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APOSTILA - TEORIA DA MÚSICA

SUMÁRIO
Teoria Musical I

1. Definindo música..................................................................................................................................p. 3
2. Qualidades e Propriedades do som......................................................................................................p. 5
2.1 Altura.......................................................................................................................p. 6
2.2 Duração....................................................................................................................p. 8
2.3 Intensidade..............................................................................................................p. 8
2.4 Timbre......................................................................................................................p. 9
3. Notação...............................................................................................................................................p. 11
3.1 Pauta.....................................................................................................................p. 11
3.2 Figuras rítmicas.....................................................................................................p. 12
3.3 Leitura melódica e claves......................................................................................p. 13
3.4 Tom, semitom e alterações..................................................................................p. 16
3.5 Sinais de repetição................................................................................................p. 17
3.6 Notação musical: de suas origens à notação contemporânea.............................p. 17
4. Ponto de aumento e ponto de diminuição (staccato)........................................................................p. 17
5. Sinais de articulação...........................................................................................................................p. 18
6. Compassos..........................................................................................................................................p. 18
6.1 Classificação dos compassos...............................................................................................p. 19
6.2 Andamento.........................................................................................................................p. 20
6.3 Unidade de tempo e unidade de compassos......................................................................p. 21
6.4 Compasso simples..............................................................................................................p. 22
6.5 Compasso composto...........................................................................................................p. 22
6.6 Compassos alternados........................................................................................................p. 23
6.7 Acento métrico, contratempo e síncope............................................................................p. 23
6.8 Compasso tético, anacrúsico e acéfalo...............................................................................p. 23
7. Intervalos............................................................................................................................................p. 23
7.1 Intervalos justos, maiores e menores.................................................................................p. 23
7.2 Intervalos aumentados e diminutos...................................................................................p. 23
7.3 Intervalos compostos..........................................................................................................p. 24
7.4 Inversão de intervalos.........................................................................................................p. 24
7.5 Consonância e dissonância.................................................................................................p. 24
8. Enarmonia...........................................................................................................................................p. 24
9. Tonalidade..........................................................................................................................................p. 25
10. Escalas...............................................................................................................................................p. 26
10.1 Escalas maiores.................................................................................................................p. 26
10.2 Escalas menores...............................................................................................................p. 27
10.2.1 Escala menor natural.......................................................................................p. 27
10.2.2 Escala menor harmônica.................................................................................p. 27
10.2.3 Escala menor melódica....................................................................................p. 27
10.3 Graus da escala.................................................................................................................p. 27

2
1. DEFININDO MÚSICA

A origem da música é incerta. Há indícios de que já na Pré-História o homem era um ser


musical, o que podemos concluir a partir de pinturas rupestres e instrumentos que foram preservados.
Seja com fins artísticos, militares, educacionais, terapêuticos, religiosos ou para entretenimento, a
música está presente nas mais diversas culturas e faz parte da identidade da humanidade. Não se tem
conhecimento de um povo, por mais isolado que seja, que não tenha a música como prática cotidiana.
Porém, definir música não é uma tarefa tão simples. Vários pensadores tem se disposto a
encontrar uma definição que englobe tudo que, de fato, a música é.

Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de


uma maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de
rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é
classificado como música. Essa definição parece simples e completa,
mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um
alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira
organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som
1
de música .

De fato, essa ideia de que música é a combinação de sons e silêncios de uma forma organizada
não nos serve. Tampouco definem corretamente aqueles que dizem que música é a arte de combinar
sons de uma maneira agradável - ainda não conheci um ouvinte que considere agradável ouvir
"Trenodia para as vítimas de Hiroshima", de Krzysztof Penderecki, e não há o que contestar que essa
obra é uma música.
2
Recorrendo ao Dicionário Priberam , encontramos as seguintes definições:

1. Organização de sons com intenções estéticas, artísticas ou lúdicas, variáveis de acordo com o autor, c
om a zona geográfica, com a época, etc. (JÁ VIMOS QUE NEM SEMPRE É ASSIM)
2. Arte e técnica de combinar os sons de forma melodiosa. (IDEM)
3. Composição ou obra musical. (OK, SERIAM SINÔNIMOS, MAS NÃO É UMA DEFINIÇÃO)
4. Execução de uma peça musical. (IDEM)
5. Conjunto de músicos. = BANDA, .FILARMÔNICA, ORQUESTRA (BANDA ≠ MÚSICA)
6. Notação ou registro de uma peça musical. (A PARTITURA NÃO PRODUZ SONS)
7. Papel ou livro que contém notações musicais. = PARTITURA (IDEM)

Vejamos mais definições:

1
http://www.descomplicandoamusica.com/o-que-e-musica/
2
"música", in Dicionário Priberam da Língua. Disponível em: http://www.priberam.pt/dlpo/música

3
"Música é a arte de combinar os sons
simultânea e sucessivamente, com ordem,
equilíbrio e proporção dentro do tempo."

(MED, Bohumil)

"Música é uma arte cuja matéria prima


fundamental é o som. O silêncio é matéria
prima secundária, pois depende do som e
possui apenas uma qualidade: a duração."

(SCLIAR, Esther)

Então, o que é música, afinal? De uma A música (do grego musiké téchne, a arte das
maneira mais didática e abrangente, música musas) é uma forma de arte que se constitui na
é composta por melodia, harmonia e ritmo." combinação de vários sons e ritmos, seguindo
uma pré-organização ao longo do tempo
(Descomplicando a música)
(WIKIPEDIA)

Depois de tantas definições, talvez devamos nos ater àquela que Victor Hugo nos deu: "A
música expressa o que não pode ser dito em palavras e não pode ficar em silêncio".

Leitura complementar:
MED, Bohumil. Teoria da Música - 4ª edição, revista e ampliada. Brasília, Editora Musimed, 1996 - p. 9-
10, 393-396.

4
2. ELEMENTOS DA MÚSICA E PROPRIEDADES DO SOM

Ainda que a definição do termo "música" seja difícil de se construir, um consenso podemos
admitir: música é feita de sons - inclusive a obra 4'33" do compositor americano John Cage (1912-1992).
Assim sendo, precisamos nos debruçar nas qualidades e propriedades do som.
Primeiramente, devemos definir três elementos que fazem parte da música:
1. Melodia: conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva (concepção horizontal da música)
2. Harmonia: conjunto de sons dispostos em ordem simultânea (concepção vertical da música)
3. Ritmo: ordem e proporção em que estão dispostos os sons que constituem a melodia e a harmonia.

Além disso, é necessário definir a matéria prima da música: o som.


"SOM é uma sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos
elásticos. Uma vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras
que se propagam em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a
membrana do tímpano fazendo-a vibrar. Transformadas em impulsos
nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro que as identifica como
tipos diferentes de sons. Consequentemente, o som só é decodificado
3
através do cérebro".

Além das questões acústicas em si, o som possui quatro qualidades (ou propriedades) básicas.
São elas: altura, duração, intensidade e timbre.

3
MED, Bohumil. Teoria da Música - 4ª edição, revista e ampliada. Brasília, Editora Musimed, 1996, p. 11.
4
http://xsom2.blogspot.com.br/

5
2.1 Altura
Quando falamos em altura do som, duas palavras costumam vir à mente: grave e agudo. É uma
tarefa bem complicada conceituar estes termos; ao invés de teorizá-los – o que nos obrigaria a cair em
campos como o da física acústica –, vamos tentar tratar deste elemento através de exemplos.

Nesta ilustração acima, podemos ver como acusticamente se diferencia um som agudo de um som
grave. Enquanto a onda de um som agudo possui vários ciclos dentro de um certo período de tempo,
um som grave possui bem menos ciclos nesse mesmo período.
Com base nessa classificação, liste instrumentos graves e agudos.
INSTRUMENTOS GRAVES INSTRUMENTOS AGUDOS
1. Tuba 1. Flauta
2. 2.
3. 3.
4. 4.

A voz humana também pode ser classificada como aguda ou grave! Em geral, os homens
possuem uma voz mais grave que as mulheres e crianças. Isso acontece porque suas pregas vocais são
mais longas! O comprimento e espessura das cordas vocais são os fatores determinantes, para ambos os
6
sexos, do registro vocal de cada indivíduo . Porém, mesmo que em geral a voz masculina seja mais grave
que a voz feminina, fazemos a seguinte classificação:
- para vozes masculinas graves, denominamos os cantores de BAIXOS;
- para vozes masculinas agudas, denominamos os cantores de TENORES;
- para vozes femininas graves, denominamos as cantoras de CONTRALTOS;
- para vozes femininas agudas, denominamos as cantoras de SOPRANOS;
Há ainda classificações intermediárias, como barítonos, baritenor, contratenor (voz masculina), ou
mezzo soprano, mezzo contralto (voz feminina).
Uma maneira de registrarmos sons agudos e graves é através da utilização de gráficos sonoros.
Abaixo temos o registro gráfico de um som grave que desliza e se transforma em um som agudo:

5
Fonte: http://francisco-moura-cfq.blogspot.com.br/2013/06/som-propagacao-e-propriedades.html
6
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cordas_vocais

6
Se desejássemos registrar um único som que inicia grave, torna-se agudo e volta a ser grave,
poderíamos registrar assim:

Você pode criar seu próprio sistema de notação de sons graves e agudos; deve atentar, porém,
aos seguintes detalhes:
- você deve escrever os sons graves na parte inferior e os sons agudos em cima;
- você deve sempre escrever da esquerda para a direita;
Agora é a sua vez! Escreva, no exercício abaixo, gráficos sonoros. Em cada caixinha em branco,
deve ser registrado um gráfico diferente, de acordo com a numeração e instruções abaixo:
1. Um som que inicia agudo e torna-se grave;
2. Um som que inicia agudo, torna-se grave e novamente retorna ao agudo;
3. Um som que não muda de altura;
4. Um som médio que é sustentado por um tempo, e depois torna-se grave;
5. Um som grave + silêncio + um som agudo;
1. 2.

3. 4.

5. 6.

Desafio: experimente cantar e/ou tocar os gráficos que você registrou acima, prestando muita atenção
em como emitir corretamente os sons graves e agudos com a sua voz.

7
2.2 Duração

A duração tem a ver com a extensão de um som. Em termos de duração, os sons podem ser longos
ou curtos. Embora pareça ser uma definição simples de se fazer, a duração pode ser algo bem relativo!
Para ilustrar este conceito, usaremos o Código Morse, que é um “sistema de representação
7
de letras, números e sinais de pontuação através de um sinal codificado enviado intermitentemente” .
Este código pode ser transmitido através de pulsos elétricos, sinais visuais, ondas eletromagnéticas ou
ainda, ondas sonoras. Em nosso exercício, utilizaremos essa última opção. Para fins de registro,
representaremos os sons longos com um traço ( _ ) e os sons curtos com um ponto ( . ). A combinação
de traços e pontos resultará em diferentes letras, que formarão diversas palavras.
Abaixo você pode conferir a tabela do Código Morse, utilizada internacionalmente:

Atividade: ditado em morse - utilizando a voz e instrumentos

2.3 Intensidade

A intensidade de um som está relacionada ao fato deste som ser forte ou fraco. Podemos definir
9
como sendo o grau de volume sonoro, determinado pela força ou volume do agente que as produz.
Acusticamente falando, a intensidade está relacionada à amplitude da onda sonora. Observe abaixo:

10

7
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Código_Morse
8
Fonte: http://www.smartkids.com.br/especiais/espiao-codigo-morse.html
9
Fonte: MED, Bohumil. Teoria da Música, pg. 12.
10
Fonte: http://francisco-moura-cfq.blogspot.com.br/2013/06/som-propagacao-e-propriedades.htm

8
A onda de um som forte possui uma amplitude maior que a de um som fraco. Mesmo
possuindo o mesmo número de ciclos dentro de um mesmo espaço de tempo, podemos reparar esta
diferença na altura da onda (obs.: a amplitude está marcada no gráfico acima com a letra a).
Para medir o quão forte é um som, usamos a unidade de decibéis (dB). Existe um limite de
decibéis que deveríamos nos expor para mantermos nosso aparelho auditivo saudável. Observe abaixo:

11

Cuide, portanto, para não se expor a sons excessivamente fortes, ainda mais por longos
períodos de tempo. Ao entrar em contato com sons muito intensos, como em um show de rock, nossas
estruturas auditivas são afetadas, o que pode levar a uma perda permanente de audição.

2.4 O timbre

Timbre é comumente definido como a “cor” do som. “A característica sonora que permite distinguir
sons de mesma frequência e mesma intensidade, desde que as ondas sonoras correspondentes a esses
sons sejam diferentes. Por exemplo: dois aparelhos musicais, violão e violino, por exemplo, podem emitir

11
Fonte: http://www2.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/intensidade/db.html

9
sons com a mesma frequência, mas com timbres diferentes, pois as ondas sonoras possuem formas
12
diferentes”.
Uma flauta e um xilofone podem tocar a mesma nota – a mesma altura, a mesma duração, a
mesma intensidade – mas ao ouvirmos os sons tocados, sabemos que um foi tocado por uma flauta e o
outro por um xilofone; o responsável por isso é o timbre!
Observe abaixo o gráfico de um som tocado por uma flauta e logo ao lado, o som tocado por um
13
xilofone :

Som tocado por uma flauta

Som tocado por um xilofone

Observe os dois gráficos: apesar de possuírem a mesma duração e a mesma amplitude, o


formato da onda é completamente diferente. Isso é o efeito do timbre, em termos acústicos! Veja
abaixo outros exemplos:

14

Também as vozes humanas são muito diferentes entre si, por possuírem timbres diferentes. O
seu timbre é tão pessoal e único quanto suas impressões digitais!

Em resumo:
1) Altura: qualidade do som relacionada à ele ser mais agudo ou mais grave. Na notação musical,
sabemos a altura de um determinado som pelo local/linha que a figura ocupa.

12
Fonte: http://www.brasilescola.com/fisica/intensidade-timbre-altura.htm
13
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Timbre
14
http://adriartessempre.blogspot.com.br/p/compreendendo-musica.html
10
2) Intensidade: qualidade do som relacionada à ele ser mais forte ou mais fraco. Na notação, a
intensidade é determinada pelos sinais de dinâmica.
3) Duração: espaço/tempo que o som ocupa. Na notação, a duração é determinada pelo tipo de figura e
pelo andamento.
4) Timbre: qualidade que nos permite diferenciar se determinado som está sendo produzido por uma
flauta, um violino ou um piano, por exemplo. Também chamado de "cor" do som, está diretamente
ligado à série harmônica. Na notação, está ligado à instrumentação.
Exercícios complementares: vide "Livro de exercícios", p. 10.

3. NOTAÇÃO MUSICAL

3.1 A pauta
"Os sinais musicais são, de uma maneira geral, escritos na pauta (pentagrama) - conjunto de 5 linhas e 4
15
espaços numerados de baixo para cima". Sua utilização foi padronizada apenas no séc. XVII.

3.2 Figuras rítmicas


Para representar a duração de cada som, usamos figuras rítmicas. Estas não possuem duração
absoluta; seu valor depende da fórmula de compasso. Porém, as relações de proporção entre as figuras
são sempre as mesmas.
Observe o esquema abaixo:

15
SCLIAR, Esther, p. 1.

11
Estas são as figuras mais utilizadas. Observe as relações de proporção existentes entre as
mesmas; agora, vamos pensar esquema acima atribuindo valores concretos (lembrando que estes
valores NÃO SÃO ABSOLUTOS!).
Se a semínima valesse 1, a mínima (que representa o dobro da semínima) valeria 2.
Portanto, se a mínima valesse 2, a semibreve valeria 4.
Do mesmo modo, se a colcheia vale metade de uma semínima, seu valor seria 1/2.
A metade da colcheia, a semicolcheia, valeria 1/4.
A metade da semicolcheia - a fusa - valeria 1/8,
e semifusa valeria 1/16.
Cada uma das figuras possui um símbolo para o som e um correspondente para pausa. Os sinais
que representam o som são chamados de valores/figuras positivos, e os que representam o silêncio são
chamados de figuras/valores negativos.
Veja no esquema abaixo os valores atribuídos, hipoteticamente, com o nome das figuras e suas
pausas correspondentes.

Importante colocar o nome de cada parte da figura. Por exemplo, em uma colcheia:

Outros conceitos importantes:


"PULSAÇÃO é uma sequencia de durações iguais, ordenadora de diversas durações. A pulsação
é também designada por TEMPO."

12
"LIGADURA é uma curva que, quando colocada entre sons de igual altura, faz prolongar a
duração do primeiro som ao(s) seguinte(s). Sendo os sons de igual altura, a ligadura determina que a
duração do primeiro som seja somada ao(s) valor(es) do(s) seguinte(s). Desta maneira, o primeiro som
se prolonga até o final do(s) som(ns) ligado(s). Por esta razão, esta curva é chamada de ligadura de
prolongação".

16
Ligadura de prolongação (dois sons iguais):

"FERMATA é um sinal que faz prolongar indeterminadamente a duração da figura". Seu símbolo é:
É colocada acima ou abaixo da figura que representa o som a ser sustentado.

3.3 Leitura melódica e claves


Afim de designar a altura das figuras, colocamos as mesmas nas linhas do pentagrama. Quando
mais acima a figura estiver, mais aguda será; quanto mais abaixo, mais grave.
Antes de vermos as figuras no pentagrama, é importante sabermos que existem sete notas
musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. "Notas são os sinais convencionais que representam as diferentes
17
alturas (sons)." De fato, são incontáveis os sons que podemos utilizar na música, mas para representá-
los bastam as sete notas.
A origem das notas musicais remonta à Idade Média, quando no séc. X o monge italiano Guido
D'Arezzo as concebeu a partir de um poema para São João Batista:

Ut quant laxis (Para que teus servos)


Resonare fibris (Possam, das entranhas)
Mira gestorum / (Flautas ressoar)
Famuli tuorum / (Teus feitos admiráveis)
Solve polluti / (Absolve o pecado)
Labii reatum / (Desses lábios impuros)
Sancte Iohannes”. (Ó São João).

Reparou na sílaba inicial de cada verso? Daí que vieram os nomes das notas musicais! No último
verso, as iniciais de "Sancte Iohannes" formaram "si"; posteriormente, o ut foi substituído por "do", afim
de facilitar o solfejo.
Ok, agora que sabemos a origem das notas musicais, vamos ao pentagrama e ver aonde cada
nota deve ser escrita. Na verdade, a altura das notas depende muito da clave utilizada. A função da
clave é justamente designar o nome da nota, adequando-se ao tipo de instrumento/voz em questão.

16
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ligadura
17
SCLIAR, Esther, p. 10.

13
Utilizamos três claves diferentes: a clave de fá, a clave de dó e a clave de sol. As três podem ser
colocadas em diferentes lugares do pentagrama.

As claves mais utilizadas são: a clave de sol na 2ª linha (para sons agudos, como um violino), a
clave de dó na 3ª linha (para sons médios, como uma viola) e a clave de fá na 4ª linha (para sons graves,
como um contrabaixo).
Vamos agora ver como as notas ficam na clave de sol:

Você pode se perguntar o porquê de vermos a nota dó duas vezes no exemplo acima. Bem,
existem de fato sete notas, mas depois que estas sete são tocadas, vem um novo ciclo: dó, ré, mi, fá, sol,
lá, si, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, ré, etc.
Observe um piano, por exemplo. Sua primeira nota é um lá; a nota lá, porém, aparece OITO
vezes em toda a extensão do instrumento. Embora tenham, de fato, o mesmo nome, alguns são mais
graves, outros mais agudos. Assim também é nos demais instrumentos e também na voz.

14
Curiosidade: alguns países adotam, para nomear as notas, as letras que usamos para os acordes. O
sistema inglês, por exemplo: A= lá, B = si, C= dó, D= ré, E= mi, F = fá, G = sol, B= si. Os alemães usam o
mesmo sistema, porém usam a letra H para o si natural e B para o si bemol.
Com uma grande gama de sons, mesmo podendo recorrer a outras claves, nem sempre temos
no pentagrama linhas e espaços o suficiente para escrever as notas. Nessas situações, podemos fazer
uso das linhas suplementares (ou complementares, ou ainda auxiliares), que funcionam como uma
extensão da pauta. Por exemplo:

Assim sendo, segue abaixo uma sequencia de exercícios de leitura melódica. Todos as figuras
serão mínimas; observe que a direção da haste muda, de acordo com a disposição da nota. Pensando na
leitura em clave de sol, todas as notas abaixo do si da terceira linha devem ter a haste do lado direito,
para cima. A nota si é opcional, por estar bem no meio do pentagrama (embora que, no seu uso mais
comum, a haste é para baixo, do lado esquerdo). Assim são também todas as notas mais agudas que o
si. Por exemplo:

Exercícios complementares: vide p. 11-23 do "Livro de exercícios".


1. Colocar o nome das notas, do método de solfejo de P. Bona, nos exercícios 1-3, 6 e 7.
2. Tocar estes exercícios e solfejar.
3. Solfejar os exercícios 1-40.
4. Transcrever os exercícios 9-14 para clave de fá.

Existem ainda outros sistemas de notação. A tablatura, por exemplo, utilizada em instrumentos
de corda; notação numérica e música em braile. A notação moderna, por exemplo, faz uso também de
gráficos e outros elementos visuais.
Outro conceito importante:
UNÍSSONO = mesmo som, mesma altura, mesma nota (mesmo que tocado por instrumentos diferentes).
Um piano e um trombone podem, por exemplo, tocar em uníssono.

15
3.4 Tom, semitom e alterações

SEMITOM (ou meio tom) é a menor diferença entre dois sons, dentro do nosso sistema temperado
ocidental.
TOM = SEMITOM + SEMITOM

Se observamos o teclado de um piano, por exemplo, podemos dizer que quando as notas são
imediatamente vizinhas, ali há um intervalo de semitom; se, porém, houver uma tecla entre as duas
notas em questão, há um intervalo de tom. Entre dó e ré, ré e mi, fá e sol, sol e lá, lá e si, por exemplo,
há um tom. Entre mi-fá ou si-dó, entretanto, temos apenas um semitom.

Tendo claro os conceitos de tom e semitom, vamos aprender sobre alterações.

As alterações (acidentes) devem ser grafados na mesma linha ou espaço da nota a ser alterada.

Exercícios complementares: vide p. 24-27 do "Livro de exercícios"

16
3.5 Sinais de repetição

Ritornello: barra dupla com dois pontos que indica a repetição de determinado trecho.

Quando o ritornello estiver na partitura, mas o final do trecho a ser repetido é diferente na segunda vez,
usamos o que é chamado de casa 1 e casa 2.

Da Capo: expressão que indica retorno ao início da música. Pode ser abreviado como D.C. Às vezes
aparece como "Da Capo al fine" - do começo ao fim - ou "Da Capo al coda" - do começo à coda.

Dal segno: se a repetição não deve ser feita desde o início, retoma-se a partir do .

Coda: significa que, na repetição do trecho, se este símbolo aparecer ( ), deve-se pular para o
compasso onde ele está escrito.

Exercícios complementares: vide p. 168-171 do "Livro de exercícios".

3.6 Notação musical: de suas origens à notação contemporânea


Confira o material em .pdf e .ppt entitulado "Evolução da escrita musical: dos primórdios à
música contemporânea".

4. PONTO DE AUMENTO

O ponto de aumento é um símbolo que deve ser colocado à direita da nota ou pausa desejada,
acrescentando metade do valor da mesma. Por exemplo: se uma semínima em um compasso 4/4 tem
valor 1, com um ponto ela vale 1,5 (1 + 1/2). O ponto poderá ser simples (apenas um ponto), duplo
(nesse caso, o valor acrescido é meio + um quarto do valor original) ou ainda triplo (meio + um quarto +
um oitavo do valor original).

17
Exercícios complementares: vide p. 28-30.

5. SINAIS DE ARTICULAÇÃO

O ponto de diminuição é também chamado de staccato, termo italiano que significa destacado.
Diferentemente do ponto de aumento, o símbolo do staccato é colocado em cima na nota, e não ao
lado. Uma nota com staccato deverá ser articulado de modo separado e seco, dando o destaque que o
símbolo exige. Existem diferentes tipos de staccato (simples, seco, portato). Leia as p. 39-46 do livro de
Teoria de Bohumil Med.
O efeito oposto ao staccato é o legato, que indica que a troca de um som para outro deve ser
feita com a menor interrupção possível, sem articulação. O legato é notado através de uma ligadura,
mas de forma diferente que a ligadura de prolongamento (releia o texto sobre isso na p. 15 desta
apostila). A ligadura de prolongamento é colocada entre sons de mesma altura; o legato, entretanto, é
uma ligadura de expressão, e é usado com figuras de altura diferente. Observe abaixo:

Temos ainda a ligadura de frase (ligadura fraseológica), usada para delimitar o início e fim de
uma frase, não necessariamente criando um efeito de legato entre todas as notas.
Exercícios complementares: vide p. 31-33 do "Livro de exercícios".

6. COMPASSOS

"Compasso é uma sequencia de pulsações ordenadas de diversas durações, que se inicia com
18
um apoio preponderante." Tempo é sinônimo de pulsação. Os compassos são separados por uma
barra, denominada barra de compasso. Para indicar a separação de partes, podemos utilizar uma barra
dupla simples e, no final da música, utiliza-se uma barra dupla final:

18
SCLIAR, Esther, p. 34.

18
6.1 Classificação dos compassos
6.1.1 Os compassos podem ser classificados pelo número de pulsações, sendo:
- binários = 2 tempos por compasso;
- ternários = 3 tempos;
- quaternários = 4 tempos;
- quinários = 5 tempos, etc.

Sempre observe que, no início de uma peça, temos a fórmula de compasso. É através dela que sabemos
quantos tempos cabem em um compasso (numerador, enquanto o denominador indica a espécie da
figura que equivale a um tempo. Por exemplo,

Durante a peça, a fórmula de compasso pode ser alterada quantas vezes o compositor desejar. Veja
abaixo a equivalência das figuras, tendo em conta os diferentes denominadores:

Outra observação: a fórmula 4/4 pode ser substituída por um C, e 2/2 pelo mesmo símbolo, porém
cortado:

19
6.1.2 Os compassos podem ser classificados pela velocidade da pulsação, sendo:
- de maneira aproximada, pelo andamento (confira mais detalhes no ponto 6.2 desta apostila);
- de maneira absoluta, com auxílio de um metrônomo.

Os compassos ainda podem ser alternados (quando não há uma periodicidade nos apoios e
alterna-se diferentes fórmulas de compasso) ou mistos (quando há superposição de compassos
diferentes).

6.2 Andamento
Andamento se refere à velocidade que a música será executada. O compositor pode indicar o
andamento através de diferentes termos (lembrando que os termos em música geralmente estão em
italiano, devido ao fato de terem sido cunhados por compositores italianos, especialmente durante a
Renascença):
Termo em italiano Significado BPM aprox.
Largo Muito lento, amplo. 40-45
Larguetto Um pouco menos lento que o Largo. 50-55
Adagio Um pouco mais rápido que o Lento, suave. 55-65
Andante Similar ao andamento da caminhada. 75-90
Moderato Nem rápido, nem lento 108-112
Alegretto Menos rápido que o Allegro. 116-120
Allegro Ligeiro e alegre. 120-134
Presto ou Vivo Muito rápido. 180-200
Prestissimo Muito rápido MESMO. 200 ou mais

Existem outros termos, além destes listados. Alguns indicam caráter, e não andamento. De
qualquer forma, tais andamentos são subjetivos e para isso o metrônomo pode nos auxiliar. No decorrer
da música, podem ser feitas alterações de andamento, através das seguintes indicações:
Rallentando (rall.)/ ritardando (ritard.):: retardando
Ritenuto (rit.): retendo
Meno mosso: menos animado
Allargando: alargando
Accelerando/ animando: acelerando
Piu mosso/ piu animato: mais animado

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Stretto: apressando
Ad libitum (ad libit.)/A piacere: à vontade, livremente
Rubato: livremente
Senza tempo: sem medida de tempo
A tempo: andamento anterior
Lo stesso tempo: o mesmo andamento
Primo tempo: primeiro andamento
Tempo: na medida

6.3 Unidade de tempo e unidade de compasso

- Unidade de tempo (U.T.) = figura que preenche um tempo.


- Unidade de compasso (U.C.) = figura que preenche um compasso.
Assim sendo, nos exemplos abaixo, as unidades de tempo e compasso são:

Exercícios complementares: separação de compassos/ escrita de compassos.

6.4 Compasso simples


Compasso simples é todo aquele que tem como unidade de tempo uma figura simples (ou seja,
não pontuada). A subdivisão dos seus tempos é binária ou quaternária. Exemplo: minueto.

6.5 Compasso composto

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Compasso composto é todo aquele que tem como unidade de tempo uma figura composta (ou
seja, pontuada). A subdivisão dos seus tempos é ternária. Exemplo: giga.
Exercício: escrever e tocar diversos exemplos com compasso simples e composto.

6.6 Compassos alternados


São compassos formados pela união de dois ou mais compassos diferentes que são tocados de
maneira alternada. Ex.: hinos do HPD I.
Existe também o que denominados de compassos mistos, que são compassos diferentes
executados simultaneamente.

6.7 Acento métrico, contratempo e síncope


Dentro de um compassos, nem todos os tempos tem igual peso. Dependendo da fórmula
adotada, alguns tempos deverão ser mais acentuados que outros. Por exemplo:
Compasso binário: T1 = FORTE, T2 = fraco.
Compasso ternário: T1 = FORTE, T2 = fraco, T3 = fraco.
Compasso quaternário: T1 = FORTE, T2 = fraco, T3 = meio forte, T4 = fraco.

Quanto os acentos fogem da "cabeça" do tempo, acontecem contratempos e síncopes. No


contratempo, o acento métrico é deslocado, e o acento que seria naturalmente colocado no tempo
forte acontece no tempo fraco (com o uso de sinais de dinâmica e acentuação).
A síncope tem um efeito diferente. Trata-se basicamente de um som que inicia no tempo fraco
(ou na parte fraca do tempo), e se prolonga até o tempo forte seguinte. É muito comum no samba e no
jazz, por exemplo.

Exercícios complementares: vide p. 111-113 do "Livro de exercícios".

6.8 Compasso tético, anacrúsico e acéfalo

Esses termos se referem ao início do compasso. Quando o compasso inicia na cabeça do


primeiro tempo, dizemos que ele é tético. Exemplo:

Quando o compasso inicia antes do tempo forte, dizemos que ali existe uma anacruse.
Exemplo:

22
"Os guias de estilo ocidentais de notação musical costumam incluir a recomendação de que, quando a
música se inicia com anacruse, o compositor (ou copista) deve remover um número correspondente de
tempos do último compasso da partitura para manter o número de compassos da peça em um número
inteiro. Essa regra vale sobretudo para músicas curtas ou repetitivas como hinos com várias estrofes
como o exemplo em baixo, em sinfonias e outras obras maiores o compasso final é geralmente inteiro
19
independente do primeiro."

Se essa anacruse for maior do que metade do valor do tempo, ele deve ser notado como
compasso acéfalo. Assim sendo, ele iniciará com pausa(s) que completem o valor do compasso e já
contará como o primeiro compasso da música.

Exercícios complementares: vide p. 94-101 do "Livro de exercícios".

7. INTERVALOS

Chamamos de intervalo a relação entre duas alturas. Os intervalos podem ser melódicos
(quando olhamos para eles horizontalmente) ou harmônicos (quando analisamos verticalmente).
Quando os intervalos analisados possuem afinidade, dizemos que eles são consonantes; por outro lado,
quando entre os sons de ambos há atrito, dizemos que são dissonantes. Posteriormente veremos quais
intervalos são consonantes e quais dissonantes.

7.1 e 7.2 Intervalos justos, maiores e menores, aumentados e diminutos


Dependendo do número de tons e semitons dentro de um determinado intervalo, ele será classificado
como justo (J), maior (M), menor (m), aumentado (aum.) ou diminuto (dim.).

19
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anacruse

23
Na mesma escala, sempre partindo do dó central (dó 3), temos:
Intervalo dó-mi: 3M
Intervalo dó-fá: 4J
Intervalo dó-sol: 5J
Intervalo dó-lá: 6M
Intervalo dó-si: 7M
Intervalo dó3-dó4: 8J
Observação: o intervalo de uníssono é considerado 1J.
Analisando outros intervalos dentro da escala acima apresentada, temos:

2m (um semitom): mi-fá/ si-dó


2M (dois semitons): dó-ré/ ré-mi/ fá-sol/ sol-lá/ lá-si
3m (um tom e meio): ré-fá/ mi-sol/ lá-dó/ si-ré
3M (2 tons): dó-mi/ fá-lá/ sol-si
4j (2 tons e meio): dó-fá/ ré-sol/ mi-lá/ sol-dó/ lá-ré/ si-mi
4 aum (3 tons): fá-si
5 dim (3 tons): si-fá
5J (3 tons e meio): dó-sol/ ré-lá/ mi-si/ fá-dó/ sol-ré/ lá-mi
6m (4 tons): mi-dó/ lá-fá/ si-sol
6M (4 tons e meio): dó-lá/ ré-si/ fá-ré/ sol-mi
7m (5 tons): ré-dó/ mi-ré/ sol-fá/ lá-sol/ si-lá
7M (5 tons e meio): dó-si/ fá-mi
8J (6 tons): dó-dó/ ré-ré/ etc.

Exercício: entre diferentes notas, calcule os intervalos. Use também notas alteradas.
Exercícios complementares: vide p. 55-66 do "Livro de exercícios".

7.3 Intervalos compostos


Quando encontrados dentro da mesma oitava, temos em vista intervalos simples. Os que
ultrapassam uma 8J são considerados intervalos compostos. Para transformar um intervalo composto
em simples, oitava-se alguma das notas, afim de aproximá-las. O cálculo do intervalo é feito somando-se
7 ao número equivalente ao intervalo simples. A qualificação (maior, menor, etc.) permanece a mesma.
Exercícios complementares: vide p. 67-71 do "Livro de exercícios".

7.4 Inversão de intervalos


Inversão de intervalo é a transformação de um intervalo em outro, transpondo-se para uma
oitava acima ou abaixo. Para obter o intervalo invertido, subtrai-se o número intervalo de 9. Nas
inversões,

24
os intervalos maiores tornam-se menores;
os menores tornam-se maiores;
os aumentados tornam-se diminutos;
os diminutos tornam-se aumentados
e os justos permanecem justos.

Exercício: inverta os seguintes intervalos


2M; 8J; 3m; 5J; 6m; 7M; 4 aum; 4J.
Exercícios complementares: vide p. 72-75 do "Livro de exercícios".

7.5 Consonância e dissonância


A classificação de um determinado intervalo em consonante ou dissonante alterou-se durante a
história. De acordo com o repertório, a estética e estilo do período, um intervalo poderia ser
considerado tremendamente dissonante, porém aos nossos ouvidos do séc. XXI, soar consonante.
Inicialmente apenas os intervalos justos eram considerados consonantes (4J, 5J e 8J). A partir do período
barroco, também os intervalos de terça e sexta passaram a ser considerados consonantes, embora
imperfeitas.
Assim sendo, podemos considerar que:
1aum, 2m, 8 dim, 7M, 8aum, 9m: consonâncias muito tensas (intervalo de um semitom)
2M, 3dim, 7m, 6 aum, 9M, 10 dim: consonâncias mais brandas
4 aum, 5 dim: trítono
Exercícios complementares: vide p. 86 do "Livro de exercícios".

8. ENARMONIA
Enarmonia (ou sons enarmônicos) é quando temos duas notas que, embora tenham nomes
diferentes, possuem exatamente o mesmo som. Isso só é possível no sistema temperado. Veja na tabela
abaixo, por exemplo:C# e Db são enarmônicos. Da mesma forma, mi e fá bemol também são.

Exercícios complementares: vide p. 76-81 do "Livro de exercícios".

9. TONALIDADES
A tonalidade de uma determinada música está ligada ao conjunto de notas que será utilizado
em uma determinada peça (à escala). No sistema tonal (sistema que é utilizado em grande escala em

25
todo o mundo desde o séc. XVI), temos um centro de atração. Esse centro é chamado de tônica, a qual
designa qual é a tonalidade da música.
Para entendermos melhor as tonalidades, precisamos saber que existem dois modos: o maior e
o menor. Iremos tratar inicialmente do modo maior.
Outro conceito importante é a armadura de clave. Ela é uma das chaves para sabermos a
tonalidade de determinada peça. Olhe sempre para o início de uma música, ao lado da clave. Veja se
tem bemóis, sustenidos e quantos são; a partir disso, poderemos dizer qual é o tom da música. Por
exemplo, se na armadura tivermos apenas um sustenido, sabemos que a música está em sol maior ou
mi menor. Dica: olhe para a última nota da música. Se for um mi, no caso apresentado, possivelmente a
música estará em mi menor. Observe também os outros acordes que fazem parte.

10. ESCALAS

Como lemos no tópico anterior, no sistema tonal existe uma hierarquia entre os sons, que
convergem todos para o mesmo centro gravitacional: a tônica. A referência da música tonal está na
escala, que é uma sequencia de notas, cuja nota inicial é o centro da atração.
Uma escala pode ter número variado de notas; no caso de ter 7 notas, é chamada heptatônica.
Se tem 5, pentatônica, e assim por diante.

10.1 Escalas maiores


A escala maior é uma escala diatônica formada por dois semitons (entre os graus III e IV, VII-I);
os demais são tons inteiros.

20
A escala maior é formada por dois tetracordes idênticos: um tom, um tom, um tom, um
semitom. Entre um tetracorde e outro, temos um tom.

20
Tetracorde = quatro notas diferentes consecutivas.

26
Todas as escalas maiores possuem este mesmo esquema: a partir da primeira nota (nota
fundamental), seguindo os intervalos já mencionados, obteremos a escala maior de cada tom.
Exercício: formar diversas escalas maiores, a partir de diferentes tônicas.

Exercícios complementares: vide p. 87-93 do "Livro de exercícios".

10.2 Escalas menores


Vide p. 69-76 do livro de teoria de O. Lacerda.
Exercícios complementares: vide p. 102-110, 114-118 do "Livro de exercícios".

10.3 Graus da escala


Obs.: cada grau possui um nome, relacionado a sua função:
I = Tônica (T)
II = Supertônica (Super T)
III = Mediante (M)
IV = Subdominante (S)
V = Dominante (D)
VI = Superdominante (Super D)
VII = Sensível (quando o intervalo foi de um semitom) ou Subtônica (um tom)

Exercícios complementares: vide p. 81-83 do "Livro de exercícios".

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REFERÊNCIAS

FRANK, Isolde. Música: o essencial da teoria musical e conhecimentos gerais. Edição


experimental, 2005.

LACERCA, Osvaldo. Teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi, 1966.

MED, Bohumil. Teoria da Música - 4ª edição, revista e ampliada. Brasília: Musimed, 1996.

____________. Teoria da Música: Livro de exercícios com gabarito. Brasília: Musimed, 2014.

SCLIAR, Esther. Elementos de teoria musical. São Paulo, Editora Novas Metas, 1985.

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