Vous êtes sur la page 1sur 8

*u̯éru/u̯ṛrú SCHMITT

*u̯ésu
*k’léu̯os * ṇdghu̯hitom *dheə1 [ἀιεί]
*még’ə2 [*bhr-eə1]
[ἀγήρατον]
[ἀθάνατος]
[βαθύ]

[ORIGEM DA FAMA] .................................................................................................................. [FAMA DO POETA]

*k’leu̯ *ə3énə3mṇ

...................................................................................................................................................................................................................................................

*k’léu̯os *ə2nérо̄m
1. Alguns pontos de apoio fundamentais
§133. Com grande confiança, a partir desse uso idêntico, nós podemos retornar a uma
fórmula comum indo-europeia *k’léu̯os *még’ə2, “grande fama”. Nesse assunto, nós
fomos um pouco além do que pensava Ernst WINDISCH há meio século, quando escreveu
que “estabelecer formas de base apenas é possível para palavras isoladas”. (...) Mas, a
expressão da fama, em época indo-europeia – como nós já vimos brevemente – aparece
incorporada em um sistema muito regular: duração, difusão no tempo e no espaço, assim
como quantidade, são critérios para a escolha dos epítetos que podem se associar à palavra
*k’léu̯os (fama). (p. 79-80)

§176 e 179. Olhemos para trás! Quando nós observamos as coincidências que nós
inventariamos, nós determinamos que a “fama dos homens”, o , *k’léu̯os *ə2nérо̄m, está
tão enraizado no material lexical indo-europeu quanto a fama “inesgotável”,
“imorredoura”, “que não envelhece”, “larga”, “incomensurável”, “grande”, “boa”. Uma
felicidade nos legou esses sintagmas comuns indo-europeus em rica abundância, em uma
cadeia que se estende até a época histórica. Sobre o pertencimento da palavra indo-
europeia *k’léu̯os a uma fraseologia poética não é possível nenhuma dúvida razoável.
Resta a responder apenas a questão: de que tipo era essa poesia? (...) Os indo-europeus
*k’léu̯os *ṇdghu̯hitom, *k’léu̯os *u̯éru/u̯ṛrú, *k’léu̯os *u̯ésu, *k’léu̯os *ə2nérо̄m, são
todos, para nós, testemunhos de uma poesia heroica estruturada na época indo-europeia...
(p. 101-102)

2. O sistema em torno de *k’léu̯os *ṇdghu̯hitom (§§100-154)


2.1. *k’léu̯os *ṇdghu̯hitom (§§100-110)
2.1.1. κλέος ἄφθιτον (§§103-105): um único exemplo homérico, vários
dependentes de Homero (§103), alguns aparentemente não dependentes (§104),
mas cf. a avaliação aparentemente contraditória em §109.
Cf., no sentido da independência, Watkins, p. 175 (inscrição s. VII) e p. 176 (Safo 44).

Possível conexão micênica. Cf. West, p. 408, remetendo a Risch (1987): nome feminino
A-qi-tiuta: Akwthitā, que deve derivar de *Akwthitokleweyya. Cf. Watkins, p. 173-175.

2.1.2. śravo... ákṣitam e ákṣiti śrávaḥ (§§106-108): a primeira forma é atestada


uma só vez, e a segunda três vezes, mas a primeira, que é a correspondente ao
κλέος ἄφθιτον grego, seria mais antiga (-ta- vs. –ti-).
Há mais discussão da antecedência da formação em -ta- em §118

2.1.3. fórmula poética (§§107-110): é uma fórmula poética que se refere aos heróis
e testemunho indireto da existência da poesia indo-europeia.
Além da fama do herói celebrado na poesia, também alude à fama do poeta que celebra o
herói (§110)
Cf. West, p. 397, para o substantivo em diversas línguas indo-europeias.

2.2. variações indo-europeias


*um dos elementos interessantes desses epítetos são as formações de nomes compostos
(próprios ou comuns), e esses próprios nomes compostos podem remontar ao PIE (cf.
§146). Cf. West, p. 399-401, com diversos exemplos.
[epítetos]
2.2.1. śravo amṛtam ajuryám e κλέος | ἀθάνατος καὶ ἀγήρως (§111) – é um dos
outros epítetos relativos à duração da fama.
Cf. § 112, interessante do ponto de vista metodológico – a ideia é indo-europeia, e essa
ideia comum já tinha também se cristalizado em uma fórmula regular

Obs.: esse duplo epíteto aparece em grego, mas não ligado a κλέος

2.2.2. extensão espacial da fama (§§115-124)


2.2.2.1. *k’léu̯os *u̯éru/u̯ṛrú (§§115-121): κλέος ἐυρύ, śravo urugāyám,
paralelo iraniano em §119, celta em §121; cf. variação śrávas- / śáṃsa-
(§120), e o composto uruśáṃsa.
Cf. West, p. 407, citando trabalhos de Rowland para domínio galês.

2.2.2.2. κλέος βαθύ e gambhīráśáṃsa (§122-124)


2.2.3. tamanho da fama (§§125-133)

2.2.3.1. *k’léu̯os *még’ə2: κλέος μέγα (§§125-130), mas também μέγα


κῦδος (§131), *máhi śrávaḥ (§132)
Consideração metodológica interessante sobre relação entre κλέος, κῦδος e εὖχος, que
seriam intercambiáveis por razões métricas (§131). Cf. West p. 407.

2.2.4. fonte do *k’léu̯os (§134): Διοκλής e Deváśravas-


2.2.5. qualidade da fama (§§ 135-148)

2.2.5.1. *k’léu̯os *u̯ésu (§§135-146): εὐκλεὴς (§§135-138), Vescleves-


(§139), Su-śrávas (§§139-143), iraniano (§§144-145), irlandês antigo
(§146)
Relacionado com κλέος ἐσθλόν (§138).

§146 (...) Nós podemos afirmar, assim, com confiança, que já os “indo-europeus”, antes
de sua divisão em ramos separados, e antes de deixar sua “pátria original”, já haviam
conduzido a representação da “boa fama” a uma fórmula linguística fixa. Nesse caso, nós
estamos até mesmo na feliz condição de poder determinar uma combinação atributiva
fixa de substantivo e adjetivo (*k’léu̯os *u̯ésu) ao lado da correspondente forma composta
(*su-k’léu̯es). (p. 86)

2.2.5.2. *dus-k’léu̯es (§§ 147-148): δυσκλεὴς (§147) e duš.srauuah (§148)


West adiciona o irlandês antigo a esses exemplos (p. 406).
[verbos]
2.2.6. verbo *dheə1 (§§113-114): grego (κατα)θέσται e védico dhā (médio)
Cf., mais adiante, também §127. Cf. ainda West, p. 397-398, e para o mesmo verbo para
dar um nome, com dativo, cf. West, p. 398-399.

2.2.7. verbo [*bhr-eə1] (§§149-154): φέρω (§149), Berislav (§150), śrávaḥ bhar
(§§150-154)
Segundo Schmitt (§150), uma composição antiga aqui, entre o verbo e o substantivo, seria
provável, mas não certa.

[advérbio]
2.2.8. (nota 396) ἀιεί, como final de hexâmetro comum após ἄφθιτον, em Homero.
Uma inscrição tumular ródia: μέγα κλέος ἄφθιτον ἀιεί. Paralelo védico.
P.S.: Schmitt não desenvolve o ponto. Cf. Watkins, esp. p. 178.

3. *k’leu̯ *ə3énə3mṇ (§§155-160)


Trata-se da ideia de que, por meio do κλέος ἄφθιτον, o que sobretudo se torna
imorredouro é o nome de um homem (do herói). Haveria uma associação indo-europeia
entre a boa fama e o bom nome. Em grego (ὂνομα κλυτόν e ὀνομάκλυτός, §§155-157),
tocário (A ñom-klyu = B ñem-kälywe, §§156-158), védico (śrútyaṃ nā́ ma e nā́ ma śrútya
§159).

4. O sistema em torno de *k’léu̯os *ə2nérо̄m (§§161-179)


4.1. κλέα ἀνδρῶν (§§161-164): é expressão que relaciona a fama com os feitos
heroicos que estão em sua base. A expressão κλέα ἀνδρῶν remete, nos poemas
homéricos, às antigas canções heroicas (§162). Está também em Hesíodo (§162),
nos hinos homéricos, nas Argonáuticas, em textos latinos (laudes heroum) (§163),
e em compostos (§164).

4.2. śravo nṛṇā́ ṃ e narā́ ṃ śáṃsa (§§165-169): tem variantes, mas um elemento
importante é o uso do singular na tradição védica, em contraposição ao plural na
tradição grega (§165). Essa oscilação aponta para tratamentos particulares nas
línguas indo-europeias, mas também atesta a existência da fórmula PIE (§166).
Sobre o plural e o singular no védico, cf. West, p. 398.

Algumas correspondências menos precisas (§§167-169).

Parcial diferença entre śáṃsa- e śrávas- (cf., supra, §120).

4.3. nairii о̄.saŋha- (§§171-172)


4.4. compostos, etc., mostram que é um sistema indo-europeu (§§173-176)
WATKINS

PRO+ BE/HAVE FAME IMPERISHABLE (FOREVER)


GET UNQUENCHABLE
WIN GOOD
GRANT GREAT

PROdat *h1es- *k̂leu̯os *ṇdgu̯hitom *h2ai̯ u-

PROnom *seĝh- *k̂leu̯os *ṇdgu̯hitom *h2ai̯ u- [sujeito humano]

*dheh1

PROdat *dheh1 *k̂leu̯os *ṇdgu̯hitom *h2ai̯ u- [sujeito divino]


Ideia interessante
O que é uma fórmula?
A despeito do intenso estudo das tradições gregas por classicistas e por teóricos, nós
carecemos de um relato fundamentado do que pode constituir uma fórmula, e há, na
prática, ampla discordância sobre se determinado nexo textual – incluindo o famoso κλέος
ἄφθιτον – é ou não é formular. (...) A “ideia essencial” (na expressão de Parry), para ser
completa, requer maior especificação: a presença de uma referência pronominal e de
predicação. (...) O fato importante é que κλέος + adjetivo é parte de uma frase verbal mais
longa... (...) Mas κλέος ἄφθιτον é uma fórmula, bem como constituinte de uma unidade
formular mais ampla, incluindo a frase verbal com o verbo SER e um pronome (dativo
de “interesse” e dativo de posse são, no final das contas, a mesma coisa), e uma expressão
de SEMPRE... (p. 173-176)
WEST

FAMA E NOME
(p. 398-401)

FAMA FAMA FAMA


ganha-se no combate concentra a expectativa central de imortalidade mais importante que a vida
(p. 401-402) (p. 397-398) (p. 402-403)

FAMA
é sustentada pela poesia
(p. 397 e 403-404)
1. Ideias de fórmula e de sistema formular em West
Por exemplo, seções “Fame won in combat”, “Fame valued above life” e “Fame
conferred and sustained by poetry” não remetem a nenhum frasema (pp. 401-404).
Ênfase na ideia de lexical renewal (p. 407).
Os indícios talvez sejam muito esparsos para permitir a conclusão de que esse era um
tropo indo-europeu, especialmente já que paralelos podem ser encontrados no Oriente
Médio. Mas nós vimos o suficiente para determinar, para além de qualquer dúvida
razoável, que a ideia de fama póstuma para um tema extremamente difundido da poesia
indo-europeia. Seus predicados – boa (ou má), grande, larga, alta, imorredoura – podem
ser considerados como um sistema formular (formulaic system), não no sentido de Parry
de serem metricamente complementares, mas no sentido de serem semanticamente
complementares. O herói cujos feitos alcançaram aplauso e renome durante sua vida
poderia esperar que, depois da morte de seu corpo, seu nome permaneceria: não talvez
explicitamente “até o fim do mundo”, mas indefinidamente. (p. 410)

2. Alguns frasemas (e semantemas) relevantes


p. 405-406: uso, na poesia, não só de patronímicos, mas denominativos do tipo “matador
de X” (mas cf. Schmitt, capítulo III, §§219 ss.)
p. 407-408: outro epíteto: fama alta ou que se estende até o céu (é problema que Schmitt
tinha tratado em nota, p. 73, n. 442, que se guarda de afirmar que haveria relação genética)
p. 408: relação do ἄφθιτον com imagens da primavera nos domínios grego e védico
p. 409-410: diferentes expressões e imagens para significar que a fama durará até o fim
dos tempos (cf. Watkins FOREVER)

Vous aimerez peut-être aussi