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ESTRUTURAS PSICOMOTORAS
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4
2. ESTRUTURAS PSICOMOTORAS ............................................................................. 4
3. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 14
4. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 16
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AULA 3
ESTRUTURAS
PSICOMOTORAS
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1. INTRODUÇÃO
2. ESTRUTURAS PSICOMOTORAS
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diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo. O esquema corporal resulta
das experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que
experimentamos. Não é um conceito aprendido e que depende de treinamento.
Ele se constrói e se organiza pela experienciação e vivências que a criança passa
com seu corpo. É uma construção mental que a criança realiza gradualmente, de
acordo com o uso que faz de seu corpo. Segundo Fonseca, 1988, “a noção de
esquema corporal traduz um processo psicofisiológico que tem origem nos dados
sensoriais que são enviados e fornecidos pelas estruturas motoras, resultantes
do movimento realizado pelo sujeito”. A noção de esquema corporal não está
ligada unicamente à atividade motora, também se relaciona com os aspectos
emocionais e com as necessidades biológicas. Ao longo do seu desenvolvimento
psicomotor, a criança, com relação à estruturação do esquema corporal, deverá
ser capaz de:
Imagem corporal é a forma que representamos o nosso corpo para nós mesmos, é
a imagem mental que fazemos de nosso corpo, o que equivale dizer que esta imagem está
carregada de experiências pessoais e por isso passa por constantes transformações
baseadas na forma como agimos e sentimos. Ela se constrói na mesma medida em que se
desconstrói, pois está sempre se modificando para se adaptar ao meio. Sua estruturação
depende das suas relações com o outro e com si mesmo, ou com objetos. Sua construção
depende do contato do corpo com o mundo, que pode aceitá-lo ou rejeitá-lo definindo assim,
a identidade da pessoa, baseada, não somente em memórias e experiências, mas também
em intenções, tendências e aspirações.
A imagem corporal pode ser distorcida por fatores psicológicos; uma pessoa muito
magra, por exemplo, pode se olhar no espelho e se ver gorda. É o que acontece nos casos de
anorexia, geralmente com pessoas que trabalham em meios onde as exigências corporais
são extremas, como bailarinas clássicas, top models, etc. O termo imagem corporal, na
Psicomotricidade, refere-se à imagem ou representação mental, que abrange aspectos
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afetivos, sociais, culturais, psicológicos e fisiológicos. O esquema corporal está intimamente
ligado à imagem do corpo, porém sua estruturação ocorre de acordo com o uso que fazemos
de suas partes.
FIQUE ATENTO
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Fonte : o Autor.
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integrada, em torno de objetos no espaço-ambiente e passando por eles. As
primeiras noções de espaço são: perto, longe, dentro, fora, em cima, embaixo,
atrás, à frente, e partem da vivência no próprio corpo da criança. A consciência do
corpo sofre evolução paralela à evolução da aquisição do espaço. Não há espaço
sem corpo, assim como não há corpo que não seja espaço e que não ocupe um
espaço. Dificuldades na aquisição da noção de espaço podem gerar uma visão
distorcida do meio ambiente, movimentos desajeitados e hesitantes,
compreensão deficiente de palavras que designam posição espacial (dentro, fora,
em cima, embaixo, direita, esquerda), na alfabetização, a criança pode confundir
“b” com “d”, “q” com “p”, “AR” com “RA”.
3. Orientação Temporal: é a capacidade de avaliar intervalos de tempo e de estar
ciente dos conceitos de tempo. É a capacidade de situar-se no tempo. Implica a
percepção do intervalo temporal (duração de um fenômeno) de uma ordem e na
sucessão de fenômenos; implica ainda a divisão conceitual do tempo. É ainda, a
capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após,
durante), da duração dos intervalos (noções de tempo longo, curto, ritmo regular,
irregular, cadência rápida, lenta), da renovação cíclica (períodos, dias, meses,
estações) e do caráter irreversível do tempo (noção de envelhecimento, idade,
passado, etc). O fator de estruturação temporal que sustenta a adaptação do
tempo é o ritmo. A noção de tempo para a criança é a de um tempo vivido, ou seja,
5 minutos de inatividade serão mais longos do que 5 minutos passados em uma
atividade agradável. A organização do corpo no tempo é reflexo da integração
sensorial motora no espaço. Em primeiro lugar a criança deve vivenciar atividades
de organização espacial para depois executa-las com ritmo. O ritmo é uma
maneira concreta de vivenciar o tempo, por meio da regularidade de sua sucessão;
é importante vivenciar diferentes ritmos. Durante seu processo de aquisições
psicomotoras, a criança deverá ter competência de:
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movimento ou de uma sequência de movimentos decorrente da integração entre
sistema nervoso central (cérebro) e unidades motoras dos músculos e
articulações.
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FIQUE ATENTO
EXEMPLIFICANDO
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6. Tonicidade Muscular: “O tônus muscular é a atividade primitiva e permanente do
músculo; além de traduzir a vivência emocional do organismo, é o alicerce das
atividades práxicas” (LE BOULCH, 1992)
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em geral, em todo o desenvolvimento psicológico. Ele acusa repercussões em toda a
formação da vida mental. O tônus muscular afeta e é afetado pelo estado emocional. A
Psicomotricidade considera dois tipos de tônus: O tônus de suporte ou tônus de fundo (tônus
postural) e o tônus de ação. O tônus de suporte possui os seguintes componentes: A)
Extensibilidade (o maior comprimento possível que podemos imprimir a um músculo,
afastando suas inserções); B) Passividade (movimento livre, não controlado) e C) Paratonia
(incapacidade de descontração voluntária). São componentes do tônus de ação: A)
Diadococinesia (possibilidade de movimentos vivos e alternados) e B) Sincinesias (reação
parasita que traduz um esboço de reprodução ou limitação de movimento pelo membro
contralateral ou concentração hipertônica no membro oposto). Os aspectos do Tônus de
Suporte são importantes na praxia e na adaptação espaço-temporal. Segundo Ajuriaguerra (in
FONSECA, 1998) observando a amplitude dos movimentos, a resistência ao movimento
passivo, a palpação da atividade flexora e extensora dos diferentes músculos é possível
determinar o tipo de tônus muscular.
FIQUE ATENTO
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cultura. Durante muito tempo, a forma de contato que a criança estabelece com o mundo é
realizada particularmente com a mãe, por meio de um verdadeiro diálogo corporal e gestual.
As primeiras relações vão ocasionar uma alteração da tonicidade do indivíduo que traduzem
esquemas de reação, alguns hipertônicos, outros hipotônicos. Estas impressões irão
modificar a musculatura, constituindo assim a história do indivíduo, refletida numa
diferenciada compleição motora. O tônus garante, como consequência, as atitudes, as
posturas e a mímica. A sua regulação complexa é dependente das emoções e do controle
afetivo e constitui um dos meios de preparação da representação mental. A ele estão ligados
os diferentes tipos de hipertonicidade em relação próxima com a organização progressiva do
sistema nervoso central. O tônus constitui a sustentação das atitudes em relação à vida
afetiva, e tem um papel muito importante na tomada de consciência de si e na edificação do
conhecimento do mundo e do outro. A contração muscular, por meio da qual o movimento é
possível, suporta-se mutuamente com a sensação que origina no próprio indivíduo. Entramos,
assim, numa acomodação simultânea, tanto motora quanto mental, geradora da
conscientização humana. A atividade muscular encontra-se ligada ao próprio corpo e,
consequentemente, ao objeto e à pessoa. A função tônica, definida por Gesell (1971) como
um comportamento, tem por função manter, a todo o instante, o músculo num grau de tensão
ótimo, que prepare a ação ajustada. Esta função exerce-se em todos os músculos do corpo,
regulando a todo instante as diferentes atitudes. As variações locais ou generalizadas do
tônus, que são devidas aos estados de hipo ou hipertonia, ou de espasmo, estão na base das
emoções. Wallon (DANTAS, 1992) concluiu que as variações do tônus estão ligadas às
modificações da sensibilidade afetiva. Entre o tônus e a afetividade coexiste uma
reciprocidade de ação imediata. A atividade tônica apresenta, assim, uma dualidade de
relação: como atividade muscular prepara a atividade motora fásica: como atividade mental,
dá expressão às emoções e à esfera da afetividade. Neste aspecto da unidade do homem,
entre o hemisfério psíquico e ao hemisfério motor, o tônus constitui a função de ponte. Todas
as manifestações do comportamento e da afetividade estão ligadas à função tônica.
“As emoções são essencialmente função de expressão, função plástica. São uma
formação de origem postural e têm por material o tônus muscular. Sua diversidade está ligada
à hiper ou hipotensão do tônus (hipertonia/hipotonia) (...). O tônus, que recebe os estímulos
de todas as superfícies de excitação exteroceptiva, labiríntica, proprioceptiva, interoceptiva,
está constantemente em tensão latente pela soma das excitações que nascem no organismo
ou que chegam a ele” (WALLON, 1979 in DANTAS, 1992).
O tônus também toma parte nas sensações de prazer e de dor que percebemos
parcialmente por seu intermédio. É uma atitude intercomunicável do diálogo com o outro, e é
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já em si um meio de comunicação com o outro. No diálogo corporal que o indivíduo estabelece
com o mundo, o tônus integra toda a história dialética das informações exteriores, e inter-
relaciona-as para dar origem à fenomenologia do comportamento humano. Portanto, pode-se
dizer que o comportamento humano, através do corpo, o qual é a sua condição de existência,
presença e atuação no mundo, tem no tônus uma grande parcela de significados, de
comunicações e até de um saber corporal. A percepção ao próprio tônus e ao tônus
representado nos corpos dos outros, é um passo significativo para compreender que o tônus
emite importantes mensagens, que devem ser encaradas inclusive sob a perspectiva de um
diálogo corporal. Neste sentido, os educadores devem apurar sua sensibilidade de percepção
do tônus, enquanto portador de significado, no intuito de uma melhor possibilidade de
comunicação e intervenção e, respectivamente, apurar a de seus educandos.
7. Equilíbrio: pode ser definido como a condição que o indivíduo tem de para assumir,
sustentar e/ou modificar a posição do corpo contra a ação da gravidade. É a base
de toda a coordenação motora global. É a noção de distribuição do peso em
relação a um espaço e a um tempo e em relação ao eixo de gravidade. O controle
na postura bípede se desenvolve por volta dos 12 meses aos 2 anos de idade
(Fonseca, 1995). A criança é capaz de manter o equilíbrio com os olhos fechados
por volta dos 7 anos, sendo que esta habilidade é refinada com a idade (Gallahue
& Ozmun, 2003).
8. Lateralidade: capacidade motora de percepção dos lados do corpo, direito e
esquerdo. A predominância de um dos lados do corpo se faz em função do
hemisfério cerebral. A lateralização inata é governada basicamente por fatores
genéticos, embora o treino e os fatores de pressão social possam influenciar. A
lateralidade manual surge no fim do primeiro ano, mas só se estabelece por volta
dos 4-5 anos (Fonseca, 1995). A lateralidade só se estabelece aos 5-6 anos e o
reconhecimento da mão direita e esquerda no outro, ocorre após os 6 anos e meio
(Staes e Meur, 1991).
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comprometer seu desenvolvimento motor e, consequentemente, o afetivo e o cognitivo
também. Em contrapartida, essa fixação pode ter suas raízes em causas afetivas, como falta
de cuidado materno, falta ou precariedade de estímulos sensoriais, sobretudo táteis, mas
também por patologias de ordem neurológica. A intervenção da Psicomotricidade tem se
mostrado muito transformadora nesses casos. O movimento é um elemento essencial na
aprendizagem, pois é por meio dele que o ser humano explora o ambiente. A lateralidade,
imagem corporal, eficiência postural, de locomoção, percepção auditiva, visual e táctil são
componentes da execução de movimentos, tendo um papel significativo no desenvolvimento
cognitivo.
3. REVISÃO DA AULA
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· Lateralidade: capacidade motora de percepção dos lados do corpo, direito e
esquerdo.
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4. REFERÊNCIAS
DANTAS, Heloysa; LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl de;. Piaget, Vygotsky, Wallon:
teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: psicologia e pedagogia. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1988.
GESELL, Arnold. Psicologia evolutiva: el niño de 1 a 5 años. Buenos Aires: Paidós, 1971.
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