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Terræ Didatica
Martello A.R., Novais T., Oleques L.C., Leal L.A., Rosa Á.A.S.da.
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié, Jequiezinho, Jequié - BA, *tarsila_novais@hotmail.com;
2 Universidade Estadual do Paraná, campus União da Vitória, União da Vitória - PR.
3 Instituto Federal Farroupilha, Campus Santa Rosa, Santa Rosa - RS.
4 Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia, Departamento de Geociências, Santa Maria - RS.
modo a compreendê-los, questioná-los e utilizá-los das ideias ou dos conceitos que estruturam as dis-
em situações no cotidiano (Bizzo 2002). ciplinas de referência (Paraná 2008). Algumas fer-
Atualmente, o ensino de ciências na educação ramentas metodológicas são utilizadas para mapear
básica apresenta uma visão limitada a respeito da as concepções de professores e alunos, tais como,
Paleontologia, dissociando os seres do passado dos atividades lúdicas (Melo et al. 2007), oficinas peda-
grupos atuais, acarretando a formação de concep- gógicas (Martello e Freitas 2008) e questionários
ções errôneas sobre esse assunto. Na busca por (Oleques et al. 2011).
alternativas metodológicas para o ensino de Pale- O presente trabalho trata-se de uma pesqui-
ontologia, é de grande interesse o entendimento sa quali-quantitativa com o objetivo de mapear
das concepções dos alunos e a influência da região as concepções sobre Paleontologia de alunos do
fossilífera na formação desse conhecimento. As ensino fundamental de escolas públicas de regiões
concepções são entendidas como ponto de partida brasileiras.
e parte ativa de um processo para a construção de
novos conhecimentos (Braz-da-Silva et al. 2007).
A partir da década de 1970, vários trabalhos
Referencial teórico
sobre concepções de alunos e professores foram
realizados com o intuito de compreender melhor Historicidade da Paleontologia
os erros conceituais relacionados ao conhecimento
Desde a Pré-História, o ser humano atribuiu
científico (Bastos 1998). O conhecimento das con-
valores a vários objetos fossilizados os quais des-
cepções dos alunos é fato de grande importância
pertaram sua curiosidade e a valorização, provavel-
para o planejamento das atividades pedagógicas,
mente devido à sua raridade, sua semelhança com
uma vez que as ideias dos estudantes sobre as estru-
organismos vivos ou parte deles, adicionado o fator
turas biológicas muitas vezes não coincidem com
de sua textura e composição lítica (Faria 2006).
o contexto cientificamente aceito (Oliveira 2005).
Na Idade Antiga, diversos pensadores levanta-
Entendemos por concepção um processo
ram hipóteses sobre a origem dos fósseis, baseadas
pessoal, por meio qual um aprendente estrutura
em preceitos mais racionais. Neste período his-
progressivamente os conhecimentos que integra.
tórico, a discussão sobre a origem orgânica se fez
Esse saber elabora-se, na grande maioria dos casos,
presente, ou seja, alguns pensadores interpretavam
num período bastante longo de sua vida, a partir
os fósseis como tendo se originado a partir de orga-
da ação cultural parental, de sua prática social de
nismos vivos, diferentemente de outros pensadores
criança na escola, da influência das diversas mídias
que atribuíam sua origem a forças mágicas que
e, mais tarde, de sua atividade profissional e social
atuariam nas entranhas da Terra.
de adulto (clube, família, associação etc.) (Giordan
A discussão atravessou a Idade Média e se
e Vecchi 1996).
prolongou até a modernidade, quando o termo
Os sujeitos interiorizam sua experiência coti-
fossilia (fóssil) era utilizado para denominar todos
diana de uma forma própria e constroem seus
os objetos petrificados obtidos por intermédio
próprios significados sobre os mais variados fenô-
de escavação ou que se encontravam expostos na
menos. As ideias pessoais são influenciadas pela
superfície da Terra (Edwards 1967).
maneira de adquirir a informação. Tais ideias,
Visões mais específicas sobre os fósseis sur-
muitas vezes, podem parecer incoerentes – “cien-
giram durante o Renascimento (Ronan 2002). O
tificamente incorretas” e ainda, podem manter
francês Georges Cuvier, no seu estudo sobre os
diferentes concepções sobre um determinado
fósseis, publicou os fundamentos da paleontologia,
fenômeno (Demczuk et al. 2007). Quando se parte
tendo o “princípio de correlação das partes” como
do contexto de vivência do aluno, é preciso enfren-
uma grande ferramenta, uma vez que relaciona as
tar suas concepções e que, mesmo consideradas
partes distintas dos organismos ao organismo intei-
como conhecimento tácito, podem estar no plano
ro (Eicher 1988). Cuvier explicava que as extinções
do senso comum, constituído por representações
ocorriam devido a catástrofes que teriam atingido
equivocadas ou limitadas para a compreensão e a
a Terra. No decorrer dos anos, os estudos foram
explicação da realidade (Ramos s/d).
sendo aprimorados, bem como as técnicas de estra-
As visões advindas dos estudantes, do contex-
tificação, o que possibilitou várias interpretações e
to de suas experiências e de seus valores culturais,
indícios para a evolução do significado de fósseis.
devem ser reestruturadas e sistematizadas a partir
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Martello A.R., Novais T., Oleques L.C., Leal L.A., Rosa Á.A.S.da.
Assim, para alguns naturalistas, os fósseis que eram educação no Brasil (ensino infantil, fundamental
encontrados em diferentes estratos poderiam ser e médio) (Zucon et al. 2010). A Paleontologia, por
tratados como originados em diferentes épocas, sua vez, é introduzida por meio dos dinossauros e
e não em um único evento, como afirmavam os apenas esporadicamente permeia outros assuntos,
“diluvionistas” (Mather 1939). como a origem da vida, definição e tipos de fósseis
Após um período, no qual os fenômenos (Mello et al. 2005).
naturais foram explicados e estudados sob diversas Os conteúdos sobre a Paleontologia no ensino
abordagens, é possível perceber uma maior com- fundamental nas escolas brasileiras se restringe as
preensão dos fósseis e sua posição na natureza, sob ciências da Terra usualmente agregados à física,
um ponto de vista histórico (Faria 2006). No início química e geografia e, aos livros didáticos, que
do século XIX, a paleontologia inicia os primeiros aportam conceitos vitais, porém pouco explora-
passos na sociedade científica com a divulgação de dos para o conhecimento e interesse por parte
pesquisa através de publicações periódicas. das crianças, em relação à natureza na qual vivem
A primeira citação bibliográfica referente aos (Mello et al. 2005).
fósseis brasileiros foi em 1817, anteriormente, Os PCNs recomendam a Paleontologia como
mencionada apenas em cartas ou relatórios de via- tema de ciências para o ensino básico brasileiro,
gem (Cassab 2010). Em 1818 foi criado por D. João sendo frequente em muitos livros didáticos no
VI, o Museu Real (atual Museu Nacional), a pri- País. Abordagens mais completas sobre o tema
meira instituição brasileira com caráter científico, são, ainda, escassas no dia-a-dia das escolas, devi-
dando início a uma importante coleção de fósseis do mais à deficiência dos professores do que ao
encontrados em todo o País. desinteresse ou dificuldades de aprendizado dos
O termo Paleontologia foi usado na literatura alunos (Mello et al. 2005). Geralmente, há pouco
geológica pela primeira vez em 1834, derivado a interesse e dedicação das instituições na formação
partir das palavras gregas: palaios = antigo, ontos = de professores para atuarem nos diferentes níveis
ser, logos = estudo (Cassab 2010). Esta ciência tem da educação (Barbieri 2002).
contribuído em várias áreas do conhecimento para a O ensino desta área do saber é de extrema
compreensão da origem e evolução da vida na terra relevância, por tratar-se de uma ciência histórica
fazendo referência à composição da atmosfera, à que pode ser contada em uma escala de milhões
geografia e às modificações climáticas ao longo do de anos, e que eventos geológicos, geográficos
tempo geológico (Anelli 2002). além de processos evolutivos ocorridos no mundo
biológico se registraram de diferentes maneiras
Educação em Paleontologia (Schwanke e Silva 2010).
Apesar do processo inicial de investigação e
Vivemos hoje em um mundo notadamente disseminação do conhecimento paleontológico
influenciado pela ciência. É o saber científico que ocorrer nos centros acadêmicos, com disciplinas
proporciona o surgimento, aprimoramento e avan- obrigatórias em cursos de Biologia e Geografia,
ço de novas tecnologias que tem como finalidade ou em instituições de pesquisa, este ensino é na
essencial a geração de conhecimento, para o bem- maioria das vezes abordado, sem maiores apro-
-estar da sociedade como um todo (Zucon et al. fundamentos e possibilidades de discussões, o que
2010). Para este autor a democratização do ensino acarreta, consequentemente, o distanciamento da
de ciências tornou-se uma prioridade, não apenas realidade dos temas relacionados à Paleontologia,
visando a formação de cientistas, mas para propor- além da natural frustração diante das dificulda-
cionar à sociedade conhecimentos fundamentais des na compreensão por parte dos estudantes
para a sua interação com o mundo. (Schwanke e Silva 2010).
Para Zucon et al. (2010), a Paleontologia, den- A dificuldade está na forma do ensino paleon-
tre as áreas das ciências naturais, é aquela que vem tológico nas escolas, ou seja, o problema encon-
apresentando um desenvolvimento promissor nas tra-se na falta de atualização dos professores em
últimas décadas, ocupando local de destaque na relação ao conteúdo específico, ficando restritos
busca pela compreensão da evolução dos seres vivos apenas aos livros didáticos (Werthein e Cunha
e da história da Terra. O ensino e as abordagens da 2005). Para estes autores, isso implica em um
paleontologia estão inseridos nos conteúdos dire- déficit acumulado de conhecimento, levando os
tamente ou indiretamente em todos os níveis da professores a desenvolverem uma “alfabetização
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Uma experiência de inserção da Paleontologia no ensino fundamental em diferentes regiões do Brasil
científica” que engloba noções elementares de composto em cinco questões livres (quatro aber-
várias áreas científicas, sem que, na maioria das tas e uma fechada). Para elaboração das questões
vezes, tenham sido preparados para isso. foi realizada uma análise criteriosa a respeito de
Baseado nessa relevância, o tema Paleontolo- conteúdos relacionados a Paleontologia. O proce-
gia está inserido no currículo escolar como parte dimento possibilita interrogar um elevado número
integrante do bloco de conteúdo intitulado “A de alunos num espaço de tempo relativamente cur-
natureza cíclica da Natureza”, que por sua vez faz to, conhecer melhor as concepções dos estudantes
parte do tema transversal Meio Ambiente (Brasil possibilitando melhorar as metodologias de ensino
1999). Os temas transversais foram incorporados (Gil 1999).
aos conteúdos existentes na pretensão de desenvol- Participaram da pesquisa 64 alunos do sétimo
ver a capacidade de pensar e de compreender, bem ano do ensino fundamental. No que se refere ao
como interagir adequadamente com o mundo que critério ético, os sujeitos assinaram o Termo de
nos rodeia (Moreno 1997). Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo o
Um dos aspectos levantados quando se procura sigilo das informações e o seu anonimato, confor-
defender a inclusão de temas paleontológicos na me orientações da resolução 196/96 do Conselho
Educação Básica diz respeito ao estabelecimento Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde (Brasil
de uma relação entre os conhecimentos paleon- 2006).
tológicos e a experiência cotidiana do aluno, a fim Para a análise dos relatos, utilizamos a técnica
de que a aprendizagem torne-se mais significativa de análise de conteúdo norteada por Bardin (2004)
(Schwanke e Silva 2010). Contudo, não basta rei- em que os discursos revelam categorias: i) categoria
vindicar maior espaço para os conceitos paleonto- satisfatória, em que as respostas apresentam argu-
lógicos nos livros didáticos e nas salas de aula. É mentos em que se idêntica uma explicação cientifica
preciso ter clareza quanto à concepção de ensino e correta, relacionadas a conceitos atualmente aceitos;
aprendizagem a ser alcançada e buscar estratégias de ii) categoria parcialmente satisfatória, que compre-
aproximação que tornem os conhecimentos cientí- ende as respostas que apresentam alguma forma de
ficos mais significativos para os alunos (Schwanke e conhecimento sobre o tema, mas sem explicação
Silva 2010). A deficiência de conteúdo e o impacto cientifica adequada; e por fim, iii) categoria insa-
que isso ocasiona muitas vezes são amenizados com tisfatória, onde as respostas não apresentam expli-
a condução das crianças e adolescentes aos museus cação científica ao tema caracterizando-se ao senso
e exposições sobre o tema, fazendo com que elas comum, explicação religiosa ou respostas sem nexo.
vivenciem e assimilem a grandiosidade e a impor- Os nomes dos autores dos textos foram supri-
tância desse ramo das ciências naturais (Mello midos. Por este motivo suas respostas serão identifi-
et al. 2005). No entanto, espaços dessa natureza cadas por letras (A= aluno) seguido de um número
(museus, salas temáticas, exposições) ainda cons- a ele atribuído como: A1, A2 e, assim por diante
tituem raridades em muitas cidades brasileiras, o em ordem de apresentação.
que restringe ainda mais o acesso da população a O desenvolvimento da pesquisa de campo foi
essa cultura (Mello et al. 2005). realizado em três cidades inseridas no contexto
Paleontológico, de diferentes regiões do Brasil:
(I) Jequié-BA (19 alunos), onde à presença na
Material e Métodos escola, do ‘Projeto Paleociência: itinerância e apren-
Esta pesquisa é de caráter quali-quantitativo. dizagem’, com a proposta de aproximar crianças e
A pesquisa qualitativa tem como foco principal a jovens do universo científico colocando ao alcance
exploração do conjunto de opiniões e representa- de todos, objetos conceituais em Paleontologia. A
ções sociais sobre o tema que pretende investigar cidade de Jequié, litologicamente, está inserida no
(Minayo 1999). A pesquisa investigativa quali- Bloco Jequié, sendo composto de migmatitos gra-
-quantitativa em educação é focada na percepção da nulíticos (Barbosa e Sabaté 2003). As rochas apre-
experimentação e interpretação dos sujeitos sobre sentam datações radiométricas que variam entre
suas próprias percepções do mundo social em que 2,66 a 3,4 Ga (Delgado et al. 2003). Recobrindo
estão inseridos (Bodgan e Biklen 1994). estas rochas, em pontos isolados e em todo o vale
Como instrumento de coleta de dados foi do rio de Contas, encontramos Coberturas Qua-
utilizado um questionário contendo um conjunto ternárias detrito lateríticas constituídas por areia
de questões pré-elaboradas. O questionário foi com níveis de cascalho e argila e crosta laterítica
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Jaci Paraná devido à construção da Usina Hidre- tentativa de captar e explorar a realidade sempre
létrica de Jirau, os alunos tiveram oportunidade em construção e o momento histórico-cultural
de visualizar e entender o surgimento e os tipos vigente. Os dados devem servir de referência para
de fósseis encontrados na região. Com isso, apre- o desenvolvimento de trabalhos relacionados com
sentaram concepções mais próximas aos conceitos a Paleontologia, tornando o assunto mais próximo
científicos relacionados aos conteúdos presentes a realidade e desmitificando pré-concepções origi-
na Paleontologia. nadas pela mídia e pelo senso comum. Isto reafirma
Em Jequié e Santa Maria, alguns alunos des- a necessidade da implantação de projetos em parce-
creveram corretamente alguns tipos de fósseis, tais rias realizadas por universidades com instituições
como: árvores petrificadas, peixes, tartaruga, etc. de ensino da educação básica nas diferentes cidades.
Embora, algumas respostas apresentadas especi-
ficamente para os alunos de Santa Maria, não foi
possível definir nenhum significado, pois tanto na
Referências
literatura quanto nos conhecimentos de profissio- Anelli L.E. 2002. O passado em suas mãos: guia para co-
nais, nenhum fóssil encontrado foi nomeado por leção de réplicas. São Paulo: EDUSP.
“Santiago”, desconhecendo o motivo dessas respos- Barbieri M.R. 2002. Laboratório de Ensino de Ciências.
20 anos de história. Ribeirão Preto: Holos.
tas. Isto pode ser resultado de uma sobreposição de
Barbosa J.S.F., Sabaté P. 2003. Colagem Paleoprotero-
informações da mídia, acarretando na formação de
zóica de placas arqueanas do Cráton do São Fran-
concepções errôneas pelos alunos e mantidas por cisco na Bahia. Rev. Bras. Geoc., 33:3-6.
falta de acesso ao conhecimento apropriado. Bardin L. 2004. Análise de conteúdo. Lisboa: Edição 70.
De acordo com as concepções apresentadas, Bastos F. 1998. O ensino de conteúdos de História
o resultado não apresentou diferença significativa e Filosofia da Ciência. Ciência & Educação, 5(1):
entre os alunos das diferentes regiões, corroboran- 55-72.
do com o estudo de Bizzo et al. (2008) afirmando Bizzo N. 2002. Ciências fácil ou difícil? 2.ed. São Pau-
que o contato direto com fósseis por si só não pode lo: Ática.
assegurar a percepção do tempo geológico e dos Bizzo N., Almeida A.V., Falcão J.T.R. 2008. A com-
preensão de estudantes dos modelos de evolução
enormes lapsos de tempo requeridos na fossilização
biológica: duas aproximações. In: Mortimer E.F.
e processos correlatos org. 2008. Atas do VI Encontro Nacional de Pesquisa
em Educação em Ciências, Florianópolis: Abrapec.
Considerações finais Bodgan R., Biklein S. 1994. Investigação qualitativa em
educação. Portugal: Porto.
De maneira geral foi possível visualizar as con- Brasil. Ministério da Educação. 1997. Parâmetros Cur-
cepções dos alunos a respeito da temática Paleonto- riculares Nacionais: ensino médio: ciências da natureza,
logia, sendo possível inferir que o meio influencia matemática e suas tecnologias. Brasília: Secretária da
na aquisição dos saberes que vão ser formados ao educação Média e Tecnológica.
longo da vida, inclusive para o conteúdo da ciência Brasil. Ministério da Educação. 1999. Parâmetros Curri-
paleontologia. culares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Secretária
da educação Média e Tecnológica.
Os resultados obtidos mostram que as regiões
Braz da Silva A.M.T., Mettrau M.B., Barreto M.S.L.
que desenvolvem atividades de ensino sobre Pale- 2007. O lúdico no processo de ensino-apren-
ontologia, promovem uma vivência mais próxima dizagem das ciências. Rev. Bras. Est. Pedag.,
e a concepção sobre a temática está mais presente 88(220):445-458.
nos alunos. Evidenciamos, também, as dificuldades Carvalho I.S. 2010. Paleontologia - 1. 2.ed. Rio de Ja-
que os estudantes possuem em conceituar de forma neiro: Interciência.
cientifica a Paleontologia, embora, consigam apre- Cassab R.C.T. 2010. Objetivos e Princípios. In: Car-
sentar concepções pouco satisfatórias e baseadas no valho I.S. ed. 2010. Paleontologia. Rio de Janeiro:
senso comum. Interciência, p.3-11.
A criação e inserção de projetos nas escolas Da Rosa Á.A.S. 2004. Sítios Fossilíferos de Santa
Maria, RS, Brasil. Ciência & Natura, 26(2):75-90.
são importantes, pois mobilizam os alunos, pro-
Delgado I.M., Souza J.D., Silva L.C., Silveira Filho
movendo maior interesse por parte deles, sendo
N.C., Santos R.A., Pedreira A.J., Guimarães J.T.,
considerada uma excelente estratégia de ensino. Angelim L.A.A., Vasconcelos A.M., Gomes I.P.,
Cabe salientar que pesquisas qualitativas em Pale- Lacerda Filho J.V, Valente C.R., Perrotta M.M.,
ontologia precisam ser feitas continuamente, na Heineck C.A. 2003. Geotectônica do Escudo
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Martello A.R., Novais T., Oleques L.C., Leal L.A., Rosa Á.A.S.da.
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RESUMO : Na busca por alternativas para o ensino sobre Paleontologia é de grande interesse o entendimento das concepções dos
alunos. Este trabalho resulta de uma pesquisa qualiquantitativa com o objetivo de mapear as concepções sobre Paleontologia dos
alunos do ensino fundamental de escolas públicas brasileiras. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário, sendo aplicado a
um total de 64 alunos (Jaci Paraná, 25; Jequié, 19; Santa Maria, 20). Os resultados obtidos mostram que a presença de evidências
ou registros paleontológicos na região onde os alunos estão inseridos não influencia nas concepções apresentadas pelos mesmos.
Evidenciou-se também, as dificuldades que os estudantes possuem em conceituar de forma cientifica a Paleontologia, embora
consigam apresentar concepções equivocadas baseadas na mídia e no senso comum.