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ARTIGO

Terræ Didatica
Martello A.R., Novais T., Oleques L.C., Leal L.A., Rosa Á.A.S.da.

Uma experiência de inserção da Paleontologia no


ensino fundamental em diferentes regiões do Brasil
An experience of insertion of paleontology in elementary school in different regions of brazil
Tarsila Novais1,*, Alcemar Rodrigues Martello2, Luciane Carvalho Oleques3, Luciano Artemio Leal1 e Átila Augusto Stock da-Rosa4

1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié, Jequiezinho, Jequié - BA, *tarsila_novais@hotmail.com;
2 Universidade Estadual do Paraná, campus União da Vitória, União da Vitória - PR.
3 Instituto Federal Farroupilha, Campus Santa Rosa, Santa Rosa - RS.
4 Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia, Departamento de Geociências, Santa Maria - RS.

Manuscrito: ABSTRACT : In the search for alternatives to the teaching of Paleontology


Recebido: 20/5/2013 the understanding of students conceptions is of great interest. This work
Corrigido: 16/6/2014 is a quali-quantitative research with the aim of mapping the concepts of
Aceito: 9/10/2014 Paleontology of elementary students of Brazilian public schools. A ques-
tionnaire was used for collecting data from a total of 64 students (Jaci
Citation : Martello A.R., Novais T., Oleques L.C., Leal Paraná, 25; Jequié, 19; Santa Maria, 20). The results show that the pre-
L.A., Rosa Á.A.S.da. 2015. A inserção da paleontolo-
sence of paleontological evidence or records in the region where students
gia no ensino fundamental em diferentes regiões do
Brasil. Terræ Didatica, 11(1):33-41. <http://www. live does not influence their conceptions. It also showed the difficulties of
ige.unicamp.br/terraedidatica/>. the student in building a scientific conception of Palaeontology, although,
they exhibited misconceptions based on views presented in the media
Keywords: Science teaching, common sense, meth- and common sense.
odological alternatives.

afirmação nos estudos dos fósseis, já que eles são


Introdução restos de organismos vivos, e a segunda, em con-
A Paleontologia é a ciência que estuda evidên- trapartida, fornecendo uma dimensão do tempo em
cias da vida pré-histórica preservadas nas rochas (os que os grandes ecossistemas atuais se estabeleceram
fósseis), e elucida não apenas o significado evoluti- e também informações complementares às teorias
vo e temporal, mas também a aplicação na busca de evolutivas (Carvalho 2010).
bens minerais e energéticos (Mendes 1986). Esta Neste sentido, a Paleontologia é recomendada
importante área contribui para ampliar a compreen- pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
são da origem e evolução da vida na Terra, fazendo como tema em Ciências para o ensino básico bra-
referência à constituição da atmosfera, decifrando sileiro, sendo frequente em muitos livros didáticos
a geografia e as modificações climáticas ao longo no país (Brasil, 1997). Numa perspectiva educa-
do tempo geológico. cional, a Paleontologia tem um importante papel
Uma vez que os fósseis são objetos geológicos a cumprir, contribuindo na geração e disseminação
com origem em organismos do passado, a Pale- do conhecimento ou auxiliando na compreensão
ontologia é a disciplina científica que estabelece de processos naturais complexos (Schwanke e Silva
uma forte ligação entre as Ciências Geológicas e as 2010, Cassab 2010).
Ciências Biológicas. Além disso, auxiliam na inter- Contudo, o conhecimento paleontológico
pretação dos ambientes antigos de sedimentação, ainda é muito insuficiente, restringindo-se aos
bem como na identificação das mudanças ocorridas centros de pesquisas, museus e discussões em
na superfície do planeta através do tempo geológico meios acadêmicos (Schwanke e Silva 2010). Além
(Cassab 2010). disso, verifica-se que o ensino promovido na edu-
A Biologia e a Paleontologia estão intimamen- cação básica não fornece ao estudante alternativas
te interligadas, a primeira servindo como meio de de apropriação dos conhecimentos científicos de

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Uma experiência de inserção da Paleontologia no ensino fundamental em diferentes regiões do Brasil

modo a compreendê-los, questioná-los e utilizá-los das ideias ou dos conceitos que estruturam as dis-
em situações no cotidiano (Bizzo 2002). ciplinas de referência (Paraná 2008). Algumas fer-
Atualmente, o ensino de ciências na educação ramentas metodológicas são utilizadas para mapear
básica apresenta uma visão limitada a respeito da as concepções de professores e alunos, tais como,
Paleontologia, dissociando os seres do passado dos atividades lúdicas (Melo et al. 2007), oficinas peda-
grupos atuais, acarretando a formação de concep- gógicas (Martello e Freitas 2008) e questionários
ções errôneas sobre esse assunto. Na busca por (Oleques et al. 2011).
alternativas metodológicas para o ensino de Pale- O presente trabalho trata-se de uma pesqui-
ontologia, é de grande interesse o entendimento sa quali-quantitativa com o objetivo de mapear
das concepções dos alunos e a influência da região as concepções sobre Paleontologia de alunos do
fossilífera na formação desse conhecimento. As ensino fundamental de escolas públicas de regiões
concepções são entendidas como ponto de partida brasileiras.
e parte ativa de um processo para a construção de
novos conhecimentos (Braz-da-Silva et al. 2007).
A partir da década de 1970, vários trabalhos
Referencial teórico
sobre concepções de alunos e professores foram
realizados com o intuito de compreender melhor Historicidade da Paleontologia
os erros conceituais relacionados ao conhecimento
Desde a Pré-História, o ser humano atribuiu
científico (Bastos 1998). O conhecimento das con-
valores a vários objetos fossilizados os quais des-
cepções dos alunos é fato de grande importância
pertaram sua curiosidade e a valorização, provavel-
para o planejamento das atividades pedagógicas,
mente devido à sua raridade, sua semelhança com
uma vez que as ideias dos estudantes sobre as estru-
organismos vivos ou parte deles, adicionado o fator
turas biológicas muitas vezes não coincidem com
de sua textura e composição lítica (Faria 2006).
o contexto cientificamente aceito (Oliveira 2005).
Na Idade Antiga, diversos pensadores levanta-
Entendemos por concepção um processo
ram hipóteses sobre a origem dos fósseis, baseadas
pessoal, por meio qual um aprendente estrutura
em preceitos mais racionais. Neste período his-
progressivamente os conhecimentos que integra.
tórico, a discussão sobre a origem orgânica se fez
Esse saber elabora-se, na grande maioria dos casos,
presente, ou seja, alguns pensadores interpretavam
num período bastante longo de sua vida, a partir
os fósseis como tendo se originado a partir de orga-
da ação cultural parental, de sua prática social de
nismos vivos, diferentemente de outros pensadores
criança na escola, da influência das diversas mídias
que atribuíam sua origem a forças mágicas que
e, mais tarde, de sua atividade profissional e social
atuariam nas entranhas da Terra.
de adulto (clube, família, associação etc.) (Giordan
A discussão atravessou a Idade Média e se
e Vecchi 1996).
prolongou até a modernidade, quando o termo
Os sujeitos interiorizam sua experiência coti-
fossilia (fóssil) era utilizado para denominar todos
diana de uma forma própria e constroem seus
os objetos petrificados obtidos por intermédio
próprios significados sobre os mais variados fenô-
de escavação ou que se encontravam expostos na
menos. As ideias pessoais são influenciadas pela
superfície da Terra (Edwards 1967).
maneira de adquirir a informação. Tais ideias,
Visões mais específicas sobre os fósseis sur-
muitas vezes, podem parecer incoerentes – “cien-
giram durante o Renascimento (Ronan 2002). O
tificamente incorretas” e ainda, podem manter
francês Georges Cuvier, no seu estudo sobre os
diferentes concepções sobre um determinado
fósseis, publicou os fundamentos da paleontologia,
fenômeno (Demczuk et al. 2007). Quando se parte
tendo o “princípio de correlação das partes” como
do contexto de vivência do aluno, é preciso enfren-
uma grande ferramenta, uma vez que relaciona as
tar suas concepções e que, mesmo consideradas
partes distintas dos organismos ao organismo intei-
como conhecimento tácito, podem estar no plano
ro (Eicher 1988). Cuvier explicava que as extinções
do senso comum, constituído por representações
ocorriam devido a catástrofes que teriam atingido
equivocadas ou limitadas para a compreensão e a
a Terra. No decorrer dos anos, os estudos foram
explicação da realidade (Ramos s/d).
sendo aprimorados, bem como as técnicas de estra-
As visões advindas dos estudantes, do contex-
tificação, o que possibilitou várias interpretações e
to de suas experiências e de seus valores culturais,
indícios para a evolução do significado de fósseis.
devem ser reestruturadas e sistematizadas a partir
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Assim, para alguns naturalistas, os fósseis que eram educação no Brasil (ensino infantil, fundamental
encontrados em diferentes estratos poderiam ser e médio) (Zucon et al. 2010). A Paleontologia, por
tratados como originados em diferentes épocas, sua vez, é introduzida por meio dos dinossauros e
e não em um único evento, como afirmavam os apenas esporadicamente permeia outros assuntos,
“diluvionistas” (Mather 1939). como a origem da vida, definição e tipos de fósseis
Após um período, no qual os fenômenos (Mello et al. 2005).
naturais foram explicados e estudados sob diversas Os conteúdos sobre a Paleontologia no ensino
abordagens, é possível perceber uma maior com- fundamental nas escolas brasileiras se restringe as
preensão dos fósseis e sua posição na natureza, sob ciências da Terra usualmente agregados à física,
um ponto de vista histórico (Faria 2006). No início química e geografia e, aos livros didáticos, que
do século XIX, a paleontologia inicia os primeiros aportam conceitos vitais, porém pouco explora-
passos na sociedade científica com a divulgação de dos para o conhecimento e interesse por parte
pesquisa através de publicações periódicas. das crianças, em relação à natureza na qual vivem
A primeira citação bibliográfica referente aos (Mello et al. 2005).
fósseis brasileiros foi em 1817, anteriormente, Os PCNs recomendam a Paleontologia como
mencionada apenas em cartas ou relatórios de via- tema de ciências para o ensino básico brasileiro,
gem (Cassab 2010). Em 1818 foi criado por D. João sendo frequente em muitos livros didáticos no
VI, o Museu Real (atual Museu Nacional), a pri- País. Abordagens mais completas sobre o tema
meira instituição brasileira com caráter científico, são, ainda, escassas no dia-a-dia das escolas, devi-
dando início a uma importante coleção de fósseis do mais à deficiência dos professores do que ao
encontrados em todo o País. desinteresse ou dificuldades de aprendizado dos
O termo Paleontologia foi usado na literatura alunos (Mello et al. 2005). Geralmente, há pouco
geológica pela primeira vez em 1834, derivado a interesse e dedicação das instituições na formação
partir das palavras gregas: palaios = antigo, ontos = de professores para atuarem nos diferentes níveis
ser, logos = estudo (Cassab 2010). Esta ciência tem da educação (Barbieri 2002).
contribuído em várias áreas do conhecimento para a O ensino desta área do saber é de extrema
compreensão da origem e evolução da vida na terra relevância, por tratar-se de uma ciência histórica
fazendo referência à composição da atmosfera, à que pode ser contada em uma escala de milhões
geografia e às modificações climáticas ao longo do de anos, e que eventos geológicos, geográficos
tempo geológico (Anelli 2002). além de processos evolutivos ocorridos no mundo
biológico se registraram de diferentes maneiras
Educação em Paleontologia (Schwanke e Silva 2010).
Apesar do processo inicial de investigação e
Vivemos hoje em um mundo notadamente disseminação do conhecimento paleontológico
influenciado pela ciência. É o saber científico que ocorrer nos centros acadêmicos, com disciplinas
proporciona o surgimento, aprimoramento e avan- obrigatórias em cursos de Biologia e Geografia,
ço de novas tecnologias que tem como finalidade ou em instituições de pesquisa, este ensino é na
essencial a geração de conhecimento, para o bem- maioria das vezes abordado, sem maiores apro-
-estar da sociedade como um todo (Zucon et al. fundamentos e possibilidades de discussões, o que
2010). Para este autor a democratização do ensino acarreta, consequentemente, o distanciamento da
de ciências tornou-se uma prioridade, não apenas realidade dos temas relacionados à Paleontologia,
visando a formação de cientistas, mas para propor- além da natural frustração diante das dificulda-
cionar à sociedade conhecimentos fundamentais des na compreensão por parte dos estudantes
para a sua interação com o mundo. (Schwanke e Silva 2010).
Para Zucon et al. (2010), a Paleontologia, den- A dificuldade está na forma do ensino paleon-
tre as áreas das ciências naturais, é aquela que vem tológico nas escolas, ou seja, o problema encon-
apresentando um desenvolvimento promissor nas tra-se na falta de atualização dos professores em
últimas décadas, ocupando local de destaque na relação ao conteúdo específico, ficando restritos
busca pela compreensão da evolução dos seres vivos apenas aos livros didáticos (Werthein e Cunha
e da história da Terra. O ensino e as abordagens da 2005). Para estes autores, isso implica em um
paleontologia estão inseridos nos conteúdos dire- déficit acumulado de conhecimento, levando os
tamente ou indiretamente em todos os níveis da professores a desenvolverem uma “alfabetização
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científica” que engloba noções elementares de composto em cinco questões livres (quatro aber-
várias áreas científicas, sem que, na maioria das tas e uma fechada). Para elaboração das questões
vezes, tenham sido preparados para isso. foi realizada uma análise criteriosa a respeito de
Baseado nessa relevância, o tema Paleontolo- conteúdos relacionados a Paleontologia. O proce-
gia está inserido no currículo escolar como parte dimento possibilita interrogar um elevado número
integrante do bloco de conteúdo intitulado “A de alunos num espaço de tempo relativamente cur-
natureza cíclica da Natureza”, que por sua vez faz to, conhecer melhor as concepções dos estudantes
parte do tema transversal Meio Ambiente (Brasil possibilitando melhorar as metodologias de ensino
1999). Os temas transversais foram incorporados (Gil 1999).
aos conteúdos existentes na pretensão de desenvol- Participaram da pesquisa 64 alunos do sétimo
ver a capacidade de pensar e de compreender, bem ano do ensino fundamental. No que se refere ao
como interagir adequadamente com o mundo que critério ético, os sujeitos assinaram o Termo de
nos rodeia (Moreno 1997). Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo o
Um dos aspectos levantados quando se procura sigilo das informações e o seu anonimato, confor-
defender a inclusão de temas paleontológicos na me orientações da resolução 196/96 do Conselho
Educação Básica diz respeito ao estabelecimento Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde (Brasil
de uma relação entre os conhecimentos paleon- 2006).
tológicos e a experiência cotidiana do aluno, a fim Para a análise dos relatos, utilizamos a técnica
de que a aprendizagem torne-se mais significativa de análise de conteúdo norteada por Bardin (2004)
(Schwanke e Silva 2010). Contudo, não basta rei- em que os discursos revelam categorias: i) categoria
vindicar maior espaço para os conceitos paleonto- satisfatória, em que as respostas apresentam argu-
lógicos nos livros didáticos e nas salas de aula. É mentos em que se idêntica uma explicação cientifica
preciso ter clareza quanto à concepção de ensino e correta, relacionadas a conceitos atualmente aceitos;
aprendizagem a ser alcançada e buscar estratégias de ii) categoria parcialmente satisfatória, que compre-
aproximação que tornem os conhecimentos cientí- ende as respostas que apresentam alguma forma de
ficos mais significativos para os alunos (Schwanke e conhecimento sobre o tema, mas sem explicação
Silva 2010). A deficiência de conteúdo e o impacto cientifica adequada; e por fim, iii) categoria insa-
que isso ocasiona muitas vezes são amenizados com tisfatória, onde as respostas não apresentam expli-
a condução das crianças e adolescentes aos museus cação científica ao tema caracterizando-se ao senso
e exposições sobre o tema, fazendo com que elas comum, explicação religiosa ou respostas sem nexo.
vivenciem e assimilem a grandiosidade e a impor- Os nomes dos autores dos textos foram supri-
tância desse ramo das ciências naturais (Mello midos. Por este motivo suas respostas serão identifi-
et al. 2005). No entanto, espaços dessa natureza cadas por letras (A= aluno) seguido de um número
(museus, salas temáticas, exposições) ainda cons- a ele atribuído como: A1, A2 e, assim por diante
tituem raridades em muitas cidades brasileiras, o em ordem de apresentação.
que restringe ainda mais o acesso da população a O desenvolvimento da pesquisa de campo foi
essa cultura (Mello et al. 2005). realizado em três cidades inseridas no contexto
Paleontológico, de diferentes regiões do Brasil:
(I) Jequié-BA (19 alunos), onde à presença na
Material e Métodos escola, do ‘Projeto Paleociência: itinerância e apren-
Esta pesquisa é de caráter quali-quantitativo. dizagem’, com a proposta de aproximar crianças e
A pesquisa qualitativa tem como foco principal a jovens do universo científico colocando ao alcance
exploração do conjunto de opiniões e representa- de todos, objetos conceituais em Paleontologia. A
ções sociais sobre o tema que pretende investigar cidade de Jequié, litologicamente, está inserida no
(Minayo 1999). A pesquisa investigativa quali- Bloco Jequié, sendo composto de migmatitos gra-
-quantitativa em educação é focada na percepção da nulíticos (Barbosa e Sabaté 2003). As rochas apre-
experimentação e interpretação dos sujeitos sobre sentam datações radiométricas que variam entre
suas próprias percepções do mundo social em que 2,66 a 3,4 Ga (Delgado et al. 2003). Recobrindo
estão inseridos (Bodgan e Biklen 1994). estas rochas, em pontos isolados e em todo o vale
Como instrumento de coleta de dados foi do rio de Contas, encontramos Coberturas Qua-
utilizado um questionário contendo um conjunto ternárias detrito lateríticas constituídas por areia
de questões pré-elaboradas. O questionário foi com níveis de cascalho e argila e crosta laterítica
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(Vieira et al. 2005). As rochas magmáticas e meta- Resultados e Discussão


mórficas do Bloco de Jequié, em última análise,
não apresentam qualquer vestígio fossilífero, dado Esta seção está organizada em duas partes
sua gênese e idade. A possibilidade de se encontrar interrelacionadas. Na primeira parte apresentamos
fósseis na região do município de Jequié se restringe os saberes paleontológicos dos participantes e na
a microbacias sedimentares, localizadas em tanques segunda parte, o conhecimento destes sobre os
naturais de acumulação de água, com sedimentos de fósseis da região.
idade que podem variar do Mioceno ao Pleistoceno
(Luciano Leal, observação pessoal). Saberes paleontológicos
(II) Jaci Paraná-RO (25 alunos), onde está
Neste tópico foram analisadas as concepções
inserido o “Programa de Investigação, Monitora-
dos alunos sobre a Paleontologia e fósseis. Na
mento e Salvamento Paleontológico”. A cidade de
primeira questão “O que você entende por Pale-
Jaci Paraná encontra-se situada na Formação Rio
ontologia?” as concepções estão sumariadas na
Madeira (Quaternário), rica em fósseis pleistocê-
Tabela 1.
nicos. A grande maioria dos fósseis apresenta uma
No geral, as concepções apresentadas pelos
boa preservação, alguns, fortemente incrustados
alunos aproximaram-se dos elementos presentes
pela matriz de arenito ferruginizado ou “mucuru-
no conceito científico, tais como, restos e vestígios,
ru”. Nessa Formação, os registros fósseis são para
animais ou vegetais pré-históricos, fóssil e passado
a megafauna, entre eles, mamíferos (Megatherium,
geológico.
Stegomastodon, Toxodon, Pampatherium, Tapirus, Inia,
A categoria satisfatória apresentou resultados
Trichechus, Glyptodon e Neochoerus) e répteis (Testu-
dines e Purussaurus, um crocodylomorpha) (Nasci- semelhantes entre os alunos das três regiões,
mento et al. 2005, Fortier et al. 2007). São também compreendendo cerca de 20% na cidade de
encontrados restos vegetais, tais como, impressões Santa Maria, 21% na cidade de Jequié e 24% na
de folhas de angiospermas e caules permineraliza- cidade de Jaci Paraná. Na categoria parcialmente
dos de grande porte, além de material palinológico satisfatória as respostas foram mais restritivas ao
(Rizzoto et al. 2006). conhecimento dos alunos, em relação à ciência
(III) Santa Maria-RS (20 alunos) a escola que estuda apenas um tipo de fóssil. Na cida-
investigada não apresentava projetos relacionados de de Santa Maria esta categoria compreendeu
à paleontologia. A região urbana de Santa Maria as respostas de 50% dos estudantes, em Jequié
está situada nas Formações Santa Maria e Catur- 42,1% e em Jaci Paraná cerca de 32% das res-
rita (ambas do Triássico). Existem jazigos fossilí- postas.
feros do Grupo Rosário do Sul (fósseis animais e Na categoria insatisfatória, os alunos demons-
vegetais), da Formação Sanga do Cabral (pequenos traram possuir pouco conhecimento sobre o termo
fragmentos de vertebrados), do Membro Passo das Paleontologia. Na cidade de Santa Maria 30% dos
Tropas (impressões vegetais da Flora de Dicroidium, alunos não responderam. Na cidade de Jequié,
insetos e escamas de peixes), do Membro Alemoa 31,6% dos alunos não responderam, e 5,3% respon-
(vertebrados terapsídeos e arcossauromorfos, tais deram de forma indiferente. Em Jaci Paraná, 36%
como: Scaphonyx fischeri, Saturnalia tupiniquin e Stau- não souberam responder, responderam de forma
rikosaurus pricei) e da Formação Caturrita (lenhos restritiva, 24% mais ampla e 8% foram indiferentes
permineralizados “madeira pedra”, dinossauro em suas respostas.
prossaurópode) (Da Rosa 2004).
Tabela 1. Categorização das concepções sobre Paleontologia apresentadas por alunos das três regiões investigadas.
Categorias Concepções dos alunos
- “É o estudo dos fósseis” (A1)
Satisfatória
- “É o estudo sobre fósseis, ossos e vestígios” (A2)
- “É o estudo dos dinossauros” (A3)
Parcialmente
satisfatória - “É o estudo de animais pré históricos” (A4)
Insatisfatória - “...é uma coisa boa que a gente aprende mais” (A5)

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Uma experiência de inserção da Paleontologia no ensino fundamental em diferentes regiões do Brasil

O que você entende por fósseis? conhecimento prévio parcialmente satisfatório


para caracterizar a Paleontologia e seus objetos de
Na segunda questão solicitamos a definição da estudos (jazida fossilífera e fóssil).
palavra fóssil, e para a análise das respostas foram Entretanto, todas as definições apresentam con-
utilizamos as mesmas categorias da questão ante- ceitos populares e de senso comum, muitas vezes
rior. Para as respostas classificadas como satisfató- adquiridos por influência da mídia e conversas no
rias, nos baseamos como critério, o conceito mais cotidiano. Esta situação sugere que os mesmos não
próximo do estabelecido cientificamente, sendo possuem familiaridade com o termo científico, sen-
“restos de animais e vegetais ou evidências de suas do comprovadas pelo alto percentual de respostas
atividades que ficaram preservados nas rochas e parciais, e muitas vezes voltadas aos “dinossauros”,
outros materiais como o gelo, âmbar e o asfalto” que é o contato mais “popular” e próximo para esses
(CASSAB, 2010). Para as respostas parcialmente alunos, devido aos filmes, novelas, programas tele-
satisfatórias, os alunos basearam-se em definir visivos, brinquedos, livros didáticos e paradidáticos.
fósseis a um tipo especifico de vestígio, sem levar
em consideração a diversidade fossilífera. E, na
categoria insatisfatória, associaram a outros tipos
Conhecimento de fósseis na região
de vestígios ou falta de conhecimento sobre essa Na segunda parte apresentamos a análise das
questão (Tab. 2). questões referentes a influencia da região fossi-
Em Santa Maria, 15% não souberam respon- lífera, onde esses alunos estão inseridos, sobre o
der e os demais (85%) responderam de forma conhecimento prévio apresentado pelos mesmos.
parcialmente satisfatória, associando os fósseis na
maioria das vezes aos dinossauros. Em Jequié, 5,2% Tem conhecimento de algum fóssil da sua região?
responderam de forma satisfatória, 15,8% de forma Cite-os.
insatisfatória e 79% de forma parcialmente satisfa-
tória. Na cidade de Jaci Paraná, 20% não souberam A terceira e a quarta questão do questionário
responder, 4% de forma satisfatória e 76% de forma foram destinadas para elucidar o conhecimento dos
parcialmente satisfatória. alunos sobre algum fóssil encontrado na sua região.
Podemos inferir que, mesmo com o desenvol- Em Santa Maria-RS, 55% dos alunos responderam
vimento de projetos com a temática Paleontologia, que possuíam conhecimento sobre a presença de
as concepções dos alunos nas cidades de Jequié e fósseis para a região. Na cidade de Jequié-BA, 26%
Jaci Paraná não apresentaram diferença das apresen- dos alunos responderam possuir ter conhecimento
tadas pelos alunos não contemplados com projetos e 32% responderam não ter nenhum conhecimento
e tampouco foram suficientes para explicar o ques- sobre fósseis na região. Em Jaci Paraná–RO, 44% dos
tionamento realizado. Isto deve-se a falta de enten- alunos responderam possuir algum tipo de conheci-
dimento ou abstração do significado de conceito mento sobre fósseis encontrados na sua região.
científico aprendido durante o cotidiano escolar. Em continuidade à questão anterior, solicita-
Diante das concepções mapeadas através das mos aos alunos que citassem os fósseis que eles
questões iniciais, foi possível identificar, que os têm conhecimento de terem sido encontrados na
estudantes das três regiões, de forma geral, tem sua região (Tab. 3).
Tabela 2. Categorização das respostas dadas pelos alunos referente aos fósseis.

Categorias Concepções dos alunos


- “Restos de animais e plantas” (A6)
Satisfatória - “Fósseis eu entendo que e as fezes e uns objetos com desenhos na pedra resto de ossos”
(A7)
- “São ossos de dinossauros” (A8)
Parcialmente
satisfatória - “São os animais pré histórico” (A9)
- “Objetos com desenhos na pedra” (A10)
Insatisfatória
- “Interessante para as pessoas que trabalham” (A11)

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Tabela 3. Categorização das representações sobre fósseis pelos alunos


Regiões
Jaci Paraná Jequié Santa Maria
Categorias
- “Fósseis de peixe petrificado”
- “Troncos de árvores - “Troncos de árvores
(A14)
petrificadas” (A12) petrificados e folhas na
- “Conchas petrificadas, peixes
Satisfatória - “Tatu gigante, preguiça pedra” (A17)
petrificados, impressão de folhas
gigante, impressão de folhas e - “Fósseis de dinossauros”
de plantas na pedra” (A15)
plantas nas pedras” (A13) (A18)
- “Peixes insetos gravados na
pedra” (A16)
- “Bem eu já ouvir falar em
ossos de dinossauros” (A19) - “Caramujos peixes folhas etc.
Parcialmente Insetos conchas petrificados”
satisfatória - “Eu vi um fóssil de uma vaca (A21)
que já tinha morrido há muito
tempo” (A20)
- “Na usina jirau” (A22)
- “Insetos peixes e tatu” (A24) - “Santiago” (A25)
Insatisfatória - “Já acharão um osso de
tartaruga marinha no paio”
(A23)

Paraná e Jequié estão presentes nas concepções


Você identifica quais fósseis estão presentes na sua apresentadas pelos alunos. Em Santa Maria, ape-
região? sar da riqueza fossilífera, poucas são as atividades
realizadas nesse aspecto com alunos do ensino
Na quinta questão foi apresentada aos alunos fundamental, propiciando a carência de conheci-
uma lista de múltiplas escolhas com exemplos de mento nesta área.
fósseis de diferentes épocas e regiões, sendo soli- Piaget (1967) diz que o desenvolvimento dos
citado que escolhessem as alternativas com fósseis saberes está bastante relacionado à interação do
presentes na sua região e conhecidos por eles, indi- indivíduo com o meio físico e com o contexto
ferente da fonte de informação (Tab. 4). sócio-cultural nos quais se encontra inserido.
Com os resultados aqui obtidos evidenciamos Assim, constatamos que, com a implantação do
que as pesquisas e trabalhos de extensão realizados projeto “Centro de Informação Itinerante/Sub-
no âmbito da Paleontologia nas cidades de Jaci projeto Paleontologia” nas escolas do município de
Tabela 4. Frequência (%) das respostas dos alunos sobre a presença de fósseis nas regiões de Jaci Paraná-RO (JP),
Jequié-BA (JQ) e Santa Maria-RS (SM)
Fósseis citados JP (%) JQ (%) SM (%)
Troncos de árvores petrificados 32 21 25
Ossos de dinossauros 16 10,5 70
Ossos de mamíferos gigantes 12 5,2 5
Impressão de folhas de plantas 20 52,6 20
Pegadas de dinossauros 0 10,5 15
Peixes petrificados 16 47,3 20
Pterossauros 0 5,2 15
Preguiça gigante 16 0 20
Tatu gigante 20 15,8 20
Elefante pré-histórico 8 0 15
Insetos gravados na pedra 20 47,3 25
Conchas petrificadas 12 15,8 20

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Uma experiência de inserção da Paleontologia no ensino fundamental em diferentes regiões do Brasil

Jaci Paraná devido à construção da Usina Hidre- tentativa de captar e explorar a realidade sempre
létrica de Jirau, os alunos tiveram oportunidade em construção e o momento histórico-cultural
de visualizar e entender o surgimento e os tipos vigente. Os dados devem servir de referência para
de fósseis encontrados na região. Com isso, apre- o desenvolvimento de trabalhos relacionados com
sentaram concepções mais próximas aos conceitos a Paleontologia, tornando o assunto mais próximo
científicos relacionados aos conteúdos presentes a realidade e desmitificando pré-concepções origi-
na Paleontologia. nadas pela mídia e pelo senso comum. Isto reafirma
Em Jequié e Santa Maria, alguns alunos des- a necessidade da implantação de projetos em parce-
creveram corretamente alguns tipos de fósseis, tais rias realizadas por universidades com instituições
como: árvores petrificadas, peixes, tartaruga, etc. de ensino da educação básica nas diferentes cidades.
Embora, algumas respostas apresentadas especi-
ficamente para os alunos de Santa Maria, não foi
possível definir nenhum significado, pois tanto na
Referências
literatura quanto nos conhecimentos de profissio- Anelli L.E. 2002. O passado em suas mãos: guia para co-
nais, nenhum fóssil encontrado foi nomeado por leção de réplicas. São Paulo: EDUSP.
“Santiago”, desconhecendo o motivo dessas respos- Barbieri M.R. 2002. Laboratório de Ensino de Ciências.
20 anos de história. Ribeirão Preto: Holos.
tas. Isto pode ser resultado de uma sobreposição de
Barbosa J.S.F., Sabaté P. 2003. Colagem Paleoprotero-
informações da mídia, acarretando na formação de
zóica de placas arqueanas do Cráton do São Fran-
concepções errôneas pelos alunos e mantidas por cisco na Bahia. Rev. Bras. Geoc., 33:3-6.
falta de acesso ao conhecimento apropriado. Bardin L. 2004. Análise de conteúdo. Lisboa: Edição 70.
De acordo com as concepções apresentadas, Bastos F. 1998. O ensino de conteúdos de História
o resultado não apresentou diferença significativa e Filosofia da Ciência. Ciência & Educação, 5(1):
entre os alunos das diferentes regiões, corroboran- 55-72.
do com o estudo de Bizzo et al. (2008) afirmando Bizzo N. 2002. Ciências fácil ou difícil? 2.ed. São Pau-
que o contato direto com fósseis por si só não pode lo: Ática.
assegurar a percepção do tempo geológico e dos Bizzo N., Almeida A.V., Falcão J.T.R. 2008. A com-
preensão de estudantes dos modelos de evolução
enormes lapsos de tempo requeridos na fossilização
biológica: duas aproximações. In: Mortimer E.F.
e processos correlatos org. 2008. Atas do VI Encontro Nacional de Pesquisa
em Educação em Ciências, Florianópolis: Abrapec.
Considerações finais Bodgan R., Biklein S. 1994. Investigação qualitativa em
educação. Portugal: Porto.
De maneira geral foi possível visualizar as con- Brasil. Ministério da Educação. 1997. Parâmetros Cur-
cepções dos alunos a respeito da temática Paleonto- riculares Nacionais: ensino médio: ciências da natureza,
logia, sendo possível inferir que o meio influencia matemática e suas tecnologias. Brasília: Secretária da
na aquisição dos saberes que vão ser formados ao educação Média e Tecnológica.
longo da vida, inclusive para o conteúdo da ciência Brasil. Ministério da Educação. 1999. Parâmetros Curri-
paleontologia. culares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Secretária
da educação Média e Tecnológica.
Os resultados obtidos mostram que as regiões
Braz da Silva A.M.T., Mettrau M.B., Barreto M.S.L.
que desenvolvem atividades de ensino sobre Pale- 2007. O lúdico no processo de ensino-apren-
ontologia, promovem uma vivência mais próxima dizagem das ciências. Rev. Bras. Est. Pedag.,
e a concepção sobre a temática está mais presente 88(220):445-458.
nos alunos. Evidenciamos, também, as dificuldades Carvalho I.S. 2010. Paleontologia - 1. 2.ed. Rio de Ja-
que os estudantes possuem em conceituar de forma neiro: Interciência.
cientifica a Paleontologia, embora, consigam apre- Cassab R.C.T. 2010. Objetivos e Princípios. In: Car-
sentar concepções pouco satisfatórias e baseadas no valho I.S. ed. 2010. Paleontologia. Rio de Janeiro:
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são importantes, pois mobilizam os alunos, pro-
Delgado I.M., Souza J.D., Silva L.C., Silveira Filho
movendo maior interesse por parte deles, sendo
N.C., Santos R.A., Pedreira A.J., Guimarães J.T.,
considerada uma excelente estratégia de ensino. Angelim L.A.A., Vasconcelos A.M., Gomes I.P.,
Cabe salientar que pesquisas qualitativas em Pale- Lacerda Filho J.V, Valente C.R., Perrotta M.M.,
ontologia precisam ser feitas continuamente, na Heineck C.A. 2003. Geotectônica do Escudo
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RESUMO : Na busca por alternativas para o ensino sobre Paleontologia é de grande interesse o entendimento das concepções dos
alunos. Este trabalho resulta de uma pesquisa qualiquantitativa com o objetivo de mapear as concepções sobre Paleontologia dos
alunos do ensino fundamental de escolas públicas brasileiras. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário, sendo aplicado a
um total de 64 alunos (Jaci Paraná, 25; Jequié, 19; Santa Maria, 20). Os resultados obtidos mostram que a presença de evidências
ou registros paleontológicos na região onde os alunos estão inseridos não influencia nas concepções apresentadas pelos mesmos.
Evidenciou-se também, as dificuldades que os estudantes possuem em conceituar de forma cientifica a Paleontologia, embora
consigam apresentar concepções equivocadas baseadas na mídia e no senso comum.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de ciências, senso comum, alternativas metodológicas.


TERRÆ DIDATICA 11-1,2015 ISSN 1980-4407 41

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