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GUIA DE BOAS PRÁTICAS

Combate
ao Nemátodo
da Madeira de Pinheiro
FICHA TÉCNICA
Título Guia de Boas Práticas de Combate ao Nemátodo da Madeira de Pinheiro
Editor AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal
Autores Ricardo Cunha
Concepção gráfica Sílvia Pinto
Edição Monstros & Cia – Soluções de Comunicação
Ano 2010
Direitos autorais AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal
GUIA DE BOAS PRÁTICAS

Combate
ao Nemátodo
da Madeira de Pinheiro
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

este Guia pretende proporcionar


o acesso a informação global
sobre o combate à praga do
Nemátodo da Madeira de Pinheiro
(NMP).

2
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

A praga do Nemátodo de Madeira de Pinheiro (NMP) afecta sobretudo a indústria


de primeira transformação (serração e embalagem), que exporta os seus produtos.
Este guia tem como objectivo apoiar as empresas de primeira transformação de
madeira (subsectores de Serração e Embalagem) a adaptarem-se aos novos e
exigentes requisitos aportados pelo recente alastramento da praga do Nemátodo
da Madeira de Pinheiro a todo o território nacional.

PREÂMBULO

3
ÍNDICE
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

PREÂMBULO 3
ÍNDICE 5
AGRADECIMENTOS 8
DESCRIÇÃO 10
1 NEMÁTODO 13
1.1 Ciclo de vida do Nemátodo 15
1.2 Ciclo de vida do insecto vector 15
2 LEGISLAÇÃO E NORMAS EM VIGOR 19
2.1 Normas Internacionais 20
2.2 Normas portuguesas 20
2.3 Legislação 20
2.4 Directiva CEE 21
2.5 Circulares DGADR 21
3 CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DO SECTOR 23
4 PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO 27
4.1 Requisitos de infra-estrutura 28
4.2 Câmara de tratamento 29
4.3 Regras de carregamento 32
4.4 Fonte de calor 33
4.5 Sondas e sensores de medição da temperatura 34
4.5.1 Sondas de medição da temperatura na madeira 34
4.5.2 Sondas de medição da temperatura do ar 35
4.6 Monitorização e registo das temperaturas 35
4.7 Sistema de controlo do tratamento 40
4.8 Manutenção e calibração do equipamento 42
4.9 Tratamento com medição da temperatura do ar 43
4.9.1 Tempo de tratamento para madeira serrada 43
4.9.2 Tempo de tratamento para paletes 44
4. 10 Empilhamento 46
4.11 Marcação a fogo (HT) 49
4.12 Armazém 52
4.13 Documentação 53
4.14 Expedição 53
4.15 Procedimentos para o fabrico e marcação de caixas de madeira para vinho 54
4.15.1 Armazenamento da madeira para o fabrico de caixas para vinho 54
4.15.2 Fabrico das caixas para vinho 55
4.15.3 Marcação das caixas para vinho 55
4.15.4 Armazenamento das caixas para vinho 55
4.15.5 Documentação 55
4.16 Requisitos técnicos para tratamento térmico de casca isolada de coníferas 56
4.16.1 Local de Tratamento 56
4.16.2 Formação e Identificação do Lote 57
4.16.3 Monitorização do Tratamento 57
4.16.3.1 Sondas de temperatura e sistema automático de registo 57 5
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4.16.3.2 Processo de Tratamento 58


4.16.4 Análise Laboratorial 60
4.16.5 Crivagem 60
4.16.6 Comprovativo de Tratamento 60
4.16.7 Inspecção Oficial 60
4.16.8 Documentação 61
4.17 Paletes recuperadas 61
5 OBTENÇÃO DO NÚMERO DE REGISTO DE OPERADOR ECONÓMICO 63
5.1 Quem deve estar registado 64
5.2 Como proceder ao registo 64
5.3 Qual o formulário a utilizar 65
5.4 Atribuição do número de operador económico 65
6 LABORATÓRIOS ACREDITADOS 67
6.1 68
6.2 69
7 FORNECEDORES DE EQUIPAMENTOS 75
8 LISTAGENS DE ENTIDADES DE APOIO ÀS EMPRESAS 79
CONCLUSÕES 85
BIBLIOGRAFIA 89
GLOSSÁRIO 93
ANEXOS 99

6
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

7
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

AGRADECIMENTOS

8
© metacortex
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Os autores agradecem aos seguintes organismos e empresas individualidades


alguma das informações prestadas e os elementos bibliográficos facultados.

Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas


|| DGADR - Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural

|| AFN – Autoridade Florestal Nacional

AJI – Indústria de Madeiras, S.A.

Comfloresta - Comércio, Importação, Exportação e Indústria de Madeiras, Lda

Embalmad – Embalagens de Madeira, Lda

Madeiras do Vale da Catarina – Indústria e Serração de Madeiras, S.A.

Manuel de Freitas Lopes & C.º, Lda.

Martos & C.º, Lda.

PLUGGO – Arquitectura & Comunicação, Lda

VALCO – Madeiras e Derivados, S.A

9
GUIA
DE APOIO
À CERTIFICAÇÃO
GUIA
DA CADEIA DE
DE BOAS
RESPONSABILIDADE
PRÁTICAS

Face à presença de Nemátodo da Madeira do Pinheiro na madeira serrada de


coníferas, torna-se necessário eliminar a sua ocorrência nos produtos finais.

Este Guia visa uma compilação de um conjunto de requisitos definidos pela


Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) que conduza
ao controlo dos processos de tratamento fitossanitário para eliminação do
NMP no material lenhoso.

A profusão de legislação recente (desde o Verão de 2008) define procedimentos


de tratamento fitossanitário pelo choque térmico (HT) para combater o NMP
em madeira serrada e embalagem de espécies coníferas e define as condições
para aposição - obrigatória - da marcação comprovativa de eficácia do trata-
mento por parte dos agentes económicos.

Estes procedimentos, de carácter obrigatório para a exportação de madeira


serrada e embalagem de madeira, são novos para grande parte das empre-
sas e as práticas necessárias ao cumprimento da legislação não estão ainda
estabilizadas.

O Guia permitirá, entre outros, a correcta interpretação da legislação em vigor,


adequação da mesma à realidade das empresas e disponibilização de listagens
das entidades com intervenção no processo: direcções regionais de agricultura
e outras entidades. Disponibilizará ainda listagens dos operadores económicos

10
© metacortex
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

que já estão autorizados a efectuar os tratamentos fitossanitários, de forma a


promover a transparência dos processos.

O Guia contém a forma como as empresas se devem registar para assim cum-
prirem as exigências comunitárias para exportação, nomeadamente:
|| Requisitos das infra-estruturas tecnológicas necessárias;

|| Sistemas de controlo do tratamento e Tecnologias de Informação e Comu-

nicação (TIC) associadas;


|| Requisitos mínimos do sistema de gestão do processo que permite ao agente

económico efectuar a marcação.

Este Guia é uma ferramenta de informação básica que disponibiliza ao sec-


tor apoio para o desenvolvimento e competitividade do tecido industrial do
sector da madeira, que está estruturado fundamentalmente em pequenas e
médias empresas.

DESCRIÇÃO

11
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

12
01
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

NEMÁTODO

13
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

PALAVRAS CHAVE
Ciclo de vida do Nemátodo
Cerambicídeos
NMP
conífera
insecto vector

O nemátodo, organismo de tamanho microscópico (aproximadamente 1 mm


de comprimento) da madeira do pinheiro (NMP), Bursaphelenchus xylophilus,
classificado como uma praga de quarentena A1, pela European Plant Protection
Organization (EPPO), funciona como uma barreira ao comércio de madeira nos
países afectados. O NMP é considerado espécie nativa da América do Norte,
onde se encontra em equilíbrio ecológico com as espécies autóctones de
coníferas, não causa danos significativos.

Uma vez no interior das árvores, os nemátodos reproduzem-se rapidamente


alimentando-se das células epiteliais e do parênquima dos canais de resina,
provocando o decréscimo e a paragem da produção de resina. Posteriormente,
o NMP invade gradualmente os canais resiníferos axiais e radiais do xilema, o
câmbio e os restantes tecidos corticais, provocando a destruição das paredes
celulares e, simultaneamente, a cavitação ou embolismo das células do xilema.
Acima de 20ºC a transpiração foliar cessa ao fim de 20/30 dias, originando a
descoloração e murchidão das folhas e, por fim, a morte da árvore por falta
de água, que ocorre em apenas dois a três meses.

Para se dispersar de uma árvore para outra, o NMP necessita ser transportado
por um insecto, sendo os Cerambicídeos do género Monochamus os vectores
mais importantes a nível mundial.

Em Portugal, diversos estudos demonstraram que o único vector deste


organismo é também um insecto de género Monochamus, no nosso caso M.
galloprovincialis - longicórnio do pinheiro.

Existem três etapas fundamentais neste processo:


|| A entrada do NMP no corpo do insecto;
|| O transporte pelo insecto;

|| A transmissão para uma nova árvore.

14
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

1.1
Ciclo de vida do Nemátodo
O ciclo de vida do nemátodo compreende as seguintes fases:
1) Dentro da madeira o NMP entra no corpo do insecto vector adulto imedia-
tamente antes das emergências;
2) O insecto após emergência, com o NMP no seu sistema respiratório, vai em
busca de um novo hospedeiro;
3) Durante as primeiras seis semanas, após a emergência dos insectos adultos,
e enquanto o insecto se alimenta na casca dos ramos das árvores, (essen-
cialmente na copa), nas feridas resultantes, ocorre a transmissão do NMP.
Este processo é designado por transmissão primária. Não muito frequente
em Portugal também pode ocorrer a transmissão do NMP pela actividade
de postura das fêmeas, denominada transmissão secundária, mas que por
ocorrer em árvores enfraquecidas ou mortas não origina a morte de novas Fonte Fig. 1
Biologiavillanueva Nemátodo
árvores.

1.2
Ciclo de vida do insecto
vector
1) Após as posturas, as larvas iniciam o seu desenvolvimento em galerias
individuais no floema (debaixo da casca), passando após algumas semanas
para o xilema (madeira);
2) As larvas passam no xilema os meses de Inverno;
3) As emergências, após treze meses de desenvolvimento larvar, ocorrem
de Maio a Agosto/Setembro, com um pico em Junho/Julho. Os adultos Fonte Fig. 2
Jornal Nova Guarda Insecto Vector
emergem por orifícios perfeitamente circulares com cerca de 0,5 cm de
diâmetro, que são muito visíveis. Estes adultos vivem em média cerca de
63 dias. Conseguem voar até 1,5Km em linha recta;
4) No novo hospedeiro iniciam as posturas, mais abundantes nas primeiras
semanas e cada fêmea deposita em média 67 ovos. O M. galloprovincialis,
em Portugal, apresenta uma geração por ano.

15
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

O insecto alimenta-se na casca de


árvores saudáveis. Os nemátodos
aproveitam para se alojar nos galhos
feridos.

O nemátodo multiplica-se
nos canais de resina
existentes nos galhos
Nemátodos

As árvores adoecem
e ficam com as copas
total ou parcialmente
mortas
Árvore Saudável

O nemátodo
é um verme
microscópico
que se reproduz
1,5 mm

e alimenta
em células de
madeira ou Árvore Árvores debilitadas
fungos debilitada ou mortas atram os
insectos fêmea, que
aí fazem a postura
dos ovos, podendo
transmitir igualmente
nemátodos

As larvas do insecto
desenvolvem-se
durante 13 meses e
tranformam-se em
adultos

Os insectos adultos
saem da casca
das árvores entre
Maio e Agosto. É
nessa altura que o
nemátodo se ins-
tala no seu sistema Os nemátodos alimentam-se
respiratório. nos fungos da madeira doente

Fig. 3
Ciclo de vida Fonte
do Nemátodo Ministério da Agricultura
da Madeira do do Desenvolvimento
Pinheiro (NMP) Rural e das Pescas

16
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

17
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

02 18
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

LEGISLAÇÃO
E NORMAS EM VIGOR

19
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Palavras chave
Legislação
norma: medidas fitossanitárias

2.1
Normas Internacionais
Norma internacional para as medidas fitossanitárias n.º 15 da FAO (norma
ISPM n.º 15).

O tratamento fitossanitário por choque térmico (HT), de acordo com a ISPM15,


considera-se concluído quando o núcleo da madeira atinja uma temperatura
mínima de 56ºC, durante um período de, pelo menos, 30 minutos.

2.2
Normas portuguesas
NP 4487 – 2009 – Madeira Serrada, paletes e outras embalagens de conífe-
ras. Tratamento Fitossanitário pelo Calor para eliminação do Nemátodo da
Madeira de Pinho (Bursaphelenchus xylophilus).

2.3
legislação
Portaria n.º 1460/2009. D.R. n.º 252, Série I de 2009-12-31
Altera a Portaria n.º 1339-A/2008 (na redacção dada pela Portaria n.º 230 –
B/2009, de 27 de Fevereiro) que estabelece os termos da aplicação das medidas
aprovadas pela Norma Internacional para as Medidas Fitossanitárias n.º 15 da
FAO (Food and Agriculture Organization), relativas a material de embalagem de
madeira não processada, estabelece as exigências a que as empresas transfor-
madoras se devem sujeitar e as competências de fiscalização da actividade e
do cumprimento das medidas de protecção fitossanitária.

20
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

As caixas inteiramente compostas por madeira não processada com espessura


não superior a 6 mm ficam excluídas da obrigatoriedade de tratamento e marcação.

Permite que as empresas que procedem exclusivamente ao fabrico de caixas


para vinho, possam ser autorizadas a marcar as suas próprias caixas, desde que
cumpridos determinados requisitos, que permitam assegurar a rastreabilidade
da madeira adquirida a empresas autorizadas a efectuar o seu tratamento.

2.4
Directiva CEE
Sendo um organismo de quarentena da União Europeia refere-se a Directiva
77/93/CEE, Anexo II, Parte A - Secção I.

2.5
Circulares DGADR
Circular nº4/DG/2010
Expedição de material de Embalagem de Madeira

Circular nº2/DSFMMP/2010
Tratamento térmico de madeira e material de embalagem de madeira – novos
requisitos técnicos para madeira serrada

Circular n.º 1/DSFMMP/2010


Publicação de nova legislação no âmbito do controlo do Nemátodo da Madeira
do Pinheiro

Circular nº4/DSFMMP/2009
Aprovação de novas decisões comunitárias no âmbito do controlo do Nemá-
todo da Madeira do Pinheiro

Circular nº2/DSFMMP/2009
Tratamento e madeira – novos passaportes fitossanitários

21
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Circular nº1/DSFMMP/2009
Embalagens de madeira – novas exigências fitossanitárias.

03 22
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

CARACTERIZAÇÃO
DOS PRODUTOS
DO SECTOR
23
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

24
GUIA
DE BOAS PRÁTICAS
DE COMBATE AO COMBATE
NEMÁTODO DA AO NEMÁTODO
MADEIRA DA MADEIRA
DE PINHEIRO DE PINHEIRO

Palavras chave
produtos e espécies

É obrigatório o tratamento fitossanitário dos seguintes materiais:

Material de embalagens de madeira não processada:


|| Caixotes

|| Caixas

|| Engradados

|| Barricas e embalagens semelhantes

|| Paletes

|| Taipais de paletes

|| Paletes-caixas ou outros estrados para carga

|| Esteiras

|| Separadores

|| Suportes

|| Calços

Toda a madeira dos géneros:


|| Abies Mill. (abetos)

|| Cedrus Trew (cedros)

|| Larix Mill.(larix)

|| Picea A. Dietr. (piceas ou espruces)

|| Pinus L. (pinheiros)

|| Pseudotsuga Carr. (falsas-tsugas)

|| Tsuga Carr. (tsugas), com excepção dos seus frutos e sementes

Casca isolada de coníferas

Estilha, partículas, desperdícios ou aparas de coníferas

25
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

04 26
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

PROCESSOS
DE CERTIFICAÇÃO

27
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Palavras chave
madeira serrada
palete
estilha
casca
câmara de tratamento
fonte de calor
sonda
sistema de registo
calibração
empilhamento
marcação a fogo
certificação
brometo de metilo
casca isolada

4.1
Requisitos de infra-estrutura
Consideram-se requisitos mínimos de infra-estrutura o conjunto de equipamentos
que capacite o agente económico a realizar em condições mínimas o tratamento
fitossanitário por choque térmico e passa pela existência, em condições de
funcionamento, dos seguintes equipamentos:
|| Câmara de tratamento devidamente identificada e munida de uma fonte de

calor;
|| Sondas e sensores de medição da temperatura;

|| Sistema automático de registo de parâmetros fundamentais ao controlo das

condições de tratamento, passível de aferição.

A caldeira é a fonte de calor com potência suficiente para atingir temperatura


mínima de 85ºC à saída desta e que permite que no interior da câmara, a tem-
peratura não seja inferior a 64ºC no seu ponto frio.

As estufas de secagem têm que dispor de:


|| 2 sensores para medição da temperatura na estufa;

|| 4 sondas para medição da temperatura no núcleo da madeira.

28
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

4.2
Câmara de tratamento
Para se considerar tratada por choque térmico, a madeira deve ser submetida
a um tratamento que garanta a temperatura mínima de 56 ºC no centro da
madeira a tratar, durante pelo menos 30 minutos.
|| As câmaras devem possuir bom isolamento térmico (dispor de câmaras com

painéis isolantes e com garantia de fecho de portas eficaz e o ar deve entrar


através dos elementos de aquecimento);
|| Capacidade de atingir temperatura igual ou superior a 64º C em qualquer

ponto no seu interior.


|| Um sistema de ventilação interno que permita uma distribuição uniforme e

contínua do calor de modo a garantir as temperaturas internas dentro dos


limites estabelecidos na norma NP 4487. Pode ser implementada a recircula-
ção do ar aquecido através de um sistema de ventilação que faça a reversão
do sentido do fluxo de ar.

A Caldeira a Biomassa
Fonte
Valco, SA.

B Caldeira a Gasóleo
Fonte Fig. 4
Embalmad - Embalagens de Tipos
A B Madeira, Lda de caldeira

29
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Fig. 5
Câmara
de tratamento Fonte
vazia MAPREL (Tomar)

Fig. 6
Câmara
de tratamento Fonte
com paletes Martos & C.ª, Lda
montadas (Colmeias, Leiria)

30
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

A Câmara de tratamento Fig. 7


Câmara
B Madeira serrada para apenas para
embalagens de vinho tratamento
da madeira.
Fonte Não permite
SPR - Embalmad, Lda secar
A B (Mação, Estêvão de Briteiros) a madeira

Fig. 8
Carregamento
do secador
com madeira
para tratar
– sistema de
carregamento
por vagonetes

Deve existir um estudo da homogeneidade e estabilidade do gradiente térmico


das câmaras de tratamento para determinação da distribuição da temperatura
no interior da câmara com vista à identificação da sua zona mais fria. Este
estudo deve ser realizado anualmente por uma entidade acreditada para o
efeito pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC) e deve ser efectuado
com a câmara carregada em condições semelhantes às do tratamento. A zona
mais fria da câmara é o local onde a madeira leva mais tempo a atingir os 56ºC.
Deve ser colocada junto a cada câmara uma cópia do esquema desta com as
quatro zonas frias assinaladas (apresentado pelo laboratório de calibração).

31
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Fig. 9 A Câmara de tratamento


Secador com
certificado de B Certificado
homogeneidade
e estabilidade
do gradiente
térmicos das
câmaras de Fonte
tratamento Valco, Lda (Caranguejeira, Leiria) A B

Sempre que seja efectuada uma reparação no interior da câmara de trata-


mento que possa ter implicações no seu funcionamento, os serviços poderão
requerer um novo estudo da homogeneidade e estabilidade do gradiente da
temperatura.

4.3
Regras de carregamento
Madeiras em malotes
No carregamento da câmara dever-se-á procurar que a carga seja a mais com-
pleta possível (sem espaços vazios) sem nunca encostar os malotes às paredes,
tecto e chão da mesma. Devem ser deixados espaços livres na câmara, atrás e à
frente, no caso do carregamento por empilhador, e à esquerda e à direita, no
caso do carregamento por vagonetes, para que haja uma correcta circulação
do ar. Ao carregar a madeira na câmara deve-se alinhar a madeira pelos aven-
tais, respeitando as especificações técnicas dos fabricantes dos secadores.

Os malotes devem ser orientados de forma a garantir que o fluxo de ar se faça


no sentido transversal ao comprimento das pranchas dos malotes.

A disposição dos malotes deve ser tal que evite a existência de corredores de
circulação do ar. Para tal, o carregamento da câmara deverá ser feito desali-
nhadamente, isto é, a primeira fiada colocada atrás ou à esquerda, e a segunda
fiada colocada à frente ou à direita.

32
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Paletes e outras embalagens


No carregamento da câmara dever-se-á procurar que a carga seja a mais
completa possível (sem espaços vazios) mas de forma a não encostar as
paletes às paredes, tecto e chão da mesma. Devem ser deixados espaços
livres na câmara, atrás e à frente, no caso do carregamento por empilhador, e
à esquerda e à direita, no caso do carregamento por vagonetes, para que haja
uma correcta circulação do ar. Ao carregar as paletes na câmara deve-se alinhar
a madeira pelos aventais das câmaras, respeitando as especificações técnicas
dos fabricantes dos secadores.

Cargas mistaS
(madeira em malotes e paletes ou outras embalagens)
O carregamento deve ser preferencialmente homogéneo (apenas malotes ou
apenas paletes e outras embalagens). No entanto, caso seja necessário efectuar
carregamentos mistos, dever-se-ão seguir os três primeiros procedimentos
definidos para o carregamento de malotes.

4.4
Fonte de calor
Fonte de aquecimento com potência suficiente para atingir a temperatura
mínima de 85 ºC na saída da fonte de calor e que permita que, depois de esta-
bilizada a temperatura dentro da câmara, a temperatura do ponto mais frio
não seja inferior a 56 ºC. Os combustíveis frequentemente utilizados são de
biomassa (material verde ou seco) e de gasóleo.

Fig. 10
Permutador
de calor

33
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4.5
Sondas e sensores
de medição da temperatura
A monitorização da temperatura do tratamento deve ser efectuada através
de sondas de dois tipos:
|| sondas específicas para medição da temperatura directamente na madeira;

|| sensores para medição da temperatura do ar no interior da câmara.

Fig. 11
Sondas A Sensores de temperatura
e sensores
de medição da B Sondas de temperatura
temperatura A B

4.5.1 Sondas de medição da temperatura na madeira


A gama de medição das sondas de temperatura na madeira deve situar-se
entre 5 ºC e 95 ºC. Estas sondas devem possuir um sistema de isolamento na
zona não introduzida na madeira, para evitar interferências da temperatura
exterior na medição da temperatura no centro da madeira. Deve ser garantida
a estanqueidade da entrada do furo de colocação da sonda para que a tem-
peratura exterior não seja sentida no interior, sem ser pela condução através
Fig. 12 da própria madeira.
Sondas da
temperatura
da madeira
que devem ser
colocados nos
O número mínimo de sondas deve ser calculado à razão de uma sonda por cada
pontos mais
frios da câmara 30 m3 de madeira (volume real), num número nunca inferior a quatro sondas, por
câmara de tratamento. As sondas devem estar individualmente identificadas
de forma indelével. Poder-se-á encontrar informação mais pormenorizada no
ponto 4.6.

Não colocar as sondas perto de objectos metálicos (p.e. pregos; nós).

Fig. 13
Colocação
da sonda de
temperatura
na madeira
mais grossa

34
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

4.5.2 Sondas de medição da temperatura do ar


A gama de medição das sondas de temperatura do ar dentro da câmara de
tratamento deve situar-se entre 5 ºC e 95 ºC.

A câmara de tratamento deve ter uma sonda por cada 30 m3 de capacidade, mas
nunca em número inferior a quatro, duas das quais devem ser colocadas nos
pontos considerados mais desfavoráveis para atingir a temperatura requerida.

4.6
Monitorização e registo
das temperaturas
Os sensores fixos e as sondas têm que estar ligados a um equipamento que
permita o registo automático das leituras realizadas ao longo do tratamento.

O sistema de medição, registo e armazenamento de dados deve ser auto-


mático. Os registos devem incluir indicação do dia, hora e minuto e número
da câmara de tratamento e serem efectuados com uma frequência, de pelo
menos, 2 minutos. Estes registos devem ser arquivados e estar disponíveis para Fig. 14
consulta. O registo abrange o período de aquecimento bem como o período Um PC onde
está instalado
um Software,
efectivo de tratamento e é efectuado ao longo do processo de tratamento. Fonte que monitoriza
AJI, S.A. e grava todos
(Mação, Abrantes) os dados do
Wood Wizard Comando
No exemplo de registo seguinte, podemos constatar que o tratamento só teve
início após o registo #00474 (04/07/2009; 03:24:13), quando a sonda 6 atingiu
os 56ºC (valor mais baixo das sondas). A fase de aquecimento (tratamento)
demorou 15,8 horas. Esta empresa estava a secar madeira.

Em casa de falha, o tratamento tem que ser repetido.

35
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Início do tratamento
as sondas no interior
da madeira atingiram
a temperatura mínima
solicitada (56,0ºC)
para dar início ao tratamento.

Fig. 15 Fonte
Histórico AJI, SA.
de medições (Mação, Abrantes)Wood Wizard

Fig. 16
Um PC portátil
onde está
instalado um
Software, que
monitoriza e Fonte
grava todos Embalmad, Lda
os dados do (Mação, Estêvão de Briteiros)
Comando Your Log, Smart HT v 1.4

36
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

No seguinte tratamento o ciclo durou menos de 2 horas. O aquecimento da


câmara até atingir a temperatura requerida de 57ºC demorou 1.13horas, a
partir do qual se deu início ao tratamento com a duração de 30 minutos. No
seguinte gráfico, a zona verde, corresponde à fase de tratamento da madeira
e dá-nos a duração do mesmo, sendo imediatamente perceptível a conclusão
e validação do tratamento.

Fonte
Embalmad, Lda Fig. 17
(Mação, Estêvão de Briteiros) Gráfico
Your Log, Smart HT v 1.4 de tratamento

37
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Início do tratamento
(As sondas de temperatura
atingiram os 57,0ºC, o mínimo
solicitado)

Fonte
Fig. 18 EMBALMAD, LDA.
Histórico (Mação, Estêvão de Briteiros)
de medições Your Log, Smart HT v 1.4

38
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Fig. 19
Fonte Comando
GANN – Hydromat TK-MP 301 do secador

Fig. 20
Fonte Exemplo
CSA de comando

39
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4.7
Sistema de controlo
do tratamento
O(s) sensor(es) fixo(s) e as sondas têm que estar ligados a um equipamento que
permita o registo automático das leituras efectuadas ao longo do tratamento.

O controlo do tratamento por choque térmico deve realizar-se recorrendo a


um dos dois processos alternativos seguintes:
|| Medição directa da temperatura na madeira;

|| Controlo da temperatura do ar da câmara de tratamento.

O primeiro método é o que está em vigor e é obrigatório em Portugal; o se-


gundo, para além de constar na norma NP 4487, permite ao agente económico
optimizar o seu equipamento dando valores de referência para a duração do
tratamento. Por exemplo, pode permitir ao industrial dar um tratamento tér-
mico a madeira infestada, isto é, madeira contaminada por insectos xilófagos
(bichada).

Durante o processo de medição directa da temperatura na madeira devem ser


tomadas precauções no sentido da transmissão térmica pelos fios da sonda,
ou pela abertura feita na madeira, não influenciar o resultado da medição.

Durante o processo de controlo de temperatura do ar no interior da câmara


devem ser tomadas precauções com o modo de empilhamento da madeira,
a distribuição de temperaturas e o tempo de permanência da madeira no
interior da câmara.

As sondas devem ser colocadas nas peças de madeira de maior espessura e


de maior comprimento.

Para introduzir as sondas na madeira é necessário fazer um furo no canto das


pranchas e a meio da sua espessura, sendo necessário que a profundidade
(p) seja igual ou superior ao dobro da espessura da madeira a tratar (e), ver
a Figura 21.

40
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

e Espessura da madeira Fig. 21


d Distância ao topo Colocação
p Profundidade do furo da sonda
l Largura na madeira

Localização das sondas da madeira:


1)
|| Nas pranchas de madeira com o comprimento superior a 1 m, os furos são

feitos com um afastamento dos topos superior a 30 cm (d), ver a Figura 21;
|| Quando o comprimento da prancha for igual ou inferior a 1 m, a sonda deve

ser colocada a meio desta.

2)
Nas paletes ou outras embalagens:
|| Nas paletes, os furos são feitos no bloco, a meia espessura e com uma pro-

fundidade até meio da sua largura, ou seja, até ao centro do bloco;


|| Nas restantes embalagens, a sonda deve ser colocada na peça de maior

espessura;
|| No caso de tratamento de paletes ou outras embalagens reparadas, a sonda

deve ser colocada no elemento substituído.

3)
Nas cargas mistas (madeira em malotes e paletes ou outras embalagens):
|| Pelo menos duas das sondas devem ser colocadas nos malotes;

|| O diâmetro dos furos deve ser ligeiramente superior ao diâmetro da haste

da sonda, de modo a permitir a sua entrada e retirada sem esforço, mas


suficientemente justo para evitar correntes de convecção com arrastamento
de calor. Estas sondas devem possuir um sistema de isolamento na zona não
introduzida na madeira, para evitar interferências da temperatura exterior
na medição da temperatura no centro do mesmo. 41
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Fig. 22
Sistemas A Exemplo de isolamento da sonda
para isolamento Fonte: Logica H&S
das sondas
de medição B Colocação de silicone
da temperatura Fonte: Martos, Lda A B

No caso de serem tratadas madeiras de várias espessuras, as sondas deverão


ser colocadas nas madeiras de maior espessura.

Pelo menos duas das sondas deverão ser colocadas nas zonas identificadas
como as duas mais frias da câmara.

O tratamento é considerado válido quando todas as leituras se mantiverem


acima da temperatura pretendida 56ºC durante 30 minutos consecutivos,
isto para o tratamento de paletes e outras embalagens, porque segundo
a circular nº1 /DSFMMP/2010 da DGADR (versão 4 de Julho de 2010), o
tratamento de madeira em malotes e de cargas mistas (madeira em malotes
e paletes ou outras embalagens) tem início quando se atinge a temperatura de
63ºC em todas as sondas, nomeadamente na colocada no centro da madeira
mais espessa, na zona fria da câmara. Após estabilização da temperatura,
o tratamento termina após 60 minutos. O tratamento é considerado válido
quando todas as leituras se mantiverem acima da temperatura pretendida
(63ºC) durante 60 minutos consecutivos.

4.8
Manutenção e calibração
do equipamento
A calibração das sondas e sensores deve ser efectuada anualmente por uma
entidade acreditada pelo IPAC.

Nos casos em que as sondas ou sensores apresentam erros entre +0,5º C


e +2ºC, deve ser efectuada a correspondente correcção da temperatura a
42
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

registar. Para erros superiores a +2ºC, as sondas ou sensores devem ser


substituídos.

Deve-se requerer a emissão dos certificados de calibração e dos documentos


comprovativos de manutenção do equipamento.

4.9
Tratamento com medição
da temperatura do ar
1

Os tempos mínimos de tratamento indicados para madeira serrada (Tabela


1, 2 e 3) estão relacionados com a temperatura inicial da madeira e a sua
espessura.

Os tempos mínimos de tratamento indicados para paletes (Tabela 4, 5 e 6)


estão relacionados com a temperatura inicial da madeira e o seu teor de água.

Como temperatura inicial da madeira deve ser considerada a temperatura do


ar no local da sua permanência antes do início do tratamento.

No caso de variações de espessura da madeira a tratar, deve ser considerada


a madeira que apresentar a maior espessura.

4.9.1 Tempo de tratamento para madeira serrada


Uma vez determinada a temperatura inicial da madeira, a duração do trata-
mento de madeira serrada é função da sua espessura e da temperatura da
câmara de tratamento, após terem sido alcançadas as condições definidas
para a temperatura na câmara (Tabelas 1, 2 e 3).

Nota: Para espessuras superiores a 80 mm, o tempo de tratamento deverá


ser aumentado em 10 min por cada 10 mm de incremento da espessura.

43
1
O método de tratamento aprovado pela DGADR é o da medição directa da temperatura no centro da madeira.
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Tabela 1 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada superior a 0 ºC e inferior a 10 ºC
Temperatura Espessura da madeira (e)
da câmara e ≤ 22 mm 22mm < e ≤ 45 mm 45mm < e ≤ 80mm
64ºC 2 h 00 min 4 h 15 min Não aplicável
74ºC 1 h 30 min 3 h 15 min 4 h 10 min
84ºC 1 h 20 min 2 h 45 min 3 h 50 min

Tabela 2 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada igual ou superior a 10 ºC e inferior
a 20 ºC
Temperatura Espessura da madeira (e)
da câmara e ≤ 22 mm 22mm < e ≤ 45 mm 45mm < e ≤ 80mm
64ºC 1 h 50 min 3 h 50 min Não aplicável
74ºC 1 h 20 min 2 h 50 min 3 h 40 min
84ºC 1 h 10 min 2 h 20 min 3 h 20 min

Tabela 3 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada igual ou superior a 20 ºC
Temperatura Espessura da madeira (e)
da câmara e ≤ 22 mm 22mm < e ≤ 45 mm 45mm < e ≤ 80mm
64ºC 1 h 40 min 3 h 30 min Não aplicável
74ºC 1 h 10 min 2 h 30 min 3 h 10 min
84ºC 1 h 00 min 2 h 00 min 2 h 50 min

4.9.2 Tempo de tratamento para paletes


A temperatura inicial da madeira e o seu teor de água devem ser determinados.
A determinação do teor de água da madeira deve ser efectuada segundo a EN
13183-2 e deve ser realizado em 4 componentes de madeira sólida de maior
espessura, considerando-se o valor mais elevado.

Fig. 23
Determinação
A calibração do equipamento utilizado deve ser realizada anualmente por
do teor
em água inicial
entidade competente. Esta deve ser efectuada por comparação de medições
da madeira
em amostras de teor de água conhecido, segundo a EN 13183-1.

Uma vez determinada a temperatura inicial da madeira, a duração do trata-


mento das paletes é função da temperatura da câmara e do teor de água da
madeira, após terem sido alcançadas as condições definidas para a tempera-
44
tura na câmara (Tabelas 4, 5 e 6).
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Tabela 4 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada superior a 0 ºC e inferior a 10 ºC
Temperatura TEOR DE ÁGUA
DURAÇÃO
da câmara DA MADEIRA
> 25% 10 h 40 min
64ºC
≤ 25% 5 h 45 min
> 25% 4 h 20 min
74ºC
≤ 25% 3 h 40 min
> 25% 3 h 20 min
84ºC
≤ 25% 2 h 30 min

Tabela 5 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada igual ou superior a 10 ºC e inferior
a 20 ºC
Temperatura TEOR DE ÁGUA
DURAÇÃO
da câmara DA MADEIRA
> 25% 10 h 10 min
64ºC
≤ 25% 5 h 30 min
> 25% 4 h 00 min
74ºC
≤ 25% 3 h 20 min
> 25% 3 h 00 min
84ºC
≤ 25% 2 h 15 min

Tabela 6 Tempo de duração do tratamento com temperatura


inicial da madeira serrada igual ou superior a 20 ºC
Temperatura TEOR DE ÁGUA
DURAÇÃO
da câmara DA MADEIRA
> 25% 9 h 30 min
64ºC
≤ 25% 5 h 00 min
> 25% 3 h 30 min
74ºC
≤ 25% 3 h 00 min
> 25% 2 h 40 min
84ºC
≤ 25% 2 h 00 min

45
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4. 10
Empilhamento
O empilhamento da madeira serrada desempenha um papel importante. Para
além de acomodar a carga à forma do secador, o empilhamento da madeira
deve facilitar a circulação do ar através das peças de madeira.

O empilhamento consiste em dispor as peças em andares horizontais ou


camadas, separados por sarrafos.

O empilhamento deve ser adequado ao mais rápido equilíbrio de temperaturas


no interior da câmara e de forma a que a temperatura, correspondente ao cho-
que térmico, seja atingida o mais rapidamente possível em todas as peças de
madeira, independentemente da sua espessura, forma e localização na câmara.

Não se deve encostar o material a tratar às paredes da câmara, devendo


deixar-se também espaço livre na base e no topo.

Os sarrafos devem ser colocados perpendicularmente à direcção do fio


da madeira e dispostos, tão exactamente quanto possível, no alinhamento
Fig. 24 vertical e coincidente com os barrotes, devendo também ser cumpridos os
Peças
empenadas
devido
seguintes pontos:
a deficiente || Ser colocados exactamente no início e no fim de cada camada, de forma a
empilhamento
e a forte
espessura Fonte facear a extremidade das peças;
das peças Valco, SA
|| As réguas intermédias devem ser intercaladas a distância conveniente, para

prevenir empenos;
|| O espaçamento depende da espessura da madeira, da altura da carga e da

resistência das réguas.

Dimensões e Disposições das Réguas


Os sarrafos de dimensões variáveis, segundo a espessura das peças a secar,
deverão permitir a criação de espaços de circulação do ar entre as várias
camadas de madeira.

Tabela 7 DIMENSÕES E DISTÂNCIAS


Espessura Dimensão das réguas de empilhamento (mm) Distância entre
da peça (mm) Espessura Largura réguas (cm)
Até 30 20 a 25 20 a 40 40 a 80
30 a 60 25 a 35 25 a 50 60 a 100
46 > 60 30 a 40 40 a 80 80 a 120
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Na prática, é difícil armazenar sarrafos com diferentes dimensões, sendo


conveniente, nestas condições, dispor de réguas de 22 x 30mm.

As réguas ou Sarrafos devem:


|| Proceder de madeira sã;

|| Estar secas;

|| Ser de dureza inferior à das peças a tratar.

Fonte Fig. 25
Madeiras Vale Catarino Bitolador

Fig. 26
Colocação
de sarrafos
Fonte alinhados
Marto, Lda na palete

47
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Madeira em malotes: No empilhamento é obrigatório respeitar as seguintes


condições (ver figura 28):
|| Os separadores devem ter espessura superior a 20mm;

|| As peças de madeira podem ser colocadas em conjunto com as faces encos-

tadas (madeira batida) desde que a espessura total não ultrapasse os 80mm;
|| Os separadores são colocados de forma desencontrada, para não formar

blocos > a 80mm;


|| A madeira com espessura ≤ 20mm, deve ser empilhada face a face;

|| A madeira tratada não deve ficar em contacto directo com o solo, nem com

as paredes da estufa, para evitar pontes térmicas.

Fig. 27
Sistemas para
isolamento A Madeira mal empilhada
das sondas de
medição da B Madeira bem empilhada
temperatura A B

Fig. 28
Condições
obrigatórias do
empilhamento

48
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Paletes e outras embalagens:


|| As paletes, em virtude das suas características, ocupam grande volume

aparente, pelo que é permitido o empilhamento com encaixe (base com base);
|| Outras embalagens - As caixas e outras embalagens que ao serem empilhadas

deixam grandes espaços vazios entre si, dispensam o uso de separadores;


|| As paletes são todas marcadas de acordo com a ISPM15, desde que a empresa

seja um agente económico autorizado pelas autoridades competentes, para


efectuar o choque térmico.

4.11
Marcação a fogo (HT)
A marca a colocar no material de embalagem (a tinta ou a fogo) deve ser
legível, permanente e intransmissível, colocada em local visível e aposta de
preferência em pelo menos duas faces opostas do material, conforme modelo
constante do Anexo I da Portaria nº 1460/2009 de 31 de Dezembro.

Deve ser evitada a utilização das cores vermelha e laranja em virtude de estas
serem usadas na identificação de material perigoso.

O modelo aprovado na versão anterior da Norma ISPM nº 15 pode ser utilizado


até que haja necessidade de substituição dos “carimbos” / “ferros”.

No caso do material de embalagem de madeira novamente tratada (remanu-


facturado ou reparado), a marca do tratamento anterior deve estar totalmente
eliminada de forma permanente.

O material de embalagem deve ser produzido a partir de madeira descascada.


Esta é a marcação tipo utilizada pelas empresas nas suas paletes, sendo que:
|| PT - código ISO de Portugal;

|| 0000 - Número de registo tratador autorizado;

|| YY - tipo de tratamento:

|| HT - tratamento pelo calor.

49
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Código ISO
do País

I
P PT - 0000
Código de identificação
P do operador (4 algarismos)

C
Código de identificação
YY do tratamento aprovado:
HT – Tratamento por calor
Fig. 29
Marcação
a fogo tipo

Fig. 30
Marcação a
fogo antiga (três
algarismos)

A Agente económico
Fig. 31
0675 - MARTOS
Marcação a fogo
em vigor (quatro
B Agente económico
algarismos)
4957 - COMFLORESTA A B

50
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

A madeira tratada deve ter passaporte fitossanitário aposto a cada unidade


de madeira (malote).

O passaporte fitossanitário tipo E deve estar devidamente preenchido com


o nº de registo da empresa que efectuou o tratamento.

Fig. 32
Fonte Passaporte
DGADR fitossanitário

Existem outros modelos de marca aprovados ver Portaria nº 1460/2009.

Fig. 33
Passaporte
fitossanitário
para
Fonte processamento
Valco, SA na empresa

51
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

A Malote individualmente
Fig. 34 identificado
Marcação
a tinta B Palete identificada A B

4.12
Armazém
Após o sistema de controlo e registo da temperatura da madeira dar o processo
do choque térmico como concluído, a madeira serrada/paletes é retirada da
estufa e colocada no armazém respectivo.

As madeiras devem ser armazenadas em local identificado como sendo área


de armazenamento de madeiras tratadas com o choque térmico, separado
das restantes madeiras.

Cada lote de paletes tratado deve estar individualmente identificado.

Fig. 35
Armazenamento
de paletes
tratadas
no exterior

52
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

4.13
Documentação
Todos os documentos devem ser sistematicamente arquivados e mantidos
por um período mínimo de dois anos.

1) Ficha de registo de tratamento térmico.


O operador, para cada tratamento, deve preencher a “Ficha de Registo de
Tratamento Térmico” à qual se deve anexar o registo automático das tem-
peraturas, ambos devidamente validadas pelo inspector oficial responsável
pelo acompanhamento do tratamento (VER - Anexo V – Ficha de registo de
tratamento térmico).
2) Certificados de calibração dos sensores e sondas e relatório do estudo
de estabilidade e homogeneidade da temperatura no interior da câmara,
emitidos por entidade acreditada pelo IPAC e renovados anualmente.

4.14
Expedição
Na sua expedição, a madeira serrada destinada ao mercado intra-comunitário
e Regiões Autónomas da Madeira e Açores, é acompanhada por um passaporte
fitossanitário, por malote, passado pelas autoridades competentes.

A madeira serrada destinada a Países terceiros é acompanhada por um


certificado fitossanitário, com a totalidade da encomenda, passado pelas
autoridades competentes.

Nas paletes, a marcação efectuada (ISPM15), é suficiente.

53
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4.15
Procedimentos para o
fabrico e marcação de caixas
de madeira para vinho
A legislação comunitária e nacional em vigor criou a possibilidade das empre-
sas que procedem ao fabrico de caixas para vinho marcarem as suas próprias
caixas desde que seja reconhecido pela DGADR o cumprimento de procedi-
mentos estabelecidos que garantam o uso exclusivo de madeira previamente
tratada por empresa autorizada e a sua rastreabilidade.

Entende-se por caixa de madeira para vinho, uma caixa de madeira ligeira
destinada ao consumidor final, com a função de embalagem/expositor de gar-
rafas, cujos componentes de madeira não processada são produzidos a partir
de madeira de qualidade superior, seca e tratada (56º C no centro da madeira
durante 30 minutos) por empresa autorizada pela DGADR, apresentando as
superfícies lisas ao tacto e uma espessura não superior a 11 mm, em resultado
de sucessivas transformações mecânicas.

Fig. 36 A Exemplo de caixa de vinho no


Caixas mercado
de madeira
para o vinho B Marca colocada nas caixas a fogo A B

Assim, as empresas inscritas no registo oficial para o fabrico e marcação de


caixas de madeira para vinho devem cumprir os seguintes procedimentos:

4.15.1 Armazenamento da madeira para o fabrico de caixas para


vinho
Deve existir um espaço, devidamente identificado e isolado, exclusivamente
destinado ao armazenamento da madeira para o fabrico de caixas para vinho.
54
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Toda a madeira para o fabrico de caixas para vinho deve ser adquirida a empre-
sas oficialmente autorizadas a efectuar o tratamento térmico e cada unidade
de madeira (malote) deve vir acompanhada de um passaporte fitossanitário a
atestar o referido tratamento.

O conjunto de malotes fornecidos por uma única empresa de tratamento numa


determinada data constitui uma remessa cuja numeração é atribuída pela
empresa que fabrica as caixas. Cada malote de madeira adquirida deve estar
devidamente identificado com o nº da remessa e o nº de série do passaporte.
Deve existir preferencialmente um mapa de localização das remessas/malotes
da madeira adquirida.

4.15.2 Fabrico das caixas para vinho


O local de fabrico das caixas para vinho deve ser totalmente separado das
restantes linhas de produção de qualquer outro tipo de embalagens ou de
outros objectos de madeira.

4.15.3 Marcação das caixas para vinho


A marca a colocar nas caixas (a tinta ou a fogo) deve ser legível, permanente e
intransmissível, colocada em local visível e de preferência em pelo menos duas
faces opostas do material, conforme um dos modelos constante do Anexo II da
Portaria nº 1339-A/2008 de 20 de Novembro, na redacção dada pela Portaria
nº 1460/2009 de 31 de Dezembro.

4.15.4 Armazenamento das caixas para vinho


Deve existir um espaço, devidamente identificado, destinado ao armazena-
mento das caixas para vinho, com o respectivo nº de ordem de produção.
Deve existir preferencialmente um mapa de localização das caixas para vinho,
por ordem de produção.

4.15.5 Documentação
Devem ser preenchidas as fichas de registo de fabrico e marcação de caixas
de madeira para vinho:

I – Ficha de Registo da Madeira Adquirida;


II – Ficha de Registo do Fabrico.

55
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

A estas fichas devidamente validadas pelo inspector oficial responsável pelo


acompanhamento da empresa, devem-se anexar os respectivos passaportes
fitossanitários da madeira adquirida, cópias das respectivas ordens de pro-
dução e guias de transporte.

A documentação acima referida deve ser arquivada por um período mínimo


de 2 anos.

4.16
Requisitos técnicos para
tratamento térmico de
casca isolada de coníferas
2

O processo de eliminação do Nemátodo da Madeira do Pinheiro em casca


isolada de coníferas, previsto na legislação em vigor, é o tratamento pelo calor,
submetendo o material vegetal a uma temperatura mínima de 60ºC.

Atendendo à natureza do material em causa, o processo de tratamento térmico


que melhor se adapta é o tratamento por compostagem, no decorrer do qual é
possível alcançar, numa primeira fase, temperaturas superiores a 60ºC durante
um período de tempo alargado.

Esta fase caracteriza-se pelo aquecimento natural, podendo ser devidamente


controlado de modo a alcançar as temperaturas que conduzem à eliminação
do Nemátodo da Madeira do Pinheiro.

De forma a garantir que o tratamento térmico é devidamente aplicado e mo-


nitorizado, devem ser cumpridos os seguintes requisitos:

4.16.1 Local de Tratamento


Deve existir um mapa de localização dos lotes em tratamento.

Os lotes devem estar devidamente separados para evitar possíveis contami-


nações com material não tratado e devidamente identificados.

56 2
Os requisitos técnicos aqui reproduzidos têm em atenção os melhores procedimentos e tecnologias disponíveis à data de 06/12/2010 (versão
4), pelo que as autorizações concedidas ao abrigo destes requisitos são passíveis de reapreciação.
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

O pavimento deve estar revestido de modo a evitar incorporação de solo nos


lotes em tratamento.

4.16.2 Formação e Identificação do Lote


O lote, podendo ser composto por casca proveniente de diferentes fornece-
dores, pode apresentar heterogeneidade devido às diferentes camadas que o
constituem. Assim deve ser efectuado o procedimento de pré-mistura, antes
de lhe ser dada a forma final, de modo a garantir a sua maior homogeneidade.

O lote a tratar deve apresentar de preferência uma forma prismática de secção


trapezoidal (Fig. 37). O volume mínimo do lote é de 500 m3.A altura do lote deve
ser uniforme e não exceder os quatro metros.

Cada lote deve ser identificado no local com uma placa com os seguintes
elementos:
1) Número do lote;
2) Data de início do tratamento (após constituição final do lote);
3) Estado do processo: inicial/ 1º reviramento (data) / 2º reviramento (data)
/ .......

4.16.3 Monitorização do Tratamento


O período de tratamento térmico é contado a partir da data de constituição
final do lote.

A monitorização da temperatura é feita através da colocação de sondas de


temperatura no interior do lote.

4.16.3.1 Sondas de Temperatura e Sistema Automático de Registo


Até 600 m3 de casca, o número mínimo de sondas é de 6, distribuídas uniforme-
mente no lote e enterradas a uma profundidade de 1,20 m. Por cada incremento
de 300m3, ou parte, deve acrescentar-se uma sonda.

As sondas devem ser colocadas uniformemente, tanto no topo como nas


paredes laterais da pilha. A colocação nas paredes laterais deve ser feita a
diferentes níveis da base até ao topo, tendo em vista uma melhor monitori-
zação da temperatura (Fig. 37).

57
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4 5 6
2

Fig. 37
Distribuição
das sondas Fonte
na pilha DGADR

As sondas devem estar individualmente identificadas de forma indelével.

As sondas têm que estar ligadas a equipamento que permita o registo auto-
mático das leituras efectuadas ao longo do tratamento. Os registos devem
incluir indicação do dia, hora e número do lote em tratamento.

A calibração das sondas deve ser efectuada anualmente por uma entidade
acreditada pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC). Caso apresentem
erros compreendidos entre +0,5 e +2 ºC deve ser efectuada uma correcção
da medição ou a substituição da sonda; para erros superiores a +2 ºC a sonda
deve ser substituída.

4.16.3.2 Processo de Tratamento


Sabendo que a temperatura não atinge os 60ºC na camada exterior da pilha,
o tratamento deve ser feito recorrendo a reviramentos do seguinte modo:
|| O lote deve ser revirado pelo menos 2 vezes durante o tratamento;

|| Cada reviramento deve ser efectuado de forma a garantir que toda a camada

exterior do lote (até 1,5 m de espessura) seja incorporada no interior do lote


em tratamento (Fig. 38 e 39).

58
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

2 1 2

1 Camada interna

2 2 Camadas superiores, inferior Fig. 38


e laterais Pilha de casca
antes do
Fonte: DGADR reviramento

1 2 1
1 Camadas superiores, inferior e
laterais constituídas pela anterior
camada interna

2 Camada interna que contem as Fig. 39


1
anteriores camadas externas Pilha de casca
após 1º
Fonte: DGADR reviramento

O 1º reviramento só deve ser efectuado após pelo menos cinco dias depois da
data da constituição final do lote, se registar uma temperatura superior a 60ºC
em todas as sondas durante pelo menos 6 horas consecutivas, com registos
em intervalos nunca superiores a uma hora.

O 2º reviramento só deve ser efectuado, se após pelo menos dois dias depois
do 1º reviramento, se registar uma temperatura superior a 60ºC em todas as
sondas durante pelo menos 6 horas consecutivas, com registos em intervalos
não superiores a uma hora.

O 3º reviramento só deve ser efectuado se após pelo menos dois dias depois
do 2º reviramento, se registar uma temperatura superior a 60ºC em todas as
sondas durante pelo menos 3 horas consecutivas, com registos em intervalos
não superiores a uma hora.

O tratamento só se considera finalizado quando, após pelos menos dois dias


desde o 3º reviramento, se registar uma temperatura superior a 60ºC durante
pelo menos 3 horas consecutivas, com registos em intervalos não superiores
a uma hora.

59
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

4.16.4 Análise Laboratorial


Após a finalização do tratamento e antes da crivagem, é obrigatória a rea-
lização de um teste laboratorial para despiste do Nemátodo da Madeira do
Pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus), efectuado por um laboratório reco-
nhecido pela DGADR3, como forma de se comprovar a eficácia do tratamento.
Deve ser colhida uma amostra composta por cada 100 m3, ou parte, de casca
tratada de acordo com procedimento oficial.

A colheita das amostras de casca é efectuada pelo inspector oficial respon-


sável pelo acompanhamento do tratamento4.

O tratamento só é validado pelo inspector após confirmação dos resultados


negativos das análises.

A análise laboratorial segue um procedimento oficial.

4.16.5 Crivagem
O processo de crivagem é obrigatório e tem lugar após a conclusão do trata-
mento. Este permite a eliminação de resíduos lenhosos de maior dimensão,
contribuindo para a obtenção de um produto de menor risco.

A crivagem é efectuada até se obterem de 3 categorias de calibre da casca: 0-30mm;


30- 50mm e 50-80mm.

4.16.6 Comprovativo de Tratamento


O cumprimento das exigências do tratamento da casca é atestado pela emis-
são de um passaporte fitossanitário (com marca «ZP» quando apropriado) por
remessa do lote de material tratado e crivado.

4.16.7 Inspecção Oficial


Cada empresa está sujeita a inspecções numa base contínua levadas a cabo
por um inspector oficial que efectua o controlo das leituras da temperatura das
sondas, a supervisão dos reviramentos, a colheita das amostras e a emissão
dos passaportes fitossanitários.

3
Ver informação em www.dgadr.pt.
4
O envio da amostra para o Laboratório reconhecido e o pagamento da respectiva análise laboratorial são da responsabilidade do Operador
60 Económico.
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

4.16.8 Documentação
Por cada lote deve ser preenchida a “Ficha de Registo de Tratamento de Casca”
à qual se deve anexar o registo automático das temperaturas, ambas devida-
mente validadas pelo inspector oficial responsável pelo acompanhamento
do tratamento. A esta documentação deve ser ainda apenso o resultado da(s)
respectiva(s) análise(s).

Os certificados de calibração das sondas devem ser emitidos anualmente por


uma entidade acreditada.

A documentação acima referida deve ser arquivada por um período mínimo


de 2 anos.

4.17
Paletes recuperadas
Todos os elementos de madeira de Coníferas incorporados em paletes recu-
peradas devem ser tratados por choque térmico, separadamente ou incor-
porados na palete recuperada, se esta sofrer novo processo de tratamento.

Todas as paletes recuperadas devem ser remarcadas pelo agente económico,


mesmo que a palete a recuperar apresente uma marca legível do agente que a
construiu ou a recuperou anteriormente. Quando coloca a sua marca na palete
recuperada o agente económico assegura que toda a palete está tratada.

A marca ou marcas anteriormente existentes na palete devem ser retiradas por


qualquer meio que a(s), torne ilegível(eis) e não altere a resistência pretendida
para a palete recuperada.

Os requisitos técnicos aqui publicados têm em atenção os procedimentos


publicados na Norma Portuguesa 4487, apenas no que se refere ao método de
medição directa da temperatura no centro da madeira, tal como mencionado
nº 1 do artigo 3º da Portaria nº 1339-A/2008 de 20 de Novembro na redacção
dada pela Portaria nº 230-B/2009 de 27 de Fevereiro.

61
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

05 62
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

OBTENÇÃO DO
NÚMERO DE REGISTO
DE OPERADOR
ECONÓMICO
63
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

5.1
QUEM DEVE ESTAR REGISTADO
a)
É obrigatório o registo de todos os operadores económicos situados no ter-
ritório continental5 que no decorrer da sua actividade importem, produzam,
comercializem ou transformem pinheiros, abetos, cedros, larix, píceas ou
espruces, pseudotsugas e tsugas (material lenhoso ou plantas destas árvores).

b)
É obrigatório o registo das empresas que aplicam o tratamento pelo calor, a
aplicar a:
|| material de embalagem de madeira não processada (caixotes, caixas, engrada-

dos, barricas e embalagens semelhantes, paletes, taipais de paletes, paletes-


-caixas ou outros estrados para carga, esteiras, separadores e suportes);
|| madeira de pinheiros, abetos, cedros, larix, píceas ou espruces, falsastsugas

e tsugas (incluindo a que não manteve a sua superfície natural arredondada);


|| casca isolada;

|| madeira das árvores referidas anteriormente sob a forma de estilha, partículas,

aparas e desperdícios.

5.2
COMO PROCEDER AO REGISTO
O número de registo de operador económico é sempre atribuído pela Direcção-
-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), autoridade fitossa-
nitária nacional e, dependendo do tipo de operador económico em questão, o
formulário passará, ou não, pela Autoridade Florestal Nacional (AFN). Assim:

a) Os operadores económicos referidos em 5.1 a) devem remeter os formulá-


rios através de uma das seguintes vias:
|| correio electrónico

|| dudef.registo@afn.min-agricultura.pt

|| fax: 21 312 49 87

b) Os operadores económicos referidos em 5.1 b) devem consultar a página da


internet da DGADR www.dgadr.pt e seguir as instruções nele disponibilizadas.
64 5
Actual zona de restrição que corresponde à área onde foi detectada a presença do nemátodo da madeira do pinheiro acrescida de uma zona
tampão (20 km adjacentes à fronteira terrestre com Espanha).
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

5.3
QUAL O FORMULÁRIO A UTILIZAR
O formulário está disponível na página da internet da DGADR www.dgadr.pt,
onde deve seleccionar:
1º. Fitossanidade e materiais de multiplicação de plantas;
2º. Inspecção Fitossanitária;
3º. Produção, circulação e comercialização de vegetais;
4º. Registo Oficial;
5º. Formulário de Registo;
6º. Registo Fitossanitário/Licenciamento e anexo X (operadores económicos
definidos em 5.1 a)) ou anexo XI (operadores económicos definidos em 5.1 b)).

5.4
ATRIBUIÇÃO DO NÚMERO
DE OPERADOR ECONÓMICO
A atribuição do número de registo será dada após validação do formulário e
vistoria ao local de actividade (caso se trate de locais de queima, produtor de
estilha, serrações e indústrias de 2ª transformação).

Após parecer favorável, o número de registo é atribuído e o operador eco-


nómico informado por ofício, enviado para a morada indicada no formulário.

65
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

06 66
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

laboratórios
acreditados

67
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Palavra chave
análise
calibração
laboratórios acreditados

6.1
Laboratórios acreditados para a realização de análises para despiste do
Nemátodo da Madeira do Pinheiro [Bursaphelenchus xylophilus (Steiner et
Buhrer) Nickle et al.]

INSTITUTO NACIONAL DOS RECURSOS BIOLÓGICOS


Edifício da Unidade de Silvicultura e Produtos Florestais
Av. República, Quinta do Marquês
2780-159 Oeiras

T 214 463 701


F 214 463 702
E secretariado@efn.com.pt

Laboratório de Nematologia - Centro do Mar e Ambiente -


Instituto do Mar –IMAR-CMA - Universidade de Coimbra
Laboratório de Nematologia, Departamento de Zoologia
Universidade de Coimbra
3004-517 Coimbra

T 239 855 760 / 239 855 770


F 239 855 789
E isabel.abrantes@zoo.uc.pt

NemaLab - ICAAM - Laboratório de Nematologia


Universidade de Évora
NemaLab – ICAAM
Universidade de Évora - Pólo da Mitra
7002-554 Évora

T 266 770 885


E mmota@uevora.pt
68 W www.icam.uevora.pt
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

6.2
Laboratórios credenciados para calibração de sondas e sensores certificados
pelo Instituto Português de Calibrações – ISO/IEC 17025 – Temperatura e
Humidade

TAP Portugal – Laboratório de Calibrações


Aeroporto de Lisboa
Apartado 50194
1704-801 Lisboa Codex

T 218 416 205


E fcarvalho@tap.pt

CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à IndÚstria


Metalomecânica – Laboratório de Metrologia
Rua Plátanos 197
4100-414 Porto

T 226 176 436


F 226 176 213
E catim.porto@catim.pt
W www.catim.pt

Instituto Electrónico Português – Laboratório de


Metrologia e Ensaios
Rua de S. Gens, 3717
4460-409 Senhora da Hora

T 229 570 000/15


F 229 530 594
E com@iep.pt
W www.iep.pt

69
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

L.I.Q – Laboratório Industrial da Qualidade – Associação


Técnico Cientifica - Laboratório de Metrologia
Zona Ind. Alagoa - Águeda
3750-301 Aveiro

T 234 612 770


F 234 601 905
W www.liq.pt

Laboratório Nacional de Engenharia Civil – Laboratório


Central de Apoio Metrológico
Avenida do Brasil, 101
1700-066 Lisboa

T 218 443 000


F 218 443 011
W www.lnec.pt

Instituto de Soldadura e Qualidade – Laboratório de


Calibração em Metrologia Física
Sede:
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva nº 33
Taguspark – Oeiras

Porto:
Rua do Mirante 258
Grijó

T Lisboa 214 229 036


T Porto 227 471 958
E labmetro@isq.pt ou labtemperatura@isq.pt
W www.isq.pt

70
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Servimetro – Serviços de Metrologia, Lda.


Av. das Descobertas nº 15 - 4º B
Quinta do Infantado
2670-379 Loures

T 219 834 677


E geral@servimetro.pt
W www.servimetro.pt

Qualcer – Tecnologia de certificação, Lda. – Laboratorios


de Calibração
Rua do Ouro, lote 13
Parque Industrial Vale do Alecrim
2950-007 Palmela

T 212 389 409


F 212 389 404
W www.qualcer.pt

EIA – Electrónica Industrial de Alverca, Lda. – Laboratório


de Calibração e Ensaios
Av. Infante D. Pedro, 56
Alverca do Ribatejo
2615-149 Lisboa

T 219 585 378


F 219 582 542
E eia.marilia@mail.telepac.pt ou eia.ramiro@mail.telepac.pt
W www.eia-lda.pt

Laboratório Regional de Engenharia Civil – Centro de


Metrologia
Rua Agostinho Pereira de Oliveira
9000-264 Funchal

T 291 724 060


F 291 724 061
W www.elrec.pt
71
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Tradelabor, Lda
Rua Amilcar Cabral, nº 34
Quinta do Lambert
1750-020 Lisboa

T 217 550 627


F 217 550 635
E tradelabor@tradelabor.pt
W www.tradelabor.pt

Labcal - Laboratório de Calibrações e Ensaios, Lda


Qta. S. José Marco Lt 15 - lj D
2600-710 Castanheira do Ribatejo

T 263 286 560


F 263 286 569
E labcal@mail.telepac.pt

Para verificação/validação do laboratório acreditado consultar o sítio (www.ipac.pt).

72
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

73
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

07 74
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

fornecedores
de equipamentos

75
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

J. FERREIRA e JESUS, Lda


Rua das Devesas, nº 26
Complexo Industrial das Devesas
4595-069 Seora PFR

T 255 866 517


F 255 865 979
E jfj@jfj.pt
W www.jfj.pt

MADESECA - Secadores de Madeira, Lda.


Rua do Pinho, Armazém 3
4425-171 Águas Santas

T 229 722 669


F 229 734 042

NORPEÇAS
Estrada Nacional 107 A, nº 1147 Pav.B
4470-628 Moreira, Maia

T 229 445 390 a 98


F 222 294 453 a 99
M 919 284 808 a 88
E norpecas@norpecas.pt
W www.norpecas.pt

SILVINO LINDO IBÉRICA, S.A


Granja - Gandra (E.N. 15) , Apartado 97
4589-907 Rebordosa – Portugal

SPR – Serviços Projectos e Representações


Senhora da Hora – Matosinhos, Apartado 4065
4461-901 Sr.ª da Hora - Matosinhos

76
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

SYSTEM FILTER MEDIAM


Rua Chão do Rei, nº 2
Zona Industrial das Ervosas
3830-003 Ílhavo, Aveiro

T 234 423 808


F 234 480 617
E geral@systemfilter.pt
W www.systemfilter.pt

TORRES & BELO, S.A.


Zona Industrial das Ervosas, Apartado 14
3834-909 Ílhavo

T 234 325 011


F 234 325 012
E geral@torbel.pt
W www.torbel.pt

77
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

08 78
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

listagens de
entidades de apoio
às empresas
79
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

O cumprimento de todas as determinações relativas ao abate, transporte


e tratamento do material lenhoso é aferido por acções de fiscalização que
compete à DGADR, em articulação com a Autoridade Florestal Nacional (AFN),
com as direcções regionais de agricultura e pescas (DRAP) e com a Guarda
Nacional Republicana (GNR).

AFN – Autoridade Florestal Nacional


Director Nacional: Eng. Paulo José Vaz Rainha Mateus
Rua da Restauração, 336
4050-501 Porto

T 225 431 290/225 431 290


F 226 098 223
E paulomateus@afn.min-agricultura.pt

Director Nacional: Eng.  Gonçalo Nuno Ferreira Ribeiro Alves


Rua 10 de Agosto, 2l
3080-053 Figueira da Foz

T 233 402 780/233 402 780


F 233 420 433
E goncalo.alves@afn.min-agricultura.pt

Director Nacional: Eng. João Alexandre da Silva Rocha Pinho


Av. João Crisóstomo, 28
1069-040 Lisboa

T 213 124 805/213 124 805


F 213 124 988
E jrpinho@afn.min-agricultura.pt 
W www.afn.min-agricultura.pt

GNR - COMANDO GERAL


Largo do Carmo
1200-092 Lisboa

T 213 217 000


F 213 474 819
80
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

DRAP - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte


Rua República,133
5370-347 Mirandela
T 278 260 900 /278 260 / 900
F 278 260 976

Rua Dr. Francisco Duarte nº 365, 1º


4711-906 Braga
T 253 206 400/253 206 400
F 253 206 401

E geral@drapn.min-agricultura.pt
W www.drapn.min-agricultura.pt

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do CENTRO


Rua Amato Lusitano, lote 3
6000-150 Castelo Branco

T 272 348 600/272 348 600


F 272 348 625
E drapc@drapc.min-agricultura.pt

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do ALENTEJO


Quinta da Malagueira
Av. Eng. Eduardo Arantes Oliveira Apartado 83
7002-553 Évora

T 266 757 800/266 757 800


F 266 757 850
E geral@drapal.min-agricultura.pt

Direcção Regional de Agricultura e Pescas do ALGARVE


Braciais, Patacão
8001-904 Faro

T 289 870 700/289 870 700


F 289 816 003
E drapalg@drapalg.min-agricultura.pt
81
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Direcção Regional de Agricultura dE lisboa e vale do tejo


Quinta das Oliveiras - Estrada Nacional 3 - Apartado  477 
2001-906 Santarém

T 243 377 500/243 377 500


F 243 377 543
E info@draplvt.min-agricultura.pt

DGADR - Direcção Geral da Agricultura e do


Desenvolvimento Rural
Geral (informação) Sede 218 442 200
Oeiras 214 464 000
Tapada da Ajuda 213 613 200
Linha azul 213 613 288 (Horário - 10h - 12h30 | 14h30 - 16h30)

Direcção de Serviços da Fitossanidade e de Materiais de Multiplicação de


Plantas
Director de Serviços: Eng.º José Augusto Ribeiro Fernandes
Tapada da Ajuda
1349 - 018 Lisboa

T 213 613 253


F 213 613 277

Outras entidades

Aimmp – Associação das Industrias de Madeira e Mobiliário de


Portugal
Rua Álvares Cabral, 281
4050-041 Porto 

T 223 394 200


F 223 394 210
E aimmp@aimmp.pt
W www.aimmp.pt

82
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

|| Gabinetes técnicos florestais dos municípios.


|| IFAP / Fundo Florestal Permanente.
|| Associações Florestais de Portugal.

|| INRB - Instituto Nacional de Recursos Biológicos, I.P..

83
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

84
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

CONCLUSÕES

85
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

A legislação publicada no âmbito do controlo do Nemátodo da Madeira de


Pinheiro (NMP) obriga que todo o material novo de embalagem de madeira de
coníferas fabricado no território continental português seja tratado e marcado
antes da sua comercialização, independentemente do seu destino.

A problemática do nemátodo coloca um desafio sério à economia Nacional,


mas principalmente aos produtores de embalagem e de madeira serrada,
nomeadamente nos seguintes domínios:

1) A Crise Económica Internacional, a Crise Nacional e o Nemátodo.


a) A incerteza provocada pelas restrições da União Europeia e a instabili-
dade legislativa que se viveram no passado recente foram os principais
factores de destabilização e que tiveram impacto real na actividade das
empresas de serração e de embalagem;
b) O novo quadro legislativo implicou a necessidade de investimento em
novos equipamentos, nomeadamente, sondas e software de controlo
das estufas de tratamento;
c) O aumento de quantidade de madeira tratada implica um acréscimo de
custos operacionais, nomeadamente em mão-de-obra e energia.

2) O sector tem vindo a enfrentar uma grave crise económica decorrente:


a) Do aumento do preço das matérias-primas e aumento do preço de pro-
dutos subsidiários e auxiliares derivados do petróleo;
b) Do congelamento e redução dos preços de venda provocados pelos
elevados níveis de concorrência e pela situação desesperada de alguns
operadores;
c) Do arrefecimento do mercado provocado pela diminuição do poder de
compra, pela crise de confiança do consumidor e pelo enorme abranda-
mento da construção civil e obras públicas;
d) Dos reflexos, na nossa economia, da enorme crise financeira mundial e
dos graves estrangulamentos no acesso ao crédito.

3) Dificuldades acrescidas colocadas pelas limitações de circulação dos sub-


-produtos de serração (carrasca);

4) Custos operacionais:
a) Operação de equipamentos para Tratamento por Choque Térmico (HT)
na madeira serrada e nas paletes/embalagens produzidas;
b) Tratamento por Choque Térmico nas embalagens/paletes em circulação.
86
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

A disponibilização deste Guia “Boas Práticas de Combate ao Nemátodo da Ma-


deira de Pinheiro” junto das empresas, permitir-lhes-á o acesso a informação
de referência no combate ao Nemátodo da Madeira de Pinheiro, com a fina-
lidade de exportação dos seus produtos sem qualquer entrave, aumentando
assim a sua competitividade junto de mercados estrangeiros.

87
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

88
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

bibliografia

89
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Oliveira, Hélène; Rodrigues, Abel; Casquilho, Miguel e Bordado, João. Impacto


do Ataque do Nemátodo da Madeira de Pinheiro na Aptidão Tecnológica como
Madeira Maciça - EFN, Lisboa. Portugal.

NP 4487 (2009) - Madeira serrada, paletes e outras embalagens de Resinosas


Tratamento fitossanitário pelo calor para eliminação do Nemátodo da Madeira
do Pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus)

Amaral, Miguel. “O Combate ao Nemátodo da Madeira do Pinheiro”, Caderno


técnico.

Silva, Lusitana 16(2): 149 - 173, 2008 © EFN, Lisboa. Portugal - Impacto do
Ataque do Nemátodo da Madeira de Pinheiro na Aptidão Tecnológica como
Madeira Maciça

Jornal da Trofa - O seu Jornal e Portal da Região - Alerta para o Nemátodo da


Madeira do Pinheiro 24-Out-2008

AFN (Autoridade Florestal Nacional) – Reunião do conselho consultivo para a


fitossanidade florestal (2008) – Principais linhas de orientação.

DGADR (Direcção Geral Agricultura e Desenvolvimento Rural) – Inspecções


fitossanitárias – Tratamento da madeira – novas exigências.

Circular nº 1/DSFMMP/2009 - Embalagens de madeira - novas exigên-


cias fitossanitárias

Circular nº 2/DSFMMP/2009 - Tratamento e madeira - novos passa-


portes fitossanitários

Informação, de 16 de Fevereiro de 2009 - Tratamento de madeira - sus-


pensão de empresa registada

Circular nº 4/DSFMMP/2009 - Aprovação de novas decisões comu-


nitárias no âmbito do controlo do nemátodo da madeira do pinheiro
90
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Circular nº 2/DSFMMP/2010 - Tratamento térmico de madeira e


material de embalagem de madeira - Novos requisitos técnicos para
madeira serrada

Circular nº 1/DSFMMP/2010 - Publicação de nova legislação no âmbito


do controlo do nemátodo da madeira do pinheiro

Circular nº 4/DG/2010 - Expedição de Material de Embalagem de


Madeira

Lista de empresas registadas com requerimentos técnicos para efec-


tuar tratamentos.

Os requisitos técnicos aqui publicados têm em atenção os procedimen-


tos publicados na Norma Portuguesa NP 4487, apenas no que se refere
ao método de medição directa da temperatura no centro da madeira,
tal como o mencionado no nº 1 do artigo 3º da Portaria nº 1339-A/2008
de 20 de Novembro na redacção dada pela Portaria nº 1460/2009 de
31 de Dezembro.

91
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

92
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

glossário

93
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Árvores com sintomas


As coníferas hospedeiras que por acção de agentes bióticos e ou abióticos se
encontram enfraquecidas, com a copa seca ou a secar total ou parcialmente.

Árvores sem sintomas


As coníferas hospedeiras que não apresentam as características referidas
na alínea anterior.

Cargas mistas
Madeira em malotes e paletes ou outras embalagens.

Centro da madeira
Ponto simultaneamente mais distante de qualquer das superfícies de uma
peça de madeira.

Choque térmico
Tratamento pelo calor a que a madeira deve ser submetida, de forma a garantir
a temperatura mínima de 56 ºC no centro da madeira a tratar durante, pelo
menos, 30 min consecutivos.

Coníferas
As espécies florestais da família das gimnospérmicas, designadas por coní-
feras.

Coníferas destinadas à plantação


As plantas de viveiro de espécies coníferas destinadas a serem plantadas ou
replantadas.

Coníferas hospedeiras
As árvores de coníferas dos géneros Abies Mill., Cedrus Trew, Larix Mill., Picea
A. Dietr., Pinus L., Pseudotsuga Carr., e Tsuga Carr., com excepção dos seus
frutos e sementes.

Constatação ou medida oficial


A constatação efectuada ou medida adoptada pelo agente dos serviços
de inspecção tendo em vista a emissão do passaporte fitossanitário ou de
certificado fitossanitário, nos termos do Decreto-Lei n.o 154/2005, de 6 de
Setembro.

Descasque
O acto de remoção da casca do material lenhoso.
94
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Embalagem nova
Embalagem de madeira fabricada, na totalidade, com elementos novos.

Embalagem re-fabricada
Embalagem de madeira sujeita a substituição de mais de um terço dos seus
elementos por madeiras de espécies Coníferas.

Embalagem reparada
Embalagem de madeira em que se inclui até um terço de elementos de madeira
de espécies Coníferas.

Embalagem usada
Embalagem de madeira com, pelo menos, dois ciclos de utilização e que não
necessita de reparação.

EPPO
European Plant Protection Organization.

Exploração florestal
O conjunto de operações, abrangendo o abate, rechega, extracção e transporte,
através das quais o material lenhoso principal ou secundário é retirado do
local onde foi produzido e entregue no primeiro local do circuito comercial.

Faixa de contenção fitossanitária


Zona de corte raso para remoção de todas as árvores da espécie Pinus pinaster, k)

Fumigação
A sujeição de material lenhoso, qualquer que seja o seu estado, a tratamento
por acção de gás pesticida, em ambiente estanque, de modo que o mesmo
fique livre de nemátodos vivos.

HT/DB (Heat Treatment/Debarked)


Abreviatura correspondente à designação de madeira descascada tratada
termicamente.

Insecto vector
Insecto da espécie Monochamus galloprovincialis (família Cerambycidae) que
transporta e dissemina o NMP de árvore para árvore.

Inspecção fitossanitária
O acto levado a efeito por inspector fitossanitário destinado à verificação do
cumprimento de medidas fitossanitárias e demais disposições legais aplicáveis. 95
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

Madeira serrada
Peça de madeira obtida a partir de toro ou peças de maiores dimensões, por
corte por arranque de apara no sentido longitudinal, completado eventual-
mente por traçagem e/ou outra laboração suplementar, de modo a obter o
nível de precisão requerido.

Mancha crítica
As áreas nas quais as árvores com sintomas de declínio se manifestam com
maior incidência e cuja delimitação é definida por despacho do director-geral
dos Recursos Florestais.

Material lenhoso
A madeira proveniente do abate de coníferas hospedeiras que não foi sujeita
a qualquer transformação.

Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP)


O organismo prejudicial da espécie Bursaphelenchus xylophilus (Steiner et
Buhrer) Nickle et al. que ataca espécies Coníferas.

Operador económico
O agente que fabrica, importa ou comercializa material lenhoso, plantas de
viveiro, produtos e subprodutos de coníferas, transformados ou não.

Passaporte fitossanitário
A confirmação oficial emitida pelo serviço responsável pela protecção fi-
tossanitária, válida no interior da União Europeia, que atesta o cumprimento
das disposições da presente portaria, relativas a medidas fitossanitárias e
exigências específicas, a qual deve ser acompanhada, quando necessário, por
documento complementar.

Ponto mais frio da câmara


Local onde a temperatura pretendida pode ser mais difícil de atingir, tendo em
conta os fluxos de ar, o local da câmara e a forma de empilhamento da madeira.

Produtor
O operador económico que seja legítimo detentor de coníferas destinadas ao
abate ou plantação, mesmo que ainda em viveiro.

Queima
A destruição total do material de coníferas hospedeiras por acção do fogo.

96
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

Registo oficial
A relação dos operadores económicos que no decorrer da respectiva activida-
de produzem, importam ou comercializam coníferas destinadas à plantação,
material lenhoso e produtos ou subprodutos das coníferas, transformados
ou não.

Sobrantes da exploração
O material remanescente da exploração florestal.

Subprodutos da transformação
Os produtos secundários da transformação de material lenhoso.

Teor de água da madeira


Quantidade de água existente na madeira que resulta do quociente, expresso
em percentagem, entre a massa de água de uma peça de madeira e a massa da
mesma peça seca em estufa a 103 ºC ± 2 ºC até massa constante.

Tratamento pelo calor


O tratamento térmico do material de coníferas hospedeiras que garanta no
seu centro uma temperatura mínima de 56ºC durante trinta minutos.

Vizinhança imediata
O prédio rústico onde se localiza a área de produção do viveiro.

Zona afectada (ZA)


A área do território nacional onde foi detectada a presença do NMP, Bursaphe-
lenchus xylophilus (Steiner et Buhrer) Nickle et al., e identificada em portaria.

Zona de restrição (ZR)


A área do território nacional correspondente à totalidade das áreas da ZA e
da zona tampão e identificada em portaria.

Zona isenta (ZI)


Qualquer área do território nacional e de outros Estados membros não iden-
tificada no anexo III da portaria 103/2006 de 6 de Fevereiro.

Zona tampão (ZT)


A área do território nacional que circunda a ZA em toda a sua extensão, com
uma largura de 20 km.

97
GUIA
DE BOAS
PRÁTICAS

98
COMBATE
AO NEMÁTODO
DA MADEIRA
DE PINHEIRO

anexos

99
Anexo I
Fabrico e marcação de caixas de madeira para vinho – Ficha de
registo do fabrico.
Anexo II
Fabrico e marcação de caixas de madeira para vinho – Ficha de
registo do fabrico
Anexo III
Casca isolada de coníferas – Ficha de registo de tratamento
térmico
Anexo IV
Ficha de registo de tratamento térmico
Anexo V
Listagem de operadores económicos registados e autorizados

1) Autorizados a proceder ao tratamento de Madeira, Casca de Coníferas e


de material de embalagem de Madeira para circulação intracomunitária e
exportação para países terceiros:
Por ordem alfabética e com data de actualização 2010/11/26.
Cont.
CONT.
CONT.
CONT.
CONT.
CONT.
CONT.
CONT.

2) Autorizados a proceder ao Fabrico e Marcação de Caixas de Madeira para


Vinho para circulação intracomunitária e exportação para países terceiros:
CONT.

3) Lista de Números de Registo de Operadores Económicos que Cessaram a


Actividade de Tratamento de Material de Embalagem de Madeira:

Legenda

1
HT (Heat Treatment) – Tratamento Térmico;
MB (Methyl Bromide Fumigation) – Tratamento por
Fumigação com Brometo de Metilo.

2
WPM (Wood Packaging Material) – Material de
Embalagem de Madeira;
W (Wood) – Madeira;
B (Bark) – Casca
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DE BOAS
PRÁTICAS

114
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116

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