Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
O que os pianistas Krystian Zimerman, Martha Argerich, Arthur Moreira Lima, Maurizio
Pollini e Vladimir Ashkenazy tinham em comum antes de consolidarem suas carreiras
internacionais?
Todos eles foram premiados no Concurso Internacional Chopin, um dos mais
tradicionais e importantes da história. Não à toa, o concurso leva o nome desse gênio
das teclas que imprimiu novas características tanto à composição quanto à execução
pianísticas.
Frédéric Chopin se tornou um dos mais adorados e conhecidos compositores de música
para piano graças à popularidade e acessibilidade de sua obra, enaltecida tanto em
concertos e recitais quanto no cinema e na televisão.
Fryderyk Franciszek Chopin nasceu na Polônia, na pequena aldeia de Żelazowa Wola, em
1º de março de 1810, filho de um francês de descendência polonesa distante e de uma
pianista polonesa.
Quando contava com sete meses de idade, a família se mudou para Varsóvia,
acompanhando o pai que assumiu o cargo de professor de língua e literatura francesa.
Desde então – e até os 20 anos de idade – Chopin viveu na cidade e morou em palácios
ou em suas imediações.
O músico recebeu suas primeiras aulas de piano de sua irmã mais velha, Ludwika, e
posteriormente, de sua mãe. Seu talento logo ficou evidente, ganhando em Varsóvia a
reputação de “segundo Mozart”.
Aos oito anos – já autor de duas Polonaises – tornou-se uma atração nos salões da
aristocracia da cidade e começou a dar concertos públicos para a caridade.
Depois de se formar no Conservatório de Varsóvia, aos 19 anos, Chopin apresentou seu
Concerto para piano em Fá menor. No ano seguinte 1830, no Teatro Nacional de
Varsóvia, fez a primeira apresentação de seu segundo Concerto para piano, em Mi
menor. No fim desse mesmo ano, deixou Varsóvia para dar concertos pela Europa e
nunca mais retornou à sua terra natal.
Chopin estreou como pianista em Viena, na Áustria, recebendo elogiosos comentários e
duras críticas pela sonoridade “fraca” e “com pouco volume” que extraía do
instrumento. Na verdade, o músico inaugurava um novo estilo de tocar, mais intimista.
Em setembro de 1831, chegou a Paris, onde passou a ser conhecido como Frédéric
François Chopin, com um portfólio de importantes composições, incluindo seus dois
concertos para piano e alguns de seus Estudos Op. 10.
“Tirem seus chapéus, senhores; ele é um gênio”. Foi assim que o compositor Robert
Schumman se referiu ao jovem polonês de apenas 20 anos, tuberculoso e muito tímido,
que chegava à Cidade Luz.
Rapidamente Chopin integrou-se à elite local, passando a ser requisitado como
concertista e como professor. Nessa época, conheceu músicos consagrados, como
Rossini e Cherubini, e outros de sua geração, como Mendelssohn, Berlioz, Franz Lizst e
o próprio Schumann.
Depois de um caso de amor fracassado com a polonesa Maria Wodzinska, que
conhecera na infância e reencontrara em Paris – a mãe da jovem não queria vê-la casada
com um “pianistazinho tuberculoso” -, Chopin se uniu, em 1838, com a polêmica
escritora Aurore Dupin, oito anos mais velha, expansiva, divorciada, dona de uma legião
de amantes, que assinava seus trabalhos com o pseudônimo masculino de George Sand,
fumava charutos em público e usava roupas de homem.