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Universidade Fernando Pessoa

Pós-graduação em Ciências da
Informação e da Documentação

Tecnologias de Informação Documental

EMÍLIA VIEIRA DE CARVALHO GONÇALVES

CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

Porto, Junho de 2006

Universidade Fernando Pessoa


Praça 9 de Abril, 349
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Fax. +351-22550.82.69
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Resumo

Este trabalho aborda o tema da classificação documental no mundo actual e


debruça-se especialmente sobre três sistemas de classificação: Classificação
Decimal de Dewey, Classificação Decimal Universal e Classificação da
Biblioteca do Congresso.

Neste trabalho serão descritas estas três grandes classificações de modo a


podermos tirar algumas conclusões relativamente ao seu enquadramento
actual no mundo.

Com este trabalho pretende-se compreender qual a necessidade de classificar


os documentos das bibliotecas.
Índice

Introdução

Descrição do problema

1- Classificação Decimal de Dewey (CDD) …………………………………… 2

2- Classificação Decimal Universal (CDU) ……………………………………. 3

3- Classificação da Biblioteca do Congresso (LCC) ………………………..... 3

Aspectos importantes …………………………………………………………… 10

Conclusão ………………………………………………………………………… 11

Bibliografia …………………………………………………………………………12

i
Introdução

Desde sempre se verificou nas bibliotecas a necessidade de arrumar os


documentos de modo a permitir a fácil localização de obras sobre um
determinado assunto. Foram propostos ao longo dos tempos vários critérios de
classificação (atribuição de um código conforme o assunto), mas nenhum deles
se mostrou verdadeiramente funcional.

Durante vários séculos, a indexação foi aplicada unicamente aos livros,


permitia identificar um ou outro aspecto dos documentos. Com o
desenvolvimento da sociedade surgiram novos tipos de documentos, tais como
o filme sob as suas mais variadas formas, as cassetes áudio e vídeo, os discos
utilizados como memórias nos computadores. Todos estes documentos contêm
informação, que é conveniente etiquetar claramente de modo a permitir o
acesso fácil àqueles que desejem consultá-los. Para ordenar de modo
sistemático o conjunto das colecções duma biblioteca é necessário
compreender, na teoria e na prática, como estão estruturadas os
conhecimentos humanos e como se deve agrupar os documentos de modo a
evidenciar as relações existentes entre os sujeitos, o que permite ao leitor
compreender melhor a classificação a utilizar melhor a colecção.

A classificação é uma das formas de representação da informação que deve


ser suficientemente rica sob o aspecto cognitivo e sintética para economizar a
energia do utilizador de modo significativo. No aspecto cognitivo deve permitir
ao utilizador decidir sobre a obtenção e a leitura do documento completo. O
equilíbrio entre estes dois extremos é o segredo de uma boa representação de
documentos e da informação por meio da classificação. Encontrar o ponto de
equilíbrio é o desafio dos processos de classificação.

No entanto, o processo tradicional de classificação torna-se cada vez mais


difícil face à grande disponibilização de documentos electrónicos. O custo
envolvido nesse processo uma vez que envolve a necessidade de profissionais
com competência para gerir este processo. Além disso, o aumento global do
volume de documentos publicados torna difícil gerir com rapidez e qualidade o
processo de classificação tradicional.

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Descrição do problema

Este trabalho pretende analisar a questão da classificação dos documentos


pelo que se debruça sobre três sistemas de classificação, mundialmente
utilizados.

Esta caracterização permitirá avaliar as vantagens e desvantagens de cada


sistema de classificação e permitirá ver que cada um deles é utilizado por
determinados grupo de países.

1- Classificação Decimal de Dewey (CDD)

A classificação decimal de Dewey, criada em 1876 é o método de classificação


mais utilizado no mundo e visa classificar o conjunto do conhecimento humano
no interior de uma biblioteca. A Classificação de Dewey que passou a ser
conhecida como a Classificação Decimal de Dewey a partir de 1952 foi descrita
em 1873 como um plano prático de resolução imediata dos problemas das
bibliotecas americanas e para organizar economicamente e sistematicamente a
biblioteca de Amherst College graças a uma classificação permanente. Este
plano baseava-se principalmente na literatura disponível em Amherst e nas
bibliotecas de Nova York e de New England.

Dewey estava descontente com a inacessibilidade do conteúdo da biblioteca de


Amherst. Quando iniciou as suas buscas, o seu objectivo não era o de
reformular a integralidade dos sistemas de biblioteca nem o de encontrar uma
organização dos conhecimentos, pois já existiam vários. Ele apenas desejava
encontrar um método de classificação dos documentos mais adequado. Visitou
várias bibliotecas que funcionavam bem assim como visitou todas as fábricas
utilizadoras do sistema métrico. A dificuldade residia na descoberta de uma
notação que permitisse inserir novos documentos sem desclassificar os
documentos existentes.

Dewey considerou vários critérios de classificação e de numeração para


realizar o seu sistema pelo que teve algumas vezes de sacrificar ou
negligenciar alguns deles.

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Classificar consiste num processo de separação: é necessário separar
determinados grupos. A arrumação dos livros por assuntos é denominada
classificação natural. Existe uma classificação artificial quando eles estão
arrumados por ordem alfabética, numérica, pela forma, pelo nível de interesse.

O trabalho de classificação deve ser sempre efectuado em três fases. Antes de


mais, é necessário extrair o assunto principal do documento. Estando este
determinado, é necessário encontrar onde poderia ser mais astuciosamente
colocado e, finalmente, é necessário possuir um bom conhecimento da técnica
para atribuir cotações certas aos livros.

Relativamente à numeração, ela foi sempre subestimada pelos teóricos e


sobrestimada pelos práticos e pelos utilizadores das bibliotecas. Dewey
adaptou a sua numeração à sua estrutura e este foi uma das razões do
sucesso da CDD. A classificação dos livros por assunto já existia antes de
Dewey assim como a notação decimal. A novidade é o facto de se utilizar o
sistema decimal para determinar o conteúdo do livro e não um lugar numa
estante: daí a importância da numeração.

Na Classificação Decimal de Dewey, as classes principais estão ordenadas por


disciplinas tradicionais ou domínios de estudo. O princípio fundamental da CDD
é a classificação por disciplina. Ela reparte o conhecimento em 10 classes
principais que reúnem a totalidade dos conhecimentos. Estas classes
compreendem, cada uma, 10 divisões, e cada divisão comporta 10 secções. O
primeiro número dos índices reenvia para a classe principal. Apenas o primeiro
algarismo é significativo nesta lista. Os zeros servem para completar a notação
que deve ser composta por 3 números. Cada classe principal contém dez
divisões, numeradas de 0 a 9, o segundo algarismo designa a divisão. Cada
divisão comporta dez secções numeradas de 0 a 9. O terceiro algarismo de
cada índice designa a secção. Um ponto decimal é inserido após o terceiro
algarismo. Após o ponto decimal, a divisão por dez continua até ser atingido o
degrau de precisão desejado.

A CDD teve um sucesso imediato por várias razões. Permitia colocar obras nas
estantes numa determinada ordem permitindo no entanto o aumento da
colecção. Beneficiava de um sistema estável com uma continuidade. A

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numeração era simples e facilmente compreensível por todos pois era baseada
numa linguagem universal utilizada em todos os países. Esta classificação era
facilmente extensível para aceitar as novas formas de conhecimento o que
permitia uma actualização regular e indispensável. As tabelas forneciam
informações claras, concisas para utilizar e construir os números.

A perpetuidade da CDD deve-se a vários factores, nomeadamente à sua


actualização que permite utilizar edições sucessivas. Ela tem em consideração
as evoluções técnicas e científicas.

A CDD é muito utilizada internacionalmente, desenvolvida, mantida e aplicada


na Classificação Decimal adoptada pela Biblioteca do Congresso. Nos EUA os
índices da CDD são integrados nos ficheiros electrónicos (MARC) e
distribuídos pelas bibliotecas sob forma de bandas magnéticas, de dados de
catalogação antes da publicação e de fichas da Biblioteca do Congresso.
Diversos servidores e serviços bibliográficos nos EUA fornecem os índices de
Dewey às bibliotecas pelo acesso directo, por publicações e pela produção de
fichas de catalogação. Os métodos de classificação americanos são muito
influentes no mundo. È na Biblioteca do Congresso que são actualizados os
três principais instrumentos de que dispõem os bibliotecários, os
documentalistas e informadores dos outros países para organizar as suas
colecções documentais; isto provoca uma grande normalização das bibliotecas.
Esta normalização apresenta vantagens económicas e psicológicas uma vez
que os utilizadores habituados a encontrar sempre o mesmo método de
classificação não se encontram desenquadrados.

A CDD foi muito rapidamente adoptada nos países estrangeiros devido à sua
numeração decimal a à sua linguagem universal compreensível por todos e
que ultrapassa todas as barreiras culturais.

Após um século de existência, a CDD foi lida, aplicada, revista, comentada e


censurada. Suscitou mais literatura que qualquer outro sistema de
classificação. Obteve uma grande popularidade junto dos bibliotecários de
todos os continentes.

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2- CLASSIFICAÇÃO DECIMAL UNIVERSAL (CDU)

A Classificação Decimal Universal foi criada por Paul Otlet e Henri La Fontaine
em para criar a CDU; a estrutura do conhecimento foi mantida. Esta
classificação procurava abranger todos os domínios do saber, dividindo estes
em dez grandes classes, cada uma delas em dez divisões, divisões estas que,
por sua vez, se compõem em dez secções e assim sucessivamente de modo a
conseguir uma notação especifica. Dentro de cada classe as subdivisões estão
estruturadas de forma hierárquica. Esta classificação funciona com pelo menos
três dígitos.

A CDU é composta por:

a) Uma tabela principal de matérias, que enumera hierarquicamente o


conhecimento, nas referidas 10 classes. As divisões principais são:

0 Generalidades

1 Filosofia. Psicologia

2 Religião. Teologia

3 Ciências Sociais

4 Classe actualmente não usada

5 Ciências Exactas. Ciências naturais

6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia

7 Arte. Arquitectura. Recreação e Desporto

8 Linguística. Língua. Literatura

9 Geografia. Biografia. História

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Cada classe principal subdivide-se decimalmente em subclasses que por sua
vez também se subdividem em áreas cada vez mais especializadas.

b) As tabelas auxiliares, que representam não assuntos, mas formas de os


especificar (por lugar, tempo, forma, língua, etc.), flexibilizando muito mais a
representação dos conceitos.

c) Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada conceito corresponde uma


notação que serve de guia na consulta da tabela principal, para mais fácil e
rapidamente se localizar a notação adequada ao assunto que se pretende
pesquisar.

Na tabela principal, a classe 4 encontra-se vazia devido à necessidade de


flexibilizar a tabela de modo a que esta possa integrar outros conhecimentos
que, aquando da criação da CDU, não existiam.

A tabela da CDU está publicada em várias línguas, mas em todas elas a


correspondência entre assuntos e notações é a mesma.

A CDU simplifica o trabalho e a pesquisa nas bibliotecas e é adoptada em


vários países. Com a utilização crescente da Internet esta classificação permite
consultar os catálogos on-line das várias bibliotecas dos vários continentes. A
CDU é portanto um exemplo útil de cooperação pois permite em qualquer parte
do mundo aceder mais rapidamente às informações necessárias. Em Portugal,
o uso deste sistema de classificação é generalizado, tanto nas Bibliotecas
Universitárias, como nas Bibliotecas Públicas e Escolares.

A Classificação Decimal Universal é um esquema de classificação uniformizado


e normalizado, amplamente usado nacional e internacionalmente, que visa
cobrir e organizar a totalidade do conhecimento humano. É uma classificação
decimal dado que a totalidade dos conhecimentos é dividida em 10 classes,
que se subdividem de novo decimalmente, do geral para o específico. Cada
conceito é traduzido por uma notação numérica ou alfanumérica.

Uma das principais vantagens desta classificação reside na sua dimensão


internacional, dada a sua independência face a todas as expressões

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idiomáticas, o que facilita enormemente a pesquisa e a troca de informação ao
nível internacional. No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a
notação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em todas as bibliotecas
do mundo que adoptem este sistema de classificação.

3- BIBLIOTECA DO CONGRESSO

A Biblioteca do Congresso, com os seus mais de 128 milhões de documentos,


é a mais importante do mundo e igualmente a mais velha instituição federal. Foi
inaugurada em 24 de Abril de 1800.

Ela reagrupa as três principais bibliotecas do pais e assume a funçaõ de


biblioteca nacional para os EUA.

Actual emente, a Biblioteca do Congresso é a maior do mundo e compreende:

- 29 Milhões de livros e outros documentos

- 57 Milhões de manuscritos

- 12 Milhões de fotografias

- 4,8 Milhões de mapas e plantas

- 4800 Profissionais trabalham nos 350 000 m2 da biblioteca e 850 km de

estantes estão destinados ao conhecimento universal

A sua classificação impõe-se no mundo apesar das suas imperfeições.

Por falta de espaço, a Biblioteca do Congresso desenvolve uma acção de


digitalização dos seus documentos e leva a cabo estudos sobre a conservação
destes.

A classificação da Biblioteca do Congresso é uma classificação elaborada e


utilizada pela Biblioteca do Congresso mas é igualmente utilizada por diversas
bibliotecas universitárias nos EUA e no mundo. Esta classificação está
organizada em classes, cada uma delas identificada por uma letra.

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Classes da Classificação da Biblioteca do Congresso:

A Generalidades

B Filosofia. Psicologia. Religião

C Ciências auxiliares da História

D História Geral e História da Europa

E História da América (Generalidades e EUA)

F História da América (outros países)

G Geografia. Antropologia. Lazer

H Ciências Sociais

J Ciências Politicas

K Direito

L Educação

M Música e Musicologia

N Belas Artes

P Linguística e Literatura

Q Ciências

R Medicina

S Agricultura

T Tecnologia

U Ciência Militar

V Ciência Naval

Z Bibliografia, Ciências da Informação e das Bibliotecas

As letras I, O, W, X e Y não são utilizadas.

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Aspectos importantes

Para poder definir a importância da classificação teve-se como base os


sistemas principais de classificação que nos permitem compreender o que
levou à necessidade de classificar os documentos.

Actualmente, devido às novas tecnologias, torna-se necessário utilizar sistemas


de classificação de carácter universal de modo a permitir que os utilizadores
possam consultar as bibliotecas digitais de qualquer país. Quanto mais
universal for a classificação, mais probabilidade terá de ser partilhada.

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Conclusões

O presente trabalho permite-nos verificar que o sistema de classificação mais


utilizado pelo nosso país é a Classificação Decimal Universal devido à sua
constante actualização. O seu sistema numérico é fácil de utilizar tanto para os
profissionais das bibliotecas como para os utilizadores.

Podemos concluir que este sistema está adaptado às necessidades da Europa


uma vez que com o desenvolvimento das tecnologias se torna urgente
«organizar o conhecimento» de modo a permitir a troca de informações entre
bibliotecas e de modo a permitir que o utilizador se sinta à vontade para
pesquisar em qualquer biblioteca do mundo.

A pesquisa efectuada para a realização deste trabalho permitiu verificar que a


França, por exemplo, utiliza a Classificação Decimal de Dewey
(nomeadamente a Biblioteca Nacional de França) em detrimento da
Classificação Decimal Universal.

O sistema de classificação menos utilizado é o da Biblioteca do Congresso


uma vez que este é um sistema alfanumérico, mais confuso e que devido às
suas características não é adequado para qualquer utilizador (volumoso, difícil
de trabalhar).

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Bibliografia

Ashworth, W. (1981). Manual de Bibliotecas Especializadas e de Serviços


Informativos. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.

Chain, L. M. (1996). Dewey Decimal Classification: a Practical Guide.

Litton, G. (1975). Classificação e Catalogação.

On line Computer Library Center (1996). OCLC Dewey for Windows.

Portugal, Biblioteca Nacional (1990). CDU – Classificação Decimal Universal:


Tabela de Autoridade. Lisboa. Biblioteca Nacional.

Unesco (1994). Manifesto da Unesco sobre Bibliotecas Públicas.

www.cerem.ufp.pt/nunoribeiro/aulas/tid/tid.html

www.udcc.org/cdu.htm

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