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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Adna Oliveira Almeida

ENGENHARIA E ARQUITETURA PÚBLICA

Feira de Santana/BA
2019
UM BREVE HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA PÚBLICA E
GRATUITA NO BRASIL

O acesso a profissionais de arquitetura e engenharia é de grande importância para


promover a construção de territórios com melhor infraestrutura, cujas moradias respeitem
padrões mínimos de habitabilidade.
Aproximar os profissionais da população que constrói sua casa é um desejo antigo.
Em 1976, o Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, patrocinado pelo CREA/RS,
instituiu o Programa de Assistência Técnica à Moradia Econômica (ATME), na cidade
de Porto Alegre. O ATME dava assistência técnica à população de baixa renda,
oferecendo profissionais para orientar as construções. A idéia ficou conhecida em todo o
país, e foi aceita por diversos profissionais de vários estados (CUNHA; ARRUDA;
MEDEIROS, 2007).
Nos anos 80, em São Paulo, iniciativas de movimentos sociais desenvolveram
experiências de assistência técnica coletiva e executaram, em regime de autogestão,
projetos e obras de conjuntos habitacionais (CREA-MG, 2009).
Em Porto Alegre em 1990, a Lei Orgânica do Município incorporava a assistência
técnica enquanto responsabilidade municipal. Nove anos depois, o arquiteto Clóvis
Ilgenfritz da Silva, idealizador do ATME, aprovou na câmara a Lei complementar
Municipal nº 428, que garantia Assistência Técnica a quem não podia contratar auxílio
profissional de engenheiros ou arquitetos. Essa foi a primeira lei do Brasil a garantir esse
serviço como direito do cidadão e dever do Estado (CREA-MG, 2009).
Foi também na década de 1990 que o meio acadêmico começou a se mobilizar em
prol da assistência técnica, e passaram a promover diversas iniciativas de extensão
universitária com o objetivo de aproximar os futuros arquitetos da habitação de interesse
social. Criaram, por meio de uma articulação com a Federação Nacional dos Estudantes
de Arquitetura (FENEA), escritórios chamados de Modelo. Um dos mais antigos, o de
Pelotas (RS), foi criado em 1995 (CUNHA; ARRUDA; MEDEIROS, 2007).
No ano de 2000, a Emenda Constitucional nº 26 incluiu a moradia como direito
social do cidadão, mas apenas em 2001 a assistência técnica aparece como um dispositivo
da legislação federal. A Lei do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) aprovada em 2001
deixa claro que “a assistência técnica é um instrumento da política urbana que deve ser
oferecido gratuitamente para grupos sociais menos favorecidos.” Em 2002 iniciou-se a
tramitação de um Projeto de Lei que atende ao previsto neste Estatuto (CREA-SC, 2018).
O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) foi criado em 2005,
através da Lei 11.124/05, com o objetivo de implementar investimentos e subsídios para
viabilizar o acesso à moradia digna e sustentável às populações de baixa renda (IAB,
2010).
O Projeto de Lei 6.981/06 criado em 2006 pelo Deputado Federal Zezéu Ribeiro,
ficou dois anos em tramitação, e em 2008, a Lei 11.888 – Lei de Assistência Técnica
Pública e Gratuita – foi finalmente aprovada, visando oferecer assistência técnica pública
e gratuita às famílias de baixa renda, com recursos advindos do Fundo Nacional de
Habitação de Interesse Social que passou a vigorar em 2009 (CUNHA, ARRUDA,
MEDEIROS, 2007).
A Lei n° 11.888/2008 vem garantir a universalização dos serviços dos
profissionais técnicos qualificados, na elaboração de projetos de habitação de interesse
social, objetivando diminuir a realidade do déficit habitacional brasileiro, assim como, os
riscos decorrentes da autoconstrução. A regularização fundiária vai além da promoção de
moradia, abrangendo o conceito de moradia digna, que disponha de conforto térmico,
acessibilidade e funcionalidade (IAB, 2010).

ARQUITETURA E ENGENHARIA PÚBLICA NA BAHIA

A grande demanda da habitação de interesse social no Brasil levou muitos grupos


pelo país a desenvolverem projetos e programas voltados à arquitetura e engenharia
públicas. Em Salvador, são 2 os escritórios de Engenharia Pública: o Escritório Público
de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia administrado pela prefeitura, e o EPAE -
Escritório Público de Arquitetura, Engenharia Civil e Serviço Social da UNIFACS.
A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura e
Obras Públicas (Seinfra) vem desenvolvendo nos últimos anos serviços de assistência
técnica gratuita para habitação de interesse social e popular, atendendo a população de
baixa renda do município de Salvador, contribuindo para a diminuição da informalidade
das construções na cidade (GONÇALVES; SANTOS, 2014).
O escritório elabora os projetos na área de construção, encaminha os
procedimentos de regularização junto à Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo
(Sedur) e dá orientações técnicas aos cidadãos, encaminhando como resolver um
problema de usucapião, por exemplo. O prazo para conclusão de um processo é
geralmente de três meses (CONSTRUÇÃO, 2018).
O Escritório conta com dois urbanistas, um engenheiro civil, oito estagiários de
arquitetura e engenharia e uma assistente social. Além disso, trabalham em convênio com
universidades, o que amplia a capacidade de trabalho. Essas universidades são A UCSAL,
UFBA, UNEB, Rui Barbosa, Área 1, UNIFACS e UNIJORGE (CONSTRUÇÃO, 2018).
Atualmente, o Escritório atua principalmente com projetos de demandas
individuais de reforma, ampliação e construção de habitação em bairros populares de
Salvador. Segundo Gonçalves e Santos (2014) desde a criação do Escritório Público
foram cadastrados 4.709 processos para a elaboração de projetos de arquitetura, cadastros
arquitetônicos para IPTU, Usucapião e Juizados, dos quais foram entregues 1.353
projetos até março de 2014.
O Escritório Público de Arquitetura, Engenharia Civil e Serviço Social (EPAE)
da UNIFACS, está instalado no CTN - Campus Tancredo Neves e conta com a parceria
da Prefeitura Municipal de Salvador, através da Defesa Civil e do seu Escritório Público,
vinculado à Secretaria de Infraestrutura.
Segundo Cunha, Arruda e Medeiros (2007), o EPAE promove desde 2001 o
atendimento da população de baixa renda da cidade de Salvador elaborando projetos
arquitetônicos e urbanísticos. As comunidades podem ter acesso aos serviços do escritório
também para equipamentos comunitários, estudos urbanísticos, estudos para a solicitação
de usucapião, além de pesquisas. São aproximadamente 56% de atendimentos para
projetos individuais de moradia e 44% coletivos.

ARQUITETURA E ENGENHARIA PÚBLICA EM FEIRA DE SANTANA

A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) é pioneira, entre as


universidades baianas, na implementação de escritório de engenharia pública. O
Escritório de Engenharia Pública da UEFS (EPTEC) foi criado em 2005 e teve seu
funcionamento pleno em 2006, em parceria com a Coelba. Atualmente, o escritório atua
em parceria com a Defensoria pública (ROCHA et. al, 2016).
O EPTEC realiza várias atividades tais como a elaboração de projetos de unidades
habitacionais para as pessoas de baixa renda, levantamentos e cadastros para fins de
legalização fundiária, perícias técnicas, consultorias, entre outras.
Os procedimentos operacionais do escritório são os seguintes:
1. ENTRADA NO PROCESSO
1.1 Preencher a ficha de acompanhamento do processo com os dados do assistido
(solicitar cópia dos documentos – RG, CPF, comprovante de residência e
documento do imóvel, além da solicitação da instituição);
1.2 Preencher o questionário socio econômico;
1.3 Entregar ao solicitante o protocolo de solicitação de serviço e as orientações
sobre a visita técnica;
2. AGENDAMENTO DA VISITA
3. VISITA AO LOCAL
3.1. Antes da visita é necessário verificar se o processo do assistido está com a
documentação completa. Depois deve-se ligar para o assistido um dia antes
para informa-lo sobre a ida da equipe ao local;
3.2. Durante a visita é preciso: solicitar ao assistido o nome dos vizinhos;
fotografar todos os cômodos do imóvel; fazer o croqui e as medições;
3.3. Após a visita deve-se criar uma pasta com o nome do assistido e dentro desta
criar três subpastas (01 FOTOS, 02 CADASTRO, 03 MEMORIAL
DESCRITIVO), descarregar as fotos na devida pasta, fazer o relatório da
visita.
3.4. Atualizar o andamento do processo no Access e no Asana, e inserir a pasta do
processo na caixa “Projetos sem responsável”.
4. DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS
5. REVISÃO DOS PROJETOS
6. ENTREGA DOS PROJETOS
REFERÊNCIAS
Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais. CREA-
MG. Assistência Técnica: direito de todos! O ato de morar é o ato fundamental da
vida humana. Belo Horizonte, 2009. 31p.
Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina. CREA-
SC. Cartilha da Engenharia Pública. Santa Catarina, 2018. 15p.
CONSTRUÇÃO: saiba onde encontrar assistência de engenheiros e arquitetos
gratuitamente. Correio 24 Horas, Salvador, 13 mar. 2018. Disponível em:
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/construcao-saiba-onde-encontrar-
assistencia-de-engenheiros-e-arquitetos-gratuitamente/. Acesso em: 10 abr. 2019.
CUNHA, E. M. P., ARRUDA, A. M. V., MEDEIROS, Y. Experiências em habitação
de interesse social no Brasil. Brasília: Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de
Habitação, 2007.
IAB. Manual para a Implantação da Assistência Técnica Pública e Gratuita a
Famílias de Baixa Renda para Projeto e Construção de Habitação de Interesse
Social. Disponível em: <http://www.iab.org.br/sites/default/files/documentos/manual-
para-implantacao-daassistencia-tecnica-publica-e-gratuiata.pdf>. Acesso em: 15 abr.
2019.
ROCHA, I. S. et. al. ESCRITÓRIO DE ENGENHARIA PÚBLICA DO
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA UEFS COMO INSTRUMENTO DE
APOIO A REGULARIZAÇÃO DAS MORADIAS EM FEIRA DE SANTANA. In:
Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 44., 2016, Natal - Rio Grande do
Norte. Anais... Rio de Janeiro: ABENGE, 2016.

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