O trabalho como uma referência para o sujeito, boa ou ruim.
Formador da identidade do sujeito, tanto sobre si, como sobre o que deseja exteriorizar para os outros. Ex.: “Úrsula, estudante de Psicologia de 22 anos”. O psicólogo de POT deve ser propositivo em sua atuação, entendendo sim a realidade em que está inserido, mas, em contraponto, lançando-se a fim de realizar as mudanças que enxergar serem possíveis naquele local. O psi neste sentido deve agir na prevenção e na resolução do sofrimento proveniente do trabalho. “Da para ser feliz no trabalho?” o nosso trabalho deveria ser fonte de prazer e realização, entretanto, hoje em dia não é assim, gerando em seu âmago sofrimento patológico próprio, além do esgotamento. A organização é um organismo vivo! Cada uma funciona à sua maneira e é necessário sempre conhecê-la e não atuar sob uma ideia genérica “de todas as organizações”. Cada qual tem suas próprias questões organizacionais. Pensar diagnóstico organizacional, socialização organizacional e na construção de líderes. Subdivisão em três fases, atreladas aos momentos históricos da Psicologia Organizacional e do Trabalho: 1. Psicologia Industrial: entre 1920 e 1940, consolidação da revolução industrial, tempo de produção em grande escala, taylorismo, eficiência industrial e lei da fadiga. Visa essencialmente seleção, aqui o mundo do trabalho diferencia-se do mundo dos afetos, estes são incompatíveis. Não se envolvia com as estruturas industriais. 2. Psicologia Organizacional: entre 1940 e 1970, propõe mudanças nas organizações, pensando suas formas de estrutura, amplia ainda mais a ideia da produtividade. A capacitação surge como meio para esse fim, é mau vista, como “setor responsável” pelas funções ruins “da chefia”, motivar os funcionários à produzir mais, resolver seus salários e cargos. Há uma supervalorização da Psicologia Comportamental nisso, E´s regem essa época: Eficiência e Eficácia, junto a instabilidade do mercado. 3. Psicologia Organizacional e do Trabalho: entre 1940 até os dias de hoje. A teoria ganha campo na explicação, descrição e crítica à como o trabalho se apresenta na vida contemporânea e seus efeitos no sujeito junto à demais faculdades que passam a se interessar pelo assunto, como é o caso da sociologia do trabalho. A compreensão se aproxima mais do trabalhador.
ESTUDO DIRIGIDO 1 – TEXTO BASE: REVISTA DIÁLOGOS
1. Quais são os três domínios da Psicologia Organizacional e do Trabalho?
R: Psicologia Industrial, Psicologia Organizacional e Psicologia Organizacional e do Trabalho. 2. Qual o papel do psicólogo organizacional e do trabalho? R: Entender o papel do trabalho em diferentes contextos reais, inclusive na vida das pessoas e suas consequências posteriores a ele cotidianamente, que se alastram inclusive para vida privada do sujeito, desmotivando-o de voltar no dia seguinte para o trabalho. Tornando-se por vezes o ponto central dessas vidas, o que era pra ser um meio de realização, passa a ser fonte de forte sofrimento psíquico, atrapalhando na construção da identidade pelo adoecimento causado e o caminho por esse adoecimento traçado. Aqui, o profissional tem como função além da resolução de danos, atuar também na prevenção dos mesmos. 3. Quais são os desafios da psicologia organizacional e do trabalho? R: A atuação efetiva nas empresas: “como eu vou atuar?” acaba por ser tornar A grande questão. A dificuldade em alguns de enxergar a empresa como um todo e não se limitar em ser apenas técnica e seleção. O compromisso com a potência dos sujeitos, o entendimento do outro, do seu lugar, do lugar do trabalho para ele, da sua função ali enquanto profissional de saúde, da função do outro dentro desse enorme organismo vivo que é a empresa/organização, além da ausência de uma atenção a essa área ainda na graduação.
AULA 09/04 & 16/04 (anotações do slide usado)
O profissional de POT tem ainda quatro frentes diferentes de atuação
possíveis dentro da organização: 1. Trabalho: Ergonomia que responsável por analisar o trabalho e sua carga física e mental para o sujeito, tal como também, seus possíveis desdobramentos patológicos (sofrimento), pensa também a interação homem-computador e a qualidade de vida no trabalho. Segurança no trabalho e segurança no trabalho que cuida de questões de condições e higiene do trabalho, assistência psicossocial, realização de diagnóstico de saúde e adoecimento no trabalho, identifica os fatores do trabalho/da organização/da gestão que ocasionam o sofrimento; manejo e diagnóstico de síndromes de esgotamento como o bourn-out. É a área “clínica” do trabalho. Orientação profissional e de carreira, ou seja, a analisa dos interesses e aspirações vocacionais dos sujeitos, a fim de dar uma devolutiva sobre áreas, orienta e aconselha assim, nas escolhas não só profissionais como também no desenvolvimento individual. Relações de trabalho e emprego, desemprego, empregabilidade, buscando entender os impactos psicossociais do desemprego e a construção de estratégias de recolocação no mercado de trabalho (ex.: programas de integração e socialização). 2. Organizacional: Pensa o Comportamento Organizacional, diagnosticando o clima organizacional, a cultura organizacional, a produtividade, o desempenho individual, de grupos e da organização como um todo; a dinâmica de interação nas equipes de trabalho e pesquisas sobre satisfação com o trabalho, comprometimento e envolvimento na organização. Mudança, inovação e transformação organizacional que é a análise dos cenários, planejamento estratégico, apresenta propostas de mudança nos modelos de gestão. Consultoria organizacional é a assessoria e consultoria à organizações de diferentes tipos – desde empresas à serviços públicos, ONGs e sindicatos – para diagnóstico, intervenção e possíveis mudanças organizacionais visando aumento da lucratividade e produtividade. 3. Gestão de pessoas: Trabalha mais “no cerne” da organização por meio da administração de pessoal, movimentos de desligamento, remuneração e um “RH de uma forma geral”. Análise do trabalho, revê os postos de trabalho, as rotinas, define as competências necessárias para cada cargo até os layouts dos postos de trabalho. Recrutamento e seleção: É um setor de extrema importância, deve pensar qual é a necessidade daquele cargo, identificar os melhores candidatos para os postos, planejamento de processo seletivo (de forma humanizada!), definição de instrumentos para essa avaliação, realização da avaliação psicológica com o objetivo de seleção. Treinamento, desenvolvimento e educação supervisionam os estagiários de psicologia, trabalha no desenvolvimento de carreiras e planos de sucessão, desenvolvimento gerencial e programas de qualidade na garantia de certo padrão da empresa em todos os setores.
ESTUDO DIRIGIDO 2 – TEXTO BASE: DIAGNÓSTICO
ORGANIZACIONAL
1. O que é diagnóstico organizacional e sua importância para as intervenções
em POT? R: O diagnóstico organizacional aparece para nós como a primeira etapa de um processo de consultoria e assistência técnica muito maior, procurado pelas empresas a fim de garantir as condições necessárias para o pleno desenvolvimento e aprimoramento da organização. De forma que atinja níveis satisfatórios de eficiência e eficácia (2 F´s como na face Organizacional da POT, já citada nesse portfólio). Tem como intenção representar da forma mais fiel possível a situação da organização em tempo real, trazendo metas e objetivos que definem para onde a organização está caminhando e para onde deseja ir. Facilitando assim futuras intervenções e garantindo ainda, sua eficácia, tendo em vista que já se terá um retrato da situação da organização. É ainda, de forma mais ampla, um estudo prévio às intervenções. Aproximando-se do diagnóstico convencional que conhecemos (psicológico clínico), o profissional da POT também trabalha através da identificação dos “sintomas” daquela organização, embora que, diferentemente do que acontece com o sujeito-uno, a comprovação permanece no espetro, um tipo de “palpite” que se confirma através da experiência desse especialista. O diagnóstico ainda busca levantar, nesse emaranhado todo de informações, as carências de cada setor como do todo, o que está faltando? O treinamento que tem sido dado é efetivo? Realiza-se a escuta, coleta e cruzamento de dados, pesquisas internas, etc. Já as intervenções, caso necessário e aceitas pela empresa funcionarão como “remédios” aos “sintomas” após terem (as organizações) apreendido sobre sua organicidade e situação atual. Em tempo, é importante ainda pontuar a flexibilidade que esse procedimento (DOP) exige, pensando serem as organizações corpos vivos, o mesmo deve ser dinâmico e flexível. Adaptando-se à realidade de cada corpo (org.) e não receitas fixas e generalistas, já que nenhuma organização é a mesma que outra. 2. Como construir um processo ético e humanizado de recrutamento e seleção? R: A partir do entendimento de sua função ali, o psicólogo deve buscar escutar o que a organização quer para cada função e racionalizar se aquilo é o viável e mais, se aquelas características (físicas, por exemplo) são realmente fundamentais para o exercício da função. De forma à questionar padrões estéticos, assegurar que as características escolhidas para busca do sujeito ideal sejam as mais adequadas (liderança, boa comunicação, empatia ou magreza, jovem de 18 até 20 anos?). Assegurando desta forma a livre chance de competição entre as pessoas, evitando discriminação racial, de gênero, de deficientes físicos ou de idade. O profissional deve mediar assim a vontade da organização com as reais necessidades da mesma, muitas vezes inclusive indo contra ao solicitado e tendo que explicar o porquê da opção daqueles critérios avaliativos.