O livro chamado Cidades para um pequeno planeta, dos arquitetos
britânicos Philip Gumuchdjian e Richard Rogers, premiados profissionais da arquitetura é composta por 5 capítulos que abordam diferentes temas associados a arquitetura sustentável, sendo o capítulo 3 destinado somente a tratar sobre o tema. O texto tem como objeto de análise o papel das edificações para a valorização dos espaços de uso público, em especial o espaço crescente da utilização de técnicas associadas à arquitetura sustentável e tecnologias limpas de produção. Os autores afirmam no texto que a arquitetura tem passado por um período de reestruturação e perda de valores, onde o antigo modelo arquitetônico que buscava a harmonização e a construção com identidade, cedeu lugar para as construções de edifícios padronizados, com baixo custo de produção e sem o envolvimento com o meio, ou respeito aos recursos ambientais e a comunidade. Alguns exemplos são citados no texto como a aglomeração de edifícios comerciais, o uso de espaços públicos para a construção de prédios sem características humanísticas, a utilização de materiais poluentes e mais baratos para auxiliar no aumento do lucro, invasão de calçadas e criação de vielas para trânsito de pedestres, dentre outros. O texto chama a atenção para a necessidade de considerar as mudanças vivenciadas pela sociedade e adequar as edificações às necessidades dos centros urbanos, sem para isso perder a função comercial, mas sim aprendendo a envolver e dinamizar, flexibilizando as edificações e permitindo que os espaços públicos coexistam com os edifícios modernos, aumentando a vida útil desses locais. O uso de materiais e tecnologia limpa antes, durante e após as construções é outro aspecto relevante apresentado pelos autores. Na atualidade a inovação e evolução tecnológica já permite projetar locais onde a luz natural seja aproveitada ao máximo gerando economia de energia, uso de placas solares para geração de luz, ambientação local feita através do uso de materiais de construção recicláveis, tijolos ecológicos, dentre muitas outras estratégias já são realidade e precisam ser levadas em consideração ao edificar os espaços urbanos. Porém, ainda existe um paradigma a ser superado, onde o arquiteto necessita se reencontrar perante a sociedade, buscando aliar meio ambiente, tecnologia, respeito ao espaço público e necessidade de edificação, em uma espécie de relacionamento equilibrado. Os diversos exemplos e figuras utilizadas no decorrer do texto permitem ao leitor a visualização dos casos apresentados e o entendimento do conteúdo de maneira mais fácil, sendo, portanto possível de ser lida por leigos e profissionais da área. O tema leva à uma reflexão sobre o papel importante exercido pelo arquiteto no cenário atual de edificações urbanas, sendo este o responsável por adaptar a arquitetura a um novo estilo de vida cotidiana, utilizando para isso, recursos alternativos e menos poluentes, elevando a importância da sustentabilidade para o contexto arquitetônico atual.