadas que,
pela  violência  de  seus  integrantes,  justificariam  o  desaparecimento  da  própria
entidade de existência ideal.

Assim  sendo,  o  rigor  terminológico  impõe  diferenciar  as  expressões:


despersonalização,  que  traduz  a  própria  extinção  da  personalidade  jurídica,  e  o
termo  desconsideração,  que  se  refere  apenas  ao  seu  superamento  episódico,  em
virtude de fraude ou abuso.

Ambas, porém, não se confundem com a responsabilidade patrimonial direta dos
sócios,  tanto  por  ato  próprio  quanto  nas  hipóteses  de  corresponsabilidade  e
[8]
solidariedade  (#_ftn8) .

Um  importante  ponto  deve  ainda  ser  ressaltado:  o  Código  Civil,  em  seu  art.  50,
adotou a denominada teoria maior da desconsideração, por  exigir,  além  da
insuficiência  patrimonial,  pressuposto  lógico,  a  demonstração  do  abuso
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial.

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Contrapõe­se,  pois,  à  denominada  teoria  menor  da  desconsideração,  de


aplicação  mais  facilitada,  que  exige,  apenas,  a  insuficiência  patrimonial,
consagrada  no  Direito  Ambiental  e  do  Consumidor,  bem  como  na  Justiça  do
Trabalho.

3.  O  ART.  50    E  A  MEDIDA  PROVISÓRIA  DA  “LIBERDADE


ECONÔMICA” (MP Nº 881/19)

Visando a imprimir um aspecto claro, preciso e objetivo a este texto, permitindo
que  o  nosso  leitor  compreenda  as  alterações  decorrentes  da  Medida  Provisória,
cuidaremos de estabelecer uma argumentação comparativa com a antiga redação
do art. 50.

Pois bem, originalmente,  a norma assim estava redigida:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando
lhe  couber  intervir  no  processo,  que  os  efeitos  de  certas  e
determinadas  relações  de  obrigações  sejam  estendidos  aos  bens
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Com a publicação da nova MP, a redação do caput passou a ser:

Art.  50.    Em  caso  de  abuso  da  personalidade  jurídica,


caracterizado  pelo  desvio  de  finalidade  ou  pela  confusão
patrimonial,  pode  o  juiz,  a  requerimento  da  parte,  ou  do
Ministério  Público  quando  lhe  couber  intervir  no
processo,  desconsiderá­la  para  que  os  efeitos  de  certas  e
determinadas  relações  de  obrigações  sejam  estendidos
aos bens particulares de administradores ou de sócios da
pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo
abuso. (grifamos)

Lembrando  o  célebre  embate  linguístico  entre  RUI  BARBOSA  e  CARNEIRO


RIBEIRO,  quando  em  discussão  o  Código  de  1916,  observamos  a  adequada
supressão de uma vírgula antes do primeiro conectivo “ou”.

Houve  também  a  substituição  do  verbo  decidir,  o  que  não  alterou  o  sentido  do
[9]
texto,  dada  opções  feita  pelo  legislador   (#_ftn9)  em  adotar  o  verbo  “
desconsiderar”.

Andou  muito  bem  o  novo  diploma  ao  acrescentar,  no  final  do  texto  legal,  a
expressão  “beneficiados  direta  ou  indiretamente  pelo  abuso”,  porquanto  a
desconsideração  é  instrumento  de  imputação  de  responsabilidade,  não

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podendo,  por  certo,  sob  pena  de  se  ignorar  a  exigência  do  próprio  nexo  causal,
atingir  sócio  que  não  experimentou  nenhum  benefício  (direito  ou  indireto)  em
decorrência do ato abusivo perpetrado por outrem.

Pois bem. Ultrapassada a análise do caput, os parágrafos seguintes não constavam
na redação original do Código Civil:

§  1º    Para  fins  do  disposto  neste  artigo,  desvio  de


finalidade  é  a  utilização  dolosa  da  pessoa  jurídica  com  o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos
de qualquer natureza.

Este parágrafo conceituou o desvio de finalidade.

A sua redação não nos agrada.

É tarefa primordial da doutrina firmar conceitos.

Mas,  ainda  que  se  obtempere  que  a  definição  trazida  pelo  legislador  traria  uma
maior segurança jurídica, por outro, a expressa menção à “utilização dolosa” como
requisito para caracterizar o desvio é, em nosso sentir, um retrocesso.

A  desnecessidade  de  se  comprovar  o  dolo  específico  ­  a  intenção,  o  propósito,  o


desiderato  ­  daquele  que,  por  meio  da  pessoa  jurídica,  perpetrou  o  ato  abusivo,
moldou a teoria objetiva, mais afinada à nossa realidade socioeconômica e sensível
à  condição  a  priori  mais  vulnerável  daquele  que,  tendo  o  seu  direito  violado,
invoca o instituto da desconsideração.  

FÁBIO  KONDER  COMPARATO  afirmava  que  a  “desconsideração  da


personalidade jurídica é operada como consequência de um desvio de função, ou
disfunção, resultando, sem dúvida, as mais das vezes, de abuso ou fraude, mas que
[10]
nem sempre constitui um ato ilícito”  (#_ftn10) .

Ora,  a  exigência  do  elemento  subjetivo  intencional  (dolo)  para  caracterizar  o


desvio, colocaria por terra o reconhecimento objetivo da tese da disfunção.

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§  2º    Entende­se  por  confusão  patrimonial  a  ausência  de


separação  de  fato  entre  os  patrimônios,  caracterizada
por:

I  ­  cumprimento  repetitivo  pela  sociedade  de  obrigações


do sócio ou do administrador ou vice­versa;

II  ­  transferência  de  ativos  ou  de  passivos  sem  efetivas


contraprestações,  exceto  o  de  valor  proporcionalmente
insignificante; e

III  ­  outros  atos  de  descumprimento  da  autonomia


patrimonial.

O  inciso  III  deste  §  2º,  ao  mencionar,  genericamente,  que  caracterizam  a


confusão  patrimonial  “outros  atos  de  descumprimento  da  autonomia
patrimonial”,  resultou  por  tornar  meramente  exemplificativos  os  incisos
anteriores.

Podem traduzir confusão patrimonial, por exemplo, a movimentação bancária em
conta individual do sócio para as operações habituais da sociedade, o lançamento
direto  como  despesa  da  pessoa  jurídica  de  gastos  pessoais  do  sócio  ou
administrador etc.

§ 3º  O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica
à  extensão  das  obrigações  de  sócios  ou  de
administradores à pessoa jurídica.

Em nossa visão, consagrou­se, aqui, a desconsideração inversa ou invertida,
o que significa  ir ao patrimônio da pessoa jurídica, quando a pessoa física que a
compõe esvazia fraudulentamente o seu patrimônio pessoal.

Trata­se  de  uma  visão  desenvolvida  notadamente  nas  relações  de  família,  de
forma original, em que se visualiza, com frequência, a lamentável prática de algum
dos cônjuges que, antecipando­se ao divórcio, retira do patrimônio do casal bens
que deveriam ser objeto de partilha, incorporando­os na pessoa jurídica da qual é
sócio, diminuindo o quinhão do outro consorte.

Nesta hipótese, pode­se vislumbrar a possibilidade de o magistrado desconsiderar
a  autonomia  patrimonial  da  pessoa  jurídica,  buscando  bens  que  estão  em  seu
próprio nome, para responder por dívidas que não são suas e sim de seus sócios, o
que tem sido aceito pela força criativa da jurisprudência:

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CIVIL  E  PROCESSUAL  CIVIL.  RECURSO  ESPECIAL.  AÇÃO


MONITÓRIA.  CONVERSÃO.  CUMPRIMENTO  DE  SENTENÇA.
COBRANÇA.  HONORÁRIOS  ADVOCATÍCIOS  CONTRATUAIS.
TERCEIROS. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DA SOCIEDADE.
MEIO  DE  PROVA.  DESCONSIDERAÇÃO  INVERSA  DA
PERSONALIDADE  JURÍDICA.  OCULTAÇÃO  DO  PATRIMÔNIO
DO  SÓCIO.  INDÍCIOS  DO  ABUSO  DA  PERSONALIDADE
JURÍDICA.  EXISTÊNCIA.  INCIDENTE
PROCESSUAL. PROCESSAMENTO. PROVIMENTO.

1. O propósito recursal é determinar se: a) há provas suficientes da
sociedade  de  fato  supostamente  existente  entre  os  recorridos;  e  b)
existem  elementos  aptos  a  ensejar  a  instauração  de  incidente  de
desconsideração inversa da personalidade jurídica.

2. A existência da sociedade pode ser demonstrada por terceiros por
qualquer meio de prova, inclusive indícios e presunções, nos termos
do art. 987 do CC/02.

3.  A  personalidade  jurídica  e  a  separação  patrimonial  dela


decorrente são véus que devem proteger o patrimônio dos sócios ou
da sociedade, reciprocamente, na justa medida da finalidade para a
qual a sociedade se propõe a existir.

4. Com a desconsideração inversa da personalidade jurídica, busca­
se  impedir  a  prática  de  transferência  de  bens  pelo  sócio  para  a
pessoa  jurídica  sobre  a  qual  detém  controle,  afastando­se
momentaneamente o manto fictício que separa o sócio da sociedade
para  buscar  o  patrimônio  que,  embora  conste  no  nome  da
sociedade, na realidade, pertence ao sócio fraudador.

5.  No  atual  CPC,  o  exame  do  juiz  a  respeito  da  presença  dos
pressupostos  que  autorizariam  a  medida  de  desconsideração,
demonstrados  no  requerimento  inicial,  permite  a  instauração  de
incidente e a suspensão do processo em que formulado, devendo a
decisão de desconsideração ser precedida do efetivo contraditório.

6.  Na  hipótese  em  exame,  a  recorrente  conseguiu  demonstrar


indícios de que o recorrido seria sócio e de que teria transferido seu
patrimônio  para  a  sociedade  de  modo  a  ocultar  seus  bens  do
alcance  de  seus  credores,  o  que  possibilita  o  recebimento  do

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incidente  de  desconsideração  inversa  da  personalidade  jurídica,


que,  pelo  princípio  do  tempus  regit  actum,  deve  seguir  o  rito
estabelecido no CPC/15.

7. Recurso especial conhecido e provido.

(STJ,  REsp  1647362/SP,  Rel.  Ministra  NANCY  ANDRIGHI,


TERCEIRA TURMA, julgado em 03/08/2017, DJe 10/08/2017)

O  Código  de  Processo  Civil  de  2015  expressamente  contemplou  a  possibilidade


jurídica desta modalidade de desconsideração, conforme se verifica do § 2.º do seu
[11]
art. 133  (#_ftn11) .

§  4º    A  mera  existência  de  grupo  econômico  sem  a


presença dos requisitos de que trata o caput não  autoriza
a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.

Nada demais é dito aqui.

Nenhuma desconsideração poderá ser decretada, se os requisitos legais não forem
obedecidos.

Um detalhe, todavia, deve ser salientado.

Se,  por  um  lado,  a  mera  existência  de  grupo  econômico  sem  a  presença  dos
requisitos  legais  não  autoriza  a  desconsideração  da  personalidade  da  pessoa
jurídica, por outro, nada impede que, uma vez observados tais pressupostos, o juiz
decida, dentro de um mesmo grupo, pelo afastamento de um ente controlado, para
alcançar o patrimônio da pessoa jurídica controladora que, por meio da primeira,
cometeu um ato abusivo.

Trata­se  da  denominada  desconsideração  indireta,  segundo  MARCIO


SOUZA:

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A  desconsideração  da  personalidade  jurídica  para  alcançar  quem


está  por  trás  dela  não  se  afigura  suficiente,  pois  haverá  outra  ou
outras integrantes das constelações societárias que também têm por
objetivo encobrir algum fraudador.(…)

A  jurisprudência  tem  adotado  tal  posicionamento:  "Hipótese  em


que  o  acórdão  embargado  admitiu  a  aplicação  da  doutrina  do
"disregard  of  legal  entity",  para  impedir  a  fraude  contra  credores,
considerando  válida  penhora  (https://jus.com.br/tudo/penhora)  sobre
bem  pertencente  a  embargante,  nos  autos  de  execução  proposta
contra  a  outra  sociedade  do  mesmo  grupo  econômico."  (41).  No
mesmo  sentido:  "Sendo  as  empresas  mera  fachada  de  seu
presidente  comum,  é  de  ser  aplicado  à  hipótese  a  teoria  da
"disregard", agasalhada em nosso ordenamento, pelo art. 28, da Lei
[12]
8078/90 (Código de Defesa do Consumidor)."  (#_ftn12)

§  5º    Não  constitui  desvio  de  finalidade  a  mera  expansão


ou  a  alteração  da  finalidade  original  da  atividade
econômica específica da pessoa jurídica.

Aqui,  o  desvio  de  finalidade  ­  um  dos  requisitos  para  a  desconsideração  da


personalidade  jurídica  segundo  o  art.  50  ­  recebeu  um  segundo  golpe  (o
primeiro decorreu da exigência do “dolo” para a sua configuração, conforme o
§1º já analisado acima).

Ao  dispor  que  não  constitui  desvio  de  finalidade  a  “alteração  da  finalidade
original  da  atividade  econômica  específica  da  pessoa  jurídica”,  o  legislador
dificultou  sobremaneira  o  seu  reconhecimento:  aquele  que  “expande”  a
finalidade  da  atividade  exercida    ­  como  pretende  a  primeira  parte
da  norma  ­  pode  não  desviar,  mas  aquele  que  “altera”  a  própria
finalidade original da atividade econômica da pessoa jurídica, muito
provavelmente, desvia­se do seu propósito.

Caberá, portanto, neste ponto, à jurisprudência, estabelecer as balizas razoáveis
de  interpretação  para  que  o  instituto  da  desconsideração  não  perca  a  sua
eficácia, tão importante para a salvaguarda do crédito no Brasil.

 Aguardemos.

NOTAS

[1]

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[1]
 (#_ftnref1) Serviu de inspiração para este tópico o volume I ­ Parte Geral, do nosso
Novo Curso de Direito Civil, 21ª ed. 2019,  Ed. Saraiva, escrito em coautoria com
Rodolfo Pamplona Filho.
[2]
 (#_ftnref2) Na Itália, cita­se a grande contribuição de Piero Verrucoli, Professor da
Universidade  de  Pisa,  no  seu  estudo  Il Superamento della Personalità Giuridica
della Società di Capitali nella “Common Law” e nella “Civil Law”.
[3]
Rubens  Requião,  Curso  de  Direito  Comercial,  23.  ed.,  São  Paulo:
  (#_ftnref3) 
Saraiva, 1998, v. 1, p. 349.
[4]
 (#_ftnref4)  Trata­se do famoso caso Salomon v. Salomon & Co. Aaron Salomon,
objetivando  constituir  uma  sociedade,  reuniu  seis  membros  da  sua  própria
família,  cedendo  para  cada  um  apenas  uma  ação  representativa,  ao  passo  que,
para  si,  reservou  vinte  mil.  Pela  desproporção  na  distribuição  do  controle
acionário já se verificava a dificuldade em reconhecer a separação dos patrimônios
de  Salomon  e  de  sua  própria  companhia.  Em  determinado  momento,  talvez
antevendo  a  quebra  da  empresa,  Salomon  cuidou  de  emitir  títulos  privilegiados
(obrigações  garantidas)  no  valor  de  dez  mil  libras  esterlinas,  que  ele  mesmo
cuidou de adquirir. Ora, revelando­se insolvável a sociedade, o próprio Salomon,
que  passou  a  ser  credor  privilegiado  da  sociedade,  preferiu  a  todos  os  demais
credores  quirografários  (sem  garantia),  liquidando  o  patrimônio  líquido  da
empresa. Apesar de Salomon haver utilizado a companhia como escudo para lesar
os  demais  credores,  a  Câmara  dos  Lordes,  reformando  as  decisões  de  instâncias
inferiores,  acatou  a  sua  defesa,  no  sentido  de  que,  tendo  sido  validamente
constituída, e não se identificando a responsabilidade civil da sociedade com a do
próprio Salomon, este não poderia, pessoalmente, responder pelas dívidas sociais.
“Mas a tese das decisões reformadas das instâncias inferiores repercutiu”, assevera
RUBENS  REQUIÃO,  pioneiro  no  Brasil  no  estudo  da  matéria,  “dando  origem  à
doutrina  do  disregard  of  legal  entity,  sobretudo  nos  Estados  Unidos,  onde  se
formou  larga  jurisprudência,  expandindo­se  mais  recentemente  na  Alemanha  e
em outros países europeus” (ob. cit.).
[5]
 (#_ftnref5)  Fábio Ulhoa Coelho, Desconsideração da Personalidade Jurídica, São
Paulo:  RT,  1989,  p.  54.  Parece­nos,  porém,  que  o  ilustrado  e  reconhecido
Professor,  posteriormente  à  edição  de  sua  excelente  monografia,  passou  a
sustentar  um  pensamento  situado  entre  as  linhas  subjetivista  e  objetivista,
consoante  se  depreende  da  seguinte  lição:  “em  suma,  entendo  que  a  formulação
subjetiva  da  teoria  da  desconsideração  deve  ser  adotada  como  critério  para
circunscrever  a  moldura  de  situações  em  que  cabe  aplicá­la,  ou  seja,  ela  é  mais
ajustada  à  teoria  da  desconsideração.  A  formulação  objetiva,  por  sua  vez,  deve
auxiliar  na  facilitação  da  prova  pelo  demandante”  (Curso  de  Direito  Comercial,
São Paulo: Saraiva, 1999, v. 2, p. 44).
[6]
 (#_ftnref6) Superior Tribunal de Justiça:

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  ADMINISTRATIVO.  RECURSO  ORDINÁRIO  EM  MANDADO  DE


SEGURANÇA.  LICITAÇÃO.  SANÇÃO  DE  INIDONEIDADE  PARA  LICITAR.
EXTENSÃO  DE  EFEITOS  À  SOCIEDADE  COM  O  MESMO  OBJETO  SOCIAL,
MESMOS  SÓCIOS  E  MESMO  ENDEREÇO.  FRAUDE  À  LEI  E  ABUSO  DE
FORMA.  DESCONSIDERAÇÃO  DA  PERSONALIDADE  JURÍDICA  NA  ESFERA
ADMINISTRATIVA.  POSSIBILIDADE.  PRINCÍPIO  DA  MORALIDADE
ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS.

­  A  constituição  de  nova  sociedade,  com  o  mesmo  objeto  social,  com  os  mesmos
sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para
licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação
da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei
n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da
personalidade  jurídica  para  estenderem­se  os  efeitos  da  sanção  administrativa  à
nova sociedade constituída.

­  A  Administração  Pública  pode,  em  observância  ao  princípio  da  moralidade


administrativa  e  da  indisponibilidade  dos  interesses  públicos  tutelados,
desconsiderar  a  personalidade  jurídica  de  sociedade  constituída  com  abuso  de
forma  e  fraude  à  lei,  desde  que  facultado  ao  administrado  o  contraditório  e  a
ampla defesa em processo administrativo regular.

­ Recurso a que se nega provimento.

(RMS 15.166/BA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em
07/08/2003, DJ 08/09/2003, p. 262)
[7]
  (#_ftnref7)  Flávio  Tartuce.  Manual  de  Direito  Civil  ­  Volume  Único.  7ª  ed.  São
Paulo: Gen, 2017, págs. 192­193.
[8]
 (#_ftnref8) Cf., por exemplo, o art. 135 do Código Tributário Nacional:

Art.  135.  São  pessoalmente  responsáveis  pelos  créditos  correspondentes  a


obrigações  tributárias  resultantes  de  atos  praticados  com  excesso  de  poderes  ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:

I ­ as pessoas referidas no artigo anterior;

II ­ os mandatários, prepostos e empregados;

III  ­  os  diretores,  gerentes  ou  representantes  de  pessoas  jurídicas  de  direito
privado.
[9]
 (#_ftnref9)  Utilizamos a expressão “ legislador”, com a ciência de que se trata de
lei apenas em sentido material, dado que se trata de uma Medida Provisória.
[10]
Fábio  Konder  Comparato,  O  Poder  de  Controle  na  Sociedade
  (#_ftnref10) 
Anônima, 3. ed., Rio de Janeiro: Forense, 1983, p. 284­6.

[11]

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[11]
  (#_ftnref11)  CPC/2015:  “§  2.º  Aplica­se  o  disposto  neste  Capítulo  à  hipótese  de
desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
[12]
Márcio  Souza  Guimarães.  Aspectos  modernos  da  teoria  da
  (#_ftnref12) 
desconsideração  da  personalidade  jurídica  (https://jus.com.br/artigos/3996/aspectos­
modernos­da­teoria­da­desconsideracao­da­personalidade­juridica)  .  Revista  Jus  Navigandi,
ISSN  1518­4862,  Teresina,  ano  8  (https://jus.com.br/revista/edicoes/2003)  ,  n.  64
(https://jus.com.br/revista/edicoes/2003/4/1) , 1 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2003/4/1) abr.
(https://jus.com.br/revista/edicoes/2003/4)  2003  (https://jus.com.br/revista/edicoes/2003)  .
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/3996>. Acesso em: 1 maio 2019.

Autor
Pablo Pablo Stolze
Stolze
Bacharel  em  Direito  ­  Universidade  Federal  da  Bahia  (1998),
tendo  recebido  o  diploma  de  honra  ao  mérito  (láurea),  pela  obtenção  das
maiores notas ao longo do bacharelado. Pós­graduado em Direito Civil pela
Fundação  Faculdade  de  Direito  da  Bahia,  tendo  obtido  nota  dez  em
monografia de conclusão. Mestre em Direito Civil pela PUC/SP, tendo obtido
nota dez em todos os créditos cursados, nota dez na dissertação, com louvor,
e  dispensa  de  todos  os  créditos  para  o  doutorado.  Aprovado  em  primeiro
lugar em concursos para as carreiras de professor substituto e professor do
quadro  permanente  da  Faculdade  de  Direito  da  Universidade  Federal  da
Bahia,  e  também  em  primeiro  lugar  no  concurso  para  Juiz  de  Direito  do
Tribunal  de  Justiça  da  Bahia  (1999).  Autor  e  coautor  de  várias  obras
jurídicas,  incluindo  o  "Novo  Curso  de  Direito  Civil"  e  "Manual  de  Direito
Civil"  (Saraiva).  Professor  da  Universidade  Federal  da  Bahia  e  da  Rede
Jurídica  LFG.  Membro  da  Academia  de  Letras  Jurídicas  da  Bahia  e  da
Academia  Brasileira  de  Direito  Civil.  Já  ministrou  aulas,  cursos  e  palestras
em diversos tribunais do país, inclusive no Supremo Tribunal Federal.

Site(s):

www.facebook.com/pablostolze
www.novodireitocivil.com.br
www.pablostolze.com.br

Informações sobre o texto
Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)

STOLZE,  Pablo.  A  Medida  Provisória  da  Liberdade  Econômica  e  a


desconsideração  da  personalidade  jurídica  (art.  50,  CC).  Primeiras  impressões.
Revista  Jus  Navigandi,  ISSN  1518­4862,  Teresina,  ano  24,  n.  5782,  1  maio

https://jus.com.br/imprimir/73648/a­medida­provisoria­da­liberdade­economica­e­a­desconsideracao­da­personalidade­juridica­art­50­cc 13/14
2019­5­4 MP da Liberdade Econômica x desconsideração da personalidade jurídica ­ Jus.com.br | Jus Navigandi

2019.  Disponível  em:  <https://jus.com.br/artigos/73648>.  Acesso  em:  4  maio


2019.

https://jus.com.br/imprimir/73648/a­medida­provisoria­da­liberdade­economica­e­a­desconsideracao­da­personalidade­juridica­art­50­cc 14/14

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